Moradores de rua de Santos relatam abusos que têm vivenciado. (Parte l)

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Como denunciado aqui no blog em 22 de setembro de 2013, a operação limpeza na cidade de Santos continua e a todo vapor, seguem dois relatos ( também em áudio) de moradores de rua que estão vivenciando na pele a prática higienista da cidade.

“Um desse aí quase espanco nós, queria leva nossos documento embora, nossas roupas, levam tudo embora […] Levam nossas roupa embora, eles levam tudo seu embora… ainda dá um esculacho, eles só não deu choque em nós, porque eu falei assim: o Sr vc não tá no direito de dar choque em nós…  nós ta aqui, nós mora aqui, nós somo sere humano! Ele disse: pra mim vocês são tudo um lixo! Olha as ideia do cara, se é loco isso? […] Aí ele queria pega documento de nós, pra tratar a gente como indigente”.

                                                         Relato de uma moradora de rua da cidade de Santos. 

Foto: Rádio da Juventude.

Policial averiguando. Foto: Rádio da Juventude.

“tá chegando a copa aí, a coisa vai ficar loco, vão pega e leva na marra, se pegar fumando crack então, vai vim muito turista, vai vim muito turista, vão pegar que tiver usando crack e coloca tudo na crinica.. ôchi… tu tá ligado?” já fiz isso, tomei um pau do caraio do poliça.

Relato de um morador de rua da cidade de Santos.

Áudio;

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Matéria a respeito aqui

Fotos de ações;

Morador de rua no centro sendo averiguado.

Morador de rua no centro sendo averiguado. Foto: Rádio da Juventude.

 

Moradores de rua sendo averiguados

+ moradores de rua sendo averiguados no centro de Santos. Foto: Rádio da Juventude.

Recolhendo pertences.

Recolhendo pertences. Foto: Rádio da Juventude.

Guarda Municipal fazendo averiguação antes das limpezas.

Guarda Municipal fazendo averiguação antes das limpezas. Foto: Rádio da Juventude.

Recolhimento de pertences.

Recolhimento de pertences. Foto: Rádio da Juventude.

 

Resistência indígena

Foto; WEB

Foto; WEB

O dia amanheceu quente em Brasilia. A semana de Mobilização Nacional Indígena, convocada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), previa uma série de audiências com parlamentares para discutir os diversos projetos de lei e emendas que violam os direitos dos povos indígenas. É bom lembrar que os direitos desses povos são garantidos pela Constituição brasileira. O problema é que, logo na primeira audiência – na Comissão de Direitos Humanos – a comitiva indígena, com 70 CONVIDADOS pela casa, foram barrados na porta e ficaram mais de 1 hora para conseguir entrar no que deveria ser a “Casa do Povo”. Ainda ontem, no final do dia, soubemos que todas as audiências previstas com os índios para a semana haviam sido canceladas.

Na tenda principal do acampamento, montada no gramado da Esplanada dos Ministérios, indígenas de varias etnias fizeram falas contundentes em defesa do seu direito a terra. Sem a terra, o povo indígena não sobrevive como cultura. A raiva e frustração dos índios se tornou visível: um grupo de xavantes foi para o lado de fora praticar tiro ao alvo com seus arcos e flechas em um mural com fotos de parlamentares da bancada ruralista.

No início da tarde, parlamentares da bancada indígena no Congresso Nacional foram até o acampamento para prestar solidariedade a causa indígena. Mas não adiantou. Em bloco, os indígenas saíram do acampamento e desceram em direção ao Congresso Nacional, que já estava com a segurança reforçada, com mais de 50 policiais em fila.

A cena que se segue é simplesmente surreal: os indígenas foram recebidos com spray de pimenta. Na cara. Na hora. Houve tumulto e corre-corre, pois havia muitas mulheres com crianças no grupo. Um pequeno grupo de negociação se formou na entrada no prédio. Enquanto isso, outro grupo de indígenas conseguiu furar o bloqueio e seguiu correndo pela lateral ate os fundos do prédio. Cerca de 50 seguranças da casa, armados com escudo, impediram a entrada dos indígenas e, no confronto, um vidro se quebrou, ferindo um índio no braço.

Enquanto isso, na frente do Congresso, guerreiros Kayapo e Xavante se reuniram em seus respectivos grupos, com cantos e gritos de guerra. Parte do grupo subiu e fechou a rua lateral do Eixo Monumental, parando completamente o transito por mais de uma hora. Uma comissão de indígenas recebeu permissão para entrar. Eles querem a extinção da PEC 215, que dificulta a demarcação das terras indígenas. No momento, o restante do grupo estão protestando em frente a varios Ministerios, mas estao sendo impedidos de entrar pela policia.

É grave que as vésperas de completar 25 anos, a Constituição brasileiro continue sofrendo ataques em nome do progresso e do desenvolvimento econômico. Um desenvolvimento que gera riqueza para poucos e passivo para todos. A atual investida é o mais organizado e sistemático ataque aos direitos constitucionais de povos indígenas. Defender os direitos deles não é uma luta isolada e parcial. Defender os direitos dos índios é defender a Constituição, os direitos humanos, seus territórios, a natureza, a biodiversidade e toda a pluralidade cultural que os envolve.

Texto: Tica Minami / MATILHA CULTURAL

Comunicado sobre a invasão da polícia ao Centro de Cultura Libertária da Azenha, em Porto Alegre

[Na manhã desta terça-feira (1), um grupo de policiais invadiu o Centro de Cultura Libertária da Azenha (também conhecido como Moinho Negro), em Porto Alegre (RS). Os esbirros apreenderam computadores e diversos materiais.A seguir, comunicado dos integrantes-animadores desse espaço anarquista sobre o ocorrido.]

