Piracicabana: Aumento da passagem é assalto à classe trabalhadora! R$ 3,55 até R$ 4,00. Absurdo!

onibus-lotado-300x199Desde ontem (3) a tarifa do transporte público aumentou com valores que variam de R$ 3,55 até R$ 4,00 mantendo-se na posição de talvez a passagem mais cara do país. (será que precisa pesquisa?) A Baixada Santista vive uma realidade caótica no que diz respeito ao transporte. E até agora não surgiu nenhum movimento social organizado que fosse capaz de no mínimo estimular a população a peitar essa situação.

No Brasil inteiro o aumento da passagem vem indignando a população, em algumas regiões como no Rio Grande do Sul uma massa de pessoas foram às ruas e conseguiram bloquear o aumento, em outras a luta continua, com ônibus sendo queimados, ruas sendo bloqueadas, confrontos com a polícia e tudo mais que for possível e criativo para barrar o aumento, pois aceitar essa realidade não é mais possível. E a maioria já sacou isso.

Enquanto todas as esferas de governo: federal, estadual e municipal fecham os olhos e nada fazem para deter o abuso das empresas de transporte público, que oferecem um serviço ridículo.

Aqui na baixada a situação é insustentável; ônibus sempre lotados, não há cobradores, agora, imaginem as dificuldades de ser cadeirante diante deste transporte insano, pois são poucos os ônibus que possuem acessibilidade, e quando há, o cadeirante nem consegue entrar, porque o ônibus está entupido de gente, sem contar o caos que passa o motorista tendo que parar numa avenida num trânsito desgraçado, tendo o pisca no alerta, deixando sua função, pois tem que ir descer a ponte móvel de acesso, e por quê? Porque não há um operador a disposição, que poderia ser o cobrador! A linha Ponte Pênsil/ Santos, (que faz do bairro do Japuí em São Vicente ao centro de Santos) por exemplo, os micro-ônibus não são adaptados, ou seja, nem cadeirante anda de ônibus nesta região, e no caso, nem um pai ou uma mãe que esteja com carrinho de bebe, não entra! Não tem por onde entrar. Piada? Não!

Este é o absurdo que chegou à baixada santista, com uma empresa que monopoliza o transporte publico e com certeza deve financiar toda a classe política, pois, não há uma alma eleita que tenha interesse real de entrar nessa briga, tem uns politiqueiros ali e outro lá, querendo fazer nome para próxima eleição.

É uma vergonha!

Bora pra rua! Bora se organizar. Lutar criar poder popular!

Por um transporte público de qualidade e pelo fim da dupla função dos motoristas. Organização e luta já!

58486_3879363122215_1409688669_nO problema da dupla função dos motoristas na Baixada Santista existe há quase duas décadas, desde que retiraram os cobradores com a justificativa que o percurso se tornaria mais rápido e a passagem mais barata. Na prática o que ocorreu foi a eliminação da categoria (cobrador) e a precarização das condições de trabalho do motorista, (hoje, nem mesmo o sindicato pelego dos rodoviários pauta essa discussão –  no mínimo).

Pois bem, a passagem continuou cada vez mais cara e o monopólio da Piracicabana foi ditando as regras na baixada, e sempre quando possível impossibilitando qualquer alternativa viável de transporte público, vide a ação que ela entrou na justiça em 2010 para inviabilizar a implantação do veiculo leve sobre trilho que interligaria toda a região (VLT) e contribuiria para desafogar o trânsito.

Na cidade de Santos

O Prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) resolveu entrar na briga e resolver de vez o problema da dupla função dos motoristas, mas como todo representante político nunca dá ponto sem nó, quer dizer, não trabalha de fato para o bem comum da população, e sim para o grupo que o financiou, resolveu implantar obrigatoriamente (de forma inconstitucional) um cartão transporte, que não resolve o problema, mas que desvia a atenção da real discussão: o transporte é ruim, caro, explora durante anos os trabalhadores (motoristas que tiveram que cumprir a dupla função, e não serão ressarcidos por isso) e enriquece uma empresa a custa dos cofres públicos. Traduzindo: presta um péssimo serviço público, mas, engorda o bolso.

