Denúncia: Polícia na periferia nunca será sinônimo de segurança!

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Foto: Rádio da Juventude

Neste último sábado dia (20) estava sendo realizada uma batida policial na Vila Margarida, cidade de São Vicente, SP – na esquina da rua Polidoro e Av. Nações Unidas, cuja ação policial se restringia a parar jovens de bicicleta que passavam. (o que já se tornou praxe)

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Foto: Rádio da Juventude

Esta esquina na Vila Margarida fica exatamente num cruzamento onde o fluxo de trânsito é bastante intenso, e no caso, o semáforo que foi instalado (há uns dois anos) para organizar o trânsito nunca foi acionado com a justificativa de assaltos, ( um vereador da cidade já foi assaltado) com isso, está lá o equipamento parado se deteriorando.

A Rádio da Juventude diversas vezes já denunciou essa questão no ar, porque o local é muito caótico no que diz respeito a acidentes de trânsito, pontuamos que; desde que o viaduto Mário Covas (que fica a uns 100 metros do local) foi construído, há cerca de 15 anos, ao longo deste tempo, a intensificação do trânsito resultou em várias pessoas atropeladas, inclusive, a mãe de um companheiro foi atropelada e veio a falecer, e este companheiro como não tinha familiares em São Vicente e morava apenas com a mãe, foi para o Rio de Janeiro junto a seus familiares, onde reside até hoje.

O que queremos deixar claro aqui, é que há um problema especifico neste local que é de mobilidade urbana, que está causando danos à população e poderia ser resolvido com a ativação do semáforo, não retiramos a questão dos assaltos que é outro problema, conectado a este, mas, devemos questionar o Poder Público, que como forma de resolução, adotou a medida apenas de colocar aos fins de semana uma viatura no local, cuja finalidade prática como demostra a foto, é de dar esculacho nos jovens – estes identificados como supostos criminosos – ou seja, a medida além de paliativa é criminosa! Mais uma vez reforça o olhar etnocêntrico distorcido e homogeneizador de controle e manutenção social, onde a periferia é sempre a crucificada e a estereotipada como bandida.

Abordagem truculenta da Polícia Militar em São Vicente

Feriado e violência policial em São Vicente

Está difícil de viver numa Baixada Santista policiada

Resolver  o problema da segurança pública é muito fácil com viaturas e aumento de efetivo policial, só que o buraco é mais em baixo, embaixo pra caralho! Pois, estamos vivenciando no país um intenso processo de militarização das cidades que está cada vez mais promovendo o extermínio de jovens pobres, periféricos e pretos. Ações como esta ocorrendo na luz do dia denotam em como devem ser as abordagens na calada da noite, por exemplo, a uma quadra deste local, no ano passado no dia 1 de novembro, foi assassinado um jovem de 18 anos, alvo de seis tiros efetuados por homens de moto, a polícia quando apareceu no local tratou a situação com um tremendo descaso, tipo: “ótimo um a menos” provocando a ira da população. (assista o vídeo logo abaixo) E nesta mesma semana, enquanto a rádio transmitia a programação discutindo o assassinato deste jovem que inclusive era conhecido de uma companheira da rádio, recebeu uma ligação com a informação de outro jovem assassinado na Vila Margarida, onde tudo apontava de acordo com a informação como uma ação policial de extermínio.

Voltando ainda mais no tempo, em 2011, na Vila Margarida um carro preto atirou em três jovens, a resposta da polícia foi que deveria ser alguma facção criminosa agindo na baixada, o que seria mais tarde desmascarado por descobrirem que as ações partiram do policial militar André Aparecido dos Santos que neste dia matou uma pessoas e feriu oito na baixada santista, o policial ainda não foi condenado, pois a julgamento já foi protelado pela terceira vez.

Infelizmente, os casos de morte na periferia não param e os culpados nunca são presos. Por isso, é preciso ter memória e aguçar o pensamento para não naturalizarmos ações como esta da foto, e que na maioria das vezes, acabam se transformando em sinônimo de segurança. Não é! É preciso ter claro, que a polícia não é, nunca foi e nunca será garantia de segurança na periferia.

A Polícia Militar é um dos braços do Estado e os verdadeiros bandidos vestem paletó e gravata e estão por trás de gabinetes.

A Vila Margarida é um bairro extremamente carente em equipamentos básicos como escolas, creches, postos de saúde, áreas de lazer, espaços de cultura, transporte de qualidade e por aí vai. A juventude do bairro está inserida numa perspectiva de vida do se virá como dá, pois, a verdade é que a cidade de São Vicente é um município dormitório, e no geral, a baixada santista pouco tem a oferecer de concreto no que diz respeito ao trabalho digno aos jovens, além de projetos sociais que gastam enormes recursos públicos que mais favorecem a iniciativa privada do que contribuem para transformar a realidade dessa juventude perirférica, com isso, é fato que toda essa realidade desencadeie fenômenos sociais atípicos como a violência, que também é uma forma de subversão e confronto em relação um estado de coisas que só oprime e encarcera.

Resolver essa questão é muita mais profunda e não está sendo discutida. Como já citamos em outros momentos aqui no blog em casos como este, que sempre se repetem, é que há um recorte de classe nestas operações policiais, um recorte que denota interesses em conter para manter tudo como está, ou seja, defesa de privilégios e exclusão social.

Repudiamos, por isso denunciamos!

Vídeo: População da Vila Margarida se revolta contra o descaso da polícia.

Porto Alegre: “mobilizar até vencer” bloquearam o aumento e conseguiram passe livre pra estudantes e desempregados, de quebra: abertura das planilhas.

1044908_481594651933461_1590999406_nOs protestos em Porto Alegre contra o aumento da passagem começaram três meses antes dos atos que aconteceram em SP e RJ que depois reverberariam no país inteiro. Hoje, enquanto a maior parte deles perdeu a força e o foco, Porto Alegre segue com o lema que os norteou desde o início “mobilizar até vencer”.

518645O estopim

Válido lembrar que algumas manifestações já estavam ocorrendo, em proporção menor, mas, foi com a notícia de reajuste de passagem no dia 24 de março de 2013, que impulsionou os atos terem início de forma mais contundente, primeiro no dia 25 e depois no dia 27 com cerca de 10 mil pessoas que ocuparam as ruas para barrar o aumento da tarifa.

518642Com essa mobilização gigantesca que ocupou as ruas de Porto Alegre e bateu nas portas da Prefeitura, somada com a protocolar ação cautelar que foi aceita pelo juiz Hilbert Maximiliano Obara, da 5ª Vara da Fazenda Pública, apresentada no dia 25 de março pelos  manifestantes, a coisa foi esquentando.

Resultado:

No dia 4 de abril foi anunciado o bloqueio por meio de uma decisão judicial, e após ser notificada, a prefeitura afirmou, em nota, que não iria recorrer da decisão. “Se a Justiça entende que o caminho é suspender o reajuste então vamos acatar a decisão judicial”, afirmou o prefeito José Fortunati.

Daí teve inicio a primeira vitória que colocou o grupo a pensar em outras formas de luta que existem, além da manifestação na rua,  com isso, a rearticulação na base fortaleceu para o próximo passo que era reivindicar por passe livre para estudantes e para desempregados, (que já era pauta do movimento) mas para isso precisavam dar um upgrade na base e na organização do movimento.

1044343_480834498676143_2007410027_nVale expor neste caso, a visão e avaliação de dois integrantes da Frente Autônoma do Bloco sobre o movimento que vem há tempos realizando atos e debates sobre o transporte público na Capital gaúcha; “Há um sentimento muito forte em torno de uma maior autonomia do movimento, então vimos espaço para criar a Frente Autônoma e lutar contra o aparelhamento do Bloco por partidos políticos. É uma experiência muito positiva, pois o Bloco não está aparelhado por nenhuma força, é uma composição muito saudável”, continue lendo aqui muito interessante e fundamental o posicionamento.

774447_483200238439569_366960714_oDeste modo:

Voltaram às ruas em massa em junho com pauta e com foco muito claro, diversos atos foram desencadeados até a ocupação da câmara dos vereadores que demostrou além da força dos manifestantes, a capacidade de articulação, de mobilização e de desmascarar um poder institucionalizado que não passa de fraude, que não representa a população, e que apoiada pela mídia burguesa a todo custo tentou deslegitimar o movimento com as famosas frases: ¨são todos uns vândalos” – “esse movimento não tem direção” e por aí vai.

15211704E temos que abrir um parêntese aqui para falar do Governo facínora e boçal de Tarso Genro que promoveu perseguições e proferiu injúrias do tipo:  “aliados a ultra-esquerda do PSOL e PSTU, os anarquistas têm influência e controle direto dos atos de vandalismo. Isso já foi identificado pela polícia. São jovens desorientados que caem na marginalidade, entendem que a violência é solução para tudo. Odeiam tudo aquilo que não são eles mesmos. São os introdutores do vírus da violência num movimento que tem enorme respeito social pela pauta generosa que tem apresentado.” Canalha.

