Porto Alegre: “mobilizar até vencer” bloquearam o aumento e conseguiram passe livre pra estudantes e desempregados, de quebra: abertura das planilhas.

1044908_481594651933461_1590999406_nOs protestos em Porto Alegre contra o aumento da passagem começaram três meses antes dos atos que aconteceram em SP e RJ que depois reverberariam no país inteiro. Hoje, enquanto a maior parte deles perdeu a força e o foco, Porto Alegre segue com o lema que os norteou desde o início “mobilizar até vencer”.

518645O estopim

Válido lembrar que algumas manifestações já estavam ocorrendo, em proporção menor, mas, foi com a notícia de reajuste de passagem no dia 24 de março de 2013, que impulsionou os atos terem início de forma mais contundente, primeiro no dia 25 e depois no dia 27 com cerca de 10 mil pessoas que ocuparam as ruas para barrar o aumento da tarifa.

518642Com essa mobilização gigantesca que ocupou as ruas de Porto Alegre e bateu nas portas da Prefeitura, somada com a protocolar ação cautelar que foi aceita pelo juiz Hilbert Maximiliano Obara, da 5ª Vara da Fazenda Pública, apresentada no dia 25 de março pelos  manifestantes, a coisa foi esquentando.

Resultado:

No dia 4 de abril foi anunciado o bloqueio por meio de uma decisão judicial, e após ser notificada, a prefeitura afirmou, em nota, que não iria recorrer da decisão. “Se a Justiça entende que o caminho é suspender o reajuste então vamos acatar a decisão judicial”, afirmou o prefeito José Fortunati.

Daí teve inicio a primeira vitória que colocou o grupo a pensar em outras formas de luta que existem, além da manifestação na rua,  com isso, a rearticulação na base fortaleceu para o próximo passo que era reivindicar por passe livre para estudantes e para desempregados, (que já era pauta do movimento) mas para isso precisavam dar um upgrade na base e na organização do movimento.

1044343_480834498676143_2007410027_nVale expor neste caso, a visão e avaliação de dois integrantes da Frente Autônoma do Bloco sobre o movimento que vem há tempos realizando atos e debates sobre o transporte público na Capital gaúcha; “Há um sentimento muito forte em torno de uma maior autonomia do movimento, então vimos espaço para criar a Frente Autônoma e lutar contra o aparelhamento do Bloco por partidos políticos. É uma experiência muito positiva, pois o Bloco não está aparelhado por nenhuma força, é uma composição muito saudável”, continue lendo aqui muito interessante e fundamental o posicionamento.

774447_483200238439569_366960714_oDeste modo:

Voltaram às ruas em massa em junho com pauta e com foco muito claro, diversos atos foram desencadeados até a ocupação da câmara dos vereadores que demostrou além da força dos manifestantes, a capacidade de articulação, de mobilização e de desmascarar um poder institucionalizado que não passa de fraude, que não representa a população, e que apoiada pela mídia burguesa a todo custo tentou deslegitimar o movimento com as famosas frases: ¨são todos uns vândalos” – “esse movimento não tem direção” e por aí vai.

15211704E temos que abrir um parêntese aqui para falar do Governo facínora e boçal de Tarso Genro que promoveu perseguições e proferiu injúrias do tipo:  “aliados a ultra-esquerda do PSOL e PSTU, os anarquistas têm influência e controle direto dos atos de vandalismo. Isso já foi identificado pela polícia. São jovens desorientados que caem na marginalidade, entendem que a violência é solução para tudo. Odeiam tudo aquilo que não são eles mesmos. São os introdutores do vírus da violência num movimento que tem enorme respeito social pela pauta generosa que tem apresentado.” Canalha.

Leia aqui O enredo de uma farsa que desmascara este Governo e assista ao vídeo da Federação Anarquista Gaúcha responde ao Governador Tarso em coletiva

thumbE com tantos ataques e debaixo de cassetetes e gás de pimenta no dia 10 de julho os manifestantes ocuparam a câmara de  vereadores com muita combatividade e também criatividade, e após oito dias obtiveram mais uma vitória, passe livre para estudante e desempregados e a abertura das planilhas de contas das empresas de ônibus que foi protocolado às 09h desta quinta-feira (18) num acordo firmado entre representantes do movimento social e vereadores no Foro Central da Capital.

As  vereadoras Sofia Cavedon (PT) e Fernanda Melchionna (Psol), representando suas bancadas foram quem protocolaram, e antes que saiam por aí querendo ser as mães da criança, que fique claro, a VITÓRIA É DE QUEM SAIU ÀS RUAS E RESISTIU a todas as perseguições e gases de pimenta e balas de borracha.

Por Ramiro Furquim/Sul21E os tais invasores (da própria casa, “câmara”), baderneiros e até chamados de fascistas pelo Governador Tarso Genro, conseguiram por meio da ação direta vencer a repressão do Estado por meio da PM e da criminalização da mídia que ambos servem ao governo, porém, já anunciaram que a luta continua, foram apenas batalhas vencidas, que fique certo, “continuaremos pelando!” disse uma integrante da frente autônoma.

Mas o que faz Porto Alegre sair na frente? E vencer tantas batalhas. Fica à reflexão.

Antes de irem embora:

pra quem não ficou sabendo…

antes de desocuparem a câmara de porto alegre ontem (18), manifestantes tiraram fotos nus e seminus na sede do legislativo… o presidente da câmara disse que a imagem é “deprimente e desrespeitosa à casa do povo”… “se querem fazer sexo grupal, que vão fazer em um local privado, não em um local público”…

ah, olhem alguns quadros-fotos na parede de cabeça pra baixo… aquele que um cara está segurando no “meio” das pernas é da deputada federal manuela d’ávila (pc do b), que já foi vereadora…

uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu… ( texto da web)

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OBS: Fotos retiradas da internet.

Alguns vídeos;

Noite de terça-feira, 27 de março de 2013. Estudantes tomam a Prefeitura no maior protesto já realizado contra o aumento da passagem do transporte público em Porto Alegre. O valor do ônibus passou de R$ 2,85 para R$ 3,05.

Os Mascaristas Anarcados trolando a mídia burguesa.

Funk montado dos Mascaristas Anarcados com a mina cantando.

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“Cambada de Teatro Em Ação Direta Levanta Favela”

Vídeo do face sobre a Tropa de Nhoque recebendo os jornalistas para entrevista coletiva, na Câmara dos Vereadores de POA, 15/06/2013. disposto apenas no face segue o link:

https://www.facebook.com/photo.php?v=10201550569065626&set=vb.1219262916&type=2&theater

São Vicente: Moradores do Parque Prainha e Japui reclamam da falta de transporte público no bairro.

Foto-0257Com o fechamento da Ponte Pênsil para reforma desde o dia 10 de julho, os moradores dos bairros Parque Prainha e Japuí têm enfrentado dificuldades de locomoção devido à falta de transporte público que atende a região, segundo os moradores do Parque, tanto as peruas de lotação quanto os ônibus não têm exercido o itinerário que deveriam cumprir, que seria sair do Japui ir até o Parque e depois seguir caminho pela ponte do mar pequeno, entretanto, estão usando a justificativa de que com a ponte pênsil fechada, ir até o Parque, tornou o percurso maior e eles têm que cumprir horário.

Os moradores do Japui também acrescentam que a quantidade de ônibus diminuiu, inclusive, alguns moradores têm ido a pé até o centro de São Vicente para poder conseguir um transporte. (sendo que já eram poucos).

No caso, alguns ônibus e algumas lotações devido à pressão da população têm ido até o Parque, mas não são todos, ontem mesmo houve uma confusão dentro de um ônibus onde a população se revoltou com o motorista que não queria cumprir o itinerário.

