Tem anarco-punk na Baixada Santista??? Exibição do Documentário: “Todo Fim É Um Começo!”

1391702_689203744424417_349322805_nAMANHÃ !!!

Dia 2 de Novembro de 2013, Sábado, às 18 horas, na Cinemateca de Santos, Rua Xavier de Toledo, Número 42, Bairro Campo Grande, Santos/SP. Exibição do Documentário: “Todo Fim É Um Começo!” (Produção: Anarco.Filmes & Coletivo Cultive A Resistência, São Paulo, 2012, 68 Minutos) + Debate sobre a história & perspectivas do movimento anarco-punk em São Paulo e na Baixada Santista com Zeca, Marina & Josimas.

ENTRADA GRATUITA !!! FORTALEÇA A CULTURA LIBERTÁRIA !!!

Revolucionando o Cotidiano, Cotidianizando a Revolução !!!

Palestra e troca de ideias com EDUARDO TADDEO (Rapper, Ex-Facção Central).

A ACC – Associação Cortiços do Centro (Santos/SP)– orgulhosamente convida a todos para:

10014_602338566496829_1577144185_nPalestra e troca de ideias com EDUARDO TADDEO (Rapper, Ex-Facção Central).
Autor do livro “A Guerra Não Declarada na Visão de um Favelado”, onde ele expõe sua visão sobre os problemas sociais e o estado de guerra em que vivemos no Brasil. O livro é uma extensão de suas composições pelo Facção Central e é mais uma arma contra os opressores.

“CADA LIVRO ABERTO É UM INIMIGO GOLPEADO”

“Existe um ditado que diz que a história é escrita pelos vencedores, na minha interpretação, este ditado é alterado para: a história é escrita pelos assassinos, até porque, morto não escreve”.

A LITERATURA DE GUERRA ESTÁ NO AR E VOCÊ ESTÁ CONVOCADO PARA A 
REVOLUÇÃO!!!!!!

“Infelizmente, no papel de hospedeiro e transmissor de más notícias, eu não posso evitar que os novos Confúcios tenham paradas cardíacas. Não posso me silenciar. Está encravado no meu DNA a obrigação de informar para cada refém da playboyzada, que dentro da engrenagem que move o Brasil, não há espaço para paz social, ações comunitárias, ajuda mútua e distribuição de bens”. (Eduardo Taddeo, A Guerra Não Declarada na Visão de um Favelado).
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FIQUEM LIGADOS O EVENTO CONTARÁ COM AS APRESENTAÇÕES DE:

Voz de Assalto, Crias da Baixada, TP 013, T.H, Rheu, Digão MC

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O evento acontece no dia 27/10, a partir das 13h.

Endereço: R. General Câmara, 410 – Paquetá, Santos
Canteiro de Obras do Vanguarda!

COMPAREÇAM!

P.S: Fortaleça com 1kg de alimento não perecível e/ou roupas e calçados em bom estado.

Rio de Janeiro e São Paulo desencadeiam perseguição as manifestações e diversas pessoas são presas

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Ontem – dia dos professores.

Com um saldo de mais de 200 pessoas presas, o Rio de Janeiro tem dado início a uma intensa perseguição aos manifestantes, primeiro foi a lei das máscaras, agora chegou-se ao absurdo de prender manifestantes e enquadrá-los na Lei de Organização criminosa feita apenas para organizações criminosas de tráfico e quadrilhas criminosas. Em São Paulo também houve muitas prisões após uma manifestação em que a polícia reprimiu violentamente. Há quem diga que a culpa é dos vândalos, pois é, quando este atentado a liberdade exercido pelo Estado sobre o comando e silêncio dos governantes bater na porta de cada um que reproduz essa besteira, aí será tarde… Todo apoio e força aos perseguidos políticos!

Seguem alguns relatos; (são muitos e precisam ser divulgados, linkamos apenas alguns)

Militante presa ontem na manifestação da aldeia maracanã

Militante presa ontem na manifestação da aldeia maracanã, conduzida para Bangu (presidio de segurança máxima) até o fechamento  desta matéria não havia noticias a respeito dela.

Foram presos na manifestação pacífica de ontem, dia 15/10/2013, os companheiros de Resistência da Aldeia Maracanã: Victor Ribeiro, Soledad Barbosa, Abdias Guajajara, Parázinho, Philippe França (Francês).

As mulheres foram encarceradas no Presídio Joaquim Ferreira, em Bangu e os homens no Presídio Guaxindiba em São Gonçalo. Estão sendo acusados de formação de quadrilha, corrupção de menores, e por causarem incêndio. Acusações falsas de um governo ditatorial em pleno século XXI. Assim que tivermos mais noticias voltaremos a postar. #liberdadeaospresospoliticos #ResistenciaAldeiaMaracanã#AldeiaResiste #UNIAM

#ProtestoRJ

1393974_521440924613970_119726350_nCorpus: ”NÚMERO DE DETIDOS NA MANIFESTAÇÃO DE 15/10/2013

05ª DP – 08 detidos no total – 05 liberados e 03 presos
12ª DP – 10 detidos no total – 03 liberados e 07 presos
17ª DP – 28 detidos no total – 25 liberados e 03 presos
19a DP – 05 detidos no total – 05 presos e nenhum liberado
22ª DP – 49 detidos no total – 49 liberados
25ª DP – 39 detidos no total – 39 presos e nenhum liberado
29ª DP – 29 detidos no total – 29 liberados
37ª DP – 27 detidos no total – 27 presos e nenhum liberado”

Via HC

1378486_235550573269762_3766464_nAgente da Polícia Ferroviária (PF) saca arma contra manifestantes que aguardavam por trem na Estação Pinheiros da Linha 4 Amarela.
15 de Outubro – São Paulo

PARA SER PRESO, BASTA ESTAR NA RUA?

Na noite de ontem, um colaborador do Rio na Rua, nosso amigo, foi detido no cerco à escadaria da Câmara Municipal. Após horas de embate entre manifestantes e polícia, as detenções foram realizadas em um momento em que os ânimos pareciam ter se acalmado.

Depois de várias rodadas de bombas de gás e de efeito moral lançadas na Cinelândia, a maior parte do contingente policial estava em sua concentração na rua Senador Dantas. Nossa equipe transmitia o retorno da polícia e tivemos a impressão que eles iriam se retirar. Contudo, sob as ordens de seus comandantes, eles voltaram à Cinelândia pelas duas ruas que ladeiam a Câmara e cercaram a escadaria, onde um grupo de manifestantes permanecia.

Todos que estavam na escadaria foram revistados e, mesmo sem quaisquer indícios de delito, detidos. Entre eles, nosso colaborador. Sem resistência e com serenidade, sua característica marcante, foi levado a um ônibus, informado de que seria levado para a 5a DP. Entretanto, os detidos foram divididos por vários bairros da cidade, onde delegados de diferentes humores e convicções os esperavam com suas acusações já marcadas.

O repórter do Rio na Rua, portando identificação do coletivo, cobria o ato no momento de sua detenção. Não executou nenhuma ação direta contra a polícia, bens públicos ou privados, não havendo, portanto, provas materiais contra ele. Não foi o suficiente para impedir que, junto a todos que foram levados para a 25ª DP, fosse detido em “flagrante”, acusado de Formação de Quadrilha e Bando. Após passar a noite lá, está sendo conduzido ao Complexo Penitenciário de Bangu. Mais uma vez, pessoas escolhidas aleatoriamente, muitas que sequer se conheciam, receberam as mesmas acusações. Desta vez, um número assustadoramente maior, 84, está sendo conduzido a presídios.

O direito à livre manifestação foi violado mais uma vez. Aos que legitimam a ação excessiva da polícia com o argumento de combate ao “vandalismo” e de manutenção da ordem, pedimos que reflitam: o mesmo poderia acontecer com qualquer um que estivesse, no momento do cerco, parado na escadaria.