Leia aqui O enredo de uma farsa que desmascara este Governo e assista ao vídeo da Federação Anarquista Gaúcha responde ao Governador Tarso em coletiva

thumbE com tantos ataques e debaixo de cassetetes e gás de pimenta no dia 10 de julho os manifestantes ocuparam a câmara de  vereadores com muita combatividade e também criatividade, e após oito dias obtiveram mais uma vitória, passe livre para estudante e desempregados e a abertura das planilhas de contas das empresas de ônibus que foi protocolado às 09h desta quinta-feira (18) num acordo firmado entre representantes do movimento social e vereadores no Foro Central da Capital.

As  vereadoras Sofia Cavedon (PT) e Fernanda Melchionna (Psol), representando suas bancadas foram quem protocolaram, e antes que saiam por aí querendo ser as mães da criança, que fique claro, a VITÓRIA É DE QUEM SAIU ÀS RUAS E RESISTIU a todas as perseguições e gases de pimenta e balas de borracha.

Por Ramiro Furquim/Sul21E os tais invasores (da própria casa, “câmara”), baderneiros e até chamados de fascistas pelo Governador Tarso Genro, conseguiram por meio da ação direta vencer a repressão do Estado por meio da PM e da criminalização da mídia que ambos servem ao governo, porém, já anunciaram que a luta continua, foram apenas batalhas vencidas, que fique certo, “continuaremos pelando!” disse uma integrante da frente autônoma.

Mas o que faz Porto Alegre sair na frente? E vencer tantas batalhas. Fica à reflexão.

Antes de irem embora:

pra quem não ficou sabendo…

antes de desocuparem a câmara de porto alegre ontem (18), manifestantes tiraram fotos nus e seminus na sede do legislativo… o presidente da câmara disse que a imagem é “deprimente e desrespeitosa à casa do povo”… “se querem fazer sexo grupal, que vão fazer em um local privado, não em um local público”…

ah, olhem alguns quadros-fotos na parede de cabeça pra baixo… aquele que um cara está segurando no “meio” das pernas é da deputada federal manuela d’ávila (pc do b), que já foi vereadora…

uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu… ( texto da web)

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OBS: Fotos retiradas da internet.

Alguns vídeos;

Noite de terça-feira, 27 de março de 2013. Estudantes tomam a Prefeitura no maior protesto já realizado contra o aumento da passagem do transporte público em Porto Alegre. O valor do ônibus passou de R$ 2,85 para R$ 3,05.

Os Mascaristas Anarcados trolando a mídia burguesa.

Funk montado dos Mascaristas Anarcados com a mina cantando.

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“Cambada de Teatro Em Ação Direta Levanta Favela”

Vídeo do face sobre a Tropa de Nhoque recebendo os jornalistas para entrevista coletiva, na Câmara dos Vereadores de POA, 15/06/2013. disposto apenas no face segue o link:

https://www.facebook.com/photo.php?v=10201550569065626&set=vb.1219262916&type=2&theater

Manifestação dos moradores do Parque Prainha por um transporte público justo

Foto-0260Reunidos hoje por volta das 12h, os moradores do Parque Prainha em São Vicente realizaram um manifesto reivindicando melhores condições para o transporte público do bairro, além de pontuar a falta de estrutura que carece o bairro como falta de escolas, creches, posto de saúde e segurança. Segundo os moradores eles se sentem isolados no bairro, como se não existissem e com o fechamento da Ponte Pênsil as condições pra quem é morador, ficaram ainda piores.

Foto-0097Enquanto são gastos cerca de 25 milhões de reias para a reforma da Ponte Pênsil, (veja na foto) a comunidade do Parque Prainha continua refém do descaso da prefeitura e do governo em relação aos serviços públicos básicos.

No bairro realmente não existe creche, escola ou posto de saúde. Dependem do transporte público para a locomoção e para o acesso a esses serviços, porém com a tarifa de R$ 3,85 (mais cara do Brasil) e com a ganância das empresas de transporte (PIRACICABANA/EMTU e as lotações) que visam unicamente o “tempo e o dinheiro”, motoristas se negam a passar no bairro, justificando que o percurso seria muito extenso e que precisam cumprir o horário determinado pelas empresas.

Enquanto a prefeitura e o Estado priorizam o embelezamento de uma ponte, a comunidade da Prainha fica segregada em um gueto, onde não é possível acessar os serviços mais básicos e fundamentais para se viver em uma sociedade.

Foto-1489No início do ano vejam na foto ao lado quanto foram gastos com troca de tábuas.

Assista ao vídeo;

São Vicente: Moradores do Parque Prainha e Japui reclamam da falta de transporte público no bairro.

Foto-0257Com o fechamento da Ponte Pênsil para reforma desde o dia 10 de julho, os moradores dos bairros Parque Prainha e Japuí têm enfrentado dificuldades de locomoção devido à falta de transporte público que atende a região, segundo os moradores do Parque, tanto as peruas de lotação quanto os ônibus não têm exercido o itinerário que deveriam cumprir, que seria sair do Japui ir até o Parque e depois seguir caminho pela ponte do mar pequeno, entretanto, estão usando a justificativa de que com a ponte pênsil fechada, ir até o Parque, tornou o percurso maior e eles têm que cumprir horário.

Os moradores do Japui também acrescentam que a quantidade de ônibus diminuiu, inclusive, alguns moradores têm ido a pé até o centro de São Vicente para poder conseguir um transporte. (sendo que já eram poucos).

No caso, alguns ônibus e algumas lotações devido à pressão da população têm ido até o Parque, mas não são todos, ontem mesmo houve uma confusão dentro de um ônibus onde a população se revoltou com o motorista que não queria cumprir o itinerário.

Foto-0258Este dois bairros de São Vicente há tempos são atingidos pela falta de transporte público que é escasso e caro, muito caro mesmo! O preço do coletivo que atende a região é de R$ 3,85 (era para ser R$ 4,00, senão fosse reduzido) e, por exemplo, não possui acessibilidade para cadeirantes, pois, os micro-ônibus que fazem essa linha não possuem o suporte de elevação para tal, sendo que nem mesmo uma pessoa com carrinho de bebê consegue acessar o coletivo, as peruas são a mesma coisa, poucas atendem o que é previsto em lei. (talvez devido o tempo de adaptação que foi repassada as empresas de transporte, que é até 2014, no entanto, há de se apontar, que isso é uma questão de falta de interesse econômico) Para se ter uma ideia a forma com os cadeirantes que moram no Japui fazem para saírem do bairro, é pegar um ônibus municipal Praia Grande (este possui a ponte de elevação) que vai até o terminal de Praia Grande e de lá pegar outro ônibus até o destino desejado. Absurdo!

Foto-0259Além da questão do transporte público os moradores pontuam que, os moradores que fazem o itinerário a pé correm o risco de assaltos, o que já ocorreu, pois as luzes da ponte estão todas apagadas e a avenida de acesso de um bairro ao outro, é mal iluminada e os policiais que faziam guarda num posto da polícia, não estão mais no local, o que também não resolve muito, sendo que, a PM quando estava no posto, se preocupava mais em dar geral na população e mandar as pessoas fazerem o caminho pela Praia Grande do que garantir a segurança das pessoas.

Pra finalizar acrescentam também que até o ônibus escolar municipal que atendia ao Parque saiu de férias e as pessoas que o utilizavam para levarem suas crianças na creche (que fica no bairro do japui, sendo que no Parque não há creche) foram completamente desamparadas pela falta total de transporte e estão se virando tendo que ir a pé ou de bicicleta.

Hoje por volta das 12h os moradores irão fazer um ato simbólico de protesto na ponte pênsil e convidaram a TV Tribuna para fazer uma matéria, uma equipe da TV esteve no local pela manhã desta quinta-feira para gravar alguns moradores que fazem o itinerário a pé.

Em todo caso, esperamos que o poder público deixasse de negligenciar estas comunidades e resolvesse os problemas, mas sabemos que só a pressão junto com a organização popular pode construir mudanças. Parabéns a população que está se articulando!

Foto-1487OBS: Logo, lançaremos uma matéria sobre esta reforma da Ponte Pênsil que no início deste ano o poder público gastou cerca de meio milhão para fazer uma reforma de tábuas, e agora outra reforma estrutural se encaminha, onde as cifras aumentaram de forma exorbitante. Isso mais uma vez indica dinheiro público sendo utilizado indevidamente.

Leia matéria sobre a reforma de meio milhão da ponte no início do ano aqui junto com outros problemas que não foram totalmente resolvidos.

Ocupação Indígena do Polo Base de Saúde em Peruíbe.

