Visita do papa ao Brasil terá gastos de R$ 118 milhões dos cofres públicos. Onde fica o Estado laico???

O governo federal irá desembolsar R$ 62 milhões, sendo que R$ 30 milhões para garantir a proteção do pontífice. Os gastos também irão inclui gastos que sairão de cofres estaduais e municipais, ao todo a visita do Papa Francisco sairá à bagatela de R$ 118 milhões. Segundo as autoridades a justificativa é devido à mobilização popular para o evento, a visita do papa faz parte da 26ª Jornada Mundial da Juventude, que acontece de 23 a 28 de julho no Rio e estima-se que dois milhões de peregrinos se desloquem para a cidade. Entre os gastos estão também quatro milhões de hóstias que serão distribuídas durante os seis dias da Jornada. Elas serão fabricadas por seis fornecedores em todo o país.

Pois é, para um Estado laico, a visita do papo é, e sempre foi paga à custa do dinheiro do povo, de um povo diverso culturalmente e religiosamente, mas que infelizmente os governantes ainda mantém uma política de estado confessional católica mascarada, afinal, será que se mobilizaria tanto dinheiro assim para um evento de cultura africana? Com certeza não.

A livre manifestação religiosa é legitima e um direito, mas a partir do momento que o financiamento destes eventos é feito por meio de dinheiro de cofres públicos de um Estado laico, há de ser questionado sim o uso. Pois, tal atividade é de caráter privado de determinado grupo social, portanto, há de ser tratada também como tal, ora, quem professa sua fé e considera importante a vinda do papo, ok, mas, tem que arcar com os custos, e a instituição católica tem dinheiro pra isso.

O que não é justo, (além de um desrespeito) é quem pertence a outra religião, ou mesmo quem não possui religião alguma, ter que financiar hóstia, hotel, restaurante, avião, carro, helicóptero entre outras coisas.

E que fique claro, o respeito à liberdade religiosa é fundamental para a convivência entre grupos sociais diversos, contudo, de forma alguma um Estado laico pode financiar instituições privadas.

Fonte: estimativa de custo feito pelo “O Globo”