Manifestação contra o aumento em Santos surpreende e cala a boca de muita gente.

Foto-0041Cerca de 600 pessoas ocuparam as ruas de Santos em manifestação contra o transporte público caótico, como pauta os manifestantes tiraram inicialmente como foco o bloqueio do aumento, a volta dos cobradores, e, abaixo a obrigatoriedade na utilização do cartão no transporte municipal em Santos.

Foto-0055Passaram na Câmara Municipal deram o recado aos vereadores e seguiram até a praça Mauá onde o grupo ficou esperando o Governador Geraldo Alckmin ( que estava na cidade) que nem deu as caras. Com um megafone nas mãos chegaram a convidar Alckmin o e prefeito Paulo Alexandre Barbosa a bater uma papo.

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Foto: Retirada do perfil do grupo no face – representa muito bem a luta!

Com o não comparecimento de ambos seguiram até o terminal onde liberaram as catracas para que todos entrassem num ato simbólico contra o monopólio da Piracicabana que por meio da passagem rouba o trabalhador. Gritos de revolta ecoavam em coro; Quem não grita quer tarifa! A baixada vai parar! Deram o tom e a diretriz de por onde irá caminhar o movimento, que estará de volta amanhã nas ruas e que decidiu em assembléia popular na praça que irá voltar as ruas e irá intensificar a luta com a ideia de espalhar por toda a região e abrir um amplo debate com toda a sociedade sobre a questão do transporte público que há anos é um grande lixo, e que os representantes da região nunca se importaram em fazer algo, então a pegada é ir pra rua e mobilizar todo a a sociedade.

Todas as fotos aqui

Movimento pela redução da tarifa fez São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia tremer.

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Foto: SP

Nesta tarde e início de noite de quinta-feira, 06 de junho de 2013, manifestações deram o tom de repúdio ao aumento da tarifa do transporte público em três estados do Brasil. E como de hábito (infelizmente) os manifestantes foram recebidos a cassetes, balas de borracha e gás lacrimogênio de uma polícia truculenta a serviço deste Estado capitalista e cúmplice das empresas de transporte.

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Foto: RJ

Porém, nos três estados os manifestantes não se acuaram e foram para cima mostrando que não estavam para brincadeiras, com faixas, apitos e muita revolta; queimaram pneus, fecharam vias e enfrentaram o choque, o lema era; “se a tarifa não baixar a cidade vai parar” .

Quem ficou em casa assistindo TV, com certeza viu a noticia, pois, foi divulgado inclusive em tempo real o que estava ocorrendo; e a informação era a mesma: população na rua protesta contra o aumento da tarifa. Claro que a mídia burguesa não conseguindo esconder a brutalidade da polícia, restou apenas dizer que houve violência de ambas as partes.

Foto: Goiânia

Foto: Goiânia

E mais protestos virão por aí, pois não é possível continuar essa realidade que se repete no país inteiro de um transporte público caríssimo, que na verdade, se tornou um grande negócio, onde circula muito dinheiro, e por isso não será de forma amigável que irão largar o osso. Os poderes municipais, estaduais e federal já se venderam, só resta a população mesmo se organizar, protestar e tornar essa luta constante, pois, muito mais que barrar o valor, precisamos de autogestão deste serviço público!

Foto: SP

Foto: SP

Em nota: Por Movimento Passe Livre, via e-mail. (em SP)

O Movimento Passe livre informa que os advogados presentes na manifestação de hoje foram IMPEDIDOS de entrar na delegacia onde há um grande número de manifestantes presos.

Toda solidariedade e força aos compas! Seguimos na luta!

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Vídeos do manifesto em SP. Divulguem!

 

E aqui o link do vídeo de Goiânia da mídia burguesa.

Piracicabana: Aumento da passagem é assalto à classe trabalhadora! R$ 3,55 até R$ 4,00. Absurdo!

onibus-lotado-300x199Desde ontem (3) a tarifa do transporte público aumentou com valores que variam de R$ 3,55 até R$ 4,00 mantendo-se na posição de talvez a passagem mais cara do país. (será que precisa pesquisa?) A Baixada Santista vive uma realidade caótica no que diz respeito ao transporte. E até agora não surgiu nenhum movimento social organizado que fosse capaz de no mínimo estimular a população a peitar essa situação.

No Brasil inteiro o aumento da passagem vem indignando a população, em algumas regiões como no Rio Grande do Sul uma massa de pessoas foram às ruas e conseguiram bloquear o aumento, em outras a luta continua, com ônibus sendo queimados, ruas sendo bloqueadas, confrontos com a polícia e tudo mais que for possível e criativo para barrar o aumento, pois aceitar essa realidade não é mais possível. E a maioria já sacou isso.

Enquanto todas as esferas de governo: federal, estadual e municipal fecham os olhos e nada fazem para deter o abuso das empresas de transporte público, que oferecem um serviço ridículo.

Aqui na baixada a situação é insustentável; ônibus sempre lotados, não há cobradores, agora, imaginem as dificuldades de ser cadeirante diante deste transporte insano, pois são poucos os ônibus que possuem acessibilidade, e quando há, o cadeirante nem consegue entrar, porque o ônibus está entupido de gente, sem contar o caos que passa o motorista tendo que parar numa avenida num trânsito desgraçado, tendo o pisca no alerta, deixando sua função, pois tem que ir descer a ponte móvel de acesso, e por quê? Porque não há um operador a disposição, que poderia ser o cobrador! A linha Ponte Pênsil/ Santos, (que faz do bairro do Japuí em São Vicente ao centro de Santos) por exemplo, os micro-ônibus não são adaptados, ou seja, nem cadeirante anda de ônibus nesta região, e no caso, nem um pai ou uma mãe que esteja com carrinho de bebe, não entra! Não tem por onde entrar. Piada? Não!

Este é o absurdo que chegou à baixada santista, com uma empresa que monopoliza o transporte publico e com certeza deve financiar toda a classe política, pois, não há uma alma eleita que tenha interesse real de entrar nessa briga, tem uns politiqueiros ali e outro lá, querendo fazer nome para próxima eleição.

É uma vergonha!

Bora pra rua! Bora se organizar. Lutar criar poder popular!

Por um transporte público de qualidade e pelo fim da dupla função dos motoristas. Organização e luta já!

58486_3879363122215_1409688669_nO problema da dupla função dos motoristas na Baixada Santista existe há quase duas décadas, desde que retiraram os cobradores com a justificativa que o percurso se tornaria mais rápido e a passagem mais barata. Na prática o que ocorreu foi a eliminação da categoria (cobrador) e a precarização das condições de trabalho do motorista, (hoje, nem mesmo o sindicato pelego dos rodoviários pauta essa discussão –  no mínimo).