Foto-0258Este dois bairros de São Vicente há tempos são atingidos pela falta de transporte público que é escasso e caro, muito caro mesmo! O preço do coletivo que atende a região é de R$ 3,85 (era para ser R$ 4,00, senão fosse reduzido) e, por exemplo, não possui acessibilidade para cadeirantes, pois, os micro-ônibus que fazem essa linha não possuem o suporte de elevação para tal, sendo que nem mesmo uma pessoa com carrinho de bebê consegue acessar o coletivo, as peruas são a mesma coisa, poucas atendem o que é previsto em lei. (talvez devido o tempo de adaptação que foi repassada as empresas de transporte, que é até 2014, no entanto, há de se apontar, que isso é uma questão de falta de interesse econômico) Para se ter uma ideia a forma com os cadeirantes que moram no Japui fazem para saírem do bairro, é pegar um ônibus municipal Praia Grande (este possui a ponte de elevação) que vai até o terminal de Praia Grande e de lá pegar outro ônibus até o destino desejado. Absurdo!

Foto-0259Além da questão do transporte público os moradores pontuam que, os moradores que fazem o itinerário a pé correm o risco de assaltos, o que já ocorreu, pois as luzes da ponte estão todas apagadas e a avenida de acesso de um bairro ao outro, é mal iluminada e os policiais que faziam guarda num posto da polícia, não estão mais no local, o que também não resolve muito, sendo que, a PM quando estava no posto, se preocupava mais em dar geral na população e mandar as pessoas fazerem o caminho pela Praia Grande do que garantir a segurança das pessoas.

Pra finalizar acrescentam também que até o ônibus escolar municipal que atendia ao Parque saiu de férias e as pessoas que o utilizavam para levarem suas crianças na creche (que fica no bairro do japui, sendo que no Parque não há creche) foram completamente desamparadas pela falta total de transporte e estão se virando tendo que ir a pé ou de bicicleta.

Hoje por volta das 12h os moradores irão fazer um ato simbólico de protesto na ponte pênsil e convidaram a TV Tribuna para fazer uma matéria, uma equipe da TV esteve no local pela manhã desta quinta-feira para gravar alguns moradores que fazem o itinerário a pé.

Em todo caso, esperamos que o poder público deixasse de negligenciar estas comunidades e resolvesse os problemas, mas sabemos que só a pressão junto com a organização popular pode construir mudanças. Parabéns a população que está se articulando!

Foto-1487OBS: Logo, lançaremos uma matéria sobre esta reforma da Ponte Pênsil que no início deste ano o poder público gastou cerca de meio milhão para fazer uma reforma de tábuas, e agora outra reforma estrutural se encaminha, onde as cifras aumentaram de forma exorbitante. Isso mais uma vez indica dinheiro público sendo utilizado indevidamente.

Leia matéria sobre a reforma de meio milhão da ponte no início do ano aqui junto com outros problemas que não foram totalmente resolvidos.

Trabalhador é agredido por sindicato no dia 11 de julho (na greve geral)

O Sintragen litoral (sindicato dos vigilantes…) neste último dia 11 de julho de 2013 (dia da greve nacional) ao aderir à luta e sair às ruas para reivindicar direitos trabalhistas adotou uma postura autoritária e repudiável.

1. saiu passando de posto em posto onde havia vigilantes trabalhando, (do centro de Santos até a praia) e ao contrário de convidá-los a somar em cuja luta os concernem, estava simplesmente intimidando os trabalhadores, de forma, inclusive, terrorista! “não vai aderir? Traz a bomba”

2. por exacerbar este tipo de atuação, ao passar na UNIFESP baixada santista no campus que fica na Av. Ana Costa na altura do n: 95, o sindicato acabou por provocar que manifestantes no calor do momento agredissem um zelador (trabalhador terceirizado) que estava de plantão na universidade, só porque este trabalhador enquanto responsável pela zeladoria disse para os manifestantes que eles não podiam entrar no prédio.

(há relatos que uma moça que trabalha no serviço geral levou um tapa no rosto, por defender o zelador, e que os trabalhadores terceirizados que prestavam serviço foram todos intimidados a deixar o prédio)

Segundo os trabalhadores que estavam no local, se não fossem as faxineiras terem pedido para pararem, iriam bater mais no zelador, pois eles (manifestantes) estavam irredutíveis, e não aceitavam o fato que os trabalhadores ali não iriam aderir à greve.

Os vigilantes, por exemplo, que se encontravam no local, disseram que não foram comunicados sobre a greve, e que iriam até aderir, porém, o empecilho é que não podiam abandonar o posto naquele momento sem avisar, coisa que o sindicato não queria entender, e no final das contas segundo um dos vigilantes: “qual é garantia de não sermos mandados embora por abandono de posto?”.

Todo esse ocorrido foi presenciado por alguns alunos e pessoas que estavam pela universidade que nos informaram do ocorrido, não vamos citar nomes. No entanto, denunciamos tal atitude absurda do sindicato contra os trabalhadores.

Afinal, que tipo de sindicato é este que promove piquete intimidando e batendo em trabalhador? Que não comunica a categoria sobre a greve. O que ele pretende? Lutar pela categoria, ou se beneficiar do momento?

Como já discutimos aqui no blog, apesar do sindicato ser um instrumento de luta da classe trabalhadora, a forma como a maior parte deles esta estruturada hoje, não passam de instituições autoritárias e mafiosas que tornam os trabalhadores em reféns de suas pautas partidárias, na verdade, são braços e punhos de partidos que usam a classe trabalhadora de acordo com seus interesses.

E tal fato ocorrido, denota muito bem a realidade em que estão inseridos os trabalhadores do terceiro setor, um setor frágil e extremamente precarizado, onde além de todos os direitos que lhes são arrancados, há o preconceito e o descaso com tais trabalhadores, o que contribui ainda mais para que essa violência seja tida como algo natural, e logo esquecida.

Uma comprovação do que afirmamos aqui, é que tal ocorrido não foi digno nem de uma nota por parte da UNIFESP, afinal, já se passaram cinco dias, e até o fechamento deste texto, a universidade ainda não se manifestou a respeito. Fica à reflexão, se fosse com um professor, ou um aluno, será que algo não teria sido feito para dar suporte ao trabalhador que foi agredido? No mínimo.

OBS: Estamos investigando para mais informações. Outra coisa, este sindicato dos vigilantes entra no bojo dos setores comandados pela Força Sindical, que já citamos que é uma central de direita e nociva à classe trabalhadora.

Visita do papa ao Brasil terá gastos de R$ 118 milhões dos cofres públicos. Onde fica o Estado laico???

O governo federal irá desembolsar R$ 62 milhões, sendo que R$ 30 milhões para garantir a proteção do pontífice. Os gastos também irão inclui gastos que sairão de cofres estaduais e municipais, ao todo a visita do Papa Francisco sairá à bagatela de R$ 118 milhões. Segundo as autoridades a justificativa é devido à mobilização popular para o evento, a visita do papa faz parte da 26ª Jornada Mundial da Juventude, que acontece de 23 a 28 de julho no Rio e estima-se que dois milhões de peregrinos se desloquem para a cidade. Entre os gastos estão também quatro milhões de hóstias que serão distribuídas durante os seis dias da Jornada. Elas serão fabricadas por seis fornecedores em todo o país.

Pois é, para um Estado laico, a visita do papo é, e sempre foi paga à custa do dinheiro do povo, de um povo diverso culturalmente e religiosamente, mas que infelizmente os governantes ainda mantém uma política de estado confessional católica mascarada, afinal, será que se mobilizaria tanto dinheiro assim para um evento de cultura africana? Com certeza não.

A livre manifestação religiosa é legitima e um direito, mas a partir do momento que o financiamento destes eventos é feito por meio de dinheiro de cofres públicos de um Estado laico, há de ser questionado sim o uso. Pois, tal atividade é de caráter privado de determinado grupo social, portanto, há de ser tratada também como tal, ora, quem professa sua fé e considera importante a vinda do papo, ok, mas, tem que arcar com os custos, e a instituição católica tem dinheiro pra isso.

O que não é justo, (além de um desrespeito) é quem pertence a outra religião, ou mesmo quem não possui religião alguma, ter que financiar hóstia, hotel, restaurante, avião, carro, helicóptero entre outras coisas.

