Geraldo Alckmin na baixada: uma festa ofuscada pela luta popular!

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Foto: G1

O Governador de SP Geraldo Alckmin esteve na baixada santista ontem em visita politiqueira e foi recebido com protestos, primeiro pelo pessoal da área da saúde que reivindicou melhores condições de trabalho, salário e estrutura nos hospitais públicos da região, além de denunciar a falta de equipamentos e medicamentos no hospital Emílio Ribas. Em seguida foi à vez de manifestantes contra o aumento da tarifa no transporte expressarem  o seu repúdio ao governador; com frases:

alk33333Alckmin fascista, ditador – Alckmin vai tomar no cu.

O que era pra ser uma festa se tornou um tremendo constrangimento para a classe política da região, que havia preparado toda uma festa em comemoração aos 250 anos de José Bonifácio (outro porcaria).

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O Prefeito da cidade de Santos – Paulo Alexandre Barbosa teve também seu nome levantado em coro pelos manifestantes; Paulo seu ladrão, não queremos o seu cartão – vem pra fora bater um papo com povão.

Mas a festa da politicagem continuou e o governador foi para São Vicente onde foi homenageado por políticos da cidade que agradeceram o repasse de R$ 200 milhões em investimentos e criação de duas ETEC’s na cidade. (como se isso, não fosse obrigação do governo estadual) Ô classe política que gosta de lamber um saco, para termos uma ideia da tamanha puxa saquice – a pedidos, irão conferir Título de cidadão vicentino ao governador –  falta do que fazer.

Em entrevista a mídia oficial o governador declarou que não negocia como manifestantes e não vai baixar a tarifa, pois é – só o cacete né coronel Alckmin?

A pergunta é, quando será que haverá uma classe política menos tacanha e lacaia?Nunca?

Manifestação contra o aumento em Santos surpreende e cala a boca de muita gente.

Foto-0041Cerca de 600 pessoas ocuparam as ruas de Santos em manifestação contra o transporte público caótico, como pauta os manifestantes tiraram inicialmente como foco o bloqueio do aumento, a volta dos cobradores, e, abaixo a obrigatoriedade na utilização do cartão no transporte municipal em Santos.

Foto-0055Passaram na Câmara Municipal deram o recado aos vereadores e seguiram até a praça Mauá onde o grupo ficou esperando o Governador Geraldo Alckmin ( que estava na cidade) que nem deu as caras. Com um megafone nas mãos chegaram a convidar Alckmin o e prefeito Paulo Alexandre Barbosa a bater uma papo.

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Foto: Retirada do perfil do grupo no face – representa muito bem a luta!

Com o não comparecimento de ambos seguiram até o terminal onde liberaram as catracas para que todos entrassem num ato simbólico contra o monopólio da Piracicabana que por meio da passagem rouba o trabalhador. Gritos de revolta ecoavam em coro; Quem não grita quer tarifa! A baixada vai parar! Deram o tom e a diretriz de por onde irá caminhar o movimento, que estará de volta amanhã nas ruas e que decidiu em assembléia popular na praça que irá voltar as ruas e irá intensificar a luta com a ideia de espalhar por toda a região e abrir um amplo debate com toda a sociedade sobre a questão do transporte público que há anos é um grande lixo, e que os representantes da região nunca se importaram em fazer algo, então a pegada é ir pra rua e mobilizar todo a a sociedade.

Todas as fotos aqui

Uma discussão sem fim iniciou-se pelas redes sociais sobre a legitimidade das manifestações – vandalismo, ou não?

age20130611427Os manifestos que estão ocorrendo no país inteiro sobre o aumento da passagem repercutiu além dos noticiários tendenciosos da mídia burguesa. Mas também em Jornais da América Latina e da Europa, que estão noticiando que a população no Brasil resolveu dar um basta a um transporte público caótico, e o que era apenas um manifesto tornou-se revolta popular contra o Estado, pois, o país vive uma realidade problemática de sucateamento de todos os serviços públicos, massacres de comunidades indígenas, (Mato Grosso do Sul) quilombolas, ribeirinhas e um intenso processo de higienização social nos grandes centros, além de ter uma das polícias mais violentas do mundo que se tornou instrumento de extermínio, não de segurança.

Enquanto isso no Brasil;

Uma discussão sem fim iniciou-se pelas redes sociais sobre a legitimidade das manifestações –  vandalismo, ou não?

O que vem provocando um engessamento do debate e uma visão paliativa que pouco contribui para fortalecer a discussão. Todos concordam que o transporte é ruim e caro, mas as estratégias de luta se confundem em conflitos ideológicos e por vezes sectários e até reacionários de alas que se dizem de esquerda –  que são a favor por exemplo; de entregar manifestante aos milicos, caso este radicalize e queira por fogo ou quebrar alguma coisa, ou seja, a grande bola da vez tornou-se defender o patrimônio público, a grande bola da vez foi reproduzir a mídia burguesa e criminalizar quem está na luta.

Certo dizer, que houve gente infiltrada da PM, e também tendenciais violentas, mas que é impossível de conter, porque o manifesto se tornou revolta popular, que também é legitima, diante de um Estado que durante 5013 anos escravizou e explorou a classe trabalhadora e que hoje, tem se tornando tão violento quanto, vide Belo Monte, os massacres das comunidades indígenas no Mato grosso do Sul que tem se intensificado, e o extermínio da juventude pobre,  preta e periférica.

Neste momento de revolta popular é tempo de avançar, somar forças e não dividir, é tempo de trazer todos os questionamento e colocar os governantes em cheque. Unir o campo e a cidade e dizer basta! Queremos reforma urbana, reforma agrária, educacional, na saúde, na moradia, ou a gente bota essa Constituição pra funcionar ou a gente rasga ela e volta ao Estado natural, oras, o Estado de direito serve pra quê? Pra nos oprimir?

O povo organizado não precisa de Estado!

12 mil pessoas na rua? Temos que multiplicar essa resistência!

  1. Quem fala em violência nos manifestos se dizendo lutador de esquerda, realmente tem que repensar seus conceitos e assumir logo o reacionário que mora em si.
  2. Quem não acredita na legitimidade desta grande mobilização, tem que repensar muitas coisas, mais muitas coisas mesmo…
  3. Quem acha que vivemos numa democracia e que tudo pode ser resolvido com conversas, também deve acreditar em Papai Noel e coelho da páscoa.
Foto: MTST

Foto: MTST

Amanhã vai ser maior!

12 mil pessoas na rua é muita mais que uma mobilização pela redução da tarifa! É sim, um grande levante corajoso, generoso e radical, que entendeu que não é mais possível viver sendo violentado, amordaçado e silenciado pelo Estado, e foi a luta!

As forças se unem nacionalmente dizendo basta! E as máscaras caem, as esquerdas governistas obrigadas a se posicionarem, dividem-se, entre os moralistas e os que assumem que o tempo de sonhar passou.