Pois bem, a passagem continuou cada vez mais cara e o monopólio da Piracicabana foi ditando as regras na baixada, e sempre quando possível impossibilitando qualquer alternativa viável de transporte público, vide a ação que ela entrou na justiça em 2010 para inviabilizar a implantação do veiculo leve sobre trilho que interligaria toda a região (VLT) e contribuiria para desafogar o trânsito.

Na cidade de Santos

O Prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) resolveu entrar na briga e resolver de vez o problema da dupla função dos motoristas, mas como todo representante político nunca dá ponto sem nó, quer dizer, não trabalha de fato para o bem comum da população, e sim para o grupo que o financiou, resolveu implantar obrigatoriamente (de forma inconstitucional) um cartão transporte, que não resolve o problema, mas que desvia a atenção da real discussão: o transporte é ruim, caro, explora durante anos os trabalhadores (motoristas que tiveram que cumprir a dupla função, e não serão ressarcidos por isso) e enriquece uma empresa a custa dos cofres públicos. Traduzindo: presta um péssimo serviço público, mas, engorda o bolso.

Está mais do que na hora de abrirmos as planilhas de custos dessa empresa ordinária, e vale dizer que, esse pedido já foi feito pela população em audiência pública no ano passado (2012) na Câmara Municipal de Santos, porém, não foi apresentada e sim protelada, revelando que a classe política eleita; é uma farsa! Pois não representa a população quando ela reivindica de forma legitima!

A população tem que se organizar e fazer o enfrentamento.

* Ninguém deve ser obrigado a usar cartão!

* Pela volta dos cobradores

* Redução das horas de trabalho do motorista (sem redução de salário)

* Por um transporte público de qualidade, acessível, baixo custo, determinado e gestionado pelo povo de forma direta.

São Vicente: feirinha da madrugada e o mimimimi dos comerciantes do centro

Já faz algum tempo que  uma comissão de comerciantes do centro de São Vicente vem reivindicando o cancelamento das feiras (eventuais) da madrugada na cidade.

No início deste ano a comissão se reuniu com o Prefeito Bili exigindo que uma providência fosse tomada a respeito – pois, segundo a paladina comissão a feira estaria prejudicando o comércio vicentino com seus baixos preços que criam situações em que a competitividade de mercado é injusta.

Mimimi está semana a comissão esteve reunida novamente angariando apoio junto alguns vereadores e simpatizantes comissionados, a reivindicação foi a mesma: eliminar a feirinha e garantir a supremacia mercadológica. Interessante; como são as coisas, e como são os bichos são os humanos – cabe à reflexão: comerciantes detestam intromissão do Poder Público em seus negócios – a própria lógica do comércio – pauta que; o mercado se autorregule sem intervenção do Estado, contudo, quando eles se vêm ameaçados, aí querem regulamentação, proibição e o que mais for preciso com a mão institucional para lhes defenderem.

Se eles pagam impostos, todos pagam! Cabe decisão pública junto com a população, ela decide e pronto!

O que deveria ser feito e não fazem

Seria uma investigação trabalhista no centro, devido a quantidade de pessoas que trabalham no comércio vicentino em contratos temporários, ou seja, exploradas por alguns comerciantes que fazem estas pessoas trabalharem de nove até até 12h por dia de domingo à domingo, não importando data comemorativa (muitos até sem folga, e isso, fazemos questão de divulgar aqui numa próxima matéria) e depois são mandadas embora, mantendo a lógica do não vinculo empregatício, o que não é novidade, e não é de hoje que isso acontece na cidade neste setor comercial, onde a maioria das lojas vivem a contratar mão de obra temporária para burlar direitos trabalhistas. Mas isso, cadê os representantes políticos?

São Vicente é quase uma cidade dormitório, há pouca perspectiva de emprego, os que existem são subemprego: temporários, cooperados, de projetos sociais… É uma cidade onde paga-se mal, muito mal! Concurso público? Piada! Não é a toa que quando alguém consegue um carguinho comissionado se torna facilmente um puxa saco ( tá com a corda no pescoço).

Os governantes que administraram e administram a cidade pouco interesse tiveram em realmente ativar a economia local, fazer o capital de fluxo girar na cidade, construir alternativas concretas e sustentáveis para quem é morador da cidade, por isso, o trabalho informal sempre foi a via de sobrevivência daqueles mais oprimidos por essa lógica perversa.

Querer acabar com a feirinha é só mais uma visão provinciana, tacanha e autoritária de quem só enxerga a um metro quadrado de seu umbigo.

O Congresso quer aumentar de 8h para 12h o horário de trabalho diário dos trabalhadores domésticos.

A polêmica em torno da Emenda Constitucional que ampliou direitos dos trabalhadores domésticos continua sendo debatida, é preciso que a classe trabalhadora aproprie-se desse debate, pois o Congresso Nacional articula a fixação de duas alíquotas distintas para a multa do FGTS aplicada no caso de demissão de domésticos sem justa causa, 10% nos casos em que a iniciativa da demissão é do patrão; e 5% se houver acordo entre as partes, a proposta de regulamentação, cujo relator é o senador Romero Jucá (PMDB-RR), também inclui a criação de um banco de horas para os empregados domésticos, com validade de um ano, outra proposta, que desafogaria o patrão porque segundo um dos pontos levantados é que “a lei é bonita, mas não paga contas”, por isso o ideal seria aumentar o horário cumprido pela categoria, que foi estipulado pela emenda, oito horas diárias, e passariam para 12h, e por fim, acabar com a multa contratual de 40% quando o funcionário é dispensado.

Ou seja, há exatamente um mês e vinte dias que a lei foi promulgada, e já estão procurando formas institucionais de inviabilizá-la ( novidade?). E antes que, este que vos escreve, esqueça, o Jucá disse também que irá sugerir a diminuição no descanso mínimo diário, de uma hora para meia hora.

Por isso

A realidade do trabalhador doméstico como já citado anteriormente aqui no blog, é quase que informal, pois a maioria da classe patronal prefere trabalhar com diaristas, o que burla a lei, devido à falta de regulamentação que defina objetivamente quem faz parte da categoria, e no meio dessa confusão e jogo de interesse, o diarista doméstico é visto como um trabalhador autônomo.

Quer dizer, o mercado informal abre-se num leque terrível fundando cada vez mais relações de trabalho precário, porque os empregadores sempre irão alegar infinitos motivos para violar direitos, enquanto o Governo fecha os olhos ou lança bravatas que nada solucionam.

