Levante Zapatista: 20 anos de resistência e construção da autonomia

fotos por: Regeneración Radio

ATENÇÃO: A Junta de Buen Gobierno do Caracol de Morelia denuncia hostilização e agressões.

No dia 1 de fevereiro, companheir@s bases de apoio do ejido 10 de abril, município autônomo em rebeldia “Dezessete de Noviembre” sofreram ataques por parte da Central Independiente de Obreros Agrícolas y Campesinos (CIOAC), onde alguns compas ficaram gravemente feridos e outros tiveram feridas leves. Além das agressões, os integrantes do Hospital San Carlos foram impedidos a todo custo de realizar suas atividades. leia a denúncia aqui

Há pouco mais de um mês completaram 20 anos do levantamento Zapatista. O Exército Zapatista de Libertação Nacional – EZLN, um povo simples do Estado de Chiapas, sul do México, que em 1 de janeiro de 1994 se levantaram em armas para dizer basta de injustiças. Desde então se organizam, lutam e resistem por democracia, liberdade e justiça, pelas quais defendem cotidianamente dos ataques e agressões orquestradas pelo “mau governo” (governo oficial do México), como alerta a notícia acima.

“Porque através desses paramilitares e seus seguidores, filiados aos diferentes partidos políticos, tem agredido, despojado, expulsado, provocado, ameaçado e roubado os pertences das nossas bases de apoio” – Comandanta Hortensia

Ao longo destes 20 anos o Estado Mexicano buscou e segue tentando desmobilizar o Movimento Zapatista com ataques ideológicos, utilizando a mídia como uma das ferramentas para criminalizar o movimento, grupos paramilitares que não param de crescer, dentre outras maneiras. A essas diferentes formas de ataques, os/as zapatistas tem organizado a resistência através das rádios comunitárias autônomas e projetos de vídeos; a busca da via pacífica para os conflitos com paramilitares; o resgate da cultura, idiomas e vestimenta, contrapondo a cultura hegemônica imposta; os trabalhos coletivos com gados, porcos, milho, feijão, tendas de artesanato, entre outras, como resistência econômica aos programas assistenciais que tentam minar a independência dos povos ao Estado.

“Nossos povos começaram a viver e a governar-se com suas próprias formas de pensar e de entender como o faziam nossos pais e avós. Isso é, começamos a viver a autonomia e a liberdade segundo l@s Zapatistas” – Comandanta Hortensia

Após o levante, @s zapatista perceberam que não bastava retomar suas terras, mas teriam que organizar-se politicamente, aprender a governar e construir sua autonomia. Tal autonomia baseia-se nos sete princípios: servir e não servir-se; representar e não suplantar; construir e não destruir; obedecer e não mandar; propor e não impor; convencer e não vencer; baixar e não subir. Dessa maneira seguem organizados os três níveis de governo: local, municipal e de zona, com autoridades eleitas pelas bases de apoio, com mandato revogado caso não cumpram com seus deveres. Dessa maneira segue a construção da autonomia, onde o povo manda e o governo obedece.

“Para que nossos irmãos e irmãs, do nosso país e do mundo, conheçam e vejam nossos pequenos esforços e humildes experiências, tratamos de compartilhar com el@s através das Escuelitas Zapatistas” – Comandanta Hortensia

Então, depois de vinte anos de experiência na luta contra o Estado, que não atende as urgências d@s “de baixo”, da classe oprimida. Mais que isso, contra um sistema mundial de opressão que é o neoliberalismo, o EZLN decidiu convidar movimentos, coletivos, organizações, do mundo inteiro, que tem afinidade com a VI Declaração da Selva Lacandona, para compartilhar sua visão de liberdade, suas formas de resistência, sua maneira de governar autonomamente e seus desafios em desconstruir valores machistas tão difundidos no sistema capitalista. Assim, estão acontecendo as Escuelitas Zapatista, com três rodadas já realizadas desde Agosto passado, contando com, aproximadamente, 1500 pessoas por edição. Quem participa da atividade tem como tarefa principal ouvir. Muito mais que propagar “ismos” (marxismos, bakuninismos, feminismos etc), @s alun@s devem conhecer, sentir e aprender com a trajetória desse povo em luta e resistência, para potencializar suas ações locais e fortalecer os laços de solidariedade.

“A melhor forma de honrar a memória de todos os nossos companheir@s, caíd@s, é comprometer-nos mais na luta, é seguir o exemplo dos nossos companheir@s , que nunca se venderam, nunca se renderam, nunca desistiram, até entregar a vida à seu povo” – Comandanta Hortensia

BASTA DE AGRESSÕES ÀS BASES DE APOIO ZAPATISTAS!
VIVA A RESISTÊNCIA E A AUTONOMIA ZAPATISTA!
VIVA O EZLN!

  • Mensagem do Comite Clandestino Revolucionario Indígena a cargo da Comandanta Hortensia
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  • Hino das Escuelitas Zapatistas
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  • Poema Utopias
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  • Hino Zapatista
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Sarau / Rolezinho na Vila do Teatro

No ultimo domingo, 26, o “rolezinho” não foi num Shopping, mas em um lugar que tem como princípio a ocupação popular, a Vila do Teatro, Santos.Sarau rolezinho Vila do Teatro

No dia em que a cidade completou 468 anos de exploração, os grupos participantes fortaleceram nos debates sobre racismo, desmilitarização e a questão ficou latente: No “aniversário” de Santos, e mais, neste ano de Copa do Mundo, comemorar o que?

O “rolezinho” iniciou com a apresentação teatral do “Projeto Bispo – tratados como bicho, se comportam como um…”, seguido de debate com Douglas, UNEafro, sobre o racismo e a farsa da “democracia racial”, o Movimento Mães de Maio levantou a importância da desmilitarização da Polícia Militar e a Thaís, Margens Clínicas, tratando da importância da psicologia no Luto à Luta. O grupo “Gigantes da Alegria” impressionaram com apresentações circenses e a noite seguiu com muita música com o DJ Wagner Parra na discotecagem.

Confira alguns registros do Sarau / Rolezinho na Vila do Teatro:

  • Mães de Maio: Pela desmilitarização da Polícia Militar
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  • Thais – Margens Clínicas e o trabalho com as Mães de Maio
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  • Thais: Receita para arrancar poema (Viviane Mosé)
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  • Armando – O que comemorar no aniversário de Santos?
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Palestra e troca de ideias com EDUARDO TADDEO (Rapper, Ex-Facção Central).

A ACC – Associação Cortiços do Centro (Santos/SP)– orgulhosamente convida a todos para:

10014_602338566496829_1577144185_nPalestra e troca de ideias com EDUARDO TADDEO (Rapper, Ex-Facção Central).
Autor do livro “A Guerra Não Declarada na Visão de um Favelado”, onde ele expõe sua visão sobre os problemas sociais e o estado de guerra em que vivemos no Brasil. O livro é uma extensão de suas composições pelo Facção Central e é mais uma arma contra os opressores.

“CADA LIVRO ABERTO É UM INIMIGO GOLPEADO”

“Existe um ditado que diz que a história é escrita pelos vencedores, na minha interpretação, este ditado é alterado para: a história é escrita pelos assassinos, até porque, morto não escreve”.

A LITERATURA DE GUERRA ESTÁ NO AR E VOCÊ ESTÁ CONVOCADO PARA A 
REVOLUÇÃO!!!!!!