Após dois meses de resistência manifestantes do Ocupa Câmara foram removidos violentamente da Praça da Cinelândia. Em cenário de caos, sem a circulação de nenhum transporte público, a violência policial instaurou um toque de recolher por todo centro da cidade. Há denuncias de que policiais excederam os limites de suas atribuições, colocando vidas em risco ao disparar armas de fogo indiscriminadamente em meio à população. Observamos um rastro de capsulas de munição letal na esquina das Ruas Evaristo da Veiga com Rua México, e perfurações na fachada do Museu Nacional de Belas Artes. Um integrante de mídia independente relatou ter tido uma arma apontada em sua direção durante o mesmo incidente. Existem relatos e imagens circulando de dois indivíduos, não uniformizados, disparando suas armas na Cinelândia e de que grupos de milicianos intimidavam manifestantes nas ruas do entorno da Santa Luzia. Uma jovem teria sido internada após ter sido atingida no abdome por uma bala de chumbo. Centenas de manifestantes foram presos. Alguns foram vistos saindo da 37 DP na Ilha do Governador, descalços e algemados. A informação é que estavam sendo conduzidos para exames no IML.

FOTO: Kevin Barbosa / Coletivo Mariachi

NOTA A IMPRENSA

O JORNAL ZONA DE CONFLITO MÍDIA INDEPENDENTE COMUNICA AOS ÓRGÃO DE IMPRENSA Q SEU REPÓRTER FOTOGRÁFICO RUY BARROS FOI PRESO NA NOITE DE ONTEM POR POLICIAS MILITARES DURANTE A MANIFESTAÇÃO DOS PROFESSORES.

NOSSO FOTOGRAFO ESTAVA EXERCENDO SEU TRABALHO REGISTRANDO OS FATOS E FOI PRESO DE FORMA ARBITRARIA E SEM NENHUMA PROVA DOS CRIMES IMPUTADOS A ELE E DIGA-SE QUE SÃO CRIMES VISTOS APENAS NOS TEMPOS DA DITADURA.

NESSE MOMENTO NOSSO FOTOGRAFO RUY BARROS ESTA PRESO NO PRESIDIO NO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO DIFICULTANDO O ACESSO DOS ADVOGADOS E FAMILIARES.

EQUIPE JORNAL ZONA DE CONFLITO – MÍDIA INDEPENDENTE

AMANHECER EM 64

Hoje pela manhã a Polícia Civil, em ação conjunta com a Polícia Federal, iniciou a execução de diversos mandados de busca e apreensão na casa de ativistas políticos, dentre eles Anarquistas, Anonymous e participantes da tática Black Bloc.

Até agora seis mandados foram executados e todos os detidos foram acompanhados por advogados do Instituto de Defensores de Direitos Humanos -DDH.

A Organização Anarquista Terra e Liberdade, OATL, relata que residências foram invadidas pela Polícia Federal, eles tiveram seus equipamentos (computadores, celulares e pen drives) apreendidos e foram conduzidos à delegacia.
Todas as pessoas detidas já foram liberadas.

Ao que tudo indica, as forças policiais pretendem identificar provas que possam incriminar os militantes por formação de quadrilha e incitação à violência. Dentre eles, está Ana Cristina, que é professora da rede municipal e da rede estadual de Ensino do Rio de Janeiro.

Já não é a primeira vez que o governo estadual, por meio de seu braço forte, tenta calar as vozes das ruas, mas como as tentativas anteriores foram frustradas, a estratégia parece ser incriminar mais, punir mais e perseguir mais. O que eles talvez não estejam observando com essas ações de repressão, é que o movimento acaba ganhando ainda mais força, pela certeza de estar no caminho certo, no caminho que os poderes públicos temem, e por isso combatem.

texto: Luciano Silva e Mario Rocha
foto: Coletivo Carranca

#VemPraRua #protestoRJ #coletivocarranca

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ATENÇÃO, ESTE CASAL DA FOTO, A CERCA DE UM MÊS ATRÁS AVISARAM SOBRE AMEAÇAS QUE ESTAVAM SOFRENDO DE PARLAMENTARES.

Quem não viu essa matéria da época que saiu, VEJA… Eles estavam com medo das ameaças que estavam sofrendo a

exatos 2 meses atrás!

E o que aconteceu?! …

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/10/ato-no-rio-tem-64-presos-27-deles-autuados-em-lei-de-crime-organizado.html

PELA LIBERDADE DOS PRESOS POLÍTICOS NO RIO DE JANEIRO

ASSINEM A PETIÇÃO PUBLICA!!

https://secure.avaaz.org/po/petition/Libertacao_imediata_dos_presos_politicos_de_15_de_outubro_de_2013_no_Rio_de_Janeiro/?dvdDAdb

vídeo abaixo foi deletado da web ( havíamos postado, não durou dois dias)

http://www.youtube.com/watch?v=fCykczvMDDw

“Se Liga na Ideia” colocando em debate: Cultura Popular; VLT (Veículo Leve sobre Trilhos); Política na região da Baixada Santista e Organização popular.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Neste último sábado dia 12 de outubro a Rádio da Juventude recebeu a visita de Armando Santos (poeta vicentino) e de Tomaz (Da Associação de Melhoramentos do Conjunto Residencial do Humaitá). Ambos vieram trazer informações importantes sobre a região e também  sobre uma atividade cultural que irá ocorrer no Humaitá no próximo dia 26 de outubro.

Aproveitamos a presença destes amigos e gravamos o programa “Se Liga na Ideia” colocando em debate: Cultura Popular; Mobilida urbana, VLT (Veículo Leve sobre Trilhos); Política na Região da Baixada Santista e Organização popular.

Confira o programa na integra, e logo mais divulgaremos todas informações sobre a atividade cultural que ocorrerá  no humaitá.

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O modelo de democracia representativa serve para a classe trabalhadora?

A democracia no Brasil é frágil, o Congresso Nacional deixou isso claro inúmeras vezes por meio de suas arbitrariedades. O exemplo mais recente foi o caso do deputado Natan Donadon, que foi condenado por formação de quadrilha e peculato, e está preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e mesmo assim, em votação na Câmara dos Deputados sua cassação foi rejeitada. Apesar da vitória, Donadon não poderá exercer o mandato, e logo após a votação retornou de camburão para a Penitenciária da Papuda, como assim??? Absurdos de uma democracia em que a população assiste a seus representantes políticos fazendo o que querem.

Foto: web

Foto: web

Hoje com toda a repressão desencadeada contra as manifestações ficou nítido que democracia dentro de uma organização social que tenta conciliar mercado, sociedade civil e Estado, o peso maior é do mercado! É ele quem comanda o Estado e empurra o povo para a miséria. Os interesses são distintos, não há concilio. É ele quem financia campanhas para depois gerenciar – mas quem é o mercado afinal? Um ser abstrato? Não. São grupos empresariais, grupos que são os donos do Brasil, pois são eles que dão as cartas por trás dos bastidores do governo. (leia matéria a respeito do Instituto mais democracia (aqui) e (aqui)  que desenvolveu uma pesquisa sobre os donos do Brasil).

A lição dada pelos movimentos que foram às ruas lutar por direitos (ainda estão lutando e levando muita porrada) é que os direitos da classe trabalhadora não se negocia! As reivindicações se fazem de forma direta sem conversa furada ou conchavos. São anos de enrolação, de cooptação onde os fins justificavam os meios, onde um tapinha nas costas, um sorriso e uma conversinha para boi ir dormir enganavam ou simplesmente eram toleradas. Chega! Este tipo de lógica não nos serve, este tipo de lógica não atende aos interesses do povo que diariamente vive as mazelas sociais de uma saúde pública sucateada, de uma educação sucateada, de um trabalho precário, de um transporte ruim e de toda uma vida sendo negligenciada de direitos.

democracia_representativaAno que vem haverá eleições e a corrida eleitoral começou: criação de novos partidos, parlamentares trocando de legenda e desfiliações estratégicas, o que não é muito diferente de anos anteriores, porém, 2014 é um ano decisivo, pois as manifestações que acontecem pelo país dão o tom de que as eleições podem ter uma característica muito diferente.