Está mais do que na hora de abrirmos as planilhas de custos dessa empresa ordinária, e vale dizer que, esse pedido já foi feito pela população em audiência pública no ano passado (2012) na Câmara Municipal de Santos, porém, não foi apresentada e sim protelada, revelando que a classe política eleita; é uma farsa! Pois não representa a população quando ela reivindica de forma legitima!

A população tem que se organizar e fazer o enfrentamento.

* Ninguém deve ser obrigado a usar cartão!

* Pela volta dos cobradores

* Redução das horas de trabalho do motorista (sem redução de salário)

* Por um transporte público de qualidade, acessível, baixo custo, determinado e gestionado pelo povo de forma direta.

O valor do transporte público aumentou! Vamos tod@s pra rua dizer não!???

Este ano demorou um pouco o aumento da tarifa do transporte público na Baixada Santista, que costuma ser entre fevereiro e março, mas veio!!! Primeiro, sempre aumenta as linhas municipais e alternativas ( exemplo, lotações em São Vicente) e na sequência as linhas que interligam as cidades da Baixada (linhas metropolitanas). Já na cidade de Santos tem novidades, a partir de 23 de abril de 2013 por meio de uma lei, quem não tiver cartão transporte não anda de ônibus!

(que inclusive é inconstitucional por recusar e relativizar a moeda em curso no país. artigo 43 do Decreto-Lei 3.688/41 de 1941 – permanece com a Constituição de 1988 – apenas com pequena retificação, referente a multa.)

Mas, o Prefeito Paulo Alexandre Barbosa resolveu sancionar a lei, deste modo, proibindo o uso de dinheiro nos coletivos e obrigando a população a ter o cartão transporte, evidente que isso foi para calar as reivindicações do retorno do cobrador, (que é uma discussão histórica) o que causou um enorme transtorno neste mês de março para os usuários que tiveram que recadastrar o cartão.

“Já a Prefeitura de Praia Grande repassou pelo menos R$ 4.008.548,08 para a Viação Piracicabana. Para se ter uma ideia isso representa 42% do total de despesas da Secretaria de Transito e Transportes e mais de 6 vezes o que foi gasto com Habitação Urbana!”  

clique no link para saber mais:

http://www.facebook.com/photo.php?fbid=515176041879242&set=a.420561694674011.100437.420285588034955&type=1&theater

Pois é, e qual é a solução? Diante deste monopólio do serviço público.

Bora pra rua lutar!

Por um transporte público gestionado pelo povo!

Leia matéria sobre a utilização obrigatória do cartão:

Lei que obriga utilização do cartão magnético no transporte público é inconstitucional. Cabe denúncia no Ministério Público

Participe de mobilizações!!!

Passagem de lotação (transporte alternativo) aumenta neste 1 de abril.

Foto-0777Foi divulgado ontem pela Prefeitura de São Vicente que o transporte coletivo (lotação) sofrerá aumento a partir da zero hora do dia 1 de abril de 2013. O decreto de n: 3652 autoriza a repactuação baseado na planinha de custos apresentada pela Associação dos Permissionários da Cidade, e será publicado neste sábado (30). 

Pois é, no dia da mentira (1 de abril) vamos ter que encarar uma verdade:  o valor da passagem das lotações em São Vicente irá aumentar sem choro, sem vela e sem dó!  

Quem tem memória?

Há uma década e meia que as lotações surgiram e se tornaram  a “salvação da lavoura” no que diz respeito ao transporte público em São Vicente, pois, abriu frentes de trabalho e resolveu paliativamente a questão da mobilidade, na verdade, deu uma resposta para uma população que reivindicava um transporte público e municipal de qualidade, e como relembrar é viver, o transporte público em São Vicente inclusive já elegeu Prefeitos como Luiz Carlos Luca Pedro, PT entre 1993 e 1996 que  trazia em sua campanha o enfrentamento contra o monopólio do transporte, e depois Márcio França PSB, que durante seu primeiro mandato ,1997 e 2000 regulamentou o serviço clandestino de perueiros (como era conhecido na época) enquanto os outros Prefeitos da região perseguiam esse serviço. Ou seja, o transporte público sempre foi um problema, mas garantiu para grupos políticos uma fatia do poder. 