E que fique claro, o respeito à liberdade religiosa é fundamental para a convivência entre grupos sociais diversos, contudo, de forma alguma um Estado laico pode financiar instituições privadas.

Fonte: estimativa de custo feito pelo “O Globo”

Manifestações na baixada santista: Quem ganha com isso?

Foto-0162Diversas organizações foram às ruas neste dia 11 de julho de 2013 para reivindicar pautas trabalhistas no Brasil inteiro.

Na baixada santista não foi diferente, as entradas de acesso entre as cidades de Santos, Cubatão e São Vicente foram bloqueadas pelos sindicatos, e também por diversas organizações e partidos de esquerda que foram as ruas levar suas bandeiras e puxar suas reivindicações.

Foto-0137Mobilização chamada pelas duas maiores forças sindical CUT e Força Sindical, dentro de um momento histórico em que a população foi às ruas brigar por direitos. (sem esquecer que o estopim foi puxado pelo MPL) Este momento revela um Brasil em ebulição, saindo de um estado catatônico de participação popular para um estado participativo onde a questão pública está em pauta e principalmente às condições de trabalho dos trabalhadores.

A grande questão agora é saber para onde vão esses questionamentos? E quem realmente será beneficiado com essas manifestações?

Foto-0207Pois, não há como negar que há um conflito de interesses grande nessas manifestações a partir do momento em que os sindicatos entraram nessa luta, nada que retira a importância deste instrumento de luta da classe trabalhadora, entretanto, a realidade que temos hoje, é que essas estruturas sindicalistas em sua maioria são extremamente despóticas, em verdade, funcionam como um Estado menor dentro do próprio Estado. Há aqueles que inclusive governam com terrorismo, tipo: “se votar em fulano, será cortado isso”, quer dizer, a condição do trabalhador é de mero refém diante destas organizações que mantém um sistema vicioso, mafioso e extremamente autoritário.

E porque pontuamos isso? Sem querer generalizar, que fique claro, reconhecemos os de luta, porém, há quanto tempo que os sindicatos não vão às ruas nessa pegada de hoje? Por que será?

Foto-0202A CUT é base aliada do PT, a Força Sindical do  PDT, sendo o maior líder deles o Paulinho da força. (pelego) Ligada ao PSDB, tinha a UGT presidida por Ricardo Patah, sindicalista PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab que ano passado até fez campanha para o Serra PSDB.

Dentre essas, a Força reúne uma categoria trabalhista extremamente “fudida” – prestadores de serviços, comerciários, portuários… E ela (Força Sindical) tem força pra caramba, ficou claro, pelo menos aqui na baixada, mas essa força realmente serve à classe trabalhadora? Ora, basta analisar as condições destas categorias que são citadas, continuam ferradas. Por quê?

Dá uma boa reflexão, inclusive a divisão de quais sindicatos ficaram com a CUT e quais ficaram com a Força. Pensem?

Manifestações

A diferença entre estes atos promovidos pelos sindicatos em comparação com os outros que foram surgindo (corrupção, PECs …) após os do MPL, é que eles têm objetivos claros e capacidades de agenda política, contudo, não possui o interesse em caminhar para uma democracia menos ligada às lideranças. Ao contrário, é fortalecer um personalismo sindical centralista, além de trocar este Estado por outro mais forte, será isso bom ao trabalhador dentro de uma lógica capital? Não! Por isso, os trabalhadores precisam se unir, se organizar e sair às ruas sim! Ocupá-las juntos em solidariedade uns aos outros, somando forças para combater este sistema que os escravizam, a separação por categoria é uma forma de segmentação histórica para desmobilizar a classe, e claro, ocupar todos esses instrumentos (sindicatos) que se tornaram espaços, não de luta, mas, de exploração, de controle e de manipulação dos trabalhadores.

Denunciamos/Repudiamos 

Uma parte dos trabalhadores portuários hoje em Santos; agiram de forma extremamente violenta com outros trabalhadores – só porque estes sustentavam suas bandeiras partidárias – dois trabalhadores do PCdoB e uma trabalhadora (acho também do PCdoB) foram quase que linchados no ato, tiveram suas bandeiras destruídas, assim como anarquistas que tiveram suas bandeiras e lenços que estavam no rosto arrancados a força, o grito era o mesmo daquelas manifestações onde se infiltraram os fascistas; “fora partido, aqui é Brasil” – e ergueram uma bandeira nacional – isso é caso pensado, afinal, o sindicato dos estivadores pertence a Força Sindical, que é ligada ao PDT indiretamente também ao PSDB.

A causa deles, (portuários é legitima) mas, estão sendo joguetes da Força. E é esse ponto que os trabalhadores precisam se conscientizar, pois, há oportunistas de todos os lados se valendo da classe trabalhadora.

Denunciamos/Repudiamos também

Foto-0157A forma como algumas pessoas da Força Sindical que compunham o ato, durante a caminhada da divisa das cidades até o centro de Santos ficavam reclamando de máscaras que usavam alguns companheiros (representação legítima black bloc)  e ficavam provocando, chegaram até cogitar entregá-los a polícia, já no centro foi a mesma coisa.

No mais, a luta continua e fica o aprendizado, não se fecha luta com quem é inimigo, mesmo não declarado.

Greve geral, ok, só não se iludir, tem sua importância e suas imperfeições.

Lutar Criar Poder Popular!

Reforma política: 11 de julho um momento histórico. De que lado virá o golpe?

Uma grande jogada do Governo de propor um plebiscito, ao mesmo tempo em que passava a batata quente para o congresso ganhava tempo para se rearticular em reuniões e arrumar a casa, pois como não era possível calar o grito das ruas, então o negócio era ganhar as ruas, para isso lançou suas propostas, a primeira delas trata da “responsabilidade fiscal” demonstrando logo de cara que o governo não irá ceder em sua política econômica. Deste modo, o que esperar de quem há uma década não mexeu na estrutura?

Paralelo a isso, feito baratas tontas às esquerdas começaram a se movimentar apavoradas com a ideia de um possível golpe que não sabiam ao certo de que lado direito viria, por isso, o primeiro ponto segundo elas era ocupar as ruas e retomar as pautas, visto que tomaram um cacete nas ruas pela revolta popular que repelia qualquer grupo partidário. (o que revelou o quanto a população está desacreditada das instituições, e facilmente assimilou o discurso disseminado pela direita) segundo porque sacaram (mesmo não assumindo) que não têm base popular e podem tomar uma grande surra nas eleições do ano que vem, afinal, a discussão de golpe contra o governo, uma coisa é certa, só é verdade à medida que for institucional, pois um governo que mantém uma política econômica que favorece toda uma classe empresarial, muito bem blindado ele está.

11 de julho de 2013

Visto como momento histórico as manifestações nas ruas desencadeadas pelo MPL, as esquerdas compreenderam a importância de ampliar a discussão e efetivar pautas emperradas da classe trabalhadora, com isso guinaram para uma cruzada um tanto esquizofrênica.

Logo, o governo maquiavelicamente decidiu colocar suas forças em movimento e lançou a discussão sobre a reforma política, mesmo sem muita objetividade do que representaria essa reforma política. Na verdade, o modo que está conjecturado só vai ludibriar a população com uma falsa participação, que no final das contas, os mesmos bandidos de sempre que irão decidir.

Contudo, decidido por bases governistas e outras não, o dia 11 de julho de 2013 acabou por se tornar pauta obrigatória, que toda esquerda partidária resolveu enfiar goela abaixo da população como o dia de luta nacional da classe trabalhadora, greve geral!

Legítimo? Parte do que está sendo levantado nas bandeiras, sim. E outra é puro governismo sem mexer nas causas que geram os problemas. Mas e aí? Ir pra rua ou não? Cabe refletir? Vivemos realmente um momento histórico em que a classe trabalhadora conseguirá fazer valer suas reivindicações? Ou não? Sobre isso, várias teorias já foram escritas e discutidas. Mas o que temos que ficar atentos, é para não fugir de um golpe que vinha da direita e cair em outra que agora parece vir da esquerda partidária, inclusive da governista.