1209232_159160684290843_214776020_nComunicado:

Mais uma vez a repressão deste estado policial bateu a nossa parte. Melhor dizendo, arrombou a nossa porta. Hoje, 1 de outubro, as 8h40 da manhã, três policiais da civil arrombaram a porta do Centro de Cultura Libertária da Azenha. Ao escutar o barulho, os moradores da comuna que se localiza em cima do espaço desceram para averiguar, se surpreendendo ao encontrar os policiais na parte de baixo, revirando as coisas do espaço cultural. Possuíam um mandado de busca, e começaram a pegar materiais de propaganda, como cartazes e panfletos. Ligaram o computador da biblioteca e um dos policiais começou a mexer no mesmo. Outra policial começou a mexer nos documentos da associação, e pegou as fichas com os dados dos associados para levar apreendido. Protestamos diante deste fato, dizendo que não fazia sentido levar os dados dos associados ao espaço cultural, e a inspetora, grossa como uma boa policial, declarou que não tinha que dar explicações. Indagamos o delegado e ele nos devolveu os papéis cadastrais, ficando só com os dados do nome de quem aparece no processo. Aprenderam também uma garrafa com solvente de tinta a óleo, que provavelmente irão declarar que se trata um importante ingrediente de algum explosivo.

O mandado policial deixa explícito que estão investigando as organizações políticas que de alguma forma estão inseridas nos protestos deste ano, tentando identificar (leia-se: forjar) uma formação de quadrilha para provocar supostos atos de violência nos protestos.

A declaração da presidente Dilma foi clara: fará o possível e o impossível para que os protestos não adentrem 2014. Traduzindo, repressão, dura e forte, para sustentar este estado futebolístico-policial que está se transformando o Brasil. Invadindo nossas bibliotecas, nossas intimidades, nossos locais de reunião, destroem a falsa imagem que se baseia este estado dito democrático e de direito, onde a suposta associação e organização política são livre e independem de aprovação das forças da ordem. Nossos celulares e internets estão grampeados, para saciar a sede repressiva do governo dito dos trabalhadores, cujas práticas não diferem em nada dos que admitem ser da burguesia, governando para os ricos e espancando, matando e reprimindo os pobres e suas organizações.

“A burguesia certamente deixará o mundo em ruínas antes de abandonar o palco da história. Mas não tememos as ruínas, pois levamos um mundo novo em nossos corações, e este mundo cresce a cada instante.” B. Durruti
Basta de criminalização aos Movimentos Sociais!

A Luta não se reprime, Protesto não é crime!

Centro de Cultura Libertária da Azenha

Porto Alegre, terça-feira, 1 de outubro de 2013

Notícia relacionada:

Polícia Federal invade a sede da Federação Anarquista Gaúcha (FAG)

agência de notícias anarquistas-ana

um haicai proce
jovem tão primaveril
alma juvenil

Ivanilton Tristão

Professores em greve no Rio de Janeiro são duramente reprimidos pela polícia

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Foto: Web

Na noite de sábado, com o uso da truculência habitual, a PM retirou manifestantes que ocupavam a Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Os manifestantes eram todos professores que trabalhavam nessa cidade e lutavam por melhorias nas condições de trabalho e contra um plano de carreira desenvolvido pelo Poder Executivo do município. As cenas mostradas na mídia alternativa são chocantes. Senhoras tiveram spray de pimenta jogados na face.

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Foto: Web

A quantidade dos jatos de pimenta despejadas pelos policiais era intensa. Outras senhoras foram arrastadas por policiais que também ofendiam com palavras de baixo calão centenas de professores. A PMRJ agiu sem mandato judicial e a pedido do presidente da casa de leis da cidade. Policiais estavam mascarados, em uma cidade onde nem o Batman escapou da lei estapafúrdia de proibir máscaras de manifestantes.

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Foto: Web

A ação violenta da PMRJ de ontem é uma expressão da forma com que os professores da rede pública brasileira são tratados, na maioria das vezes, pelos governos. As condições de trabalho são muito deficientes. Salas de aula com capacidade acima do aceitável para um bom processo educacional. Professores que devem dar mais aulas do que seria razoável supor. Escolas com infra-estrutura deficiente. Alunos que, em muitos casos, desrespeitam a autoridade do professor e não estudam o mínimo necessário. Professores que são vítimas de ofensas por parte de alunos.

A frustração de ser obrigado a fazer com que alunos sem saber calcular ou ler tenham que progredir nas diferentes séries na escola. Educadores que recebem poucas oportunidades de qualificação e desenvolvimento. O resultado, todos nós sabemos. Ano passado, o Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking global da educação preparado pela Economist Inteligence Unit, atrás de países como Russia, Romênia e México. Apesar de ser um dos estados mais ricos da federação, a educação praticada no Rio de Janeiro em todos os níveis está atrás de estados como Goiás e Espirito Santo e divide a mesma posição com Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

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Foto: Web

A polícia retirar professores de forma violenta de dentro de um parlamento, que na teoria deveria ser um lugar onde o interesse da população é defendido, é a cristalização de um estado doente. Um país onde professores são tratados com bombas de gás e spray de pimenta, é um país que maltrata o seu futuro. O governo do estado e da cidade do Rio de Janeiro tem optado pelo uso da violência e da truculência policial para lidar com as questões sociais.

Tem cometido absurdos contra manifestantes e contra a democracia. A lei da porrada vinda do estado está imperando no Rio de Janeiro. Isso apenas irá recrudescer ainda mais a tensão na cidade. Total solidariedade aos Professores em greve no Rio de Janeiro. Repúdio ao uso da violência ao invés do diálogo, do spray de pimenta ao invés da negociação. Um parlamento deve sempre ser a casa do povo, não o castelo dos políticos. É triste ver que estamos construindo um país sem futuro. Como professor e cidadão, é triste e humilhante assistir as cenas desta madrugada.