Mas, mudou alguma coisa para a população? Paliativamente sim.  A defesa é que são mais baratas e mais eficazes, oras, se nos nivelarmos por baixo, sim! Porém a comparação é inviável, sendo que elas somente percorrem dentro do município, e no que diz respeito a eficacia é bem suspeito porque a qualidade está aquém do desejado, sem contar que a prestação deste serviço público, mais uma vez ao contrário de resolver o problema, criou somente mais uma máfia que monopoliza o transporte público (dito alternativo)  que contribui para a precarização do serviço e das condições de trabalho do trabalhador (cobradores).

São Vicente: Chega de descaso! Rumo à Organização Popular!

Foto-1441A crítica ao descaso e a incompetência administrativa apontada aos administradores públicos (de ontem e de hoje) da cidade de São Vicente, não é apenas uma retórica ou uma antipatia tinhosa de quem apenas tem o interesse de reclamar e pouco fazer para transformar a realidade. Infelizmente, é antes de tudo, uma realidade que atinge há anos a população vicentina.

Basta sairmos pela cidade, e conversarmos com as pessoas que iremos constatar, principalmente na periferia, a situação de caos que encontra-se o município. Problemas de habitação, de saúde, de alagamentos, de falta de escolas e de creches, de falta de emprego, de transporte, de segurança, de faltas de espaços de lazer e de manifestação cultural… Elencar tudo é uma ação tarefa enorme e resolver é o grande desafio.

Foto-1442Porém, é imprescindível aprendermos com o passado para não cometermos os mesmos erros. Viver hoje numa São Vicente delegando nossas responsabilidades à representantes políticos, é pior que acreditar em Papai Noel, não dá mais! Esperar que “supostas” lideranças resolvam nossos problemas é apostar de novo em algo que ao contrário de solucionar, cria mais problemas do que já temos.

Ficou claro com a nova reconfiguração política que, tudo muda pra continuar como estava, ou seja, tudo vira moeda de barganha, tudo se resume em disputa de poder e não há interesse pelo bem comum, o que há é muita conversa e movimentação de acordo com os próprios interesses politiqueiros, e no final, quem é que paga as contas? O povo.

Por isso, a alternativa viável é desconstruir essa lógica democrática que só é feita de dois em dois anos na hora do voto. É preciso participação permanente, somar forças, criar mecanismos alternativos de luta, ir nas plenárias para questionar projetos, propor, desmascarar e demolir tudo, arrancar o que é nosso, ocupar espaços ociosos e improdutivos e deste modo construir o que nos carece, espaços gestionados pelo povo.

Foto de Felipe Lobo

Foto de Felipe Lobo

Por exemplo: o problema da habitação em São Vicente é seríssimo, entretanto, fica sempre sendo protelado com desculpas esfarrapadas. No Dique Sambaiatuba há um conjunto habitacional pronto que se perdeu no meio da burocracia, e os prédios foram simplesmente abandonados (leia matéria aqui).

Isso é insano se pensarmos que vivemos numa São Vicente com um déficit habitacional enorme, onde famílias vivem em condições sub-humanas, vide o México 70, o Dique do Catarina, do Sambaiatuba, Favelinha da Comeca, do Bitarú, é inumerável, e o que fazer? Esperar o poder público resolver,? Não! Temos mais é que ocupar! Moradia é um direito, exemplo prático, ao lado do Centro de Convenções há um conjunto habitacional pronto, e aí?