Pois a garotada na rua diz a coisa de forma raivosa, expressa franqueza e recria uma era de cristal – de transparência. (Cléo)  Em tempos de hipocrisia, em tempos de nascituro, Feliciano e ruralistas, massacres indígenas e quilombolas, Belo Monte, Xingu e grandes eventos (que expulsam comunidades inteiras, por uma copa que nos afundará em dividas).

Essa massa na rua é prelúdio de novos tempos! Temos que multiplicar essa resistência, espalhar por todas as esquinas, ruas, guetos, vielas e praças, pois, é nos espaços públicos que mostramos nossa cara e estimulamos quem ainda acredita num mundo igualitária a sair da frente da TV e vir somar numa única força de luta, capaz de enfrentar este Estado, e mostrar a quem governa que eles só fazem merda, e nós, não vamos abaixar a cabeça, nunca mais!

Já pensou se o Ministério fosse Público?

O resultado do inquérito sobre a proibição do uso de dinheiro nos ônibus de Santos, e o acordo promovido com a prefeitura da cidade e a viação, se somam à declaração do promotor de São Paulo que pedia a morte dos manifestantes. A conclusão é uma só: o Ministério “Público” é mais um braço do Estado e do Capital, criado pra nos esmagar

Dia desses publicamos aqui no blog a declaração do promotor que incentivou o assassinato de pessoas que apenas lutavam pelo direito de ter um transporte efetivamente público.

Pois bem, para quem acredita que o Ministério “Público” está do lado do povo, antes de falar sobre a questão do transporte em Santos, vale relembrar mais um episódio: nos crimes de maio de 2006, quando mais de 500 pessoas foram mortas no Estado, promotores “públicos” da capital paulista parabenizaram a ação enérgica do governo. Isso mesmo, eles parabenizaram a matança promovida por agentes do Estado, quando em nove dias foram assassinadas mais pessoas que o número oficial de mortos e desaparecidos políticos em toda a Ditadura Militar. Não contentes, os promotores de todo o estado denunciaram sequer um policial por conta das mortes daquele mês, e até hoje os crimes seguem impunes.

Voltando ao assunto…

Barbosinha e busão

O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa: com ele, só com cartão

Essa postagem é pra comentar o resultado do inquérito que o Ministério “Público” Estadual em Santos abriu para investigar a questão da obrigatoriedade do uso do cartão no transporte “público”, com a consequente proibição em dinheiro. O resultado do inquérito saiu há umas duas semanas, bem como a íntegra do TAC, Termo de Ajustamento de Conduta, que trocando em miúdos é um acordo feito entre diferentes partes, no caso, entre o Ministério “Público”, a Prefeitura de Santos, a CET e a Viação Piracicabana. Seguem os links com os documentos:

Inquérito (arquivado) sobre obrigatoriedade do cartão

TAC entre MP, Prefeitura de Santos, CET e Viação Piracicabana

O inquérito civil nº 14.0426.0001858/2013-4 foi aberto a pedido de cidadãos independentes, e também do PSOL-Santos. A denúncia era de que a Prefeitura incentivava a contravenção, pelo fato de a moeda corrente no País não ser aceita. (artigo 43 da Lei de Contravenções Penais). Para se explicarem, foram chamados representantes da CET e da Viação Piracicabana. Em uma das ocasiões, inclusive, o próprio prefeito Paulo Alexandre Barbosa (Barbosinha pros íntimos), esteve presente em reunião. O Ministério “Público” pediu que a CET retirasse um ponto na resolução que previa o desembarque imediato de quem estivesse sem o cartão. Por fim, o inquérito cita que foi celebrado um TAC com a Prefeitura, CET e Priacicabana, com um parágrafo que permitiria às pessoas pagarem a tarifa em dinheiro.

Olhem só o que o Ministério “Público” diz:

As razões que levaram o Poder Público Municipal a implantar a bilhetagem eletrônica no sistema de transporte urbano são bastante razoáveis. Essa medida representa o fim da dupla função dos motoristas (nesta cidade, há muitos anos a função de cobrador foi abolida); maior agilidade no trânsito; diminuição dos assaltos; além de permitir, no futuro, a integração do VLT (Veículo Leve Sobre Trilho), cujas obras em breve terão início, possibilitando, assim, a tarifa única nesse sistema.

[É pra rir ou pra chorar?]

O documento ainda conclui que não se caracteriza em contravenção, que só ocorreria se os bilhetes eletrônicos fossem comprados em moeda estrangeira.

Em seguida o documento diz que quer evitar constrangimentos do cidadão, visto que Santos é uma cidade turística (turistas sempre em primeiro plano), e por isso a necessidade de celebrar o TAC, que em uma das partes diz o seguinte:

CLÁUSULA TERCEIRA – As compromissárias assumem a obrigação consistente em, a partir do pŕoximo dia 23 de maio, permitir que o usuário-consumidor venha a ser efetivamente transportado, ainda que embarque no coletivo sem possuir seu cartão eletrônico, ressalvando o disposto na cláusula quarta.

PARÁGRAFO ÚNICO – Na hipótese prevista no caput desta cláusula, e de forma excepcional, o pagamento da tarifa será efetuado em moeda corrente diretamente ao motorista do coletivo, que receberá o valor devido e imediatamente promoverá a liberação da catraca

Essa cláusula, segundo o Ministério “Público”, impede que “o usuário seja pego de surpresa, e passe pelo constrangimento de ser obrigado a desembarcar do coletivo”.

Lindo, né? Então, se o pagamento em dinheiro não é proibido, porque seríamos obrigados a ter um cartão? Quem tiver com dinheiro no bolso pode pegar o busão, certo? Não é bem assim, porque aí vem a cláusula quarta. No documento do TAC, poedemos ver ela na íntegra. Vamos rir?

CLÁUSULA QUARTA – O pagamento da tarifa em moeda corrente não será aceito do usuário que, comprovadamente identificado, inclusive por imagens, já tenha embarcado em coletivo por ao menos 3 (três) vezes dentro do curso de um único mês do ano, sem dispor previamente de seu cartão eletrônico com crédito, hipótese em que poderá ser negado o direito de prosseguir viagem.

PARÁGRAFO ÚNICO – Os compromissários poderão criar sistemas de identificação do usuário-consumidor que embarcar no coletivo sem possuir previamente cartão eletrônico.

Ou seja, quem não tiver cartão tem um limite de 3 vezes por mês pra pagar em dinheiro. E como os motoristas vão saber se aquela pessoa já pegou o busão 3 vezes no mês? Ah, mas os ônibus têm câmera! Imagina só a situação: o motorista pedindo pra central ver a minha fuça na câmera de monitoramento, que passará ao vivo, para confirmar se eu já peguei três vezes ônibus com dinheiro. Aí a central joga meu rosto num banco de dados, com uma tecnologia de última geração que identifica os traços faciais, pra no final ver que eu não peguei neste mês um ônibus com dinheiro. Alguém fez a gente de trouxa, concorda?

