Agora é esquerda versus direita disputando no voto. Não tem outra forma?

Eleições

As eleições de 2014 foi umas das piores eleições que houve no que diz respeito às trocas de ofensas, calúnias, depreciações e exposições de pensamentos conservadores e ultrarreacionários. À exceção dos partidos alinhados à esquerda PSOL, PSTU, PCB, PCO – os outros fizeram campanhas falaciosas, cada um escondendo a própria sujeira e querendo amplificar a sujeira do outro, quando não inventando absurdos, sendo que no fundo todos estão soterrados na mesma política ultrajante que mantém este estado de coisas, seja em maior ou menor grau. E aí, a surpresa pela quantidade de conservadores que foram eleitos e reeleitos no estado de São Paulo é um soco bem dado no estômago, diante do diagnostico atual em que o estado de SP enfrenta diversas dificuldades, de toda ordem, sucateamento do serviço público, problemas seríssimos de mobilidade urbana e moradia, falta d’ água, violência policial, espancamentos e assassinatos de homossexuais, extermínio da juventude negra, entre outras infinidades de violações de direitos. E, no entanto, Alckmin se reelege, a bancada da bala entra para o legislativo paulista com o Coronel Telhada (PSDB) e o Coronel Camilo (PSD), Marcos Feliciano (PSC-SP) e Celso Russomanno (PRB-SP) são eleitos deputados federais, entre outros que seguem a cartilha do conservadorismo à risca e que vão continuar mantendo e até recrudescendo ainda mais uma política de estado opressiva e segregacionista.

Apertar o botão de novo?

A disputa à presidência da república entre Dilma Rousseff e Aécio Neves apresenta um cenário político dantesco, apesar de Dilma e Aécio não serem candidatos ‘tão’ antagônicos como querem parecer. O embate de forças entre setores de direita e de esquerda irão se acirrar ideologicamente, e para as esquerdas é bem provável ainda mais fragmentação. Pois tanto para às esquerdas radicais que não veem no PT, um partido de esquerda, como para àquelas que não acreditam no sistema representativo e propagam o voto nulo e a luta pela autonomia popular, apoiar Dilma é absurdo e contraditório, estariam apenas caindo numa armadilha que desaguaria mais uma vez na legitimação da farsa do sistema. Sim. E este é um ponto interessante, porque de todo modo tudo iria desaguar nisso mesmo. Ou alguém acha que alguma das esquerdas partidárias radicais venceria as eleições? Ou os autonomistas já conseguiram influenciar na construção do poder auto gestionário a tal ponto que podemos ignorar essa bifurcação? Cito os autonomistas devido à luta pelo voto nulo, que tem sua importância, principalmente no discurso de liberdade, porém, é uma palavra de ordem vazia sem organização, e no momento tem o que a dizer além de discurso?

Não há terceira via dentro deste sistema, nesta lógica de poder, vivemos numa prisão, acorrentados a um modus operandi que não nos dá alternativa nenhuma, daí o que há de concreto neste momento, é que se Aécio ascender ao poder, teremos uma mudança de governo para pior, e vai atingir muita gente. Alguém dúvida? Cabe à reflexão. (essa é a leitura frágil deste que escreve)

Quem vai pagar a conta?

Não é preciso ser tão esperto para saber que o déficit cairá na conta da população pobre que depende dos programas assistenciais do governo, (tão criticados, mas que fazem a diferença na vida de muitas pessoas) além de outras e outras coisas. E isso, podem as esquerdas argumentar e discursarem o quanto quiserem, é realidade prevista, só quem acessa ou acessou um programa sabe a diferença que eles fazem na vida, não tem discurso de revolução e teoria que mude isso. Que a política do PT bateu no teto, e não pode avançar para uma mudança estrutural, isso é fato. Porém, discursar na rede, nos grupos subterrâneos, acadêmicos, alinhados à esquerda, nas reuniões de amigos, entre tantos outros, pouco tem contribuído para despertar a consciência da população. A votação massiva nos candidatos conservadores reflete o distanciamento dialógico que às esquerdas estão da população.

Agora, quais são as condições objetivas para superar o discurso, o estado e o capital neste momento? Ainda mais quando a própria população vota em conservadores, nos mesmos que irão formar um paredão no congresso para que não sejam aprovados direitos para os excluídos – e, não é improvável que Aécio seja a cereja deste bolo medonho.

Infelizmente, neste sistema político eleitoral o que é oferecido à população em termos de participação política é a opção de ficar refém de um sistema viciado, que sempre apresenta como alternativa a conformação com o ‘menos pior’. Precisamos superar o discurso e vencer na ação, e vencer na ação é repensar todas as ações de luta, construir realmente organizações sólidas que possam furar esse bloqueio, essa bifurcação, porque é sempre nela aonde chegamos, e não adianta conjecturar fórmulas, estamos presos nela.

E neste momento, numa análise bem fria, este que vos escreve, por exemplo, não se sente à vontade para dizer a algumas pessoas que precisam do beneficio: o importante não é o Bolsa Família, o PROUNE, entre outros, mas a liberdade e a autonomia de se opor a este sistema – minha análise e entendimento neste caso, não servem de nada, soa tão individualista quanto autoritário.

É preciso superar esta bifurcação que nos leva sempre à direita.

OBS: Caso vença as eleições, obviamente o PT (Partido dos Trabalhadores) irá se colocar ainda mais à direita, pois perdeu sua representatividade na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Portanto, a luta tende de um modo ou de outro, ser ainda mais árdua, claro que em medidas muito diferentes. (Reconheçamos isso ou não)

Transporte público em São Vicente: Um negócio lucrativo!