Esperar a burocracia ou ocupar? Ocupar. Sim. Porém, isso demanda organização popular, que se traduz também em auto-gestão, que é assumirmos nosso próprio destino para geri-lo da forma como queremos. E se aquilo que queremos é uma vida digna, na qual nossos direitos são garantidos, com certeza não será por meio de ninguém que ele virá. Somente por meio de nossas ações coletivas e solidárias que poderemos construir tudo aquilo que nos é arrancado.

No ano passado, em dezembro, enquanto o mundo todo brincava com a questão do fim do mundo, uma organização popular indígena no México deu um exemplo de resistência e de organização (de forma silenciosa) que nos leva à reflexão do quanto ainda temos que aprender. Disseram em manifesto: “Escutaram? É o som do seu mundo desabando. É o do nosso ressurgindo. O dia que foi o dia era noite. E noite será o dia que será o dia. Democracia! Liberdade! Justiça!

Este é o caminho. Tempo de fazer desabar promessas e crenças em Billis e Franças. Só a organização popular pode fazer surgir um mundo justo para todos e todas.

Lei que obriga utilização do cartão magnético no transporte público é inconstitucional. Cabe denúncia no Ministério Público

25946_515402968493324_1911446852_nA partir do dia 23 de abril de 2013 quem utiliza o transporte público na cidade de Santos será obrigado a utilizar o cartão magnético, (cartão transporte) pois, não será aceito dinheiro como forma de pagamento.

Essa obrigatoriedade do uso cartão advém do projeto de lei do vereador Geonisio Aguiar (PMDB) o Boquinha, apresentado na câmara dos vereadores de Santos em 9 de maio do ano passado, a lei não foi aprovada. Porém, o atual prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) resolveu aprová-la com a justificativa de que  essa medida irá resolver o problema da dupla função dos motoristas e melhorar a qualidade do transporte, dando maior agilidade no percurso, disse também que haverá investimento na frota. Já o Boquinha autor do projeto declarou que a utilização do cartão também resolverá a questão de vulnerabilidade que estão expostos os motoristas, que por estarem transportando dinheiro correm o risco de assaltos. Essa lei está em vigor em algumas cidades do Brasil, inclusive, foram parar no Ministério Público, e por quê?

Porque a lei é inconstitucional, segundo a Constituição Federal não se pode recusar a moeda corrente no pais. E mesmo que a prefeitura justifique que disponibilizará postos de vendas, segunda a lei, ela estará relativizando a moeda em curso, o que afronta a Constituição enquanto totalidade normativa.

(artigo 43 do Decreto-Lei 3.688/41 de 1941 – permanece com a Constituição de 1988 – apenas com pequena retificação, referente a multa)

Claro, que todos os trâmites para se derrubar por meio de uma ação jurídica é extremamente demorada e desgastante, porém, válida, da mesma forma como a mobilização popular é fundamental neste momento para decidir sobre uma questão que violou um direito constitucional, e que em momento algum esse decreto foi colocado em discussão aberta com a população.

Baixada Santista

Há anos que se discute sobre a questão do transporte público, que ele é ruim, caríssimo, que não deveria ter sido repassado à iniciativa privada e sobre formas de transporte público alternativo, vide a novela do Veículo Leve sobre Trilho (VLT) que agora, parece que vai… Contudo, na prática o que se efetiva é o desmantelamento total do transporte público, primeiro com a demissão dos cobradores que refletiu na dupla função do motorista, e agora na cidade de Santos com essa lei arbitrária, que não é duvidável que se expanda por toda a região.

A cerca de uma década que essa realidade não muda, e piora cada vez mais! Vivemos como reféns, nas mãos de uma organização mafiosa, que até o momento nenhum tipo de organização foi capaz de fazer o enfrentamento para no mínimo barrar um aumento. Há de citar também que o Sindicato dos Rodoviários, nada fez para barrar a demissão dos cobradores e não permitir a dupla função dos motoristas, além, claro, de palanque em torno do problema.

Consequência: 

Ano após anos a passagem aumenta e assistimos atônitos. A informação não circula, os meios de comunicação que neste caso exerceriam um papel fundamental, pouco se movem e vão sempre no embalo da onda.