“Infelizmente, no papel de hospedeiro e transmissor de más notícias, eu não posso evitar que os novos Confúcios tenham paradas cardíacas. Não posso me silenciar. Está encravado no meu DNA a obrigação de informar para cada refém da playboyzada, que dentro da engrenagem que move o Brasil, não há espaço para paz social, ações comunitárias, ajuda mútua e distribuição de bens”. (Eduardo Taddeo, A Guerra Não Declarada na Visão de um Favelado).
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FIQUEM LIGADOS O EVENTO CONTARÁ COM AS APRESENTAÇÕES DE:

Voz de Assalto, Crias da Baixada, TP 013, T.H, Rheu, Digão MC

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O evento acontece no dia 27/10, a partir das 13h.

Endereço: R. General Câmara, 410 – Paquetá, Santos
Canteiro de Obras do Vanguarda!

COMPAREÇAM!

P.S: Fortaleça com 1kg de alimento não perecível e/ou roupas e calçados em bom estado.

Rio de Janeiro e São Paulo desencadeiam perseguição as manifestações e diversas pessoas são presas

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Ontem – dia dos professores.

Com um saldo de mais de 200 pessoas presas, o Rio de Janeiro tem dado início a uma intensa perseguição aos manifestantes, primeiro foi a lei das máscaras, agora chegou-se ao absurdo de prender manifestantes e enquadrá-los na Lei de Organização criminosa feita apenas para organizações criminosas de tráfico e quadrilhas criminosas. Em São Paulo também houve muitas prisões após uma manifestação em que a polícia reprimiu violentamente. Há quem diga que a culpa é dos vândalos, pois é, quando este atentado a liberdade exercido pelo Estado sobre o comando e silêncio dos governantes bater na porta de cada um que reproduz essa besteira, aí será tarde… Todo apoio e força aos perseguidos políticos!

Seguem alguns relatos; (são muitos e precisam ser divulgados, linkamos apenas alguns)

Militante presa ontem na manifestação da aldeia maracanã

Militante presa ontem na manifestação da aldeia maracanã, conduzida para Bangu (presidio de segurança máxima) até o fechamento  desta matéria não havia noticias a respeito dela.

Foram presos na manifestação pacífica de ontem, dia 15/10/2013, os companheiros de Resistência da Aldeia Maracanã: Victor Ribeiro, Soledad Barbosa, Abdias Guajajara, Parázinho, Philippe França (Francês).

As mulheres foram encarceradas no Presídio Joaquim Ferreira, em Bangu e os homens no Presídio Guaxindiba em São Gonçalo. Estão sendo acusados de formação de quadrilha, corrupção de menores, e por causarem incêndio. Acusações falsas de um governo ditatorial em pleno século XXI. Assim que tivermos mais noticias voltaremos a postar. #liberdadeaospresospoliticos #ResistenciaAldeiaMaracanã#AldeiaResiste #UNIAM

#ProtestoRJ

1393974_521440924613970_119726350_nCorpus: ”NÚMERO DE DETIDOS NA MANIFESTAÇÃO DE 15/10/2013

05ª DP – 08 detidos no total – 05 liberados e 03 presos
12ª DP – 10 detidos no total – 03 liberados e 07 presos
17ª DP – 28 detidos no total – 25 liberados e 03 presos
19a DP – 05 detidos no total – 05 presos e nenhum liberado
22ª DP – 49 detidos no total – 49 liberados
25ª DP – 39 detidos no total – 39 presos e nenhum liberado
29ª DP – 29 detidos no total – 29 liberados
37ª DP – 27 detidos no total – 27 presos e nenhum liberado”

Via HC

1378486_235550573269762_3766464_nAgente da Polícia Ferroviária (PF) saca arma contra manifestantes que aguardavam por trem na Estação Pinheiros da Linha 4 Amarela.
15 de Outubro – São Paulo

PARA SER PRESO, BASTA ESTAR NA RUA?

Na noite de ontem, um colaborador do Rio na Rua, nosso amigo, foi detido no cerco à escadaria da Câmara Municipal. Após horas de embate entre manifestantes e polícia, as detenções foram realizadas em um momento em que os ânimos pareciam ter se acalmado.

Depois de várias rodadas de bombas de gás e de efeito moral lançadas na Cinelândia, a maior parte do contingente policial estava em sua concentração na rua Senador Dantas. Nossa equipe transmitia o retorno da polícia e tivemos a impressão que eles iriam se retirar. Contudo, sob as ordens de seus comandantes, eles voltaram à Cinelândia pelas duas ruas que ladeiam a Câmara e cercaram a escadaria, onde um grupo de manifestantes permanecia.

Todos que estavam na escadaria foram revistados e, mesmo sem quaisquer indícios de delito, detidos. Entre eles, nosso colaborador. Sem resistência e com serenidade, sua característica marcante, foi levado a um ônibus, informado de que seria levado para a 5a DP. Entretanto, os detidos foram divididos por vários bairros da cidade, onde delegados de diferentes humores e convicções os esperavam com suas acusações já marcadas.

O repórter do Rio na Rua, portando identificação do coletivo, cobria o ato no momento de sua detenção. Não executou nenhuma ação direta contra a polícia, bens públicos ou privados, não havendo, portanto, provas materiais contra ele. Não foi o suficiente para impedir que, junto a todos que foram levados para a 25ª DP, fosse detido em “flagrante”, acusado de Formação de Quadrilha e Bando. Após passar a noite lá, está sendo conduzido ao Complexo Penitenciário de Bangu. Mais uma vez, pessoas escolhidas aleatoriamente, muitas que sequer se conheciam, receberam as mesmas acusações. Desta vez, um número assustadoramente maior, 84, está sendo conduzido a presídios.

O direito à livre manifestação foi violado mais uma vez. Aos que legitimam a ação excessiva da polícia com o argumento de combate ao “vandalismo” e de manutenção da ordem, pedimos que reflitam: o mesmo poderia acontecer com qualquer um que estivesse, no momento do cerco, parado na escadaria.

Após dois meses de resistência manifestantes do Ocupa Câmara foram removidos violentamente da Praça da Cinelândia. Em cenário de caos, sem a circulação de nenhum transporte público, a violência policial instaurou um toque de recolher por todo centro da cidade. Há denuncias de que policiais excederam os limites de suas atribuições, colocando vidas em risco ao disparar armas de fogo indiscriminadamente em meio à população. Observamos um rastro de capsulas de munição letal na esquina das Ruas Evaristo da Veiga com Rua México, e perfurações na fachada do Museu Nacional de Belas Artes. Um integrante de mídia independente relatou ter tido uma arma apontada em sua direção durante o mesmo incidente. Existem relatos e imagens circulando de dois indivíduos, não uniformizados, disparando suas armas na Cinelândia e de que grupos de milicianos intimidavam manifestantes nas ruas do entorno da Santa Luzia. Uma jovem teria sido internada após ter sido atingida no abdome por uma bala de chumbo. Centenas de manifestantes foram presos. Alguns foram vistos saindo da 37 DP na Ilha do Governador, descalços e algemados. A informação é que estavam sendo conduzidos para exames no IML.

FOTO: Kevin Barbosa / Coletivo Mariachi

NOTA A IMPRENSA

O JORNAL ZONA DE CONFLITO MÍDIA INDEPENDENTE COMUNICA AOS ÓRGÃO DE IMPRENSA Q SEU REPÓRTER FOTOGRÁFICO RUY BARROS FOI PRESO NA NOITE DE ONTEM POR POLICIAS MILITARES DURANTE A MANIFESTAÇÃO DOS PROFESSORES.

NOSSO FOTOGRAFO ESTAVA EXERCENDO SEU TRABALHO REGISTRANDO OS FATOS E FOI PRESO DE FORMA ARBITRARIA E SEM NENHUMA PROVA DOS CRIMES IMPUTADOS A ELE E DIGA-SE QUE SÃO CRIMES VISTOS APENAS NOS TEMPOS DA DITADURA.

