21 de abril a 01 de maio é o dia Internacional da Juventude Trabalhadora. E a realidade continua alarmante!

A realidade que a juventude trabalhadora tem enfrentado tem sido cada vez mais alarmante. Atirada ao mercado de trabalho desde cedo para contribuir com a renda familiar, muitos jovens tem que deixar de estudar e se dedicar a empregos de péssima qualidade. Segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho) “Os jovens são os que estão sofrendo mais com a precariedade do trabalho” . Como média regional, 47,7% da população ocupada na América Latina no setor não-agrícola tem um emprego informal, embora trabalhe em empresas constituídas formalmente, segundo dados do final do ano de 2012.

No Brasil esse número chegou a 38,4%. No México, a segunda economia regional, o emprego informal atinge 54,2% da população. Entre os menos avançados, a taxa de emprego informal em Honduras foi de 70,7% e no Paraguai de 65,8%. Os dados da OIT indicam que, desse 47,7% de trabalho informal, dois terços correspondem ao setor informal da economia e, dentro desse setor, 41% são trabalhadores por conta própria. Mas, dentro dos trabalhadores informais, um de cada quatro trabalha em empresas formais.

Com isso:

Serviços terceirizados, call center, part time e estágios têm criado formas veladas de se precarizar e burlar ainda mais os direitos trabalhistas. E como se não pudesse piorar, incapazes de garantir um trabalho realmente digno, Governantes têm instituídos por meio de projetos sociais, empregos que nada diferem, ou simplesmente, reforçam estes citados, resultado: um processo colossal de exploração sistêmica que esmaga ainda mais a juventude trabalhadora que hoje vive a dura realidade de ser a mão de obra barata de um mercado que dita as regras e sucateia vidas e sonhos.

Há muito para se falar sobre essa questão e como entre 21 de abril e 01 de maio é o dia Internacional da Juventude Trabalhadora, na sequência uma entrevista (que elucida muito bem essa discussão) com uma jovem trabalhadora que presta serviço num navio de cruzeiros marítimos qual foi inserida neste emprego por meio de um projeto social da Prefeitura de São Vicente em que foram gastos um milhão e meio anuais para resolver parcialmente o problema de desemprego  na cidade, e cabe a pergunta e reflexão após lerem a entrevista: Todo esse dinheiro empregado muda a realidade desta juventude? Tem contribuído para quem realmente? Pois partindo da cidade de São Vicente, o problema continua, então, precisamos nos questionar em para onde estão mandando nossa juventude? Quais condições? E este montante de dinheiro público, não poderia ser melhor utilizado, criando formas em que a região se auto gestionasse?

OBS: Não revelaremos o nome desta jovem, utilizaremos: Juventude trabalhadora, até porque seu relato representa a história de muitos outros jovens trabalhadores.

E viva a juventude trabalhadora!

Entrevista:

Rádio da Juventude: Como foi viajar e conhecer outros lugares? Valeu a pena?

Juventude trabalhadora: Apesar do pouco tempo que temos pra descer e conhecer os lugares, é uma experiência que vale muito a pena, quando a gente para pra pensar que dificilmente poderia estar conhecendo aqueles lugares trabalhando aqui em terra, sabemos que não estamos ali pra fazer turismo, mas sempre dá pra fugir um pouquinho e conhecer alguns pontos turísticos, conhecer os moradores e aproveitar o intercambio cultural.

Rádio da Juventude: O que você fazia? Sua função?

Juventude trabalhadora: Eu era Cleaner. (pessoa que limpa áreas públicas) Limpava áreas por onde circulava os passageiros, como bares, banheiros. Depois de alguns meses também trabalhei dentro de cabines limpando os banheiros.

Rádio da Juventude: Deu pra conhecer muita gente?

Juventude trabalhadora: Nossa! Muita gente. Tanto passageiros como tripulantes, em grande parte nossos maiores sofrimentos, porque sempre nos apegamos às pessoas e depois você vê seus amigos desembarcando e você ficando.

Rádio da Juventude: Como é formada a equipe? É só brasileiro?

Juventude trabalhadora: Não. Na maioria as equipes são mistas, mas existem algumas funções que eles dão prioridade de nacionalidades, por exemplo, os bombeiros na sua maioria são de Samoa, os seguranças são de Israel, a grande maioria da manutenção é da Sérvia, Montenegro e Croácia.  Em relação aos brasileiros, nós estamos em várias funções, inclusive como oficiais, mas muito mais por conta da legislação brasileira que exige no mínimo 30% da tripulação seja brasileira.

Rádio da Juventude: O que é Oficial?

Juventude trabalhadora: Oficiais são os chefes de todos os setores e são vários oficiais e hierarquias, existem oficiais que obrigatoriamente tem de serem formados na marinha de seu país, e tem alguns que sobem de cargo, por exemplo, uma pessoa começa como Cleaner, depois se torna camareiro (que limpa cabines) e depois promovido a Assist Chief housekeeping, e assim por diante, a partir do momento que ele se torna Assist de chefe ele já é um oficial.

Rádio da Juventude: E toda essa equipe que presta serviço é de empresas prestadoras de serviço?

Juventude trabalhadora: Não. Todo mundo é contratado diretamente pela MSC. O que acontece é que no Brasil existem agências que fazem esse contato entre o tripulante e a MSC, mas o contrato é assinado com a própria empresa.

Rádio da Juventude: O que é MSC?

Juventude trabalhadora: Mediterranean Ship Company

Rádio da Juventude: Qual a diferença?

Juventude trabalhadora: MSC é a empresa gestora do navio, é a empresa que tem cruzeiros marítimos de luxo e também possui navios de carga, mas são setores bem diferentes, na verdade é como se fossem duas empresas distintas, as agencias são empresas que treinam e fazem o contato dos tripulantes com as empresas de navio, não só a MSC, também tem Royal, Costa, Puma tour e mais outras.

Rádio da Juventude: E onde entra a Prefeitura nisso?

Juventude trabalhadora: Dá o curso apenas?

Rádio da Juventude: Entendi.

Juventude trabalhadora: Então, a prefeitura aceitou o projeto de  um empresário, que tem uma dessas agencias recrutadoras, ele é de São Vicente e passou dez anos embarcado, pois, mesmo com tanta vaga de emprego, é difícil achar pessoas capacitadas pra embarcar, então ele fez um projeto para que a Prefeitura contratasse a empresa pra recrutar esses jovens… Todos os profissionais envolvidos no projeto são contratados da empresa e a Prefeitura fornece material didático e uniforme também.

Rádio da Juventude: Alguma ajuda de custo durante o curso, em média quanto tempo de curso? E o que aprendem?