Exclusivo para o Jornal Zona de Conflito Mídia Independente.

http://www.youtube.com/watch?v=NNAojKCjJlw

http://www.youtube.com/watch?v=3QYQ70F1C3Y

O Estado reforça a perseguição aos meios de comunicação livres

2013082098106Nas periferias sempre foi prática a truculência do Estado com o povo mais empobrecido. Isso ficou ainda mais evidente nas manifestações, onde o conceito de democracia não passou dos bloqueios da polícia. Como arma, temos a comunicação independente, mas parece que até isso é proibido.

A perseguição aos meios de comunicação independentes (principalmente os livres) no Brasil sempre foi uma prática constante do Estado. Nos últimos vinte anos, com a “redemocratização” do País, a quantidade de rádios comunitárias que foram fechadas revela que a política de Estado referente à comunicação não tem nada a ver com democracia, e sim com censura e opressão. Segundo dados que pesquisamos, centenas de rádios livres e comunitárias são fechadas todo ano.

15_42_56_998_fileEm 2003, por exemplo, foram 4.412 apreensões feitas pela Polícia Federal  Meios de Comunicação no BRasil e na Venezuela: Uma análise do governo Lula e Chaves

Em 2011, o número caiu, mas mesmo assim foi alto: a Anatel fechou 698 rádios. Situação da rádios comunitárias no Brasil

Toda a “discussão” iniciada pelo PT sobre democratizar a mídia por meio de um marco regulatório, na prática, nada mais é do que retórica, pois a política de criminalização e encarceramento é a que prevalece. Explicamos:

1. Quando uma rádio comunitária é fechada por estar operando sem outorga (autorização do Ministério das Comunicações), vozes são caladas.

2. Quando um comunicador independente é preso por registrar ações públicas promovidas pelo Estado, como um policial que abusa do poder, vozes são caladas.

3. Quando proíbem a veiculação de uma determinada informação e censuram vídeos na internet, vozes são caladas.

O repórter Francis Juliano, do site Bahia Notícias (do jornalista Samuel Celestino), foi preso na noite deste sábado (22/6) ao questionar a policiais o motivo de eles espancarem um fotógrafo

O repórter Francis Juliano, do site Bahia Notícias (do jornalista Samuel Celestino), foi preso na noite do dia (22/6) ao questionar a policiais o motivo de eles espancarem um fotógrafo

Portanto, quando comunicadores independentes são perseguidos e presos, algo de muito ruim está sendo desencadeado, e o que está em jogo nessa correlação de forças entre repressão e resistência é o exercício da liberdade de expressão e do direito à comunicação dos movimentos sociais, e dos próprios indivíduos.

No Brasil, os únicos veículos de comunicação que temos das lutas sociais é a mídia alternativa: os instrumentos dos próprios movimentos, as rádios livres, os coletivos independentes de audiovisual, e militantes autônomos. A grande maioria usa a internet que, apesar de não ser um meio de comunicação de massa, sua contribuição tem sido fundamental para impulsionar e dar visibilidade às lutas. Por isso, o fortalecimento dessas ferramentas é fundamental.

Arbitrariedades

40e2f8297036103927e66d81d00b4196No último dia 17 de setembro, no Grajaú, Zona Sul de São Paulo, numa ação de despejo no bairro Jardim da União, um grupo de comunicadores independentes, enquanto faziam a cobertura da ação truculenta da polícia sobre os moradores que estavam sendo violentamente retirados da ocupação, simplesmente tiveram seus equipamentos subtraídos. Um comunicador foi agredido e preso sob a alegação de resistência à prisão (???). A ação foi absurda, um desrespeito aos moradores que foram expulsos à base de balas de borracha e gás lacrimogêneo. Segundo um rapaz que foi despejado: “a polícia me chamou de macaco e disse pra eu sair andando, e vieram pra cima me bater, sem eu ter feito nada”.

Infelizmente este não é um caso isolado, vários outros semelhantes aconteceram e estão acontecendo no Brasil. No Rio de janeiro, por exemplo, onde as lutas se acirram, em toda manifestação há algum comunicador independente preso ou espancado, o mesmo acontece em Roraima, no Ceará, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Brasília… São inúmeros os casos e todas as esferas de poder se calam, mas na verdade apoiam direta ou indiretamente essas ações truculentas, qualquer que seja o partido dos governantes.

Por isso, é imprescindível o fortalecimento de grupos livres de comunicação, a criação de redes de contatos entre os coletivos e formação de novas frentes, fortalecendo a ideia de que tod@s nós somos comunicadores, e o debate da democratização pertence à sociedade, não a meia dúzia de entendidos que apenas contribuem para engessar o processo de democratização, ou simplesmente fortalecer um processo de formar uma nova elite da comunicação.

Enquanto a comunicação for entendida como um negócio e uma função social exercida por profissionais da área, as regras do jogo serão as mesmas. Essas regras são as do opressor, ou seja, do Estado a serviço dos parasitas e de quem tem dinheiro.

7 DE SETEMBROToda solidariedade aos companheiros de luta que estão sendo presos e perseguidos, denunciamos e repudiamos a truculência do Estado. Seguimos na luta. Mídia livre, povo livre. Pelo poder popular!

 

 

Rap sobre o que ocorreu no Grajaú, com relato da agressão ao comunicador.

Jornalista Pedro Ribeiro Nogueira sendo espancado pela polícia

Reporter da Carta Capital é Preso por Portar Vinagre 13 de Junho

Festão Nordestino do Bom Jesus Dos Navegantes

1235438_4951466323731_1264963173_nLembrete: Ao começar a ler este convite tente fazer um belo sotaque nordestino hahaha.