NESSE MOMENTO NOSSO FOTOGRAFO RUY BARROS ESTA PRESO NO PRESIDIO NO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO DIFICULTANDO O ACESSO DOS ADVOGADOS E FAMILIARES.

EQUIPE JORNAL ZONA DE CONFLITO – MÍDIA INDEPENDENTE

AMANHECER EM 64

Hoje pela manhã a Polícia Civil, em ação conjunta com a Polícia Federal, iniciou a execução de diversos mandados de busca e apreensão na casa de ativistas políticos, dentre eles Anarquistas, Anonymous e participantes da tática Black Bloc.

Até agora seis mandados foram executados e todos os detidos foram acompanhados por advogados do Instituto de Defensores de Direitos Humanos -DDH.

A Organização Anarquista Terra e Liberdade, OATL, relata que residências foram invadidas pela Polícia Federal, eles tiveram seus equipamentos (computadores, celulares e pen drives) apreendidos e foram conduzidos à delegacia.
Todas as pessoas detidas já foram liberadas.

Ao que tudo indica, as forças policiais pretendem identificar provas que possam incriminar os militantes por formação de quadrilha e incitação à violência. Dentre eles, está Ana Cristina, que é professora da rede municipal e da rede estadual de Ensino do Rio de Janeiro.

Já não é a primeira vez que o governo estadual, por meio de seu braço forte, tenta calar as vozes das ruas, mas como as tentativas anteriores foram frustradas, a estratégia parece ser incriminar mais, punir mais e perseguir mais. O que eles talvez não estejam observando com essas ações de repressão, é que o movimento acaba ganhando ainda mais força, pela certeza de estar no caminho certo, no caminho que os poderes públicos temem, e por isso combatem.

texto: Luciano Silva e Mario Rocha
foto: Coletivo Carranca

#VemPraRua #protestoRJ #coletivocarranca

1375870_10201934498738176_762631468_nAcampa Sampa Ocupa Sampa

ATENÇÃO, ESTE CASAL DA FOTO, A CERCA DE UM MÊS ATRÁS AVISARAM SOBRE AMEAÇAS QUE ESTAVAM SOFRENDO DE PARLAMENTARES.

Quem não viu essa matéria da época que saiu, VEJA… Eles estavam com medo das ameaças que estavam sofrendo a

exatos 2 meses atrás!

E o que aconteceu?! …

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/10/ato-no-rio-tem-64-presos-27-deles-autuados-em-lei-de-crime-organizado.html

PELA LIBERDADE DOS PRESOS POLÍTICOS NO RIO DE JANEIRO

ASSINEM A PETIÇÃO PUBLICA!!

https://secure.avaaz.org/po/petition/Libertacao_imediata_dos_presos_politicos_de_15_de_outubro_de_2013_no_Rio_de_Janeiro/?dvdDAdb

vídeo abaixo foi deletado da web ( havíamos postado, não durou dois dias)

http://www.youtube.com/watch?v=fCykczvMDDw

Porto Alegre: “mobilizar até vencer” bloquearam o aumento e conseguiram passe livre pra estudantes e desempregados, de quebra: abertura das planilhas.

1044908_481594651933461_1590999406_nOs protestos em Porto Alegre contra o aumento da passagem começaram três meses antes dos atos que aconteceram em SP e RJ que depois reverberariam no país inteiro. Hoje, enquanto a maior parte deles perdeu a força e o foco, Porto Alegre segue com o lema que os norteou desde o início “mobilizar até vencer”.

518645O estopim

Válido lembrar que algumas manifestações já estavam ocorrendo, em proporção menor, mas, foi com a notícia de reajuste de passagem no dia 24 de março de 2013, que impulsionou os atos terem início de forma mais contundente, primeiro no dia 25 e depois no dia 27 com cerca de 10 mil pessoas que ocuparam as ruas para barrar o aumento da tarifa.

518642Com essa mobilização gigantesca que ocupou as ruas de Porto Alegre e bateu nas portas da Prefeitura, somada com a protocolar ação cautelar que foi aceita pelo juiz Hilbert Maximiliano Obara, da 5ª Vara da Fazenda Pública, apresentada no dia 25 de março pelos  manifestantes, a coisa foi esquentando.

Resultado:

No dia 4 de abril foi anunciado o bloqueio por meio de uma decisão judicial, e após ser notificada, a prefeitura afirmou, em nota, que não iria recorrer da decisão. “Se a Justiça entende que o caminho é suspender o reajuste então vamos acatar a decisão judicial”, afirmou o prefeito José Fortunati.

Daí teve inicio a primeira vitória que colocou o grupo a pensar em outras formas de luta que existem, além da manifestação na rua,  com isso, a rearticulação na base fortaleceu para o próximo passo que era reivindicar por passe livre para estudantes e para desempregados, (que já era pauta do movimento) mas para isso precisavam dar um upgrade na base e na organização do movimento.

1044343_480834498676143_2007410027_nVale expor neste caso, a visão e avaliação de dois integrantes da Frente Autônoma do Bloco sobre o movimento que vem há tempos realizando atos e debates sobre o transporte público na Capital gaúcha; “Há um sentimento muito forte em torno de uma maior autonomia do movimento, então vimos espaço para criar a Frente Autônoma e lutar contra o aparelhamento do Bloco por partidos políticos. É uma experiência muito positiva, pois o Bloco não está aparelhado por nenhuma força, é uma composição muito saudável”, continue lendo aqui muito interessante e fundamental o posicionamento.

774447_483200238439569_366960714_oDeste modo:

Voltaram às ruas em massa em junho com pauta e com foco muito claro, diversos atos foram desencadeados até a ocupação da câmara dos vereadores que demostrou além da força dos manifestantes, a capacidade de articulação, de mobilização e de desmascarar um poder institucionalizado que não passa de fraude, que não representa a população, e que apoiada pela mídia burguesa a todo custo tentou deslegitimar o movimento com as famosas frases: ¨são todos uns vândalos” – “esse movimento não tem direção” e por aí vai.

15211704E temos que abrir um parêntese aqui para falar do Governo facínora e boçal de Tarso Genro que promoveu perseguições e proferiu injúrias do tipo:  “aliados a ultra-esquerda do PSOL e PSTU, os anarquistas têm influência e controle direto dos atos de vandalismo. Isso já foi identificado pela polícia. São jovens desorientados que caem na marginalidade, entendem que a violência é solução para tudo. Odeiam tudo aquilo que não são eles mesmos. São os introdutores do vírus da violência num movimento que tem enorme respeito social pela pauta generosa que tem apresentado.” Canalha.

Leia aqui O enredo de uma farsa que desmascara este Governo e assista ao vídeo da Federação Anarquista Gaúcha responde ao Governador Tarso em coletiva

thumbE com tantos ataques e debaixo de cassetetes e gás de pimenta no dia 10 de julho os manifestantes ocuparam a câmara de  vereadores com muita combatividade e também criatividade, e após oito dias obtiveram mais uma vitória, passe livre para estudante e desempregados e a abertura das planilhas de contas das empresas de ônibus que foi protocolado às 09h desta quinta-feira (18) num acordo firmado entre representantes do movimento social e vereadores no Foro Central da Capital.

As  vereadoras Sofia Cavedon (PT) e Fernanda Melchionna (Psol), representando suas bancadas foram quem protocolaram, e antes que saiam por aí querendo ser as mães da criança, que fique claro, a VITÓRIA É DE QUEM SAIU ÀS RUAS E RESISTIU a todas as perseguições e gases de pimenta e balas de borracha.