Aí eu volto pro inquérito civil arquivado, que sobre essa questão da tecnologia diz o seguinte:

(…) Contudo, o sistema de identificação desse usuário não foi criado, conforme revela o parágrafo único dessa cláusula, e, convenhamos, certamente não o será, em face da sua mais evidente complexidade, considerando os milhares de usuários do sistema.

Bem, se nosso nobre promotor faz essa observação (convenhamos!), a gente espera que o Ministério “Público” cobre alguma providência, certo? Errado. Simplesmente ficou por isso mesmo. Os caras reconhecem que uma parte do acordo (TAC) firmado é impossível de ser cumprido, e fica assim. Convenhamos, bem conveniente.

O que aconteceu no final é que eles jogam a responsabilidade pra gente: trabalhadores e trabalhadoras que dependem do transporte coletivo, e motoristas que sofrem todo dia com as condições de trabalho. Se eu quero discordar disso, e vou pagar em dinheiro, é o coitado do motorista que tem que conferir a grana e liberar a botoeira. Se ele se recusa a receber o dinheiro, sou eu que fico a pé, ou então insisto que ele tem que me deixar embarcar, porque é o que foi acordado, só que aí eu tô entrando em conflito com outro trabalhador tão fudido como eu, que além de ter a jornada dupla, sofre duplamente: na mão da empresa e na mão do sindicato.

E aí, o que fazer? Só a ação direta mesmo, a exemplo do que tá pipocando em São Paulo, Rio, Porto Alegre, Goiânia e outras cidades. O aumento dos intermunicipais já chegou, as tentativas de nos esmagarem não param.

Por fim, te pergunto: Pra que serve o Ministério “Público”? Já viu alguma instituição do lado de cá da barricada?

Quando uma esquerda ao contrário de caminhar junto, se coloca apenas em posição crítica, há de se pensar que tipo de esquerda é essa?

Foto: MPL

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A revolta dos meninos e das meninas contra o aumento da passagem de ônibus não representa apenas uma raiva contida e liberada de forma descontrolada sem foco, apenas porque se aumentaram 0,20 ou 0,30 centavos. Não! Todo esse levante é símbolo de que não é mais possível aceitar um Estado que têm sucateado vidas em nome de uma politica econômica baseada apenas no lucro.

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Foto: MPL

Por isso o levante é tão criticado, e o mais interessante e revelador foi assistir parte de uma “suposta” esquerda criticando os atos e assumindo uma linha de discurso que não difere em nada com o da direita, fazendo criticas sobre a violência empregada, como se ela tivesse sido oriunda dos manifestantes, como se um bate papo e uns tapinhas nas costas resolvessem alguma coisa.

Foto: MPL

Foto: MPL

Haddad, por exemplo, defende ação da PM contra protestos e diz que vai negociar, apenas se o movimento “renunciar à violência”http://bit.ly/15PRzJf. “Que violência, sr. prefeito? As pessoas que ficaram feridas foram em decorrência das bombas e balas de borracha da PM”. (Nota do MPL)

O abandono do Estado.

No Brasil explode a luta pela terra, pela saúde, pela educação, pela liberação das drogas, pela descriminalização do aborto, pela demarcação de terras indígenas e quilombolas, e também por muitos outros direitos firmados, ou que precisam ainda ser firmados na Constituição Federal, isso, se de fato, a carta magna serve para alguma coisa, pois nela contém a célebre frase ” todo poder emana do povo”, mas, do jeito que andam as coisas é preciso retificar que a borracha é do Estado.

Pois é.

E vale acrescentar que na prática vivemos uma realidade que nem o debate é permitido, e isso, com um governo que se diz de esquerda no poder. Imaginem senão fosse. Pois bem, a criminalização promovida pela mídia de praxe é intensa, e agora, uma suposta esquerda assume essa iniquidade querendo desqualificar com um debate intelectual pacifista fajuto, do tipo; movimento de estudantes burgueses mimados – não havia trabalhadores – é uma esquerda baderneira – não é assim que se reivindica democraticamente.

Absurdo, mas revelador! Demonstra que militar costurando alianças é fácil, agora romper com quem nos ignora e de forma direta fazer democracia não são todos que estão interessados. Afinal, exige enfrentar os aparatos de opressão do Estado, além de disposição e audácia de ir para a rua sangrar e sair do facebook e dos restaurantes caros, que só frequenta quem se vendeu e não possui mais nenhuma utopia, enquanto nos meninos e nas meninas que estão nas ruas no meio do fogo cruzado há franqueza absoluta.

OBS: O Movimento Passe Livre é movimento nacional sério que há anos vem se mobilizando e fazendo um intenso trabalho de base para conscientizar e aglutinar pessoas para a luta. A ideia de tratá-los como vândalos a quem favorece? Fica à reflexão.

Declaração do Promotor Rogério Zagallo pelo face é apenas a ponta de um iceberg fascista chamado Estado.

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Esta declaração demostra claramente uma sociedade de classes, onde quem tem poder conferido pelo Estado, manda. E manda matar! Pergunta: irá acontecer algo com esse promotor? Com certeza não. Isso se ficarmos calados, temos mais é que cobrar punição a este promotor, ou no mínimo um escracho manifesto denunciativo.

Pois, nas mãos do Poder Público com certeza ficará impune. Afinal, segundo justificativa do mesmo, o que ocorreu foi um momento de desabafo pela espera no trânsito, pois seus filhos os esperavam nervosos. Não justifica!

Compreender que ficar preso no trânsito gera estresse é uma coisa, porém isso não limpa a barra de um posicionamento autoritário. Agora, imaginem o que ocorre no distrito deste promotor, quantos casos vão para o arquivo?  E reparem como ele utiliza o pronome possessivo “meu Tribunal”, revelando uma prepotência, pois, refere-se a uma instituição pública como sua propriedade particular.

Entretanto, qual é a novidade oriunda de alguém a serviço deste Estado que não passa de uma máquina de moer gente, mas que tipo de gente? Trabalhador, morador de periferia que acorda às 5h da manhã para pegar ônibus lotado, pagar um valor caríssimo por um serviço público péssimo.

E ainda querem retirar a legitimidade do ódio que leva ao protesto.

Aí vem à mídia oficial dizendo que teve quebradeira, dano ao patrimônio público, violência… desculpe a expressão, mas, “vão à merda!” Divulgar que na manhã de sexta havia gente desaparecida, presa e ferida, e que inclusive segundo nota do MPL até a data de hoje ainda tem gente presa, isso não fazem, e por quê?

Exatamente porque a sociedade está dividida em quem manda e quem obedece, e quando quem obedece se cansa e vai a luta, aí é reprimido, tratado como vândalo e deve morrer.

Alguma dúvida que a polícia e todo o sistema jurídico são aparatos de extermínio da população pobre a serviço do Estado?

Isso comprovou-se na ordem dada pelo promotor; só porque estava nervosinho no trânsito. Ora, como ele acha que estão quem é violentado todos os dias pelos serviços públicos sucateados? É válido lembrar também que é o povo quem paga o salário gordo que garante a ele não precisar pegar o metro, o busão e suportar a violência cotidiana do transporte público e de todos os outros serviços públicos que são uma grande merda.