Juventude trabalhadora: Nenhuma ajuda de custo. O curso durava seis meses na minha época, agora não sei, lá tínhamos aulas de camareira, bartender, hospedagem e garçom, também tínhamos acompanhamento com uma psicóloga e aulas de inglês semanais.

Rádio da Juventude: Tem faixa etária para participar?

Juventude trabalhadora: Ah! E até onde eu sei, eles incluíram mais alguns cursos e também aulas de italiano. Na minha época era de 18 a 29 anos, isso também é interessante de falar, no Brasil as agencias sempre pedem pessoas de 18 a 35 anos mais ou menos, mas lá dentro sempre encontramos pessoas mais velhas, na maioria de outros países.

Rádio da Juventude: Irregulares? Ou depende de país para país?

Juventude trabalhadora: Então, não sei, mas não creio que estavam irregulares, acho que deve ser pedido da própria MSC, eles já tem muito preconceito com brasileiros por dizer que somos preguiçosos. Devem achar que pessoas mais velhas não aguentam trabalhar

Radio da Juventude: Quantas horas de trabalho? Como funcionam as folgas?

Juventude trabalhadora: Isso é um pouco mais complicado… Tem várias funções e cada função é uma escala diferente, eu trabalhava 11 horas com intervalo de uma hora pra almoço. No restaurante e no bar as pessoas trabalham por escala rotativa, normalmente com total de 12 horas também… E as camareiras já são diferentes, elas têm quantidades de cabines pra arrumar, e devem fazer isso duas vezes por dia, normalmente temos 25 cabines pra arrumar e gastamos de cinco a dez minutos em cada uma… E folgas não existem, você trabalha todos os dias do seu contrato, salvo quando você está doente, ou seu chefe dê umas horinhas a mais pra você descansar, no meu caso, trabalhava 12 horas e folgava 12.

Rádio da Juventude: Quanto tempo você ficou?

Juventude trabalhadora: Oito meses e 28 dias.

Rádio da Juventude: Sem folga?

Juventude trabalhadora: Eu fiquei doente por dois dias. Foi quando fiquei de folga. E teve uma vez que eles liberaram umas horinhas, foi quando vim visitar minha família em Santos.

Radio da Juventude: Desconta-se do salário?

Juventude trabalhadora: Não.

Radio da Juventude: Você está desembarcada agora? Pretende voltar, como vai ser?

Juventude trabalhadora: Vou sim, o mais rápido possível. (risos) Já estou sem dinheiro, então… Só que toda vez que vamos reembarcar pagamos uma taxa pra agencia, pra contatar a MSC e pedir o retorno.

Radio da Juventude: Pagar pra voltar a trabalhar? E quanto custo isso?

Juventude trabalhadora: Fazer o quê? E o custo depende da agencia, a que eu achei mais barata… R$ 500,00… Agora, quando você embarca pela primeira vez o gasto é bem maior… Só o curso que não pagamos pelo projeto, mas caso eu tivesse feito pela agencia, é em média: R$ 1500,00 a R$ 2000,00…  Mais passaporte e curso de sobrevivência no mar. Acaba que tudo sai por volta de R$ 3500,00, e eu acabei gastando R$ 1500,00, mas o que acaba valendo a pela é porque dá pra recuperar isso em um mês e meio de salário.

Rádio da Juventude: É descontado algo de alimentação, dormitório ou banho?

Juventude trabalhadora: Não. A gente só paga por bebidas que compramos no bar ou coisas que compramos no navio.

Rádio da Juventude: Esses meses em que você não está embarcada, você não ganha nada?

Juventude trabalhadora: Não. Meu contrato acabou. Eu só vou receber quando assinar outro contrato. Aí tenho que embarcar.

Rádio da Juventude: Há chances de perder contrato e não conseguir voltar?

Juventude trabalhadora: Muito difícil, eles sempre dão prioridades de embarcar quem já tem alguma experiência a bordo. E quando acaba seu contrato a agencia vai enviar uma nota do seu desempenho, caso seja positivo você pode embarcar novamente, mas eles só não aceitam caso você tenha roubado algo, brigado, usado droga…

Rádio da Juventude: Questão de salubridade, de atendimento médico pra vocês, como é? Tem pronto socorro?

Juventude trabalhadora: Tem pronto socorro sim, mas o atendimento é péssimo! Normalmente nós somos muito destratados pelos médicos e enfermeiros, sempre acham que a gente tá enrolando pra não trabalhar, sem contar que os médicos na sua maioria são croatas e a medicina deles é bem diferente, tem uns tratamentos estranhos, nossa sorte é que sempre colocavam alguma enfermeira brasileira, que acabava ajudando mais a gente…

Rádio da Juventude: Como assim?

Juventude trabalhadora: Então na cozinha sempre tem acidente com queimadura, essas coisas… E a enfermeira sempre dizia que eles não faziam os procedimentos como no Brasil, parece que usam uma medicina mais antiga.

Rádio da Juventude: Sobre os outros jovens de outros países, como era a relação, o porquê deles estarem ali? É o desemprego, a vontade de viajar, o que você percebeu de semelhança com os brasileiros?

Juventude trabalhadora: São bem diferentes dos brasileiros em relação às posturas, os da Indonésia, Madagáscar e Indianos são muito submissos, mas quase todos me diziam que a moeda em seu país é muito desvalorizada em relação ao dólar, então o que ganhavam ali em um contrato já construíam uma casa e grande, podiam viver bem, sabe outra coisa, eles parecem se mais focados em juntar dinheiro, quase não saem e quando saem gastam pouquíssimo, enquanto a gente quer se divertir, não poupa tanto… Acho que os brasileiros apesar do trabalho todo… Tenta ver aquilo como diversão… Desculpa… Esqueci a pergunta inicial.

Rádio da Juventude: Tranquilo. Vamos seguir. O que levou você a ser uma tripulante?

Juventude trabalhadora: No inicio a ideia de conhecer vários lugares, e ganhar uma grana com isso né… Eu tenho muitos amigos que já haviam ido antes de mim e sempre falavam como era, na verdade as pessoas me assustavam muito, mais do que é na realidade. Diziam que eu não ia conseguir tomar banho, nem comer direito de tão ruim que era a comida, e uma coisa eu percebi (pausa) – a gente se adapta – estava me sentindo sozinha aqui, a maioria dos amigos namorando, trabalhando e fazendo faculdade. E eu ainda parada, então, me joguei…

Rádio da Juventude: Acho que esse é um ponto interessante na vida de todo jovem, ainda mais trabalhador, chega um momento que há umas cobranças de onde ir, “interna mesmo” e as opções são poucas. Teve uma menina que se matou né? O estresse deve ser grande, a solidão de estar distante. Rola isso?