Armaria, num acredito que você vai preferir ficam em casa em vez de vir aproveitar o Festão Nordestino da Capela Bom Jesus dos Navegantes.

Vai ter é de tudo muito bão pra cumê, beber e arrastar a chinela no chão de tanto forrozear, vai ter também uma moda de viola boa da gota serena pra lembrar nossas rodas com os amigos na nossa terrinha, de quebra vamos prestigiar nossa linda comunidade que tá muito feliz e de braços abertos pra acolher quem ainda não conhece.

1003195_623056807727559_1577891731_nApoi é isso mermo, tamo esperando você dia 05/10/2013 na Rua Paula Lourenço de Oliveira na esquina com a Rua Alcides Alves de Carvalho, no México 70 em São Vicente a partir das 20:00 venha e traga todos seus amigos.

Teremos a venda:

Escondidinho de Carne Seca, Vaca Atolada, Feijão Tropeiro, Vatapá, Acarajé, Sarapaté, Creme de Galinha, Maria Isabel, Ambrosia entre outros.

Teremos também como atração moda de viola sertaneja e sanfoneiro.

Esperamos vocês.

Convite;

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SOLIDARIEDADE URGENTE – DESPEJO NA OCUPAÇÃO JD. DA LUTA, NO ITAJAÍ

1006343_648238225207904_1524642726_nUm enorme contingente da Força Tática e da Tropa de Choque está na Ocupação Jardim da União, no bairro do Itajaí, Grajaú, neste momento derrubando as casas violentamente e atacando os moradores com bombas de estilhaço, gás lacrimogêneo e balas de borracha. Dois militantes da Rede Extremo Sul foram presos e levados para 85a DP (que fica na rua Dr Juvenal Hudson Ferreira, 141 – Jd. Mirna). A polícia bateu em um deles, tomou a câmera filmadora do movimento, e agora quer acusá-los de “tentativa de agressão”.

A Secretaria de Habitação descumpriu acordo que havia feito na última quarta-feira com as famílias de oferecer alguma proposta até o final da semana e não vai impedir a ação da polícia.

Pedimos a todos os companheiros solidários à luta que compareçam no local para apoiar os moradores e ajudar a impedir mais ações violentas por parte da polícia. A ocupação fica na Rua Coronel João Cabanas com a Rua das Carmélis, Grajaú. Divulguem.

Seminário do MPL em Santos tira dúvidas sobre o que é o movimento e quais seus princípios.

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“Não queremos um benefício! Queremos uma outra lógica […] somos um movimento anti capitalista […] nossos princípios não foram decididos de cima pra baixo, foram decididos na nossa vivência […] Queremos uma vida sem catracas […] o MPL não é um espaço de disputas, temos uma pauta clara” Mayara MPL SP

Neste último sábado (24) ocorreu um seminário no Centro dos Estudantes (CES) em Santos para discutir o que é Movimento Passe Livre (MPL) e contou com a participação de Mayara integrante do MPL SP, o objetivo além do debate foi entender o movimento, saber sua história, seus princípios e de que forma se articula cotidianamente.

576565_582025745192956_1443063352_nO seminário contou com a presença de pessoas interessadas em construir o movimento na Baixada Santista, pois desde as manifestações de junho com as mobilizações de rua que reverberaram aqui na região, as manifestações que ocorreram aqui se confundiram com atos puxados pelo MPL, e no entanto, não era, e sim a soma de diversos coletivos e pessoas autônomas. Podemos até dizer que devido o nome MPL ter se tornado a bola da vez, um pouco de oportunismo também esteve presente. Contudo, o seminário apresentou diversas questões que denotam que o MPL é para além de um grupo esponteneísta de meninos e meninas como a mídia tentou apresentar e boa parte da esquerda fez questão de bradar.

Na verdade o MPL é um movimento muito bem articulado de principios sólidos e coerentes que luta por um transporte público como direito social, e também um grupo anti capitalista que não tem a intenção de liderar ou representar o povo, pois acredita na capacidade do povo se auto gerir.

Ouça os áudios logo abaixo de parte do seminário.

Histórico;

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Surgimento na base;

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Horizontalidade;

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Tarifa Zero;

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Centrais sindicais preparam greve geral para o dia 30 de agosto. E o poder é do povo?

Centrais sindicais preparam mais uma paralisação nacional para o dia 30 de agosto de 2013, segundo seus dirigentes esta greve será maior e mais forte que a do dia 11 de julho. Segundo  Ricardo Patah que preside a União Geral dos Trabalhadores (UGT); “A ideia é protestar contra a inércia do governo que esteve se dedicando à visita do papa […] Não acreditamos que o governo vá nos atender.” Por isso, a greve geral torna-se uma possibilidade mais concreta. (Lembrando que Ricardo Patah é sindicalista do PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab que no ano passado fez campanha para o Serra PSDB.)

Entre as pautas três se destacam: terceirização (contra o Projeto de Lei 4.330, de 2004), fim do fator previdenciário e redução da jornada para 40 horas semanais. Ok.

Já o secretário de Administração e Finanças da CUT, Quintino Severo, diz que a entidade dará “muita atenção ao protesto contra o projeto da terceirização”. Interessante a posição da CUT sendo que todo o setor de prestação de serviços e comércio, onde estão os trabalhadores mais fudidos e explorados –  quase que quarteirizados – a CUT deixou à cabo da Força Sindical, essa central de direita nociva ao trabalhador, cujos sindicatos que comanda a única coisa que fazem pelo trabalhador é oferecer plano odontológico, cursinho de capacitação e coisa e tal. Aí vem a CUT bradar no peito e fazer coro contra a terceirização, por que será? Oras, greve geral é legal para fazer massa e conquistar as próprias pautas, é bem coisa de central sindical que perdeu de vista a luta classista e há anos contribui com o governo para que esse trator da precarização do trabalho que atende pelo nome de “terceirização” se firmasse cada vez mais, sepultando direitos trabalhistas – e no final, vai acabar tudo num “acordão”, pois isso é briga de forças que disputam cargos no governo – ano que vem tem eleição. Pergunto; há quantos anos que essas centrais não vão para rua? Tirando o 1º de maio rídiculo de showmicios que elas promovem, nada mais fazem além de acordos com o governo.