Por Ramiro Furquim/Sul21E os tais invasores (da própria casa, “câmara”), baderneiros e até chamados de fascistas pelo Governador Tarso Genro, conseguiram por meio da ação direta vencer a repressão do Estado por meio da PM e da criminalização da mídia que ambos servem ao governo, porém, já anunciaram que a luta continua, foram apenas batalhas vencidas, que fique certo, “continuaremos pelando!” disse uma integrante da frente autônoma.

Mas o que faz Porto Alegre sair na frente? E vencer tantas batalhas. Fica à reflexão.

Antes de irem embora:

pra quem não ficou sabendo…

antes de desocuparem a câmara de porto alegre ontem (18), manifestantes tiraram fotos nus e seminus na sede do legislativo… o presidente da câmara disse que a imagem é “deprimente e desrespeitosa à casa do povo”… “se querem fazer sexo grupal, que vão fazer em um local privado, não em um local público”…

ah, olhem alguns quadros-fotos na parede de cabeça pra baixo… aquele que um cara está segurando no “meio” das pernas é da deputada federal manuela d’ávila (pc do b), que já foi vereadora…

uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu… ( texto da web)

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OBS: Fotos retiradas da internet.

Alguns vídeos;

Noite de terça-feira, 27 de março de 2013. Estudantes tomam a Prefeitura no maior protesto já realizado contra o aumento da passagem do transporte público em Porto Alegre. O valor do ônibus passou de R$ 2,85 para R$ 3,05.

Os Mascaristas Anarcados trolando a mídia burguesa.

Funk montado dos Mascaristas Anarcados com a mina cantando.

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“Cambada de Teatro Em Ação Direta Levanta Favela”

Vídeo do face sobre a Tropa de Nhoque recebendo os jornalistas para entrevista coletiva, na Câmara dos Vereadores de POA, 15/06/2013. disposto apenas no face segue o link:

https://www.facebook.com/photo.php?v=10201550569065626&set=vb.1219262916&type=2&theater

No Extremo Sul (SP): O Mesmo Caminho, mas um Protesto Diferente

R$ 0,20 É SÓ O COMEÇO

Fonte: http://redeextremosul.wordpress.com/2013/06/21/r-020-e-so-o-comeco/
Publicado em 21/06/2013
Link para o vídeo

O Mesmo Caminho, mas um Protesto Diferente

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Há pouco houve mais uma marcha que saiu da entrada do Grajaú, e foi até a Ponte do Socorro (Ponte Santo Dias). Antes dela foram feitas faixas, um ensaio de bateria, e bastante panfletagem. A ideia era lembrar que a revogação do aumento foi uma conquista do povo em luta, e que se a gente se organizar podemos fazer muito mais, para, por exemplo, nunca mais sermos transportados pior do que gado, e ficarmos esmagados num trem, ônibus ou lotação abarrotados de gente.

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A novidade desse ato foi que no meio do caminho paramos para que uma passeata vinda do Varginha se juntasse a nós. E nesse momento houve cenas de teatro, poesia, e bandeirão estendido na passarela do Extra da Teotônio Vilela, próximo à Cidade Dutra.

Novamente o ato transcorreu sem problemas e sem violência, e foi concluído pouco depois da chegada à Ponte do Socorro.

Agora se coloca a necessidade de avaliarmos tudo o que ocorreu nas últimas semanas, e com base nisso planejarmos os próximos passos dessa caminhada. Todo Poder ao Povo!

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Comunicado da Rádio da Juventude sobre a conjuntura das manifestações.

A Rádio da Juventude vem por meio desta comunicar que está se retirando das manifestações contra o aumento da tarifa, devido à deturpação do movimento que foi cooptado por forças conservadoras que estimulam a exacerbação de um nacionalismo cego que favorece grupos autoritários de extrema direita, incitando violência e ódio aos instrumentos de luta da classe trabalhadora, deste modo, não mais nos sentimos pertencentes ao que ele se tornou.

1. Não compactuamos com as agressões promovidas aos companheiros que há tempos estão nessa luta, e somente porque pertencem a partidos, sindicatos, organizações sociais estão sendo hostilizados e agredidos. Consideramos isso, um atentado à liberdade, além de uma estratégia política de grupos de direita que promovem o pensamento conservador que não tem interesse em mudar os pilares da sociedade, mas sim fazer reformas políticas que favoreceram ainda mais o fortalecimento do capital privado.

Resultado: fortalecimento de um Estado ainda mais opressor e segregacionista que só contribuirá para aumentar ainda mais as disparidades sociais, reafirmando privilégios da classe burguesa e a criminalização da pobreza, por exemplo, os saques e os quebra-quebras que estão ocorrendo na periferia são reflexos de uma política de Estado excludente que foi desencadeada com os protestos. No entanto, ao contrário dessa discussão ser feita. Não está. Apenas um debate moralista e preconceituoso que até mesmo setores da esquerda estão sustentando.

2. Compreendemos que a maior parte desta juventude que está nas ruas, encontra-se em estado de euforia e revolta legítima, porém, sua não experiência e não conhecimento político (e a falta de trabalho forte de base das esquerdas) permitiu o sequestro da pauta por um grupo velado de direita que venceu no momento as esquerdas na disputa pela consciência da população, e o mais preocupante são os grupos extremistas que perceberam o momento e estão fazendo o trabalho sujo de incitação de violência tentando incutir sutilmente na população uma unificação homogenia que é partidária, mas que capciosamente se intitula como – apartidária – com ideário de pureza se auto sacralizando – do povo pelo povo – porém, essa ideologia que permeia travestida de liberdade e luta popular não passa de fascismo.

3. Acreditamos que neste momento as esquerdas que são de luta devem ficar juntas refletir e providencial retornar a base, pois, foi o distanciamento dela que propiciou nossa perda neste momento, e revelou claramente que o sectarismo e as verdades estratégicas não são fórmulas de nada, porque quando dizemos: “isso é fascismo” de que adianta se a massa não compreende o que é. Portanto, nesta coalizão o fundamental é fortalecer a base e pensar estratégias de como desmascarar essa farsa que está sendo muito bem articulada com o apoio da mídia.

No mais, seguimos na luta sempre fortalecendo na luta contra o Estado e pelo poder popular sempre! Com autonomia, liberdade, solidariedade, combatividade e respeito numa perspectiva classista.

SOMOS VÂNDALOS E NÃO ACORDAMOS HÁ DUAS SEMANAS!

“O poder simbólico é aquele que consegue transformar relações de dominação- submissão em relação afetivas e quanto maior o sentimento mobilizado, mas se ocultam as diferenças – sejam elas sociais, políticas, acadêmicas ou de qualquer espécie – sem ficar clara a violência perpetrada, parto do princípio de que, no campo das ciências sociais, sobre tudo, nenhuma escolha “de palavras” é ingênua ou neutra”. Bourdieu

A moral contra a liberdade! Resultado: São Vicente e uma guerra não particular

A luta e o debate pelo transporte público foi ocupado capciosamente  por conservadores de direita enrustidos de libertários – com um discurso apartidário – promovem o ódio pelas redes social e incitam uma juventude eufórica que saiu as ruas pela primeira a adotarem um discurso de ódio, e por não estar preparada para as armadilhas políticas, estão aderindo nacionalmente, e a maioria está sendo direcionada indiscutivelmente.

Dizem que a discussão não é ideológica – mas, isso não se sustenta. Tudo há ideologia. Existem ideias em todos os âmbitos da vida – ideias profundas, criticas, rasas, mal organizadas, ou não, a ideologia sempre estará lá.