Juventude trabalhadora: Sim. (pausa) Olha… Quando voltei, achei que as coisas aqui seriam diferentes, que arrumaria um emprego rápido, que conseguiria pelo menos começar a estudar… E não foi bem assim… Quando cheguei às pessoas estavam vivendo suas vidas… Você tem a impressão que vai ter aquela festa, todo mundo querendo te ver, e não… As pessoas ficam felizes porque você voltou e pronto. Acho que em relação às pessoas que piram ali dentro, acontece mesmo. Eu tive uns surtos quando cheguei à exaustão, vontade de gritar, chorar… Mas depois passa… Quando teu trabalho acaba, tu vai até a proa do navio e olha o por do sol… E tudo te acalma, parece bobo, mas é uma sensação indescritível, então tem coisas que a gente aprende a relevar, aprende que pode gritar com o chefe, aprende a lidar com tudo e as máfias ali dentro… E eu ando me decepcionando tanto aqui em terra, com as pessoas, com os sonhos que eu tinha, com os trabalhos… Como eu falei pra minha mãe, se é pra chorar, ficar cansada, que seja chegando cada dia em uma cidade e terminando o dia com aquele por do sol em alto mar. Olha, vou te dizer: vida a bordo não é pra qualquer um!  Não é um lugar pra depositar os jovens, não mesmo, porque se na sua cidade não tem emprego, você tem que ir porque você precisa… Ama viajar, porque apesar do cansaço você quer viver tudo aquilo, senão acontece o que aconteceu com esse povo, surtou ali dentro e acabou tirando a própria vida.

Rádio da Juventude: Este é um dos maiores motivos que incomoda “depósito”, porque vivemos uma realidade quase sem alternativa.

Juventude trabalhadora: Acho que essa é a avaliação que a gente tem que fazer, é que ali não é pra ser deposito, tem que ser opção, se a pessoa quiser viver aquilo é uma coisa, mas tem que ter a opção de não querer. Infelizmente tem gente ali dentro desesperada porque precisa sustentar a família… Precisa viver né? E isso não é deixado tão claramente no curso, e também diante das condições… Qual é a alternativa?

Rádio da Juventude: Sim. Queria apenas perguntar uma coisa para finalizar, há assédio em relação às mulheres lá por parte dos viajantes? E se algo que não perguntei e que você queira falar fique à vontade.

Juventude trabalhadora: Há assédio sim, e muito! Tanto de passageiros como de oficiais, na verdade, há assédio por parte de todo mundo, de homem com mulher e de mulher com homem, mas assim, é só você cortar, os seguranças ajudam muito nesses momentos. Eu tive um chefe que me pediu em namoro, eu disse que não e ele continuou me cercando, insinuando que minha vida podia ser mais fácil ali dentro, mas eu fui séria e disse que não era aquilo que estava interessada. Mas é isso, rola muitas propostas de facilitação da vida em troca de sexo. Aí vai de você, aceita se quiser entendeu?

Rádio da Juventude: E não tem nem como denunciar? Com tanto assédio, há perigo de forçar alguma mulher, estupro mesmo sabe?

Juventude trabalhadora: Complicado. Vive todo mundo junto e a gente até prefere evitar confusão, mas caso passe dos limites e esteja atrapalhando sua vida ali dentro, aí você ameaça denunciar e eles param.

Rádio da Juventude: Obrigado.

Juventude trabalhadora: Beleza. Depois me manda.

                                                                 

                                                                A Juventude vale mais que todo ouro do mundo!                                                                   

                            Padre Joseph Cardijn – Fundador da JOC (Juventude Operária Católica)

Mercadante no Congresso de Municípios – Creches em 7 meses?

Em visita a Baixada Santista na semana passada durante o Congresso de Municípios (palanque eleitoral para 2014) o Ministro da Educação Aloísio Mercadante conseguiu se superar ao ser questionado sobre construções de mais escolas e creches na região, simplesmente respondeu que os pregões eletrônicos estão liberados, que não é necessária licitação e as Prefeituras já podem ir construindo parcerias com a inciativa privada, pois, o Governo Federal tem recursos e segundo o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) – sistema do Governo criado com intuito de garantir maior agilidade e maior eficácia na contratação do serviço público – irá resolver o problema da burocracia licitatória.

De modo que, assim que firmado o contrato com as empresas, elas terão um prazo de até cinco meses para entregar a creche C e sete meses para entregar a creche B. Então, basta a Prefeitura entrar no portal se cadastrar, ver quantas creches a cidade tem direito e estabelecer a parceria, com isso, até o fim deste ano pelo menos o problema das creches estarão resolvidos, sem contar a economicidade deste programa RDC.

Primeiro: interessante este regime RDC aprovado na Câmara, quer dizer além do escoamento do dinheiro público para empresas particulares, agora não é preciso nem lobby, vai ser mesmo uma farra do dinheiro público de forma descarada, mas diante da lei. (sendo que está lei foi criada pelo Governo Federal para agilizar as obras da Copa e das Olimpíadas, mas estendeu-se à realização de obras e serviços de engenharia no âmbito dos sistemas públicos de ensino).

Segundo: Creche em cinco… Sete meses? Quem acredita em papai Noel levanta a mão?Essa falácia beira a perversidade diante da realidade que vivemos na Baixada Santista com a insuficiência de creches e escolas para atender toda a população. E não é de hoje este problema, quem vive na pele esta situação sabe bem o tempo e o preço que tem que pagar, além de implorar para conseguir uma vaga num sistema público que trata a todos como se estivesse fazendo um favor, uma graça divina qual temos que ser eternamente gratos.

Falta tanto estrutura física quanto humana, e isso não se resolve da noite para o dia, é preciso ter interesse e boa vontade, e por partes dos representantes eleitos aqui da baixada, anda em falta, afinal, dinheiro tem! Está aí uma coisa que Sr Mercadante foi honesto, mas se este dinheiro irá se materializar em creches e escolas, aí não sabemos, pois sem organização popular com certeza todo esse dinheiro se diluirá em denúncias de corrupção de superfaturamentos, desvios e por aí vai…

A grande verdade é que este Congresso foi um pré-aquecimento das eleições do ano que vem, onde a esquerda e a direita se abraçaram e traçaram seus rumos, seus conchavos, suas alianças e seus negócios, porque a política hoje não se resume apenas na luta pelo poder, mas num grande jogo de interesses onde vale tudo até vender Royalties do Petróleo antes mesmo de ele sair de debaixo de 8 km de água e rocha longínquas. 

Ouça os áudios:

Sobre as creches

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Sobre os Royalties do Petróleo

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@ diarista não é um@ empregad@ doméstic@, é um@ autônom@. Como assim?