1. As Instituições e os partidos estão desmoralizados;

2. Há uma imensa crise de representatividade;

3. Os governos têm se mostrado incapazes de dialogar e optam por abafar as reivindicações na base do cassetete.

Foto: web

Foto: web

De forma que um precedente histórico foi aberto para que toda sociedade discuta sobre que tipo de participação ela quer ter nas decisões, uma participação limitada e ilusória ou uma participação direta e realmente democrática?

O conflito

A configuração política mudou e a maior parte dos partidos, inclusive, os de esquerda, estão correndo atrás do rabo, tentando se adaptar ou ignorar, pois não entendem nada de horizontalidade, democracia direta e autonomia. São estruturas hierárquicas, personalistas e centralistas que historicamente acreditam que podem representar a classe trabalhadora de forma piramidal: “uns pensam e outros executam” – este modelo é um fracasso, só fortalece o Estado e engessa as reivindicações da classe trabalhadora, além de ser uma reprodução do próprio modelo capitalista autoritário e hegemônico que disputa poder e só enxerga o que é à sua imagem e semelhança. Essa nova configuração política retira das mãos de novos e velhos políticos profissionais o poder de comando, e isso, é inaceitável para quem sabe que esse sistema só funciona para garantir privilégios.

A esquerda partidária (PT) que ascendeu ao poder continua a patinar acreditando que pode negociar a luta da classe trabalhadora, “conceder aqui para ganhar ali”, mas quando a coisa aperta não é do lado da classe trabalhadora que eles ficam, e isso tem se mostrado transparente nos últimos tempos. Por exemplo, o silêncio que impera do Governo Dilma em relação a toda repressão desencadeada sobre as lutas populares. O governo está mais preocupado em acabar com tudo rapidamente para abrir caminho para a copa do mundo de 2014 do que ouvir e atender as reivindicações. O Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) tem perseguido e reprimido duramente o Bloco de Lutas – soma de diversos coletivos organizados que conseguiram junto com o povo revogar o aumento da tarifa em Porto Alegre.

Os programas sociais que inseriram milhares de jovens nas universidades e que contribuiu com a renda familiar de milhares de famílias que vivem abaixo da linha de pobreza são importantes na medida em que resolvem questões emergenciais de reparação histórica. Porém, após 11 anos de implantação, tornou-se moeda de troca para se ganhar eleição, vai passar mais 11, 22 sei lá quantos anos, e o discurso será o mesmo e nada de romper com a estrutura, pois no que tange o “conceder”, o governo injeta quantias enormes de dinheiro na iniciativa privada, incentiva o consumo criando uma bolha, uma vez que seu projeto desenvolvimentista (PAC – Programa de Aceleração do Crescimento) também gera exclusão. Em algum momento tudo isso irá explodir (já está) mostrando claramente que não é possível servir as duas classes sociais em que a miséria de uma é o sustento da outra.

Por isso cada dia fica mais evidente que não é votando neste ou naquele candidato que solucionaremos nossos problemas, este modelo de democracia representativa só alimenta um ciclo vicioso de parasitas no poder. Na verdade este modelo de democracia é um dos grandes problemas que temos que enfrentar com lucidez para construirmos uma política de ação popular direta para além da representatividade.

Somente a organização popular pode transformar a realidade! Não é mais possível assistir do lado de fora as decisões sendo tomadas, precisamos de um sistema em que o povo decida de forma direta e com plena autonomia.

Casa de Saúde Anchieta: Antiga casa dos horrores ainda carrega o peso das desigualdades sociais.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Casa de Saúde Anchieta, fundada em 1951, em Santos, era um local de internação de pacientes mentais. E que praticava maus tratos, com superlotação e ausência de terapias. As pessoas eram torturadas, recebiam tratamentos de choques, humilhações, fazendo o local ser conhecido como “Casa dos horrores”. A Intervenção municipal na Casa de Saúde Anchieta foi feita na gestão da prefeita Telma de Souza (1989-1992), no seu primeiro ano de governo, no que ficou conhecido como o início da luta antimanicomial no Brasil.

A situação atual do antigo manicômio é de mais de 54 famílias que lá vivem, além de famílias pobres, o local é abrigo de muito descaso e cinismo das autoridades políticas.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

A assistência social faz o papel fiscalizador, ou seja, a prefeitura sabe quem são estas famílias e todas suas precariedades, mas mantém o estado da situação. É sabido pelo poder público que as famílias vivem neste local insalubre, sem infraestrutura e com riscos iminentes (rede elétrica, desmoronamento, infiltração de água). No ano passado, por exemplo, houve um incêndio em um dos apartamentos, e por sorte não houve morte. A antiga casa dos horrores ainda carrega o peso das desigualdades sociais.

O processo tramita no Judiciário, ou seja, pela desapropriação ou não do local, aos moradores apresentam apenas propostas de auxílio-aluguel, o que o município já vem praticando há algum tempo, e percebe-se que é uma prática falida.

A cidade de Santos não possui enquanto política pública uma estratégia concreta no que tange a questão de moradia – verifica-se isso nos muitos cortiços que a região central comporta. As famílias que residem nestes locais, chamados “quartinhos”, pagam aluguéis em torno aluguéis caros, moram em porões de antigas casas coloniais e dividem seu cotidiano com muitas outras famílias em situações de extremas violações de direitos humanos.

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Neste local funciona um brechó – Foto: Rádio da Juventude

Para se ter uma ideia, com todo o déficit habitacional na cidade, não há uma secretaria municipal de habitação, e os poucos projetos que existem foram arrancados com muita luta, como os prédios construídos em esquema de mutirão pela Associação dos Cortiços do Centro (ACC). Infelizmente a situação de muitos desses moradores é de grande precariedade, e até mesmo a organização deles próprios é dificultada pelo dia-a-dia e por um viés assistencialista, que interessa a quem lucra com essa situação.

Se a prefeitura quiser realmente que essas famílias permaneçam no Centro, e não acabem parando nas ruas, ou sendo empurradas para o esquecimento, deveria começar a efetivar projetos sociais, em vez de fomentar melhorias apenas para a iniciativa privada.

É urgente investir em alternativas que não sejam apenas as práticas higienistas.

Ouça os áudios com relatos dos moradores:

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Muita coisa estranha neste 07 de setembro e a Baixada Santista não ficou de fora.

A livre expressão de pensamento é uma das garantias fundamentais de um estado democrático, garantido inclusive no artigo 5º da Constituição Federal. Entretanto, é preciso aguçar o olhar, pois na atual configuração social em que as lutas por direitos sociais se acirram, natural que muitos grupos venham a surgir, muitos de forma legitima e outros infelizmente de forma duvidosa. Por isso precisamos estar atentos a aqueles que tentam se oportunizar e ganhar notoriedade vislumbrando apenas o prestígio pessoal, construindo pontes para a eleição do ano que vem.

Neste dia 07 de setembro muitas manifestações estão sendo organizadas pelo país inteiro, é preciso esmiuçar o objetivo e quem organiza cada uma delas para não cairmos em balelas golpistas.

  1. O que representa o dia 07 de setembro? Dia da independência? Pra quem?

  2. Festejar este dia acreditando que somos um povo livre? Realmente somos? Quem é de fato?

  3. Levar bandeiras de reivindicação? Quais? E por quê?

Não devemos ser ingênuos e cair na festa democrática que o gigante acordou e agora tudo será diferente, será diferente sim! Com organização popular e autonomia, sem que ninguém venha nos dizer o que temos ou devemos fazer. Mas pra isso também precisamos sacar qual é a dessa pegada de autonomia. Como ela funciona¿ Pra termos uma leitura real e não sermos usados.

O Estado, as organizações de direita, os governistas e os pelegos estão todos assustados com a nova configuração das lutas, quais eles não podem controlar, porém não são bobos, senão podem controlar ou cooptar, vão sabotar e institucionalmente.

Não é a toa que no RJ já se instituiu uma lei que criminaliza quem utilizar máscaras em manifestações, e uma série de prisões se iniciaram. No sul ações repressivas são empreendidas pela Brigada Militar, sob ordens do governador do estado, Tarso Genro, no Congresso nacional tramita uma lei de regulamentação das manifestações, ou seja, um verdadeiro atentado à liberdade está se desencadeando e muitas pessoas e organizações de esquerda não estão percebendo isso, e isso não estará na Globo ou na Folha.