Pois, será mesmo possível fechar luta com quem manda construir Belo Monte? Fecha os olhos para o extermínio indígena? Pinheirinhos? Gasta bilhões numa copa, entre outras coisas.

( referente ao partidos de luta, há muita dúvida e questionamento do porque insistem tanto nas ruas, mesmo sabendo que sem base popular não há mudanças de nada)

Ao que parece é que há um véu de ingenuidade e perversidade em tudo isso, a luta da classe trabalhadora precisa sim de organização e combatividade, mas esses instrumentos à medida que não dialogam com a população estão falidos, primeiro: porque todos eles seguem a mesma linha hierarquizada, hegemônica, centralizadora e autoritária, segundo porque suas concepções de lutas tendem a minar toda a autonomia popular, exatamente por adotarem um vanguardismo soberbo que toma decisões sem consulta popular.

Fica à reflexão, não para sectarizar, mas para não trabalharmos equivocadamente para grupos de interesse que se beneficiam da luta, assim como não deixar que a construção do poder popular seja adiado, devido estratégias que só reproduzirão o mesmo tipo de modelo de luta que pouco avança.

Poder no povo!

As reivindicações de uma categoria que nunca foi às ruas. Por que será?

tn_620_600_PROTESTO_MEDICOS_BOCA_MALDITA_-_BC-18Nesta quarta-feira (03) ocorreram em diversas partes do país manifestações realizadas por médicos, inclusive, aqui na baixada santista houve uma pequena em Santos na praça da independência. Já em SP a Avenida Paulista chegou a ser fechada. Como pauta de protesto; “melhores condições estruturais para a saúde, tanto no que diz respeito à questão física de tecnologias e suporte, quanto econômica para os residentes”. Pois, segundo eles, resolver o problema da saúde é uma questão de investimento na área e não de trazer médicos de fora do país para trabalhar.

Vamos lá.

Essas reivindicações da categoria tem se espalhado pelo país inteiro desde que o governo anunciou que traria médicos cubanos para trabalhar nos rincões do país, ou seja, em locais onde há poucos médicos dispostos a trabalhar. Afinal, para termos uma ideia o salário de um médico que está iniciando a profissão é de R$ 10.000,00 e lá nos confins do Brasil em área como Amazonas, eles ganham moradia e salários ainda maiores. Contudo, faltam médicos nessas áreas, por que será? Segundo estudos, há uma concentração de médicos na região sudeste, enquanto, nas outras regiões carecem, o que revela que essas reivindicações que eles estão levantando em parte são legitimas. Entretanto, há interesse de classe nessa discussão muito maior que o interesse em mudanças estruturais.

1. O problema com o Sistema único de Saúde (SUS) é estrutural e persiste há anos, é sabido de todos que é um serviço cada dia mais sucateado e cada vez mais entregue e gerenciado pela iniciativa privada, fundações, Organizações de Saúde (OS) e este é o ponto que devemos enfrentar e não está sendo pautado.

2. Há de se desmascarar o oportunismo de uma categoria que nunca foi às ruas brigar por coisa nenhuma, vide a luta dos técnicos contra o sucateamento e as condições de trabalho, e nunca houve solidariedade de médicos nessa luta, e por que será? Ora, sempre se beneficiaram dos cofres públicos desde a formação até a empregabilidade.

Neste momento, o que está acontecendo é um grupo social que se vê ameaçado, e está indo a luta num posicionamento de classe, mas que absorvem as pautas da esquerda e se fazem de amigos preocupados com a população, com a saúde… Mentira! Eles estão pensando em seus interesses, essa é verdade!

O que é preocupante é que com essa discussão tomada de assalto há uma pretensa ideologia de neutralizar o real problema e criar mais condições que privilegiam os mesmos grupos sociais. Essa luta por melhorias que eles defendem é aquela que protege uma democracia que produz regras “supostamente democráticas”, mas, que mantém essa ordem social, qual eles carecem, defendem e pretendem blindar, preservar e fortalecer para manter o mesmo tipo de desenvolvimento econômico que não mexe na estrutura, apenas promove mudanças paliativas que mascaram a realidade.

Temos que nos organizar e dizer que saúde não é mercadoria nem pauta de quem grita na rua e depois vai comer no Mc Donalds.

Opa! Querem fortalecer? Bora colar na periferia, a Unidade Básica de Saúde (UBS) tá precisando de médicos para fazer a diferença.

Manifestações do transporte: Os representantes públicos de Santos estão surdos? Ou estão ignorando a população?

936463_167176896797389_1609311320_nO vereador Kenny Pires Mendes da cidade de Santos anunciou por meio da rede social facebook que está elaborando um projeto de lei que possui a finalidade de incentivar a utilização do cartão transporte. (Objeto de discussão na cidade de Santos, devido à obrigatoriedade de sua utilização) Segundo o vereador a ideia funciona da seguinte forma: cada vez que o usuário utilizar o cartão acumulará pontos, qual será revertido em créditos que poderão ser trocados por ingressos de cinema, teatro, exposições, shows e afins, a ideia é estimular as pessoas deixarem seus carros em casa e consumirem cultura. Bacana! Só que não.

Dois problemas, um mascarando o outro, primeiro: obrigar as pessoas a utilizar o cartão não resolve o problema do transporte púbico, segundo: a questão cultural na cidade é outro problema sério, entretanto, vamos por parte, porque fazer um link entre os problemas só se for para realmente resolver, levantar cortina de fumaça e confundir as pessoas, não!

Então, que se mantenha o foco; o cartão é uma afronta, inclusive é inconstitucional, que num acordo de amigos, entre Prefeito + Ministério Público + Empresa de Transporte sob a égide do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) estão enfiando goela a baixo da população e mesmo com todas as mobilizações que ocorreram nestas últimas semanas aqui na baixada, parece que os representantes eleitos continuam surdos, ou simplesmente ignoram o que a população pensa, afinal, vale lembrar que quem utiliza o coletivo não foi consultado a respeito de tal mudança, e basta sair às ruas e perguntar as pessoas, a insatisfação é geral, no entanto, insistem num discurso de que 94% da população aceitou a medida, será? A população está na berlinda, por isso está usando o cartão, mas se ela concorda com está condição que lhe foi imposta, aí é outra coisa, e com isso não fazem números, né? O que não podemos perder de vista também, é a falácia da segurança aos motoristas – que na verdade, querem colocar uma pedra sobre o problema da dupla função exercida pelo motorista. ( e estão conseguindo)

Traduzindo: o serviço está aquém do desejado. Não adianta dar prêmios. É preciso melhorar o transporte, melhorar toda a estrutura e toda a lógica de funcionamento, é isso o que as pessoas querem, é isso que foi gritado em coro nas ruas. A Justificativa do Prefeito Paulo Alexandre Barbosa em dizer que o valor do transporte na cidade não aumentou demostra arrogância em não querer admitir que há um problema para se resolver que vai além de um aumento.

A população quer mudanças, não é mais possível utilizar um transporte caro e de péssima qualidade – e, não serão alguns ônibus com sinal WIFI e ar condicionado que irão resolver os problemas dos usuários que veem lá da periferia em ônibus lotados. Isso, é solução pra quem usa ônibus pra fazer turismo, não para os trabalhadores.

Relembrar é viver.

Ano que vem temos eleição e com certeza muitos políticos já estão alinhando seus discursos a essa nova configuração política que foi às ruas e exigiu mudança total de toda uma organização decadente, corrupta e infame que não representa a população, portanto, todo cuidado é pouco, a quantidade de oportunistas, aventureiros que irão tentar se beneficiar apontando direções não serão poucos. Não são as urnas que mudam a realidade, a política do voto é a grande farsa que a mídia condicionou como a grande festa da democracia, somente quem se beneficia é quem está lá os quatro anos cumprindo mandato.

O que muda a vida de fato é a organização contínua e o fortalecimento do poder popular!

