Trabalhador é agredido na UNIFESP-BS em ato promovido pelo Sintragem litoral

Como informamos em matéria anterior (leia aqui)  no dia 11 de julho de 2013 durante a greve geral que houve em diversas regiões do país, o Sintragem Litoral (sindicato dos vigilantes) ao realizar piquete em frente a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) acabou por estimular manifestantes a agredirem um trabalhador que nem mesmo pertencia a categoria.

Como também já citamos, este tipo de violência revela o teor que o sindicalismo da Força Sindical exerce, estruturas despóticas que norteiam a luta da categoria de acordo com interesses escusos que não representam o trabalhador. (leia aqui)

Expressamos aqui nossa profunda solidariedade. Repudiamos totalmente este tipo de atitude e que o Sintragem assuma suas responsabilidades por incitar tal ocorrido..

Vejam as fotos e tirem as conclusões.

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Retiramos algumas informações para não expor demais o trabalhador, depois de tudo que aconteceu. O foco é a denúncia de um ato repudiável,

Funcionários da Funai detidos devido a problemas na Sesai. Como entender isso?

Desde o dia 15, segunda-feira, uma comissão de indígenas ocupou o Pólo Base da Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) sediado no município de Peruíbe reivindicando o atendimento às demandas que já foram inclusive acordadas em reuniões ocorridas no ano corrente junto ao Coordenador do DSEI Litoral Sul (Distrito Sanitário Especial Indígena), Sr. Paulo Camargo, uma vez que os compromissos não estão sendo cumpridos: nas aldeias segue faltando o atendimento pelas equipes de saúde, que por sua vez acusam a falta de veículos para que cheguem até os locais de atendimento. Após a ocupação, os funcionários do pólo foram detidos apenas para garantir que houvesse o diálogo com o Sr. Paulo Camargo, que agendou uma reunião com os indígenas na sexta-feira, dia 19 de julho.

Após a ocupação pelos indígenas do Pólo Base da Sesai em Peruíbe, a Funai participou das negociações para garantir uma reunião com a Sesai, com intervenção do Ministério Público e da Polícia Federal, em troca da liberação dos funcionários da Sesai que eram mantidos detidos pelos indígenas. Porém, a Sesai não compareceu à reunião acordada e a Funai do Litoral Sudeste, em Itanhaém, sofre neste momento, por tabela, a sua ocupação ocasionada da total falta de compromisso e responsabilidade da Sesai no atendimento às aldeias e sua incapacidade de negociação e diálogo com os indígenas.

Entretanto, frente à falta de diálogo com a Sesai, seis servidores da Funai se encontram detidos neste momento e cerceados do direito de ir e vir pelos indígenas que reivindicam a melhoria do atendimento à Saúde Indígena junto à Sesai.

É preciso esclarecer a todos que a execução desta ação não passa em nenhum momento pelo crivo da Funai, que não tem poder algum sobre ela, mas que cabe somente acompanhar a sua execução, ou seja, reproduzir a reclamação dos indígenas, o que tem sido feito seguidamente nestes dois anos e meio de existência da Sesai.

Acrescente-se a isto o momento delicado em que se encontra a Funai, sofrendo ataques seguidos e sistemáticos dos três poderes, executivo, legislativo e judiciário, e a fúria devastadora do latifúndio e do agronegócio, todos querendo enfraquecer o papel da Funai na demarcação das Terras Indígenas e arruinar de vez o acesso dos indígenas a suas terras tradicionalmente ocupadas ainda não regularizadas.

A situação da Saúde Indígena no Estado de São Paulo, que já não era exemplar durante o período de 10 anos com a Funasa (Fundação Nacional da Saúde), declinou gravemente a partir da transferência desta Ação Orçamentária para o Sesai, e já no primeiro ano da transição as cobranças dos indígenas se transformaram em um jogo de empurra entre os dois órgãos, que terminavam por não resolver os problemas apresentados. Depois da Funasa sair definitivamente do cenário, o Coordenador do Sesai ainda levou mais de dois anos para fazer sua primeira conversa com os indígenas no Estado de São Paulo, criando entre os indígenas a sensação de abandono frente à demanda pelo atendimento diferenciado compreendido pelas peculiaridades geográficas e culturais destes povos. As aldeias indígenas encontram-se em locais que muitas vezes não são atendidos pelo sistema público de transporte, e a insegurança se agrava em relação aos casos de emergência.

As equipes estão muitas vezes despreparadas para compreender e respeitar as práticas tradicionais de saúde em indígenas, gerando em muitos casos desentendimentos e conflitos que podem ser evitados. Outro problema gravíssimo envolve as condições de Saneamento, devido à precariedade no tratamento da água, falta de material para a manutenção da captação e distribuição, péssima política para o tratamento dos dejetos, sem sustentabilidade ambiental e prejudicando consequentemente os indígenas que habitam estes locais.

A falta de Saneamento adequado, responsabilidade também da Sesai, é a fonte de muitos dos problemas de Saúde que poderiam ser evitados com esta ação básica de prevenção. Será que vão continuar deixando morrer crianças indígenas, anciãos e pessoas que necessitam de acompanhamento médico e medicamentos controlados?

Histórico da transição Funasa para Sesai

A Funasa durante mais de dez anos foi usada e abusada por uns tantos esquemas de corrupção como quase todos os setores da saúde do país. O próprio modelo de gestão já dava desde o início toda a abertura para que isto acontecesse, espirrando o dinheiro da saúde indígena nos municípios e no terceiro setor sem o devido controle público.

Os protestos das comunidades indígenas foram constantes, mesmo com as seguidas investidas dos envolvidos nos esquemas políticos no sentido da cooptação de lideranças, no que muitas vezes fracassaram. Tudo isto fez com que este serviço básico afundasse ainda mais e a relação com as comunidades fosse cada vez mais desgastada. Foram mais de dez anos sem que se tenha visto um programa sequer de nível nacional atendendo às reivindicações das comunidades para a valorização da medicina tradicional indígena, que sequer era respeitada, ou para o combate à dependência química, principalmente do álcool, nem houve qualquer programa em nível nacional para a promoção de sistemas de saneamento adequados à realidade indígena e rural. Enfim, elementos básicos para se vislumbrar um atendimento à saúde diferenciado.

A Funasa, com o corpo de funcionários afogado na burocracia e equipes de saúde terceirizadas, muitas vezes se resumiu a repassar verbas nem sempre utilizadas de forma correta e a disponibilizar veículos e motoristas para levar os indígenas para serem atendidos na cidade pelo SUS, no que sempre houve muita inconstância. Só nos últimos cinco anos em que a saúde indígena esteve sob responsabilidade da Funasa foram desviados mais de meio bilhão de reais.

Passou-se o ano de 2010 com a perspectiva de que a ação de saúde indígena iria ser transferida da Funasa para a nova Secretaria de Saúde Indígena a ser criada. Em 2011 a transferência da ação de saúde indígena da Funasa para a Sesai foi mais de uma vez protelada, e muitas vezes não se sabia a quem recorrer: se à Funasa, que alegava estar encerrando suas ações de saúde indígena, ou à Sesai, que alegava estar ainda em processo de estruturação e por este motivo ainda não havia assumido a ação.

O jogo de empurra durante o ano de 2011 entre Funasa (Fundação Nacional da Saúde) e Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) só fez com que esta ação definhasse.

Recapitulando com maiores detalhes: durante o ano de 2011, houve inúmeros casos de falta de medicamentos, dificuldade das equipes de saúde em se deslocar para as aldeias, inacessibilidade dos indígenas ao serviço de transporte dos enfermos, principalmente em casos de urgência, omissão no controle da qualidade da água nos sistemas de abastecimento, falta de água causada por omissão na manutenção e reposição de materiais, morosidade ou mesmo inoperância na instalação e manutenção de sistemas de saneamento.

Um caso emblemático foi o da aldeia Tangará, em Itanhaém – SP, onde entre 2010 e 2011 vieram a óbito quatro crianças. Em uma delas foi feita biópsia e foi constatado forte indício de que a anemia profunda que sofria foi causada por contaminação da água e levou à morte da criança. Uma servidora pública que vinha acompanhando com preocupação a situação desta comunidade e pretendia investigar inclusive a qualidade da água foi vetada por pessoas da Funasa de prosseguir com suas visitas à aldeia. Todos estes problemas se repetiram nos anos de 2012 e 2013.

Entretanto, uma dúvida: Foi a crise permanente da Funasa na ação de saúde indígena que motivou a criação da Secretaria de Saúde Indígena – SESAI? Será que devemos ser otimistas em relação às decisões dos mesmos governantes que tantas provas nos deram do amor que têm pelo povo? Hoje, em 2013, a responsabilidade da ação de saúde indígena está toda na Sesai, porém, simplesmente iniciamos o ano novamente sem qualquer ação na área da saúde: as equipes não têm condições de serem transportadas, pois os carros estão parados.

Apesar de haver se passado dois anos da criação da Sesai, será que não houve tempo hábil para a transição? Será a falta de contratos, licitações para combustível, manutenção de veículos? Não existe uma série de argumentos jurídicos e administrativos que tratam da emergência no atendimento à saúde com os quais se dispensam de licitação até mesmo ambulâncias e equipamentos caríssimos, frequentemente utilizados para o desvio de verbas? Por outro lado, vemos argumentos referentes às mudanças na gestão da saúde indígena, no sentido da otimização dos recursos públicos. Pergunto: Será ótimo para quem? Otimizar para reduzir as verbas realmente aplicadas na ponta e continuar a alimentar a máquina burocrática e o desvio? Otimizar o clientelismo político?

