Transporte público em São Vicente: Um negócio lucrativo!

Foto: Perfil de Cooperlotação

Foto: Perfil de Cooperlotação

Depois de um passeio no dia 08 de agosto pelas montadoras de Van; Apta, Mercedes Benz e Volare em SP, o Prefeito Luiz Cláudio Billi convidou para um café no dia 02 de setembro, representantes dos permissionários do serviço de lotações na cidade. O objetivo foi esclarecer alguns pontos nevrálgicos como, por exemplo, de que modo vai dividir o osso do transporte público na cidade, ironia à parte, o Sr prefeito reafirmou que tem um projeto de renovação da frota, mas que nenhum permissionário será prejudicado com a licitação que será aberta, solenemente disse: “Vocês serão preservados”. Pois, haverá licitação da gestão administrativa das lotações, assim como haverá licitação da permissão do serviço.

Tem caroço nesse angu?

Realmente a novela do transporte público em São Vicente é vergonhosa, como já afirmamos centenas de vezes em outros textos, o transporte é um direito essencial que garante à população o acesso a outros direitos, porém estruturado neste formato mercadológico, a população vai continuar pagando caro e enfrentando transporte lotado.

Hoje 09 de setembro tem audiência pública onde será novamente discutido o projeto de um transporte público na cidade, esta é terceira audiência, onde a quebra de braços entre o Prefeito e os permissionários (e alguns oportunistas) já rendeu bons debates, mas de concreto nada firmou como alternativa viável de um transporte realmente público e de qualidade. Evidente que isso também não seja nenhuma novidade, audiência pública é jogo de cartas marcadas, onde as correlações de forças são testadas para depois terminarem em “acordões”.

O governo municipal

Um dos objetivos apontados pelo prefeito é exatamente dar maior transparência nos custos e atuar de forma direta no controle de gastos, e na cobrança de maior qualidade na prestação do serviço oferecido pela empresa que estiver operando.

A empresa

A Cooperlotação está pressionando pela criação de um órgão gestor do transporte público na cidade, com um projeto elaborado por ela mesma, que apenas trata de questões técnicas e em nenhum momento fala de redução da tarifa, ou maior efetivo nas linhas. O projeto está muito mais ligado às condições técnicas do veículo – que é uma obviedade, já que muitos estão desgastados e possuem problemas nas portas, com isso podem acarretar acidentes – do que apresentar propostas para um transporte público com gestão direta e popular.

Daí, se a população tem interesse num transporte realmente público e de qualidade terá que brigar muito, pois com o andar da carruagem, o interesse real dessa discussão está onde sempre esteve: nos lucros.