A Emenda Constitucional nº 72 em vigor desde a última quarta-feira (3) de abril de 2013 que garante aos trabalhadores domésticos direitos trabalhistas antes negligenciados iniciou sobre o bombardeio de criticas pela classe patronal, mimimi e mimimi pelas redes e como não era novidade de esperar,  a classe acabou por encontrar formas de burlar, umas delas encontrada é que de acordo com a Lei 5.858/1972: “empregado doméstico é aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial.”

Ou seja, a diarista não se encaixa neste perfil simplesmente por ser uma função sem continuidade que segundo a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), formada a partir de diversas decisões judiciais sobre o tema: “O vínculo empregatício de um trabalhador doméstico se forma a partir de três ou mais dias de atividades na mesma semana em uma mesma residência […]

Deste modo a função de diarista caracteriza-se por um serviço autônomo que de acordo também com o advogado trabalhista e previdenciário Décio Scaravaglioni. “Passadeiras, arrumadeiras, pessoas que limpam piscina, por exemplo, não são empregados domésticos por não ter vínculo, pela falta de comparecimento diário, constante, permanente, pois eles não trabalham por meio de rotina e tarefas pré-estabelecidas, uma boa dica para sanar a dúvida, é observar se o empregado trabalha em outras residências ou mantém outra atividade. “Se sim, ele é um autônomo, não um empregado doméstico”

Porém, o que não cita o TST e este advogado, é que nem todo autônomo exerce sua autonomia por opção, mas sim porque foi atirado à informalidade devido o desemprego, e que nessa relação de suposta “autonomia” encontra-se velada a precariedade de um trabalho cada vez mais condicionado as regras do explorador, seja ele um patrão ou  o próprio Estado.

Como citado aqui no blog, este é um precedente aberto para uma discussão ampla, pois a classe patronal irá buscar de alguma forma continuar explorando por meio de falhas da própria lei, ou mesmo por falta de uma reformulação que deixe claro e bem definido o que é, e o que não é trabalho doméstico, mas para além, é necessário organização, mobilização e união de toda a classe trabalhadora, pois é inaceitável que ainda exista e se perpetue relações de trabalho análogas à escravidão, pois um trabalho exercido que não é assegurado direitos ao trabalhador, temos que considerar análogo a escravidão sim! E mais, deve ser repudiado a existência de tal!

E no que diz respeito ao serviço doméstico podemos citar a quantidade de pessoas hoje senhores e senhoras de idade que trabalharam a vida inteira, mas devido à falta de um registro, de uma lei que lhes assegurassem, não possuem aposentadoria, e como ficam? Não ficam, estes serão esquecidos, assim como os milhares de jovens menores pelo país que se sujeitam ao trabalho doméstico explorativo, e que nem de longe são lembrados, pois a PEC somente irá atender os maiores de dezoito anos, além do trabalho doméstico infantil que pouco se fala a respeito, mas que inclusive há no Ministério do Trabalho inúmeras denúncias.

De forma bem resumida: trabalho é aquilo que fazemos para garantir nossa sobrevivência! E todo trabalho é útil e deve ser respeitado, realizado e remunerado com igualdade de direitos. Sem isso, é só exploração e garantia de privilégios!

Denúncia: Moradores que foram despejados em São Vicente continuam passando por dificuldades.

Image10Os moradores que foram despejados dos conjuntos habitacionais no dia 11 de março numa reintegração de posse na cidade de São Vicente continuam passando por dificuldades devido à incompetência da Prefeitura.

Como denunciado aqui no blog e também por outros meios de comunicação, o ginásio para onde foi colocada as cerca de 150 pessoas entre crianças, adolescentes e adultos não possui as menores condições de acolhê-las. Neste último dia (5) de abril, devido uma forte ventania que atingiu a cidade, as telhas do ginásio se soltaram e colocaram em risco as famílias que tiveram que correr para fora do ginásio para encontrar abrigo. Por sorte ninguém se feriu.

Image0A Defesa Civil foi acionada e as famílias foram encaminhadas para o Centro de Convivência e Formação na  Ponte Nova II. Porém, as famílias continuam passando pelas mesmas dificuldades citadas aqui no blog (leia matéria) e na matéria do Diário do Litoral.

Image18A impressão após quase um mês do despejo, é que a Prefeitura quer vencer essas pessoas pelo cansaço, lembrando que ela (Prefeitura) foi obrigada judicialmente a dar assistência para essas famílias. Porém, declarou que não havia previsão para as famílias saírem do ginásio, que as famílias terão que se inserir na política de habitação da cidade, (deixando claro, que pouco será feito) e durante uma reunião (15/03/2013) com o grupo de moradores o Secretário de Habitação da cidade Emerson Santos avisou que somente receberá bolsa aluguel às famílias que comprovarem renda mensal de R$ 150,00 e que infelizmente a solução para o problema não será nem em curto ou médio prazo.

Reafirmamos que a forma como essas pessoas estão sendo tratadas é um total desrespeito aos direitos humanos!

Image14Há crianças sem frequentar a escola e a creche devido a distância em que estão localizadas, (cerca de 20 Km de onde residiam) e o que a Prefeitura respondeu quando questionada; é que o problema da frequência é de total responsabilidade dos pais. Ou seja, essas pessoas precisam de total solidariedade e apoio, pois o Poder Público ou tem pouco interesse, ou simplesmente nenhum em resolver.

Clique aqui e veja um vídeo da TV Tribuna sobre o dia da ventania, e confira se há alguma inverdade nas condições em que se encontram essas pessoas.

Empregadas domésticas: discriminação e direitos violados. Uma lei pode mudar tudo?

Historicamente desde a Grécia antiga o trabalho doméstico sempre foi exercido por escravos e tido como um trabalho sem valor atribuído as pessoas denominadas como inferiores e incultas. O filósofo Grego Aristóteles em seu livro clássico A Política, afirma que para conseguir cultura, era necessário ser rico e ocioso à custa da escravidão dos incautos. Esse tipo de pensamento permeou toda antiguidade, na velha Roma, por exemplo, todo o trabalho manual era reservado aos escravos. Na idade média, nos castelos medievais a cozinha era reservada aos servos. Apenas em alguns mosteiros da Igreja católica onde a função doméstica era exercida por monges, que esse trabalho recebia algum tipo de consideração. No Brasil, não foi diferente, os colonizadores obrigavam os índios a cumprirem todo o trabalho considerado pesado, e foram os jesuítas que em suas missões catequizadoras que colocaram as índias para serem as responsáveis pelo trabalho doméstico em suas comunidades criadas aqui em terras tupiniquins.