O que vai acontecer e já existe, é o surgimento de agências de emprego que irão se beneficiar do suor destes trabalhadores, e mais uma vez o serviço terceirizado ganhará força enquanto o trabalhador entrará pelo cano.

Em tempos de luta pela diminuição das horas de trabalho no mundo inteiro, o Congresso consegue se superar querendo aumentar a carga horária.

Quem manda é o povo que anda de buzão e não quem governa do gabinete!

O Prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa neste 22 de maio de 2013, afirmou com eufemismo de político profissional, que irá ignorar a inconstitucionalidade da lei que obriga os usuários a utilizar cartão transporte nas linhas municipais da cidade de Santos, com o objetivo de eliminar a dupla função dos motoristas e o manuseio do dinheiro que põe em risco a vida do trabalhador, disse também que apesar da polêmica gerada em torno da inconstitucionalidade da lei, e mesmo com a denúncia feita no Ministério Público (MP) um acordo garantirá a efetivação da lei, e que a cidade estará recebendo coletivos novos, mais confortáveis e até com WIFI.

Ao que parece, o Prefeito e o MP estão acima da Constituição e a partir desta quinta-feira só andará de ônibus quem tiver o cartão, e já ficou acertado que haverá um sistema de monitoramento para casos emergenciais (com limite de utilização do dinheiro três vezes por mês) quem irá monitorar as câmeras, será a Companhia de Engenharia de Tráfego de Santos (CET) Engraçado que a CET mal consegue resolver o trânsito na cidade.

O perverso em tudo isso, é ver o problema da dupla função sendo distorcido e utilizado como palanque pelo prefeito que se coloca como “o solucionador”, porém, a resolução inicial estaria em colocar de volta os cobradores na linha, e não inserir um cartão que torna a população refém de uma empresa mafiosa como a Piracicabana, que oferece um serviço público de péssima qualidade, outra coisa, se está sendo assumida a dupla função dos motoristas, significa que a empresa ganhou muito à custa do trabalhador.

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Cobrador da cidade de Suzano.

Pergunta: este trabalhador será ressarcido pelo tempo em que foi “motorista e cobrador” (explorado) ao mesmo tempo? Pois quem ficou as duras penas dirigindo, cobrando, prestando informação foi ele: o trabalhador, e convenhamos; não é fácil ser motorista de “carro de boi”, desculpem o termo, mas na verdade, é deste modo que devemos chamar o transporte público na baixada santista, única região do país em que a função cobrador foi retirada, o que revela uma tremenda incapacidade sindical de representar a categoria e uma inoperância dos representantes políticos que inertes ou cooptados abarcam no silêncio dos covardes e parasitas.

Esta função só não exista na baixada santista. Por que será?

Cobrador da cidade de Suzano. Esta função só não existe na baixada santista. Por que será?

Não tem jeito, a solução é ir para a rua fazer pressão, ocupar a câmara e mostrar a quem governa que não se pode tomar medidas sem antes consultar o povo, e que não é trinta ônibus com sinal de internet que irá resolver o problema, ele é muito maior e a discussão ampla. (continuaremos num outro momento este  assunto, focando a questão da mobilidade urbana e planejamento de cidade)

Bora pra rua botar pra ferver! Quem manda é o povo que anda de buzão e não quem governa do gabinete!

Toda força e solidariedade ao jornalista Ruy Sposati!

Neste último sábado, dia 18 de maio, o jornalista Ruy Sposati, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que estava trabalhando, cobrindo a reintegração de posse da fazenda que está dentro da Ti Buriti (que aguarda a boa vontade de Dilma para ser homologada) foi simplesmente “esculachado” e teve seus documentos e bens subtraídos pelo delegado da Polícia Federal do Mato Grosso numa ação arbitrária de extremo abuso de autoridade, que viola os direitos do artigo quinto da Constituição:

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

§ 1º – Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

§ 2º – É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

Art. 5º – (…) LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.

Infelizmente não é nenhuma novidade a forma truculenta como são tratados aqueles que não servem ao Estado e que se colocam em posição de enfrentamento – perseguidos, presos e mortos – porém, de forma alguma devemos continuar aceitando esta brutalidade promovida pelo Estado e efetivada pela polícia.

O Mato Grosso do Sul é um estado histórico de intenso conflito social entre fazendeiros do agronegócio, madeireiros e picaretas que por meio de violência, vêm promovendo o extermínio de comunidades indígenas que resistentemente lutam para defender seus territórios.

A mídia oficial pouco noticia as centenas de mortes de lideranças indígenas que vêm ocorrendo e quando produz algo, ao contrário de esclarecer, deturpa os fatos com matérias em que apresentam as comunidades indígenas como violentas que não respeitam as leis brasileiras e que vivem a ocupar terras de fazendeiros bonzinhos que tanto contribuem para a economia brasileira.

Há 500 anos.

Todas as formas de governo, sejam da “direita” ou da “esquerda”, que ascenderam ao poder, nada fizeram para resolver o conflito. A ditadura militar, por exemplo, contribuiu para intensificar o extermínio indígena, e consequentemente todos os outros negligenciaram e negligenciam essa questão, porque no fundo estão mais interessados no tal do desenvolvimento econômico sustentável (dependendo do tempo e espaço muda de nome, mais possui a mesma finalidade) que além de justificar, legítima por meio de leis de permitem e impossibilitam as demarcações das terras indígenas.

Por isso, diante desta configuração social, é de suma importância que instrumentos alternativos de comunicação produzam conteúdo contrainformativo, pois, a mídia oficial forma valores sociais que deturpam e criminalizam as lutas sociais e o que ocorreu no caso do jornalista demonstra claramente a intensificação de um Estado Policial cada vez mais forte que atuará descaradamente cerceando os direitos pétreos fundados na Constituição.

Manifestamos repúdio total ao que aconteceu com este companheiro de trincheira, toda força e solidariedade! Continuamos na luta com a consciência que o grande culpado é o Estado.

Sobre as terras Indígenas

A Terra Indígena Buriti foi reconhecida em 2010 pelo Ministério da Justiça como de posse permanente dos índios da etnia terena. A área, localizada entre Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia, foi delimitada em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) e abrange 17.200 hectares. Após a declaração, o processo segue para a Casa Civil, para a homologação da presidência da República, o que ainda não foi feito.

Durante nove anos, as comunidades indígenas aguardaram a expedição da portaria declaratória. O relatório de identificação da área foi aprovado em 2001 pela presidência da Funai, mas decisões judiciais suspenderam o curso do procedimento demarcatório.

Em 2004, a Justiça Federal declarou, em primeira instância, que as terras pertenciam aos produtores rurais. A Funai e o Ministério Público Federal recorreram e, em 2006, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) modificou a primeira decisão e declarou a área como de ocupação tradicional indígena.