Haveremos de ver uma verdadeira reestruturação do atendimento público à saúde indígena, onde os altos recursos que hoje são sugados pela máquina e pela corrupção sejam investidos realmente em saúde? Uma na qual haja o apoio à medicina tradicional, à fitoterapia e às formas indígenas próprias de curar enfermidades de ordem mental, espiritual, que venham a contribuir até mesmo no tratamento de casos como a dependência química dentre outros problemas advindos do contato com a sociedade não-indígena? Para que isto aconteça estamos certos da necessidade primordial da organização das comunidades indígenas neste sentido e dos trabalhadores que com elas atuam ou que a elas se sintam sensibilizados, pois isto não será realizado por nenhum governante. Pretendemos com estas palavras não apenas a denúncia, que por si não tem a capacidade de transformar a realidade, mas conclamar a sociedade, indígena ou não, que conscientes do direito fundamental à saúde, viremos o jogo a nosso favor por meio da organização, da prática e da luta!

Denúncia: Moradores da Parque Prainha em São Vicente continuam enfrentando dificuldades com transporte

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Nesta última quinta-feira dia (18) um grupo de moradores dos bairros Japuí e Parque Prainha realizaram um manifesto em frente a Ponte Pênsil reivindicando melhores condições de transporte e segurança, pois devido o fechamento da ponte para reforma, têm enfrentando dificuldades com o transporte que havia parado de passar no bairro Prainha e com o posto policial desativado, diversos assaltos ocorreram, inclusive um rapaz teve sua moto furtada.

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Foto: Rádio da Juventude

A manifestação dos moradores ganhou visibilidade por meio da mídia e a Prefeitura se prontificou a resolver o problema, começando pela iluminação da ponte e com envio de uma viatura para ficar circulando entre os dois bairros.

Porém, segundo relatos dos moradores os problemas com o transporte público no bairro Parque Prainha continuam, apesar dos ônibus e das peruas terem voltado a passar pelo bairro, a questão agora, é que o suposto transporte alternativo “peruas” não levam mais as pessoas em pé com medo de levarem multa na rodovia dos imigrantes, resultado: toda vez que chega uma perua no bairro, ela já está lotada, segundo um morador:

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

“é impossível conseguir chegar ao centro de perua, elas já chegam aqui vindo do Japui lotadas, isso é um absurdo! Tinha que aumentar o efetivo, como vai ficar a situação quando fecharem a ponte de vez para pedestres, eu por exemplo, tenho ido a pé até os bombeiros pra pegar um ônibus, ou lotação, e quando chego lá, vou em pé de todo jeito, coisa mais sem sentido, sem contar pra voltar do centro de São Vicente é a mesma coisa”

Outra moradora relata que:

“vai ficar muito complicado quando não poder passar pedestre pela ponte, como vai ficar os estudantes? Meu filho estuda no República de Portugal, eu não tenho condições de pagar R$ 8,00 por dia pro meu filho ir estudar, como vai ficar isso?”

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Outro problema grave que já citamos e reafirmamos é que os micro-ônibus que atendem os bairros não possuem acessibilidade para cadeirantes. (logo mais apresentaremos uma matéria com este morador cadeirante relatando este desrespeito a um direito social)

Segundo o gerente regional da Empresa Metropolitano de Transportes Público (EMTU) Rogério Plácido da Neves disse que quatro motoristas não realizaram o trajeto que deveria, por isso todo o problema, mas tudo já foi resolvido e a empresa Piracibana foi notificada e recebeu uma multa de R$ 900,00. (troco do doce perto do que ela ganha)

Só que não. O problema continua!

Conversa pra boi ir dormir deste gerente regional, hein? Eita governo de gabinete. Culpa do trabalhador né? Sempre blindam a empresa.

Pois bem,

No dia 1 de agosto ficou acordado que o Prefeito Billi receberá um grupo de moradores para discutir o problema. Esperamos que os moradores aproveitem este momento pra cobrar diversos direitos que lhes são violados.

Porto Alegre: “mobilizar até vencer” bloquearam o aumento e conseguiram passe livre pra estudantes e desempregados, de quebra: abertura das planilhas.

1044908_481594651933461_1590999406_nOs protestos em Porto Alegre contra o aumento da passagem começaram três meses antes dos atos que aconteceram em SP e RJ que depois reverberariam no país inteiro. Hoje, enquanto a maior parte deles perdeu a força e o foco, Porto Alegre segue com o lema que os norteou desde o início “mobilizar até vencer”.

518645O estopim

Válido lembrar que algumas manifestações já estavam ocorrendo, em proporção menor, mas, foi com a notícia de reajuste de passagem no dia 24 de março de 2013, que impulsionou os atos terem início de forma mais contundente, primeiro no dia 25 e depois no dia 27 com cerca de 10 mil pessoas que ocuparam as ruas para barrar o aumento da tarifa.

518642Com essa mobilização gigantesca que ocupou as ruas de Porto Alegre e bateu nas portas da Prefeitura, somada com a protocolar ação cautelar que foi aceita pelo juiz Hilbert Maximiliano Obara, da 5ª Vara da Fazenda Pública, apresentada no dia 25 de março pelos  manifestantes, a coisa foi esquentando.

Resultado:

No dia 4 de abril foi anunciado o bloqueio por meio de uma decisão judicial, e após ser notificada, a prefeitura afirmou, em nota, que não iria recorrer da decisão. “Se a Justiça entende que o caminho é suspender o reajuste então vamos acatar a decisão judicial”, afirmou o prefeito José Fortunati.

Daí teve inicio a primeira vitória que colocou o grupo a pensar em outras formas de luta que existem, além da manifestação na rua,  com isso, a rearticulação na base fortaleceu para o próximo passo que era reivindicar por passe livre para estudantes e para desempregados, (que já era pauta do movimento) mas para isso precisavam dar um upgrade na base e na organização do movimento.

1044343_480834498676143_2007410027_nVale expor neste caso, a visão e avaliação de dois integrantes da Frente Autônoma do Bloco sobre o movimento que vem há tempos realizando atos e debates sobre o transporte público na Capital gaúcha; “Há um sentimento muito forte em torno de uma maior autonomia do movimento, então vimos espaço para criar a Frente Autônoma e lutar contra o aparelhamento do Bloco por partidos políticos. É uma experiência muito positiva, pois o Bloco não está aparelhado por nenhuma força, é uma composição muito saudável”, continue lendo aqui muito interessante e fundamental o posicionamento.

774447_483200238439569_366960714_oDeste modo:

Voltaram às ruas em massa em junho com pauta e com foco muito claro, diversos atos foram desencadeados até a ocupação da câmara dos vereadores que demostrou além da força dos manifestantes, a capacidade de articulação, de mobilização e de desmascarar um poder institucionalizado que não passa de fraude, que não representa a população, e que apoiada pela mídia burguesa a todo custo tentou deslegitimar o movimento com as famosas frases: ¨são todos uns vândalos” – “esse movimento não tem direção” e por aí vai.

15211704E temos que abrir um parêntese aqui para falar do Governo facínora e boçal de Tarso Genro que promoveu perseguições e proferiu injúrias do tipo:  “aliados a ultra-esquerda do PSOL e PSTU, os anarquistas têm influência e controle direto dos atos de vandalismo. Isso já foi identificado pela polícia. São jovens desorientados que caem na marginalidade, entendem que a violência é solução para tudo. Odeiam tudo aquilo que não são eles mesmos. São os introdutores do vírus da violência num movimento que tem enorme respeito social pela pauta generosa que tem apresentado.” Canalha.

Leia aqui O enredo de uma farsa que desmascara este Governo e assista ao vídeo da Federação Anarquista Gaúcha responde ao Governador Tarso em coletiva

thumbE com tantos ataques e debaixo de cassetetes e gás de pimenta no dia 10 de julho os manifestantes ocuparam a câmara de  vereadores com muita combatividade e também criatividade, e após oito dias obtiveram mais uma vitória, passe livre para estudante e desempregados e a abertura das planilhas de contas das empresas de ônibus que foi protocolado às 09h desta quinta-feira (18) num acordo firmado entre representantes do movimento social e vereadores no Foro Central da Capital.

As  vereadoras Sofia Cavedon (PT) e Fernanda Melchionna (Psol), representando suas bancadas foram quem protocolaram, e antes que saiam por aí querendo ser as mães da criança, que fique claro, a VITÓRIA É DE QUEM SAIU ÀS RUAS E RESISTIU a todas as perseguições e gases de pimenta e balas de borracha.

Por Ramiro Furquim/Sul21E os tais invasores (da própria casa, “câmara”), baderneiros e até chamados de fascistas pelo Governador Tarso Genro, conseguiram por meio da ação direta vencer a repressão do Estado por meio da PM e da criminalização da mídia que ambos servem ao governo, porém, já anunciaram que a luta continua, foram apenas batalhas vencidas, que fique certo, “continuaremos pelando!” disse uma integrante da frente autônoma.

Mas o que faz Porto Alegre sair na frente? E vencer tantas batalhas. Fica à reflexão.

Antes de irem embora:

pra quem não ficou sabendo…

antes de desocuparem a câmara de porto alegre ontem (18), manifestantes tiraram fotos nus e seminus na sede do legislativo… o presidente da câmara disse que a imagem é “deprimente e desrespeitosa à casa do povo”… “se querem fazer sexo grupal, que vão fazer em um local privado, não em um local público”…

ah, olhem alguns quadros-fotos na parede de cabeça pra baixo… aquele que um cara está segurando no “meio” das pernas é da deputada federal manuela d’ávila (pc do b), que já foi vereadora…

uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu… ( texto da web)

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OBS: Fotos retiradas da internet.

Alguns vídeos;

Noite de terça-feira, 27 de março de 2013. Estudantes tomam a Prefeitura no maior protesto já realizado contra o aumento da passagem do transporte público em Porto Alegre. O valor do ônibus passou de R$ 2,85 para R$ 3,05.

Os Mascaristas Anarcados trolando a mídia burguesa.

Funk montado dos Mascaristas Anarcados com a mina cantando.