Desde o dia 15, segunda-feira, uma comissão de indígenas ocupou o Polo Base da Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) sediado no município de Peruíbe reivindicando o atendimento às demandas que já foram inclusive acordadas em reuniões ocorridas no ano corrente junto ao Coordenador do DSEI Litoral Sul (Distrito Sanitário Especial Indígena), Sr. Paulo Camargo, uma vez que os compromissos não estão sendo cumpridos: nas aldeias segue faltando o atendimento pelas equipes de saúde, que por sua vez acusam a falta de veículos para que cheguem até os locais de atendimento. Após a ocupação, os funcionários do polo foram detidos apenas para garantir que houvesse o diálogo com o Sr. Paulo Camargo, que agendou uma reunião com os indígenas na sexta-feira, dia 19 de julho, sexta-feira.

Os indígenas liberaram, então, os funcionários e não os estão impedindo de trabalharem, mas infelizmente no dia de hoje nenhum foi trabalhar. O movimento indígena não pretende de forma alguma que o serviço de atendimento no Polo Base seja interrompido, pois são os principais prejudicados. Não houve qualquer dano ao patrimônio e a ocupação está de portas abertas para os funcionários, mas será mantida até a sexta-feira, uma vez que o Sr. Paulo Camargo já deixou de cumprir com sua palavra em outras ocasiões.

Audio: Cacique Tenon – Aldeia Piaçaguera

A situação da Saúde Indígena no Estado de São Paulo, que já não era exemplar durante o período de 10 anos com a Funasa (Fundação Nacional da Saúde), declinou gravemente a partir da transferência desta Ação Orçamentária para o Sesai, e já no primeiro ano da transição as cobranças dos indígenas se transformaram em um jogo de empurra entre os dois órgãos, que terminavam por não resolver os problemas apresentados. Depois da Funasa sair definitivamente do cenário, o Coordenador do Sesai ainda levou mais de dois anos para fazer sua primeira conversa com os indígenas no Estado de São Paulo, criando entre os indígenas a sensação de abandono frente à demanda pelo atendimento diferenciado compreendido pelas peculiaridades geográficas e culturais destes povos. As aldeias indígenas encontram-se em locais que muitas vezes não são atendidos pelo sistema público de transporte, e a insegurança se agrava em relação aos casos de emergência.

Audio: Cacique Pitu – Tabaçu Reko Ypy

As equipes estão muitas vezes despreparadas para compreender e respeitar as práticas tradicionais de saúde, gerando em muitos casos desentendimentos e conflitos que podem ser evitados. Outro problema gravíssimo envolve as condições de Saneamento, onde passam-se os anos e segue a precariedade no tratamento da água, falta de material para a manutenção da captação e distribuição, péssima política para o tratamento dos dejetos, sem sustentabilidade ambiental e prejudicando consequentemente os indígenas que habitam estes locais.

A falta de Saneamento adequado, responsabilidade também da Sesai, é a fonte de muitos dos problemas de Saúde que poderiam ser evitados com esta ação básica de prevenção. Será que vão continuar deixando morrer crianças indígenas, anciãos e pessoas que necessitam de acompanhamento médico e medicamentos controlados? Já faz um ano e meio que escrevi o artigo “CAOS NO ATENDIMENTO À SAÚDE INDÍGENA: UM CRIME BUROCRÁTICO?” quando a Sesai completava uma ano e as perguntas continuam as mesmas: será que não houve tempo hábil para a transição? Será que o tempo não foi suficiente para deixar de alegar a falta de contratos, licitações para combustível, manutenção de veículos?

O que entendem por otimizar é reduzir as verbas realmente aplicadas na ponta e continuar a alimentar a máquina burocrática e o desvio?

Jaguanharõ

Trabalhador é agredido por sindicato no dia 11 de julho (na greve geral)

O Sintragen litoral (sindicato dos vigilantes…) neste último dia 11 de julho de 2013 (dia da greve nacional) ao aderir à luta e sair às ruas para reivindicar direitos trabalhistas adotou uma postura autoritária e repudiável.

1. saiu passando de posto em posto onde havia vigilantes trabalhando, (do centro de Santos até a praia) e ao contrário de convidá-los a somar em cuja luta os concernem, estava simplesmente intimidando os trabalhadores, de forma, inclusive, terrorista! “não vai aderir? Traz a bomba”

2. por exacerbar este tipo de atuação, ao passar na UNIFESP baixada santista no campus que fica na Av. Ana Costa na altura do n: 95, o sindicato acabou por provocar que manifestantes no calor do momento agredissem um zelador (trabalhador terceirizado) que estava de plantão na universidade, só porque este trabalhador enquanto responsável pela zeladoria disse para os manifestantes que eles não podiam entrar no prédio.

(há relatos que uma moça que trabalha no serviço geral levou um tapa no rosto, por defender o zelador, e que os trabalhadores terceirizados que prestavam serviço foram todos intimidados a deixar o prédio)

Segundo os trabalhadores que estavam no local, se não fossem as faxineiras terem pedido para pararem, iriam bater mais no zelador, pois eles (manifestantes) estavam irredutíveis, e não aceitavam o fato que os trabalhadores ali não iriam aderir à greve.

Os vigilantes, por exemplo, que se encontravam no local, disseram que não foram comunicados sobre a greve, e que iriam até aderir, porém, o empecilho é que não podiam abandonar o posto naquele momento sem avisar, coisa que o sindicato não queria entender, e no final das contas segundo um dos vigilantes: “qual é garantia de não sermos mandados embora por abandono de posto?”.

Todo esse ocorrido foi presenciado por alguns alunos e pessoas que estavam pela universidade que nos informaram do ocorrido, não vamos citar nomes. No entanto, denunciamos tal atitude absurda do sindicato contra os trabalhadores.

Afinal, que tipo de sindicato é este que promove piquete intimidando e batendo em trabalhador? Que não comunica a categoria sobre a greve. O que ele pretende? Lutar pela categoria, ou se beneficiar do momento?

Como já discutimos aqui no blog, apesar do sindicato ser um instrumento de luta da classe trabalhadora, a forma como a maior parte deles esta estruturada hoje, não passam de instituições autoritárias e mafiosas que tornam os trabalhadores em reféns de suas pautas partidárias, na verdade, são braços e punhos de partidos que usam a classe trabalhadora de acordo com seus interesses.

E tal fato ocorrido, denota muito bem a realidade em que estão inseridos os trabalhadores do terceiro setor, um setor frágil e extremamente precarizado, onde além de todos os direitos que lhes são arrancados, há o preconceito e o descaso com tais trabalhadores, o que contribui ainda mais para que essa violência seja tida como algo natural, e logo esquecida.

Uma comprovação do que afirmamos aqui, é que tal ocorrido não foi digno nem de uma nota por parte da UNIFESP, afinal, já se passaram cinco dias, e até o fechamento deste texto, a universidade ainda não se manifestou a respeito. Fica à reflexão, se fosse com um professor, ou um aluno, será que algo não teria sido feito para dar suporte ao trabalhador que foi agredido? No mínimo.

OBS: Estamos investigando para mais informações. Outra coisa, este sindicato dos vigilantes entra no bojo dos setores comandados pela Força Sindical, que já citamos que é uma central de direita e nociva à classe trabalhadora.

Visita do papa ao Brasil terá gastos de R$ 118 milhões dos cofres públicos. Onde fica o Estado laico???

O governo federal irá desembolsar R$ 62 milhões, sendo que R$ 30 milhões para garantir a proteção do pontífice. Os gastos também irão inclui gastos que sairão de cofres estaduais e municipais, ao todo a visita do Papa Francisco sairá à bagatela de R$ 118 milhões. Segundo as autoridades a justificativa é devido à mobilização popular para o evento, a visita do papa faz parte da 26ª Jornada Mundial da Juventude, que acontece de 23 a 28 de julho no Rio e estima-se que dois milhões de peregrinos se desloquem para a cidade. Entre os gastos estão também quatro milhões de hóstias que serão distribuídas durante os seis dias da Jornada. Elas serão fabricadas por seis fornecedores em todo o país.

Pois é, para um Estado laico, a visita do papo é, e sempre foi paga à custa do dinheiro do povo, de um povo diverso culturalmente e religiosamente, mas que infelizmente os governantes ainda mantém uma política de estado confessional católica mascarada, afinal, será que se mobilizaria tanto dinheiro assim para um evento de cultura africana? Com certeza não.

A livre manifestação religiosa é legitima e um direito, mas a partir do momento que o financiamento destes eventos é feito por meio de dinheiro de cofres públicos de um Estado laico, há de ser questionado sim o uso. Pois, tal atividade é de caráter privado de determinado grupo social, portanto, há de ser tratada também como tal, ora, quem professa sua fé e considera importante a vinda do papo, ok, mas, tem que arcar com os custos, e a instituição católica tem dinheiro pra isso.

O que não é justo, (além de um desrespeito) é quem pertence a outra religião, ou mesmo quem não possui religião alguma, ter que financiar hóstia, hotel, restaurante, avião, carro, helicóptero entre outras coisas.