Algumas organizações sociais acabam por ir às ruas protestar, o que é muito importante, por exemplo, no ano passado houve uma grande agitação na câmara Municipal de Santos promovida por diversas organizações que exigiram a abertura da planinha de custos e de uma audiência pública. Não conseguiram. Porém, foi fundamental, no sentido de desmascarar a farsa que são os representantes públicos da região, deixando claro, à quem eles servem, e que só entram nessa discussão quando lhes convém, sempre para angariar votos, ou seja, meros interesses políticos pessoais, enquanto os interesses da população que os elegeram são atirados para o lixo. Resultado: a passagem aumenta, a insatisfação também e a população continua sustentando parasitas.

É difícil encontrar uma fórmula que estabeleça parâmetros de como reverter essa realidade, de como mobilizar de forma permanente e construir uma organização popular que retire das mãos dos incompetentes e corruptos as decisões que influenciam nas nossas vidas. Porém, um passo importante além do enfrentamento, é o início de um diálogo constante com a população, isso sem bandeiras, porque elas mais segregam do que contribuem para derrubar as catracas que nos oprimem.

Admitamos ou não, o Prefeito de Santos sacou isso, e foi à campo pegar buzão e vender seu peixe. Enquanto, as esquerdas estão lendo manual em reuniões.

Por um transporte público gestionado pelo povo!

Alckmin em São Vicente: Confetes, pontes, blábláblá e R$ 1 milhão para encenação?

O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteve nesta última terça-feira dia 15 de janeiro de 2012 em São Vicente para assinar os protocolos de abertura de licitação para efetivar obras na Rodovia dos Imigrantes. O objetivo dessas construções é resolver definitivamente o problema do trânsito que liga a Capital Paulista com a Baixada Santista, mais precisamente no litoral sul – entre as cidades de Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande e São Vicente (mas o transporte público continua caro e deficiente).

Lembrando que no ano passado, no dia 21 de dezembro, o governador também esteve na região (na cidade de Santos) para anunciar a compra de 22 Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) para a Baixada Santista. (sem querer se aprofundar no tão sonhado VLT que já tem data marcada para iniciar – março de 2014 – após uma década de promessas) Enfim, a vinda de Alckmin na Baixada novamente é mais uma estratégia propagandística para as eleições de 2014, onde prefeitos jogam confetes para abocanhar um quinhãozinho aqui e outro ali, do que para trazer soluções de fato.

Infelizmente os horários desses eventos são sempre em momentos em que os trabalhadores estão trabalhando, por isso, pouco ou nada se vê em relação a alguma manifestação de repúdio (pelo fato também da Baixada ter pouca organização popular), principalmente por este ser um dos governos mais reacionários da história do Estado de São Paulo, que vem promovendo massivamente uma higienização social descarada e violenta contra a população pobre, vide: “Pinheirinho”, ” Cracolândia”, e a lista não para, se formos elencar tudo que vem ocorrendo. Para se ter uma ideia, um dos motivos vociferados por Alckmin em relação à construção dos viadutos, não tem nada a ver com o trânsito, mas, disse ele: controlar o índice de marginalidade nos trechos da Rodovia, e acrescentou, quando lhe fizeram uma pergunta sobre a onda de violência no Estado de SP, que uma de suas propostas é a redução da maioridade penal. Esta aí o cara que desceu à baixada e foi recebido com confetes.

Pois bem, 2014 é ano de eleição, e é costurando alianças que se projetam pontes e viadutos. E no que se diz respeito à cidade de São Vicente, cheia de problemas de ordem econômica e administrativa – e com um novo prefeito que prometeu o Paraíso, mas que começou cortando gastos atingindo a população covardemente – evidente, que ao contrário de uma manifestação, o novo prefeito (Bili) levou a sua cordialidade, para assim, garantir sobrevivência, solicitou por um hospital, expôs as dificuldades da cidade e blábláblá – negócios. (não há porque esperar algo de um governante profissional, oras.)

E como quem não chora não mama, quem não libera não ganha!