Com o surgimento do patriarcalismo e a escravatura instalada como a base do sistema de produção, os homens negros eram colocados para trabalhar na lavoura, enquanto as mulheres negras foram inseridas na casa grande para trabalhar como mucamas.

Hoje no Brasil, resquícios de uma escravidão que ainda não foi enterrada persistem por meio do serviço doméstico, uma realidade com poucas mudanças, que traz enraizada na cultura de muitos empregadores de que é uma função sem direitos, reproduzindo deste modo, uma nova relação de trabalho escravocrata velada. 

PEC dos trabalhadores domésticos e a polêmica em torno da lei.

Com o Projeto de Emenda Constitucional dos trabalhadores domésticos um avanço importante foi conquistado para a categoria, no entanto, há muito a ser conquistado. Pois, ficou evidente nas criticas de quem foi contra a emenda que para esses direitos serem respeitados na prática será preciso organização da classe. Uma das criticas bastante discutida, era que os empregadores vão precisar contratar um Contador para fazer os cálculos de seu prestador de serviço, o que irá gerar mais gastos, resultado: ao contrário da lei ser um avanço, será um retrocesso, pois, contribuirá para o aumento do trabalho informal e do desemprego, já que muitos empregadores irão preferir contratar diaristas, ou ficar sem o prestador de serviço doméstico.

Mas isso na prática já acontece, a competição para precarizar cada vez mais o serviço doméstico pagando cada vez menos pelos afazeres domésticos é uma realidade quase que irrefutável. Sem contar que estes “afazeres domésticos” imbrica outra discussão: a função indefinida das domésticas por exemplo, afinal, qual o serviço especifico de uma empregada doméstica? Tudo e mais um pouco, essa é a verdade! A maioria lava, passa, varre, cozinha, arruma, cuida de criança, faz compras… Ou seja, toda a responsabilidade da casa é delegada a essa trabalhadora, e quando o serviço é contratado no modus operandi “diarista”, esta trabalhadora fica com o serviço mais pesado e com a missão de resolver tudo num único dia para poder receber o que foi acordado, que na maioria das vezes é uma mixaria! Agora querer dizer que a lei prejudica os empregadores é demais! Afinal, sabemos como funcionam as coisas neste país para a classe trabalhadora, uma lei para se efetivar na prática precisa de muita luta e de muitas ações na Justiça do Trabalho.

Outra coisa, há de se considerar que o trabalho doméstico também é um serviço delegado as mulheres, e por quê? Exatamente por vivermos numa sociedade que traz engendrada em sua cultura, a praga do patriarcalismo que coloca a mulher em condição de subserviência ao homem, e neste caso, acrescentamos também a criminalização da origem étnica e social como item, pois quanto mais adjetivos a sociedade nomeia de forma pejorativa: mulher, preta, nordestina, pobre, deficiente… Mais explorada está trabalhadora será! Essa é a dura realidade que permeia essa discussão, mas que não é levada em consideração e que a mídia oficial sabe muito bem como prestar um desserviço distorcendo toda a questão.

Organização 

Para além de direitos trabalhistas conquistados institucionalmente (justo e providencial) há de se pensar na organização da classe trabalhadora para uma verdadeira emancipação, pois estes direitos garantidos por um Estado que em sua essência é contra a classe trabalhadora, na maioria das vezes mascara o problema, o resolvendo paliativamente, e no que diz respeito ao serviço doméstico, é apenas a ponta do iceberg, mas também um precedente aberto que temos que radicalizar, pois, numa sociedade onde o valor humano está fundado num diploma acadêmico, continuaremos vivendo numa sociedade de exclusão e privilégio onde o prestador de serviço doméstico continuará sendo desrespeitado numa relação análoga a escravidão.

É este o tipo de sociedade que queremos?

Ouça o relato de Dona Esmeralda falando  sobre o serviço doméstico:

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O valor do transporte público aumentou! Vamos tod@s pra rua dizer não!???

Este ano demorou um pouco o aumento da tarifa do transporte público na Baixada Santista, que costuma ser entre fevereiro e março, mas veio!!! Primeiro, sempre aumenta as linhas municipais e alternativas ( exemplo, lotações em São Vicente) e na sequência as linhas que interligam as cidades da Baixada (linhas metropolitanas). Já na cidade de Santos tem novidades, a partir de 23 de abril de 2013 por meio de uma lei, quem não tiver cartão transporte não anda de ônibus!

(que inclusive é inconstitucional por recusar e relativizar a moeda em curso no país. artigo 43 do Decreto-Lei 3.688/41 de 1941 – permanece com a Constituição de 1988 – apenas com pequena retificação, referente a multa.)

Mas, o Prefeito Paulo Alexandre Barbosa resolveu sancionar a lei, deste modo, proibindo o uso de dinheiro nos coletivos e obrigando a população a ter o cartão transporte, evidente que isso foi para calar as reivindicações do retorno do cobrador, (que é uma discussão histórica) o que causou um enorme transtorno neste mês de março para os usuários que tiveram que recadastrar o cartão.

“Já a Prefeitura de Praia Grande repassou pelo menos R$ 4.008.548,08 para a Viação Piracicabana. Para se ter uma ideia isso representa 42% do total de despesas da Secretaria de Transito e Transportes e mais de 6 vezes o que foi gasto com Habitação Urbana!”  

clique no link para saber mais:

http://www.facebook.com/photo.php?fbid=515176041879242&set=a.420561694674011.100437.420285588034955&type=1&theater

Pois é, e qual é a solução? Diante deste monopólio do serviço público.

Bora pra rua lutar!

Por um transporte público gestionado pelo povo!

Leia matéria sobre a utilização obrigatória do cartão:

Lei que obriga utilização do cartão magnético no transporte público é inconstitucional. Cabe denúncia no Ministério Público

Participe de mobilizações!!!

Denúncia: Famílias alojadas em ginásio em São Vicente passam por dificuldades e necessitam de ajuda.

Foto-1859No dia 11 de março de 2013 ocorreu na cidade de São Vicente uma reintegração de posse de dois conjuntos habitacionais abandonados. (ocupados por famílias sem teto). A reintegração ocorreu de forma pacifica e a Prefeitura como responsável pelo Município, coube lhe o papel de dar assistência as famílias que não tinham para onde ir. Deste modo, em torno de 100 famílias foram removidas para um ginásio (área continental da cidade) em caráter provisório com a assistência dos equipamentos do Serviço Social, enquanto seus pertences foram guardados num galpão em outro bairro.

Três  semanas depois.

Após três semanas do ocorrido denunciamos as condições precárias que estão vivendo as famílias que foram alojadas no Ginásio Poliesportivo Luiz Gonzaga de Oliveira Gomes, no Jardim Rio Branco (cidade de São Vicente SP) que não possui o menor suporte para atender crianças, adolescentes, idosos e adultos. 

