Reflexão & Ação: Estado e Movimentos Sociais

O programa Reflexão & Ação, realizado em 03/03/2012, levantou o tema: Estado e movimentos sociais.
Um debate imperdível! Iniciou com uma explanação sobre a formação do Estado moderno, em seguida os pontos: autonomia dos movimentos frente ao Estado; papel dos movimentos sociais; limites da via institucional; horizontalidade, centralismo e vanguarda; experiências de luta no ‘hoje’; outtros, foram levantados pelxs compas Márcio Fernandes, advogado e Simone Maria, educadora popular, com apresentação e mediação de Fernando Rocha e estréia de Lila na técnica.

Confira na íntegra:

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Reflexão e Ação – em debate: O sistema carcerário no Brasil

O sistema carcerário no Brasil é uma máquina de moer gente! Principalmente negros e pobres, impossível pensar os problemas das prisões no Brasil sem levar em consideração a formação histórica e o recorte de classe.

Neste último sábado dia 01 de dezembro de 2012 o programa Reflexão e Ação teve como tema de debate: “O sistema carcerário no Brasil”.

Contou com participações da Prof. do Curso de Serviço Social da UNIFESP Andrea Almeida Torres e com a Educadora Social Camila Gibin que compõe o movimento de defesa da infância e juventude e o Coletivo Feminista Anastácia Livre.

Ouça na íntegra todo o programa com a apresentação de Lila Maria.

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Reforma política, tributária… PT X Psol discutem novos rumos para o país!

O Programa Reflexão e Ação de Janeiro trouxe a discussão sobre “Novos rumos para o país no governo Dilma”, a discussão girou em torno da reforma política e tributária.

Participaram deste programa Emerson do PT de São Vicente e o professor de história Maycon do Psol de São Vicente.

Duração do programa 01H:30min

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OBS:  Está dando erro no arquivo e o programa fica em torno de cinco minutos, feche a página e abra novamente caso isso acontecer.Valeu!

Reflexão e ação: Nós somos a revolução em movimento!

Quem esteve na sintonia das três últimas edições do programa Reflexão e ação da Rádio da Juventude, pôde estar acompanhando as discussões referente a atual realidade dos movimentos sociais no Brasil, em particular na região. O programa com a intenção de jogar lenha na fogueira e com intuito de provocar os militantes da região sobre como eles estão se organizando, e de que forma esses movimentos podem se unir e construir lutas juntos, resolveu partir para essa briga numa série de quatro programas, sendo que o último será neste sábado dia 19/05 com o tema “Pra que mais um comitê de lutas?”

Estiveram presentes nestes três programas, Edileuza, Valeska e Flávia CES (centro dos estudantes de Santos), Samira PJ (Pastoral da Juventude) Jesus estudante de Publicidade,  Simone Educadora Popular, Tamiris ANEL, Fábio e Ornella Rádio da Juventude.

Os principais apontamentos levantados nos três programas foram:

* a necessidade de formação de unidade entre todos os movimentos para construir lutas juntos

* o resgate da consciência de classe

* o resgate da memória histórica das lutas para fortalecer identidade

* o respeito recíproco dos movimentos  para trabalhar juntos

* formação militante para compreender a realidade

* ocupar os espaços midiáticos para fortalecer a luta, fazendo frente aos convencionais que criminalizam os movimentos

* entender que o processo revolucionário não é imediato, mas também é pedagógico e se faz na luta

* acertar o que queremos, é derrubar o Estado em busca de uma nova organização social? Ou uma reforma basta?

* assumir o papel de ir pra rua instigar a população a lutar, sem frustração pelo fato de sermos poucos

* os movimentos precisam estar em conexão contínua trocando informações e pensando ações juntos

Quem quiser conferir os programas, seguem os links A importância de se manifestar, Militância estudantilConstruir lutas

OBS: O tema “Pra que mais um comitê de lutas?” É uma provocação em relação a formação do Comitê de Lutas pelo transporte público da Baixada Santista, iniciativa de organizações e cidadãos que vem articulando em Santos e São Vicente atos de protesto referente ao aumento da tarifa do busão (inclusive a Rádio da Juventude) Não percam!

A luta revolucionária é um esforço continuo de aprendizagem, embates e sacrifícios. E não fazemos sozinhos!

Sexo: a primeira vez dói? Pra quem?


Segundo uma pesquisa da OMS (organização mundial da saúde) de agosto de 2010 a gravidez precoce é um problema  sério. De acordo com a pesquisa, a cada ano, pelo menos 16 milhões de meninas entre 15 e 19 anos tornam-se mães, o que representa aproximadamente 11% dos nascimentos registrados em todo o mundo.  O Brasil está na lista dos países que possui um quadro alarmante.

