Instituto Royal: Uma discussão que precisa expandir

1377495_736834286332608_413167500_nNo dia (19) de outubro na cidade de São Roque interior de SP, ativistas ocuparam o Instituto Royal e resgataram 178 cães da raça beagle além de muitos coelhos que serviam de cobaias em testes com antibióticos e outros remédios. A mobilização tomou proporção pela rede, inclusive, foi divulgada em tempo real e no dia seguinte havia ativistas de outras regiões na cidade para protestar contra o abuso da Royal, que deflagrou logo pela manhã em confronto com a polícia, resultado: uma viatura de polícia e dois carros da TV Globo incendiados e algumas pessoas detidas para averiguação, ao todo cerca de 120 pessoas estão sobre investigação e poderão responder por furto.

O caso ganhou visibilidade nacional após sair nas mídias sociais, o que rendeu enormes discussões pelas redes, se tornando assunto em evidência tanto em apoio quanto em chacota. (triste) É uma pena que o debate (a maior parte dele) que tem circulado é em torno de piadas e da incoerência das pessoas, de uma classe burguesinha alienada que defende os bichos, mas usa os produtos, consome carne e nem sabe nada sobre a exploração dos trabalhadores nas lavouras de cana-de-açúcar ou sobre as chacinas nas favelas efetivadas pela polícia a serviço do Estado – Ok, nem é preciso reconhecer que foi uma galera de classe média que puxou essa discussão e foi lá efetivar a ação, e que em parte foi desastrosa a operação da galera, que retirou os animais e depois não sabia o que fazer com eles e pediam ajuda pela rede, e neste ponto também rola a falta de apoio da sociedade que não contribui em nada e ficou criticando, por isso a galera devia de ter pensado no suporte, óbvio, pois no final das contas teve cão encontrado na rua que acabou voltando para o Instituto. Porém, não retira a legitimidade da ação e nem da discussão, até mesmo o fato de atriz ter aparecido e feito “merchan” com cachorrinho no colo.

camundongos-578x385O que mais importa mesmo com todos os erros e acertos da ação, é que um precedente foi aberto para ser discutido: a questão da exploração animal – afinal, a maior parte das pessoas que falam sobre incoerência são as mesmas que nunca refletiram sobre a exploração animal, “sobre o bife que comem”. Qual sua origem e de que forma chegou à mesa. Além dos cosméticos que uma imensa maioria nem sabe que existe teste a cerca disto. Por isso o caso da Royal suscita aspectos importantes, que poderíamos inserir uma discussão de classe muito interessante, entretanto, o precedente aberto para discussão radical sobre a exploração animal naturalmente se for radicalizado alcançará esse debate, então vamos com calma;

Primeiro; vamos colocar em pauta todas as empresas que fazem testes em animais, quanto elas lucram e onde elas estão presentes, a partir disso revelar que o teste em animais é um grande mercado, por isso não acabará facilmente, é preciso muito embate, muita discussão e muito carro da polícia e da TV Globo incendiados. Porém, há alternativa, testes em células troncos podem substituir o teste em animais, afirmam cientistas, leia monografia muito interessante a respeito da substituição do uso de animais vivos em experimentos científicos e educacionais, além de fomentar a reflexão acerca de valores éticos sobre a preservação da vida animal aqui;

http://www.pea.org.br/educativo/mono_fernanda_paro.pdf

Segundo; vamos levantar a discussão da carne que está na mesa, qual sua origem¿ Como funciona a indústria da carne?  Um ser humano não pode viver sem carne, por quê? Leia sobre o mito da carne aqui;

http://www.adventista.edu.br/_imagens/teologia/files/RELIGI%C3%83O%20E%20SA%C3%9ADE%20-%20TEXTO%201(1).pdf

taller-ilegal-copyright-hernan-zin-no-reproducirTerceiro; vamos expandir essa discussão da exploração, pois irá revelar muitas contradições e perversidades exercidas pelo ser humano. Afinal, quem sabe, por exemplo, de onde vem o tênis All Star? O da Nike? O computador, o celular, o tablete e uma infinidade de coisas que a sociedade pós-moderna tem nos propiciado?

EXplotacion_laboral_BangladeshE vamos pensar por que o preço de um determinado produto é tão barato? Horas, tem exploração no meio de tudo que consumimos – exploração do meio ambiente, de pessoas, de animais… De tudo, não há limites para uma sociedade cega que se acostumou a consumir sem questionar! Este é o ponto, a sociedade do consumo não tem escrúpulos, e todos estão inseridos neste processo, contribuindo de alguma forma com algo ruim sem saber, essa é a realidade que precisa ser escancarada e posta em discussão.

OBS: Essa discussão é bem longa para um texto pequeno, mas o intuito é provocar mesmo e ir discutindo. Blz!

Quem tiver interesse pesquise sobre trabalho análogo a escravidão referente estes grupos aqui; C&A, Grupo Pão de Açúcar, Leader, Marisa, Pernambucanas, Renner, Riachuelo e Walmart. Ou, sobre os calçados de Franca – há pesquisas de Ricardo Antunes- Sociólogo Brasileiro, muito interessante a respeito, além de muitas outras coisas relacionadas a exploração.

Links sugeridos;

Produção animal é um dos maiores contribuintes do aquecimento global, reafirma ONU.

http://www.hsi.org/portuguese/news/press_releases/2013/10/produo_animal__um_dos.html

Sobre Trabalho escravo;

http://ecotece.org.br/blog/tag/trabalho-escravo/

http://reporterbrasil.org.br/2011/08/roupas-da-zara-sao-fabricadas-com-mao-de-obra-escrava/

Boa leitura!

Lista de empresa que fazem testes em animais;

http://www.vegetarianismo.com.br/sitio/index.php?option=com_content&task=view&id=964&Itemid=104

Lista das que não testam aqui;

http://www.pea.org.br/crueldade/testes/naotestam.htm