No entanto, os produtores rurais entraram com recurso de embargos de infringentes e conseguiram decisão favorável em junho de 2012.

Vídeo da Ação

Fortaleça a solidariedade com as famílias do México 70!

As cerca de 100 famílias que estão alojadas temporariamente na escola Lúcio Martins Rodrigues (devido o incêndio no México 70) contam com a solidariedade de toda a sociedade.

Estivemos no local e percebemos que a população tem conseguido superar a tragédia. No entanto, reconstruir toda a vida não é nada fácil, e mesmo contando com o bolsa aluguel de R$ 400,00, toda solidariedade é bem vinda!

Segundo algumas pessoas com quem conversamos, a previsão de acordo com a Prefeitura é que nesta quarta-feira (22)  todas as famílias já tenham conseguido locar uma casa e a escola volte as atividades.

Como sabemos que as coisas não são bem assim, divulgaremos mais informações aqui pelo blog, pois, se as famílias continuarem na escola, quem puder aos sábados e aos domingos colaborar como voluntário na cozinha, ou com atividades com as crianças, é muito importante! ( manteremos informados sobre o assunto, ok)

Ouça o áudio com o Sr Enoque:

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Materiais com urgência:

* Lenço umidecido

* Sabonete infantil

* Copos plásticos

* Presto Barba

* Mucilon

Quem puder ajudar os pontos de recolhimento são:

Vila do Teatro – Centro de Santos ao lado da rodoviária.

UNIFESP –  rua Silva Jardim 136 Santos Vila Mathias

Colégio Lúcio Martins Rodrigues – rua Odair Miller A. Marques, nº 434 – Vila Margarida  São Vicente Fone: 3464-6289

Centro Comunitário Saquaré – rua Mascarenhas de Morais – Igreja Bom Jesus dos Navegantes próximo ao mercado Atalaia: 3463-0229

21 de abril a 01 de maio é o dia Internacional da Juventude Trabalhadora. E a realidade continua alarmante!

A realidade que a juventude trabalhadora tem enfrentado tem sido cada vez mais alarmante. Atirada ao mercado de trabalho desde cedo para contribuir com a renda familiar, muitos jovens tem que deixar de estudar e se dedicar a empregos de péssima qualidade. Segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho) “Os jovens são os que estão sofrendo mais com a precariedade do trabalho” . Como média regional, 47,7% da população ocupada na América Latina no setor não-agrícola tem um emprego informal, embora trabalhe em empresas constituídas formalmente, segundo dados do final do ano de 2012.

No Brasil esse número chegou a 38,4%. No México, a segunda economia regional, o emprego informal atinge 54,2% da população. Entre os menos avançados, a taxa de emprego informal em Honduras foi de 70,7% e no Paraguai de 65,8%. Os dados da OIT indicam que, desse 47,7% de trabalho informal, dois terços correspondem ao setor informal da economia e, dentro desse setor, 41% são trabalhadores por conta própria. Mas, dentro dos trabalhadores informais, um de cada quatro trabalha em empresas formais.

Com isso:

Serviços terceirizados, call center, part time e estágios têm criado formas veladas de se precarizar e burlar ainda mais os direitos trabalhistas. E como se não pudesse piorar, incapazes de garantir um trabalho realmente digno, Governantes têm instituídos por meio de projetos sociais, empregos que nada diferem, ou simplesmente, reforçam estes citados, resultado: um processo colossal de exploração sistêmica que esmaga ainda mais a juventude trabalhadora que hoje vive a dura realidade de ser a mão de obra barata de um mercado que dita as regras e sucateia vidas e sonhos.

Há muito para se falar sobre essa questão e como entre 21 de abril e 01 de maio é o dia Internacional da Juventude Trabalhadora, na sequência uma entrevista (que elucida muito bem essa discussão) com uma jovem trabalhadora que presta serviço num navio de cruzeiros marítimos qual foi inserida neste emprego por meio de um projeto social da Prefeitura de São Vicente em que foram gastos um milhão e meio anuais para resolver parcialmente o problema de desemprego  na cidade, e cabe a pergunta e reflexão após lerem a entrevista: Todo esse dinheiro empregado muda a realidade desta juventude? Tem contribuído para quem realmente? Pois partindo da cidade de São Vicente, o problema continua, então, precisamos nos questionar em para onde estão mandando nossa juventude? Quais condições? E este montante de dinheiro público, não poderia ser melhor utilizado, criando formas em que a região se auto gestionasse?

OBS: Não revelaremos o nome desta jovem, utilizaremos: Juventude trabalhadora, até porque seu relato representa a história de muitos outros jovens trabalhadores.

E viva a juventude trabalhadora!

Entrevista:

Rádio da Juventude: Como foi viajar e conhecer outros lugares? Valeu a pena?

Juventude trabalhadora: Apesar do pouco tempo que temos pra descer e conhecer os lugares, é uma experiência que vale muito a pena, quando a gente para pra pensar que dificilmente poderia estar conhecendo aqueles lugares trabalhando aqui em terra, sabemos que não estamos ali pra fazer turismo, mas sempre dá pra fugir um pouquinho e conhecer alguns pontos turísticos, conhecer os moradores e aproveitar o intercambio cultural.

Rádio da Juventude: O que você fazia? Sua função?

Juventude trabalhadora: Eu era Cleaner. (pessoa que limpa áreas públicas) Limpava áreas por onde circulava os passageiros, como bares, banheiros. Depois de alguns meses também trabalhei dentro de cabines limpando os banheiros.

Rádio da Juventude: Deu pra conhecer muita gente?

Juventude trabalhadora: Nossa! Muita gente. Tanto passageiros como tripulantes, em grande parte nossos maiores sofrimentos, porque sempre nos apegamos às pessoas e depois você vê seus amigos desembarcando e você ficando.

Rádio da Juventude: Como é formada a equipe? É só brasileiro?

Juventude trabalhadora: Não. Na maioria as equipes são mistas, mas existem algumas funções que eles dão prioridade de nacionalidades, por exemplo, os bombeiros na sua maioria são de Samoa, os seguranças são de Israel, a grande maioria da manutenção é da Sérvia, Montenegro e Croácia.  Em relação aos brasileiros, nós estamos em várias funções, inclusive como oficiais, mas muito mais por conta da legislação brasileira que exige no mínimo 30% da tripulação seja brasileira.

Rádio da Juventude: O que é Oficial?