O que era para ser um abrigo provisório está se tornando em moradia para essas pessoas, e as condições que estão submetidas violam os direitos humanos: sem condições de higiene, sem água, sem comida adequada, e principalmente porque há em torno de 60 crianças que não estão frequentando a creche e a escola, ou seja, vivendo em condições que violam também o Estatuto da Criança e do Adolescente, cuja LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 no Art. 4º:

É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”

A situação destas famílias há de ser resolvida com urgência! A Prefeitura e os equipamentos sociais precisam dar uma resposta, pois, essas famílias estão há três semanas vivendo nestas condições, e por exemplo, quando a Prefeitura foi procurada por um jornal local (Diário do Litoral) para responder a tal questão, simplesmente nada declarou. Contudo, a mesma tem responsabilidades, e é seu dever dar assistência e garantir proteção à vida.

Uma outra campanha. 

(Sem retirar a responsabilidade que cabe ao Poder Público) Ao contrário de apenas esperar soluções oriundas dele, é preciso mobilização e solidariedade para contribuir com essas famílias,  a situação como relatada muito bem num matéria do Diário do Litoral (segue link abaixo) é muito precária e desumana, por isso sem a participação popular da sociedade, essas famílias irão continuar entregues à políticas institucionais que na prática pouco solucionam, na verdade, desgastam as famílias que por fim terminarão na rua em busca de outro conjunto habitacional abandonado que lhes sirvam de abrigo, já que o oferecido pela Prefeitura é tão pior quanto o que se tinha.

Matéria publicada no Diário do Litoral:

Crianças correm risco de doenças em ginásio de São Vicente

Matéria sobre a posição da Prefeitura após a denúncia. 

Prefeitura nega riscos a desabrigados em São Vicente

Fora Feliciano! Fora toda intolerância e perseguição religiosa!

Quando a arma usada numa guerra é a desinformação, acho que a má intenção fica bastante clara. E quando isso é feito em nome de um povo que prega “amor ao próximo” e “não julgar para não ser julgado”, isso também é guerra ao próprio povo.

Independente de sermos heterossexuais ou homossexuais (ou de sequer acreditar nesse tipo de convenção social bizarra, meu caso); independente de sermos cristãos, de termos outra religião, ou ainda nenhuma; independente de sermos brancos, negros ou simplesmente humanos.

Talvez seja a hora de abandonar o discurso de paz, porque paz, nesse sentido, é ficar em cima do muro. E não é mais momento pra estarmos em cima do muro. Não quando se prega ódio.

Vamos falar de perseguição? Então vamos falar de perseguição:

1. Câmara dos Deputados:
Violência contra homossexuais só aumentou desde 1960:
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS-HUMANOS/151535-PESQUISAS-MOSTRAM-AUMENTO-DA-VIOLENCIA-CONTRA-HOMOSSEXUAIS.html
(lembrando que o levantamento é feito apenas com casos noticiados, ou seja, retrata só parte do problema, que na realidade é muito maior!)

2. Do observatório de segurança pública, uma análise até o ano de 2007.
http://www.observatoriodeseguranca.org/dados/debate/violência/homofobia

3. Aqui um levantamento do GGB (alguns poderão ignorar porque é um grupo que defende os direitos LGBT que organizou o levantamento, mas deixo aqui o questionamento: se eles não o fizessem, quem o faria?) entre 1960 e 2000. 78 páginas, bastante completo.
http://www.ggb.org.br/causa_mortis.doc

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Em tempo:

É importante lembrar que as estatísticas são subestimadas (ou seja, na realidade são maiores), porque só se pode contar um crime como homofóbico se o agredido ou sua família declararem essa homossexualidade. E isso, em muitos casos, não acontece. Por questões óbvias.

Eu sugiro um teste. Jogue no google “violência contra homossexuais” e veja os resultados. Depois jogue “violência contra cristãos”. No primeiro caso, vai ver análises e denúncias nacionais. No segundo, vai ver notícias sobre a Índia, a Zâmbia, a Nigéria, Sri Lanka e a Indonésia. Isso não é por acaso.

A perseguição religiosa existe no Brasil, sem dúvidas. E também existem estatísticas e análises jornalísticas a esse respeito. Mas, me desculpe, as vítimas são os praticantes de regiões afro-brasileiras e pagãos.

Uma boa tarde.” (André Vésper)
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Eis o vídeo que me motivou a colocar isso tudo aqui:
http://www.youtube.com/user/contatowaptv?feature=watch

E para saber quem é a tal WAP TV e seus “clientes”, que vai desde Fundação Roberto Marinho até o Malafaia, acesse:http://www.waptv.com.br/web/quemsomos.php

Dique do Sambaiatuba: Remoção e incompetência

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Nesta última segunda-feira (11) de março, o despejo de 700 famílias que ocupavam o conjunto habitacional deixou claro que nem a Prefeitura e nem a oposição dos grupos partidários políticos são capazes de defender os interesses da população. Foto-1890Os “invasores” como a mídia oficial não cansou de dizer, foram despejados numa verdadeira operação de guerra que mobilizou a Polícia Militar, Federal, Municipal, Choque e Cavalaria. (alguém mais?) faltou ambulância para atender as pessoas que passaram mal. Foto-1862Foto-1891Foto-1889A reintegração ocorreu de forma pacifica (até porque era suicídio resistir), mas simbolicamente cruel! Quem esteve por lá, pode presenciar o Estado defendendo a propriedade privada e provando na prática a quem ele realmente serve. E deste modo, obrigatoriamente as pessoas colocavam o pouco que tinham de seus pertences na rua, ou aceitavam a assistência da Prefeitura que se disponibilizava a recolher para um galpão, e levá-las para um ginásio na área continental da cidade. (local este, longe, bem estratégico para desarticular a organização dos moradores, pois, perto dali tem o Ginásio Dondinho, entre outros, além do Centro de Convenções)