E que fique claro, o respeito à liberdade religiosa é fundamental para a convivência entre grupos sociais diversos, contudo, de forma alguma um Estado laico pode financiar instituições privadas.

Fonte: estimativa de custo feito pelo “O Globo”

Ato contra o Estatuto do nascituro. Meu útero, minha escolhas!

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Fonte: Evento no face do Coletivo Feminista Pagu baixada santista.

VAMOS TODXS AS RUAS DIZER NÃO!

Concentração: 14 horas
Saída: 15hrs
Trajeto: Saindo da praça da independência e marchando pela avenida da praia até o Quebra mar emissário submarino.

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Essa semana o Estatuto do Nascituro foi aprovado na Comissão de Finanças. Ainda falta ser aprovado na Comissão de Justiça e no Plenário. Vamos sair às ruas para impedir que o Estatuto seja aprovado!

O QUE É O ESTATUTO DO NASCITURO ?

“E o que ele diz? O que é um nascituro? Por que ele precisa de um estatuto?

É aí que a coisa complica, meu amigo. Como diz o próprio texto do projeto, “é o ser humano concebido ainda não nascido”. O raciocínio de quem fez a lei é o de que mesmo um embrião ou um feto já correspondem a uma pessoa como eu e você, e que ela tem direitos.

E quem propôs isso? Por que querem falar sobre esse assunto agora?

O projeto foi escrito por dois deputados, um que era do PT e outro do PHS, mas ele tem apoio do que se chama de “bancada evangélica” da Câmara dos Deputados. O curioso é pensar que esse projeto apareça depois que o Supremo Tribunal Federal tomou duas decisões que incomodaram os mais conservadores: declarou que pessoas do mesmo sexo podem se casar e que mulheres com fetos anencéfalos podem fazer o aborto legalmente.

E por que essa lei está deixando o pessoal em polvorosa?

Por vários motivos. O primeiro é que ela praticamente torna inviável a descriminalização do aborto no Brasil, e é por isso que muita gente está torcendo o nariz. Outra coisa é: a lei diz que todo bebê fruto de um estupro tem direito a pensão alimentícia. Caso o pai (o estuprador) não possa pagar ou seja desconhecido, ela diz que é obrigação do Estado dar um auxílio a essa criança até que ela complete 18 anos.

Esse é o tal do bolsa-estupro?

Sim, isso o que as pessoas estão chamando de bolsa-estupro. Umas das críticas que se faz ao projeto é que ele não calcula quanto seria gasto no pagamento desse novo benefício. Outra é que ao obrigar um estuprador a pagar pensão alimentícia, a lei estaria forçando mulheres que foram violentadas a manter contato regular com seu agressor, algo muito cruel.

Eu vi um pessoal dizendo que essa lei obriga as mulheres que foram estupradas a ter o filho mesmo se não quiserem. É verdade?

Não. O texto da lei é bem malfeito, na minha opinião, mas ele não muda o que já está previsto no Código Penal – que dá as mulheres direito ao aborto nos casos de estupro, de terem uma gravidez de risco ou de o feto ser anencéfalo (não ter cérebro). Pelo texto que está aí, esse projeto de lei não obriga nenhuma mulher a continuar uma gravidez causada por estupro. Se você duvida, leia AQUI. Mas tem muita gente criticando o PL (projeto de lei) porque ele é vago e pode abrir brechas para que, no futuro, o aborto seja totalmente proibido. Por exemplo, tem esse artigo (12) que diz o seguinte: “É vedado ao Estado e aos particulares causar qualquer dano ao nascituro em razão de um ato delituoso cometido por algum de seus genitores”. Esse trecho pode ser usado para dizer que mesmo uma gravidez causada por um estupro deve ser protegida.

Consultoria: José Rodrigo Rodriguez (CEBRAP/DIREITO GV), pesquisador e professor de Direito”

Fonte:http://explica.tumblr.com/post/52399385639/o-que-e-o-estatuto-do-nascituro
Projeto completo: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=443584&filename=PL+478%2F2007

PORQUE NÓS SOMOS CONTRA ? 

– Não vou colocar tudo aqui na descrição porque vai ficar muito grande, a seguir, passarei links de argumentos:

http://contraoestatutodonascituro.wordpress.com/:

– Proibição do aborto terapêutico e restrição da gestante a tratamentos de saúde contra doenças como o câncer

-Criminalização de mulheres grávidas e do aborto espontâneo

– Criminalização principalmente das mulheres mais pobres

– Saúde das mulheres grávidas ameaçadas, como ocorre em países que protegem o nascituro
-Proibição e criminalização de pesquisas com células-tronco

http://marchamulheres.wordpress.com/2013/06/06/mocao-de-repudio-ao-estatuto-do-nascituro-2/

– Naturalização do crime do estupro

— Condena as mulheres à submissão, mantendo-as expostas à violência;

– Reflete a omissão do legislativo diante do aborto como elemento de preservação da vida das mulheres e de garantia da autonomia;

– Golpeia a democracia, a igualdade e a justiça, atingindo bens e valores construídos historicamente.

http://cebes.org.br/visualizar.asp?idConteudo=4428&idSubcategoria=30

– ” Os direitos e as proteções devidos à infância pelo Estatuto da Criança e do Adolescente serão esquecidos pela prioridade do nascituro à ordem social”

E muito mais!!

Mais links a respeito:

http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/05/estatuto-do-nascituro-pode-calar-todas.html
http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/06/vamos-luta-contra-o-estatuto-do.html
http://claraaverbuck.com.br/estatuto-do-nascituro-a-mulher-que-se-foda/
http://blogueirasfeministas.com/2013/06/estatuto-do-nascituro-contra-as-mulheres/
http://estatutonascituronao.fw2.com.br/

Manifestações na baixada santista: Quem ganha com isso?

Foto-0162Diversas organizações foram às ruas neste dia 11 de julho de 2013 para reivindicar pautas trabalhistas no Brasil inteiro.

Na baixada santista não foi diferente, as entradas de acesso entre as cidades de Santos, Cubatão e São Vicente foram bloqueadas pelos sindicatos, e também por diversas organizações e partidos de esquerda que foram as ruas levar suas bandeiras e puxar suas reivindicações.

Foto-0137Mobilização chamada pelas duas maiores forças sindical CUT e Força Sindical, dentro de um momento histórico em que a população foi às ruas brigar por direitos. (sem esquecer que o estopim foi puxado pelo MPL) Este momento revela um Brasil em ebulição, saindo de um estado catatônico de participação popular para um estado participativo onde a questão pública está em pauta e principalmente às condições de trabalho dos trabalhadores.

A grande questão agora é saber para onde vão esses questionamentos? E quem realmente será beneficiado com essas manifestações?

Foto-0207Pois, não há como negar que há um conflito de interesses grande nessas manifestações a partir do momento em que os sindicatos entraram nessa luta, nada que retira a importância deste instrumento de luta da classe trabalhadora, entretanto, a realidade que temos hoje, é que essas estruturas sindicalistas em sua maioria são extremamente despóticas, em verdade, funcionam como um Estado menor dentro do próprio Estado. Há aqueles que inclusive governam com terrorismo, tipo: “se votar em fulano, será cortado isso”, quer dizer, a condição do trabalhador é de mero refém diante destas organizações que mantém um sistema vicioso, mafioso e extremamente autoritário.

E porque pontuamos isso? Sem querer generalizar, que fique claro, reconhecemos os de luta, porém, há quanto tempo que os sindicatos não vão às ruas nessa pegada de hoje? Por que será?

Foto-0202A CUT é base aliada do PT, a Força Sindical do  PDT, sendo o maior líder deles o Paulinho da força. (pelego) Ligada ao PSDB, tinha a UGT presidida por Ricardo Patah, sindicalista PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab que ano passado até fez campanha para o Serra PSDB.

Dentre essas, a Força reúne uma categoria trabalhista extremamente “fudida” – prestadores de serviços, comerciários, portuários… E ela (Força Sindical) tem força pra caramba, ficou claro, pelo menos aqui na baixada, mas essa força realmente serve à classe trabalhadora? Ora, basta analisar as condições destas categorias que são citadas, continuam ferradas. Por quê?

Dá uma boa reflexão, inclusive a divisão de quais sindicatos ficaram com a CUT e quais ficaram com a Força. Pensem?

Manifestações

A diferença entre estes atos promovidos pelos sindicatos em comparação com os outros que foram surgindo (corrupção, PECs …) após os do MPL, é que eles têm objetivos claros e capacidades de agenda política, contudo, não possui o interesse em caminhar para uma democracia menos ligada às lideranças. Ao contrário, é fortalecer um personalismo sindical centralista, além de trocar este Estado por outro mais forte, será isso bom ao trabalhador dentro de uma lógica capital? Não! Por isso, os trabalhadores precisam se unir, se organizar e sair às ruas sim! Ocupá-las juntos em solidariedade uns aos outros, somando forças para combater este sistema que os escravizam, a separação por categoria é uma forma de segmentação histórica para desmobilizar a classe, e claro, ocupar todos esses instrumentos (sindicatos) que se tornaram espaços, não de luta, mas, de exploração, de controle e de manipulação dos trabalhadores.