Juventude trabalhadora: Oficiais são os chefes de todos os setores e são vários oficiais e hierarquias, existem oficiais que obrigatoriamente tem de serem formados na marinha de seu país, e tem alguns que sobem de cargo, por exemplo, uma pessoa começa como Cleaner, depois se torna camareiro (que limpa cabines) e depois promovido a Assist Chief housekeeping, e assim por diante, a partir do momento que ele se torna Assist de chefe ele já é um oficial.

Rádio da Juventude: E toda essa equipe que presta serviço é de empresas prestadoras de serviço?

Juventude trabalhadora: Não. Todo mundo é contratado diretamente pela MSC. O que acontece é que no Brasil existem agências que fazem esse contato entre o tripulante e a MSC, mas o contrato é assinado com a própria empresa.

Rádio da Juventude: O que é MSC?

Juventude trabalhadora: Mediterranean Ship Company

Rádio da Juventude: Qual a diferença?

Juventude trabalhadora: MSC é a empresa gestora do navio, é a empresa que tem cruzeiros marítimos de luxo e também possui navios de carga, mas são setores bem diferentes, na verdade é como se fossem duas empresas distintas, as agencias são empresas que treinam e fazem o contato dos tripulantes com as empresas de navio, não só a MSC, também tem Royal, Costa, Puma tour e mais outras.

Rádio da Juventude: E onde entra a Prefeitura nisso?

Juventude trabalhadora: Dá o curso apenas?

Rádio da Juventude: Entendi.

Juventude trabalhadora: Então, a prefeitura aceitou o projeto de  um empresário, que tem uma dessas agencias recrutadoras, ele é de São Vicente e passou dez anos embarcado, pois, mesmo com tanta vaga de emprego, é difícil achar pessoas capacitadas pra embarcar, então ele fez um projeto para que a Prefeitura contratasse a empresa pra recrutar esses jovens… Todos os profissionais envolvidos no projeto são contratados da empresa e a Prefeitura fornece material didático e uniforme também.

Rádio da Juventude: Alguma ajuda de custo durante o curso, em média quanto tempo de curso? E o que aprendem?

Juventude trabalhadora: Nenhuma ajuda de custo. O curso durava seis meses na minha época, agora não sei, lá tínhamos aulas de camareira, bartender, hospedagem e garçom, também tínhamos acompanhamento com uma psicóloga e aulas de inglês semanais.

Rádio da Juventude: Tem faixa etária para participar?

Juventude trabalhadora: Ah! E até onde eu sei, eles incluíram mais alguns cursos e também aulas de italiano. Na minha época era de 18 a 29 anos, isso também é interessante de falar, no Brasil as agencias sempre pedem pessoas de 18 a 35 anos mais ou menos, mas lá dentro sempre encontramos pessoas mais velhas, na maioria de outros países.

Rádio da Juventude: Irregulares? Ou depende de país para país?

Juventude trabalhadora: Então, não sei, mas não creio que estavam irregulares, acho que deve ser pedido da própria MSC, eles já tem muito preconceito com brasileiros por dizer que somos preguiçosos. Devem achar que pessoas mais velhas não aguentam trabalhar

Radio da Juventude: Quantas horas de trabalho? Como funcionam as folgas?

Juventude trabalhadora: Isso é um pouco mais complicado… Tem várias funções e cada função é uma escala diferente, eu trabalhava 11 horas com intervalo de uma hora pra almoço. No restaurante e no bar as pessoas trabalham por escala rotativa, normalmente com total de 12 horas também… E as camareiras já são diferentes, elas têm quantidades de cabines pra arrumar, e devem fazer isso duas vezes por dia, normalmente temos 25 cabines pra arrumar e gastamos de cinco a dez minutos em cada uma… E folgas não existem, você trabalha todos os dias do seu contrato, salvo quando você está doente, ou seu chefe dê umas horinhas a mais pra você descansar, no meu caso, trabalhava 12 horas e folgava 12.

Rádio da Juventude: Quanto tempo você ficou?

Juventude trabalhadora: Oito meses e 28 dias.

Rádio da Juventude: Sem folga?

Juventude trabalhadora: Eu fiquei doente por dois dias. Foi quando fiquei de folga. E teve uma vez que eles liberaram umas horinhas, foi quando vim visitar minha família em Santos.

Radio da Juventude: Desconta-se do salário?

Juventude trabalhadora: Não.

Radio da Juventude: Você está desembarcada agora? Pretende voltar, como vai ser?

Juventude trabalhadora: Vou sim, o mais rápido possível. (risos) Já estou sem dinheiro, então… Só que toda vez que vamos reembarcar pagamos uma taxa pra agencia, pra contatar a MSC e pedir o retorno.

Radio da Juventude: Pagar pra voltar a trabalhar? E quanto custo isso?

Juventude trabalhadora: Fazer o quê? E o custo depende da agencia, a que eu achei mais barata… R$ 500,00… Agora, quando você embarca pela primeira vez o gasto é bem maior… Só o curso que não pagamos pelo projeto, mas caso eu tivesse feito pela agencia, é em média: R$ 1500,00 a R$ 2000,00…  Mais passaporte e curso de sobrevivência no mar. Acaba que tudo sai por volta de R$ 3500,00, e eu acabei gastando R$ 1500,00, mas o que acaba valendo a pela é porque dá pra recuperar isso em um mês e meio de salário.

Rádio da Juventude: É descontado algo de alimentação, dormitório ou banho?

Juventude trabalhadora: Não. A gente só paga por bebidas que compramos no bar ou coisas que compramos no navio.

Rádio da Juventude: Esses meses em que você não está embarcada, você não ganha nada?

Juventude trabalhadora: Não. Meu contrato acabou. Eu só vou receber quando assinar outro contrato. Aí tenho que embarcar.

Rádio da Juventude: Há chances de perder contrato e não conseguir voltar?

Juventude trabalhadora: Muito difícil, eles sempre dão prioridades de embarcar quem já tem alguma experiência a bordo. E quando acaba seu contrato a agencia vai enviar uma nota do seu desempenho, caso seja positivo você pode embarcar novamente, mas eles só não aceitam caso você tenha roubado algo, brigado, usado droga…

Rádio da Juventude: Questão de salubridade, de atendimento médico pra vocês, como é? Tem pronto socorro?

Juventude trabalhadora: Tem pronto socorro sim, mas o atendimento é péssimo! Normalmente nós somos muito destratados pelos médicos e enfermeiros, sempre acham que a gente tá enrolando pra não trabalhar, sem contar que os médicos na sua maioria são croatas e a medicina deles é bem diferente, tem uns tratamentos estranhos, nossa sorte é que sempre colocavam alguma enfermeira brasileira, que acabava ajudando mais a gente…

Rádio da Juventude: Como assim?