Foto: Perfil de Cooperlotação

Foto: Perfil de Cooperlotação

Depois de um passeio no dia 08 de agosto pelas montadoras de Van; Apta, Mercedes Benz e Volare em SP, o Prefeito Luiz Cláudio Billi convidou para um café no dia 02 de setembro, representantes dos permissionários do serviço de lotações na cidade. O objetivo foi esclarecer alguns pontos nevrálgicos como, por exemplo, de que modo vai dividir o osso do transporte público na cidade, ironia à parte, o Sr prefeito reafirmou que tem um projeto de renovação da frota, mas que nenhum permissionário será prejudicado com a licitação que será aberta, solenemente disse: “Vocês serão preservados”. Pois, haverá licitação da gestão administrativa das lotações, assim como haverá licitação da permissão do serviço.

Tem caroço nesse angu?

Realmente a novela do transporte público em São Vicente é vergonhosa, como já afirmamos centenas de vezes em outros textos, o transporte é um direito essencial que garante à população o acesso a outros direitos, porém estruturado neste formato mercadológico, a população vai continuar pagando caro e enfrentando transporte lotado.

Hoje 09 de setembro tem audiência pública onde será novamente discutido o projeto de um transporte público na cidade, esta é terceira audiência, onde a quebra de braços entre o Prefeito e os permissionários (e alguns oportunistas) já rendeu bons debates, mas de concreto nada firmou como alternativa viável de um transporte realmente público e de qualidade. Evidente que isso também não seja nenhuma novidade, audiência pública é jogo de cartas marcadas, onde as correlações de forças são testadas para depois terminarem em “acordões”.

O governo municipal

Um dos objetivos apontados pelo prefeito é exatamente dar maior transparência nos custos e atuar de forma direta no controle de gastos, e na cobrança de maior qualidade na prestação do serviço oferecido pela empresa que estiver operando.

A empresa

A Cooperlotação está pressionando pela criação de um órgão gestor do transporte público na cidade, com um projeto elaborado por ela mesma, que apenas trata de questões técnicas e em nenhum momento fala de redução da tarifa, ou maior efetivo nas linhas. O projeto está muito mais ligado às condições técnicas do veículo – que é uma obviedade, já que muitos estão desgastados e possuem problemas nas portas, com isso podem acarretar acidentes – do que apresentar propostas para um transporte público com gestão direta e popular.

Daí, se a população tem interesse num transporte realmente público e de qualidade terá que brigar muito, pois com o andar da carruagem, o interesse real dessa discussão está onde sempre esteve: nos lucros.

Rádio feira e a Comunicação popular

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

A rádio feira é uma atividade realizada na feira da livre da Vila Margarida – SV, com intuito de produzir uma comunicação direta de povo para o povo, e com o povo participando e se apropriando dessa ferramenta chamada comunicação, de modo, a produzir coletivamente (grupo de comunicação da rádio e quem “cola” e quer participar) questionamentos sobre a realidade do bairro, da cidade e da vida. Por isso é um espaço aberto de interação e produção de ideias e de cultura, onde as pessoas podem falar, onde os artistas locais podem apresentar sua arte, tudo isso, sem ter que atender a uma determinada imposição, norma ou pagar um jabá.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

A rádio feira é este momento em que as barreiras são quebradas e a população ganha voz, empoderamento e compartilha saber, seja de crítica social, ou não. Numa sociedade que silencia a todos por meio de regras e ordens feitas para controlar, escravizar e excluir, se sentir visibilizado às vezes pode significar muito, mesmo num espaço curto de tempo. Portanto, é neste momento que a comunicação popular ganha sentido “real”, quando ela subverte a lógica vertical e homogênea, e torna-se um espaço realmente aberto e horizontal que busca estimular a ressignificação da vida em sociedade, de modo que todas as pessoas tenham o direito de participar deste processo.

Viva a rádio Feira!!!

Todas as fotos aqui

Vídeos:

Manifestação contra a privatização em Santos. Saúde não é mercadoria!

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Quem passou na quinta-feira do dia 21 de agosto pela Praça Mauá em Santos pôde conferir uma manifestação contra o desmonte dos serviços públicos que vem sendo arquitetado pelo governo municipal sobre o comando do Sr Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), prefeito de Santos, e com a conivência da maior parte dos vereadores da cidade que com a falácia de uma suposta eficiência na prestação de serviço, colocam em andamento um processo de desmonte dos serviços públicos na cidade – os colocando nas mãos de Organizações Sociais (as famosas OS) que disfarçadas de instituições do setor privado, sem fins lucrativos, atuam em parceria formal com o Estado, usurpando quantias enormes de dinheiro público e sucateando cada vez mais direitos essenciais da população. Inúmeros são os casos de denúncias dessas Instituições, envolvendo irregularidades, corrupção, entre outras coisas.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Puxado pela Frente em Defesa dos Serviços Públicos, Estatais e de Qualidade, o ato contou com o apoio de diversas organizações de luta: movimento de moradia, de saúde, sindicatos e partidos. Segundo a Frente o primeiro serviço público a ser entregue será o Hospital da Zona Noroeste, um hospital que já tem inúmeros problemas, principalmente em relação à falta de médicos. Com a privatização o processo de precarização do serviço prestado a população irá acirrar-se ainda mais.

OBS: Na sexta-feira (22) a Frente fez uma intensa panfletagem pela zona noroeste dialogando com a população sobre a situação, e disseram que irão panfletar por toda a cidade, convidando a população a participar deste debate.

Fotos aqui

Túnel Santos/Guarujá uma obra com orçamento que não para de $$$$$

A construção do túnel submerso que interligará as cidades de Santos e Guarujá está se tornando um negócio muito lucrativo, onde a especulação em torno da obra é absurda, pois, os números não param de subir. Inicialmente a obra foi orçada em R$ 1,3 bilhão – estimativa apresentada em março de 2012 pela DERSA (Desenvolvimento Rodoviário S/A) responsável pelo gerenciamento da obra. Em setembro de 2013 o Governador Geraldo Alckmin disse que o valor chegaria a R$ 2,4 bilhões, sendo que R$ 962 milhões seriam destinados especificamente à construção do túnel. O restante utilizado para obras viárias em Santos e no Guarujá e para desapropriações e reassentamentos.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Fevereiro deste ano em Audiência Pública a DERSA confirmou tal valor – em julho por motivos que de acordo com a empresa, o Comitê de Gestão do Banco Interamericano de Desenvolvimento, (que seria responsável pelo financiamento) não aprovou uma das cláusulas de formação de consórcios – com isso, todo o processo de licitação teve que ser reiniciado.