Denunciamos/Repudiamos 

Uma parte dos trabalhadores portuários hoje em Santos; agiram de forma extremamente violenta com outros trabalhadores – só porque estes sustentavam suas bandeiras partidárias – dois trabalhadores do PCdoB e uma trabalhadora (acho também do PCdoB) foram quase que linchados no ato, tiveram suas bandeiras destruídas, assim como anarquistas que tiveram suas bandeiras e lenços que estavam no rosto arrancados a força, o grito era o mesmo daquelas manifestações onde se infiltraram os fascistas; “fora partido, aqui é Brasil” – e ergueram uma bandeira nacional – isso é caso pensado, afinal, o sindicato dos estivadores pertence a Força Sindical, que é ligada ao PDT indiretamente também ao PSDB.

A causa deles, (portuários é legitima) mas, estão sendo joguetes da Força. E é esse ponto que os trabalhadores precisam se conscientizar, pois, há oportunistas de todos os lados se valendo da classe trabalhadora.

Denunciamos/Repudiamos também

Foto-0157A forma como algumas pessoas da Força Sindical que compunham o ato, durante a caminhada da divisa das cidades até o centro de Santos ficavam reclamando de máscaras que usavam alguns companheiros (representação legítima black bloc)  e ficavam provocando, chegaram até cogitar entregá-los a polícia, já no centro foi a mesma coisa.

No mais, a luta continua e fica o aprendizado, não se fecha luta com quem é inimigo, mesmo não declarado.

Greve geral, ok, só não se iludir, tem sua importância e suas imperfeições.

Lutar Criar Poder Popular!

Reforma política: 11 de julho um momento histórico. De que lado virá o golpe?

Uma grande jogada do Governo de propor um plebiscito, ao mesmo tempo em que passava a batata quente para o congresso ganhava tempo para se rearticular em reuniões e arrumar a casa, pois como não era possível calar o grito das ruas, então o negócio era ganhar as ruas, para isso lançou suas propostas, a primeira delas trata da “responsabilidade fiscal” demonstrando logo de cara que o governo não irá ceder em sua política econômica. Deste modo, o que esperar de quem há uma década não mexeu na estrutura?

Paralelo a isso, feito baratas tontas às esquerdas começaram a se movimentar apavoradas com a ideia de um possível golpe que não sabiam ao certo de que lado direito viria, por isso, o primeiro ponto segundo elas era ocupar as ruas e retomar as pautas, visto que tomaram um cacete nas ruas pela revolta popular que repelia qualquer grupo partidário. (o que revelou o quanto a população está desacreditada das instituições, e facilmente assimilou o discurso disseminado pela direita) segundo porque sacaram (mesmo não assumindo) que não têm base popular e podem tomar uma grande surra nas eleições do ano que vem, afinal, a discussão de golpe contra o governo, uma coisa é certa, só é verdade à medida que for institucional, pois um governo que mantém uma política econômica que favorece toda uma classe empresarial, muito bem blindado ele está.

11 de julho de 2013

Visto como momento histórico as manifestações nas ruas desencadeadas pelo MPL, as esquerdas compreenderam a importância de ampliar a discussão e efetivar pautas emperradas da classe trabalhadora, com isso guinaram para uma cruzada um tanto esquizofrênica.

Logo, o governo maquiavelicamente decidiu colocar suas forças em movimento e lançou a discussão sobre a reforma política, mesmo sem muita objetividade do que representaria essa reforma política. Na verdade, o modo que está conjecturado só vai ludibriar a população com uma falsa participação, que no final das contas, os mesmos bandidos de sempre que irão decidir.

Contudo, decidido por bases governistas e outras não, o dia 11 de julho de 2013 acabou por se tornar pauta obrigatória, que toda esquerda partidária resolveu enfiar goela abaixo da população como o dia de luta nacional da classe trabalhadora, greve geral!

Legítimo? Parte do que está sendo levantado nas bandeiras, sim. E outra é puro governismo sem mexer nas causas que geram os problemas. Mas e aí? Ir pra rua ou não? Cabe refletir? Vivemos realmente um momento histórico em que a classe trabalhadora conseguirá fazer valer suas reivindicações? Ou não? Sobre isso, várias teorias já foram escritas e discutidas. Mas o que temos que ficar atentos, é para não fugir de um golpe que vinha da direita e cair em outra que agora parece vir da esquerda partidária, inclusive da governista.

Pois, será mesmo possível fechar luta com quem manda construir Belo Monte? Fecha os olhos para o extermínio indígena? Pinheirinhos? Gasta bilhões numa copa, entre outras coisas.

( referente ao partidos de luta, há muita dúvida e questionamento do porque insistem tanto nas ruas, mesmo sabendo que sem base popular não há mudanças de nada)

Ao que parece é que há um véu de ingenuidade e perversidade em tudo isso, a luta da classe trabalhadora precisa sim de organização e combatividade, mas esses instrumentos à medida que não dialogam com a população estão falidos, primeiro: porque todos eles seguem a mesma linha hierarquizada, hegemônica, centralizadora e autoritária, segundo porque suas concepções de lutas tendem a minar toda a autonomia popular, exatamente por adotarem um vanguardismo soberbo que toma decisões sem consulta popular.

Fica à reflexão, não para sectarizar, mas para não trabalharmos equivocadamente para grupos de interesse que se beneficiam da luta, assim como não deixar que a construção do poder popular seja adiado, devido estratégias que só reproduzirão o mesmo tipo de modelo de luta que pouco avança.

Poder no povo!

Reforma Política? Da Babilônia Capitalista ao Federalismo Autogestionário

reforma-politicaNo Brasil e no mundo o sistema capitalista tem se estruturado da seguinte forma:

As corporações econômicas articulam os rumos políticos dos governos, determinam o que é veiculado pela mídia e de que maneira os assuntos são abordados. (Pense, vivemos no capitalismo, portanto, nada mais natural do que o “capital” estabelecer os rumos das nossas relações sociais, culturais e políticas). Se quisermos mudar isso, teremos que mudar o sistema. Desculpem-nos os ingênuos ou reformistas, mas não se reforma o inferno.

Os governos são subordinados às corporações econômicas, pois precisam do dinheiro destas para desenvolver suas campanhas e obter recursos, aliados e bases de apoio para “governar”. Na realidade não governam, apenas gerenciam as políticas impostas pelas grandes corporações econômicas. Podem negociar um ponto aqui e outro ali, mas não comprometem e nem “arranham” a lataria da grande locomotiva capitalista.

Os governos

No Brasil os governos são basicamente de dois tipos:

1 – Os declaradamente pró-capitalistas como os administrados por partidos como o PSDB e DEMOCRATAS (comumente identificados como partidos de Direita). Estes governos estabelecem uma relação muito ágil no processo de acumulação do capital nas mãos das grandes corporações, em detrimento da qualidade e atendimento das demandas sociais e dos serviços públicos (saúde, educação, transporte). Toda articulação política destes governos são pautadas pela precarização e privatização destes serviços e na repressão aos movimentos sociais e as populações das periferias.

2 – Os governos que podemos classificar como reformistas ou desenvolvimentistas como os administrados por partidos como o PT e PCdoB, (comumente identificados como partidos de esquerda). Estes governos possuem ampla base social (movimentos populares, sindicatos, etc.) e grande identificação junto às populações exploradas. Para governar estabelecem alianças com partidos de direita como PMDB, PP, e com setores expressivos de grandes corporações econômicas. Sua essência está baseada na ideia de pacto social (patrões e trabalhadores). Devido a um maior investimento em programas sociais ligados à distribuição de renda um setor expressivo do empresariado, da mídia oficial e das classes média e alta criam situações de conflito, oposição e reivindicação. As grandes corporações seguem lucrando como nunca e decidindo os rumos deste tipo de governo, porém, devido ao pacto social, a classe média e o pequeno empresariado têm que ceder alguns privilégios antes intocados, e disputam no tapa o custo de vida dentro das grandes cidades.

Conjuntura atual

Hoje a principal discussão que está colocada em pauta é a reforma política. Todos os governos tratam (e sempre trataram) a questão da reforma política sob um viés superficial para atender seus próprios interesses. Administram com maestria a cortina de fumaça que impede a população de enxergar o que deveria ser óbvio. Podemos fazer uma analogia entre a nossa realidade e a Alegoria da Caverna escrita por Platão. As manifestações que ocorreram neste mês de junho, ilustram a tentativa da população em querer (desejar) sair da caverna, porém a mídia, os governos e as corporações econômicas ainda estão sob controle da situação e sabem muito bem o que fazer para que nós (os escravos) não possamos compreender nossa condição e articular forças para encontrar a liberdade.