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“Cambada de Teatro Em Ação Direta Levanta Favela”

Vídeo do face sobre a Tropa de Nhoque recebendo os jornalistas para entrevista coletiva, na Câmara dos Vereadores de POA, 15/06/2013. disposto apenas no face segue o link:

https://www.facebook.com/photo.php?v=10201550569065626&set=vb.1219262916&type=2&theater

Manifestação dos moradores do Parque Prainha por um transporte público justo

Foto-0260Reunidos hoje por volta das 12h, os moradores do Parque Prainha em São Vicente realizaram um manifesto reivindicando melhores condições para o transporte público do bairro, além de pontuar a falta de estrutura que carece o bairro como falta de escolas, creches, posto de saúde e segurança. Segundo os moradores eles se sentem isolados no bairro, como se não existissem e com o fechamento da Ponte Pênsil as condições pra quem é morador, ficaram ainda piores.

Foto-0097Enquanto são gastos cerca de 25 milhões de reias para a reforma da Ponte Pênsil, (veja na foto) a comunidade do Parque Prainha continua refém do descaso da prefeitura e do governo em relação aos serviços públicos básicos.

No bairro realmente não existe creche, escola ou posto de saúde. Dependem do transporte público para a locomoção e para o acesso a esses serviços, porém com a tarifa de R$ 3,85 (mais cara do Brasil) e com a ganância das empresas de transporte (PIRACICABANA/EMTU e as lotações) que visam unicamente o “tempo e o dinheiro”, motoristas se negam a passar no bairro, justificando que o percurso seria muito extenso e que precisam cumprir o horário determinado pelas empresas.

Enquanto a prefeitura e o Estado priorizam o embelezamento de uma ponte, a comunidade da Prainha fica segregada em um gueto, onde não é possível acessar os serviços mais básicos e fundamentais para se viver em uma sociedade.

Foto-1489No início do ano vejam na foto ao lado quanto foram gastos com troca de tábuas.

Assista ao vídeo;

Reforma Política? Da Babilônia Capitalista ao Federalismo Autogestionário

reforma-politicaNo Brasil e no mundo o sistema capitalista tem se estruturado da seguinte forma:

As corporações econômicas articulam os rumos políticos dos governos, determinam o que é veiculado pela mídia e de que maneira os assuntos são abordados. (Pense, vivemos no capitalismo, portanto, nada mais natural do que o “capital” estabelecer os rumos das nossas relações sociais, culturais e políticas). Se quisermos mudar isso, teremos que mudar o sistema. Desculpem-nos os ingênuos ou reformistas, mas não se reforma o inferno.

Os governos são subordinados às corporações econômicas, pois precisam do dinheiro destas para desenvolver suas campanhas e obter recursos, aliados e bases de apoio para “governar”. Na realidade não governam, apenas gerenciam as políticas impostas pelas grandes corporações econômicas. Podem negociar um ponto aqui e outro ali, mas não comprometem e nem “arranham” a lataria da grande locomotiva capitalista.

Os governos

No Brasil os governos são basicamente de dois tipos:

1 – Os declaradamente pró-capitalistas como os administrados por partidos como o PSDB e DEMOCRATAS (comumente identificados como partidos de Direita). Estes governos estabelecem uma relação muito ágil no processo de acumulação do capital nas mãos das grandes corporações, em detrimento da qualidade e atendimento das demandas sociais e dos serviços públicos (saúde, educação, transporte). Toda articulação política destes governos são pautadas pela precarização e privatização destes serviços e na repressão aos movimentos sociais e as populações das periferias.

2 – Os governos que podemos classificar como reformistas ou desenvolvimentistas como os administrados por partidos como o PT e PCdoB, (comumente identificados como partidos de esquerda). Estes governos possuem ampla base social (movimentos populares, sindicatos, etc.) e grande identificação junto às populações exploradas. Para governar estabelecem alianças com partidos de direita como PMDB, PP, e com setores expressivos de grandes corporações econômicas. Sua essência está baseada na ideia de pacto social (patrões e trabalhadores). Devido a um maior investimento em programas sociais ligados à distribuição de renda um setor expressivo do empresariado, da mídia oficial e das classes média e alta criam situações de conflito, oposição e reivindicação. As grandes corporações seguem lucrando como nunca e decidindo os rumos deste tipo de governo, porém, devido ao pacto social, a classe média e o pequeno empresariado têm que ceder alguns privilégios antes intocados, e disputam no tapa o custo de vida dentro das grandes cidades.

Conjuntura atual

Hoje a principal discussão que está colocada em pauta é a reforma política. Todos os governos tratam (e sempre trataram) a questão da reforma política sob um viés superficial para atender seus próprios interesses. Administram com maestria a cortina de fumaça que impede a população de enxergar o que deveria ser óbvio. Podemos fazer uma analogia entre a nossa realidade e a Alegoria da Caverna escrita por Platão. As manifestações que ocorreram neste mês de junho, ilustram a tentativa da população em querer (desejar) sair da caverna, porém a mídia, os governos e as corporações econômicas ainda estão sob controle da situação e sabem muito bem o que fazer para que nós (os escravos) não possamos compreender nossa condição e articular forças para encontrar a liberdade.

Os partidos de direita, infiltrados nas manifestações sob o signo de alguns líderes patriotas e apartidários, puxam a todo momento reivindicações como o impeachment da presidente, a redução da maioridade penal e o combate à corrupção. Tentam criar uma instabilidade política que abra uma brecha para que retornem ao poder sob a roupagem, de preferência, de um mauricinho tecnocrata. Articulam reivindicações de bandeiras simplistas que buscam aglutinar a insatisfação intuitiva das massas e principalmente o ódio concentrado nos últimos anos pela classe média, que moldada por mídias como a Veja, Folha de S. Paulo, Band e Globo identificam nas populações pobres e nos programas sociais do governo federal as causas de um suposto déficit econômico do governo que as tem “prejudicado” ao longo dos anos. Reduzem a questão da violência generalizada a uma mera questão moral, intrínseca à subjetividade e individualidade de cada um. Incentivam, portanto, por esse viés, o ódio contra a população negra e periférica. Para a classe média e a burguesia, a moralização da política é o único caminho que poderá nos levar a um futuro melhor. Ririam eles se os dissessem que o problema é de estrutura econômica e política e não moral, pois não querem nem creem em mudanças mais profundas.

O Governo Federal, por sua vez, perplexo com as revoltas das massas, busca agora atender algumas reivindicações e propor algumas reformas, manipulando algumas delas inclusive, para atender a seu próprio interesse. O PT foi eleito para colocar em prática um programa popular discutido e construído ao longo de 20 anos. A CUT e o MST representavam em aliança ao PT as maiores forças sociais da América Latina. Porém, ao longo de 10 anos de governo, nenhuma das propostas e bandeiras de luta, construídas pelos trabalhadores, foram colocadas em prática. A Reforma Agrária retrocedeu, a burguesia nacional e internacional ainda controlam nossa economia e o país viveu um momento de estagnação articulada pelo aparelhamento sindical e a retórica econômica. Criaram uma bolha que em um determinado momento deveria estourar. Hoje colhem o preço da política de desmobilização e capitulação perante ao capital nacional e internacional.

A postura do Governo Federal é coerente com a filosofia de pacto social. No caso dos transportes, as tarifas baixaram devido à isenção de impostos às empresas gestoras. O lucro destas empresas não foi mexido. O Estado deixa de arrecadar, para que os empresários continuem lucrando tranquilamente.

Todo o discurso desenvolvimentista do governo federal esconde o genocídio aplicado às comunidades indígenas e quilombolas, a destruição de reservas naturais, e a expulsão do povo pobre das áreas estratégicas do novo “desenvolvimento” capitalista nacional, vide os despejos nas áreas dos estádios da Copa.

Como devemos nos organizar?

O tempo recorde em que os parlamentares votaram projetos que estavam engavetados há mais de 20 anos e a ação realizada pelo governo para baixar a tarifa dos transportes, que dias antes diziam ser econômica e politicamente impossíveis de ocorrer, demonstram que só a mobilização e a pressão popular são capazes de arrancar vitórias e conquistar direitos que os movimentos sociais reivindicam há várias décadas.

Não é votando de quatro em quatro anos, ou respondendo a um plebiscito que iremos mudar o atual estado de coisas. Por outro lado o ato isolado de sair às ruas e reivindicar mudanças também não é capaz de construir algo orgânico que rompa com o senso comum e com a estrutura que o capital nos impõe. Se queremos realmente transformar a sociedade devemos mudar a forma que nos organizamos e o modo de nos relacionar com as estruturas de poder. É nesse sentido que devemos conhecer e aplicar as ideias do federalismo e da democracia direta que estão assentadas sob o âmbito do local, regional e federal.

Os meios para a luta:

1) Ação direta: Ocorre quando os trabalhadores tem o objetivo de sabotar a produção capitalista ou estabelecer uma pressão social capaz de transformar a realidade. Por exemplo, quando se fecha rodovias e artérias importantes para o escoamento da produção capitalista; quando trabalhadores ocupam suas fábricas com o objetivo de conquistar direitos ou realizar a autogestão da produção, expulsando os patrões;

2) Greves: Organizadas sempre sob a articulação da base e não das hierarquias sindicais;

3) Ocupações: Para garantir o direito a terra e a moradia.

4) Conselhos populares: Ao contrário dos conselhos institucionalizados ou dos Centros Comunitários atrelados aos governos ou poderes paralelos, como o tráfico, se faz necessário fomentar conselhos organizados de modo horizontal, com base popular de fato, e que coloquem em prática os princípios da democracia direta. Se queremos, por exemplo, mudar o ensino, devemos criar conselhos populares formados por pais, educadores e estudantes, em cada escola. Para mudar o sistema de saúde, devemos organizar conselhos de saúde nos bairros onde o serviço é precarizado. Se queremos mudar as relações de trabalho ou conquistar direitos trabalhistas no qual o sindicato não representa a base, devemos criar conselhos operários que devolvam o protagonismo da luta à classe trabalhadora.