Daí, nesta terça-feira (6) após audiência com empresas interessadas no processo licitatório, a DERSA apresentou novamente o projeto desenvolvido junto com técnicos da empresa holandesa Royal Haskoning, e deu a notícia que o projeto da obra aumentou o valor para 2,8 bilhões de reais. Pois é… Incrível a especulação em torno deste túnel, e como tudo vira negócio. Bom lembrar, que no meio deste negócio, até agora, a resposta referente as remoções das famílias nas cidades de Santos (em torno de 300) e do Guarujá (1224) não foi dada, poucas são as informações a respeito, o poder público simplesmente ignora, e de certa forma vence pelo cansaço e pela desmobilização, uma vez e outra, puxa reunião com os moradores organizados para conversar e nada de concreto é apresentado, apenas a sugestão da construção de um conjunto habitacional – a velha tática política de ganhar tempo.

OBS: O processo licitatório das obras seguida da publicação do edital de pré-qualificação sairá no próximo dia 27 de agosto, a previsão para inicio das obras será em janeiro de 2015. Era para ter iniciada em julho, porém, o atraso é devido o calendário eleitoral e a mudança de financiador da obra, que não será mais pelo BID Banco Interamericano de Desenvolvimento, segundo o Governador Alckmin a verba provavelmente será do BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) Ou seja, dinheiro da federação, será que vão liberar?

Festa popular: Quadrilha Junina Andy & Angel

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Neste último sábado, 02 de agosto, duas quadrilhas se apresentaram no Arraiá Andy & Angel na rua Olga marques na Vila Margarida – SV, próximo ao colégio Laura. Evento organizado pelo grupo de Quadrilha Junina Andy & Angel.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

A primeira apresentação ficou por conta do grupo de Quadrilha Tia bola que fez uma apresentação incrível, na sequência, Andy & Angel deu um show de dança e animação, com um roteiro muito bacana e divertido. No final, houve a participação da quadrilha Nossa Senhora das Graças, que encerrou a noite.

Em São Vicente,

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Quem teve a oportunidade de conferir as apresentações das quadrilhas este ano, pôde presenciar que este festejo junino organizado há muito tempo nas periferias de São Vicente se tornou uma tradição popular muito interessante.

Primeiro por agregar uma grande quantidade de jovens em torno de uma manifestação cultural que procura valorizar a mulher e o homem do campo, dando importância às coisas simples e da terra.

Segundo por colocar toda essa juventude em contato com manifestações culturais regionais, muitas vezes, desconhecidas aqui em São Vicente, por exemplo, a quadrilha da Tia Bola em suas músicas de apresentação possui uma sonoridade com certa influência de músicas regionais do Amapá, do nordeste, enfim, bem legal né?

Terceiro é que este envolvimento com a cultura popular propicia sairmos um pouco da cultura de massas e adentrarmos um pouco na cultura popular, na cultura de povo pra povo, onde as pessoas preparam suas roupas, suas comidas, danças e na rua do bairro mesmo montam seu Arraiá e celebram a vida.

Parabéns aos organizadores! Pela cultura popular sempre!!!

Todas as fotos da festa neste link clique e confira!

Vídeos abaixo com parte da festa que foi danada de boa.

Trabalhadores da limpeza urbana e a luta para que seus direitos não sejam jogados para debaixo do tapete

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

A greve dos coletores de lixo em São Vicente vem ocorrendo desde 2012. Por que as empresas se recusam a pagar acordos coletivos?

Os coletores de lixo de São Vicente e de Praia Grande entraram novamente em greve esta terça-feira (08). Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação as empresas quebraram o acordo coletivo firmado e descontaram os dias parados devida a greve do mês passado.

Apesar do direito a greve ser garantido pela Constituição Federal, em seu artigo 9º e a Lei nº 7.783/89, assegurar que todo trabalhador e trabalhadora compete à oportunidade de exercê-la. Entretanto, toda greve em geral é sempre muito criminalizada pela sociedade. Aproveitando-se de tal situação, as empresas, ignoram a lei e agem da maneira como querem, dificilmente sendo penalizadas. Tratando-se de prestadoras de serviços públicos, o problema piora. Vide as notas lançadas pelas Prefeituras, sempre atenuando a situação, na verdade, “lavando as mãos”, muito mais preocupadas com a própria imagem governamental, do que com os problemas reais, e neste caso, são as condições insustentáveis de trabalho que estão sujeitos os coletores da região.

Em São Vicente, por exemplo, desde 2012 que os coletores estão nesta briga, devido os atrasos de salário; de valores de benefícios como vale-transporte e auxílio refeição, no final de 2012 houve paralisação, depois no início de 2013, neste ano em junho e agora em julho. A reivindicação dos garis é pelo aumento de salário; condições de trabalho; insalubridade e também denunciam o assédio moral e até sexual que alguns têm sofrido.

Para termos uma ideia; varredores, margaridas e garis em São Vicente recebem R$ 755,00 e coletores ganham R$ 785,00 (absurdo!). A categoria pediu que o piso aumentasse entre R$ 900,00 e R$ 1mil (o mínimo de justiça) No mês passado foram 14 dias de paralisação e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP): decidiu pelo reajuste salarial de 12,5%; estabilidade de 90 dias para todos os trabalhadores; pagamento dos dias parados. Porém, as empresas ignoraram e descontaram dos trabalhadores os dias de greve, com isso, a categoria resolveu cruzar os braços até que o pagamento destes dias seja feito.  Em nota as empresas informaram que os pagamentos serão feitos nesta quinta-feira (10), ou na decorrência da semana, pois, houve problemas devido o feriado. Será?