Foto-1884Os representantes da Prefeitura que por lá estavam, poucas respostas tinham para as perguntas das pessoas que queriam o mínimo de compromissos. Pois, lá havia crianças, pessoas idosas, gente pobre mesmo que não tinha para onde ir, porém, mais uma vez tiveram que confiar… E nos mesmos que mantêm todos esses problemas bem vivos, que são os mesmos culpados por 12 milhões gastos, e que hoje quem tiver a oportunidade de passar em frente aos conjuntos, verá que eles estão sendo vigiados pela Polícia Militar para que ninguém retorne. Foto-1863Já o Secretário de Habitação Emerson Santos nem apareceu, mas deu entrevista na mídia oficial dizendo que a Prefeitura possui projetos na área da habitação e que essa população terá que entrar no esquema de política pública de habitação adotada pela Prefeitura, ou seja, sem eufemismos, não vai ter casa para ninguém! E a assistência oferecida dura até quando? Vai ser preciso ter acompanhamento de perto, pois, é bem provável que tudo isso se dilua nos discursos das oligarquias e nada seja resolvido. Perguntamos: havia crianças morando lá, como vai ficar a freqüência dessas crianças na escola? Na creche? Pois, o local para onde as levaram é bem longe! Ah! Irão ser transferidas. Outra coisa, o secretário disse que havia um diálogo com essa população, mas, havia cadastramento dessas famílias? Com levantamento de renda, se estavam empregadas, se estavam passando por algum tratamento de saúde? Nítido que além do problema da habitação, eram pessoas com insuficiência de recursos para acesso de tudo que é direito humano fundamental, e por isso, o direito a proteção a vida humana era providencial, e cabia a Prefeitura por meio de seus equipamentos de proteção social, defendê-las, e criar condições para que essas pessoas não fossem ainda mais oprimidas do que já são diariamente. Quem esteve lá pode perceber claramente as condições quais elas estavam submetidas, ainda assim, as pessoas sobreviviam.

Voltando a pergunta: Houve mapeamento? Quais eram e são as garantias reais? Pois, na hora a Assistência Social ficou dizendo: “só estamos anotando o nome, não podemos responder mais nada”. Houve até pressão do chefe da Polícia Federal, que queria alguém da Prefeitura para falar com as pessoas e esclarecer dúvidas. (sem contar a bronca pela tenda não estar armada no devido horário)

E o Conselho Tutelar? Ficou na sombra de uma árvore dando a impressão de pouco caso, resumindo: os equipamentos de proteção não cumprem sua função social, ou porque estão sobre julgo e não têm poder de decisão, ou simplesmente são mesmos incompetentes e concordavam com o despejo, pois, ele poderia senão evitado, ao menos criado melhores garantias, sem a humilhação de ser expulso de forma espetaculosa.

Isso, claro, se houvesse quem realmente se interessasse em ao menos provocar o empate, e protelar ou mesmo abrir a discussão apresentando todos os problemas que iria deflagrar a insensatez do Ministério Público, e mesmo que não conseguisse, o que ficou claro é que a população precisa organizar-se, emancipar-se da lógica de sempre esperar que alguém, seja Secretário, Prefeito, ou seja quem for, resolver seus problemas, porque o que eles sabem apenas é jogar o povo contra o povo, dizendo que ali tinha tráfico, pessoas que chegaram depois e estavam se aproveitando e… que tudo isso tivesse! Não justifica! Pura incompetência e  sordidez de quem governa. Não há nada que justifique o desrespeito a vida! A moradia!

São Vicente: Prefeito decreta situação de calamidade pública

Em frente ao Centro Comunitário Saquaré

Em frente ao Centro Comunitário Saquaré

Com uma divida de R$ 800,00 milhões, herança do antigo governo (PSB) qual também era integrante, o Prefeito de São Vicente Luiz Cláudio Bili decretou ontem (12) de março, situação de calamidade pública na cidade, devido à quantidade de lixo acumulado, que pode causar riscos à saúde da população.

De acordo com o Prefeito, hoje quarta-feira (13) será apresentado a nova empresa que prestará o serviço em contrato emergencial, cuja tarefa é resolver o problema do lixo acumulado nestes últimos quatro meses.

Com um governo engessado pela oposição e por uma equipe “despreparada” (segundo a mesma) o Prefeito Bili terá que pensar e implantar alguma política pública muito interessante que lhe possa dar credibilidade junto à população, pois, a maioria sente-se descontente com a situação da cidade: creches e escolas com problemas de merenda, lixo acumulado, frente de trabalho dispensada, salários de servidores atrasados, único hospital da cidade à beira do caos, além de muitos outros problemas que são heranças de 16 anos de administração que governava entrelaçando partidos e setores da sociedade civil, e que hoje, quer delegar toda a culpa e responsabilidade à nova administração, além de fazer oposição com discursos que para quem tem memória, é puro tiro no pé.

Ou seja, nos próximos quatro anos teremos tempos difíceis para enfrentar, pois essa essa disputa de poder das velhas oligarquias que comandam a cidade, não passa de quebra de braço, e quem está pagando o preço é a população, e muito caro!

Denúncia: Morador do Parque Prainha tem sua casa destruída

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Reparem na irresponsabilidade, há fios de alta tensão bem próximo da escavadeira, poderiam causar um acidente com isso.

Para que serve a Defesa Civil? Proteger populações que estão em área de risco, ou expulsar e destruir moradias? A casa deste morador (não apresentaremos fotos do morador por uma questão de proteção) foi praticamente destruída e a justificativa era porque a construção não possui regulamentação. Agora, num país onde a propriedade particular vale mais que o direito de moradia, evidente que este é o maior papo furado, e a discussão de área de proteção ambiental muito menos. ( segundo motivo de acordo com a Defesa Civil) Afinal, a casa deste Sr está ao  lado de outras, a questão neste caso, é porque ali há uma ocupação de “área privada”, com certeza! “Área” esta, que simplesmente não está sendo  utilizada, ou seja, não cumpre função social nenhuma, é o velho problema da terra no Brasil, onde só tem direito quem tem poder aquisitivo, de resto: exclusão, expulsões e violência.

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Querendo intimidar a cobertura da Rádio da Juventude com sua máquina fotográfica.

A Defesa Civil não conseguiu derrubar a casa por completo, porque a população se revoltou e a expulsou, mas, sabemos que eles irão voltar. Aconteceu tudo muito rápido, não deu tempo de tirar tantas fotos. Parabéns a população que reagiu! Mas agora, com certeza irão voltar com a polícia na surdina. Até porque um Sr que aparentava ser o responsável pela ação, chegou a indagar a Rádio da Juventude porque ela estava fotografando, e para intimidar tirou fotos do repórter popular.

Foto-0280Precisamos denunciar! Essas ações ferem os direitos humanos, que antecedem o direito de Estado, e para isso também, precisamos de organizar popular!

A cidade de São Vicente vem passando por um processo muito complicado de quebra de braço entre velhas oligarquias que disputam poder na cidade, com isso, quem está pagando as contas é a população, vide a situação das creches, do CREI, (único hospital da cidade) do transporte, do lixo e de tudo.

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Casa da Mata: Um espaço de conexão com a natureza

Foto-0226Aconteceu neste domingo (24), em São Vicente, uma atividade na ONG Casa da Mata  que teve como objetivo prestação de serviço para a comunidade do Parque Prainha, bairro em que a Casa da Mata está localizada. Os serviços prestados foram de aferição de pressão, corte de cabelo e higiene bucal.