Hoje em dia as lutas estão fracionadas. As categorias utilizam apenas o sindicalismo como instrumento para a conquista de melhores salários, melhores condições de trabalho e melhores serviços públicos para a sociedade em geral. Porém temos de incentivar o envolvimento com a comunidade com o objetivo de criar pressões locais, que se desencadearão em pressões regionais até chegar ao nível federal. Devemos ter em mente que estes conselhos são espaços de organização, inicialmente não serão levados a sério pelos parlamentares, porém estes são os espaços daqueles que não possuem voz e que desejam transformar a sociedade por meio da pressão popular.

Reforma política

No caso da reforma política, o governo propôs a elaboração de um Plebiscito que autorize a criação de uma Assembléia Constituinte específica para tratar do tema. Para entendermos de forma satisfatória o que está em jogo, devemos lembrar um pouco de nossa história recente. Durante o período de abertura política, após 20 anos de ditadura militar, as manifestações pelas “Diretas Já” culminaram na elaboração de uma nova constituição nacional, elaborada e apresentada por um “Congresso Constituinte” em 1988. Ou seja, os deputados federais e senadores eleitos em 1986, acumularam ao cargo de deputados a tarefa de criar e apresentar uma nova constituição. Não houve de fato uma participação popular direta.

Uma Assembléia Constituinte, por outro lado, seria organizada por meio de representantes da sociedade civil, eleitos diretamente pelo povo, sem a participação de deputados e senadores e sem a intervenção ou direcionamento do processo por parte de partidos políticos, governos e prefeituras.

Após apresentar uma proposta de criação de uma Assembléia Constituinte Específica, que provavelmente não seria de participação popular direta, mas sim de caráter meramente consultivo, o Governo Federal recuou devido à histeria da mídia, dos partidos de direita e dos organismos oficiais da justiça como a OAB, Ministério Público, etc. As mesmas forças conservadoras que aplaudiram as manifestações recentes agora tem medo de que a simples discussão desse tema possa desencadear um processo de desmonte da forma de representação política e, em consequência, de toda a estrutura parlamentar e estatal.

Em oposição a essa ideia, a mídia, os partidos de direita e agora o próprio governo e seus partidos, defendem a realização de um Plebiscito ou Referendo. Estas duas opções legitimam o poder e as ideias de um sistema parlamentar senil, fracassado e anti-democrático. Todos sabemos que as propostas vindas do governo ou dos parlamentares não mexem nas estruturas, muito menos nos privilégios da nossa casta política. Todas as declarações tanto do governo quanto da oposição de direita enquadram a reforma política sob a forma de uma simples “consulta popular”, ou seja, quem decide na verdade é o congresso.

O que reivindicar a curto prazo?

O ato de reivindicar educa a população no sentido em que mostra as contradições do sistema capitalista e de seus governos, desmascarando-os e estabelecendo as bandeiras que propomos para a construção de uma sociedade livre e igualitária, onde não existam classes, Estado, explorados e nem exploradores. Dada a urgência desta luta devemos reconhecer que o socialismo e a liberdade, pelos quais lutamos, não estão colocados logo ali, no amanhã. Mas também é certo que o que fazemos todos os dias, e como fazemos, tem relação direta com onde queremos chegar. Estar junto com os que lutam, na defesa e nas conquistas, construindo soluções parciais e concretas é parte desse processo.

1) Reforma Política:
-Financiamento público das campanhas eleitorais com distribuição igualitária da verba entre os candidatos para cada cargo, e a serem pagos a prestação, sem ônus ao contribuinte.

– A propaganda política em TV, Rádio e Jornal apenas poderá veicular um programa gravado (ou editado) a ser exibido duas vezes por semana. Nos demais dias a propaganda deve ser organizada e transmitida ao vivo por meio de debates públicos, abertos à população, com igualdade de tempo e de espaço de campanha entre os candidatos.

– Instituição da revogabilidade de mandatos por parte dos eleitores.
-Fim das coligações para eleições proporcionais, eliminando conchavos políticos desta natureza.

– Proibição de veiculação de pesquisas de intenção de voto por todos os meios de comunicação, inclusive na Internet, sujeitando o partido ou candidato à perda de registro e consequente exclusão daquela eleição.

– Fim do salário para vereadores. O Brasil é um dos únicos países onde vereadores são remunerados.

– Subordinação dos vereadores e deputados estaduais aos conselhos populares locais e regionais de modo que se assegure o cumprimento das resoluções destes organismos por parte dos vereadores e deputados. Todo aquele que desrespeitar a deliberação dos conselhos locais dos quais são simples representantes, deverão ser revogados e substituídos.

– Fim dos grandes salários. Todo representante (deputados, prefeitos, governadores e presidente) não deve receber mais do que o salário base de um professor da rede pública e não terá direito a carro oficial exclusivo, e de forma nenhuma quando fora de serviço, nem, auxílio moradia, 14º, 15º, e verbas de gabinete. Todos os gastos necessários para transporte, hospedagem e funções administrativas devem ser analisados e aprovados por um conselho popular de fiscalização.

– Fim do Senado. A política baseada em duas instituições oficiais que representam a mesma coisa engessa as propostas de iniciativa popular, estimula a burocracia e mascara os conchavos político-econômicos.

– Plebiscitos deliberativos como forma de participação e controle dos eleitores sobre o processo político nos âmbitos estadual e federal, com regulamentação imediata do que for decidido pelo povo.

2) Trabalho digno:
– Redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem redução salarial.

– Salário mínimo baseado no cálculo do DIEESE.

– Aplicação dos Direitos Trabalhistas para todos os trabalhadores, dignidade para os trabalhadores terceirizados e prestadores de serviços do chamado “trabalho informal”.

– Combate ao trabalho escravo, no campo e na cidade.

– Fiscalização das sobrecargas e horas extras, acompanhado de ajustes do salário base e ampliação dos postos de trabalho.

– Apoio com financiamentos subsidiados aos trabalhadores que queiram adquirir de forma individual ou cooperativa seus próprios meios de produção.

– Desburocratização da implantação e gerenciamento das cooperativas.

– Combate ao trabalho infantil no campo e na cidade.

– Aplicação dos Direitos Trabalhistas para todos os trabalhadores, dignidade para os trabalhadores terceirizados e prestadores de serviços do chamado “trabalho informal” e “trabalhadores domésticos”.

3) Educação
– Ampliação dos investimentos de recursos para a educação básica (creches, ensino infantil, fundamental e médio)

– Contra a privatização do ensino e os tubarões da educação.

– Contra o socorro financeiro destinado às universidades particulares através de repasses e isenções de impostos na ordem de bilhões de reais, programas de financiamento, e que esses recursos sejam aplicados na ampliação qualitativa das vagas nas universidades públicas com políticas de acesso diferenciado a indígenas, afro-descendentes e estudantes oriundos da rede pública de ensino.

– Entendemos que programas como o ProUni e o Fies ampliam o acesso ao ensino superior privado, porém, estes recursos devem contribuir para que este mesmo público tenha acesso às Universidades Federais, ampliando vagas e fornecendo bolsas e assistência estudantil, como moradia e alimentação.

– Uma política pública séria de educação para crianças, jovens e adultos com necessidades educativas especiais. Contratação de profissionais de acordo com esta área de atuação, aquisição de equipamentos em número suficiente (ex: psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta) e flexibilização curricular.

– Promoção de uma educação realmente diferenciada para povos indígenas, quilombolas, ciganos e demais populações tradicionais, respeitando suas respectivas culturas e modos de vida. Contratação de profissionais de acordo com esta área de atuação (ex: antropólogo). Construção participativa dos currículos e planos político-pedagógicos.

– Reconhecimento oficial das iniciativas de Educação Popular, Métodos de Educação Alternativos e Educação Domiciliar, entendendo que os pais, filhos e mestres possuem prioridade sobre o Estado em relação a qual modelo de educação adotar. Liberdade curricular.

– Possibilidade aos profissionais da educação e dos pais de educandos de obter investimento público e isenções tributárias para iniciativas populares e alternativas de educação.

– Criação de conselhos populares de educação com caráter deliberativo e não apenas consultivo.

4) Saúde

– Aplicação das verbas obrigatórias na saúde pela União, estados e municípios.

– Revogação do Ato Médico que atribui exclusividade deste profissional na elaboração de diagnósticos e prescrições terapêuticas e se constitui um atentado ao direito do cidadão em procurar diretamente o auxílio de profissionais como fisioterapeutas, enfermeiros, homeopatas, acupunturistas, psicólogo/as, dentre outros, para o tratamento de sua própria saúde, em prejuízo também dos profissionais das respectivas áreas.

– Ampliação do Sistema Único de Saúde (SUS).

– Enfrentamento das empresas privadas, fundações e Organizações Sociais (OS) de interesse privado nas áreas da saúde.

– 6% do PIB à saúde pública sem intermediação privada.

– Ampliação e melhoria da rede pública para o atendimento tanto nos grandes centros urbanos, como nas comunidades mais afastadas.

– Sistema Público de Saúde Preventiva, programa Médico de Família, Unidades e equipes de Saúde descentralizadas em cada bairro ou comunidade.

5) Reforma agrária

– Reforma agrária contra o latifúndio e as monoculturas extensivas do agronegócio para garantir às inúmeras famílias camponesas sem-terra o acesso ao seu meio de vida em condições dignas.

– Políticas para a contenção definitiva da Violência no Campo.

– Incentivo às produções agroecológicas em oposição ao agronegócio. Controle das sementes pelos trabalhadores do campo: contra a propriedade e a patente das sementes por empresas do agronegócio.

– Demarcação de territórios indígenas, quilombolas e apoio às comunidades pesqueiras e demais comunidades tradicionais.

6) Reforma tributária e ruptura com os agiotas da dívida pública

– Rompimento com o mecanismo perverso da dívida pública, que paga altos juros para os agiotas do mercado financeiro e corta políticas públicas e gastos sociais para os pobres. Implementação de uma reforma tributária com taxação dos ricos e não dos pobres.