A luta destes trabalhadores de limpeza urbana não é fácil, mesmo com estas conquistas que obtiveram por meio da luta, não são suficientes diante das necessidades reais. Pois as fragilidades quais estão submetidos dentro dessas empresas de prestação de serviço, (terceirizadas) blindam e garantem uma lógica de exploração capitalista que se apropria cada vez mais dos direitos dos trabalhadores. Daí as denúncias de assédio moral e sexual, pois quando retornam, têm que cumprir prazos absurdos, trabalhar em dobro debaixo de sol e chuva, conviver com o preconceito, com a falta de solidariedade e respeito de quem se sente prejudicado com a greve, dentre outras coisas, que só contribuem para essas situações de violência.

Infelizmente, está longe de terminar toda essa exploração, porém, cruzar os braços e agir coletivamente é o caminho para as mudanças.

Todo apoio a luta!

Prefeitura de São Vicente e o caso da creche Olinda Cury Gigliotti. Onde estão as verbas do FUNDEB?

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

No dia 25 de maio de 2014, divulgamos aqui no blog da Rádio da Juventude a informação que a Prefeitura de São Vicente não estava repassando a cerca de um ano as verbas do FUNDEB (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) para a Creche Olinda Cury Gigliotti (localizada no bairro do Japuí – SV), e por isso a Associação dos Funcionários e Amigos do Hospital São José (ASFA), que administra a creche, comunicou as mães e os pais que o serviço prestado por ela, seria encerrado, pois essa verba do FUNDEB garantia não só o pagamento da equipe, mas também a merenda escolar, material de limpeza e outros gastos, e com os constantes atrasos, não haveria como manter a creche funcionando – deixando transparente que, o equipamento, a Prefeitura provavelmente assumiria, não seria uma questão de fechamento, mas de mudança de gestão.

Dois dias depois do comunicado, as mães e os pais se reuniram e formaram uma Comissão, deliberando que não concordavam com a atitude da Prefeitura, pois consideraram que o serviço prestado pela associação era de excelência, e por isso, entrariam com uma ação coletiva no Ministério Público, fariam um ato no centro de São Vicente denunciando e arrecadando assinaturas num abaixo assinado para que a administração da creche não mudasse e para que a Prefeitura cumprisse com o seu papel e repassasse as verbas em atraso.

As mães e os pais por meio de organização terminaram por conseguir em torno de 800 assinaturas, pressionando a SEDUC (Secretaria de Educação) a receber a comissão, e numa reunião junta à Secretária de Educação Creuza Calçada foi firmado que não haveria o rompimento do contrato com a associação que administrava a creche, mas que os atrasados seriam resolvidos junto ao Ministério Público, já que havia uma ação movida pela associação, sobre a renovação do Convênio, a Secretária justificou que ocorreu um mal entendido entre as partes na renovação, porém, já estava tudo resolvido, de modo que a Secretaria de Educação estaria aberta à comissão para discutir quaisquer dúvidas ou sugestões. (assista ao vídeo logo abaixo e veja como foi à reunião)

No vídeo algumas explicações referentes ao repasse e a renovação foram pontuadas pela Secretária, por exemplo, a verba não ser oriunda do FUNDEB, a falta de documentos para renovação do Convênio. (Sobre os atrasos não quis comentar. Assista ao vídeo).

PrintColocamos aqui a réplica da Sr.ª Rose Hoyer, Presidenta da associação que ao assistir o vídeo no Facebook, deixou este comentário:

“1º- Fomos claras na reunião de pais, quanto ao motivo pelo qual iríamos encerrar nossa participação na Administração do Equipamento – A verba por nós guardada já estava acabando e seria injusto e irresponsável de nossa parte correr o risco de não termos o suficiente para o pagamento das merecidas e legais rescisões trabalhistas das colaboradoras; 2º – A documentação exigida para novo Convênio foi entregue mais de uma vez, conforme cópias que lhe encaminhei. Mas, a morosidade de alguns Departamentos do Executivo Vicentino fez com que vencessem os prazos das certidões negativas de debito, forçando- nos a reiniciar o Processo (está tudo documentado) 3º – O cerne da questão é o repasse e não de onde vem, muito embora, há nove anos ouvimos que é do FUNDEB na Secretaria; 4º – São 3 e não 1 ou 2 parcelas de 2014 e 12 parcelas no total, uma vergonha inexplicável ; 5º – até o momento não foi repassado mais nenhuma . Já encaminhei à Promotoria novo requerimento, solicitando um TAC ( termo de ajuste de conduta ), para garantir nosso sossego”.

Enfim, a mobilização e a pressão popular garantiu que a creche continuasse operando. Parabéns as mães e os pais que se organizaram e pressionaram o poder público! Pois se há algum mérito nesta história, pertence a eles. Esta é a prova que somente por meio de organização coletiva podemos conquistar e validar nossos direitos. A creche, além de uma necessidade de mães e pais trabalhadores e trabalhadoras é um direito social de toda a criança assegurado pela Constituição Federal e pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Porém, muitas vezes devido à forma como o serviço público é tratado e gerido, mais parece um favor prestado, no qual mendigamos pelo serviço, e nessa condição de reféns, não conseguimos nem questionar com medo de sermos retaliados.

A Creche Olinda Cury Gigliotti continua com seu trabalho, porém, já tivemos a informação que até agora os pagamentos, (atrasados e do mês sequente a renovação do Convênio) quase dois meses depois da mobilização, ainda não foram feitos. Fica pergunta, onde estão às verbas do FUNDEB? Voltaram para a União? Ou, foram gastos de forma indevida? A ação está no Ministério Público. E, qual o futuro do equipamento diante desta instabilidade?