 Logo abaixo a nota do MPL sobre compas que continuam presos.

No ato contra o aumento da passagem realizado no dia 06/06, houve divulgação de que 15 pessoas foram detidas, dessas, 6 manifestantes foram presos e mantidos na 78ª Delegacia de Polícia. Quatro deles se encontram em liberdade desde sexta-feira pela manhã, mediante o pagamento de fiança, duas no valor de um salário mínimo e duas no valor de 3 mil reais. Parte deste valor foi pago pelas famílias e, em parte, por fundos do Movimento Passe Livre. Outros dois continuam detidos apesar do MPL e da Conlutas terem levantado o dinheiro necessário para a fiança.

Isso se deve a um conjunto de fatos. Primeiramente, ao chegarmos na 78ª DP para pagar as fianças, os mesmos já haviam sido transferidos, para a 2ªDP. Desta forma, tivemos que nos dirigir ao Fórum da Barra Funda, porém não pudemos pagar a fiança pois a documentação da delegacia ainda não havia chegado ao Fórum. Às 18 horas de sexta-feira os papéis finalmente chegaram, mas não havia mais tempo para que as fianças fossem pagas.

Na segunda-feira(10/06)faremos o pagamento da fiança para libertar os presos e os advogados de confiança do MPL irão acompanhar os respectivos processos.

Acreditamos, no entanto, que nenhum destes problemas foi casual: nem a transferência, nem a demora dos documentos, nem os valores das fianças. Todo esse conjunto de empecilhos tem como objetivo atrasar o processo, mantendo os companheiros por mais tempo na cadeia – algo que não pode ser deixado de lado em hipótese alguma. Além disso, contribui para a criminalização de quem luta por uma cidade de e para todas as pessoas.

Movimento pela redução da tarifa fez São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia tremer.

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Foto: SP

Nesta tarde e início de noite de quinta-feira, 06 de junho de 2013, manifestações deram o tom de repúdio ao aumento da tarifa do transporte público em três estados do Brasil. E como de hábito (infelizmente) os manifestantes foram recebidos a cassetes, balas de borracha e gás lacrimogênio de uma polícia truculenta a serviço deste Estado capitalista e cúmplice das empresas de transporte.

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Foto: RJ

Porém, nos três estados os manifestantes não se acuaram e foram para cima mostrando que não estavam para brincadeiras, com faixas, apitos e muita revolta; queimaram pneus, fecharam vias e enfrentaram o choque, o lema era; “se a tarifa não baixar a cidade vai parar” .

Quem ficou em casa assistindo TV, com certeza viu a noticia, pois, foi divulgado inclusive em tempo real o que estava ocorrendo; e a informação era a mesma: população na rua protesta contra o aumento da tarifa. Claro que a mídia burguesa não conseguindo esconder a brutalidade da polícia, restou apenas dizer que houve violência de ambas as partes.

Foto: Goiânia

Foto: Goiânia

E mais protestos virão por aí, pois não é possível continuar essa realidade que se repete no país inteiro de um transporte público caríssimo, que na verdade, se tornou um grande negócio, onde circula muito dinheiro, e por isso não será de forma amigável que irão largar o osso. Os poderes municipais, estaduais e federal já se venderam, só resta a população mesmo se organizar, protestar e tornar essa luta constante, pois, muito mais que barrar o valor, precisamos de autogestão deste serviço público!

Foto: SP

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Em nota: Por Movimento Passe Livre, via e-mail. (em SP)

O Movimento Passe livre informa que os advogados presentes na manifestação de hoje foram IMPEDIDOS de entrar na delegacia onde há um grande número de manifestantes presos.

Toda solidariedade e força aos compas! Seguimos na luta!

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Vídeos do manifesto em SP. Divulguem!

 

E aqui o link do vídeo de Goiânia da mídia burguesa.

A ideia do nascituro se baseia em quê? Valores morais religiosos?

Dotar o nascituro de personalidade jurídica com direitos é uma teoria concepcionista totalmente cristã que vem na contra mão de um Estado Laico. E não é uma questão de interpretação meramente semântica, pois, a discussão não é sobre se há várias formas de compreensão da vida, ou do que é considerado vida. Mas sim, que o Estatuto em torno do nascituro, da defesa de células se apoia apenas em valores morais religiosos doutrinários que são crenças particulares de determinados grupos sociais. Um Estado Laico não confessa religião, é plural, diverso e preza pela compreensão e tolerância onde cada grupo social pertencente à sociedade exerce seus direitos professando suar fé na religião que quiser, sem que interfira no bem estar societário.

Agora, quando determinados grupos sociais se sentem prejudicados por determinadas leis, ou sentem a necessidade de alguma, nada mais legitimo que lutar e promover o debate com a sociedade sobre tal assunto, porém, um Estado laico não pauta suas leis por dogmas religiosos, ainda mais quando tal lei representa apenas a decisão de um único grupo que se coloca no direito de decidir por toda a sociedade, isso somente revela arrogância, intolerância, desrespeito e autoritarismo mascarado com uma bandeira hipócrita de proteção à vida, à criança… Que ainda nem existe, mas a mulher sim!

Este Estatuto do Nascituro que foi aprovado na Comissão de Finanças e segue para ser aprovado na Comissão de Justiça a no Plenário, ele é totalmente surreal e perverso, criminaliza a mulher colocando uma pedra sobre o debate do aborto, um debate importantíssimo, pois a quantidade de casos de violência contra a mulher que existe no Brasil de espancamento, estupro, assassinato não é brincadeira. E isso, não está sendo levado em consideração, não há respeito pela mulher nem a analise de quão ridículo ele é, pois na prática, de acordo com o que foi proposto, uma mulher quando for estuprada além de não poder fazer o aborto, ainda terá que conviver com tal criatura desprezível (estuprador) pelo resto da vida, pois, o mesmo terá de pena: pagar pensão, e não duvido que acrescentem direito a visitas aos fins de semana. Absurdo! Imaginem o dano psicológico que um estupro causa para uma mulher e o que causará a ela tendo que conviver com tal situação, é como incentivar a mulher ao suicídio.

E tem mais, obrigar uma mulher a manter uma gravidez de uma criança encefálica, (inflamação no cérebro que levará a criança a óbito após nascer) é outro absurdo! Primeiro: todas essas questões devem ser de autonomia da mulher, ela deve decidir! Segundo: há uma discussão de classe envolvida que temos que considerar, porque aquela mulher que possui poder aquisitivo irá numa clínica de aborto e resolverá o problema, enquanto a mulher periférica estará ferrada! Será ainda mais perseguida do que já é, mais criminalizada, mais desmerecida e continuará morrendo em clinicas clandestinas por omissão de um Estado genocida que negligencia uma questão que é de saúde pública, e se cala diante de um Estatuto policialesco, portanto, mais porrada essa mulher vai levar, porque estará institucionalizado: o nascituro terá mais direitos que ela.

Essa é a afirmação de uma sociedade teocrática de valores patriarcais em que a mulher será punida por todo o mal!