– Ruptura com os agiotas da dívida pública, que consomem quase metade do orçamento público, com maior investimento dessa verba na saúde e na educação.

7) Democratização da comunicação e combate aos monopólios

– Controle popular sobre o sistema de comunicação e fim dos monopólios da comunicação.

– Comunicação popular e liberdade de expressão, incluindo direito à livre transmissão das rádios e TVs comunitárias. Contra a criminalização imposta pela ANATEL e a burocratização das outorgas.

8) Mobilidade urbana

– Combate à especulação imobiliária e à usurpação privada do direito à cidade. Desapropriação de prédios e terrenos devolutos para programas de moradia popular com planos de construção por sistema de mutirão, cooperativas e autogestão.

– Defesa intransigente de uma política de transporte verdadeiramente público, gratuito e de qualidade, que garanta o direito à locomoção dos mais pobres e dos desempregados nas zonas urbanas e rurais. Rechaço à mercantilização do transporte, com gestão pública e controle popular.

9) Direitos humanos

– Abertura efetiva dos arquivos da ditadura e condenação dos torturadores e mandatários dos crimes de Estado nesse período.

– Contra a criminalização da pobreza e do protesto e pelo fim do extermínio de pobres. Pelo reconhecimento da dívida social com os povos negros e indígenas.

– Fim da violência contra as mulheres e direito a elas para o atendimento público e ético no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento humanizado da parturiente e apoio médico e psico-social às mulheres que optam pelo aborto. Direito ao parto natural e a um sistema de saúde que inclua parteiras e doulas. Combate ao machismo, à homofobia e defesa da livre orientação sexual e dos direitos da criança e do adolescente.

– Desmilitarização da polícia! Contra um sistema que defende os ricos e criminaliza a pobreza.

10) Cultura e Lazer

– Construção de espaços públicos de recreação, de convívio social, de produção cultural – como praças, campos e parques.

– Fim da lei de incentivo fiscal que financia empresas que acabam por decidir o que é, e o que não é cultura. Pelo controle popular de todo o financiamento público destinado a área da cultura.

Construir a sociedade libertária:

Somos partidários de um programa de lutas para construir um povo forte, que não troque sua independência de classe por cargos, favores ou razões governistas. Como pequena, mas resoluta força de combate do lado dos oprimidos, continuaremos como sempre nas lutas que vêm de baixo, fora do governo e das colaborações com os patrões. E como pauta para essa conjuntura que entramos, queremos construir com quem luta por soluções práticas, mas sem perder nossa intenção libertária e socialista, com o sentimento de que nada podemos esperar que não seja do próprio povo.

Ao passo em que avançamos nas reivindicações e conquistas junto ás classes exploradas, se faz necessário estabelecer os nossos horizontes e os meios pelos quais objetivaremos a sociedade libertária. A luta social é a escola que cria condições para o despertar da consciência revolucionária. Se nosso sistema de representação política está falido e apenas serve aos interesses das grandes corporações e aos conchavos governistas, devemos propor e construir outro, onde o protagonismo popular seja a base de uma sociedade sem Estado, sem classes e todo tipo de hierarquia, autoridade e opressão, no qual a solidariedade, o cooperativismo e a autogestão sejam encarados como princípios norteadores das potencialidades humanas.

São Vicente, 09 de julho de 2013.

Comunicado da Rádio da Juventude sobre a conjuntura das manifestações.

A Rádio da Juventude vem por meio desta comunicar que está se retirando das manifestações contra o aumento da tarifa, devido à deturpação do movimento que foi cooptado por forças conservadoras que estimulam a exacerbação de um nacionalismo cego que favorece grupos autoritários de extrema direita, incitando violência e ódio aos instrumentos de luta da classe trabalhadora, deste modo, não mais nos sentimos pertencentes ao que ele se tornou.

1. Não compactuamos com as agressões promovidas aos companheiros que há tempos estão nessa luta, e somente porque pertencem a partidos, sindicatos, organizações sociais estão sendo hostilizados e agredidos. Consideramos isso, um atentado à liberdade, além de uma estratégia política de grupos de direita que promovem o pensamento conservador que não tem interesse em mudar os pilares da sociedade, mas sim fazer reformas políticas que favoreceram ainda mais o fortalecimento do capital privado.

Resultado: fortalecimento de um Estado ainda mais opressor e segregacionista que só contribuirá para aumentar ainda mais as disparidades sociais, reafirmando privilégios da classe burguesa e a criminalização da pobreza, por exemplo, os saques e os quebra-quebras que estão ocorrendo na periferia são reflexos de uma política de Estado excludente que foi desencadeada com os protestos. No entanto, ao contrário dessa discussão ser feita. Não está. Apenas um debate moralista e preconceituoso que até mesmo setores da esquerda estão sustentando.

2. Compreendemos que a maior parte desta juventude que está nas ruas, encontra-se em estado de euforia e revolta legítima, porém, sua não experiência e não conhecimento político (e a falta de trabalho forte de base das esquerdas) permitiu o sequestro da pauta por um grupo velado de direita que venceu no momento as esquerdas na disputa pela consciência da população, e o mais preocupante são os grupos extremistas que perceberam o momento e estão fazendo o trabalho sujo de incitação de violência tentando incutir sutilmente na população uma unificação homogenia que é partidária, mas que capciosamente se intitula como – apartidária – com ideário de pureza se auto sacralizando – do povo pelo povo – porém, essa ideologia que permeia travestida de liberdade e luta popular não passa de fascismo.

3. Acreditamos que neste momento as esquerdas que são de luta devem ficar juntas refletir e providencial retornar a base, pois, foi o distanciamento dela que propiciou nossa perda neste momento, e revelou claramente que o sectarismo e as verdades estratégicas não são fórmulas de nada, porque quando dizemos: “isso é fascismo” de que adianta se a massa não compreende o que é. Portanto, nesta coalizão o fundamental é fortalecer a base e pensar estratégias de como desmascarar essa farsa que está sendo muito bem articulada com o apoio da mídia.

No mais, seguimos na luta sempre fortalecendo na luta contra o Estado e pelo poder popular sempre! Com autonomia, liberdade, solidariedade, combatividade e respeito numa perspectiva classista.

SOMOS VÂNDALOS E NÃO ACORDAMOS HÁ DUAS SEMANAS!

“O poder simbólico é aquele que consegue transformar relações de dominação- submissão em relação afetivas e quanto maior o sentimento mobilizado, mas se ocultam as diferenças – sejam elas sociais, políticas, acadêmicas ou de qualquer espécie – sem ficar clara a violência perpetrada, parto do princípio de que, no campo das ciências sociais, sobre tudo, nenhuma escolha “de palavras” é ingênua ou neutra”. Bourdieu

Os “pós-modernos” também envelhecem, seus filhos se revoltam contra o conformismo e querem ser protagonistas.

Em tempos de confusão de ideias, vamos ouvir os Pícaros – grupo de rock ativista – de Praia Grande –  SP e tentar avaliar essa loucura toda.

Via
Projeto Pícaros, texto dos caras e música.

A condição do escravo moderno dentro do sistema totalitário mercante é de evidenciar as formas de mistificação que ocultam esta condição subserviente.Esta nova música e seu vídeo clip trata-se exatamente de uma crítica a sociedade que devemos combater.Não precisamos de um guru que venha explicar à nós como devemos agir: “a liberdade de ação deve ser nossa característica principal”.

Os recentes protestos e manifestações contra o aumento das tarifas no trasporte urbano em todo o Brasil demonstram que a juventude (ou pelo menos parte dela) parece sair do marasmo que dominou a geração de seus pais, que nos anos 1980 se entregaram gostosamente ao triunfo do capitalismo e se iludiram com a possibilidade de uma vida sem conflitos. Seguiram-se depois as afirmações aleivosas sobre o fim da História e o advento do que muitos chamam de pós-modernidade.Nesse período, consolidou-se a sociedade do prazer e do consumo, o interesse coletivo saiu de moda e a indústria da mídia colocou nas telas a promessa da felicidade individual à revelia do bem-estar.

Os “pós-modernos” também envelhecem, seus filhos se revoltam contra o conformismo e querem ser protagonistas.

Esta luta é classista! “Quem não concorda com isso, já mostra quem de fato é.” e vaza!

De, Rosa Luxe 

181283_548705038525027_77747818_nEsse texto é pra vocês, que construíram o ato contra a tarifa abusiva da TCCC, essas palavras são pra vocês… Que idealizaram desde o início. Pra se prepararem.

“Esse texto é para você que estava com o movimento Passe Livre São Paulo desde o começo”. Ele é especialmente pra você que, antes mesmo do primeiro “não é por 20 centavos”, já apoiava porque compreendia que, SIM, o protesto era para que 20 centavos não fossem mantidos a mais na tarifa do transporte “público”. Quando a mídia conservadora dizia que era sem sentido, que não valíamos nem 20 centavos, que era tudo badernam e vandalismo… e você já apoiava.

É triste ver um movimento que luta para destruir valores conservadores sendo sufocado por causas sem sentido e sem pauta. Ontem assistimos os protestos sendo tomados por pessoas que não possuem a mínima ideia do que é protestar, acham que sentar e cantar o hino nacional, sem exigência alguma para se fazer ao governo, é um “protesto”. Vi pessoas no twitter questionando essas pautas, perguntando: “Qual é a demanda de vocês? Quando os protestos vão parar? O que o governo de São Paulo (e de outros estados) tem que fazer para que o povo pare os protestos?” e ninguém respondia nada que fizesse sentido.