Os partidos de direita, infiltrados nas manifestações sob o signo de alguns líderes patriotas e apartidários, puxam a todo momento reivindicações como o impeachment da presidente, a redução da maioridade penal e o combate à corrupção. Tentam criar uma instabilidade política que abra uma brecha para que retornem ao poder sob a roupagem, de preferência, de um mauricinho tecnocrata. Articulam reivindicações de bandeiras simplistas que buscam aglutinar a insatisfação intuitiva das massas e principalmente o ódio concentrado nos últimos anos pela classe média, que moldada por mídias como a Veja, Folha de S. Paulo, Band e Globo identificam nas populações pobres e nos programas sociais do governo federal as causas de um suposto déficit econômico do governo que as tem “prejudicado” ao longo dos anos. Reduzem a questão da violência generalizada a uma mera questão moral, intrínseca à subjetividade e individualidade de cada um. Incentivam, portanto, por esse viés, o ódio contra a população negra e periférica. Para a classe média e a burguesia, a moralização da política é o único caminho que poderá nos levar a um futuro melhor. Ririam eles se os dissessem que o problema é de estrutura econômica e política e não moral, pois não querem nem creem em mudanças mais profundas.

O Governo Federal, por sua vez, perplexo com as revoltas das massas, busca agora atender algumas reivindicações e propor algumas reformas, manipulando algumas delas inclusive, para atender a seu próprio interesse. O PT foi eleito para colocar em prática um programa popular discutido e construído ao longo de 20 anos. A CUT e o MST representavam em aliança ao PT as maiores forças sociais da América Latina. Porém, ao longo de 10 anos de governo, nenhuma das propostas e bandeiras de luta, construídas pelos trabalhadores, foram colocadas em prática. A Reforma Agrária retrocedeu, a burguesia nacional e internacional ainda controlam nossa economia e o país viveu um momento de estagnação articulada pelo aparelhamento sindical e a retórica econômica. Criaram uma bolha que em um determinado momento deveria estourar. Hoje colhem o preço da política de desmobilização e capitulação perante ao capital nacional e internacional.

A postura do Governo Federal é coerente com a filosofia de pacto social. No caso dos transportes, as tarifas baixaram devido à isenção de impostos às empresas gestoras. O lucro destas empresas não foi mexido. O Estado deixa de arrecadar, para que os empresários continuem lucrando tranquilamente.

Todo o discurso desenvolvimentista do governo federal esconde o genocídio aplicado às comunidades indígenas e quilombolas, a destruição de reservas naturais, e a expulsão do povo pobre das áreas estratégicas do novo “desenvolvimento” capitalista nacional, vide os despejos nas áreas dos estádios da Copa.

Como devemos nos organizar?

O tempo recorde em que os parlamentares votaram projetos que estavam engavetados há mais de 20 anos e a ação realizada pelo governo para baixar a tarifa dos transportes, que dias antes diziam ser econômica e politicamente impossíveis de ocorrer, demonstram que só a mobilização e a pressão popular são capazes de arrancar vitórias e conquistar direitos que os movimentos sociais reivindicam há várias décadas.

Não é votando de quatro em quatro anos, ou respondendo a um plebiscito que iremos mudar o atual estado de coisas. Por outro lado o ato isolado de sair às ruas e reivindicar mudanças também não é capaz de construir algo orgânico que rompa com o senso comum e com a estrutura que o capital nos impõe. Se queremos realmente transformar a sociedade devemos mudar a forma que nos organizamos e o modo de nos relacionar com as estruturas de poder. É nesse sentido que devemos conhecer e aplicar as ideias do federalismo e da democracia direta que estão assentadas sob o âmbito do local, regional e federal.

Os meios para a luta:

1) Ação direta: Ocorre quando os trabalhadores tem o objetivo de sabotar a produção capitalista ou estabelecer uma pressão social capaz de transformar a realidade. Por exemplo, quando se fecha rodovias e artérias importantes para o escoamento da produção capitalista; quando trabalhadores ocupam suas fábricas com o objetivo de conquistar direitos ou realizar a autogestão da produção, expulsando os patrões;

2) Greves: Organizadas sempre sob a articulação da base e não das hierarquias sindicais;

3) Ocupações: Para garantir o direito a terra e a moradia.

4) Conselhos populares: Ao contrário dos conselhos institucionalizados ou dos Centros Comunitários atrelados aos governos ou poderes paralelos, como o tráfico, se faz necessário fomentar conselhos organizados de modo horizontal, com base popular de fato, e que coloquem em prática os princípios da democracia direta. Se queremos, por exemplo, mudar o ensino, devemos criar conselhos populares formados por pais, educadores e estudantes, em cada escola. Para mudar o sistema de saúde, devemos organizar conselhos de saúde nos bairros onde o serviço é precarizado. Se queremos mudar as relações de trabalho ou conquistar direitos trabalhistas no qual o sindicato não representa a base, devemos criar conselhos operários que devolvam o protagonismo da luta à classe trabalhadora.

Hoje em dia as lutas estão fracionadas. As categorias utilizam apenas o sindicalismo como instrumento para a conquista de melhores salários, melhores condições de trabalho e melhores serviços públicos para a sociedade em geral. Porém temos de incentivar o envolvimento com a comunidade com o objetivo de criar pressões locais, que se desencadearão em pressões regionais até chegar ao nível federal. Devemos ter em mente que estes conselhos são espaços de organização, inicialmente não serão levados a sério pelos parlamentares, porém estes são os espaços daqueles que não possuem voz e que desejam transformar a sociedade por meio da pressão popular.

Reforma política

No caso da reforma política, o governo propôs a elaboração de um Plebiscito que autorize a criação de uma Assembléia Constituinte específica para tratar do tema. Para entendermos de forma satisfatória o que está em jogo, devemos lembrar um pouco de nossa história recente. Durante o período de abertura política, após 20 anos de ditadura militar, as manifestações pelas “Diretas Já” culminaram na elaboração de uma nova constituição nacional, elaborada e apresentada por um “Congresso Constituinte” em 1988. Ou seja, os deputados federais e senadores eleitos em 1986, acumularam ao cargo de deputados a tarefa de criar e apresentar uma nova constituição. Não houve de fato uma participação popular direta.

Uma Assembléia Constituinte, por outro lado, seria organizada por meio de representantes da sociedade civil, eleitos diretamente pelo povo, sem a participação de deputados e senadores e sem a intervenção ou direcionamento do processo por parte de partidos políticos, governos e prefeituras.

Após apresentar uma proposta de criação de uma Assembléia Constituinte Específica, que provavelmente não seria de participação popular direta, mas sim de caráter meramente consultivo, o Governo Federal recuou devido à histeria da mídia, dos partidos de direita e dos organismos oficiais da justiça como a OAB, Ministério Público, etc. As mesmas forças conservadoras que aplaudiram as manifestações recentes agora tem medo de que a simples discussão desse tema possa desencadear um processo de desmonte da forma de representação política e, em consequência, de toda a estrutura parlamentar e estatal.

Em oposição a essa ideia, a mídia, os partidos de direita e agora o próprio governo e seus partidos, defendem a realização de um Plebiscito ou Referendo. Estas duas opções legitimam o poder e as ideias de um sistema parlamentar senil, fracassado e anti-democrático. Todos sabemos que as propostas vindas do governo ou dos parlamentares não mexem nas estruturas, muito menos nos privilégios da nossa casta política. Todas as declarações tanto do governo quanto da oposição de direita enquadram a reforma política sob a forma de uma simples “consulta popular”, ou seja, quem decide na verdade é o congresso.

O que reivindicar a curto prazo?

O ato de reivindicar educa a população no sentido em que mostra as contradições do sistema capitalista e de seus governos, desmascarando-os e estabelecendo as bandeiras que propomos para a construção de uma sociedade livre e igualitária, onde não existam classes, Estado, explorados e nem exploradores. Dada a urgência desta luta devemos reconhecer que o socialismo e a liberdade, pelos quais lutamos, não estão colocados logo ali, no amanhã. Mas também é certo que o que fazemos todos os dias, e como fazemos, tem relação direta com onde queremos chegar. Estar junto com os que lutam, na defesa e nas conquistas, construindo soluções parciais e concretas é parte desse processo.

1) Reforma Política:
-Financiamento público das campanhas eleitorais com distribuição igualitária da verba entre os candidatos para cada cargo, e a serem pagos a prestação, sem ônus ao contribuinte.

– A propaganda política em TV, Rádio e Jornal apenas poderá veicular um programa gravado (ou editado) a ser exibido duas vezes por semana. Nos demais dias a propaganda deve ser organizada e transmitida ao vivo por meio de debates públicos, abertos à população, com igualdade de tempo e de espaço de campanha entre os candidatos.