Não podemos aceitar!

Avante mulheres! Chega de cristo em nossos ovários!

Tamujunto!

O machismo no dicionário informal do R7. Qual o significado da palavra ordinária?

feminismoEstava a escrever um texto outro dia (para o blog) e num determinado momento me deparei com a palavra; ordinária, qual utilizaria como adjetivo de algo ruim, fora de ordem e que não cumpre com algo acordado, de modo que, tive a preocupação habitual de ter a interpretação correta, afinal, algumas palavras assumem significados pejorativos em determinado contexto cultural, (também porque não tenho formação em letras) por isso, fui confirmar no dicionário, e o de praxe à quem migrou para a cibercultura: página do google –  digita – qual o significado da palavra ordinária? Ok! Apareceram às opções, cliquei na primeira,  Ordinária – Dicionário inFormal, quando abri o site para confirmar se minha interpretação estava correta, tive a surpresa de encontrar isto como definição:

Mulher que não presta, faz armações tudo por dinheiro e gosta de se exibir para os homens, mais novinhos”.

Exemplo, Aquela ordinária estava louca pra transar com o Paulo.

Continuei a ler o site e ver se eu não estava sendo precipitado em tecer minha opinião, (apesar de que essa duas frases já dizem tudo pra mim) encontrei isso:

Muitas vezes como a definição colocada neste site de um mulher “ordinária” é colocado de tal ordem que passa a ideia que as mulheres ordinárias seriam todas levianas, vagabundas, o que deve ser repudiado, nem todas as mulheres são vagabundas. A sociedade “convencionou” que algo ordinário, ordenada ou de “ordem” não necessariamente deva ser atribuído a todas as mulheres  como sendo vagabundas, rameiras, lasciva, libidinosas, imorais, depravadas etc., seria a coisa de ordem, porém não o é! Assim acho que a colocação da palavra “ordinária” às mulheres que mantem-se numa ordem de boa moral, não necessariamente são extraordinárias. Se a sociedade humana está degradada, não é por causa das mulheres ordinárias, mas sim pelas extraordinárias, que fazem mais na conduta sexual ordinária, para reprodução, a função primária para uma relação sexual. Se agora uma mulher é lasciva, e dá o cu  fornecer o esfíncter de forma passiva e lasciva; entregar o canal do reto para prazer… Como vertido neste dicionário, nem todas o dão!

Olha, confesso; o que está escrito aí em minha opinião é tentar explicar e se lambuzar ainda mais na merda que fez, pra mim não faz sentido toda essa explicação. Não havia porque fazer referência a mulher. Não sou professor, mas se é importante explicar com exemplos, o mais correto seria usar de forma neutra, tipo: “aquela empresa é ordinária” logo, significa que a empresa não é idônea, ou, “as pessoas tiveram uma atitude ordinária na câmara” logo, significa que as pessoas agiram por interesse. E só. Perfeito, certeza que todos entenderiam.

Fiquei indignado… Li e re-li, refleti, não havia outra conclusão! Sabia que as palavras assumem significados pejorativos, devido o momento histórico/cultural, (o que é ruim) mas essa foi demais – explicação de dicionário criminalizando a mulher, reafirmando uma cultura patriarcal e hedionda – nem sei dizer se neste caso, é sutil, pelo menos não pra mim! Pois, fiquei a pensar na quantidade de pessoas que acessam em busca da mesma definição que eu precisava e se deparam com este horror, e com certeza boa parte não percebe, simplesmente assimilam e mais tarde reproduzem essa cultura de inferiorização da mulher de forma natural, legitimando ainda mais uma sociedade em que as mulheres são vistas como seres de subserviência ao homem, que tem que lavar passar, cozinhar, cuidar dos filhos, fazer sexo quando o homem quer… Ou seja, ser sempre a propriedade, a empregada, a culpada, a crucifixada, a compadecida que tem que amar um mundo que a condena.

Absurdo! Lembrei-me de duas amigas que num programa de rádio leram um texto que falava em como os adjetivos quando são utilizados referindo-se a mulher são sempre de forma machista, desprezando a mulher, colocando a sempre como degenerada, corruptora de lares, pervertida, praga da humanidade entre outras deformações.

Aí lembrei que esta é uma briga grande de se travar numa sociedade tão cristã como a nossa, não sou contra nenhum tipo de crença, mas penso que a religião contribui demais para a alienação do povo e para todo esse machismo que vivenciamos hoje.

Na bíblia, por exemplo, conta-se o mito que no iniciou do mundo quem comeu o fruto proibido foi a mulher (Eva), deixando claro, que foi ela quem perverteu o homem (o tal do Adão) e trouxe o pecado para o mundo. Vejam só, além de cultural é algo religioso, pior ainda, porque com a ordem de Deus não se discute – uma boa forma que alguns canalhas inventaram para escravizar as mulheres – e isso perdura e vai determinando a vida – a questão do aborto, tenho certeza que se fosse o homem quem parisse, já estaria legalizado!

Mas em tempos que se faz piada com a lei Maria da Penha, lei que existe devido uma mulher ter ficado paraplégica porque o marido com seu sentimento de posse, além de a espancar durante seis anos, deu um tiro tentando a assassiná-la.

A verdade, é que muita luta ainda há pela frente nesta sociedade patriarcal!

OBS: Fui até o famigerado dicionário “Aurélio” esquecido na estante, e a palavra ordinária refere-se; Substantivo feminino, singular, 1. ao gasto diário, mensal ou anual. 2.Pensão alimentícia. – Enquanto adjetivo: 3. de má qualidade; inferior 4. de baixa condição; baixo, grosseiro.

Era só isso que eu queria, e que até havia lá no site, junto com toda essa droga junto.

Estatuto do Nascituro: a mulher que se foda

Hoje o Estatuto do Nascituro foi aprovado na Comissão de Finanças.

Ainda falta ser aprovado na Comissão de Justiça a no Plenário. Mas não duvido nada que seja. Nunca ouviu falar do Estatuto do Nascituro? Basicamente é o seguinte: um ÓVULO FECUNDADO vai ter mais direitos do que eu, do que a sua mãe, do que a sua irmã e do que a minha filha e todas as outras mulheres do Brasil. Se, digamos, minha filha de nove anos fosse estuprada e engravidasse, não teria direito a fazer um aborto; teria de manter o filho do agressor. Se caso não tivesse recursos para sustentar a criança (!!!), o Estado se responsabilizaria com a apelidada BOLSA ESTUPRO até os 18 anos do filho – isso caso o estuprador não fosse identificado e RESPONSABILIZADO. Aborto de anencéfalo? Esquece. Risco de vida pra mãe? Foda-se a mãe. Trauma? Foda-se a mãe.

O aborto ilegal já causa 22% das mortes maternas. Com essa monstruosidade aprovada, é provável que esse número dobre, triplique. Criminalizar o aborto não é solução. Já falei sobre isso aqui.