Outra coisa, acreditar que cooptação e o direcionamento partidário se faz apenas quando o partido lhe apresenta uma cartilha, é ingenuo, porque a forma mais articulada é quando de forma perversa grupos políticos deturpam a pauta e insistem numa contraposição não clara e que ao contrário de pautar liberdade, insere um debate moral que se diz livre, mas hostiliza tudo, uma coisa é ser autônomo, outra é tornar inimigo aquilo que não lhe convém.

É isso o que estamos assistindo, um debate moral totalmente contrário a liberdade! Um debate moral com base nacionalista que atenta contra toda a diversidade de pensamento.

Desta forma, como podemos nortear um horizonte? Impondo ideias? Enaltecendo causas sem antes serem avaliadas? Que incitam um olhar homogeneizador que dita regras, e não se abre à discussão de toda a população, a verdade, a participação popular virou minoria? Nesta luta, a maioria é uma classe social fazendo uma luta individualista que mina toda a perspectiva popular e livre que existia.

Deste modo,duas frentes foram montadas, primeiro; adoção dos símbolos pátrios, segundo; a utilização do arquétipo pícaro VENDETTA. (e este tornou-se insano, pois este personagem fictício jamais usaria uma bandeira, ou atentaria contra a liberdade)

Resultado: São Vicente e uma guerra não particular

A cidade de São Vicente nesta quarta (19) foi um palco de guerra, saques, ônibus queimados, arrastões, depredação, tiros e tudo mais que uma situação de caos pode produzir, o que fortaleceu ainda mais o debate da moral na baixada santista, um debate moral que irá crucifixar a população pobre (QUE TEM FOME) e colocar na conta das esquerdas, principalmente do MPL. Agora vamos ter a lucidez de pensar o seguinte; este foi o maior golpe que o Estado pode promover, pois ele tem ligações com o crime, muitos representantes públicos tem ligação com o crime, inclusive respondem por isso, e derrepente, antes que essa revolta contra o transporte público (mesmo deturpada) começasse a desmascarar a farsa da classe política eleita toda aqui na baxada, o golpe foi aliciar o crime e estimulá-lo a aderir de forma a dividir toda a sociedade e clamar pela paz. O que irá maximizar ainda mais a moralidade, suprimindo a liberdade e o reflexo disso serão criticas mais ferozes contra as pautas propostas pela esquerda.

Neste momento nós perdemos. Até porque muitos “supostos” esquerdistas também começam a debater tudo sobre o prisma da moral. Oportunismo? Canalhice? Ou medo? O que importa agora, e´que aqui na baixada nós que estamos na base perdemos. Perdemos porque não vamos recuar de nosso recorte de classe e de nossa luta contra o Estado.

Manos e minas:

Aquilo que tão chamando de baderna, na época da ditadura era luta pela democracia, por efetivação de direitos! Aqueles que chamam de vândalos, na época da ditadura chamavam de terroristas! Sacaram a grande mentira que querem transformar numa verdade?

Não se deixe enganar, ditadura nunca mais! Viva a liberdade, lutemos por ela, sangremos por ela, só ela importa nesta falsa democracia capitalista, hostilizar alguém por sua bandeira é pura reprodução da moral arcaica que mantém todo este estado de coisas, e o grande culpado é o Estado e seus representantes! Seu símbolos!

Preze pela liberdade, estão roubando suas ideias, sua consciência e sua juventude!

Não se deixe enganar por quem quer fazer manifestação impondo que irá te fotografar, te filmar e te entregar pra polícia!

13 JUNHO 2013 (BR-SP) Movimento Passe Livre: Por que estamos nas ruas

Texto copiado de http://passapalavra.info/2013/06/79001

O modelo de transporte coletivo baseado em concessões para exploração privada e cobrança de tarifa está esgotado. E continuará em crise enquanto o deslocamento urbano seguir a lógica da mercadoria, oposta à noção de direito fundamental para todas e todos.

Essa lógica, cujo norte é o lucro, leva as empresas, com a conivência do poder público, a aumentar repetidamente as tarifas. O aumento faz com que mais usuários do sistema deixem de usá-lo, e, com menos passageiros, as empresas aplicam novos reajustes.

Isso é uma violência contra a maior parte da população, que como evidencia a matéria publicada ontem pelo portal UOL, chega a deixar de se alimentar para pagar a passagem. Calcula-se que são 37 milhões de brasileiros excluídos do sistema de transporte por não ter como pagar. Esse número, já defasado, não surgiu do nada: de 20 em 20 centavos, o transporte se tornou, de acordo com o IBGE, o terceiro maior gasto da família brasileira, retirando da população o direito de se locomover.

População que se desloca na maioria das vezes para trabalhar e que, no entanto, paga quase sozinha essa conta, sem a contribuição dos setores que verdadeiramente se beneficiam dos deslocamentos. Por isso defendemos a tarifa zero, que nada mais é do que uma forma indireta de bancar os custos do sistema, dividindo a conta entre todos, já que todos são beneficiados por ele.

Esse é o contexto que fez surgir o Movimento Passe Livre em diversas cidades do Brasil. Por isso há anos estamos empenhando lutas por melhorias e por outro paradigma de transporte coletivo. Neste momento, em que nos manifestamos em São Paulo pela revogação do aumento nas passagens, milhares protestam no Rio de Janeiro, além de Goiânia, onde a luta obteve vitória, assim como venceram os manifestantes de Porto Alegre há dois meses.

O impacto violento do aumento no bolso da população faz as manifestações extrapolarem os limites do próprio movimento. E as ações violentas da Polícia Militar, acirrando os ânimos e provocando os manifestantes, levaram os protestos a se transformar em uma revolta popular.

O prefeito Fernando Haddad, direto de Paris, ao lado do governador Geraldo Alckmin, exige que o movimento assuma uma responsabilidade que não nos cabe. Não somos nós os que assinam os contratos e determinamos os custos do transporte repassados aos mais pobres. Não somos nós que afirmamos que o aumento está abaixo da inflação sem considerar que, de 1994 para cá, com uma inflação acumulada em 332%, a tarifa deveria custar R$ 2,16 e o metrô, R$ 2,59.

Além disso, perguntamos: e os salários da maior parte da população, acompanharam a inflação?

A discrepância entre o custo do sistema e o quanto, como e quando se cobra por ele evidenciam que as decisões devem estar no campo político, não técnico. É uma questão de escolha: se nossa sociedade decidir que sim, o transporte é um direito e deve estar disponível a todos, sem distinção ou tarifa, então ela achará meios para tal. Isso parcialmente foi feito com a saúde e a educação. Mas sem transporte público, o cidadão vê seu acesso a essas áreas fundamentais limitado. Alguém acharia certo um aluno pagar uma tarifa qualquer antes de entrar em sala de aula? Ou para ser atendido em um posto de saúde?

Haddad não pode fugir de sua responsabilidade e se esconder atrás do bilhete mensal, proposta que beneficiará poucos usuários e aumentará em mais de 50% o subsídio que poderia ser revertido para reduzir a tarifa.

A demanda popular imediata é a revogação do aumento, e é nesses termos que qualquer diálogo deve ser estabelecido. A população já conquistou a revogação do aumento da tarifa em Natal, Porto Alegre e Goiânia. Falta São Paulo.

Pelos militantes do Movimento Passe Livre:
NINA CAPPELLO, 23, estudante de direito da USP,
ERICA DE OLIVEIRA, 22, estudante de história da USP,
DANIEL GUIMARÃES, 29, jornalista, e
RAFAEL SIQUEIRA, 38, professor de música

A baixada santista parou! Manifestação contra aumento da tarifa cresce a cada dia.