“A grande maioria desses nascimentos são produzidos em países em desenvolvimento. O risco de morrer por causas relacionadas com a gravidez é muito maior nas adolescentes que nas mulheres adultas. Quanto mais jovem a adolescente, maior é o risco”.

As principais causas levantadas pela pesquisa é a falta de diálogo na família, na escola, nos grupos comunitários e também a pouca iniciativa em políticas públicas, que são quase inexistentes.

Neste último sábado dia 22/01 o programa “Reflexão e Ação” levantou a discussão sobre o assunto, encarando o próprio mito de que sexo é um tema polêmico. Levando em consideração que além do problema da gravidez precose. Temos também a discussão de algo que a sociedade em geral não tem hábito de discutir, quando discute está quase sempre pautada por fundamentos religiosos, não levando em consideração a complexidade do assunto.

No estúdio da Rádio da Juventude estiveram presentes a Educadora social Ornella Rodrigues, a Psicóloga Janaina Costa, a militante da JOC e da Rádio da Juventude Jéssica Rodrigues e a também militante da Rádio da Juventude Jaqueline.

Os pontos levantados a respeito são referentes à nossa própria cultura, que nela está engedrada normas morais que não nos pertence, mas que foram imposições da igreja católica que reflete na sociedade até hoje. Com isso, a necessidade de uma re-educação, ou seja, uma reconstrução cultural é imprescindível. Sexo não é apenas uma relação sexual, existe toda uma relação afetiva que envolve auto-estima, construção de identidade, respeito consigo mesmo e com o outro. O que irá deflagrar numa forma de estar, buscar e ser feliz no mundo.

No entanto, um dos principais problemas é vivermos numa sociedade machista que trata a mulher como objeto, o homem como touro reprodutor e não discute uma política de entendimento transversal – homem e mulher – apenas reduz tudo a pecado, promiscuidade e silêncio.

O que revela uma grande hipocrisia que dificulta ainda mais a abertura de diálogo com a juventude, que sem orientação está entregue a falta de cuidados e ao prazer imediato.

Mas isso, também é só uma ponta do iceberg. Afinal, quantas mulheres casadas ou que estão namorando que nunca tiveram um orgasmo e não discutem isso com seu companheiro?

Quantas pessoas na terceira idade estão na solidão porque possuem vergonha de buscar um parceiro, que seja só para transar?

Quantos homens estão grilados porque sentiram prazer ao serem tocados na próstata?

Se começarmos a enumerar essa lista com certeza ela não terá fim. Sendo assim, o que dói mesmo é falta de diálogo, e sem ele continuaremos vivendo o presente com erros do passado sem projeção de futuro.

Reflexão e Ação. “Novos rumos para o país. Governo Dilma Rousseff”

Um marco na história, Dilma Rousseff a primeira mulher eleita Presidenta do Brasil. Porém, terá que lidar com a comparação ao substituir o então considerado maior estadista da história do país Luiz Inácio (Lula) da Silva.

Neste último sábado dia 15/01 o programa Reflexão e Ação (primeiro do ano) colocou em pauta para discussão o tema “Novos rumos para o país. Governo Dilma Rousseff”. O objetivo foi discutir os desafios que terá pela frente a primeira mulher eleita Presidenta do Brasil.

Para participar deste debate estiveram presentes no estúdio da Rádio da Juventude, o Secretário de Planejamento e Gestão Orçamentária da Prefeitura de São Vicente e militante do PT Emerson dos Santos e o Professor de História e militante do Psol e do Círculo PalmarinoMaykon.

Pergunta inicial. O governo Dilma será de continuidade? Quais as diferenças?

De acordo com Santos, sim! Isso conceitualmente. Temos muitos desafios pela frente, reforma política, tributária, agrária, urbana, entre outras. Todas elas são bandeiras do governo, mas todas serão levadas a debate, colocadas em plenária e a sociedade tem que participar. O governo não irá decidir sozinho, Dilma Rousseff será ainda melhor Presidenta porque é mulher, e não adianta falarem que o governo é assistencialista, o programa bolsa família é transferência de renda que possibilitou às famílias carentes saírem da miséria absoluta, PROUNE deu oportunidade a uma geração que não podia ser perdida. O embate ideológico é uma coisa, governar democraticamente é outra coisa. Dilma sabe disso, e tem experiência em administrar a máquina pública. Ou seja, continuaremos governando para todos os brasileiros dando atenção aos mais necessitados.