Mas isso é muito, muito pior. Até o “aborto culposo” querem inventar. Sabe homicídio culposo, onde a pessoa não tem a intenção de matar? Então. Vai ser a mesma coisa se a mulher abortar acidentalmente. Ela será investigada. Imagina só perder um filho e ainda ser suspeita disso?

Se a mãe correr risco de vida e precisar de um tratamento que coloque em perigo a vida do feto, ela será proibida de se tratar. Afinal, a vida de um amontoado de células que ainda não nasceu, não tem personalidade, não tem consciência, é evidentemente mais importante do que a de uma mulher formada.

Vejamos alguns dos artigos dessa aberração:

Art.1º Esta lei dispõe sobre a proteção integral ao nascituro.

O embrião, você quer dizer. O amontoado de células.

Art. 2º Nascituro é o ser humano concebido, mas ainda não nascido.

Pff.

Parágrafo único. O conceito de nascituro inclui os seres humanos concebidos “in vitro”, os produzidos através de clonagem ou por outro meio científica e eticamente aceito.

 Quer dizer, ATÉ UM CLONE é mais importante do que a vida da mãe.

Art. 4º É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar ao nascituro, com absoluta prioridade, a expectativa do direito à vida, à saúde, à alimentação, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar, além de colocá-lo a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

SENHORES, NÃO SEI SE VOCÊ SABEM, MAS ELE AINDA NÃO NASCEU.

Art. 9º É vedado ao Estado e aos particulares discriminar o nascituro, privando-o da expectativa de algum direito, em razão do sexo, da idade, da etnia, da origem, da deficiência física ou mental ou da probalidade de sobrevida.

E a mãe que se foda.

Art. 10º O nascituro deficiente terá à sua disposição todos os meios terapêuticos e profiláticos existentes para prevenir, reparar ou minimizar sua deficiências, haja ou não expectativa de sobrevida extra-uterina.

E a mãe que se foda, depois de ter passado uma gestação inteira sabendo que o filho não sobreviveria.

Art. 13 O nascituro concebido em um ato de violência sexual não sofrerá qualquer discriminação ou restrição de direitos, assegurandolhe, ainda, os seguintes:

I – direito prioritário à assistência pré-natal, com acompanhamento psicológico da gestante;

II – direito a pensão alimentícia equivalente a 1 (um) salário mínimo, até que complete dezoito anos;

III – direito prioritário à adoção, caso a mãe não queira assumir a criança após o nascimento.

Parágrafo único. Se for identificado o genitor, será ele o responsável pela pensão alimentícia a que se refere o inciso II deste artigo; se não for identificado, ou se for insolvente, a obrigação recairá sobre o Estado.

 Quer dizer: se uma menina for estuprada pelo próprio pai e engravidar, ela vai ter que carregar o filho/irmão, parir, criar e ainda ter que lidar com o pai de ambos, ou colocar o filho para adoção, como se os orfanatos fossem lugares bacanérrimos, como se o processo de adoção fosse algo fácil, como se isso tudo tivesse alguma conexão com a realidade. Se uma mulher for estuprada por desconhecido, até parece que vão caçar o cara para que ele dê pensão. Não sei o que é pior, o Estado oferecer a pensão ou sugerirem que o ESTUPRADOR pague pensão. Ele deveria estar preso, não deveria? Se encontrado, o estuprador não seria preso, mas obrigado a sustentar um filho? Vão querer visita obrigatória também? É completamente fora da realidade. Completamente. É de uma falta de empatia que eu nunca vi nessa vida. Obrigar uma mulher a carregar o fruto de uma violência é acabar com a vida dela. Ou seja, mais uma vez: FODA-SE A MÃE.

É basicamente isso que diz o Estatuto do Nascituro: foda-se a mãe, foda-se a mulher que sofreu violência, foda-se a vida delas. O que importa é a vida que foi gerada.

E isso é baseado em que, mesmo?

Crenças. Crenças de que DEUS mandou essa vida. Gente, olha só, eu sou atéia, eu não tenho DEUS ALGUM. Se você tem um deus e ele não quer que você aborte, apenas NÃO ABORTE. Mas tire as suas idéias, as suas crenças e essa violência toda do corpo das outras mulheres. Das mulheres. De todas as mulheres.

O Estado não pode mandar em nossos corpos.

Aqui tem um post da Lola a respeito.

Aqui tem um do queridíssimo Pedro Munhoz.

E aqui tem essa MONSTRUOSIDADE na íntegra.

Não podemos aceitar. Não podemos nos calar. Não podemos deixar que os fundamentalistas religiosos tomem assim esse país.

O

ESTADO

DEVE

SER

LAICO.

Se não lutarmos por isso, se não fizermos barulho, retrocederemos mais e mais e mais até, sei lá, não podermos usar energia elétrica ou remédios.

Conto com vocês pra fazer um escarcéu.

Fonte: Clara Averbuck

A que se presta isso?! (Parte II) Apresenta: A novela do VLT

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Foto: Tribuna do povo

Na semana passada, quarta-feira, dia 29 – o  ilustríssimo Coronel do Estado de São Paulo Geraldo Alckimin – mais um vez esteve na região (Baixada Santista) para falar sobre a implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT), acompanhado de políticos profissionais que aproveitaram o momento para sair bem na foto e na balela, lá estiveram os paladinos políticos de nossa região –  festival de amigos e inimigos – todos juntos na maior alegria – e na maior cara de pau, quem tem memória sabe; quantas foram às vezes que se falaram nisso nos últimos 12 anos, sendo que nos últimos quatro, foi a todo o momento palanque político.

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Foto: Tribuna do povo

Olha, pode ser que agora vá né? Uma hora tem que sair – afinal, a copa do mundo está batendo na porta e os turistas não vão querer andar num transporte público lotado. Será que é por isso? Ou não? Será que é porque o trânsito está um inferno e que para percorrer 8 km em área plana na hora do rush, gastasse em torno de 1h30min.

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Foto: Prefeitura de SV

Pois bem, voltando ao capitulo inicial desta novela, o que mais desperta indignação é esse espetáculo à custa de dinheiro público, só o que gastam andando pra lá e pra cá, já dava pra ser feito muita coisa, sem contar que há muito tempo que a questão da mobilidade urbana é um problema sério na região, e esses camaradas eleitos pelo povo, deixaram a situação chegar onde está; transporte público péssimo, trânsito péssimo, organização e planejamento das cidades péssimas, e agora em momento de bifurcação, pois, é resolver ou resolver, vêm fazer graça com chapéu dos outros.

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Foto: Tribuna do povo

Digo; que bando de ordinários, e como disse o grande Chico Science: quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça.

Como trilha sonora da novela uma música da banda de rock ativista de Praia Grande Pícaros. com letra do Poeta Vicentino Armando F. Santos

 

Piracicabana: Aumento da passagem é assalto à classe trabalhadora! R$ 3,55 até R$ 4,00. Absurdo!

onibus-lotado-300x199Desde ontem (3) a tarifa do transporte público aumentou com valores que variam de R$ 3,55 até R$ 4,00 mantendo-se na posição de talvez a passagem mais cara do país. (será que precisa pesquisa?) A Baixada Santista vive uma realidade caótica no que diz respeito ao transporte. E até agora não surgiu nenhum movimento social organizado que fosse capaz de no mínimo estimular a população a peitar essa situação.