Na Baixada Santista

Está sendo organizada pela rede social facebook uma manifestação que ocorrerá às 14 horas deste sábado, na Praça da Independência, no Gonzaga, em Santos. Quem está à frente desta manifestação é o Movimento Passe livre Unificado uma organização que está sendo confundida com o Movimento Passe Livre (MPL). Porém são duas organizações distintas principalmente em seus princípios, pautas e estratégias de luta.

Primeiro; o MPL é um movimento muito bem articulado de princípios sólidos e coerentes que luta por um transporte público como direito social, e também um grupo anticapitalista que não tem a intenção de liderar ou representar o povo, pois acredita na capacidade do povo se autogerir.

Não queremos um benefício! Queremos outra lógica […] somos um movimento anticapitalista […] nossos princípios não foram decididos de cima pra baixo, foram decididos na nossa vivência […] Queremos uma vida sem catracas […] o MPL não é um espaço de disputas, temos uma pauta clara” MPL SP.

Segundo; a mobilização do MPL não tem como base o facebook, muito menos dar entrevista pra mídia burguesa pra divulgar ato, tipo; olha aí, tamu indo pra rua tal dia.

De fato há uma distorção que soa muito oportunista num momento em que o nome MPL está em evidência.

Pesquisem sobre o porta-voz deste movimento que segundo sua página no Face, ele é candidato a vereador e de um partido bastante polêmico na cidade de Santos, ou seja, há algo podre aí que não combina em nada com luta popular.

OBS: Uma das coisas mais legitmas que há neste 07 de setembro é o Grito do Excluídos, apesar de alguns lugares terem assumido um perfil de catequese, porém, ainda é um contra ponto em relação os desfiles patrióticos.

Regulamentar as manifestações fere a liberdade de expressão. Um retrocesso para a democracia.

Foto da  web

Foto da web

Seis pessoas foram presas em manifestação nesta última terça-feira dia (3) na Assembleia Legislativa (Alerj) do Rio de Janeiro, devido o Projeto de lei número 2405 que proíbe manifestantes de utilizarem máscaras. (a lei entrou em vigor neste mesmo dia) Entre as pessoas presas uma delas teve sua casa investigada, e lá foram apreendidos máscara, celular e um computador para averiguação, entre as pessoas presas duas foram identificadas por estarem discutindo pela rede ações de depredação de patrimônio e como se constrói bombas caseiras.

De acordo com os apresentadores do projeto os deputados do PMDB – Paulo Melo, presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), e Domingos Brazão, líder do partido, o objetivo do projeto é criar condições para que a polícia possa intervir com segurança em situações que o patrimônio público e privado estejam sujeitos a atos de vandalismo, de modo a garantir também a plena liberdade de manifestação identificando criminosos que têm se infiltrado nos atos. Outro ponto polêmico do projeto é que toda manifestação só poderá ser executada com aviso prévio a Prefeitura, ou seja, passar obrigatoriamente pelo crivo da lei.

Apresentado no dia 29 de agosto o projeto já recebeu treze emendas e alguns parlamentares já se posicionaram contra, expondo que o projeto é problemático e irá somente corroborar para acirrar o conflito nas ruas. A discussão na Assembleia Legislativa neste dia (3) foi impedida, devido o tumulto que ocorreu, pois a discussão gira em torno de tornar crime a utilização de máscaras em manifestações. (a casa retornará a discutir a questão no dia dez do mês corrente).

Foto da web

Foto da web

Na mira

O Ministério Público do Rio iniciou a investigação de 18 pessoas que supostamente estão envolvidas em depredações do patrimônio público e pontuou que, o direito de se manifestar é legitimo, mas a identificação terá que ser entendida como garantia de segurança e será obrigatória, recusar se identificar caracterizará como desrespeito a lei e as medidas cabíveis serão acionadas.

Traduzindo a lei:

1. A Polícia Militar poderá exigir a identificação de manifestantes e se considerar algum suspeito, poderá levá-lo a delegacia mais próxima para fotografá-lo, pegar as impressões digitais e verificar todos os dados e liberá-lo quando julgar necessário, e até mesmo acompanhá-lo até sua casa para averiguação.

2. A Prefeitura irá assumir o poder de decidir quais manifestações são legitimas e obedece ao viés democrático para exercer a liberdade de reivindicação, com isso a facilitação de identificação de grupos ou pessoas que serão responsabilizadas por possíveis danos gerados por protestos.

isto não foi os Black Bloc quem causaram, mas a polícia do Estado do RJ.

isto não foi os Black Bloc quem causaram, mas a polícia do Estado do RJ.

Vandalismo e Democracia

Uma das formas utilizada pelo Poder Público para confundir a população é o discurso de que a liberdade de manifestação num estado democrático precisa ser exercida de forma ordeira e pacifica e que atos de vandalismo devem ser repudiados pela sociedade. Todavia, essa discussão além de rasa é perigosa, pois forma valores de classe que não estão a favor daqueles que tem seus direitos violados, primeiro; porque ela apenas apresenta elementos que blindam o Estado e cumprem a função de manter o estado de coisas no lugar, sem alterar lógica alguma e muito menos promover algum tipo de transformação social, segundo: ela é contraditória em sua essência, pois fere a própria Constituição Federal que garante o direito à Liberdade de expressão a todo e qualquer indivíduo de manifestar seu pensamento, opinião, atividade intelectual, artística, científica e de comunicação por quaisquer meios, terceiro; pra resumir ela fortalece o Estado dando ao seu braço “Polícia Militar” ainda mais poderes para perseguir, coibir e agir de forma truculenta contra manifestantes, se antes desta lei a policia “esculachava e surrava” agora, está aprovada a plena liberdade de descer o cassetete e prender todo mundo sobre o crivo prévio da lei, isso sem contar o terrorismo criado sobre a pessoa que foi presa, que mesmo sendo liberada e tida como inocente de qualquer suspeita teve de passar por toda uma situação de constrangimento gerado pelo Estado e que a polícia com sua fé pública efetivará com maior autoridade e o menor respeito, caracterizando deste modo, uma invasão a vida particular que acarreta em um dano moral.

650x375_1352582 (1)Instituição sem moral

É perceptível que no Rio há uma crise de estrutura de Poder provocada pelas manifestações que há três meses tomaram às ruas com reivindicações que foram além do grito inicial contra a tarifa do transporte e apresentaram pautas que vão desde o fim da Polícia Militar, o fim do extermínio da juventude, a investigação de gastos públicos, mais investimentos na saúde e na educação, fim das UPPs, onde está Amarildo e muito mais, que acabou por culminar no “Fora Cabral”, gerando um desgaste no Governo Estadual reverberando no Municipal que tanto um quanto outro, não se abre ao diálogo, ao contrário, se tornaram ainda mais despóticos, e com este Projeto de Lei ficou claro que planejam formas de conter os protestos e reparar a crise, antes que em 2014 durante a copa do mundo a coisa piore, só que o povo nas ruas não está disposto a recuar, de forma que veremos nos próximos dias no Rio muita gente sendo presa.

image_previewAbrir os olhos

O que estamos assistindo é um retrocesso das garantias de liberdade de um estado democrático. (se é que elas realmente existem) Afinal, qualquer sociedade que realmente preza pela democracia tem a liberdade de expressão como elemento básico e fundamental para a vida social e para a composição de suas leis. Mas, como não devemos ter falsas ilusões diante de governos que defendem as lojas do Leblon, das agências do Itaú, das lanchonetes do Mc Donald entre outros símbolos do capital, e dão as costas para o sucateamento de todos os serviços públicos, devemos aguçar e muito nosso olhar em relação à instauração desta lei, que inaugura o que pode ser o início de um controle social muito mais duro que está por vir, e que na verdade já vivenciamos de forma não regulamentada, ou seja, um Estado cada vez mais policialesco onde a vida cotidiana está sob vigília e quaisquer reivindicações de direitos sociais terão que atender a um modelo apresentado por governantes, que num primeiro momento este controle institucional começa no Rio, mas que sistematicamente pode se espalhar pelo país contribuindo para a criminalização institucionalizada das lutas sociais.