A verdade é que há uma massa conservadora se juntando aos protestos e infelizmente não estou falando só de Jabor, Pondé, Azevedo, Veja, UOL e cia. Esses grandes ícones do conservadorismo brasileiro se juntaram a causa e ISSO POR SI SÓ já deveria ser motivo para que todo mundo fizesse uma reflexão profunda e não caísse nas armadilhas, mas infelizmente há algo pior: pessoas com idéias anti-humanistas, pedindo que “bandidos” sejam espancados, falando contra programas como o Bolsa Família, não aceitando a participação de pessoas LGBT e até mesmo batendo em mulheres que portavam bandeiras de partidos. Essas pessoas não sabem o que é protestar, não fazem realmente a mínima idéia. Acham que o Brasil “acordou”, quando milhares de movimentos por todo o país já tomam as ruas e protestam e são chamados de desocupados, vagabundos, gayzistas, esquerdopatas, feminazis e tantos outros termos pejorativos.

Geraldo Alckmin enganou a todos os novos adeptos, que caíram como patinhos. Disse que não haveria polícia, que tinham CONVICÇÃO. Ora, por que tanta certeza? Acredito que essa certeza vem do fato de que ele e seus capangas midiáticos reconheceram a distinção entre os grupos. Enquanto a juventude sem pauta falando contra corrupção estava na Paulista cantando o hino nacional, tinha gente apanhando no Palácio dos Bandeirantes. Muita gente que tem idéias de esquerda chegou deslumbrado da Paulista dizendo que tinha sido tudo paz, tudo lindo, totalmente ludibriados e incapazes de enxergar além do óbvio. A falta de experiência e de vontade de aprender sobre o que é protestos nas ruas leva a criminalização de quem tenta invadir prédios do governo ou se revolta pichando frases nos ônibus e muros (frases essas que são quase um desabafo de um povo massacrado pela força do capital).

Eu não me achava uma esquerdista das mais assertivas, tinha até meus momentos de baixar a guarda e não falar contra o capitalismo a cada segundo, mas diante disso tudo sou capaz de reconhecer a minha coerência e com a consciência tranquila posso afirmar que não estou sendo massa de manobra de Alckmin, Haddad, Globo, UOL, Folha, Jabor, Pondé, Azevedo ou outros grupos e pessoas que tentam transformar o assunto em uma enorme manifestação no estilo “Cansei” e “Dia do Basta”.

É frustrante ver que essas pessoas CONCORDAM COM A MÍDIA quando criminalizam movimentos que fazem barricadas para atrasar o Choque (e vocês já viram que o Choque só quer surrar e agredir) ou agem de maneira “não-pacífica”. Esse repúdio conservador é feito há muitas décadas, há muitos séculos, mas somente esses grupos “não-pacíficos” foram capazes de transformar a história em vários momentos. Vá ao Google e busque por revoluções e protestos que te asseguraram direitos. NENHUM deles conquistou NADA sentando com a PM no chão e cantando o Hino Nacional.

É impossível, a essa altura, controlar quem vai pras ruas e quem se junta ao movimento. Já era. Nossa ÚNICA esperança é que os manifestantes que de fato se importam em ROMPER o status quo sejam capazes de levantar a voz e manter os protestos SEM a massa conservadora. Veremos – como vimos ontem – que a mídia irá nos chamar de “pequenos grupos vândalos”, mas não é nada que já não conheçamos de perto. Seremos eternamente o “pequeno grupo vandâlo” de qualquer época, porque nós sempre caminhamos pra frente, com punhos erguidos, palavras de ordem, força e coragem de enfrentar a PM, o Choque e a mídia.

Que cada um se sinta livre para tomar a atitude e a postura que julgar necessária. EU NÃO ACEITO a direita e nunca irei aceitar, eu NÃO caminho lado a lado com quem desrespeita os Direitos Humanos. EU NÃO ME CALO diante de cartazes conservadores. E você?

OBS: É pelos 20 centavos, pelo transporte que se diz público e não é por quem e para quem 20 centavos a mais numa passagem é dinheiro demais.

“Quem não concorda com isso, já mostra quem de fato é.”

Há uma direita querendo capitanear todo o movimento contra o aumento da tarifa. Será?

1016087_548704811858383_1920239757_nOs manifestos na baixada santista contra o aumento da tarifa se atrelaram à bandeira da ‘corrupção (leia aqui, está agregação passou pelo grupo sem discussão) sendo que este era um discurso de um grupo do Facebook de direita chamado “Nas Ruas Brasil” criado no face com a intenção de criar manifestos integrados contra a corrupção (indiretamente a ideia era apenas atacar o governo do PT)

Era um grupo que não queria discutir nada além da corrupção e dos valores morais, e fazia questão de em qualquer debate suscitar o amor pela pátria, e caso alguém discordasse de tal argumento e quisesse discutir com profundidade os problemas do país, simplesmente era excluído ou ignorado.

Muitos debates foram travados na rede no ano de 2011, o grupo ao perceber que perdia território dilui-se curiosamente em outro grupo chamado “Pátria Minha” que ainda existe, hoje quase todo centro urbano tem o seu grupo na rede, na baixada, por exemplo, temos o denominado; “Pátria Minha Baixada” – sua causa principal no momento é lutar contra a PEC 37.

A grande questão é que o grupo vem articulando numa linguagem muito inteligente e capciosa, dizendo ser um grupo não partidário, e alguns integrantes usam a denominação “suprapartidária” nome bastante em moda nos últimos tempos, e sua finalidade é chamar o povo para fazer política, combater a impunidade e a corrupção. Pragas de nosso país segundo eles.

Até aí ok, concordamos. Contudo, o perfil do grupo é o mesmo do outro, se alguém entrar no grupo e for discutir partido, a palavra de ordem é; aqui somos livres, lutemos por nós, chega de politicagem partidária, e se for discutir, por exemplo, sobre higienização social – aí não – estão desviando o foco –  isso no início, pois, nos dois últimos anos o grupo foi se adaptando para discutir todos os problemas sociais, mas sempre com a cartilha da Constituição e com a bandeira nacional na mão, com isso, minuciosamente o discurso reacionário foi sendo travestido de revolucionário, até chegar ao ponto que, quem não tem a mínima ideia de luta social, se depara com a discussão de: queremos educação, queremos saúde e todos os outros direitos que nos são negados, é de uma legitimidade profunda, sem contar que os símbolos nacionais são de fácil assimilação para uma população condicionada, quem irá criticar?

Prestem atenção a quantidade de verde e amarelo que está surgindo na rede, algumas coisas são de pessoas comum que pegaram carona, mas, a maioria é intencional. Frase do tipo; o gigante acordou. Oras. Quem estava dormindo do lado de cá da trincheira por acaso?

Mas vamos pensar; a utilização desses símbolos é dialógico pra caramba com a população e com a nova geração de jovens que querem depositar seu ódio em algum lugar e resgatar algum orgulho (palavra está perigosa somada com revolta) .

Porém, o grupo permanece pontual numa coisa, o problema não é a estrutura social e a organização econômica, mas sim a falta de participação política que não deixa as leis funcionarem, é preciso atitude e leis mais enérgicas, ou, seja, fortalecer ainda mais o Estado. (não assumiram que é isso, faço apenas a leitura de acordo com o posicionamente deles,  que é cheio de contradições e nunca classista).

O ponto onde quero chegar é que as manifestações estão tomando um caminho na baixada que precisamos refletir sobre elas, assim como em âmbito nacional, pois, um vídeo de chamada “supostamente” do MPL circula pela rede e sutilmente pode enganar os mais desavisados, pois faz absorções dos discursos da luta, porém, é um vídeo obviamente que irá fortalecer a direita. E tem um do V que está circulando que é ainda mais sútil, mais cheio de discurso nacionalista (logo abaixo os vídeos) e acho que esse foi de alguém que só reproduziu o discurso.

Prestem atenção na exacerbação dos símbolos pátrios, discussão da não violência, associação das lutas sociais com o amor pelo futebol e amor pelo Brasil.

Qual organização, ou movimento social faria isso?

No entanto, estão ganhando força dentro dos atos, pois adotando o discurso: não queremos partidos, não queremos bandeiras, queremos tudo horizontal, e sem lideres, democracia direta, é de extrema facilidade para agregar gente cansada de atrelamento partidário.

Seria a anarquia surgindo da noite para o dia?

Os princípios são legais né? Só que não. Não devemos nos iludir, temos que ficar juntos, ainda mais quando a violência é praticada contra companheiros de luta, como está ocorrendo em SP, com agressões físicas aos militantes do PSTU e do Psol, e quase ocorreu aqui na baixada, só que para piorar o PSTU (para se defender) lança uma nota que coloca tudo na conta dos anarquistas, (sobre as agressões) e uma galera com toda razão ficou furiosa com tal declaração e achincalhou o PSTU.

Quer dizer;

Um colocando na conta do outro e o saldo: a direita nacionalista está indo bem, está conseguindo comprar a consciência das novas gerações e de toda a população deixando as esquerdas brigando entre si – enquanto ela prepara o golpe.

Precisamos de lucidez!

Não é fácil debater nesse momento de euforia em que as revoltas explodem, porém, as esquerdas que possuem uma perspectiva de classe vão ter que pensar em como vão fazer essa disputa de consciência, ( não sei se essa é a palavra a ser usada “disputa”) porque a direita instalou-se nos eventos dos atos, de todo o país, e tem gente aderindo ideias de redução da maioridade penal, do aborto, debates legalistas sendo propagados. Ao mesmo tempo em que isso faz parte, pois num estado de revolta em que todos se erguem, cada um revela o que pensa e gera conflitos.

Porém, a preocupação é fazer esse recorte, essa luta e não deixar discursos reacionários comandarem, eles são a catapulta para correntes extremistas surgirem, não é toa que estão propagando o ódio não somente aos partidos, mas, aos sindicatos e as organizações sociais, querem desmoralizar os instrumentos de luta da classe trabalhadora.