1016640_548115075250690_1376963550_nOntem dia (14) cerca de mil pessoas foram às ruas e deram o recado a Piracicabana e a classe inócua política, “se a passagem não baixar a baixada santista toda vai parar”!

Quem duvidou e achou que o movimento não tivesse força, agora deve estar engolindo à seco suas criticas.

O movimento saiu da praça da independência em Santos em direção à cidade de São Vicente seguindo pela orla da praia com intuito de ir apenas até a divisa (da praia) das cidades, já para dar o recado que no próximo ato, São Vicente também será ocupada, pois, a preocupação dos manifestantes é com a questão metropolitana do transporte.

983972_548037775258420_984982196_nA via de acesso entre as cidades de Santos e São Vicente foi bloqueada e por onde as pessoas passavam: aplausos e apoios foram ganhando, além de adeptos na caminhada. Claro que, também muitas pessoas reclamaram pelo congestionamento criado, afinal, muitas pessoas que voltavam do trabalho não entendiam bem o que estava acontecendo, pois, para uma região onde o estado de letargia engendrou a ideia que jamais na baixada ocorreria uma manifestação desta magnitude, até mesmo, por uma questão cultural, evidente que o choque e o espanto são elementos naturais, mas também são formas de questionar e mostrar o tamanho da força que tem a população quando ela está organizada.

Hoje terá mais um ato às 17h e começará na divisa da praia indo em direção ao centro de São Vicente para ocupá-lo e também convidar os vicentinos a juntar-se ao movimento, assim como deixar o recado aos representantes públicos que a população acordou e que a inércia política está com os dias contados, pois, quem não estiver a favor, estará contra, só que, quem manda é a população!

Lutar, criar poder popular!

Parabéns a todos os protagonistas desta caminhada! Tamujunto!

 

Geraldo Alckmin na baixada: uma festa ofuscada pela luta popular!

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Foto: G1

O Governador de SP Geraldo Alckmin esteve na baixada santista ontem em visita politiqueira e foi recebido com protestos, primeiro pelo pessoal da área da saúde que reivindicou melhores condições de trabalho, salário e estrutura nos hospitais públicos da região, além de denunciar a falta de equipamentos e medicamentos no hospital Emílio Ribas. Em seguida foi à vez de manifestantes contra o aumento da tarifa no transporte expressarem  o seu repúdio ao governador; com frases:

alk33333Alckmin fascista, ditador – Alckmin vai tomar no cu.

O que era pra ser uma festa se tornou um tremendo constrangimento para a classe política da região, que havia preparado toda uma festa em comemoração aos 250 anos de José Bonifácio (outro porcaria).

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O Prefeito da cidade de Santos – Paulo Alexandre Barbosa teve também seu nome levantado em coro pelos manifestantes; Paulo seu ladrão, não queremos o seu cartão – vem pra fora bater um papo com povão.

Mas a festa da politicagem continuou e o governador foi para São Vicente onde foi homenageado por políticos da cidade que agradeceram o repasse de R$ 200 milhões em investimentos e criação de duas ETEC’s na cidade. (como se isso, não fosse obrigação do governo estadual) Ô classe política que gosta de lamber um saco, para termos uma ideia da tamanha puxa saquice – a pedidos, irão conferir Título de cidadão vicentino ao governador –  falta do que fazer.

Em entrevista a mídia oficial o governador declarou que não negocia como manifestantes e não vai baixar a tarifa, pois é – só o cacete né coronel Alckmin?

A pergunta é, quando será que haverá uma classe política menos tacanha e lacaia?Nunca?

Manifestação contra o aumento em Santos surpreende e cala a boca de muita gente.

Foto-0041Cerca de 600 pessoas ocuparam as ruas de Santos em manifestação contra o transporte público caótico, como pauta os manifestantes tiraram inicialmente como foco o bloqueio do aumento, a volta dos cobradores, e, abaixo a obrigatoriedade na utilização do cartão no transporte municipal em Santos.

Foto-0055Passaram na Câmara Municipal deram o recado aos vereadores e seguiram até a praça Mauá onde o grupo ficou esperando o Governador Geraldo Alckmin ( que estava na cidade) que nem deu as caras. Com um megafone nas mãos chegaram a convidar Alckmin o e prefeito Paulo Alexandre Barbosa a bater uma papo.

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Foto: Retirada do perfil do grupo no face – representa muito bem a luta!

Com o não comparecimento de ambos seguiram até o terminal onde liberaram as catracas para que todos entrassem num ato simbólico contra o monopólio da Piracicabana que por meio da passagem rouba o trabalhador. Gritos de revolta ecoavam em coro; Quem não grita quer tarifa! A baixada vai parar! Deram o tom e a diretriz de por onde irá caminhar o movimento, que estará de volta amanhã nas ruas e que decidiu em assembléia popular na praça que irá voltar as ruas e irá intensificar a luta com a ideia de espalhar por toda a região e abrir um amplo debate com toda a sociedade sobre a questão do transporte público que há anos é um grande lixo, e que os representantes da região nunca se importaram em fazer algo, então a pegada é ir pra rua e mobilizar todo a a sociedade.

Todas as fotos aqui

Declaração do Promotor Rogério Zagallo pelo face é apenas a ponta de um iceberg fascista chamado Estado.

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Esta declaração demostra claramente uma sociedade de classes, onde quem tem poder conferido pelo Estado, manda. E manda matar! Pergunta: irá acontecer algo com esse promotor? Com certeza não. Isso se ficarmos calados, temos mais é que cobrar punição a este promotor, ou no mínimo um escracho manifesto denunciativo.

Pois, nas mãos do Poder Público com certeza ficará impune. Afinal, segundo justificativa do mesmo, o que ocorreu foi um momento de desabafo pela espera no trânsito, pois seus filhos os esperavam nervosos. Não justifica!

Compreender que ficar preso no trânsito gera estresse é uma coisa, porém isso não limpa a barra de um posicionamento autoritário. Agora, imaginem o que ocorre no distrito deste promotor, quantos casos vão para o arquivo?  E reparem como ele utiliza o pronome possessivo “meu Tribunal”, revelando uma prepotência, pois, refere-se a uma instituição pública como sua propriedade particular.

Entretanto, qual é a novidade oriunda de alguém a serviço deste Estado que não passa de uma máquina de moer gente, mas que tipo de gente? Trabalhador, morador de periferia que acorda às 5h da manhã para pegar ônibus lotado, pagar um valor caríssimo por um serviço público péssimo.

E ainda querem retirar a legitimidade do ódio que leva ao protesto.

Aí vem à mídia oficial dizendo que teve quebradeira, dano ao patrimônio público, violência… desculpe a expressão, mas, “vão à merda!” Divulgar que na manhã de sexta havia gente desaparecida, presa e ferida, e que inclusive segundo nota do MPL até a data de hoje ainda tem gente presa, isso não fazem, e por quê?

Exatamente porque a sociedade está dividida em quem manda e quem obedece, e quando quem obedece se cansa e vai a luta, aí é reprimido, tratado como vândalo e deve morrer.

Alguma dúvida que a polícia e todo o sistema jurídico são aparatos de extermínio da população pobre a serviço do Estado?

Isso comprovou-se na ordem dada pelo promotor; só porque estava nervosinho no trânsito. Ora, como ele acha que estão quem é violentado todos os dias pelos serviços públicos sucateados? É válido lembrar também que é o povo quem paga o salário gordo que garante a ele não precisar pegar o metro, o busão e suportar a violência cotidiana do transporte público e de todos os outros serviços públicos que são uma grande merda.