No Brasil inteiro o aumento da passagem vem indignando a população, em algumas regiões como no Rio Grande do Sul uma massa de pessoas foram às ruas e conseguiram bloquear o aumento, em outras a luta continua, com ônibus sendo queimados, ruas sendo bloqueadas, confrontos com a polícia e tudo mais que for possível e criativo para barrar o aumento, pois aceitar essa realidade não é mais possível. E a maioria já sacou isso.

Enquanto todas as esferas de governo: federal, estadual e municipal fecham os olhos e nada fazem para deter o abuso das empresas de transporte público, que oferecem um serviço ridículo.

Aqui na baixada a situação é insustentável; ônibus sempre lotados, não há cobradores, agora, imaginem as dificuldades de ser cadeirante diante deste transporte insano, pois são poucos os ônibus que possuem acessibilidade, e quando há, o cadeirante nem consegue entrar, porque o ônibus está entupido de gente, sem contar o caos que passa o motorista tendo que parar numa avenida num trânsito desgraçado, tendo o pisca no alerta, deixando sua função, pois tem que ir descer a ponte móvel de acesso, e por quê? Porque não há um operador a disposição, que poderia ser o cobrador! A linha Ponte Pênsil/ Santos, (que faz do bairro do Japuí em São Vicente ao centro de Santos) por exemplo, os micro-ônibus não são adaptados, ou seja, nem cadeirante anda de ônibus nesta região, e no caso, nem um pai ou uma mãe que esteja com carrinho de bebe, não entra! Não tem por onde entrar. Piada? Não!

Este é o absurdo que chegou à baixada santista, com uma empresa que monopoliza o transporte publico e com certeza deve financiar toda a classe política, pois, não há uma alma eleita que tenha interesse real de entrar nessa briga, tem uns politiqueiros ali e outro lá, querendo fazer nome para próxima eleição.

É uma vergonha!

Bora pra rua! Bora se organizar. Lutar criar poder popular!

Semana aziz ab’ saber do meio ambiente em Conceiçãozinha. Não conhece? Bora então, conhecer um pouco de cultura caiçara?

id_9002_coAproximadamente um quilômetro da margem de Santos, do Estuário e dois quilômetros da Ponta Praia, está o sítio Conceiçãozinha (localizado em Vicente de Carvalho – Distrito de Guarujá), onde reside uma comunidade caiçara de costumes e tradições riquíssimas, porém, quase esquecida no tempo e espaço, devido, a dinâmica das cidades que vão crescendo, se expandido, e na maioria das vezes, excluindo comunidades tradicionais.

conceicaozinha2Para quem não sabe a palavra caiçara é de origem tupi, e refere-se à grupos de pessoas que vivem em áreas litorâneas, cuja forma de sobrevivência advém da pesca e da agricultura de subsistência, no caso, Conceiçãozinha é bem isso, uma comunidade que vive da pesca artesanal e da agricultura, com uma culinária diversa de vegetais e com o pescado que serve tanto para consumo como para o escambo, pequenas vendas e troca por produtos como como sal, feijão, açúcar, café, arroz, óleo, querosene (para iluminação), fósforos, tecidos, e alguns outros materiais.

Resistência Caiçara

imagesSegundo relatos de moradores antigos, a área do sítio já foi muito maior do que é hoje, outros bairros ao redor pertenciam ao sítio que ao longo dos anos foi sendo dividido, e hoje, o sítio está reduzido a 450,000 metros quadrados, equivalentes a 450 metros de largura por um quilômetro de cumprimento. Ainda assim, a comunidade resiste ao processo de “desenvolvimento” numa área portuária onde é preciso viver junto com os problemas existentes produzidos por empresas que vão se instalando, e que não possuem nenhum respeito ao meio ambiente, nem pela comunidade, pois vale ressaltar que toda a área do sítio é de vegetação de manguezais e há tempos vêm sofrendo impactos, devido substâncias químicas depositadas, e também por causa de todo o esgoto do Estuário que em épocas de cheia da maré as margens do bairro que é cortado pelo rio Santo Amaro ficam impregnadas de lixos domésticos de navios, por isso, pouco a pouco toda a região vai sendo degradada, sem contar que a própria comunidade acaba em condição insalubre.

Entretanto, a Comunidade de Conceiçãozinha todos os anos celebra a importância histórico/cultural de sua existência, para ter uma ideia, essa comunidade reside sobre antigas terras Tupinambás, e assim como os índios a maior parte de suas histórias foram transmitidas e encontram-se preservadas por meio da oralidade. (há alguns anos, algumas ONGs começaram a tecer registro histórico escrito) E de acordo com relatos de antigos moradores alguns sítios arqueológicos com artefatos indígenas já foram encontrados em Conceiçãozinha e reforçam a história que é contada há gerações. (os materiais foram levados para São Paulo) A presença também de ruínas de uma velha capela, na margem oposta à comunidade, no rio Santo Amaro, contribui para comprovar as histórias, pois, caracterizam passagem jesuítica pela região, segundo alguns moradores, a comunidade teria origem Guarani, ou talvez Tamoio, do grupo tupinambá 12, termo qual eram conhecidos os tupis da costa da serra do mar.

O resgate da memória de uma história patrimônio cultural

A celebração este ano de Conceiçãozinha estará realizando a semana do meio ambiente, onde haverá debates, apresentações culturais, visitas, oficinas de redes biodegradáveis e também seminário de histórias caiçara, entre outras atividades, a ideia é apresentar a comunidade Caiçara de Conceiçãozinha, além de conscientizar a sociedade da importância de preservar a cultura caiçara e proteger o meio ambiente.

Por enquanto, é só, a Rádio da Juventude estará acompanhando e mais informações divulgaremos se possível com os próprios relatos dos moradores de Conceiçãozinha, pois a identidade cultural de um povo é o que mais rico a humanidade é capaz de produzir, e, no entanto, Conceiçãozinha há algumas décadas persiste contra o desenvolvimento predatório que devasta o meio ambiente e não respeita costumes, hábitos, crenças e toda essa gama de tradições tão importantes e fundamentais.

Referência: Trabalho de Conclusão de Curso, 2002: Sítio Conceiçãozinha – O Impacto da Urbanização e Industrialização em uma Comunidade Tradicional Caiçara, do Professor Carlos Eduardo Vicente.

Segue programação:

DATA: 05/06/2013

LOCAL: Conceiçãozinha – sede do VIOLODUM

09h00 – Abertura com a apresentação do Grupo VIOLODUM

● Carlitos de Jesus fala sobre a história do VIOLODUM

● Cine vídeo Ambiental

● Ingrid Oberg – Escritório do IBAMA Santos – “Problemas Ambientais da Baixada Santista”

● Mostra dos painéis de todas as atividades dos anos anteriores

● Exposição e venda de quadros de talentos da Comunidade

● Oficina Caiçara de redes biodegradáveis (cordone)

● Início da Elaboração do Mapa Ambiental e Cultural da Conceiçãozinha.