– Instituição da revogabilidade de mandatos por parte dos eleitores.
-Fim das coligações para eleições proporcionais, eliminando conchavos políticos desta natureza.

– Proibição de veiculação de pesquisas de intenção de voto por todos os meios de comunicação, inclusive na Internet, sujeitando o partido ou candidato à perda de registro e consequente exclusão daquela eleição.

– Fim do salário para vereadores. O Brasil é um dos únicos países onde vereadores são remunerados.

– Subordinação dos vereadores e deputados estaduais aos conselhos populares locais e regionais de modo que se assegure o cumprimento das resoluções destes organismos por parte dos vereadores e deputados. Todo aquele que desrespeitar a deliberação dos conselhos locais dos quais são simples representantes, deverão ser revogados e substituídos.

– Fim dos grandes salários. Todo representante (deputados, prefeitos, governadores e presidente) não deve receber mais do que o salário base de um professor da rede pública e não terá direito a carro oficial exclusivo, e de forma nenhuma quando fora de serviço, nem, auxílio moradia, 14º, 15º, e verbas de gabinete. Todos os gastos necessários para transporte, hospedagem e funções administrativas devem ser analisados e aprovados por um conselho popular de fiscalização.

– Fim do Senado. A política baseada em duas instituições oficiais que representam a mesma coisa engessa as propostas de iniciativa popular, estimula a burocracia e mascara os conchavos político-econômicos.

– Plebiscitos deliberativos como forma de participação e controle dos eleitores sobre o processo político nos âmbitos estadual e federal, com regulamentação imediata do que for decidido pelo povo.

2) Trabalho digno:
– Redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem redução salarial.

– Salário mínimo baseado no cálculo do DIEESE.

– Aplicação dos Direitos Trabalhistas para todos os trabalhadores, dignidade para os trabalhadores terceirizados e prestadores de serviços do chamado “trabalho informal”.

– Combate ao trabalho escravo, no campo e na cidade.

– Fiscalização das sobrecargas e horas extras, acompanhado de ajustes do salário base e ampliação dos postos de trabalho.

– Apoio com financiamentos subsidiados aos trabalhadores que queiram adquirir de forma individual ou cooperativa seus próprios meios de produção.

– Desburocratização da implantação e gerenciamento das cooperativas.

– Combate ao trabalho infantil no campo e na cidade.

– Aplicação dos Direitos Trabalhistas para todos os trabalhadores, dignidade para os trabalhadores terceirizados e prestadores de serviços do chamado “trabalho informal” e “trabalhadores domésticos”.

3) Educação
– Ampliação dos investimentos de recursos para a educação básica (creches, ensino infantil, fundamental e médio)

– Contra a privatização do ensino e os tubarões da educação.

– Contra o socorro financeiro destinado às universidades particulares através de repasses e isenções de impostos na ordem de bilhões de reais, programas de financiamento, e que esses recursos sejam aplicados na ampliação qualitativa das vagas nas universidades públicas com políticas de acesso diferenciado a indígenas, afro-descendentes e estudantes oriundos da rede pública de ensino.

– Entendemos que programas como o ProUni e o Fies ampliam o acesso ao ensino superior privado, porém, estes recursos devem contribuir para que este mesmo público tenha acesso às Universidades Federais, ampliando vagas e fornecendo bolsas e assistência estudantil, como moradia e alimentação.

– Uma política pública séria de educação para crianças, jovens e adultos com necessidades educativas especiais. Contratação de profissionais de acordo com esta área de atuação, aquisição de equipamentos em número suficiente (ex: psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta) e flexibilização curricular.

– Promoção de uma educação realmente diferenciada para povos indígenas, quilombolas, ciganos e demais populações tradicionais, respeitando suas respectivas culturas e modos de vida. Contratação de profissionais de acordo com esta área de atuação (ex: antropólogo). Construção participativa dos currículos e planos político-pedagógicos.

– Reconhecimento oficial das iniciativas de Educação Popular, Métodos de Educação Alternativos e Educação Domiciliar, entendendo que os pais, filhos e mestres possuem prioridade sobre o Estado em relação a qual modelo de educação adotar. Liberdade curricular.

– Possibilidade aos profissionais da educação e dos pais de educandos de obter investimento público e isenções tributárias para iniciativas populares e alternativas de educação.

– Criação de conselhos populares de educação com caráter deliberativo e não apenas consultivo.

4) Saúde

– Aplicação das verbas obrigatórias na saúde pela União, estados e municípios.

– Revogação do Ato Médico que atribui exclusividade deste profissional na elaboração de diagnósticos e prescrições terapêuticas e se constitui um atentado ao direito do cidadão em procurar diretamente o auxílio de profissionais como fisioterapeutas, enfermeiros, homeopatas, acupunturistas, psicólogo/as, dentre outros, para o tratamento de sua própria saúde, em prejuízo também dos profissionais das respectivas áreas.

– Ampliação do Sistema Único de Saúde (SUS).

– Enfrentamento das empresas privadas, fundações e Organizações Sociais (OS) de interesse privado nas áreas da saúde.

– 6% do PIB à saúde pública sem intermediação privada.

– Ampliação e melhoria da rede pública para o atendimento tanto nos grandes centros urbanos, como nas comunidades mais afastadas.

– Sistema Público de Saúde Preventiva, programa Médico de Família, Unidades e equipes de Saúde descentralizadas em cada bairro ou comunidade.

5) Reforma agrária

– Reforma agrária contra o latifúndio e as monoculturas extensivas do agronegócio para garantir às inúmeras famílias camponesas sem-terra o acesso ao seu meio de vida em condições dignas.

– Políticas para a contenção definitiva da Violência no Campo.

– Incentivo às produções agroecológicas em oposição ao agronegócio. Controle das sementes pelos trabalhadores do campo: contra a propriedade e a patente das sementes por empresas do agronegócio.

– Demarcação de territórios indígenas, quilombolas e apoio às comunidades pesqueiras e demais comunidades tradicionais.

6) Reforma tributária e ruptura com os agiotas da dívida pública

– Rompimento com o mecanismo perverso da dívida pública, que paga altos juros para os agiotas do mercado financeiro e corta políticas públicas e gastos sociais para os pobres. Implementação de uma reforma tributária com taxação dos ricos e não dos pobres.

– Ruptura com os agiotas da dívida pública, que consomem quase metade do orçamento público, com maior investimento dessa verba na saúde e na educação.

7) Democratização da comunicação e combate aos monopólios

– Controle popular sobre o sistema de comunicação e fim dos monopólios da comunicação.

– Comunicação popular e liberdade de expressão, incluindo direito à livre transmissão das rádios e TVs comunitárias. Contra a criminalização imposta pela ANATEL e a burocratização das outorgas.

8) Mobilidade urbana

– Combate à especulação imobiliária e à usurpação privada do direito à cidade. Desapropriação de prédios e terrenos devolutos para programas de moradia popular com planos de construção por sistema de mutirão, cooperativas e autogestão.

– Defesa intransigente de uma política de transporte verdadeiramente público, gratuito e de qualidade, que garanta o direito à locomoção dos mais pobres e dos desempregados nas zonas urbanas e rurais. Rechaço à mercantilização do transporte, com gestão pública e controle popular.

9) Direitos humanos

– Abertura efetiva dos arquivos da ditadura e condenação dos torturadores e mandatários dos crimes de Estado nesse período.

– Contra a criminalização da pobreza e do protesto e pelo fim do extermínio de pobres. Pelo reconhecimento da dívida social com os povos negros e indígenas.

– Fim da violência contra as mulheres e direito a elas para o atendimento público e ético no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento humanizado da parturiente e apoio médico e psico-social às mulheres que optam pelo aborto. Direito ao parto natural e a um sistema de saúde que inclua parteiras e doulas. Combate ao machismo, à homofobia e defesa da livre orientação sexual e dos direitos da criança e do adolescente.

– Desmilitarização da polícia! Contra um sistema que defende os ricos e criminaliza a pobreza.

10) Cultura e Lazer

– Construção de espaços públicos de recreação, de convívio social, de produção cultural – como praças, campos e parques.

– Fim da lei de incentivo fiscal que financia empresas que acabam por decidir o que é, e o que não é cultura. Pelo controle popular de todo o financiamento público destinado a área da cultura.

Construir a sociedade libertária:

Somos partidários de um programa de lutas para construir um povo forte, que não troque sua independência de classe por cargos, favores ou razões governistas. Como pequena, mas resoluta força de combate do lado dos oprimidos, continuaremos como sempre nas lutas que vêm de baixo, fora do governo e das colaborações com os patrões. E como pauta para essa conjuntura que entramos, queremos construir com quem luta por soluções práticas, mas sem perder nossa intenção libertária e socialista, com o sentimento de que nada podemos esperar que não seja do próprio povo.