Maycon diz que: realmente é um governo da continuidade, um marco na história do país, por outro lado, lembra uma capitânia hereditária. A grande contradição é escutar o PT falando que assume determinadas bandeiras que não passam de retóricas. Depois de oito anos de governo os problemas ainda continuam, a reforma política não virá, se o governo mantiver a sua “política da continuidade”, por exemplo: a reforma política estabelecendo teto de campanha, financiamento público, fim das coligações, voto distrital misto, separação das eleições legislativas e executivas, todas essas mudanças entre outras, que seriam uma forma de democratizar o Estado, vai ser muito difícil de acontecer. Pois vai de encontro com as oligarquias partidárias que se beneficiam do capital privado, da mesma forma a reforma tributária que é uma mudança na estrutura e na legislação de impostos, taxas e contribuições, que contribuiriam para transferência de maior recurso para educação, saúde, segurança… Enfim, entra em conflito com a classe empresarial que está amarrada ao governo.

Resumindo:  como disse Drummond em um de seus poemas, e agora José? Se dois partidos de esquerda, possuem posições totalmente antagônicas.

Bem, vamos relembrar nossa Presidenta no dia da posse, Dilma fez dois discursos, falou sobre a erradicação da miséria, destacou prioridade na educação, saúde e segurança e também citou a importância dos movimentos sociais e da construção com a participação de toda a sociedade… Esse é o ponto: participação. Afinal, toda e qualquer mudança que beneficie a população não é feita porque os governantes são bonzinhos, ela acontece devido à mobilização e pressão popular!

Avanços ou não no governo Lula, muito ainda precisa ser feito, os serviços públicos estão sucateados, há um déficit democrático na comunicação, a reforma  agrária não se faz só com assentamento, a reforma urbana as chuvas estão mostrando o que a falta dela pode causar.

A crítica em relação ao programa bolsa familia e ao PROUNE,  não é para que eles terminem. (não enquanto as mudanças reais não aconteçam)

O problema é, será possível uma mudança real que venha consolidar uma sociedade justa de fato? Dentro deste sistema de capitalismo, que tudo amarra e tudo consome? Fica a  reflexão.

“A aids é uma doença sob controle. Do vírus”

“O número de mortes que a gente vivenciava era muito diferente do que as estatísticas mostravam”, disse de cara Beto Volpe, fundador e consultor do Grupo Hipupiara Integração e Vida, que trabalha com prevenção à aids e acolhimento da pessoa que vive com o vírus HIV, entre outras doenças. Há 21 anos com o vírus, ele foi o convidado do último Reflexão e Ação, que debateu o tema no último sábado, dia 04. O dia 1º do mês marcou o Dia Mundial de Luta contra a Aids, e a Rádio da Juventude aproveitou a data para trazer à tona a questão.

Ouça na íntegra:

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O papo com Beto Volpe foi bem-humorado, descontraído, mas não deixou de ser sério. Beto trouxe números, a realidade da doença, e até seus remédios para de tratamento. Na semana passada, ele havia escrito um artigo, intitulado “Cai o mito da mortalidade em aids”, em que comenta estudos recentes que mostram que os efeitos colaterais da doença (ou da medicação?), como problemas no coração, cânceres, etc, estão vitimando muitos soropositivos. E geralmente essas causas não são contabilizadas como morte por aids.  Continue lendo

O aborto tem que ser legalizado? Quem deve decidir? A mulher, o homem, a religião ou o Estado?

Centenas de mulheres no Brasil estão sendo perseguidas, humilhadas e condenadas por recorrerem à prática do aborto.

A criminalização do aborto condena as mulheres a um caminho de clandestinidade, ao qual se associam graves perigos para as suas vidas, saúde física e psíquica, e não contribui para reduzir este grave problema de saúde pública.

As mulheres pobres, negras e jovens, do campo e da periferia das cidades, são as que mais sofrem com a criminalização. São estas que recorrem a clínicas clandestinas e a outros meios precários e inseguros, uma vez que não podem pagar pelo serviço clandestino na rede privada, que cobra altíssimos preços.

Fonte: http://www.frentepelodireitoaoaborto.blogspot.com/

Reflexão e Ação

Neste ultimo sábado dia 27/11 o programa deu início a discussão sobre o tema “O aborto deve ser criminalizado ou liberado?” que de certa forma, desde alguns programas anteriores quando discutimos a influência da religião sobre a política, a Liberdade de imprensa, comunicação e formas alternativas, lei Maria da PenhaContinue lendo

Rezar é livre! O que não dá é suprimir direitos fundamentais que estão na constituição! Oxalá unt!