A Rádio da Juventude enquanto instrumento livre, classista e popular que não está atrelada a nenhuma corrente partidária e que preza por princípios de autonomia, horizontalidade, auto gestão e combatividade, tem participado desta luta e preza por uma luta que seja classista sempre defendendo os direitos do trabalhador e da trabalhadora. Temos a certeza que, é a organização social e o poder econômico que geram essa disparidade social que tem como o grande provedor e mantenedor o Estado, sendo assim, baixar a tarifa é apenas a ponta de um iceberg, fortalecemos! Mas de forma alguma nos aliaremos as correntes de direita que somam a essa luta, e deixamos nossa preocupação com essa enorme contradição que o sistema nos colocou que é não deixar nossas lutas serem absorvidas por grupos que não sabemos bem quem são, mas que são contrários a liberdade.

Quanto aos nossos companheiros e companheiras de luta que pertencem a partidos que foram atacados por esse ódio, manifestamos nossa profunda solidariedade.

E não se enganem! Toda essa hostilização é proposital, querem espalhar ódio e desmoralizar todos os instrumentos de luta da classe trabalhadora! Ser apartidário e prezar por valores de autonomia, autogestão, horizontalidade não significa hostilizar e agredir companheir@s de luta que adotam estratégias de luta diferentes.

Poder Popular sempre! Numa perspectiva classista! Querem confundir a luta. Esse papo de corrupção não engana. Parada é essa de gigante acordou? Sempre estivemos na luta!

É tempo de somar forças!

Lutar, criar poder popular!

http://www.youtube.com/watch?v=BsyCDcNudSc

Uma discussão sem fim iniciou-se pelas redes sociais sobre a legitimidade das manifestações – vandalismo, ou não?

age20130611427Os manifestos que estão ocorrendo no país inteiro sobre o aumento da passagem repercutiu além dos noticiários tendenciosos da mídia burguesa. Mas também em Jornais da América Latina e da Europa, que estão noticiando que a população no Brasil resolveu dar um basta a um transporte público caótico, e o que era apenas um manifesto tornou-se revolta popular contra o Estado, pois, o país vive uma realidade problemática de sucateamento de todos os serviços públicos, massacres de comunidades indígenas, (Mato Grosso do Sul) quilombolas, ribeirinhas e um intenso processo de higienização social nos grandes centros, além de ter uma das polícias mais violentas do mundo que se tornou instrumento de extermínio, não de segurança.

Enquanto isso no Brasil;

Uma discussão sem fim iniciou-se pelas redes sociais sobre a legitimidade das manifestações –  vandalismo, ou não?

O que vem provocando um engessamento do debate e uma visão paliativa que pouco contribui para fortalecer a discussão. Todos concordam que o transporte é ruim e caro, mas as estratégias de luta se confundem em conflitos ideológicos e por vezes sectários e até reacionários de alas que se dizem de esquerda –  que são a favor por exemplo; de entregar manifestante aos milicos, caso este radicalize e queira por fogo ou quebrar alguma coisa, ou seja, a grande bola da vez tornou-se defender o patrimônio público, a grande bola da vez foi reproduzir a mídia burguesa e criminalizar quem está na luta.

Certo dizer, que houve gente infiltrada da PM, e também tendenciais violentas, mas que é impossível de conter, porque o manifesto se tornou revolta popular, que também é legitima, diante de um Estado que durante 5013 anos escravizou e explorou a classe trabalhadora e que hoje, tem se tornando tão violento quanto, vide Belo Monte, os massacres das comunidades indígenas no Mato grosso do Sul que tem se intensificado, e o extermínio da juventude pobre,  preta e periférica.

Neste momento de revolta popular é tempo de avançar, somar forças e não dividir, é tempo de trazer todos os questionamento e colocar os governantes em cheque. Unir o campo e a cidade e dizer basta! Queremos reforma urbana, reforma agrária, educacional, na saúde, na moradia, ou a gente bota essa Constituição pra funcionar ou a gente rasga ela e volta ao Estado natural, oras, o Estado de direito serve pra quê? Pra nos oprimir?

O povo organizado não precisa de Estado!

Quando uma esquerda ao contrário de caminhar junto, se coloca apenas em posição crítica, há de se pensar que tipo de esquerda é essa?

Foto: MPL

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A revolta dos meninos e das meninas contra o aumento da passagem de ônibus não representa apenas uma raiva contida e liberada de forma descontrolada sem foco, apenas porque se aumentaram 0,20 ou 0,30 centavos. Não! Todo esse levante é símbolo de que não é mais possível aceitar um Estado que têm sucateado vidas em nome de uma politica econômica baseada apenas no lucro.

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Foto: MPL

Por isso o levante é tão criticado, e o mais interessante e revelador foi assistir parte de uma “suposta” esquerda criticando os atos e assumindo uma linha de discurso que não difere em nada com o da direita, fazendo criticas sobre a violência empregada, como se ela tivesse sido oriunda dos manifestantes, como se um bate papo e uns tapinhas nas costas resolvessem alguma coisa.

Foto: MPL

Foto: MPL

Haddad, por exemplo, defende ação da PM contra protestos e diz que vai negociar, apenas se o movimento “renunciar à violência”http://bit.ly/15PRzJf. “Que violência, sr. prefeito? As pessoas que ficaram feridas foram em decorrência das bombas e balas de borracha da PM”. (Nota do MPL)

O abandono do Estado.

No Brasil explode a luta pela terra, pela saúde, pela educação, pela liberação das drogas, pela descriminalização do aborto, pela demarcação de terras indígenas e quilombolas, e também por muitos outros direitos firmados, ou que precisam ainda ser firmados na Constituição Federal, isso, se de fato, a carta magna serve para alguma coisa, pois nela contém a célebre frase ” todo poder emana do povo”, mas, do jeito que andam as coisas é preciso retificar que a borracha é do Estado.

Pois é.

E vale acrescentar que na prática vivemos uma realidade que nem o debate é permitido, e isso, com um governo que se diz de esquerda no poder. Imaginem senão fosse. Pois bem, a criminalização promovida pela mídia de praxe é intensa, e agora, uma suposta esquerda assume essa iniquidade querendo desqualificar com um debate intelectual pacifista fajuto, do tipo; movimento de estudantes burgueses mimados – não havia trabalhadores – é uma esquerda baderneira – não é assim que se reivindica democraticamente.

Absurdo, mas revelador! Demonstra que militar costurando alianças é fácil, agora romper com quem nos ignora e de forma direta fazer democracia não são todos que estão interessados. Afinal, exige enfrentar os aparatos de opressão do Estado, além de disposição e audácia de ir para a rua sangrar e sair do facebook e dos restaurantes caros, que só frequenta quem se vendeu e não possui mais nenhuma utopia, enquanto nos meninos e nas meninas que estão nas ruas no meio do fogo cruzado há franqueza absoluta.

OBS: O Movimento Passe Livre é movimento nacional sério que há anos vem se mobilizando e fazendo um intenso trabalho de base para conscientizar e aglutinar pessoas para a luta. A ideia de tratá-los como vândalos a quem favorece? Fica à reflexão.

Declaração do Promotor Rogério Zagallo pelo face é apenas a ponta de um iceberg fascista chamado Estado.

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Esta declaração demostra claramente uma sociedade de classes, onde quem tem poder conferido pelo Estado, manda. E manda matar! Pergunta: irá acontecer algo com esse promotor? Com certeza não. Isso se ficarmos calados, temos mais é que cobrar punição a este promotor, ou no mínimo um escracho manifesto denunciativo.

Pois, nas mãos do Poder Público com certeza ficará impune. Afinal, segundo justificativa do mesmo, o que ocorreu foi um momento de desabafo pela espera no trânsito, pois seus filhos os esperavam nervosos. Não justifica!

Compreender que ficar preso no trânsito gera estresse é uma coisa, porém isso não limpa a barra de um posicionamento autoritário. Agora, imaginem o que ocorre no distrito deste promotor, quantos casos vão para o arquivo?  E reparem como ele utiliza o pronome possessivo “meu Tribunal”, revelando uma prepotência, pois, refere-se a uma instituição pública como sua propriedade particular.

Entretanto, qual é a novidade oriunda de alguém a serviço deste Estado que não passa de uma máquina de moer gente, mas que tipo de gente? Trabalhador, morador de periferia que acorda às 5h da manhã para pegar ônibus lotado, pagar um valor caríssimo por um serviço público péssimo.

E ainda querem retirar a legitimidade do ódio que leva ao protesto.

Aí vem à mídia oficial dizendo que teve quebradeira, dano ao patrimônio público, violência… desculpe a expressão, mas, “vão à merda!” Divulgar que na manhã de sexta havia gente desaparecida, presa e ferida, e que inclusive segundo nota do MPL até a data de hoje ainda tem gente presa, isso não fazem, e por quê?

Exatamente porque a sociedade está dividida em quem manda e quem obedece, e quando quem obedece se cansa e vai a luta, aí é reprimido, tratado como vândalo e deve morrer.

Alguma dúvida que a polícia e todo o sistema jurídico são aparatos de extermínio da população pobre a serviço do Estado?

Isso comprovou-se na ordem dada pelo promotor; só porque estava nervosinho no trânsito. Ora, como ele acha que estão quem é violentado todos os dias pelos serviços públicos sucateados? É válido lembrar também que é o povo quem paga o salário gordo que garante a ele não precisar pegar o metro, o busão e suportar a violência cotidiana do transporte público e de todos os outros serviços públicos que são uma grande merda.

 Logo abaixo a nota do MPL sobre compas que continuam presos.

No ato contra o aumento da passagem realizado no dia 06/06, houve divulgação de que 15 pessoas foram detidas, dessas, 6 manifestantes foram presos e mantidos na 78ª Delegacia de Polícia. Quatro deles se encontram em liberdade desde sexta-feira pela manhã, mediante o pagamento de fiança, duas no valor de um salário mínimo e duas no valor de 3 mil reais. Parte deste valor foi pago pelas famílias e, em parte, por fundos do Movimento Passe Livre. Outros dois continuam detidos apesar do MPL e da Conlutas terem levantado o dinheiro necessário para a fiança.