E no bojo da disputa vai todo mundo pra rua

Mas, mesmo as que tendem para uma linha não governista com um discurso de combate classista e oposição a CUT, há de ser questionada e puxada a orelha bem puxado, por exemplo, a Intersindical junto a categoria dos bancários – tão de cabeça na luta contra as terceirizações, legitmo! Há de se lutar contra o achatamento das condições de trabalho dos bancários, mas vamos jogar limpo e vamos acabar com as contradições, pois dentro de toda agência bancária sempre teve um trabalhador terceirizado servindo o café, limpando o chão e a vidraça e nunca houve solidariedade de categoria, agora quando a bolha cresce no pé, aí tamujunto na luta. Porra! Só se sente junto na luta quando o sapato aperta, mas quando o sapato é do outro, a briga fica na amorosidade? Foda.

Continuando

E para não ficar pior tem os que bradam por uma pauta unitária porque está havendo diversas ocupações no país inteiro, então é preciso unificar tudo numa coisa só… Legal! Quem decide tudo isso? Pois é, o momento é de luta, luta na rua, luta com a massa, mas a massa, cadê a massa? No dia 11 de julho teve sindicato pagando R$ 70 mango pro camarada segurar bandeira, teve agressão a trabalhador por causa de categoria sendo usada por grupos políticos que estavam manobrando a luta, claro, houve locais que foram bacanas, principalmente onde a greve foi realmente popular puxada por organizações autônomas que não estão de olho nas eleições do ano que vem.

É por isso que o trabalhador, aquele que tá ferrado mesmo – desacreditado – que nunca é consultado pra porra nenhuma, está lá na periferia achando tudo isso uma grande merda! E no fundo tá certinho, porque todo levante tem que ser de baixo para cima, tem que ser solidário de fato, horizontal e combativo, enquanto essas estruturas que estão aí ficarem na disputa de espaço, na disputa de poder, na disputa de “trabalhador” (o que é insano) a luta da classe trabalhadora tá perdida, porque somente quem pode mudar a realidade radicalmente é o trabalhador organizado de forma solidária, combativa e autônoma. Poder no povo! Povo livre, povo na rua, sem governo e sem dirigente!

Para que serve um Ponto de Cultura? Ou, quem se serve de um Ponto de Cultura?

O que é? E quem financia?

No papel os Pontos de Cultura são projetos financiados pelo Ministério da Cultura (MinC) cuja finalidade é fomentar e fortalecer a diversidade cultural, de modo a impactar socialmente e culturalmente garantindo melhores condições de vida em sociedade e também democratizar direitos fundamentais. Um ponto de cultura pode funcionar num centro comunitário, numa casa, num clube… Recentemente um bar em São Paulo recebeu verba para tocar um ponto de cultura, ou seja, não importa o local e sim o que dali será produzido.

No Brasil segundo dados do MinC há 2,5 mil pontos de cultura funcionando pelo país, cada um recebe em torno de cinco mil por mês numa “parceria” de três anos de projeto que vai somar R$ 180,00 no total. Os projetos são os mais diversos desde áudio visual, circo, quadrilhas, oficinas de cultura popular, apresentações de filmes em comunidades longínquas e por aí vai.

Quem pensou?

Idealizado por Célio Turino gestor do programa Cultura Viva e dos Pontos de Cultura, tendo exercido diversas funções públicas seu objetivo era criar um mecanismo que injetasse verba pública diretamente em comunidades e garantisse o fomento cultural e o acesso a tecnologias de modo a contribuir com a preservação e com o desenvolvimento do patrimônio cultural.

E aí?

Muitos Pontos de Cultura têm desenvolvidos trabalhos interessantes, principalmente aqueles em que as comunidades gestionam o recurso e são as agentes atuantes desses trabalhos e não apenas coadjuvantes assistidas, em muitas regiões, por exemplo, alguns projetos de ponto de cultura propiciaram o acesso e a produção cultural utilizando-se de tecnologias que até então seriam inacessíveis se dependessem apenas do Poder Público local. No entanto, há o lado perverso e mais real que este projeto tem garantido, que é, ao contrário de contribuir realmente para a transformação social, acabou por inaugurar um novo tipo de modalidade empresarial do mundo dos negócios, inserida em locus onde pessoas, tradições, costumes e cultura são vistas da mesma forma; “negócio”. Com isso, surge o “empresário social”, aquele preocupado com os problemas sociais, aquele que participa de conselhos municipais, que tece teorias de como criar redes de mutua coloboração livre e coletiva. Mas no fundo seus interesses são particulares.

Um financiamento problemático

Um programa social de uma organização social capitalista cria aberturas para raposas transvestidas de responsabilidades sociais se beneficiarem do dinheiro público, aí veremos;  discursos baseados na capacitação e no olhar empreendedor como salvação da lavoura, não é a toa que nestes grupos a palavra empreendedorismo é indispensável, por isso temos que considerar que, empreender é aprender as regras do jogo, as regras do mercado e do campo político e econômico, empreender é estar antenado com o movimento que delibera para onde vai a barca, e assim construir alianças politicas, principalmente partidárias.