OBS: Em 22 de abril de 2013 o vereador, então primeiro secretário da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Santos, Kenny Pires Mendes, divulgou em sua página pessoal Face book, que obteve boas notícias quanto ao futuro do transporte público da Cidade, após uma reunião com o prefeito Paulo Alexandre Barbosa.  Segundo ele “Esse serviço otimizará a viagem ganhando tempo em suas viagens, já que o motorista não ficará mais parado nos pontos cobrando e tornará a viagem muito mais rápida para o usuário” Ou seja, ele mudou de ideia e não é mais um defensor deste sistema de transporte público?, Ou esse projeto é só cortina de fumaça para desviar atenção?

A mídia oficial contra os trabalhadores

midia-menteO desserviço da mídia oficial continua implacável em seus ataques contra a classe trabalhadora, desde que resolveu embarcar na divulgação dos protestos que estão ocorrendo no país inteiro impulsionados pelo Movimento Passe Livre (MPL) e também por movimentos sociais que protestam em frente aos estádios de futebol, denunciando uma copa bilionária que sairá do bolso do povo e que já expulsou centenas de pessoas de suas casas, a mídia em seu ativismo elitista vem disseminando uma onda de criminalização contra manifestantes que são de luta, pois, o seu recorte classista visa acomodar os olhares num pensamento pacifico, como se isso existisse dentro de uma democracia opressora como a que vivemos em que o capital é o mais importante, não a vida das pessoas.

1044820_473896866033842_751014988_n1. Todas às vezes que mostram alguma manifestação fazem questão de dizer que a manifestação é um direito constitucional, mas que vândalos têm se apropriado dela e estragado a festa da democracia. Note a hipocrisia: até algum tempo atrás antes do sequestro da pauta, segundo eles mesmos todos eram vândalos, somente depois do caso da jornalista que foi atingida no olho por uma bala de borracha, que o discurso falacioso começou a mudar.

2. Compreenderam que podem se beneficiar e manobrar as pautas segundo seus interesses, de forma a transformá-la numa patética micareta com reivindicações soltas e não propositivas. (O mérito do MPL está justamente num trabalho de base com objetivo claro e pontual)

3. O lado mais perverso: a mídia lucra ao transmitir as manifestações, a globo de forma alguma estava interessada em fortalecer o movimento quando deixou de transmitir a novela, ela estava preocupada em não perder pontos de audiência, e com isso seus anunciantes.

Marcelo-Rezende-nota4. A canalhice de apresentadores como do programa Cidade Alerta da TV Band chega à barbaridade, frases vociferadas do tipo: tem que bater mesmo em vândalos […] isso aí é gente infiltrada, vagabundos, deve ser lá da cracolândia, essa gente perdida, desgraçada que vem atrapalhar um ato pacifico – legitimam, criminalizam e reforçam um olhar preconceituoso que estimula ódio contra a população pobre.

5. Manipulam a informação: o que acontece no centro da cidade, onde a maioria dos manifestantes pertencem à classe média eles mostram, e se dizem contra a violência policial, exceto em pontos em que eles apontam em que há vândalos – na periferia, por exemplo, não mostram nada! E lá os protestos são duramente reprimidos, na baixada santista, por exemplo, a periferia de São Vicente virou praça de guerra no dia 19 de junho, e na cidade de Santos no dia 20 de junho – a polícia matou dois jovens no Morro do Saboó, algumas horas antes de uma manifestação que haveria na encosta do morro, o que provocou ódio na comunidade que desceu quebrando tudo, misturando-se aos manifestantes. (armadilha criada para dar legitimidade a polícia para intervir na manifestação na base da borracha) E o que saiu na mídia? Que vândalos estragaram a manifestação que era pacífica.

sorriavocestsendomanipuxs4O cinismo da mídia atingiu seu ápice, de modo que sua força na formação dos valores sociais sobre a sociedade,  é assustadora. Fato que às correlações de forças entre Mídia Oficial X Mídia Livre é extremamente desigual, e que o trabalho da mídia livre é sempre na contra-mão –  sempre na resistência – difundir uma informação que a mídia oficial não pauta ou é contra –  além de informar, também se faz necessário desmascarar manipulações. Afinal, depois do ato tomado de assalto, (manifestações contra tarifa) e as pautas de esquerdas absorvidas por ela, é muito perverso e fica à reflexão deste poder midiático de massas que a maior parte das esquerdas ainda não aprendeu a combater.

Um exemplo claro é esse debate sobre os gastos na Copa do Mundo que sempre foi denunciado pela mídia livre, e que agora a mídia oficial se apropriou e até num programete como o da Fátima Bernardes na TV Globo está colocada a discussão, contudo, de forma deturpada, apresentando que o governo errou e está gastando muito, (como se ele fosse o único culpado) todavia, sem apontar quem está lucrando com a copa. (inclusive a emissora) Ainda assim colocou no imaginário popular esse debate, quem anda pelas ruas, poderá perceber o quanto a população está discutindo essa questão dos gastos, mesmo sobre o prisma da Rede Globo. Eis, o trabalho de base de sermos mídia. (meio que difunde, discute e confronta)

Portanto, fortalecer os meios de comunicações populares e livres é fundamental neste momento para fazer o contra o ponto, e não deixar que a mídia oficial domine o debate. Apesar, de como citado no texto; às correlações de forças serem desiguais, temos a vantagem de que ela não pode sustentar por muito tempo essa discussão, tem seus limites justamente por se servir daquilo que critica, eis seu Calcanhar de Aquiles.

Lutar, criar, mídia popular!

A PEC 37 caiu. E agora, José? Continuamos na ruas?

Há mais ou menos duas semanas quando começaram as manifestações contra o aumento da tarifa em SP que acabou desencadeando atos no país inteiro, um debate extenso e confuso no país iniciou-se pelas redes sociais onde a tal PEC 37 era tratada como algo muito mais importante que o debate do transporte público que havia sido iniciado, quase que a solução de todos os problemas estavam no bloqueio da emenda, inclusive, em algumas regiões as manifestações se tornaram contra a corrupção.

Mas, o que é a tal PEC 37?

A PEC 37 tem como objetivo retirar o poder do MP Ministério Público de investigar casos de corrupção, desvio de verbas, crime organizado, abusos cometidos por agentes dos Estados e violações de direitos humanos. Porém vale lembrar que o Ministério Público engaveta mais de 70% dos inquéritos policiais recebidos. Se o Ministério Público se dedicasse à sua função constitucional, não engavetando os inquéritos policiais, poderíamos, talvez, reduzir a impunidade. Na verdade, isso demostra um racha entre os Poderes, onde um quer passar a bola para outro.

Aguá mole pedra dura tanto bate até que aliena.

Com a onda de manifestações nas ruas, na rede, petição on line e até a Rede Globo pautando, o Governo Federal teve que sair de seu silêncio e se pronunciar a respeito, na verdade, num jogo de empurra-empurra para quem segura o pepino, e como já estava marcada a votação para esta última terça-feira (25) a PEC 37 foi derrotada na Câmara dos Deputados. Portanto, vale lembrar que há cerca de um mês uma imensa maioria queria aprová-la, e por que será? Sair ileso e defender os amigos bandidos? Claro. Porém, hoje os caras-de-pau simplesmente querem pegar carona na onda das mobilizações e votaram contra (medo porque ano que vem tem eleição?). Outras votações também ocorreram como dos royalties do pré-sal – sendo 75% para educação e 25% para a saúde. (lembrando que o pré-sal está a 8 km debaixo de rocha) Até o final da semana o Congresso pretende votar uma série de projetos que estão emperrados.

Mas, será que é com essas reformas anunciadas que iremos mudar “a cara” do Brasil? E transformá-lo num país justo e igualitário para todos? Como estão dizendo por aí. Claro que não.

Resolver casos de corrupção e aumentar investimentos são deveres, na verdade, obrigações até moral de quem governa, mas são soluções paliativas. Pois, o problema é estrutural: a forma como a sociedade está organizada, de como as instituições funcionam e como o sistema econômico se articula, são essas as questões que determinam as condições de vida das pessoas, entretanto, esse debate não está sendo colocado, e, é o mais importante!