O triste, mas real, é que a maioria desses equipamentos; creches, escolas, entre outros estão sempre sobre a gerência de algum grupo social de interesses políticos e econômicos, aí quando muda a administração do município, as disputas começam, e quem paga é o povo. Neste mesmo bairro, Japuí, há outro equipamento que segundo informações dos próprios pais e mães, a Prefeitura assumiu o serviço, daí a Sr.ª Primeira-Dama Valéria Lins, “amadrinhou”. ( Como assim? Enfim…)

É isso, enquanto a população não estiver organizada para assumir sobre suas rédeas seus direitos, a disputa política e a deturpação dos equipamentos continuará operando desta forma. Porque uma coisa é certa, nem Primeira-Dama é cargo público, nem Associação por mais boa vontade e honestidade que tenha, deveria estar gestionando um equipamento público.

Vídeo com a Secretária Creuza  Calçada

A Copa é nossa. Mobilização contra a Copa do Mundo pra quê?

copapraquem_2As organizações sociais que são contra a copa do mundo, sempre foram contra desde o início, desde a época do sorteio, e sempre estiveram conscientes dos prejuízos causados pelos grandes eventos, porque é fato; a matemática econômica destes eventos é sempre a mesma; o ônus fica na conta da população pobre. Vide toda a violência desencadeada, principalmente no Rio de Janeiro, além dos superfaturamentos nos Estádios e em outras infinidades de obras. (A copa pelos países que passou só deixou divida)

As mobilizações têm sua importância porque elas denunciam a violação de direitos humanos que ocorreram e que estão ocorrendo no país – segundo o Comitê Popular da Copa; estima-se que cerca 250 mil pessoas foram removidas de suas casas, é por isso que ir para a rua manifestar repúdio é fundamental e legitimo.

copapraquem_8Obviamente que dizer “Não vai ter Copa” não irá impedir o evento, é só um grito simbólico de revolta. Porém, nas ruas tem sua força de provocação, (e político detesta ver seu nome criticada na rua) além de mostrar que não são todas as pessoas que se calam diante de todas as injustiças promovidas pela Copa do Mundo, e também um momento de dialogar com a população e trazer à tona toda a informação que o Estado quer esconder debaixo do pano.

Outra coisa, achar que é uma pauta distante, que deveríamos nos preocupar com outras coisas, não é! É bastante concreta e atinge todos os direitos sociais que (sem luta) continuarão sendo violados – pois, o efeito é cascata e atingirá todo o país, e este é o real legado que poucos querem discutir, se negam. O Governo federal faz questão de dizer que a Copa será maravilhosa, e que o legado será incrível para a economia do país. Alguém se lembra do PAN? (Jogos Pan-Americanos de 2007) Leiam a respeito, o discurso foi o mesmo, cadê o legado? Só houve gastos e desperdício de dinheiro público com construção de elefantes brancos.

O Jogo da direita. As manifestações servem pra isso…

copapraquem_8Que existem centenas de grupos politiqueiros tanto de direito quanto de esquerda querendo se beneficiar, com certeza! E isso nunca deixou de acontecer, em qualquer mobilização sempre tem os “parasitas” – isso, se evita com organização, o que ocorre na maior parte, mas os favoráveis a copa querem negar, e ficam no jogo da desqualificação evitando o ponto nevrálgico desta discussão; as violações de direitos humanos e a dívida pública.

Outra coisa, dizer que os jovens estão sendo usados?

É um pouco de malandragem política também, desde as manifestações de junho do ano passado que os políticos que disputam votos estão correndo atrás do rabo para poder alinhar um novo discurso, afinal, a política partidária representativa bateu no teto, se revela cada vez mais inviável, apenas sustentando grupos que se revezam no poder. E a população está cheia disso.

imagesCom as manifestações de junho uma nova configuração política de luta muito mais combativa e resistente mostrou à população; eficiência e praticidade, no sentido literal, de que é na luta que conquistamos direitos – as tarifas foram bloqueadas, e foi o povo na rua que conquistou. Só que, há uma ignorância proposital em negar que as manifestações decorreram de organizações autônomas que agiram na base e que vinham com um trabalho de anos pra impulsionar essa luta, é onde há uma disputa ideológica e política histórica de querer controlar a consciência da classe trabalhadora, afinal, trabalhadores organizados é um problema para o Estado.

320086_222056441184230_100001396260264_627501_1812275990_nE vale lembrar que as pautas levantadas nas ruas pela população, continuam ignoradas, quase toda a classe política partidária ignora, por exemplo, a discussão do projeto Tarifa Zero. O Governo Federal liberou no inicio deste ano 142 bilhões para os estados e municípios investirem em transporte público, alguém acredita que o transporte vai melhorar? Com certeza não, este montante, só irá continuar enriquecendo as corporações (máfias) do transporte público.

É isso, quem disputa poder, voto e autopromoção vai querer continuar brigando dessa forma, e vai querer passar um pano nessas manifestações que ocorreram e ocorrem, porque elas desmascaram a farsa eleitoral e a farsa de todas as instituições.

Nossas urgências; saúde, educação, transporte, trabalho digno, cultura e lazer, não cabem numa urna, não é um político eleito que ira resolver, é a população organizada, agindo coletivamente, assumindo seu protagonismo, sem delegar responsabilidades.

Que a Copa do Mundo vai acontecer todo mundo sabe, mas não é uma Copa do povo, só está esmagando o povo, por isso os prejuízos têm que ser espalhados aos quatro cantos sim! Toda a barbárie das remoções não dá pra esquecer, quem se posiciona a favor de um mundo justo e igualitário, não aceita este tipo de coisa.

Nesta Copa, desligue a TV e vá pra rua protestar!