Em Brasília foi protocolado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 6198/2013 para incluir o Artigo 40-A a Lei 3688 de 03 de outubro de 1941 que trata das Contravenções Penais para proibir o uso de máscaras e outros materiais usados para esconder o rosto durante manifestações populares do Deputado Federal Jorge Tadeu Mudalen (DEM/SP) que possui o mesmo caráter para aplicação em âmbito nacional.

Democracia é característica de povos livres. A liberdade se faz na luta. Inaceitável que uma regulamentação determine como se luta, como se reivindica e como se empoderar daquilo que há quinhentos anos nos é tomado. O vandalismo que criminalizam e querem coibir é o reflexo de um Estado ditatorial que submete a classe trabalhadora a total condição de subserviência a grupos sociais que servem ao capital e que estão unicamente defendendo seus interesses com essa lei.

Nem mais um dia de falsa democracia!

Somos todos vândalos!

Abaixo o Estado capitalista com sua polícia militarizada que mata pobre todo dia!

OBS: Até o fechamento deste texto tivemos informações de prisões de pessoas que sem julgamento foram encaminhadas para Bangu, presídio de segurança máxima do Rio e segundo a chefe de Polícia Civil Marta Rocha mais pessoas serão presas nos próximos dias, segundo Marta as acusações são por formação de quadrilha, incitar a violência na rede e depredação de patrimônio público.

Pergunta: Será que os policiais que usam máscaras e retiram suas tarjas sofrerão alguma punição?

Vídeos mostrando a trulência da polícia a serviço do Estado;

Familias do México 70 que foram atingidas por incêndio receberão a quarta e ultima parcela do auxílio aluguel este mês, e até agora as moradias nada.

Foto retirada da web

Foto retirada da web

As famílias que foram atingidas pelo incêndio no México70 em São Vicente a cerca de quatro meses receberão este mês a ultima parcela do auxílio aluguel. Segundo Mônica Morais uma das assistidas junto sua família pelo auxílio, até o momento a SEHAB Secretaria de Habitação de São Vicente não falou sobre o assunto, o que havia sido acordado no dia 25 de maio junto com todas as famílias na Escola Lúcio Martins Rodrigues é que o auxilio seria de oito meses, porém, na prática foram apenas quatro meses, e ninguém sabe ao certo como irá ficar daqui pra frente, pois segundo ela algumas garantias que foram prometidas não foram cumpridas, por exemplo, o cadastro de pessoas no programa do Governo Federal Minha casa Minha vida, assim como a liberação do FGTS, acrescenta;

“Nada daquilo que foi prometido foi feito, conversei com o secretário hoje pelo face e ele disse que o auxílio era apenas de seis meses, mas que está pedindo prorrogação no Ministério em Brasília, compartilha o vídeo, ele ainda fala que vai passar o pessoal que não tem cadastro na frente no Minha Casa Minha Vida e daria auxilio até sair o apartamento, eu sou cadastrada e vou receber logo o meu apartamento e os que não tem cadastro vão ficar na rua […] Ainda não foi feito esse cadastro para o Minha casa minha Vida só aqueles que já tinham cadastro, que é pelo Pac… Disseram uma coisa e fizeram outra, tá no vídeo. Não falam conosco.

Vídeo do dia em que SEHAB Secretaria de Habitação de São Vicente, e o Secretário Emerson Santos prometeu que nós do México 70 iriamos receber 8 meses de aluguel e que todos que não tinham cadastro só iria parar de receber o auxilio – só recebe-se o apartamento e agora estão querendo fazer tudo ao contrário (Esperamos uma Resposta ) Esse é o ultimo mês de auxilio Aluguel!  

Baixada Santista: Greve. Vem pra rua ou vai pra casa?

Mais uma paralisação ocorreu hoje (30) pela manhã promovida pelas centrais sindicais. Segundo informações divulgadas pelos dirigentes sindicais que organizaram, esta manifestação tinha o caráter de puxar uma ainda maior no dia 06 de setembro.

No bojo das manifestações que pipocam pelo país e ocupam câmaras municipais, as centrais apesar de terem ficado anos distantes das reivindicações de rua, possuem agenda política e força de paralisação urbana, afinal, quem passou por vias bloqueadas pode perceber que não haviam muitos manifestantes, apenas alguns de camisetas de sindicatos. No entanto, bloquearam durante 3 horas o trânsito – um carro de som ligado falando pro nada – uma galera sacudindo bandeira – e trabalhador descendo do ônibus e indo a pé para o trabalho, aí podemos dizer; nossa que alienado esse trabalhador, deveria aderir a greve, mas aderir a quê? Por quê? E com quem?

A realidade que temos é que os trabalhadores não se vêm representados por tais entidades, além de se encontrarem anos luz de distância das pautas, e não por falta de consciência, mas pela certeza de que nada muda e que apesar do sindicato ser um instrumento de luta, a vida cotidiana não condiz com parar uma avenida durante três horas.

Na prática boa parte dos sindicatos se tornaram uma instância burocrática que disputa espaço de poder, deixando as ações de base de lado, deixando os trabalhadores submetidos as suas agendas políticas em que ir pra rua é só estratégia política para amarrar acordo.

Na orla da praia da baixada por volta das 07h30, onde estava ocorrendo o bloqueio entre as cidades de Santos/São Vicente, 99,9% das pessoas que passavam não tinham o menor interesse em participar, alguns comentavam que não estavam nem sabendo que o ato ocorreria, se soubessem ficariam em casa, outros acreditavam na legitimidade, porém, tinham imensa desconfiança de tudo aquilo e por isso preferiam ir para o trabalho.

Paralelo

Em Porto Alegre ocorreu um ato grande mesmo, envolvendo os trabalhadores do metro e dos ônibus junto com estudantes, só que em Porto Alegre tem sido o resultado do intenso trabalho do Bloco de lutas, que vem dialogando constantemente com a população sobre a questão do transporte, não utilizando apenas os atos de rua como única ferramenta de luta.

Ou seja, é ínfimo e risório tal situação, pior! Fica-se propagando pela redes a maior paralisação de todas – a baixada vai parar – na luta com os trabalhadores – e de fato quando olhamos pra rua, cadê? Cadê a massa? Cadê os trabalhadores? O que se consegue de verdade é alimentar mais ódio na população, e como a mídia burguesa não ajuda em nada mesmo, a verdade nua e crua, é que essas estratégias são um prato cheio pra direita chincalhar com tudo.

É preciso refletir sobre isso, descer do pedestal da teoria, pois na prática o que deveria aglutinar e corroborar para a luta da classe trabalhadora, está só contribuindo pra esvaziar o debate e o avanço político.

Conselho Popular de Mobilidade Urbana: Uma farsa para desmobilizar a luta contra o monopólio do transporte!

No dia 02 de julho deste ano no Sindicato dos Urbanitários de Santos (SINTIUS) foi discutido e apresentado como proposta a criação de um conselho de mobilidade urbana. A ideia deste conselho seria debater sobre os problemas relacionados ao transporte na região procurando encontrar meios de solucionar a questão.

No dia 17 de julho foi aprovado em plenária o Conselho Popular de Mobilidade Urbana. A reunião ocorreu no Estação da Cidadania de Santos com a presença do Conselho Sindical da Baixada Santista e Vale do Ribeira, do Fórum da Cidadania, da UNE (União Nacional dos Estudantes), do MPL (Movimento Passe Livre), do vereador Evaldo Stanislau e de representantes do vereador Adilson Júnior e da deputada Telma de Souza –  todos do PT.