Juventude trabalhadora: Então na cozinha sempre tem acidente com queimadura, essas coisas… E a enfermeira sempre dizia que eles não faziam os procedimentos como no Brasil, parece que usam uma medicina mais antiga.

Rádio da Juventude: Sobre os outros jovens de outros países, como era a relação, o porquê deles estarem ali? É o desemprego, a vontade de viajar, o que você percebeu de semelhança com os brasileiros?

Juventude trabalhadora: São bem diferentes dos brasileiros em relação às posturas, os da Indonésia, Madagáscar e Indianos são muito submissos, mas quase todos me diziam que a moeda em seu país é muito desvalorizada em relação ao dólar, então o que ganhavam ali em um contrato já construíam uma casa e grande, podiam viver bem, sabe outra coisa, eles parecem se mais focados em juntar dinheiro, quase não saem e quando saem gastam pouquíssimo, enquanto a gente quer se divertir, não poupa tanto… Acho que os brasileiros apesar do trabalho todo… Tenta ver aquilo como diversão… Desculpa… Esqueci a pergunta inicial.

Rádio da Juventude: Tranquilo. Vamos seguir. O que levou você a ser uma tripulante?

Juventude trabalhadora: No inicio a ideia de conhecer vários lugares, e ganhar uma grana com isso né… Eu tenho muitos amigos que já haviam ido antes de mim e sempre falavam como era, na verdade as pessoas me assustavam muito, mais do que é na realidade. Diziam que eu não ia conseguir tomar banho, nem comer direito de tão ruim que era a comida, e uma coisa eu percebi (pausa) – a gente se adapta – estava me sentindo sozinha aqui, a maioria dos amigos namorando, trabalhando e fazendo faculdade. E eu ainda parada, então, me joguei…

Rádio da Juventude: Acho que esse é um ponto interessante na vida de todo jovem, ainda mais trabalhador, chega um momento que há umas cobranças de onde ir, “interna mesmo” e as opções são poucas. Teve uma menina que se matou né? O estresse deve ser grande, a solidão de estar distante. Rola isso?

Juventude trabalhadora: Sim. (pausa) Olha… Quando voltei, achei que as coisas aqui seriam diferentes, que arrumaria um emprego rápido, que conseguiria pelo menos começar a estudar… E não foi bem assim… Quando cheguei às pessoas estavam vivendo suas vidas… Você tem a impressão que vai ter aquela festa, todo mundo querendo te ver, e não… As pessoas ficam felizes porque você voltou e pronto. Acho que em relação às pessoas que piram ali dentro, acontece mesmo. Eu tive uns surtos quando cheguei à exaustão, vontade de gritar, chorar… Mas depois passa… Quando teu trabalho acaba, tu vai até a proa do navio e olha o por do sol… E tudo te acalma, parece bobo, mas é uma sensação indescritível, então tem coisas que a gente aprende a relevar, aprende que pode gritar com o chefe, aprende a lidar com tudo e as máfias ali dentro… E eu ando me decepcionando tanto aqui em terra, com as pessoas, com os sonhos que eu tinha, com os trabalhos… Como eu falei pra minha mãe, se é pra chorar, ficar cansada, que seja chegando cada dia em uma cidade e terminando o dia com aquele por do sol em alto mar. Olha, vou te dizer: vida a bordo não é pra qualquer um!  Não é um lugar pra depositar os jovens, não mesmo, porque se na sua cidade não tem emprego, você tem que ir porque você precisa… Ama viajar, porque apesar do cansaço você quer viver tudo aquilo, senão acontece o que aconteceu com esse povo, surtou ali dentro e acabou tirando a própria vida.

Rádio da Juventude: Este é um dos maiores motivos que incomoda “depósito”, porque vivemos uma realidade quase sem alternativa.

Juventude trabalhadora: Acho que essa é a avaliação que a gente tem que fazer, é que ali não é pra ser deposito, tem que ser opção, se a pessoa quiser viver aquilo é uma coisa, mas tem que ter a opção de não querer. Infelizmente tem gente ali dentro desesperada porque precisa sustentar a família… Precisa viver né? E isso não é deixado tão claramente no curso, e também diante das condições… Qual é a alternativa?

Rádio da Juventude: Sim. Queria apenas perguntar uma coisa para finalizar, há assédio em relação às mulheres lá por parte dos viajantes? E se algo que não perguntei e que você queira falar fique à vontade.

Juventude trabalhadora: Há assédio sim, e muito! Tanto de passageiros como de oficiais, na verdade, há assédio por parte de todo mundo, de homem com mulher e de mulher com homem, mas assim, é só você cortar, os seguranças ajudam muito nesses momentos. Eu tive um chefe que me pediu em namoro, eu disse que não e ele continuou me cercando, insinuando que minha vida podia ser mais fácil ali dentro, mas eu fui séria e disse que não era aquilo que estava interessada. Mas é isso, rola muitas propostas de facilitação da vida em troca de sexo. Aí vai de você, aceita se quiser entendeu?

Rádio da Juventude: E não tem nem como denunciar? Com tanto assédio, há perigo de forçar alguma mulher, estupro mesmo sabe?

Juventude trabalhadora: Complicado. Vive todo mundo junto e a gente até prefere evitar confusão, mas caso passe dos limites e esteja atrapalhando sua vida ali dentro, aí você ameaça denunciar e eles param.

Rádio da Juventude: Obrigado.

Juventude trabalhadora: Beleza. Depois me manda.

                                                                 

                                                                A Juventude vale mais que todo ouro do mundo!                                                                   

                            Padre Joseph Cardijn – Fundador da JOC (Juventude Operária Católica)

@ diarista não é um@ empregad@ doméstic@, é um@ autônom@. Como assim?

A Emenda Constitucional nº 72 em vigor desde a última quarta-feira (3) de abril de 2013 que garante aos trabalhadores domésticos direitos trabalhistas antes negligenciados iniciou sobre o bombardeio de criticas pela classe patronal, mimimi e mimimi pelas redes e como não era novidade de esperar,  a classe acabou por encontrar formas de burlar, umas delas encontrada é que de acordo com a Lei 5.858/1972: “empregado doméstico é aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial.”