 Logo abaixo a nota do MPL sobre compas que continuam presos.

No ato contra o aumento da passagem realizado no dia 06/06, houve divulgação de que 15 pessoas foram detidas, dessas, 6 manifestantes foram presos e mantidos na 78ª Delegacia de Polícia. Quatro deles se encontram em liberdade desde sexta-feira pela manhã, mediante o pagamento de fiança, duas no valor de um salário mínimo e duas no valor de 3 mil reais. Parte deste valor foi pago pelas famílias e, em parte, por fundos do Movimento Passe Livre. Outros dois continuam detidos apesar do MPL e da Conlutas terem levantado o dinheiro necessário para a fiança.

Isso se deve a um conjunto de fatos. Primeiramente, ao chegarmos na 78ª DP para pagar as fianças, os mesmos já haviam sido transferidos, para a 2ªDP. Desta forma, tivemos que nos dirigir ao Fórum da Barra Funda, porém não pudemos pagar a fiança pois a documentação da delegacia ainda não havia chegado ao Fórum. Às 18 horas de sexta-feira os papéis finalmente chegaram, mas não havia mais tempo para que as fianças fossem pagas.

Na segunda-feira(10/06)faremos o pagamento da fiança para libertar os presos e os advogados de confiança do MPL irão acompanhar os respectivos processos.

Acreditamos, no entanto, que nenhum destes problemas foi casual: nem a transferência, nem a demora dos documentos, nem os valores das fianças. Todo esse conjunto de empecilhos tem como objetivo atrasar o processo, mantendo os companheiros por mais tempo na cadeia – algo que não pode ser deixado de lado em hipótese alguma. Além disso, contribui para a criminalização de quem luta por uma cidade de e para todas as pessoas.

O machismo no dicionário informal do R7. Qual o significado da palavra ordinária?

feminismoEstava a escrever um texto outro dia (para o blog) e num determinado momento me deparei com a palavra; ordinária, qual utilizaria como adjetivo de algo ruim, fora de ordem e que não cumpre com algo acordado, de modo que, tive a preocupação habitual de ter a interpretação correta, afinal, algumas palavras assumem significados pejorativos em determinado contexto cultural, (também porque não tenho formação em letras) por isso, fui confirmar no dicionário, e o de praxe à quem migrou para a cibercultura: página do google –  digita – qual o significado da palavra ordinária? Ok! Apareceram às opções, cliquei na primeira,  Ordinária – Dicionário inFormal, quando abri o site para confirmar se minha interpretação estava correta, tive a surpresa de encontrar isto como definição:

Mulher que não presta, faz armações tudo por dinheiro e gosta de se exibir para os homens, mais novinhos”.

Exemplo, Aquela ordinária estava louca pra transar com o Paulo.

Continuei a ler o site e ver se eu não estava sendo precipitado em tecer minha opinião, (apesar de que essa duas frases já dizem tudo pra mim) encontrei isso:

Muitas vezes como a definição colocada neste site de um mulher “ordinária” é colocado de tal ordem que passa a ideia que as mulheres ordinárias seriam todas levianas, vagabundas, o que deve ser repudiado, nem todas as mulheres são vagabundas. A sociedade “convencionou” que algo ordinário, ordenada ou de “ordem” não necessariamente deva ser atribuído a todas as mulheres  como sendo vagabundas, rameiras, lasciva, libidinosas, imorais, depravadas etc., seria a coisa de ordem, porém não o é! Assim acho que a colocação da palavra “ordinária” às mulheres que mantem-se numa ordem de boa moral, não necessariamente são extraordinárias. Se a sociedade humana está degradada, não é por causa das mulheres ordinárias, mas sim pelas extraordinárias, que fazem mais na conduta sexual ordinária, para reprodução, a função primária para uma relação sexual. Se agora uma mulher é lasciva, e dá o cu  fornecer o esfíncter de forma passiva e lasciva; entregar o canal do reto para prazer… Como vertido neste dicionário, nem todas o dão!

Olha, confesso; o que está escrito aí em minha opinião é tentar explicar e se lambuzar ainda mais na merda que fez, pra mim não faz sentido toda essa explicação. Não havia porque fazer referência a mulher. Não sou professor, mas se é importante explicar com exemplos, o mais correto seria usar de forma neutra, tipo: “aquela empresa é ordinária” logo, significa que a empresa não é idônea, ou, “as pessoas tiveram uma atitude ordinária na câmara” logo, significa que as pessoas agiram por interesse. E só. Perfeito, certeza que todos entenderiam.

Fiquei indignado… Li e re-li, refleti, não havia outra conclusão! Sabia que as palavras assumem significados pejorativos, devido o momento histórico/cultural, (o que é ruim) mas essa foi demais – explicação de dicionário criminalizando a mulher, reafirmando uma cultura patriarcal e hedionda – nem sei dizer se neste caso, é sutil, pelo menos não pra mim! Pois, fiquei a pensar na quantidade de pessoas que acessam em busca da mesma definição que eu precisava e se deparam com este horror, e com certeza boa parte não percebe, simplesmente assimilam e mais tarde reproduzem essa cultura de inferiorização da mulher de forma natural, legitimando ainda mais uma sociedade em que as mulheres são vistas como seres de subserviência ao homem, que tem que lavar passar, cozinhar, cuidar dos filhos, fazer sexo quando o homem quer… Ou seja, ser sempre a propriedade, a empregada, a culpada, a crucifixada, a compadecida que tem que amar um mundo que a condena.

Absurdo! Lembrei-me de duas amigas que num programa de rádio leram um texto que falava em como os adjetivos quando são utilizados referindo-se a mulher são sempre de forma machista, desprezando a mulher, colocando a sempre como degenerada, corruptora de lares, pervertida, praga da humanidade entre outras deformações.

Aí lembrei que esta é uma briga grande de se travar numa sociedade tão cristã como a nossa, não sou contra nenhum tipo de crença, mas penso que a religião contribui demais para a alienação do povo e para todo esse machismo que vivenciamos hoje.

Na bíblia, por exemplo, conta-se o mito que no iniciou do mundo quem comeu o fruto proibido foi a mulher (Eva), deixando claro, que foi ela quem perverteu o homem (o tal do Adão) e trouxe o pecado para o mundo. Vejam só, além de cultural é algo religioso, pior ainda, porque com a ordem de Deus não se discute – uma boa forma que alguns canalhas inventaram para escravizar as mulheres – e isso perdura e vai determinando a vida – a questão do aborto, tenho certeza que se fosse o homem quem parisse, já estaria legalizado!

Mas em tempos que se faz piada com a lei Maria da Penha, lei que existe devido uma mulher ter ficado paraplégica porque o marido com seu sentimento de posse, além de a espancar durante seis anos, deu um tiro tentando a assassiná-la.

A verdade, é que muita luta ainda há pela frente nesta sociedade patriarcal!

OBS: Fui até o famigerado dicionário “Aurélio” esquecido na estante, e a palavra ordinária refere-se; Substantivo feminino, singular, 1. ao gasto diário, mensal ou anual. 2.Pensão alimentícia. – Enquanto adjetivo: 3. de má qualidade; inferior 4. de baixa condição; baixo, grosseiro.

Era só isso que eu queria, e que até havia lá no site, junto com toda essa droga junto.

Alternativas de mídias infantis para famílias feministas

Texto de Carolina Pombo.

Este post nasceu de uma preocupação evidente no grupo FemMaterna: qual é a influência das “princesas” na vida de nossxs filhxs? Como educar uma criança, com um olhar feminista, diante da forte presença de apelos sexistas na mídia – nos desenhos e filmes infantis, nos brinquedos, na internet, na publicidade, enfim?