As reformas vão garantir melhorias em determinados setores sociais, todavia, é mais um realinhamento das pautas da ordem do dia para readequar uma política econômica que se funda no lucro, na exploração e que somente continuará reproduzindo o mesmo formato de abismo social que separa grupos sociais garantindo privilégios e gerando exclusão. Ora, querem colocar os mensaleiros na prisão, quem não quer? Contudo, os mesmos que querem, também são os mesmos que aprovam leis do agronegócio, que são contra a reforma urbana, agrária, que super faturam em cima de licitações, que utilizam dinheiro do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDES) favorecendo empresas particulares, que querem educação e saúde de qualidade, mas estão sucateando os serviços públicos para favorecer a iniciativa privada e por aí vai, assim como são os mesmos hipócritas que agora criticam a copa, e no entanto, são os mesmos que lucraram e estão lucrando com ela, e como a discussão veio a tona querem pegar carona para se alinharem na política atual visando as eleições do ano que vem. Por que não foram contra antes? Antes que todo este circo fosse armado e todo esse dinheiro fosse gasto?

Neste momento devido a pressão popular (mesmo que torta) o que estamos assistindo é uma reconfiguração, e não uma radical mudança na estrutura social, pena que a maioria ainda não sacou isso, e quem percebeu, (esquerdas) em sua maioria estão mais pensando nas eleições do ano que vem.

De fato, as manifestações abrem caminhos tanto para a direita quanto para a esquerda petista e outras se beneficiarem na disputa pelo poder, enquanto lá na periferia, a bala não é de borracha e a galera está pagando bem caro, devido o embate político que usa o povo como massa de manobra e deixa o ônus onde a mídia não tem interesse de noticiar.

Gigante se você acordou, por favor faça a lição de casa e pare de ser X-9 que há muita coisa para se resolver e muto safado para combater.

Federação Anarquista Gaúcha responde ao Governador Tarso em coletiva

Entrevista Coletiva realizada no dia 23 de junho de 2013 na sede da FAG – Federação Anarquista Gaúcha que foi invadida ilegalmente pela Polícia Civil na última semana. Essa entrevista é uma resposta da FAG as declarações do Governador do RS Tarso Genro feitas na mídia culpando os anarquistas pela violência nas manifestações ocorridas em Porto Alegre.

O enredo de uma farsa! A tentativa de criminalização da Federação Anarquista Gaúcha

Na tarde de quinta feira (20/06/2013), antecedendo o protesto que já se previa multitudinário na capital gaúcha, ocorreu a invasão mediante arrombamento do Ateneu Libertário A Batalha da Várzea, executado por agentes policiais sem identificação. Devido a isto, no comunicado da madrugada de sexta-feira, dia 21 de junho, informamos que a invasão havia sido realizada pela Polícia Federal, afinal de contas assim se apresentaram os agentes da repressão.

Através da coletiva concedida pela cúpula da Segurança Pública do governo do RS, na tarde da sexta-feira, dia 21 de junho tivemos a informação que tal operação foi realizada de fato por agentes da Polícia Civil, omitindo-se o fato de que a operação se deu de forma ilegal, sem o correspondente mandato judicial, conforme o apurado pela assessoria jurídica que nos apóia nesse momento, de forma solidária.

Esta coletiva de imprensa portanto não poderia anunciar outra coisa se não uma farsa,na busca de um bode expiatório para responsabilizar pelas manifestações de violência ocorridas nos protestos de forma generalizante, acusando que todos os atos de depredações e “vandalismos” fossem de responsabilidade dos anarquistas presentes nos protestos e especificamente dessa organização política, como já dito anarquista.

O fantasma atemorizante criado nas redações da RBS: a presença de bandeiras anarquistas, grupos e indivíduos punks e o já folclórico devaneio do âncora da RBS Lasier Martins “mascarados anarquistas” deram a tônica da conspiração em curso. Apresentaram-se “provas”, segundo a polícia nessa operação ilegal, de materiais para confecções de coqueteis molotovs e um mapa com a identificação de órgãos de segurança do Estado, com o quê buscam afirmar que planejávamos desatar ataques.

Além de tais objetos plantados, a coletiva para a mídia corporativa retira a sua máscara e demonstra a farsa em curso, o real objetivo da operação. Segundo o próprio chefe da Polícia Civil, o delegado Ranolfo Vieira Jr. “é importante dizer que nesse local também foi apreendido vasta literatura, eu diria assim, a respeito de movimentos anarquistas.” Considerando que os geniais homens da “inteligência” invadiram uma biblioteca libertária, é natural que achem livros senhores Ranolfo e Tarso Genro. Não sabíamos que uma literatura anarquista, tanto atual como histórica, constitui prova de crime. Desde quando livros estão proibidos em nosso estado? Sim, isto é verdade, levaram muitos livros e o fichário dos usuários da biblioteca do Ateneo, dos quais exigimos a restituição em nossas prateleiras.

Dentre os “perigosos” livros apreendidos, consta a obra Os Anarquistas no Rio Grande do Sul, de João Batista Marçal. O livro foi editado com apoio da Secretaria de Cultura de Porto Alegre no ano de 1995, justo no período em que Tarso Genro era prefeito! Quem faz a introdução é Luiz Pilla Vares e a apresentação é de Olívio Dutra. Ou seja, se publicar livros anarquistas é crime ou ato suspeito, o atual governador já ajudou nesta ação “perigosa”.

Voltou a Censura no Brasil? Ou só no Rio Grande do Sul? O Ateneo Libertário A Batalha da Várzea localizado na Travessa dos Venezianos é um espaço público, de fato uma biblioteca, como já dito, na qual se organizam várias atividades políticas e culturais, em muitas delas inclusive com a participação da vizinhança local. Usamos também instrumentos musicais, teatro, tintas, pincéis, sprays para expressar através das artes nossas críticas e nossos anseios, enfim nossa ideologia. Quando nos apropriamos de palavras, as usamos para expressar idéias, estas armas perigosíssimas!. Quando tornaram-se criminosas as idéias dissonantes do status quo?

Além dos “perigosos” livros, a repressão política do RS afirma ter encontrado material inflamável. Sabemos que qualquer objeto além de um botijão de gás foi plantado com o objetivo de incriminar e isolar, a partir da repressão e da guerra psicológica, nossa corrente libertária e combativa, do atual cenário político. Começou com os factóides plantados pela RBS, onde aparecíamos como elementos “sociopatas” que planejam desatar inúmeras operações de guerrilha na cidade. Ora, precisamos de gás para aquecer a água pro mate.

Quanto ao mapa citado pelos chefes do aparato repressivo do estado, sob responsabilidade do governador, afirmamos aqui com veemência que não sabemos do que se trata, considerando ser essa operação ilegal, não há dificuldades em supor que seja algo “implantado” numa tentativa clara de nos criminalizar.

Reconhecemos sim e muito bem outro mapa, o da cidade de Porto Alegre, sua periferia e centro, porquê é aqui que vivemos e lutamos junto aos diversos setores das classes oprimidas, organizados ou não, socialistas ou não, enfim, o povo organizado contra a dominação e por melhorias nos serviços públicos e contra as retiradas de direitos conquistados pela luta popular em curso, com suas vitórias e derrotas há mais de um século. Aqui estamos há 18 anos, de forma pública, com bandeira, endereço e publicações tanto impressas como virtuais.

Participamos dos movimentos populares, estudantil, sindical, comunitário, nas rádios comunitárias, no bloco de lutas pelo transporte público, enfim, nas lutas sociais que somos chamados a pelear ou solidarizarmos. Já somos conhecidos sim, pelas policias, pelos movimentos sociais também pelos partidos políticos, inclusive por vários setores do PT e demais que compõem a base do atual governo de turno no RS porque de fato existimos e nunca nos furtamos a pelear.