Ou seja, a diarista não se encaixa neste perfil simplesmente por ser uma função sem continuidade que segundo a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), formada a partir de diversas decisões judiciais sobre o tema: “O vínculo empregatício de um trabalhador doméstico se forma a partir de três ou mais dias de atividades na mesma semana em uma mesma residência […]

Deste modo a função de diarista caracteriza-se por um serviço autônomo que de acordo também com o advogado trabalhista e previdenciário Décio Scaravaglioni. “Passadeiras, arrumadeiras, pessoas que limpam piscina, por exemplo, não são empregados domésticos por não ter vínculo, pela falta de comparecimento diário, constante, permanente, pois eles não trabalham por meio de rotina e tarefas pré-estabelecidas, uma boa dica para sanar a dúvida, é observar se o empregado trabalha em outras residências ou mantém outra atividade. “Se sim, ele é um autônomo, não um empregado doméstico”

Porém, o que não cita o TST e este advogado, é que nem todo autônomo exerce sua autonomia por opção, mas sim porque foi atirado à informalidade devido o desemprego, e que nessa relação de suposta “autonomia” encontra-se velada a precariedade de um trabalho cada vez mais condicionado as regras do explorador, seja ele um patrão ou  o próprio Estado.

Como citado aqui no blog, este é um precedente aberto para uma discussão ampla, pois a classe patronal irá buscar de alguma forma continuar explorando por meio de falhas da própria lei, ou mesmo por falta de uma reformulação que deixe claro e bem definido o que é, e o que não é trabalho doméstico, mas para além, é necessário organização, mobilização e união de toda a classe trabalhadora, pois é inaceitável que ainda exista e se perpetue relações de trabalho análogas à escravidão, pois um trabalho exercido que não é assegurado direitos ao trabalhador, temos que considerar análogo a escravidão sim! E mais, deve ser repudiado a existência de tal!

E no que diz respeito ao serviço doméstico podemos citar a quantidade de pessoas hoje senhores e senhoras de idade que trabalharam a vida inteira, mas devido à falta de um registro, de uma lei que lhes assegurassem, não possuem aposentadoria, e como ficam? Não ficam, estes serão esquecidos, assim como os milhares de jovens menores pelo país que se sujeitam ao trabalho doméstico explorativo, e que nem de longe são lembrados, pois a PEC somente irá atender os maiores de dezoito anos, além do trabalho doméstico infantil que pouco se fala a respeito, mas que inclusive há no Ministério do Trabalho inúmeras denúncias.

De forma bem resumida: trabalho é aquilo que fazemos para garantir nossa sobrevivência! E todo trabalho é útil e deve ser respeitado, realizado e remunerado com igualdade de direitos. Sem isso, é só exploração e garantia de privilégios!

Empregadas domésticas: discriminação e direitos violados. Uma lei pode mudar tudo?

Historicamente desde a Grécia antiga o trabalho doméstico sempre foi exercido por escravos e tido como um trabalho sem valor atribuído as pessoas denominadas como inferiores e incultas. O filósofo Grego Aristóteles em seu livro clássico A Política, afirma que para conseguir cultura, era necessário ser rico e ocioso à custa da escravidão dos incautos. Esse tipo de pensamento permeou toda antiguidade, na velha Roma, por exemplo, todo o trabalho manual era reservado aos escravos. Na idade média, nos castelos medievais a cozinha era reservada aos servos. Apenas em alguns mosteiros da Igreja católica onde a função doméstica era exercida por monges, que esse trabalho recebia algum tipo de consideração. No Brasil, não foi diferente, os colonizadores obrigavam os índios a cumprirem todo o trabalho considerado pesado, e foram os jesuítas que em suas missões catequizadoras que colocaram as índias para serem as responsáveis pelo trabalho doméstico em suas comunidades criadas aqui em terras tupiniquins.

Com o surgimento do patriarcalismo e a escravatura instalada como a base do sistema de produção, os homens negros eram colocados para trabalhar na lavoura, enquanto as mulheres negras foram inseridas na casa grande para trabalhar como mucamas.

Hoje no Brasil, resquícios de uma escravidão que ainda não foi enterrada persistem por meio do serviço doméstico, uma realidade com poucas mudanças, que traz enraizada na cultura de muitos empregadores de que é uma função sem direitos, reproduzindo deste modo, uma nova relação de trabalho escravocrata velada. 

PEC dos trabalhadores domésticos e a polêmica em torno da lei.

Com o Projeto de Emenda Constitucional dos trabalhadores domésticos um avanço importante foi conquistado para a categoria, no entanto, há muito a ser conquistado. Pois, ficou evidente nas criticas de quem foi contra a emenda que para esses direitos serem respeitados na prática será preciso organização da classe. Uma das criticas bastante discutida, era que os empregadores vão precisar contratar um Contador para fazer os cálculos de seu prestador de serviço, o que irá gerar mais gastos, resultado: ao contrário da lei ser um avanço, será um retrocesso, pois, contribuirá para o aumento do trabalho informal e do desemprego, já que muitos empregadores irão preferir contratar diaristas, ou ficar sem o prestador de serviço doméstico.

Mas isso na prática já acontece, a competição para precarizar cada vez mais o serviço doméstico pagando cada vez menos pelos afazeres domésticos é uma realidade quase que irrefutável. Sem contar que estes “afazeres domésticos” imbrica outra discussão: a função indefinida das domésticas por exemplo, afinal, qual o serviço especifico de uma empregada doméstica? Tudo e mais um pouco, essa é a verdade! A maioria lava, passa, varre, cozinha, arruma, cuida de criança, faz compras… Ou seja, toda a responsabilidade da casa é delegada a essa trabalhadora, e quando o serviço é contratado no modus operandi “diarista”, esta trabalhadora fica com o serviço mais pesado e com a missão de resolver tudo num único dia para poder receber o que foi acordado, que na maioria das vezes é uma mixaria! Agora querer dizer que a lei prejudica os empregadores é demais! Afinal, sabemos como funcionam as coisas neste país para a classe trabalhadora, uma lei para se efetivar na prática precisa de muita luta e de muitas ações na Justiça do Trabalho.

Outra coisa, há de se considerar que o trabalho doméstico também é um serviço delegado as mulheres, e por quê? Exatamente por vivermos numa sociedade que traz engendrada em sua cultura, a praga do patriarcalismo que coloca a mulher em condição de subserviência ao homem, e neste caso, acrescentamos também a criminalização da origem étnica e social como item, pois quanto mais adjetivos a sociedade nomeia de forma pejorativa: mulher, preta, nordestina, pobre, deficiente… Mais explorada está trabalhadora será! Essa é a dura realidade que permeia essa discussão, mas que não é levada em consideração e que a mídia oficial sabe muito bem como prestar um desserviço distorcendo toda a questão.