Ao passo em que avançamos nas reivindicações e conquistas junto ás classes exploradas, se faz necessário estabelecer os nossos horizontes e os meios pelos quais objetivaremos a sociedade libertária. A luta social é a escola que cria condições para o despertar da consciência revolucionária. Se nosso sistema de representação política está falido e apenas serve aos interesses das grandes corporações e aos conchavos governistas, devemos propor e construir outro, onde o protagonismo popular seja a base de uma sociedade sem Estado, sem classes e todo tipo de hierarquia, autoridade e opressão, no qual a solidariedade, o cooperativismo e a autogestão sejam encarados como princípios norteadores das potencialidades humanas.

São Vicente, 09 de julho de 2013.

Prenderam o poeta incendiário. O que ele pedia: “Passe Livre pá geral”

“Tão detendo meu corpo. Meu pensamento nunca!”

 

Anarcofunk – É passe livre pá geral!
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Um vídeo na internet, sobre um cara que foi preso acusado de tentar botar fogo num busão, em Minas, chamou a nossa atenção pela argumentação do cara. Vejam:

– Eu tava com isqueiro, tava com caixa de fósforo, não queimei porque não quis. O que eu quero é a cabeça, eu não quero o braço. Motorista, trocador, não é inimigo meu. Agora empresário ladrão, perdeu. Vai ter que dividir o pão.

– Se não for passe livre pá geral, eu vou queimar e sequestrar empresário.

– Tão detendo meu corpo. Meu pensamento nunca.

– Primeiro que eu não coloquei o fogo, eu fiz um poema concreto, e eu precisava de alguns elementos, o fogo foi um desses elementos. Eu quero negociar, eu quero sentar e negociar.

– [se não conseguir negociar] Sequestro. Sequestrar empresários e playboy. Chega de morrer só favelado. Agora o outro lado também vai ver que não é só bala de borracha. Aqui é bala de borracha. Lá na favela é bala de estanho!

Fazendo uma busca simples pelo nome do mano, Wanderson Adriano Marcelo, descobrimos que o cara é realmente poeta, militante social, mais conhecido como Wanderson Novato. Com certeza, como dá pra ver no vídeo, esse sistema fudido, cheio de empresário ladrão e político corrupto, abalou o psicológico dele, a ponto de ser preso. Mas será que ele é louco, ou lúcido demais?

Wanderson Novato

Vendo o vídeo, e sabendo que o cara provavelmente tá encarcerado (ou na mira da polícia), a gente tem que ter um pouquinho de sangue frio pra não sair por aí quebrando tudo. Mas imagina só se a gente tudo fosse pro arrebento, com o mesmo grau de sanidade que o Novato? Aí sim essa porra ia mudar!

Aqui o blog dele: http://poemasnovato.blogspot.com.br/

Vídeo com uma declamação de poema, em 2009: https://www.youtube.com/watch?v=_O25kzFmlV0

Documentário Wanderson Novato, o pensador entre becos – vale muito a pena ver:
Parte 1 – https://www.youtube.com/watch?v=enqylo3SJ7U
Parte 2 – https://www.youtube.com/watch?v=Dyc9LPKWXOg
Parte 3 – https://www.youtube.com/watch?v=fOvC3Y9oKGI

P.S.: Quem tiver informações sobre a situação do compa, por favor nos informe

Transporte público: Uma redução capciosa dos governos revela para quem eles trabalham.

De R$ 4,05 reduziu para R$ 3,90. Continua caro e muti ruim o serviço.

De R$ 4,05 reduziu para R$ 3,90. Continua caro e muito ruim o serviço.

Desde segunda-feira dia 01 de julho de 2013 como anunciado pela Piracicabana e pelo Governo Estadual as linhas intermunicipais tiveram seu valor reduzido em R$ 0,15 na baixada santista. Uma vitória do povo nas ruas que reivindicou? Sim.

No entanto, uma redução um tanto maquiada, afinal, a passagem havia aumentado na região o percentual de R$ 0,25 e após as manifestações teve redução de R$ 0,15, ou seja, aumentou da mesma forma, sendo que a valor já era abusivo e qualquer aumento configura mais abusivo ainda.

Resultado: palmas aos governantes! Eles conseguem dar uma volta e blindar a empresa de todas as formas, e no final, fazer o povo continuar pagando as contas. Em SP, por exemplo, foi acordado que a tarifa voltaria ao valor anterior, entretanto, para não haver perdas (para a empresa) o percentual seria repassado por meio dos impostos. E quem paga os impostos?

Incrível como os representantes públicos servem descaradamente a iniciativa privada, o triste é que isso demonstra o quanto a população é refém desta política cuja existência não é para resolver os problemas e trabalhar para o bem comum de todos, mas sim para administrar negócios do capital privado, deste modo, favorecer uma política econômica que usa e abusa do dinheiro público para financiar privilégios, resultado; sucateamento total do serviços públicos.

As reivindicações de uma categoria que nunca foi às ruas. Por que será?

tn_620_600_PROTESTO_MEDICOS_BOCA_MALDITA_-_BC-18Nesta quarta-feira (03) ocorreram em diversas partes do país manifestações realizadas por médicos, inclusive, aqui na baixada santista houve uma pequena em Santos na praça da independência. Já em SP a Avenida Paulista chegou a ser fechada. Como pauta de protesto; “melhores condições estruturais para a saúde, tanto no que diz respeito à questão física de tecnologias e suporte, quanto econômica para os residentes”. Pois, segundo eles, resolver o problema da saúde é uma questão de investimento na área e não de trazer médicos de fora do país para trabalhar.

Vamos lá.

Essas reivindicações da categoria tem se espalhado pelo país inteiro desde que o governo anunciou que traria médicos cubanos para trabalhar nos rincões do país, ou seja, em locais onde há poucos médicos dispostos a trabalhar. Afinal, para termos uma ideia o salário de um médico que está iniciando a profissão é de R$ 10.000,00 e lá nos confins do Brasil em área como Amazonas, eles ganham moradia e salários ainda maiores. Contudo, faltam médicos nessas áreas, por que será? Segundo estudos, há uma concentração de médicos na região sudeste, enquanto, nas outras regiões carecem, o que revela que essas reivindicações que eles estão levantando em parte são legitimas. Entretanto, há interesse de classe nessa discussão muito maior que o interesse em mudanças estruturais.

1. O problema com o Sistema único de Saúde (SUS) é estrutural e persiste há anos, é sabido de todos que é um serviço cada dia mais sucateado e cada vez mais entregue e gerenciado pela iniciativa privada, fundações, Organizações de Saúde (OS) e este é o ponto que devemos enfrentar e não está sendo pautado.

2. Há de se desmascarar o oportunismo de uma categoria que nunca foi às ruas brigar por coisa nenhuma, vide a luta dos técnicos contra o sucateamento e as condições de trabalho, e nunca houve solidariedade de médicos nessa luta, e por que será? Ora, sempre se beneficiaram dos cofres públicos desde a formação até a empregabilidade.

Neste momento, o que está acontecendo é um grupo social que se vê ameaçado, e está indo a luta num posicionamento de classe, mas que absorvem as pautas da esquerda e se fazem de amigos preocupados com a população, com a saúde… Mentira! Eles estão pensando em seus interesses, essa é verdade!

O que é preocupante é que com essa discussão tomada de assalto há uma pretensa ideologia de neutralizar o real problema e criar mais condições que privilegiam os mesmos grupos sociais. Essa luta por melhorias que eles defendem é aquela que protege uma democracia que produz regras “supostamente democráticas”, mas, que mantém essa ordem social, qual eles carecem, defendem e pretendem blindar, preservar e fortalecer para manter o mesmo tipo de desenvolvimento econômico que não mexe na estrutura, apenas promove mudanças paliativas que mascaram a realidade.

Temos que nos organizar e dizer que saúde não é mercadoria nem pauta de quem grita na rua e depois vai comer no Mc Donalds.

Opa! Querem fortalecer? Bora colar na periferia, a Unidade Básica de Saúde (UBS) tá precisando de médicos para fazer a diferença.

Arraiá Populá no México 70

Óia a chuva!

Óia a chuva!

“… Mão, violão, canção e espada
E viola enluarada
Pelo campo e cidade,
Porta bandeira, capoeira,
Desfilando vão cantando
Liberdade…”
(Viola enluarada – Marcos Valle)

Neste ultimo sábado, 29, o arraiá “comeu solto” no México 70, São Vicente!

Mesmo em tempos difíceis de incêndios, saques programados e repressão policial, a comunidade do México 70 une forças para confraternizar na Igreja Bom Jesus dos Navegantes, junto com cooperativas de mulheres, Rádio Livre, pastorais e todas as pessoas da vizinhança que ainda tem esperança em construir dias melhores.

Nós, da Rádio da Juventude, não ficamos de fora! Fomos convidadxs à participar nesta festança também e com muita ajuda mútua, fortalecemos na banquinha da Comunicação Populá com muita guloseima boa de daná 🙂