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/150811647″ params=”auto_play=false&hide_related=false&visual=true” width=”100%” height=”450″ iframe=”true” /]

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/149323317″ params=”auto_play=false&hide_related=false&visual=true” width=”100%” height=”450″ iframe=”true” /]

Cidade de Santos e a política da desocupação.

Uma cidade comandada pela construção civil que ergue enormes prédios comerciais pelo município, desencadeando uma onda de especulação imobiliária, também impulsionada pelo sonho do pré-sal, (que continua debaixo d’água) a política da Prefeitura de Santos tem sido a do loteamento da cidade; desocupar e vender.

Foto-0045

Foto: Rádio da Juventude

Nesta última semana veio à tona a informação por meio de uma matéria do jornal A Tribuna que a Prefeitura acordou com o Grupo Pão de Açúcar, a desocupação do imóvel, onde está localizado o Fórum da Cidadania de Santos, pois neste local será instalada uma base comunitária da Polícia Militar, sendo que a atual base da PM será demolida devido às obras do VLT (Veículo Leve sobre Trilho).

Para quem não conhece, o Fórum da Cidadania de Santos é um espaço sem fins lucrativos que reúne organizações sociais, entidades e cidadãos. Cujo objetivo é mobilizar a sociedade a discutir direitos e deveres sociais, além de promover diversos projetos sociais e culturais – sendo um dos poucos espaços em Santos em que organizações populares podem utilizar como espaço de discussão e de formação política.

Passar por cima do Fórum é destruir um espaço que ainda permite e promove discussões sérias sobre diversos assuntos, à impressão, é que a Prefeitura não possui a menor sensibilidade social, para ela uma base da polícia é bem melhor que um local de produção de ideias. Por que será?

OBS: Não houve consulta popular, e nem das pessoas que gestionam o Fórum.

Conjuntos habitacionais em São Vicente: Uma década de abandono

Foto: Rádio da Juventude -março de 2014.

Foto: Rádio da Juventude -março de 2014.

Abandonados há uma década, os conjuntos Primavera/ Penedo localizados no Dique do Sambaiatuba, serão comprados no próximo dia 20 de maio de 2013, concluindo as negociações entre a Caixa Econômica Federal e a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). Segundo informações da Secretária de Habitação de São Vicente essa negociação garantirá mais 500 unidades para a cidade.

Um pouco da história destes conjuntos

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Estes conjuntos foram abandonados pela Incorporadora Nogueira Empreendimentos que abriu falência em 2005, (mas desde 2004 as obras estavam paralisadas). Quem tiver a oportunidade de ir até o local, verá o símbolo do descaso do poder público, da incompetência política de quem governa e da ineficiência estatal, foram gastos cerca 12 milhões oriundos FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

No dia 11 de março de 2013,

Foto: Rádio da Juventude - desocupação no Sambaiatuba - SV -março de 2013

Foto: Rádio da Juventude – desocupação no Sambaiatuba – SV -março de 2013

Estes conjuntos foram palcos do despejo de 700 famílias que os ocupavam. Partes dessas famílias removidas foram locadas num poliesportivo da Prefeitura na área continental, onde enfrentaram diversas dificuldades devido à falta de estrutura para abrigar famílias com crianças e pessoas idosas, outras partes, se dispersaram em casas de familiares e amigos.

Image18De acordo com a Prefeitura todas as famílias despejadas foram cadastradas em programas de habitação da cidade, além de um cadastro socioeconômico. Quanto aos conjuntos, foram colocados vigilantes para garantir que novas ocupações não ocorressem, e o planejamento junto à caixa econômica sobre o destino dos prédios daria início, ao que parece neste dia 20 de maio de 2013, mais uma promessa foi datada. Afinal, desde 2005 que há muitas explicações e promessas e nenhum resultado, e após dez anos de abandono, os prédios estão completamente deteriorados. Será que agora uma solução realmente será colocada em prática? Afinal, o jogo de empurra entre governo municipal, do estado e federal até agora não resultaram em nada.

Lembrando,

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude -março de 2014

Em São Vicente no bairro Parque Bitarú há outro conjunto seguindo pelo mesmo caminho, já denunciamos aqui no blog e pelo perfil da Rádio no Face, inclusive, o Sr Secretário Emerson Santos respondeu a situação deste, dizendo que; “estamos apenas aguardando da caixa econômica federal a autorização de obra para que possamos dar início, acredito que nesta semana a caixa deva apresentar autorização. É importante informar que no serviço público só é possível fazer aquilo que a lei nos permite, por isso, os trâmites burocráticos acabam retardando nosso desejo de agilidade”. Pois é, estamos no mês de maio, e de acordo com a burocracia estatal, esses conjuntos vão continuar se deteriorando e o dinheiro público indo para o ralo, ops! Ralo não, para as construtoras, pois, projetos de habitação são um grande negócio neste país, o Minha Casa Minha Vida, por exemplo, tem um aporte de 34 bilhões, valor estimado pelo governo federal, que desde 2009, pretende construir um milhão de moradias – agora, será que estas moradias realmente serão construídas? Na prática a situação de abandono de obras decorrente de falência de construtora ocorre no país inteiro, e tornou-se um dos maiores golpes para surrupiar dinheiro público, e ninguém nunca é responsabilizado.

Um belo exemplo que a população sem teto vicentina deveria pensar a respeito, é na organização de um movimento de moradia de ocupação popular, nada de esperar pelo poder público, moradia é um direito, por isso, ocupar é um dever!

Abaixo alguns vídeos de movimentos de moradia que atuam de forma combativa e dão exemplos de resistência, luta e autonomia – sem ficar na dependência do Estado, que só esta aí para atrapalhar e acirrar ainda mais as desigualdades.



Este Doc. possui quatro partes, ao término do primeiro o segundo irá ser linkado, só clicar e continuar assistindo.