Em em 1231, o papa Gregório IX encarregou tribunais de julgar e punir todas as pessoas que não agissem de acordo com os preceitos da Igreja católica

Neste sábado dia 30/10 o programa Reflexão e ação discutiu “Religião e política”. Participaram deste programa a escritora e poetisa Ornella Rodrigues e o historiador e assessor da Secretaria Municipal de CulturaJosé Dionísio de Almeida.

Diz um ditado popular que essas são duas coisas que não se discute, será?

Vamos ponderar que nessas eleições  a religião teve um peso discutível, pois foi ela quem mais pressionou os candidatos a se posicionarem em relação ao aborto, ao casamento homossexual, questões importantes que precisam ser esclarecidas e resolvidas. No entanto, como os candidatos não são bobos, a discussão ficou sempre pautada em torno da superficialidade o que contribuiu para posições fundamentalistas que vão de encontro com a constituição.

Primeira coisa, o Estado brasileiro é laico, ou seja, não pauta suas leis se baseando em fundamentos religiosos. Será?

Vamos relembrar

O Brasil é um país que abriga um imensa diversidade religiosa devido sua formação histórica. No entanto, a igreja católica sempre teve força política expressiva, desde que fincou sua cruz junto com a espada do conquistador português sobre terras tupiniquins, enquanto as outras expressões religiosas ficaram em segundo plano. Na semana passada por exemplo o próprio Papa pediu aos bispos brasileiros que orientassem seu fiéis a não votar em candidatos a favor do aborto.

Atualmente o protestantismo e suas ramificações tem ganhado força e conseqüentemente entraram na briga para fazer valer seus direitos, por exemplo: a pauta dos candidatos oriundos de igrejas evangélicas diz respeito a luta para derrubar projetos de lei que tramitam pelo congresso que pretendem regulamentar as igrejas evangélicas, colocando horários para os cultos, limitando os espaços nos meio de comunicação, e proibindo cultos ao ar livre em determinadas localidades.

Resumindo

Onde o sapato aperta há o embate pela liberdade, de resto, o discurso se fundamenta em nome de Deus e da vida. O que é uma grande hipocrisia e nada tem de religioso.

Na verdade

O que existe são grupos de interesse numa luta pelo poder, ( o se resume a política hoje) onde uns são privilegiados e outros excluídos, o triste é ver o povo agindo como gado, reproduzindo valores preconceituosos e intolerantes.

Enfim, as eleições acabaram e temos agora a primeira mulher como Presidenta do Brasil, fato histórico de suma importância, “parabéns a ela e a todas as mulheres”, mas a luta continua, os problemas são muitos a serem resolvidos e coletivamente eles podem ser resolvidos, não por grupos fundamentalistas.

Assista ao programa na íntegra em: Reflexão e Ação

Reflexão e ação – Comunicação. Qual queremos?

Comunicação é um direito de todos! Pertence a sociedade, não é coisa de especialista.

Neste último sábado dia 23/10 o programa “Reflexão e ação” discutiu o tema “Comunicação. Qual queremos?”

Estiveram no  estúdio como convidados o jornalista e professor Universitário de Teoria da comunicação, Christian Godoi, o jornalista e militante do Intervozes, Carlos Gustavo Yoda e o radialista e apresentador do programa Vozes do Gueto, José Elias.

O Objetivo deste programa foi desmistificar este bicho papão chamado comunicação e tentar entender de que forma podemos intervir nesta realidade midiática. Continue lendo

Liberdade de imprensa ou de empresa?

A liberdade de imprensa está morta! O que existe é a liberdade de empresa. Logo, estamos todos mortos!

Quem tem acompanhado o noticiário nos últimos tempos pôde perceber como se tem discutido sobre liberdade de imprensa no Brasil. As eleições por exemplo: tem impulsionada está discussão, o governo a todo momento tem sido acusado de atos de censura. Quem não se lembra do caso dos humoristas que não podiam fazer uma piadinha com os candidatos. Neste caso, a censura caiu por terra. Mas vale lembrar, que alguns jornalistas que ousaram perguntar, escrever também caíram, Heródoto Barbeiro da TV Cultura foi para a geladeira depois de no programa Roda Viva insistir em perguntar ao candidato José Serra sobre os pedágios. Recentemente Maria Rita Kelh da Folha de São Paulo foi demitida por escrever um texto em que dizia que o povo assistido pelo bolsa familia não era tão burro quanto a elite pensava. Neste caso, era óbvio! Afinal, a Folha de São Paulo havia declarada publicamente apoiar o Tucano José Serra.