Roendo o ossinho e jogando o confetezinho, o Governador se alegrou e liberou R$ 97 milhões para os oito municípios que têm direito à verba do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade) na região, exceto Cubatão. Só para São Vicente, liberou R$ 50 milhões para a construção de uma nova ponte sobre o Canal dos Barreiros e mais 3,5 quilômetros de pista.

Agora é só aguardar o edital e os trâmites da lei 8.666 de Licitações, que muita gente reclama de burocrática, mas que na verdade garante à iniciativa privada mamar no dinheiro público, exemplo disso, no que se trata de obras do Governo do Estado, trazendo um pouco para a realidade vicentina, temos o Viaduto Mário Covas, que corta a Rodovia dos Imigrantes, ligando os bairros Parque Bitarú e Vila Margarida, cuja obra é extremamente mal planejada e principalmente há de se colocar que a população que mora ao redor não foi consultada, muito menos indenizada com os problemas que o viaduto trouxe, pois derrubou o valor das casas que ficam ao redor, há algumas que simplesmente ficaram sitiadas pelo viaduto.

E aí, a culpa é de quem? Com certeza se formos aprofundar, chegaremos a uma conclusão: O dinheiro público, da forma como é usado, pouco faz para o bem comum das pessoas, ele só financia empresas que vão entrar nesse edital, superfaturar, explorar trabalhadores e construir problemas.

Continuando com o dinheiro público liberado…

Para apoiar o maior espetáculo do mundo em areia de praia ao ar livre (como se isso quisesse dizer alguma coisa), o governador decidiu liberar a bagatela de R$ 1 milhão para a 31ª edição da Encenação da Fundação da Vila de São Vicente. Segundo o novo prefeito vicentino, o espetáculo deste ano será uma apresentação teatral de volta à sua origem histórica (lembrando que no final do ano passado o novo prefeito disse que cortaria gastos e faria uma versão menor da apresentação). E agora, José? Com R$ 1 milhão nas mãos, como vai ser?

Para quem ainda não sabe, a entrada do espetáculo este ano é um ato solidário, ou seja, custará 800 gramas de achocolatado ou um leite em pó integral, que será repassado para o Fundo Social, que destinará às escolas e às creches de São Vicente. Eis o ponto: no final do ano passado, houve denúncia de falta de alimentos nas escolas e nas creches, que resultou em reportagens por meio da mídia corporativa e da mídia independente. Em resposta à denúncia, a supervisora da SEDUC disse que não havia problemas, apenas atrasos, porém, os pais denunciaram e disseram que houve e ainda há problemas sim, o que vem a se confirmar com esse pedido de solidariedade.

Mas e aí, que fazer? Esperar que Geraldos e Billis resolvam nossos problemas?

(Re)começa a luta contra o aumento da tarifa!

Novamente aumenta a tarifa do busão em Santos, e os militantes vão a reboque. Com um fato tão certo e tão unânime como o o impacto do reajuste do transporte nos nossos bolsos, como fazer frente a isso, com uma diferença de poder tão grande? Retomemos a luta!

Surpreendeu muita gente a notícia de que Santos ia ter mais uma vez aumentada a tarifa do transporte público municipal. Não bastasse ano passado ter subido de R$ 2,50 para R$ 2,65, a prefeitura da cidade abriu mais um pouquinho as pernas e desta vez subiu a passagem para R$ 2,90, em uma cidade pequena e plana, que a cada dia faz de tudo para expulsar os mais pobres. Novamente antes da volta às aulas, quando os estudantes, historicamente os mais combativos a reajustes no transporte, estão em férias escolares.

Fato é que a reação foi quase instantânea. Foi marcada manifestação para dali a dois dias, na Praça Mauá, em frente à Prefeitura. Porém num sábado, quando não há expediente no Centro da cidade. Muito menos do prefeito, em tese o principal alvo de críticas dos manifestantes.