Logo após a divulgação da operação da Polícia Civil o governador Tarso Genro se apressou a nos atacar da forma mais vil e covarde possível. Ansioso por nos golpear, Tarso nos associou ao fascismo, conclamando as organizações da esquerda a reverem suas políticas de aliança de forma a nos isolar. “— Todos os partidos e pessoas, inclusive os de ultra-esquerda, tem de ajudar a combater isso. Ninguém sobrevive a isso. Todos sucumbem. O caminho é aquele que nós já conhecemos e causou a Segunda Guerra Mundial” Assim se pronunciou o histórico dirigente do PT e governador do Estado Tarso Genro. Aliás, assim se pronunciou o ex-dirigente do Partido Revolucionário Comunista (PRC), irmão de um dos maiores teóricos marxistas do Brasil (Adelmo Genro Filho) e ele mesmo um ex-militante com dezenas de conflitos contra a repressão. Mas isso foi no século passado, não é governador?

Diante da absurda acusação de que somos fascistas, sugerimos aos assessores do palácio e aos agentes dos serviços de inteligência uma rápida pesquisa sobre as inconformidades ideológicas e históricas do que afirma o governador, pois historicamente combatemos o fascismo, existem correntes libertárias que dedicam-se exclusivamente a isto, sobretudo na Europa. Aos senhores jornalistas, lhes sugerimos ainda uma pesquisa sobre a resistência ao fascismo na Espanha e França no contexto da ascenção de Hittler e Mussolini sobre a Europa assim como sobre o episodio de 07 outubro de 1934, na Praça da Sé, em São Paulo, quando a épica coluna operária, formada sobretudo por anarquistas deu combate aos integralistas de Plínio Salgado da AIB (Ação Integralista Brasileira), no fato conhecido como “ a revoada das galinhas verdes”. Fomos e seremos sempre os primeiros nas fileiras de combate a qualquer forma de totalitarismo, sejam eles stalinistas, fascistas ou de qualquer outra natureza. Ser anarquista não é crime.

Já que o senhor Tarso se demonstra tão preocupado com o avanço do fascismo, lhe indagamos: Organizar uma biblioteca pública com foco em literatura anarquista e obras diversas é um crime? Se nossos livros estão sendo apresentados como provas de crime segundo as declarações da cúpula de segurança pública, o que pretendem o senhor Tarso e demais autoridades do estado com isso? Vão fazer como os fascistas e queimar nossos livros em praça pública? Proibir a impressão e venda de títulos relacionados ao anarquismo? Realizar incursões em residências a busca destes títulos, dado o caráter “inflamável” de tal literatura?

Reconsidere suas palavras senhor Tarso, pois são estas operações policiais, sob sua responsabilidade, que afinal se mostram vinculadas a uma prática de perseguição de idéias libertárias, portanto terminam por apoiar práticas que cheiram fascismo. Lembramos ainda que há sim grupos nazistas em Porto Alegre, os quais estavam armados com facas no último protesto do dia 20 de Junho, circulando livremente sem a correspondente repressão que nos dedicam, procurando os anarquistas da FAG. O que lhes parece que queriam, seguramente não era pra debater a conjuntura não é? Quanto a isto o que farão os responsáveis pela segurança pública. Livros não são crime!

Sabemos que a meta do governo estadual é política. O objetivo de toda essa guerra psicológica é semear pânico, isolar-nos do cenário e assim pavimentar o caminho para a sanha repressiva em direção de nossa organização e seus militantes.

Por fim, reafirmamos que não iremos nos dobrar a mais essa investida. Desde o início do ano estamos sendo alvejados pela repressão, ainda que até então ela não tenha nos atingido com tamanha intensidade. No início de abril, logo após um massivo ato contra o criminoso aumento das passagens de ônibus, que reuniu mais de 10 mil pessoas nas ruas de Porto Alegre, tivemos nosso site retirado do ar. Na verdade, o domínio www.vermelhoenegro.org simplesmente sumiu, assim como seus domínios espelhos. Esta censura que segue vigente, fazendo com que encontremos espaços alternativos para divulgar nossas opiniões.

Situação semelhante também ocorreu em novembro de 2009, quando nossa antiga sede foi invadida pela mesma Polícia Civil, a mando do então governo Yeda Crusius (PSDB) em função de um cartaz onde responsabilizávamos politicamente a governadora e o oficial da Brigada Militar no comando do campo de operações pelo assassinato do colono Elton Brum da Silva, em 21/08/2009. O militante sem terra foi morto a sangue frio e a queima roupa por um tiro de calibre 12, enquanto protegia as crianças em uma desocupação de terra na campanha de São Gabriel. Naquela ocasião, por fazermos a denuncia e darmos solidariedade também tivemos nosso site censurado e ainda hoje 06 companheiros/as de nossa organização seguem respondendo processo judicial, no qual seguimos reafirmando que Yeda e o comando da BM foram os responsáveis diretos pelo assassinato de Elthon Brum!

Assim como não nos dobramos a repressão vil do governo Yeda, tampouco iremos nos dobrar a repressão do governo Tarso, que busca isolar a esquerda combativa de forma a atacá-la com maior contundência sob os aplausos e gargalhadas dos setores mais reacionários de nosso Estado e país. Tarso, ex-comunista, ex-dirigente revolucionário, mudou de lado e hoje é uma caricatura torta do militante que pretendia ser nos anos ’70 do século passado. Hoje se porta de maneira servil diante da RBS. Para “defender” o papel simbólico da empresa líder na comunicação social, orienta a Brigada Militar a atacar os manifestantes quando passam do outro lado do Arroio Dilúvio, em uma avenida de seis pistas! Não foram os anarquistas que lideraram a linha de frente da marcha da ultima quinta feira em direção a ZH. Choveu bombas de gás e balas de borrachas sobre as cabeças com caras pintadas de verde e amarelo e flores nas mãos. A imagens dos protestos da última semana em Porto Alegre têm a marca das bombas da BM lançadas contra o povo ordeiramente em marcha na direção da Zero Hora.

Enfim, esse é o caminho pelo qual trilham, invariavelmente, as políticas de pacto social. A história já nos demonstrou de forma clara, basta olharmos a social democracia alemã e sua caça aos conselhos operários sob influência dos então spartarkistas, delegados revolucionários e também de muitos anarquistas. Caçada essa que levou a ostensiva perseguição de valorosos militantes da classe trabalhadora alemã, como Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht e Gustav Landauer, este último militante de nossa corrente anarquista. Todos eles presos e assassinados a coronhadas pelas forças de repressão da social democracia. Todos estes militantes serviram de bode expiatório para as políticas de conciliação de classe, que, somadas com a inércia decisória, levaram ao caos e ao nazi-fascismo. Governador, conforme foi dito, se nós estivéssemos à beira da 2ª Guerra Mundial, seríamos milicianos espanhóis, resistentes franceses ou partigianos italianos. Já o senhor, de que lado estaria? De que lado está agora?

A FAG, com 18 anos de história e vida pública e permanente atuação em diversas das lutas sociais em nosso estado e país, é parte de um legado histórico de uma corrente que há quase dois séculos levou às últimas conseqüências o combate a reação, as classes dominantes e seu Estado lacaio. Sim temos relações internacionais e estas surgiram em 1864, na 1ª Associação Internacional dos Trabalhadores, AIT. Todas as correntes do socialismo têm relações com agrupações afins em diversos países. Todas as vertentes do socialismo são internacionalistas, ou o ex-dirigente do PRC também considera isso um crime? Se hoje no país os trabalhadores têm assegurados alguns direitos, estes são fruto de 40 anos de luta sindical antes de 1932.

Esta luta era mobilizada por sindicatos livres, desvinculados de partidos políticos, e os organizadores eram militantes anarquistas. O anarquismo é parte da luta popular no Brasil e no Rio Grande do Sul e continuará sendo. Nossa organização ajuda a organizar a luta pelo direito à mobilidade urbana, pelo passe livre e redução dos preços das passagens. Somos parte integrante do Bloco de Luta pelo Transporte Público desde sua fundação, assim como militamos e participamos em diversas frentes de lutas sociais, como Movimento Sem Terra, Rádios Comunitárias, Sindicatos, Movimentos Estudantis, de Luta pela Moradia, Comunitário, somos linha de frente na luta pela diversidade e desde o começo nos Comitês Populares da Copa.