A deliberação do dia 17 foi a seguinte;

1. Abrir as planilhas de custos para verificar taxas de lucros da empresa (Piracicabana)

2. Defesa de auditoria

3. Criação da função de auxiliar de bordo

4. Discutir com os prefeitos das oito cidades sobre possíveis resoluções

5. Criar um plano de estudo do transporte junto com técnicos.

6. O vereador Evaldo Stanislau será o responsável pelo diálogo entre sociedade civil e Poder Público.

Daí

No início deste mês o Prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa falou sobre a legitimidade do conselho expondo sua importância para toda a região. E no caso o Sr Prefeito também já havia anunciado no dia 06 de julho a criação de uma comissão para avaliar as condições de transporte na cidade de santos, ressaltando que após a obrigatoriedade do cartão as condições de segurança do motorista melhorou muito e que a população aderiu o uso do cartão, com isso o serviço melhorou significativamente, “o tempo de viagem diminuiu, porque na medida em que o motorista deixa de fazer a cobrança, se concentra na atividade principal, que é dirigir o ônibus, e com mais rapidez”, explica. (Essa comissão é formada por técnicos da CET e afins…)

Ao que parece o conselho neste primeiro ano terá a responsabilidade de estudar, planejar e elaborar projetos que corroborem para solucionar o problema da mobilidade urbana.

Vamos aos fatos;

O conselho é uma farsa! Ele foi montado numa deliberação emergencial para tomar a discussão de assalto que estava em voga em todo o país, e com o medo que a casa ficasse ainda mais pequena, esses camaradas se articularam e impuseram à população um conselho meramente fajuto qual não garante poder realmente popular de decisão, mas sim fica nas mãos de um vereador, ou seja, ele é mais um conselho de cooptação das lutas para desmobilizar.

Vamos avaliar quem deliberou;

1. A UNE é uma entidade extremamente pelega que não representa nem os estudantes.

2. O PT é um partido falido que não representa a classe trabalhadora há tempos, tem sido omisso na região em relação ao transporte, qual o seu interesse de repente nesta luta?

3. O MPL que assinou o documento é uma farsa, não existe MPL na região, o que existe é um grupo em formação, onde há pessoas ligadas a partidos querendo se infiltrar exatamente para isso, assinar documentos e usar o nome MPL segundo seus interesses. (sem contar que este próprio grupo segundo informações não quis participar, porém, alguns camaradas atropelaram a decisão e se intitulam MPL BS, farsa!

4. O Conselho Sindical é aparelho do PT.

Resumindo: é tudo um grande golpe para desmobilizar a luta, se usando do nome “popular”, mas de popular não tem nada. Oras, por acaso houve consulta junto a população? Não! O que esses camaradas são peritos em fazer, é construir espaços institucionalizados para engessar a luta.

Pergunta; eles falaram algo sobre Tarifa Zero? Não! E nem vão tocar no assunto, porque eles não possuem nenhum interesse nessa discussão, eles na verdade, estão blindando ainda mais a empresa de transportes (Piracicabana) e procurando criar soluções paliativas para ludibriar a população.

VLT

As obras do Veiculo Leve sobre Trilho (VLT) estão em andamento, (graças a copa, senão continuariam paradas) contudo, ele irá fazer um percurso risório que não solucionará o problema da mobilidade urbana na região, o ideal seria que o VLT integrasse toda a região metropolitana, ou no mínimo para começar tivesse como ponto de partida a área continental de São Vicente, mas não será! Porque a incompetência dos representantes públicos trabalha sempre a favor da classe empresarial que financia suas campanhas, enquanto o povo é só massa de manobra em ano de eleição.

A cidade de Santos para dar uma soluçãozinha as enormes filas que se aglutinam pela manhã na orla da praia desviou a ciclovia e aumentou em cerca de 1m a pista, o que não resolve em nada, só gastou dinheiro público. São Vicente segue pelo mesmo caminho devido as obras do VLT alterou as rotas de trânsito, instalou ciclovias mal planejadas colocando em risco os ciclistas, além de ter fechado a Ponte Pênsil para reforma em comemoração de seu centenário deixando a população local sem transporte, com isso o trânsito está pior do que já era, e quem precisa ir trabalhar em Santos e vem da Praia Grande e tem que passar por São Vicente se f…

Tudo isso traduz perfeitamente a falta de compromisso de anos de todos os representantes públicos dos oito municípios que não se preocuparam com o planejamento metropolitano, agora, as cidades explodem e quem paga sempre é aquele camarada que tá no transporte lotado, caro, demorado e de péssima qualidade. Aí pra querer jogar a sujeira debaixo do tapete, criam esse Conselho que em nada irá resolver, que em nada irá contribuir para uma discussão ampla e radical, que não está reivindicando benefícios, mas direitos! Direitos sociais negligenciados que implicam em violações de outros direitos, e isso não esta na pauta deste conselho.

OBS: Segundo informações as reuniões que começaram no Sindicato do Urbanitários já tinham a intenção de tomar o movimento, houve até a ideia da criação de um grupo chamado 13 de junho, que foi o dia de maior violência policial contra os manifestantes em SP que comoveu até a mídia (dissimulada) burguesa. E como as manifestação se caracterizavam pela falta de liderança, o pensamento deste grupo era tomar o movimento.

Quem tem medo dos Black Bloc?

483966_10201513871399276_88036943_nOs black bloc com seu “A na bola” tem sido o grupo mais contundente e polêmico desde que os protestos pelo país tiveram início, inspirados no movimento alemão da década de 1980, este grupo rebelde (que muitos estão taxando de “espontaneístas”) tem efetivado práticas de ação direta como nenhum outro grupo.

Além de surpreenderam pela audácia e coragem de enfrentamento, os BB têm sido a linha de ataque nas manifestações, marcham de forma dissonante e por onde passam fazem cair os símbolos do capital, enquanto gritos de “sem violência” tentam domesticá-los, eles seguem combativos. Entretanto, centenas de criticas as ações promovidas pelos Black Bloc tem sido feitas oriundas de setores, inclusive, da esquerda partidária radical. O PSTU foi o primeiro partido a criticar abertamente, e, é infindável a quantidade de pessoas que “supostamente” são de esquerda e reproduzem a mesma retórica da mídia, criminalizando e nomeando essas ações de puro espontaneísmo, ou seja, de ações isoladas que apenas atendem uma estética simbólica que não agrega as massas.

12077_552029648178536_204241846_nE como as massas são a bola da vez, agora todo mundo fala em massa, em base, em “trabalho de base”, “apoio das massas”, “formação política”, oras, onde estavam os partidos e esses grupos que querem ensinar como se luta antes das manifestações? Na base? E o que eles fazem neste momento? Estão ganhando as bases? de que forma? Se juntando a luta fazendo alianças canalhas, ou distribuindo cartilhas e preparando cursinho?

Se contradizem, apoiam a radicalização e o enfrentamento violento, mas querem as massas para encabrestar ao mesmo tempo que são repudiados por elas, e não somente por causa do PT, mas porque a falência de tais instituições centralistas, personalistas e autoritárias foi decretada.

As mudanças

Que para uma transformação social radical será necessária mais que ações diretas, ok. Mas este momento é de uma grande revolta popular desencadeada, e as criticas oriundas de partidos e grupos intelectuais é exatamente porque eles não podem controlar todas essas manifestações, (muito menos os Black Bloc) e porque não podem ser a vanguarda que irá ditar o caminho, querem desmoralizar, o que revela o quanto a suposta “esquerda revolucionária” é perniciosa e autoritária, pois ela quer a revolução sobre os seus moldes, com a massa sobre seu controle e norteamento.

Se há espontaneísmo em demasia, há também enfrentamento de um grupo de jovens em maioria que está se colocando na linha de frente concedendo a própria pele. Serão aventureiros? Ora, penso que devemos nos aventurar mais então. Pois, não há mudanças sem radicalização, sem enfrentamento violento, deste modo, cada grupo utiliza-se do instrumental que julga-se apto a executá-lo, sendo assim, os BB estão fazendo a sua parte. Se cabe reflexão e construção de alianças para elaboração de estratégias, bora discutir com autonomia, quem topa? Bora discutir essa organização de forma horizontal?

O triste é ver toda uma discussão rasa que coloca cortina de fumaça sobre o problema real, e muito mais orientada pela criminalização de mais um movimento que luta pelo poder popular, do que contra o verdadeiro inimigo: O ESTADO, e esse debate como está sendo conduzido só contribuí para blindá-lo, enquanto ele envia policiais às ruas para bater em manifestantes, atirar bombas de gás, colocar policiais infiltrados nas manifestações e tem a cara de pau de se preocupar mais com o Palácio dos Bandeirantes, Itamaraty… do que com as pessoas nas ruas, este sim é o grande criminoso que fode nossas vidas – lembrando que ele é gerenciado por quem nos governa..