E isso tudo é tão minucioso nesta teia onde o negócio, o clientelismo, a luta social, a democracia, a liberdade… se misturam e são utilizadas capciosamente que muitos chegam a acredtar que este é o caminho para as mudanças, mas elas nunca vêm, apenas para o dono, porque sempre há um dono!

Especialistas de plantão

Todo ponto de cultura bem sucedido há um (ou mais) especialista em projetos, em discussões populares e livres que se encaixam muito bem para editais – os famosos discursos colaboracionistas democraticos pela pluralidade e diversidade.

Apesar de existirem muitos grupos sérios, boa parte são grupos que se instrumentalizaram de tal forma que aprenderam como arrancar dinheiro público de forma organizada e disfarçada de solidária e participante na transformação social, ou seja, tornaram-se em “experts” no mundo dos negócios “social” , mas seu modus operandi é tão capitalista quanto qualquer empresa cuja finalidade é o lucro, traduzindo; a relação de privilégio e exploração fará parte do negócio.

Infelizmente a miséria (insuficiência de recursos) gera riqueza, o papo de colaboracionismo social não passa de corporativismo social, e como está em voga palavras como liberdade, horizontalidade, apartidarismo e fortalecer o poder popular, usam maquiavelicamente essas palavras para captar recursos públicos e garantir o bem estar próprio.

Na cidade de São Vicente litoral sul de São Paulo

Foi distribuída em 2011 a verba de R$ 1,8 milhão para dez entidades que funcionariam como Ponto de Cultura, um repasse de R$ 180,00 para cada uma, durante três anos de parceria, (R$ 60,00 por ano/ R$ 5mil por mês) segundo o Secretário de Cultura da época, Renato Caruso;

“O objetivo do programa é utilizar a cultura como instrumento de inclusão social, transformando a vida de pessoas que vivem em situação de risco e vulnerabilidade social”

Reparem na ideia paternalista e equivocada, pois não existe pessoas em situação de risco ou de vulnerabilidade social, o que existe são pessoas em situação de exclusão social, onde direitos para além de direitos sociais e sim humanos, são violados. Por isso a critica da relação promiscua do investimento, onde retira-se o papel do Estado (como se ele servisse para alguma coisa) e coloca-se nas mãos de pequenos grupos que irão gerenciar, pensar e decidir o que é, e o que não é cultura, e a partir disso produzir cultura junto aos coitadinhos que estão em situação de risco.

Não retiramos aqui a seriedade de tais entidades. Porém é preciso abrir os olhos para todos esses projetos, pois resumindo; eles recriam a mesma estrutura social de exclusão, uma estrutura onde as pessoas não são de fato agentes transformadoras de sua realidade, mas sim, objetos de pesquisas, mão de obra, referência de estudo… Seres inanimados que precisam de orientação e aprendizado, e este é o velho esteriótipo de sempre que precisa ser quebrado junto com a farsa do compromisso com o social – sustentado por grupos cujo interesse é meramente nos cifrões. Afinal, compromisso com dinheiro na conta é fácil.

Debate com o MPL – SP: Princípios, práticas e perspectivas.

1016640_548115075250690_1376963550_nApós as grandes manifestações ocorridas no mês de junho, o MPL Baixada Santista faz um chamado para um momento de reflexão de forma a iniciar um processo de entendimento do que é o movimento, quais seus princípios e como ele atua cotidianamente. Para isso convidamos a companheira Mayara do MPL-SP para uma roda de conversa a fim de discutir essas questões, estreitar os laços entre os movimentos e fortalecer a luta por um transporte público e gratuito.

971267_10201138583760460_1944565924_nProgramação

09h – Café da manhã
10h – Início – roda de conversa
* O que é o MPL? História e princípios.
13h – Almoço (lanche com opções vegetarianas)
14h – Roda de conversa
* Construção do MPL dia a dia: desafios e perspectivas.
17h – Encerramento
18h – Lanche
19h – Noite Cultural “por um mundo sem catracas”

Data: 24/08 (sábado) a partir das 9h no CES (Centro dos Estudantes de Santos) – Av. Ana Costa 308, Santos-SP.
Inscrições pelo email: passelivrebaixadasantista@gmail.com
Pedimos a contribuição voluntária de R$ 10,00 para despesas de organização

Quem tem medo dos Black Bloc?

483966_10201513871399276_88036943_nOs black bloc com seu “A na bola” tem sido o grupo mais contundente e polêmico desde que os protestos pelo país tiveram início, inspirados no movimento alemão da década de 1980, este grupo rebelde (que muitos estão taxando de “espontaneístas”) tem efetivado práticas de ação direta como nenhum outro grupo.

Além de surpreenderam pela audácia e coragem de enfrentamento, os BB têm sido a linha de ataque nas manifestações, marcham de forma dissonante e por onde passam fazem cair os símbolos do capital, enquanto gritos de “sem violência” tentam domesticá-los, eles seguem combativos. Entretanto, centenas de criticas as ações promovidas pelos Black Bloc tem sido feitas oriundas de setores, inclusive, da esquerda partidária radical. O PSTU foi o primeiro partido a criticar abertamente, e, é infindável a quantidade de pessoas que “supostamente” são de esquerda e reproduzem a mesma retórica da mídia, criminalizando e nomeando essas ações de puro espontaneísmo, ou seja, de ações isoladas que apenas atendem uma estética simbólica que não agrega as massas.

12077_552029648178536_204241846_nE como as massas são a bola da vez, agora todo mundo fala em massa, em base, em “trabalho de base”, “apoio das massas”, “formação política”, oras, onde estavam os partidos e esses grupos que querem ensinar como se luta antes das manifestações? Na base? E o que eles fazem neste momento? Estão ganhando as bases? de que forma? Se juntando a luta fazendo alianças canalhas, ou distribuindo cartilhas e preparando cursinho?