A nossa história, “excelentíssimas autoridades” é escrita com o sangue e suor das barricadas dos oprimidos e assim sempre será. Vossa sanha repressiva nunca será capaz de nos calar. Não tememos as hienas e nem a fábrica de mentiras da RBS! A verdade fala mais alto entre os militantes do povo. Somos militantes de esquerda não parlamentar, militantes populares e não terroristas. Terrorista é quem joga bombas contra dezenas de milhares de pessoas caminhando desarmadas. Tarso Genro, RBS e oligarquia gaúcha, sua campanha difamatória tem pernas curtas e a mentira não passará.

Não tá morto quem peleia!

Federação Anarquista Gaúcha, 22 de junho de 2013

Agência de notícias anarquistas- ANA

Por trás da cortina,
o passarinho não vê
que aguardo o seu canto.

Henrique Pimenta

Pra onde vai essa revolta popular? Manifestação contra o aumento da tarifa na baixada santista.

1016087_548704811858383_1920239757_nNeste último sábado (15) o movimento que luta contra o aumento da tarifa na baixada santista retornou as ruas em proporção menor, cerca de trezentas pessoas fizeram seu grito ecoar pelas ruas das cidades de Santos e São Vicente.

Um movimento ainda incipiente caracterizado pela revolta popular que tem mobilizado o país inteiro, o pique de seus protestos ainda não tomou folego para avaliar suas estratégias de ação, com atos seguidos e caminhadas longas, o movimento optou pela ação direta de não cessar a onda de protestos enquanto os governantes não tomarem uma atitude, tudo isso decidido e deliberado em plenária após os atos, e também por meio da página de evento no Facebook.

181283_548705038525027_77747818_nA questão agora é pra onde vai toda essa soma de revolta popular? Pois, mesmo dizendo estarem alinhados com o Movimento Passe Livre (MPL) de São Paulo possuem algumas diferenças que podem ser vantagens ou também desvantagens.

O grupo é bem heterogêneo com várias tendências, mesmo seguindo um ponto de convergência que é a luta e não atrelar-se a partidos, ainda deste modo, a composição pelo que nota-se ao acompanhar a página no face, é que o grupo é formado por pessoas muito diferentes no pensamento político, com uma maioria que foi as ruas pela primeira vez e pouco conhecem de luta social, e também com pessoas de tendências nacionalistas e outras libertárias que são áreas de pensamentos antagônicos, além daquelas pertencentes a partidos.

Com isso fica a pergunta; será que irá surgir grupos definidos de lutas contra o transporte público que confluam em determinados pontos, mesmo com divergentes ideologias.? Será possível aglutinar todos? Ou, simplesmente nada irá acontecer?

Em todo caso, o movimento de uma forma ou de outra deu uma lição em toda a classe política da região no que diz respeito a mobilizar-se e a sair do estado de inércia que vivia a região. Só que agora precisarão de muita lucidez e calma para dar passos. E quais são as pernas?

Afinal, a luta contra o monopólio do transporte público é um embate gigantesco que será preciso muita organização e também apoio das pessoas que andam de ônibus, ou seja, criar ações que agreguem e dialogue com a população podem ser uma forma viável de dar consistência ao movimento, sendo que terão que suar a camisa num trabalho de base, antes que pelo pique do momento se exceda, e ao contrário de conquistar e estimular a população, apenas provoque o ódio, o que contribuirá para uma mudança comportamental de uma polícia que tem acompanhado de longe, mais que pode mudar da água para o vinho, revelando o lobo por trás do cordeiro.

Vide SP – a polícia atua as ordens do Governo e nunca as ordens da população, a calmaria na baixada é reflexo de observância, se o movimento começar atingir interesses econômicos. Conhecerá de perto o papel do Estado.

Lutar, criar pode popular!

Hoje terá manifestação:

Local : Concentração na praia em frente a Av. Conselheiro Nébias. Seguimos pela avenida da praia, até chegarmos na Balsa. Paramos a balsa por alguns minutos, chamando a atenção das pessoa de Santos e Guarujá. Depois seguimos para a praça do mercado do peixe, para fazermos a plenária.
Hora : 17:00

A dica pra quem não puder ir no ato é assistir hoje a noite na TV cultura no programa Roda Viva entrevista com os representantes do MPL de SP.

A baixada santista parou! Manifestação contra aumento da tarifa cresce a cada dia.

1016640_548115075250690_1376963550_nOntem dia (14) cerca de mil pessoas foram às ruas e deram o recado a Piracicabana e a classe inócua política, “se a passagem não baixar a baixada santista toda vai parar”!

Quem duvidou e achou que o movimento não tivesse força, agora deve estar engolindo à seco suas criticas.

O movimento saiu da praça da independência em Santos em direção à cidade de São Vicente seguindo pela orla da praia com intuito de ir apenas até a divisa (da praia) das cidades, já para dar o recado que no próximo ato, São Vicente também será ocupada, pois, a preocupação dos manifestantes é com a questão metropolitana do transporte.

983972_548037775258420_984982196_nA via de acesso entre as cidades de Santos e São Vicente foi bloqueada e por onde as pessoas passavam: aplausos e apoios foram ganhando, além de adeptos na caminhada. Claro que, também muitas pessoas reclamaram pelo congestionamento criado, afinal, muitas pessoas que voltavam do trabalho não entendiam bem o que estava acontecendo, pois, para uma região onde o estado de letargia engendrou a ideia que jamais na baixada ocorreria uma manifestação desta magnitude, até mesmo, por uma questão cultural, evidente que o choque e o espanto são elementos naturais, mas também são formas de questionar e mostrar o tamanho da força que tem a população quando ela está organizada.

Hoje terá mais um ato às 17h e começará na divisa da praia indo em direção ao centro de São Vicente para ocupá-lo e também convidar os vicentinos a juntar-se ao movimento, assim como deixar o recado aos representantes públicos que a população acordou e que a inércia política está com os dias contados, pois, quem não estiver a favor, estará contra, só que, quem manda é a população!

Lutar, criar poder popular!

Parabéns a todos os protagonistas desta caminhada! Tamujunto!

 

Geraldo Alckmin na baixada: uma festa ofuscada pela luta popular!

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Foto: G1

O Governador de SP Geraldo Alckmin esteve na baixada santista ontem em visita politiqueira e foi recebido com protestos, primeiro pelo pessoal da área da saúde que reivindicou melhores condições de trabalho, salário e estrutura nos hospitais públicos da região, além de denunciar a falta de equipamentos e medicamentos no hospital Emílio Ribas. Em seguida foi à vez de manifestantes contra o aumento da tarifa no transporte expressarem  o seu repúdio ao governador; com frases:

alk33333Alckmin fascista, ditador – Alckmin vai tomar no cu.

O que era pra ser uma festa se tornou um tremendo constrangimento para a classe política da região, que havia preparado toda uma festa em comemoração aos 250 anos de José Bonifácio (outro porcaria).

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O Prefeito da cidade de Santos – Paulo Alexandre Barbosa teve também seu nome levantado em coro pelos manifestantes; Paulo seu ladrão, não queremos o seu cartão – vem pra fora bater um papo com povão.

Mas a festa da politicagem continuou e o governador foi para São Vicente onde foi homenageado por políticos da cidade que agradeceram o repasse de R$ 200 milhões em investimentos e criação de duas ETEC’s na cidade. (como se isso, não fosse obrigação do governo estadual) Ô classe política que gosta de lamber um saco, para termos uma ideia da tamanha puxa saquice – a pedidos, irão conferir Título de cidadão vicentino ao governador –  falta do que fazer.

Em entrevista a mídia oficial o governador declarou que não negocia como manifestantes e não vai baixar a tarifa, pois é – só o cacete né coronel Alckmin?

A pergunta é, quando será que haverá uma classe política menos tacanha e lacaia?Nunca?