O desserviço da mídia, do papa e do Estado.

1002453_679820465378937_1868697220_nEnquanto diversas manifestações ocorrem no país inteiro exigindo mudanças, a mídia oficial insiste todos os dias em falar do papa Francisco; onde dormiu, com quem almoçou, o carro que o levou, a janela que ele abriu e blábláblá e a tal Jornada Mundial da Juventude feliz e hipócrita que em momento algum pauta a luta da juventude da periferia que está totalmente negligenciada de todos os direitos sociais, além de estar vivendo um processo de extermínio.

Respeitamos os setores de base da igreja que não estão ligados a essa farsa toda, mas infelizmente não há como ficarmos calados diante de tantos problemas e de tanta violência promovida pela polícia a serviço do Estado, agredindo manifestantes e utilizando dinheiro público num mega evento de cunho particular de um grupo social, que inclusive, é conivente com a extensa higienização social nas cidades que foi promovida antes da chegada do papa, para deixar os locais por onde ele passaria esteticamente aceitáveis.

12339_648073145204771_1779917666_nDenunciamos tal evento que só promove (indiretamente) um Estado cada vez mais hierarquizado, intolerante, patriarcal, homofóbico e preconceituoso, que reforça valores autoritários, conservadores e retrógrados, cujas finalidades eliminam a diversidade e a pluralidade cultural e religiosa. De modo a cercear a construção de uma sociedade realmente livre, justa e igualitária.

Da última visita de um papa ao Brasil, (2007) que no caso era o Bento XVI, sua marca principal era criminalizar religiões de matriz africana, dizendo que fora a católica e algumas que seguem preceitos cristãos, todas as outras eram seitas. Este papa foi bastante polêmico e revelou de fato para que serve a igreja. (tiverem que pedir pra sair)

9jul2013-fabrica-no-rio-de-janeiro-prepara-mascaras-do-papa-francisco-para-a-visita-do-pontifice-a-jornada-mundial-da-juventude-que-acontece-neste-mes-1373401062720_1920x1080Seis anos depois um novo papa vem ao Brasil, aparentemente é bem diferente, também, tinha que ser, pois este novo papa dissimula a intolerância da igreja por meio do próprio nome; “Francisco”, que é simbolismo de voto de pobreza, pois na história do catolicismo, Francisco foi um jovem que viveu no século XI e abandonou tudo que tinha, fez voto de pobreza e foi estar junto daqueles que sofriam, na igreja a mistica em torno desse Francisco diz respeito a restauração da igreja de Cristo junto ao mais simples de coração. (parece que a fumacinha não é tão milagrosa na escolha de um Pontificie, ainda mais em tempos de escândalos de pedofilia)

A verdade que a mídia não apresenta: é que a Igreja é uma grande instituição bancária empresarial que ao longo do tempo vem perdendo espaço para outras organizações religiosas, por isso a vinda do papa para América Latina é pura estratégia para reforçar e arrebatar fieis que a sustentam e a sustentaram por mais longos séculos.

Por isso, o tamanho desrespeito e desserviço da mídia, do papa e do Estado.

OBS: Durante a missa do papa: A igreja fala das chacinas no Brasil com verbo empregado no passado, só que o extermínio da população pobre é tão presente quanto os adjetivos etnocêntricos que criminalizam e exterminam durante séculos a população preta, indígena, homossexual… excluída mesmo!  E isso, causa desconforto para uma festa tão linda como a Jornada Mundial da Juventude.

Vídeo sobre:

Funcionários da Funai detidos devido a problemas na Sesai. Como entender isso?

Desde o dia 15, segunda-feira, uma comissão de indígenas ocupou o Pólo Base da Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) sediado no município de Peruíbe reivindicando o atendimento às demandas que já foram inclusive acordadas em reuniões ocorridas no ano corrente junto ao Coordenador do DSEI Litoral Sul (Distrito Sanitário Especial Indígena), Sr. Paulo Camargo, uma vez que os compromissos não estão sendo cumpridos: nas aldeias segue faltando o atendimento pelas equipes de saúde, que por sua vez acusam a falta de veículos para que cheguem até os locais de atendimento. Após a ocupação, os funcionários do pólo foram detidos apenas para garantir que houvesse o diálogo com o Sr. Paulo Camargo, que agendou uma reunião com os indígenas na sexta-feira, dia 19 de julho.

Após a ocupação pelos indígenas do Pólo Base da Sesai em Peruíbe, a Funai participou das negociações para garantir uma reunião com a Sesai, com intervenção do Ministério Público e da Polícia Federal, em troca da liberação dos funcionários da Sesai que eram mantidos detidos pelos indígenas. Porém, a Sesai não compareceu à reunião acordada e a Funai do Litoral Sudeste, em Itanhaém, sofre neste momento, por tabela, a sua ocupação ocasionada da total falta de compromisso e responsabilidade da Sesai no atendimento às aldeias e sua incapacidade de negociação e diálogo com os indígenas.

Entretanto, frente à falta de diálogo com a Sesai, seis servidores da Funai se encontram detidos neste momento e cerceados do direito de ir e vir pelos indígenas que reivindicam a melhoria do atendimento à Saúde Indígena junto à Sesai.

É preciso esclarecer a todos que a execução desta ação não passa em nenhum momento pelo crivo da Funai, que não tem poder algum sobre ela, mas que cabe somente acompanhar a sua execução, ou seja, reproduzir a reclamação dos indígenas, o que tem sido feito seguidamente nestes dois anos e meio de existência da Sesai.

Acrescente-se a isto o momento delicado em que se encontra a Funai, sofrendo ataques seguidos e sistemáticos dos três poderes, executivo, legislativo e judiciário, e a fúria devastadora do latifúndio e do agronegócio, todos querendo enfraquecer o papel da Funai na demarcação das Terras Indígenas e arruinar de vez o acesso dos indígenas a suas terras tradicionalmente ocupadas ainda não regularizadas.

A situação da Saúde Indígena no Estado de São Paulo, que já não era exemplar durante o período de 10 anos com a Funasa (Fundação Nacional da Saúde), declinou gravemente a partir da transferência desta Ação Orçamentária para o Sesai, e já no primeiro ano da transição as cobranças dos indígenas se transformaram em um jogo de empurra entre os dois órgãos, que terminavam por não resolver os problemas apresentados. Depois da Funasa sair definitivamente do cenário, o Coordenador do Sesai ainda levou mais de dois anos para fazer sua primeira conversa com os indígenas no Estado de São Paulo, criando entre os indígenas a sensação de abandono frente à demanda pelo atendimento diferenciado compreendido pelas peculiaridades geográficas e culturais destes povos. As aldeias indígenas encontram-se em locais que muitas vezes não são atendidos pelo sistema público de transporte, e a insegurança se agrava em relação aos casos de emergência.

As equipes estão muitas vezes despreparadas para compreender e respeitar as práticas tradicionais de saúde em indígenas, gerando em muitos casos desentendimentos e conflitos que podem ser evitados. Outro problema gravíssimo envolve as condições de Saneamento, devido à precariedade no tratamento da água, falta de material para a manutenção da captação e distribuição, péssima política para o tratamento dos dejetos, sem sustentabilidade ambiental e prejudicando consequentemente os indígenas que habitam estes locais.

A falta de Saneamento adequado, responsabilidade também da Sesai, é a fonte de muitos dos problemas de Saúde que poderiam ser evitados com esta ação básica de prevenção. Será que vão continuar deixando morrer crianças indígenas, anciãos e pessoas que necessitam de acompanhamento médico e medicamentos controlados?

Histórico da transição Funasa para Sesai

A Funasa durante mais de dez anos foi usada e abusada por uns tantos esquemas de corrupção como quase todos os setores da saúde do país. O próprio modelo de gestão já dava desde o início toda a abertura para que isto acontecesse, espirrando o dinheiro da saúde indígena nos municípios e no terceiro setor sem o devido controle público.

