Centrais sindicais preparam greve geral para o dia 30 de agosto. E o poder é do povo?

Centrais sindicais preparam mais uma paralisação nacional para o dia 30 de agosto de 2013, segundo seus dirigentes esta greve será maior e mais forte que a do dia 11 de julho. Segundo  Ricardo Patah que preside a União Geral dos Trabalhadores (UGT); “A ideia é protestar contra a inércia do governo que esteve se dedicando à visita do papa […] Não acreditamos que o governo vá nos atender.” Por isso, a greve geral torna-se uma possibilidade mais concreta. (Lembrando que Ricardo Patah é sindicalista do PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab que no ano passado fez campanha para o Serra PSDB.)

Entre as pautas três se destacam: terceirização (contra o Projeto de Lei 4.330, de 2004), fim do fator previdenciário e redução da jornada para 40 horas semanais. Ok.

Já o secretário de Administração e Finanças da CUT, Quintino Severo, diz que a entidade dará “muita atenção ao protesto contra o projeto da terceirização”. Interessante a posição da CUT sendo que todo o setor de prestação de serviços e comércio, onde estão os trabalhadores mais fudidos e explorados –  quase que quarteirizados – a CUT deixou à cabo da Força Sindical, essa central de direita nociva ao trabalhador, cujos sindicatos que comanda a única coisa que fazem pelo trabalhador é oferecer plano odontológico, cursinho de capacitação e coisa e tal. Aí vem a CUT bradar no peito e fazer coro contra a terceirização, por que será? Oras, greve geral é legal para fazer massa e conquistar as próprias pautas, é bem coisa de central sindical que perdeu de vista a luta classista e há anos contribui com o governo para que esse trator da precarização do trabalho que atende pelo nome de “terceirização” se firmasse cada vez mais, sepultando direitos trabalhistas – e no final, vai acabar tudo num “acordão”, pois isso é briga de forças que disputam cargos no governo – ano que vem tem eleição. Pergunto; há quantos anos que essas centrais não vão para rua? Tirando o 1º de maio rídiculo de showmicios que elas promovem, nada mais fazem além de acordos com o governo.

E no bojo da disputa vai todo mundo pra rua

Mas, mesmo as que tendem para uma linha não governista com um discurso de combate classista e oposição a CUT, há de ser questionada e puxada a orelha bem puxado, por exemplo, a Intersindical junto a categoria dos bancários – tão de cabeça na luta contra as terceirizações, legitmo! Há de se lutar contra o achatamento das condições de trabalho dos bancários, mas vamos jogar limpo e vamos acabar com as contradições, pois dentro de toda agência bancária sempre teve um trabalhador terceirizado servindo o café, limpando o chão e a vidraça e nunca houve solidariedade de categoria, agora quando a bolha cresce no pé, aí tamujunto na luta. Porra! Só se sente junto na luta quando o sapato aperta, mas quando o sapato é do outro, a briga fica na amorosidade? Foda.

Continuando

E para não ficar pior tem os que bradam por uma pauta unitária porque está havendo diversas ocupações no país inteiro, então é preciso unificar tudo numa coisa só… Legal! Quem decide tudo isso? Pois é, o momento é de luta, luta na rua, luta com a massa, mas a massa, cadê a massa? No dia 11 de julho teve sindicato pagando R$ 70 mango pro camarada segurar bandeira, teve agressão a trabalhador por causa de categoria sendo usada por grupos políticos que estavam manobrando a luta, claro, houve locais que foram bacanas, principalmente onde a greve foi realmente popular puxada por organizações autônomas que não estão de olho nas eleições do ano que vem.

É por isso que o trabalhador, aquele que tá ferrado mesmo – desacreditado – que nunca é consultado pra porra nenhuma, está lá na periferia achando tudo isso uma grande merda! E no fundo tá certinho, porque todo levante tem que ser de baixo para cima, tem que ser solidário de fato, horizontal e combativo, enquanto essas estruturas que estão aí ficarem na disputa de espaço, na disputa de poder, na disputa de “trabalhador” (o que é insano) a luta da classe trabalhadora tá perdida, porque somente quem pode mudar a realidade radicalmente é o trabalhador organizado de forma solidária, combativa e autônoma. Poder no povo! Povo livre, povo na rua, sem governo e sem dirigente!