A chuva afugentou alguns possíveis manifestantes, mas cerca de 40 compareceram à praça, o que pode ser considerado um bom número pra tradição recente santista. Fermentados pelo ano eleitoral, diferentes partidos políticos estiveram representados ali (alguns realmente de luta, outros nem tanto). Estudantes, libertários e outras pessoas sem ligação com grupos ou ideologias em particular também fizeram questão de comparecer. Curiosamente, dos quatro organizadores do evento no facebook, dois não apareceram. E houve quem reclamasse das confirmações falsas na rede social.

Terminada a chuva, o que faltou acontecer mesmo foi um ato, o que seria prato cheio para a mídia empresarial. O principal jornal da cidade enviou repórter e fotógrafo para a praça, talvez esperando um volume como o visto pela manhã, em uma manifestação contra a violência animal, no Gonzaga (bairro nobre da cidade), quando mais de 400 pessoas se colocaram radicalmente a favor dos cães e gatos. Inicialmente divididos, os manifestantes contra o aumento da tarifa decidiram posar para o jornal, o mesmo que recebe anúncios das viações e dos órgãos públicos municipais responsáveis pelo reajuste para R$ 2,90.

Fotos tiradas, definiu-se por uma assembleia para apontar os próximos passos da frente. Os partidários deixaram a legenda de lado nas sugestões, todos que pediram a palavra foram ouvidos atentamente, e as ideias debatidas. Chegando no meio da reunião, um pré-candidato a vereador e um pré-candidato a prefeito apareceram, sendo que o primeiro chegou a falar à assembleia, improvisada no ponto do bondinho turístico. Venceu a moderação, sem muitas propostas combativas, e sim dois indicativos de manifestações, desta vez em horários e locais que possam “incomodar” mais as “autoridades”.

Dentre as propostas, chamou a atenção a fala de um dos companheiros, que disse que poderíamos começar a criar um movimento que pudesse ter continuidade, para aí sim barrar o próximo reajuste, já que é sempre algo mais ou menos esperado, e que manifestações depois que a coisa já está feita não vão fazer o poder (institucional) voltar atrás. Apesar da sensação de impotência em aceitar esse fato, parece mesmo não haver outro objetivo a médio prazo para o caso.

O aprendizado não está tão longe. Ano passado, de fevereiro a abril foram cerca de sete atos, com encontros semanais, reuniões e a criação do Comitê de Lutas pelo Transporte Público da Baixada Santista, que uniu estudantes e não-estudantes na luta por bandeiras imediatas como o passe livre para estudantes, a volta do cobrador, bilhete único metropolitano e abertura das planilhas de custos das viações, e até bandeiras a longo prazo, como o transporte público gratuito, viabilizado por meio de impostos (há em Sampa o movimento pela Tarifa Zero). Apesar da dissolução do comitê em pouco tempo, uma vitória é incontestável: os que fizeram parte daquele grupo estão entre os manifestantes deste último sábado.

Se esta frente recém-forma vai vingar ou não, é cedo para dizer. Preocupa o excessivo conservadorismo, mesmo de jovens, satisfeitos com protestos como contra a corrupção, em que basta gritar contra certos políticos, pintar a cara, cantarem orgulhosos o hino nacional e defenderem valores como a honradez, honestidade, patriotismo, a defesa do povo, enfim, o que defende todo grupo de auto-afirmados “cidadãos conscientes”, e políticos e partidos de praticamente todas as matizes. Houve até reações contrárias a palavrões. A falta de um caráter popular a lutas como essa do transporte também é um desafio a ser encarado. Afinal, o povo não pensa “R$ 2,90 é osso”.

A ofensiva do capital sobre transporte público é mais uma sobre a luta popular entre tantas outras que devemos enfrentar, e a importância em resistir é o aprendizado para outras lutas futuras, desde que mantido o foco: contra o capital e esse sistema representativo que dá carta branca para nossos governantes fazerem o que quiser, sempre a favor de quem concentra poder. Os inimigos estão aí, facilmente identificáveis. Cabe a nós a resistência, em seguida a ofensiva. Afinal, não dizem que todo o poder emana do povo?