Os protestos das comunidades indígenas foram constantes, mesmo com as seguidas investidas dos envolvidos nos esquemas políticos no sentido da cooptação de lideranças, no que muitas vezes fracassaram. Tudo isto fez com que este serviço básico afundasse ainda mais e a relação com as comunidades fosse cada vez mais desgastada. Foram mais de dez anos sem que se tenha visto um programa sequer de nível nacional atendendo às reivindicações das comunidades para a valorização da medicina tradicional indígena, que sequer era respeitada, ou para o combate à dependência química, principalmente do álcool, nem houve qualquer programa em nível nacional para a promoção de sistemas de saneamento adequados à realidade indígena e rural. Enfim, elementos básicos para se vislumbrar um atendimento à saúde diferenciado.

A Funasa, com o corpo de funcionários afogado na burocracia e equipes de saúde terceirizadas, muitas vezes se resumiu a repassar verbas nem sempre utilizadas de forma correta e a disponibilizar veículos e motoristas para levar os indígenas para serem atendidos na cidade pelo SUS, no que sempre houve muita inconstância. Só nos últimos cinco anos em que a saúde indígena esteve sob responsabilidade da Funasa foram desviados mais de meio bilhão de reais.

Passou-se o ano de 2010 com a perspectiva de que a ação de saúde indígena iria ser transferida da Funasa para a nova Secretaria de Saúde Indígena a ser criada. Em 2011 a transferência da ação de saúde indígena da Funasa para a Sesai foi mais de uma vez protelada, e muitas vezes não se sabia a quem recorrer: se à Funasa, que alegava estar encerrando suas ações de saúde indígena, ou à Sesai, que alegava estar ainda em processo de estruturação e por este motivo ainda não havia assumido a ação.

O jogo de empurra durante o ano de 2011 entre Funasa (Fundação Nacional da Saúde) e Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) só fez com que esta ação definhasse.

Recapitulando com maiores detalhes: durante o ano de 2011, houve inúmeros casos de falta de medicamentos, dificuldade das equipes de saúde em se deslocar para as aldeias, inacessibilidade dos indígenas ao serviço de transporte dos enfermos, principalmente em casos de urgência, omissão no controle da qualidade da água nos sistemas de abastecimento, falta de água causada por omissão na manutenção e reposição de materiais, morosidade ou mesmo inoperância na instalação e manutenção de sistemas de saneamento.

Um caso emblemático foi o da aldeia Tangará, em Itanhaém – SP, onde entre 2010 e 2011 vieram a óbito quatro crianças. Em uma delas foi feita biópsia e foi constatado forte indício de que a anemia profunda que sofria foi causada por contaminação da água e levou à morte da criança. Uma servidora pública que vinha acompanhando com preocupação a situação desta comunidade e pretendia investigar inclusive a qualidade da água foi vetada por pessoas da Funasa de prosseguir com suas visitas à aldeia. Todos estes problemas se repetiram nos anos de 2012 e 2013.

Entretanto, uma dúvida: Foi a crise permanente da Funasa na ação de saúde indígena que motivou a criação da Secretaria de Saúde Indígena – SESAI? Será que devemos ser otimistas em relação às decisões dos mesmos governantes que tantas provas nos deram do amor que têm pelo povo? Hoje, em 2013, a responsabilidade da ação de saúde indígena está toda na Sesai, porém, simplesmente iniciamos o ano novamente sem qualquer ação na área da saúde: as equipes não têm condições de serem transportadas, pois os carros estão parados.

Apesar de haver se passado dois anos da criação da Sesai, será que não houve tempo hábil para a transição? Será a falta de contratos, licitações para combustível, manutenção de veículos? Não existe uma série de argumentos jurídicos e administrativos que tratam da emergência no atendimento à saúde com os quais se dispensam de licitação até mesmo ambulâncias e equipamentos caríssimos, frequentemente utilizados para o desvio de verbas? Por outro lado, vemos argumentos referentes às mudanças na gestão da saúde indígena, no sentido da otimização dos recursos públicos. Pergunto: Será ótimo para quem? Otimizar para reduzir as verbas realmente aplicadas na ponta e continuar a alimentar a máquina burocrática e o desvio? Otimizar o clientelismo político?

Haveremos de ver uma verdadeira reestruturação do atendimento público à saúde indígena, onde os altos recursos que hoje são sugados pela máquina e pela corrupção sejam investidos realmente em saúde? Uma na qual haja o apoio à medicina tradicional, à fitoterapia e às formas indígenas próprias de curar enfermidades de ordem mental, espiritual, que venham a contribuir até mesmo no tratamento de casos como a dependência química dentre outros problemas advindos do contato com a sociedade não-indígena? Para que isto aconteça estamos certos da necessidade primordial da organização das comunidades indígenas neste sentido e dos trabalhadores que com elas atuam ou que a elas se sintam sensibilizados, pois isto não será realizado por nenhum governante. Pretendemos com estas palavras não apenas a denúncia, que por si não tem a capacidade de transformar a realidade, mas conclamar a sociedade, indígena ou não, que conscientes do direito fundamental à saúde, viremos o jogo a nosso favor por meio da organização, da prática e da luta!

Denúncia: Moradores da Parque Prainha em São Vicente continuam enfrentando dificuldades com transporte

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Nesta última quinta-feira dia (18) um grupo de moradores dos bairros Japuí e Parque Prainha realizaram um manifesto em frente a Ponte Pênsil reivindicando melhores condições de transporte e segurança, pois devido o fechamento da ponte para reforma, têm enfrentando dificuldades com o transporte que havia parado de passar no bairro Prainha e com o posto policial desativado, diversos assaltos ocorreram, inclusive um rapaz teve sua moto furtada.

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Foto: Rádio da Juventude

A manifestação dos moradores ganhou visibilidade por meio da mídia e a Prefeitura se prontificou a resolver o problema, começando pela iluminação da ponte e com envio de uma viatura para ficar circulando entre os dois bairros.

Porém, segundo relatos dos moradores os problemas com o transporte público no bairro Parque Prainha continuam, apesar dos ônibus e das peruas terem voltado a passar pelo bairro, a questão agora, é que o suposto transporte alternativo “peruas” não levam mais as pessoas em pé com medo de levarem multa na rodovia dos imigrantes, resultado: toda vez que chega uma perua no bairro, ela já está lotada, segundo um morador:

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

“é impossível conseguir chegar ao centro de perua, elas já chegam aqui vindo do Japui lotadas, isso é um absurdo! Tinha que aumentar o efetivo, como vai ficar a situação quando fecharem a ponte de vez para pedestres, eu por exemplo, tenho ido a pé até os bombeiros pra pegar um ônibus, ou lotação, e quando chego lá, vou em pé de todo jeito, coisa mais sem sentido, sem contar pra voltar do centro de São Vicente é a mesma coisa”

Outra moradora relata que:

“vai ficar muito complicado quando não poder passar pedestre pela ponte, como vai ficar os estudantes? Meu filho estuda no República de Portugal, eu não tenho condições de pagar R$ 8,00 por dia pro meu filho ir estudar, como vai ficar isso?”

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Outro problema grave que já citamos e reafirmamos é que os micro-ônibus que atendem os bairros não possuem acessibilidade para cadeirantes. (logo mais apresentaremos uma matéria com este morador cadeirante relatando este desrespeito a um direito social)

Segundo o gerente regional da Empresa Metropolitano de Transportes Público (EMTU) Rogério Plácido da Neves disse que quatro motoristas não realizaram o trajeto que deveria, por isso todo o problema, mas tudo já foi resolvido e a empresa Piracibana foi notificada e recebeu uma multa de R$ 900,00. (troco do doce perto do que ela ganha)

Só que não. O problema continua!

Conversa pra boi ir dormir deste gerente regional, hein? Eita governo de gabinete. Culpa do trabalhador né? Sempre blindam a empresa.

Pois bem,

No dia 1 de agosto ficou acordado que o Prefeito Billi receberá um grupo de moradores para discutir o problema. Esperamos que os moradores aproveitem este momento pra cobrar diversos direitos que lhes são violados.