Túnel Santos/Guarujá: Um projeto inviável

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Nesta última quarta-feira (07) ocorreu na cidade de Santos no Centro Universitário Monte Serrat o debate técnico sobre a construção do túnel que interligará as cidades de Santos e Guarujá, estiveram presentes diversas autoridades e intelectuais da região; vereadores (dois ou três), diretor da CODESP, promotor público, arquiteto, professores e engenheiros – e os moradores organizados do bairro do macuco (Santos) e da Prainha (Guarujá) que serão atingidos com a obra, além de entidades de bairro, religiosas, sociais e sindicais, entre outras pessoas da sociedade civil interessadas no assunto.

O objetivo deste debate foi discutir aspectos técnicos e sociais que comprovam que o local escolhido para implantação do projeto é inviável para as cidades, apenas trará transtornos à população, por isso o local deve ser alterado. (aspectos estes, ignorados pela Dersa, pelos governos do estado e municipais).

Um projeto antidemocrático

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

No debate realizado em torno de duas horas e trinta minutos, foi muito colocada à questão da falta de participação popular em todos os processos decisórios, principalmente das pessoas impactadas, que não foram consultadas e continuam sendo ignoradas. Em reuniões com a Dersa e com o Poder Executivo, há somente enrolação e irredutibilidade. Após as audiências públicas que ocorreram em Santos e Guarujá em que a população se mostrou contrária ao projeto, exigindo à mudança do traçado, as esferas de poder somente se revelaram mais antidemocráticas ignorando totalmente as reivindicações, dando continuidade ao projeto como se houvesse concordância da comunidade.

Ponto e Contraponto:

Segundo a Dersa o local escolhido é o mais viável, pois o projeto visa contemplar o problema da mobilidade urbana, pois percorrerá pelo túnel em torno de 40mil automóveis ao dia, resolvendo deste modo às longas filas na balsa (além das questões técnicas para sua implantação). As pessoas removidas serão indenizadas de acordo com o valor comercial do imóvel, de acordo com a Dersa; é preciso entender que o túnel trará avanços para as cidades.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Para os moradores, ao contrário, todo esse fluxo de carros e caminhões na cidade significa mais trânsito, mais monóxido de carbono no ar, além da poluição sonora para as pessoas que residem ao redor de onde será construído o túnel, e o fato dele ser construído neste local ignorando as alternativas, é meramente uma decisão econômica, uma decisão que passa por cima de questões sociais como o direito à moradia – que é o ponto mais reivindicado pelos moradores, devido à falta de transparência do que ocorrerá com as famílias que serão removidas. Segundo os moradores o projeto não contempla a real situação das pessoas que vivem nos dois bairros, e isso é perverso, porque somente no bairro Prainha em Guarujá (local mais afetado) serão em torno de cinco mil pessoas removidas, ou mais, e qual é a garantia real? Pra onde essas pessoas irão? De acordo com o projeto do túnel, no segundo semestre iniciará as obras e as remoções no Guarujá, a Prefeitura do Guarujá disse apenas que haverá a construção de conjuntos habitacionais de obras oriundas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para realocar as pessoas que serão removidas. Porém, não há nada firmado, garantido de verdade, sem contar que, enquanto essas construções dos conjuntos forem realizadas, para onde irão as pessoas? Receberão algum auxilio aluguel? O auxílio estipulado no Guarujá é de R$ 200,00 – não é suficiente.

Em Santos parte do Legislativo propôs a construção de um conjunto habitacional, porém, os moradores não concordam, porque há também aspectos culturais; de pertencimento do local, de memória, de história de vida de pessoas que não estão sendo consideradas, além de que, em alguns terrenos residem mais de uma família, será que cada uma delas receberá uma casa? No projeto cita-se sobre indenizações, mais não fala especificamente como isso será feito – todos sabem da especulação imobiliária em Santos, em como o metro quadrado é vendido a preço de “ouro”, por isso, será que todas essas famílias conseguirão comprar suas casas? Qual é a garantia? Além, das famílias que sobrevivem de seus comércios instalados em suas residências, outra questão que não há resposta.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Segundo o professor e urbanista Manoel Lemes, o impacto social é muito grande, uma obra dessa magnitude deve ser realizada em local distante de áreas populosas, evitando-se deste modo às desapropriações em locais onde vivem pessoas (a maioria) de baixíssima renda, ou seja, uma obra dessas – deve estar incluso no projeto; o combate à desigualdade social, e não acirrá-la ainda mais.

OBS: De acordo com os organizadores do debate (vereador Evaldo Stanislau e Assessoria) a Dersa, e o Poder executivo de Santos, além de outras esferas ligadas ao projeto foram convidadas para o debate, porém, não compareceram.

São Vicente: A política de manobra de quem disputa poder (Caso Fazendinha)

A cidade de São Vicente mais uma vez é palco de uma tragédia política, e a população é quem pagará as contas no final.

ocupac3a7c3a3oilegalNo início deste ano na área continental em São Vicente teve inicio uma ação de despejo para desocupar uma região conhecida como Fazendinha (atendendo ordem do Ministério Público). Durante as remoções algumas famílias tiveram que sair de suas casas e outras não.

A explicação desta confusão entre quem teve que sair – e quem pôde ficar – é devido algumas pessoas terem comprado o terreno há muitos anos durante um loteamento que houve de forma planejada com recorte de arruamento e com o conhecimento da Prefeitura, outras, no entanto começaram a ocupar recentemente de forma desordenada.

A Secretaria de Habitação cercou o local para evitar novas ocupações; e mantém vigilância constante

De lá para cá, além de toda a operação de guerra montada para as remoções sobre a égide de proteção ambiental e de defesa de um proprietário que reivindicava parte do terreno, uma longa discussão foi sendo desencadeada a partir de uma denúncia de envolvimentos de grupos políticos/partidários do próprio governo vicentino, que até então, estaria incentivando as ocupações – um vídeo postado na rede, mostrou o vice Prefeito João da Silva, também Subprefeito da área continental na época, estimulando as ocupações – o caso ganhou espaço na mídia local, e o Prefeito Luiz Claudio Billi teve que exonerar o vice e se pronunciar a respeito, de modo que o vice antes de sair, afirmou que iria a justiça se defender de tal calúnia, pois estaria sendo bode expiatório de tal situação.