Se contradizem, apoiam a radicalização e o enfrentamento violento, mas querem as massas para encabrestar ao mesmo tempo que são repudiados por elas, e não somente por causa do PT, mas porque a falência de tais instituições centralistas, personalistas e autoritárias foi decretada.

As mudanças

Que para uma transformação social radical será necessária mais que ações diretas, ok. Mas este momento é de uma grande revolta popular desencadeada, e as criticas oriundas de partidos e grupos intelectuais é exatamente porque eles não podem controlar todas essas manifestações, (muito menos os Black Bloc) e porque não podem ser a vanguarda que irá ditar o caminho, querem desmoralizar, o que revela o quanto a suposta “esquerda revolucionária” é perniciosa e autoritária, pois ela quer a revolução sobre os seus moldes, com a massa sobre seu controle e norteamento.

Se há espontaneísmo em demasia, há também enfrentamento de um grupo de jovens em maioria que está se colocando na linha de frente concedendo a própria pele. Serão aventureiros? Ora, penso que devemos nos aventurar mais então. Pois, não há mudanças sem radicalização, sem enfrentamento violento, deste modo, cada grupo utiliza-se do instrumental que julga-se apto a executá-lo, sendo assim, os BB estão fazendo a sua parte. Se cabe reflexão e construção de alianças para elaboração de estratégias, bora discutir com autonomia, quem topa? Bora discutir essa organização de forma horizontal?

O triste é ver toda uma discussão rasa que coloca cortina de fumaça sobre o problema real, e muito mais orientada pela criminalização de mais um movimento que luta pelo poder popular, do que contra o verdadeiro inimigo: O ESTADO, e esse debate como está sendo conduzido só contribuí para blindá-lo, enquanto ele envia policiais às ruas para bater em manifestantes, atirar bombas de gás, colocar policiais infiltrados nas manifestações e tem a cara de pau de se preocupar mais com o Palácio dos Bandeirantes, Itamaraty… do que com as pessoas nas ruas, este sim é o grande criminoso que fode nossas vidas – lembrando que ele é gerenciado por quem nos governa..

Pacifismo: um discurso a favor do Estado.

518642Desde que os protestos pelo país iniciaram-se a cerca de dois meses, a palavra “vandalismo” tornou-se um jargão obrigatório utilizado pela mídia, por políticos e conservadores de plantão, tanto de direita quanto de esquerda. Além de ser uma forma perversa de jogar a opinião pública contra os manifestantes é um meio bastante perspicaz de inserir indiretamente uma ideia de paz no imaginário popular, estimulando e usando o senso comum para sustentar uma farsa que irá confrontar e eliminar qualquer  iniciativa política crítica que se materialize em ação concreta.

Mídia oficial e as manifestações

Reparem quando a mídia comenta algo, não há uma única vez em que as notícias das manifestações não sejam divulgadas de forma a desviar o foco do objetivo, pautando alguma outra coisa que possa contribuir para desmoralizar a manifestação, uma das táticas é usar a defesa do patrimônio público. (como se este realmente nos pertencesse) Mas será que eles estão defendendo o patrimônio público ou a propriedade privada?

Pois locais como lojas de grife, concessionárias de carros, bancos, Mc Donald’s, em que são uteis para o trabalhador estes patrimônios? Na verdade são símbolos da exploração da classe trabalhadora.

945471_527182704004652_2016846386_nReapropriar-se 

As manifestações nas ruas para além da pauta de reivindicação, é um momento de re-apropriação do espaço público, da cidade, do direito de ir e vir que durante anos tem sido tomado pela especulação imobiliária – com a conivência do Estado e sobre a gerencia dos governos – deste modo, todos os espaços urbanos são de segregação social, basta avaliarmos como as cidades estão estruturadas: o centro, os bairros nobres e a margem; o morro, o gueto… Onde quem vive lá, só tem o direito de ficar calado, de obedecer a ordem diante do sucateamento de todos os serviços públicos – destituído de tudo, ainda assim, tem que sustentar a paz, enquanto centenas morrem assassinados nas mãos da polícia, na fila de um hospital esperando atendimento, na rua de fome, de frio e de descaso… Aí vem o serviço social e diz: este local é de “vulnerabilidade social”, não! Na verdade, é o local onde os direitos sociais são violados! Onde a exclusão e a opressão são efetivadas duramente pelo Estado e por suas Instituições.

acao_coracaoPor isso

Discursos pacifistas de “paz e amor”, de democracia, de bondade e humanismo que não apontam e não revelam os crimes do Estado, não passam de dissimulações categoricamente pensadas para ludibriar as massas de modo a coibir pensamentos divergentes e blindar o Estado.

Se fizermos uma análise da situação que se encontra a classe trabalhadora no Brasil, destituída de direitos básicos fundamentais como saúde, moradia, educação, trabalho… travando uma imensa guerra por terra, por teto, pão, justiça… de fato vamos perceber que o discurso de paz não faz o menor sentido, pois há uma violência incontestável muito presente exterminando o povo. Como há de se clamar por paz sem se revoltar diante de tanta covardia do Estado?

A paz ao Estado servirá.

Dilma Cara-Pálida e sua Marcha para o Oeste

Foto: WEB

Foto: WEB

A Srª Dilma Rousseff já deu início à sua campanha para reeleição em 2014 e depois de três anos ignorando os movimentos sociais começou uma série de reuniões com suas lideranças para “recuperar” a popularidade que herdou de Lula – já que nunca teve popularidade própria. Em reunião com os indígenas no dia 10/07 ficou claro que esses “encontros”, do ponto de vista do governo, serão só para enrolar – com o cinismo no sorriso típico da classe política. Frente às principais reivindicações não houve nenhum recuo da Presidência, que se limitou a dar uma maquiada no discurso, para atender os anseios do público presente. Para bom entendedor, meia palavra basta, é só uma questão de analisar as medidas que o governo vem tomando e as falas amigas da Dona Dilma e da Dona Gleisi Hoffman (Casa Civil) frente à bancada ruralista e aos fazendeiros ladrões das terras dos índios.