Depois da constatação de que essa é uma preocupação comum entre nós, passamos a discutir as estratégias diárias que usamos para proteger as crianças sem cerceá-las completamente. Muitas de nós concordam em equilibrar a oferta de todo tipo de brinquedos e mídia de boa qualidade com a (quase inevitável) exposição às princesas Disney e demais apelos sexistas. Há pessoas que optam por não ter televisão e não permitir que os filhxs naveguem na internet e joguem games eletrônicos tão cedo. Essa é uma alternativa a se considerar, dependendo da rotina e estrutura familiar.

Eu tive diferentes momentos na minha infância. Lembro de uma época em que a televisão só era permitida aos fins de semana, no canal público — a TV Cultura. Só tive uma única barbie e era incentivada a brincar muito mais na rua do que dentro de casa. Mas, como mãe, apesar de não ter o hábito de ligar a televisão, não sou tão radical. Alugo, compro e baixo conteúdos para minha filha desde um ano de idade mais ou menos. E, com a tv que pagamos, podemos escolher a programação dentre a grade sem assistir a qualquer propaganda.

Também somos cinéfilos. Adoro levar minha filha ao cinema. Seu primeiro filme foi com um mês e meio, dormindo no meu sling! Fiquei toda orgulhosa de estrear seus olhinhos diante da grande tela com o documentário Babies, aos dois anos de idade. A primeira princesa que entrou na minha casa não tem nada pink, é uma ogra, a Fiona do filme Shrek. Ela foi um dos personagens preferidos da minha filha durante muito tempo. Mas, hoje em dia, convivemos com todo tipo de realeza — desde as Disney até as artesanais e vintages que tem reaparecido.

Há um argumento comum entre os produtores de conteúdos e produtos para as crianças de que a própria família procura aquilo que identifica com o gênero “menina” ou “menino” na hora de presenteá-las. Um dos princípios do marketing infantil se baseia, então, nessa ideia de que o consumo das crianças é claramente segmentado. É uma explicação circular que, ao mesmo tempo em que parte da “certeza” de que as pessoas consomem aquilo que as diferencia, enquanto grupo e indivíduo sexualizado, alimenta essa tendência de segmentação, discriminação e desigualdade.

Os programas na tv e no cinema tem seus personagens que logo aparecerão em marcas de brinquedos,. E, os brinquedos vão inspirar os vitrinistas a segmentar a exposição nas lojas, o que influencia bastante a escolha das pessoas e reforça a crença de que sempre consumimos em segmentos — de maneira geral, o marketing não está preocupado em contribuir para um mundo mais justo e igualitário.

Na minha experiência à frente de uma marca de produtos para bebês e crianças de até 8 anos de idade, pude constatar duas coisas interessantes: sim, há pessoas que chegam na loja procurando a “seção de meninas” e a “seção de meninos” — na minha loja, elas se sentiam perdidas e às vezes, até reclamavam que nós não tínhamos produtos para meninas enquanto outros diziam que não tínhamos para os meninos… O neutro não significava nada para esses consumidores, que geralmente vinham com uma ideia fixa sobre “o que as crianças gostam de verdade”; mas eu também presenciava sempre os suspiros de alívio de muita gente diante da minha vitrine! Parecia que, enfim, tinham encontrado uma loja que entendia que as crianças não precisam ser o tempo todo classificadas por gênero, e que é muito mais rico deixar que brinquem livremente.

Infelizmente, a maior parte dos produtores não está atenta à esse público mais questionador, que se incomoda com as vitrines divididas entre o mundo doméstico e das maquiagens pink e o mundo preto e azul da violência. Maaaaas, ainda bem que nesta sociedade diversa e globalizada — com suas mazelas e dificuldades profundas — podemos também ter acesso a outro tipo de produção, incluindo brinquedos e mídias infantis que superaram essa crença na segmentação por gênero.

Há, tanto na tv aberta brasileira quanto nos canais pagos, desenhos animados que podem ser boas alternativas para enriquecer o cardápio midiático das crianças. Na internet, também encontramos sites com acesso grátis, e jogos que podem ser baixados para pc ou tablet, nessa mesma linha. São essas alternativas que nos ajudam a prosseguir na educação feminista sem privar nossxs filhxs do uso das novas tecnologias.

Por isso, neste post, resolvi fazer uma breve lista (com contribuições de outras pessoas do grupo) de sugestões que fogem desse círculo vicioso impulsionado pelo marketing. Com certeza, há outras dicas que não puderam ser contempladas aqui. Se você tiver mais algumas, compartilhe nos comentários!
Da esquerda para direita, imagens dos desenhos: Stella & Marcos, Dora e Charlie & Lola.

Da esquerda para direita, imagens dos desenhos: Stella & Marcos, Dora e Charlie & Lola.

1. Charlie e Lola: o mais citado na discussão do grupo sobre o tema. Agrada a grandes e pequenos, além de mostrar a bela relação de um irmão com a irmã mais nova sem qualquer apelo à segmentação sexual. É lindo!

2. Shrek: todos os filmes da série desconstroem estereótipos: de princesa, príncipe, mãe, pai, casal (o Burro tem filhos com uma Dragão fêmea, por exemplo), e há críticas inteligentes e bem humoradas aos contos de fadas clássicos.

3. Ninoca (Maisy Mouse em inglês): é o desenho animado que gerou uma série de livros, sobre uma ratinha que só assumimos como menina por causa do nome. Ela se veste de forma simples, com shorts e blusa coloridos, e brinca de todo tipo de coisas com seus amigos.

4. Vila Sésamo (Sesame Street em inglês): super antigo e pedagógico, tem a tradição de explorar as discriminações sociais, com personagens de todo tipo, até mesmo um monstrinho morador de rua, chamado Oscar. O site americano tem muitas opções de jogos e vídeos, gratuitos.

5. As visões da Raven: mais direcionado para os pré-adolescentes, é protagonizado por uma menina negra, feliz, engraçada e corajosa. Apesar de ser da década de 1990, faz sucesso na tv aberta.

6. Estela e Marcos (Stella et Sacha): são personagens de uma coleção de livros que viraram jogo e livro interativo para tablet. Os dois tem uma relação especial com a natureza e as brincadeiras ao ar livre. As ilustrações são maravilhosas!

7. Anabel: dá para não gostar de uma menina que se inspira em Edgar Allan Poe? Essa personagem faz um mergulho na literatura, viajando com os pais, conversando com seu amigo Ulisses, indo à escola… E tem a vantagem de ser uma criação brasileira!

8. Toca Boca: apesar do nome familiar, é uma marca sueca que tem ganhado muitos prêmios. Inovadora tanto no conteúdo quanto na aplicabilidade, oferece jogos para tablet que transformam atividades do dia a dia em brincadeira. No jogo de salão de beleza, as crianças podem fazer o que quiserem com os personagens, independente da identidade sexual deles. No jogo de customização de roupas, a gente pode inclusive vestir o menino com vestidos e usar os mesmos acessórios tanto para ele quanto para a menina — é um dos meus preferidos!

9) Dora, a aventureira: é um desenho infantil no qual a protagonista é uma menina livre e curiosa. Ela contracena com os animais e passeia por diferentes “mundos”.

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Carolina Pombo é psicóloga, mãe de uma menina, curiosa e inquieta. Escreve no blog Kaléidoscope.

O FemMaterna é um grupo de discussão sobre maternidade com uma proposta feminista. Se quiser participar, basta pedir solicitação na página do grupo. Participe também no facebook.

Fonte: Blogueiras Feministas