Organização 

Para além de direitos trabalhistas conquistados institucionalmente (justo e providencial) há de se pensar na organização da classe trabalhadora para uma verdadeira emancipação, pois estes direitos garantidos por um Estado que em sua essência é contra a classe trabalhadora, na maioria das vezes mascara o problema, o resolvendo paliativamente, e no que diz respeito ao serviço doméstico, é apenas a ponta do iceberg, mas também um precedente aberto que temos que radicalizar, pois, numa sociedade onde o valor humano está fundado num diploma acadêmico, continuaremos vivendo numa sociedade de exclusão e privilégio onde o prestador de serviço doméstico continuará sendo desrespeitado numa relação análoga a escravidão.

É este o tipo de sociedade que queremos?

Ouça o relato de Dona Esmeralda falando  sobre o serviço doméstico:

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O valor do transporte público aumentou! Vamos tod@s pra rua dizer não!???

Este ano demorou um pouco o aumento da tarifa do transporte público na Baixada Santista, que costuma ser entre fevereiro e março, mas veio!!! Primeiro, sempre aumenta as linhas municipais e alternativas ( exemplo, lotações em São Vicente) e na sequência as linhas que interligam as cidades da Baixada (linhas metropolitanas). Já na cidade de Santos tem novidades, a partir de 23 de abril de 2013 por meio de uma lei, quem não tiver cartão transporte não anda de ônibus!

(que inclusive é inconstitucional por recusar e relativizar a moeda em curso no país. artigo 43 do Decreto-Lei 3.688/41 de 1941 – permanece com a Constituição de 1988 – apenas com pequena retificação, referente a multa.)

Mas, o Prefeito Paulo Alexandre Barbosa resolveu sancionar a lei, deste modo, proibindo o uso de dinheiro nos coletivos e obrigando a população a ter o cartão transporte, evidente que isso foi para calar as reivindicações do retorno do cobrador, (que é uma discussão histórica) o que causou um enorme transtorno neste mês de março para os usuários que tiveram que recadastrar o cartão.

“Já a Prefeitura de Praia Grande repassou pelo menos R$ 4.008.548,08 para a Viação Piracicabana. Para se ter uma ideia isso representa 42% do total de despesas da Secretaria de Transito e Transportes e mais de 6 vezes o que foi gasto com Habitação Urbana!”  

clique no link para saber mais:

http://www.facebook.com/photo.php?fbid=515176041879242&set=a.420561694674011.100437.420285588034955&type=1&theater

Pois é, e qual é a solução? Diante deste monopólio do serviço público.

Bora pra rua lutar!

Por um transporte público gestionado pelo povo!

Leia matéria sobre a utilização obrigatória do cartão:

Lei que obriga utilização do cartão magnético no transporte público é inconstitucional. Cabe denúncia no Ministério Público

Participe de mobilizações!!!

Passagem de lotação (transporte alternativo) aumenta neste 1 de abril.

Foto-0777Foi divulgado ontem pela Prefeitura de São Vicente que o transporte coletivo (lotação) sofrerá aumento a partir da zero hora do dia 1 de abril de 2013. O decreto de n: 3652 autoriza a repactuação baseado na planinha de custos apresentada pela Associação dos Permissionários da Cidade, e será publicado neste sábado (30). 

Pois é, no dia da mentira (1 de abril) vamos ter que encarar uma verdade:  o valor da passagem das lotações em São Vicente irá aumentar sem choro, sem vela e sem dó!  

Quem tem memória?

Há uma década e meia que as lotações surgiram e se tornaram  a “salvação da lavoura” no que diz respeito ao transporte público em São Vicente, pois, abriu frentes de trabalho e resolveu paliativamente a questão da mobilidade, na verdade, deu uma resposta para uma população que reivindicava um transporte público e municipal de qualidade, e como relembrar é viver, o transporte público em São Vicente inclusive já elegeu Prefeitos como Luiz Carlos Luca Pedro, PT entre 1993 e 1996 que  trazia em sua campanha o enfrentamento contra o monopólio do transporte, e depois Márcio França PSB, que durante seu primeiro mandato ,1997 e 2000 regulamentou o serviço clandestino de perueiros (como era conhecido na época) enquanto os outros Prefeitos da região perseguiam esse serviço. Ou seja, o transporte público sempre foi um problema, mas garantiu para grupos políticos uma fatia do poder. 

Mas, mudou alguma coisa para a população? Paliativamente sim.  A defesa é que são mais baratas e mais eficazes, oras, se nos nivelarmos por baixo, sim! Porém a comparação é inviável, sendo que elas somente percorrem dentro do município, e no que diz respeito a eficacia é bem suspeito porque a qualidade está aquém do desejado, sem contar que a prestação deste serviço público, mais uma vez ao contrário de resolver o problema, criou somente mais uma máfia que monopoliza o transporte público (dito alternativo)  que contribui para a precarização do serviço e das condições de trabalho do trabalhador (cobradores).

Solidariedade às famílias das vítimas do carnaval de Santos

Viemos por meio desta nos solidarizar com os  familiares e os  amigos das vitimas da tragédia que ocorreu no carnaval de Santos nesta madrugada de terça-feira (12). Com a consciência de quanto é difícil neste momento de dor encontrar palavras que possam confortar quem perdeu um ente querido. Contudo, expressamos nossos profundos sentimentos e nossa solidariedade.

Esperamos que o Poder Público apure o caso, encontre os responsáveis e também crie mecanismos de fiscalização e de proteção mais eficazes à vida humana , sem precisar que novas tragédias ocorram para que se mobilize. Pois, delegar a responsabilidade a uma falha mecânica, ou, sobrepor às vitimas que empurravam o carro, é dar uma resposta simplória, perversa e mentirosa à sociedade.

A Prefeitura disse que foram tomadas todas as medidas de segurança, porém, como se decide o perímetro de segurança à qual precisa-se de fiscalização? E, há acompanhamento de pessoas capacitadas durante o trajeto dos carros fora do sambódromo? Entendemos que uma fatalidade ocorre sem previsões, desde que esta realmente não apresente condições de preveni-la. No caso desta tragédia sem especulação ou exploração, é preciso que se faça toda uma avaliação também de quais eram as condições que esses trabalhadores estavam submetidos para desempenhar tal função. ( não para culpabilizá-los, mas para sabermos se havia precariedade)

Prefeitura, organizadores e escolas têm responsabilidades sobre o desfile de carnaval como um todo. ( do momento em que o carro sai da escola e vai para a avenida, e vice-versa) O carnaval não é só uma grande festa popular, há tempos que também é um grande negócio capital, para que ele aconteça, há investimentos do setor público e privado que esperam lucrar com ele, então, que não negligenciem  a tragédia, resumindo como mera fatalidade.

Esperamos transparência e respeito às famílias e à toda sociedade que merece no mínimo o parecer verdadeiro dos órgãos competentes.