De concreto, o único ponto convergente é que não há interesse do governo na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional – PEC 215, já que neste quesito o poder executivo perde espaço para o legislativo na definição da regularização das Terras Indígenas, que com a aprovação desta PEC passariam todas pelo crivo do Congresso, inviabilizando de vez a homologação de novas Terras Indígenas. Quanto a este ponto, portanto, não houve nenhuma mudança. Independente deste fato, o Congresso tem autonomia para tramitar a PEC 215 e o governo fragilmente procura freá-la pelo convencimento da base aliada, que não está unida sobre este assunto, e assim, até aqui, não vemos conquista.

Outro ponto polêmico é a insistência do governo em interferir nos procedimentos coordenados pela Fundação Nacional do Índio – FUNAI, que já se encontram demasiado complexos por atenderem ao Decreto 1775/96 da Presidência e Portaria n°14/96 do Ministério da Justiça. Dilma não abriu mão de anunciar que haverá mudanças e serão inseridos outros órgãos, além da Funai, na definição dos estudos. Além dos problemas relacionados ao desvio de competências, sabemos que alguns dos órgãos já enunciados como candidatos a este desserviço têm fortes ligações com os interesses do agronegócio e da mineração.

Soma-se à ameaça contra a demarcação das Terras Indígenas a Portaria n°303/12, da Advocacia Geral da União, que, após muita mobilização indígena e indigenista, foi “hibernada” pela Portaria de n°415/12. Explico: neste texto que suspende a Portaria 303 está previsto que a mesma entrará em vigor no “dia seguinte ao da publicação do acórdão nos embargos declaratórios a ser proferido na Pet 3388-RR que tramita no Supremo Tribunal Federal”. Assim, este monstro continua vivo, pois pelo texto da portaria: os indígenas perderiam a exclusividade do usufruto do solo, recursos hídricos, energéticos frente a um subjetivo interesse público da União; estradas, ferrovias e construções poderiam ser instaladas sem nenhum aval das comunidades; a exploração das riquezas minerais ficariam totalmente na mão dos interesses governamentais; as ações militares ocorreriam sem consulta às comunidades ou à Funai; o ICM-Bio prevaleceria sobre as comunidades e a Funai nas áreas das Terras Indígenas sobrepostas com Unidades de Conservação; garantiria a intervenção de qualquer órgão federal em qualquer fase do procedimento administrativo independente de suas atribuições e competências; e ficaria vedada a ampliação das Terras Indígenas, cujos limites muitas vezes reduzidos não atendem ao artigo 231 da Constituição Federal. A entrada em vigor desta Portaria n° 303/12 não só inviabilizaria o estudo de novas Terras Indígenas, a exemplo da PEC 215, como abriria as Terras Indígenas existentes para qualquer tipo de intervenção governamental, e consequentemente empresarial.

Nesta linha da abertura das Terras Indígenas à intervenção existe ainda o PLP 227/12, Projeto de lei para regulamentar o § 6º do art. 231 da Constituição Federal, por meio da definição dos bens de interesse público da União inviabilizando as demarcações e abrindo as Terras Indígenas para: I – assentamentos rurais realizados pelo Poder Público, em programas de reforma agrária e colonização; II – a exploração e aproveitamento de jazidas minerais; III – o aproveitamento de potenciais hidráulicos; IV – o uso e ocupação de terras públicas destinadas à construção de oleodutos, gasodutos, estradas rodoviárias e ferroviárias, portos fluviais e marítimos, aeroportos e linhas de transmissão; V – concessões e alienações de terras públicas localizadas na faixa de fronteiras; VI – as ocupações de terras públicas na faixa de fronteiras resultantes das formações de núcleos populacionais, vilarejos e agrupamentos urbanos; VII – os campos de treinamento militar e as áreas destinadas às instalações policiais e militares, das forças armadas e de outros órgãos de segurança; VIII – os atos que tenham por objeto a legítima ocupação, domínio e posse de terras privadas em 5 de outubro de 1988.

Acontece que horas antes da reunião dos indígenas com a Srª Dilma Rousseff o “líder do governo” na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), aceitou colocar em votação no plenário um requerimento de urgência para a apreciação deste mesmo PLP 227/12, deixando claro as verdadeiras intenções do governo e o caráter inócuo da celebrada reunião com os Povos Indígenas.

Rodrigo Capiau

Declaração dos povos indígenas sobre a ocupação do Polo de Saúde (SESAI) em Peruíbe e Coordenação Regional da Funai em Itanhaém.

Assistam aos vídeos com as denúncias do descaso do Estado com saúde indígena.

Vamos engrossar o coro ombro a ombro com os indígenas, juntos seremos ouvidos!

Amanhã será a reunião dos indígenas com a Sesai e o Ministério Público que está prevista para as 14 horas no MPF em Santos, que se mudou da região da balsa de pedestres e está agora na Avenida Washington Luís, 452, no Gonzaga.

Entenda melhor o impasse aqui:

http://radiodajuventude.radiolivre.org/2013/07/23/funcionarios-da-funai-detidos-devido-a-problemas-na-sesai-como-entender-isso/

Vídeos co-produzidos por  Verde América e Radio da Juventude

Entrevista com Rodrigo (FUNAI) sobre a questão do descaso da SESAI com a comunidade indigena