Quando uma esquerda ao contrário de caminhar junto, se coloca apenas em posição crítica, há de se pensar que tipo de esquerda é essa?

Foto: MPL

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A revolta dos meninos e das meninas contra o aumento da passagem de ônibus não representa apenas uma raiva contida e liberada de forma descontrolada sem foco, apenas porque se aumentaram 0,20 ou 0,30 centavos. Não! Todo esse levante é símbolo de que não é mais possível aceitar um Estado que têm sucateado vidas em nome de uma politica econômica baseada apenas no lucro.

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Por isso o levante é tão criticado, e o mais interessante e revelador foi assistir parte de uma “suposta” esquerda criticando os atos e assumindo uma linha de discurso que não difere em nada com o da direita, fazendo criticas sobre a violência empregada, como se ela tivesse sido oriunda dos manifestantes, como se um bate papo e uns tapinhas nas costas resolvessem alguma coisa.

Foto: MPL

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Haddad, por exemplo, defende ação da PM contra protestos e diz que vai negociar, apenas se o movimento “renunciar à violência”http://bit.ly/15PRzJf. “Que violência, sr. prefeito? As pessoas que ficaram feridas foram em decorrência das bombas e balas de borracha da PM”. (Nota do MPL)

O abandono do Estado.

No Brasil explode a luta pela terra, pela saúde, pela educação, pela liberação das drogas, pela descriminalização do aborto, pela demarcação de terras indígenas e quilombolas, e também por muitos outros direitos firmados, ou que precisam ainda ser firmados na Constituição Federal, isso, se de fato, a carta magna serve para alguma coisa, pois nela contém a célebre frase ” todo poder emana do povo”, mas, do jeito que andam as coisas é preciso retificar que a borracha é do Estado.

Pois é.

E vale acrescentar que na prática vivemos uma realidade que nem o debate é permitido, e isso, com um governo que se diz de esquerda no poder. Imaginem senão fosse. Pois bem, a criminalização promovida pela mídia de praxe é intensa, e agora, uma suposta esquerda assume essa iniquidade querendo desqualificar com um debate intelectual pacifista fajuto, do tipo; movimento de estudantes burgueses mimados – não havia trabalhadores – é uma esquerda baderneira – não é assim que se reivindica democraticamente.

Absurdo, mas revelador! Demonstra que militar costurando alianças é fácil, agora romper com quem nos ignora e de forma direta fazer democracia não são todos que estão interessados. Afinal, exige enfrentar os aparatos de opressão do Estado, além de disposição e audácia de ir para a rua sangrar e sair do facebook e dos restaurantes caros, que só frequenta quem se vendeu e não possui mais nenhuma utopia, enquanto nos meninos e nas meninas que estão nas ruas no meio do fogo cruzado há franqueza absoluta.

OBS: O Movimento Passe Livre é movimento nacional sério que há anos vem se mobilizando e fazendo um intenso trabalho de base para conscientizar e aglutinar pessoas para a luta. A ideia de tratá-los como vândalos a quem favorece? Fica à reflexão.