DIA 06/06/2013

LOCAL: Conceiçãozinha – sede do VIOLODUM

09h00 – Professora Conceição fala sobre momentos importantes de ações socioculturais realizadas na Conceiçãozinha

● Cláudia Soukup – “Arborização nas Cidades e Aquecimento Global”

● Saída ônibus do programa “Caminhos da Mata” – Roteiro das Praias

● Início do replantio de mudas de Ipês, Jussara – Aroeiras, Abricós, Amoreiras, Palmeiras de Jerivás, Jambolões – Goiaba – Jaca – e Construção de um mapa (GPS) com referencia geográficas dessas arborizações (GPS)

● Oficina com literaturas Ambientais de cordel, tema: “Planeta Terra” Oficina de rede biodegradável – “Demonstração e aprendizado das redes biodegradáveis – Redes – Cordéis do Cordonê – Redes cordonê versus redes de poliéster.

DATA: 07/06/2013

Local: Unifesp de manhã e Teatro Guarany na parte da tarde

Um dia de meio ambiente com a Universidade Federal de São Paulo (Campus da baixada santista)

Saúde socioambiental

08h30 horas – ECOSOL, PESCA E AQUICULTURA

LOCAL: Saguão do Edifício Central, à Rua Silva Jardim, 136 – Vila Mathias, Santos/SP

14h00 horas – OS DESAFIOS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA

LOCAL: Teatro Guarany à Praça dos Andradas, 100 – Centro, Santos- SP

DATA: 08/06/2013

LOCAL: Conceiçãozinha – encontro na sede do VIOLODUM

09h00 – Visita de Barco nas Praias do Rio Santo Amaro e ilha Barnabé com barco da Comunidade e apoio barco da SEMAM, com possibilidade de passagem pela Casa Flutuante e Sala Verde no Caruára.

DATA: 10/06/2013

LOCAL: Conceiçãozinha – sede do VIOLODUM

09h00 – Visita de alunos da Comunidade para estudos das Espécies da fauna e flora local, arborizações, pontos culturais existentes no Bairro (fotos Relatórios entrevistas) etc. apoio da Equipe de EA da SEMAM

DATA: 11/06/2013

LOCAL: Conceiçãozinha – encontro na sede do VIOLODUM

09h00 – Limpeza dos Manguezais do Sitio

DATA: 12/06/2013

LOCAL: Conceiçãozinha – encontro na sede do VIOLODUM

09h00 – Visita a Lagoa das Marrecas e as ruínas do Casarão nas matas do Sitio Conceiçãozinha, com participação da Equipe de EA da SEMAM

DATA: 13/06/2013

LOCAL: Conceiçãozinha – encontro na sede do VIOLODUM

09h00 – Elio Lopes dos Santos – “Poluição Estuarina, Dragagem e os impactos socioambientais”

09h45 – Secretária de Cultura Mariângela de Araújo Gama Duarte – “A Cultura Caiçara”.

● Apresentação do resultado da elaboração do mapa de arborização e cultural construído no bairro com espécies da fauna e da flora local

● Avaliação dos cordéis

● Entrega de Certificados aos Participantes e documento final sobre as questões Ambientais, seus impactos nos entornos tal qual no Planeta.

● Apoio da Equipe de EA da SEMAM

Marcha indígena, quilombola e camponesa começou hoje (3) e se dirige para Campo Grande/MT

Campo Grande/MS, 03 de junho de 2013

Marcha indígena, quilombola e camponesa começou hoje e se dirige para Campo Grande/MS

451_515638231838085_1006396021_nJORNADAS UNITÁRIAS DE LUTA EM MT: pela demarcação das terras indígenas e quilombolas, reforma agrária, contra o capital e pela soberania popular

Organizada pelos movimentos sociais populares de Mato Grosso do Sul, a marcha desde Anhanduí, 60 km de Campo Grande, se iniciou hoje de manha cedo com aproximadamente 1000 pessoas, dando inicio às Jornadas Unitárias de Luta em Mato Grosso do Sul.

9939_515638335171408_793639001_nA mesma se realiza num momento histórico e estratégico da luta dos Povos da Terra no MS, em que os indígenas e em especial o Povo Terena decidiram dizer basta às mentiras do Estado e Governo brasileiros, e à violência incentivada com o silencio conivente do Governo do Estado, inimigo declarado dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul.

401931_514895908578984_1814681889_nE, num momento em que os nativos somam mais um mártir na luta pela terra e território no Estado, com a morte do índio terena Oziel Gabriel, durante uma reintegração de posse na Terra Indígena Buriti, a semana passada.

A marcha dos Povos da Terra, junto com os estudantes, militantes de sindicatos, entidades e organismos de defesa dos direitos humanos, é para reivindicar a demarcação das terras indígenas, titulação e demarcação dos territórios quilombolas e exigir a reforma agrária que esta totalmente parada no Estado.

922747_514904668578108_277612198_nAlém disso, a marcha tem um caráter político de grande importância por conta que os movimentos sociais no Estado têm avançado num processo unitário importante, valorizando a unidade entre indígenas, camponeses e quilombolas, diretamente enfrentados ao agronegócio e latifúndio, à violência e a desterritorialização provocada pelo agro capital, sendo as principais vítimas os legítimos donos das terras nesta parte do país. O poder econômico e político, as transnacionais, o Governo Federal e Estadual, segundo os organizadores das Jornadas de Luta, têm usado como o argumento um império ideológico inserido em frases como: “os indígenas têm que se integrarem à economia nacional”, falácias como “o desenvolvimento não pode parar”; “reforma agrária já foi feita, agora precisa melhorar os assentamentos”, etc. Assim esse mesmo império, com os mesmos argumentos, defende o indefensável: uma “economia urbanoide” para esvaziar os campos e as terras e deixá-los nas mãos de investidores e invasores estrangeiros, das transnacionais da monocultura, dos agrotóxicos, e das financeiras agropecuárias. E pior de tudo isso é que esses pacotes devem avançar a qualquer custo, ainda se custar à própria vida, cultura e os modos peculiares de vida dos indígenas, camponeses e quilombolas, fundamentalmente. O Tribunal Popular da Terra, um dos organizadores da marcha tem sido um dos espaços mais importantes nos dois últimos anos desse processo de articulação, diálogo e unidade dos Povos da Terra no Estado.

A marcha que se iniciou hoje vai durar quatro dias, sendo que o objetivo, além de dar visibilidade à problemática fundiária no Estado, dará lugar para momentos de estudos e formação política dos participantes da marcha, que vem pela BR 163. Os movimentos sociais do campo entendem que a construção da unidade não é uma mera retórica de discursos e sim um processo que tem que ser construído e demonstrado sobre tudo na pratica se for verdadeira.

Fonte: Valdelice Veron