Isso se deve a um conjunto de fatos. Primeiramente, ao chegarmos na 78ª DP para pagar as fianças, os mesmos já haviam sido transferidos, para a 2ªDP. Desta forma, tivemos que nos dirigir ao Fórum da Barra Funda, porém não pudemos pagar a fiança pois a documentação da delegacia ainda não havia chegado ao Fórum. Às 18 horas de sexta-feira os papéis finalmente chegaram, mas não havia mais tempo para que as fianças fossem pagas.

Na segunda-feira(10/06)faremos o pagamento da fiança para libertar os presos e os advogados de confiança do MPL irão acompanhar os respectivos processos.

Acreditamos, no entanto, que nenhum destes problemas foi casual: nem a transferência, nem a demora dos documentos, nem os valores das fianças. Todo esse conjunto de empecilhos tem como objetivo atrasar o processo, mantendo os companheiros por mais tempo na cadeia – algo que não pode ser deixado de lado em hipótese alguma. Além disso, contribui para a criminalização de quem luta por uma cidade de e para todas as pessoas.

A ideia do nascituro se baseia em quê? Valores morais religiosos?

Dotar o nascituro de personalidade jurídica com direitos é uma teoria concepcionista totalmente cristã que vem na contra mão de um Estado Laico. E não é uma questão de interpretação meramente semântica, pois, a discussão não é sobre se há várias formas de compreensão da vida, ou do que é considerado vida. Mas sim, que o Estatuto em torno do nascituro, da defesa de células se apoia apenas em valores morais religiosos doutrinários que são crenças particulares de determinados grupos sociais. Um Estado Laico não confessa religião, é plural, diverso e preza pela compreensão e tolerância onde cada grupo social pertencente à sociedade exerce seus direitos professando suar fé na religião que quiser, sem que interfira no bem estar societário.

Agora, quando determinados grupos sociais se sentem prejudicados por determinadas leis, ou sentem a necessidade de alguma, nada mais legitimo que lutar e promover o debate com a sociedade sobre tal assunto, porém, um Estado laico não pauta suas leis por dogmas religiosos, ainda mais quando tal lei representa apenas a decisão de um único grupo que se coloca no direito de decidir por toda a sociedade, isso somente revela arrogância, intolerância, desrespeito e autoritarismo mascarado com uma bandeira hipócrita de proteção à vida, à criança… Que ainda nem existe, mas a mulher sim!

Este Estatuto do Nascituro que foi aprovado na Comissão de Finanças e segue para ser aprovado na Comissão de Justiça a no Plenário, ele é totalmente surreal e perverso, criminaliza a mulher colocando uma pedra sobre o debate do aborto, um debate importantíssimo, pois a quantidade de casos de violência contra a mulher que existe no Brasil de espancamento, estupro, assassinato não é brincadeira. E isso, não está sendo levado em consideração, não há respeito pela mulher nem a analise de quão ridículo ele é, pois na prática, de acordo com o que foi proposto, uma mulher quando for estuprada além de não poder fazer o aborto, ainda terá que conviver com tal criatura desprezível (estuprador) pelo resto da vida, pois, o mesmo terá de pena: pagar pensão, e não duvido que acrescentem direito a visitas aos fins de semana. Absurdo! Imaginem o dano psicológico que um estupro causa para uma mulher e o que causará a ela tendo que conviver com tal situação, é como incentivar a mulher ao suicídio.

E tem mais, obrigar uma mulher a manter uma gravidez de uma criança encefálica, (inflamação no cérebro que levará a criança a óbito após nascer) é outro absurdo! Primeiro: todas essas questões devem ser de autonomia da mulher, ela deve decidir! Segundo: há uma discussão de classe envolvida que temos que considerar, porque aquela mulher que possui poder aquisitivo irá numa clínica de aborto e resolverá o problema, enquanto a mulher periférica estará ferrada! Será ainda mais perseguida do que já é, mais criminalizada, mais desmerecida e continuará morrendo em clinicas clandestinas por omissão de um Estado genocida que negligencia uma questão que é de saúde pública, e se cala diante de um Estatuto policialesco, portanto, mais porrada essa mulher vai levar, porque estará institucionalizado: o nascituro terá mais direitos que ela.

Essa é a afirmação de uma sociedade teocrática de valores patriarcais em que a mulher será punida por todo o mal!

Não podemos aceitar!

Avante mulheres! Chega de cristo em nossos ovários!

Tamujunto!

O machismo no dicionário informal do R7. Qual o significado da palavra ordinária?

feminismoEstava a escrever um texto outro dia (para o blog) e num determinado momento me deparei com a palavra; ordinária, qual utilizaria como adjetivo de algo ruim, fora de ordem e que não cumpre com algo acordado, de modo que, tive a preocupação habitual de ter a interpretação correta, afinal, algumas palavras assumem significados pejorativos em determinado contexto cultural, (também porque não tenho formação em letras) por isso, fui confirmar no dicionário, e o de praxe à quem migrou para a cibercultura: página do google –  digita – qual o significado da palavra ordinária? Ok! Apareceram às opções, cliquei na primeira,  Ordinária – Dicionário inFormal, quando abri o site para confirmar se minha interpretação estava correta, tive a surpresa de encontrar isto como definição:

Mulher que não presta, faz armações tudo por dinheiro e gosta de se exibir para os homens, mais novinhos”.

Exemplo, Aquela ordinária estava louca pra transar com o Paulo.

Continuei a ler o site e ver se eu não estava sendo precipitado em tecer minha opinião, (apesar de que essa duas frases já dizem tudo pra mim) encontrei isso:

Muitas vezes como a definição colocada neste site de um mulher “ordinária” é colocado de tal ordem que passa a ideia que as mulheres ordinárias seriam todas levianas, vagabundas, o que deve ser repudiado, nem todas as mulheres são vagabundas. A sociedade “convencionou” que algo ordinário, ordenada ou de “ordem” não necessariamente deva ser atribuído a todas as mulheres  como sendo vagabundas, rameiras, lasciva, libidinosas, imorais, depravadas etc., seria a coisa de ordem, porém não o é! Assim acho que a colocação da palavra “ordinária” às mulheres que mantem-se numa ordem de boa moral, não necessariamente são extraordinárias. Se a sociedade humana está degradada, não é por causa das mulheres ordinárias, mas sim pelas extraordinárias, que fazem mais na conduta sexual ordinária, para reprodução, a função primária para uma relação sexual. Se agora uma mulher é lasciva, e dá o cu  fornecer o esfíncter de forma passiva e lasciva; entregar o canal do reto para prazer… Como vertido neste dicionário, nem todas o dão!

Olha, confesso; o que está escrito aí em minha opinião é tentar explicar e se lambuzar ainda mais na merda que fez, pra mim não faz sentido toda essa explicação. Não havia porque fazer referência a mulher. Não sou professor, mas se é importante explicar com exemplos, o mais correto seria usar de forma neutra, tipo: “aquela empresa é ordinária” logo, significa que a empresa não é idônea, ou, “as pessoas tiveram uma atitude ordinária na câmara” logo, significa que as pessoas agiram por interesse. E só. Perfeito, certeza que todos entenderiam.

Fiquei indignado… Li e re-li, refleti, não havia outra conclusão! Sabia que as palavras assumem significados pejorativos, devido o momento histórico/cultural, (o que é ruim) mas essa foi demais – explicação de dicionário criminalizando a mulher, reafirmando uma cultura patriarcal e hedionda – nem sei dizer se neste caso, é sutil, pelo menos não pra mim! Pois, fiquei a pensar na quantidade de pessoas que acessam em busca da mesma definição que eu precisava e se deparam com este horror, e com certeza boa parte não percebe, simplesmente assimilam e mais tarde reproduzem essa cultura de inferiorização da mulher de forma natural, legitimando ainda mais uma sociedade em que as mulheres são vistas como seres de subserviência ao homem, que tem que lavar passar, cozinhar, cuidar dos filhos, fazer sexo quando o homem quer… Ou seja, ser sempre a propriedade, a empregada, a culpada, a crucifixada, a compadecida que tem que amar um mundo que a condena.

Absurdo! Lembrei-me de duas amigas que num programa de rádio leram um texto que falava em como os adjetivos quando são utilizados referindo-se a mulher são sempre de forma machista, desprezando a mulher, colocando a sempre como degenerada, corruptora de lares, pervertida, praga da humanidade entre outras deformações.

Aí lembrei que esta é uma briga grande de se travar numa sociedade tão cristã como a nossa, não sou contra nenhum tipo de crença, mas penso que a religião contribui demais para a alienação do povo e para todo esse machismo que vivenciamos hoje.

Na bíblia, por exemplo, conta-se o mito que no iniciou do mundo quem comeu o fruto proibido foi a mulher (Eva), deixando claro, que foi ela quem perverteu o homem (o tal do Adão) e trouxe o pecado para o mundo. Vejam só, além de cultural é algo religioso, pior ainda, porque com a ordem de Deus não se discute – uma boa forma que alguns canalhas inventaram para escravizar as mulheres – e isso perdura e vai determinando a vida – a questão do aborto, tenho certeza que se fosse o homem quem parisse, já estaria legalizado!

Mas em tempos que se faz piada com a lei Maria da Penha, lei que existe devido uma mulher ter ficado paraplégica porque o marido com seu sentimento de posse, além de a espancar durante seis anos, deu um tiro tentando a assassiná-la.

A verdade, é que muita luta ainda há pela frente nesta sociedade patriarcal!

OBS: Fui até o famigerado dicionário “Aurélio” esquecido na estante, e a palavra ordinária refere-se; Substantivo feminino, singular, 1. ao gasto diário, mensal ou anual. 2.Pensão alimentícia. – Enquanto adjetivo: 3. de má qualidade; inferior 4. de baixa condição; baixo, grosseiro.

Era só isso que eu queria, e que até havia lá no site, junto com toda essa droga junto.