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Reflexão e Ação discute o fenômeno Tiririca

Pior do que está não fica! Como previsto, um milhão trezentos e poucos votos, confirmando a política do pão e do circo.
Seus projetos segundo ele: “só coisa boa!” Com isso o palhacinho mais querido do país desbancou o Ronald e se tornou o Deputado Federal mais votado do Brasil.

Neste último sábado dia 09/10, o programa Reflexão e Ação dando continuidade ao sábado anterior véspera de eleição onde discutiu “Eleição é coisa séria! Não seja um palhaço nas urnas”. Colocou em pauta para discussão “o fenômeno Tiririca“. É certo dizer que, não é nenhuma novidade o envolvimento de “celebridades” no mundo da política, e o fato de um candidato usar de seu talento “palhaçal” para angariar votos, não quer dizer que ele será um péssimo político. Será? Horas, outros palhaços velhos de guerra estão há muito tempo na política e vestem terno e gravata.

E aí? Viva a democrácia?

Foi o que tentamos entender.

Estiveram no estúdio para contribuir com o assunto o Professor de História e militante do Psol e do Círculo Palmarino, Maykon, o Bacharel em Serviço Social e militante do Conselho da comunidade Negra de Santos, André Leandro e o Professor de Filosofia Wellington Souza.
Para iniciarmos o debate a pergunta inicial foi: Essa quantidade de votos obtido pelo Tiririca se traduz de que forma? Revolta? Descrença? E quais seus efeitos?

Segundo Maycon: Vivemos hoje no Brasil uma democracia frágil, onde a intervenção política através do voto está saturada, ou seja, vivemos uma falência do sistema democrático. Por isso a entrada de celebridades tanto reflete um sistema que possibilita a entrada de pessoas despreparadas para o cargo, quanto a eleição de um candidato com um milhão e trezentos votos, que pautou sua campanha com um slogan debochado e sem propostas, nada mais é que o reflexo da insatisfação popular, gente que não se vê representada de forma alguma, e totalmente descrente com as possibilidades de mudanças através do voto.
André Leandro acrescenta: Para isso acabar, precisamos de uma reforma política, primeiro: voto distrital para fortalecer a representação local e criar identidade entre representante e representado, segundo: criar um sistema de filtragem, quem se candidata a cargos públicos tem que ter histórico político, isso seria uma forma de acabar com os paraquedismos, terceiro: transparência e igualdade entre os candidatos, criar um teto de campanha e financiamento público para todos.
Wellington pondera a respeito “Todas essa reformas são necessárias, mas não acredito que o voto distrital irá realmente resolver e criar essa identidade, outra coisa a ser colocada em discussão, diz respeito a Educação, sem ela nada disso será resolvido, e quando me refiro a educação, refiro-me a Ethos, a forma ética de ser e de estar neste mundo, e por mais subjetividades que ela tenha em seu entendimento, ela, é quem nos faz refletir sobre a configuração social. Com isso, de que forma iremos atuar sobre as esferas da moral que regem nossa sociedade? Por exemplo: Algum tempo atrás no Brasil o coronelismo tinha uma instituição “igreja católica” que a seu lado fortalecia a opressão perante o povo, hoje os meios de comunicação cumprem este mesmo papel, alimentando uma moral de catequese. E aí?

Aí, foi que no calor da discussão muitos pontos foram levantados e que infelizmente gostando ou não, o Tiririca foi eleito e com ele mais cinco companheiros de partido ocuparão cadeiras no congresso nacional. Mas o voto não é o fim, apesar de uma democrácia frágil, cabe fiscalizar, denunciar e bater panela, o que não vale é se calar e acreditar que pior não fica, fica sim! Já ficou né?

Outros pontos que fortaleceriam a democrácia:

* Utilizar outros elementos de participação popular, como:
Plebicitos e referendos.

* Criação de dispositivos de filtração para saber quem é o candidato e qual o seu histórico.
* Criação de fóruns de discussão, para que o povo possa decidir como utilizar verbas públicas, com isso, maior participação no legislativo e executivo.
* Criação de teto para campanhas através de financiamento público gerando igualdade entre os candidatos.
* Criação de mecanismos para que o povo tenha poder de revogar o mandato de um candidato.

Porém, além de tudo isso, tem duas palavrinhas fundamentais que irão dar o ponta pé nisso tudo:Participação política, senão, como disse Wellington repetindo uma frase velha, no entanto, atual e que incomoda “ O povo tem o governo que merece!”