Nesta semana em depoimento concedido para uma comissão de investigação montada por vereadores, o vice Prefeito apresentou documento que comprova não ser o único responsável na empreitada de estimulo às ocupações, mas, juntamente com as secretarias: de Habitação, Obras, Meio Ambiente, Guarda Municipal e Defesa Civil, além do Prefeito Luiz Cláudio Billi que tinha total conhecimento, revelando, inclusive, que a Secretaria de Obras quem forneceu os postes de luz, (concedido pela concessionária) e a Secretaria de Transporte quem fez a escolta dos postes do bairro do Itararé até a Fazendinha, e tudo isso, foi acertado em reunião no paço municipal, com documento protocolado no gabinete do Prefeito. (troféu óleo de peroba para o governo Billi que negou envolvimento).

Daí o prato cheio para setores de oposição bradar por uma nova São Vicente, com um discurso que no fundo o que anseia, é pela volta do antigo governo, como se o anterior fosse exímio de algo.

Mas vamos lá, qual o foco do problema nessa questão?

Ao que parece a discussão nem de longe levanta o problema real, que é a habitação, este é o ponto, esta é a questão que poucos têm coragem de problematizar e dizer; dane-se! Moradia é um direito e ninguém será removido. Para termos uma ideia; há dois conjuntos habitacionais se deteriorando na cidade, e a responsabilidade tanto é do governo atual quanto do anterior, (de todos os governos, e não há um que presta nesta história) todos eles são os responsáveis por deixar que São Vicente chegasse a este caos. Mas essa discussão não interessa… Afinal, a cidade há anos não passa de uma verdadeira capitania hereditária cheia de coronéis, onde em cada bairro tem um, a frente de uma creche, de um CER, Centro Comunitário, entre outros equipamentos (transformados em curral político).

Enquanto isso o déficit habitacional explode, a quantidade de pessoas que não tem o acesso à moradia é enorme, sem contar os outros direitos sociais, que há tempos são violados na cidade, e tudo isso, ao longo dos anos tem aumentado quase que de forma natural. Se a pauta de discussões de direitos sociais está em evidência na cidade, é porque “mudou o governo”, só isso… E claro, a reconfiguração política é instável, aí preencher espaço se tornou meta de quem perdeu a eleição, e também de quem ganhou e precisa se manter no poder.

Enquanto bradam querer o antigo governo de volta, deveríamos era não querer governo nenhum! Discussões girando em torno de quem é o mais malandro, o mais corrupto, o mais irresponsável, é tão retrógrado e conservador que dá nojo – o correto mesmo seria; qual o grupo político é o mais covarde e pernicioso.

Enfim…

A discussão de maior parte dessa classe política vicentina é pela disputa de poder, muito mais interessada numa cadeira, num cargo comissionado, de secretário, de vereador, agregado, ou de prefeito, do que interesse real em contribuir com os interesses da população. Por isso, vale mais abrir os olhos e se organizar, ocupando mesmo! Do que esperar que alguém, ou algum grupo resolva este caos.

Dane-se o vice, o Prefeito atual, o antigo e o próximo, mudar isso tudo só será possível com organização popular!

Não vote, organize-se. Ocupe!

OBS: Temos que ter responsabilidade com o meio ambiente? Sim. Mas usar desta responsabilidade como fundamento para remover pessoas que não têm onde viver, enquanto diversos outros terrenos pela cidade são ocupados para construção de pátios de contêiner, é muita hipocrisia diante do déficit habitacional da cidade (em torno de 20 mil, segundo os dados da Prefeitura).

A ocupação na área continental é o resultado de anos de incompetência política habitacional administrativa – e na Fazendinha, também é uma questão de defesa de propriedade privada e não de direitos da população. Por isso, ocupar é um dever!

1º Encontro de Graffiti no Japuí- SV: A terapia das cores.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Quem compareceu no 1º encontro de graffiti realizado no último 27 de março, no bairro do Japuí em São Vicente, pôde conferir diversos artistas urbanos ocupando a praça principal do bairro e desenvolvendo sua arte com muito talento. O evento ocorreu durante todo o dia, e de hora em hora, foi comparecendo um(@) grafiteir@, que deixava sua  arte impressa no muro da praça, dando mais vida com o colorido dos graffitis.

Segundo uma moradora; “Tá ficando tudo muito lindo, a praça tava abandonada, agora, eles deram vida, temos que cuidar né? É importante pro nosso bairro, pra gente, pro nossos filhos”.

Segundo Leornardo Francisco um dos organizadores do encontro; O Dia do Graffiti foi criado informalmente no ano de 1988 em homenagem a Alex Vallauri, um dos pioneiros da arte de rua no Brasil, falecido em 27 de março de 1987. A partir do ano seguinte, esse dia passou a ser celebrado pelos artistas brasileiros que utilizam as ruas para manifestar sua arte. Pela primeira vez em São Vicente, foi realizado um encontro de grafite em comemoração ao dia, sendo promovido por artistas, comércio e comunidade local. O evento uniu artistas das cidades de Praia grande, São Vicente, Santos e Guarujá. Agradeço a comunidade pelo apoio e envolvimento com o evento, e Também agradeço de coração todos que participaram e fortaleceram deixando sua arte no local. Viva a cultura de RUA!

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Foi um dia muito bacana, de energia positiva, comprovando na prática que muitas vezes pra mudar algo, basta darmos passos juntos, que a realidade a nossa volta se transforma.

Fizeram parte da organização; Leo, Carlos Roberto e Adriana Furim –

Todas fotos aqui

Segue vídeo;