Para quem não conhece o espaço, ele fica no bairro Parque Prainha, (no entorno do Parque Xixová – reserva ecológica) precisamente na  rua Saturnino de Brito n:º 1.188 em São Vicente.

Foto-0239A Casa da Mata é um espaço alternativo interessante para quem quer sair um pouco da loucura de uma vida urbanóide e relaxar num ambiente calmo em conexão com a natureza, tendo a oportunidade de experimentar a culinária natural. Contudo, para além de uma espaço apenas de lazer e diversão, a Casa da Mata também é um espaço de educação artística e ambiental, que vem desenvolvendo diversas atividades gratuitas voltadas à comunidade. Nesta quinta-feira (28) haverá o primeiro curso de Culinária Natural, onde serão apresentados meios mais saudáveis de preparar os alimentos, e o primeiro tema do curso será o “Suco Vivo”. Isabel Hatta irá ensinar a preparar, segundo a Casa, “esse delicioso – e muito poderoso – suco natural, que serve também como ótimo substituto do leite”. Há também o trabalho de Cura com Terapia Reike e às sextas-feiras, quem quiser curtir o Chillaz (música ambiente para relaxar, deixar fluir energias), é só colar a partir das 18h.

Foto-0240A Rádio da Juventude esteve presente na atividade e bateu um papo com Thiago um dos organizadores do espaço, ouça logo abaixo o áudio e saiba mais sobre a Casa da Mata e sobre diversos projetos interessantes voltados à comunidade que serão desenvolvidos pela ONG, desde compostagem, bio-construção, horta comunitária, reciclagem, entre outros.

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Thiago explica sobre o que é Chillaz e os variados ambientes da casa.

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Intervenções artísticas em fibra sintética (laycra) produzidas na casa:

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São Vicente: A lógica do dinheiro público

Não é de hoje que o dinheiro público vem sendo descaradamente repassado à iniciativa privada numa lógica de parceria que propaga a ideia de uma forma de melhor administrar os Órgãos Públicos em determinados setores. Há quem defende essa ideia com unhas e dentes, mas o resultado na prática é o desmantelamento de direitos trabalhistas, a precarização da condições de trabalho da classe trabalhadora e toda uma administração pública que gestiona distante da realidade da população e, sempre engessada e controlada por grupos políticos de interesses que além de mamar no dinheiro público também estão sentados como parlamentares defendendo leis que lhes beneficiam, quando não, Lobby lizando.

Como a Rádio da Juventude localiza-se na cidade de São Vicente, partimos de alguns exemplos próximos para discutir como o dinheiro público é administrado e questionar que, enquanto a população não assumir as rédeas de gestionar aquilo que lhe pertence, estará condenada a cada dia mais ter todos os seus direitos violados.

Foto-1487Cidade de São Vicente

A Ponte Pênsil um dos cartões postais da cidade de São Vicente está desde dezembro de 2012 em reforma, com o prazo de término da primeira parte da obra até março deste ano com continuidade da obra em 2013. Por enquanto, apenas as trocas das madeiras danificadas estão sendo feitas num período de duas ou três vezes por semana durante algumas horas para que não prejudique o trânsito.

Foto-1489Os gastos serão de  R$ 496.809,27, (quase meio milhão) uma parceria do Governo Federal com a Prefeitura de São Vicente, quem passar pelo local, ou tiver vontade, ou também a oportunidade de  conferir, irá constatar uma placa informando, há também uma outra placa próxima, indicando gastos na pavimentação da rua Saturnino de Brito no Parque Prainha, onde o custo foi de R$1.366.145,73.

Foto-1493A primeira vista parece que o Governo Municipal e Estadual estão investindo na qualidade de vida da população vicentina com reformas, pavimentações e outras coisas que vem demandando bastantes gastos dos cofres públicos (há tempos) e que nos levam ao questionamento (devido os números expressivos) se esses gastos são realmente necessários? E quais resultados eles trazem? Por exemplo, os investimentos com a sinalização turística que foi de R$108.427,50 e a restruturação do Parque temático Vila de São Vicente, de R$140.000,00, (cujo local criado em 2001 tinha a proposta de contribuir para o desenvolvimento da cultura local e preservar a história da primeira Vila de São Vicente, assim, como servir de ponto turístico).

A realidade que temos é que a cidade de São Vicente está precisando mesmo de muita coisa, (porém, é preciso administrar numa lógica de prioridades) a Ponte Pênsil precisa de reforma, ok, há madeiras e ferragens em péssimas condições, sendo que a ponte é a única passagem para os moradores dos bairros Prainha e Japuí.  Mas, é  importante questionar algumas coisas? Precisamos de uma sinalização turística com esse valor todo? E, alguém viu ela por aí? Será que com ela fazia parte as luminárias que foram instaladas no final do ano passado no deck dos pescadores, junto com uma iluminação azul que o enfeitava, e que foram todas (iluminação azul) retiradas, e as luminárias estão lá, desligadas e o deck se encontra às escuras, com apenas parte dele iluminado. (está aí mais dinheiro jogada fora, retiraram as “luzes” da mesma forma como colocaram, sem ninguém ser consultado)

Foto-1486

E aí?

Primeiro: o dinheiro público que está sendo gasto nestas obras, há fiscalização? Prestação de contas à população? A população esta sendo consultada? Por exemplo, é preciso mesmo cerca de meio milhão para consertar a Ponte? Oras, que trabalho de solda, de troca de ferragens e de madeiras são esses? Que vão custar quase meio milhão e já estamos quase no mês de março, trocaram algumas tábuas apenas. Ah! mais os laudos técnicos levaram a este orçamento. (certeza que o trabalhador que está contratado, não está recebendo tanto assim, para uma orçamento tão grande)

Foto-1698Segundo: sobre a Vila de São Vicente, há uma relação promiscua neste caso, porque o espaço é público, porém, tem a iniciativa privada lá dentro. Parceria do público/privado? Mais ou menos, porque a Associação do Desenvolvimento Econômico  e Social às Famílias (ADESAF) administrava em parceria com a Prefeitura e cobra R$ 700,00 aos concessionários que queiram explorar o ambiente. Mas, na hora do investimento o dinheiro somente sai de uma lado? Como é isso? Vamos por parte, a população financia a reforma do espaço, ok, e com isso, sub-entende-se que as apresentação artísticas serão gratuitas, pois é, não são! ( rara vezes que são) O que rola na verdade, é  uma espaço em que a iniciativa privada contrata artistas e o público consumidor paga couver,  então, como fica essa relação? Outra coisa, há o objetivo que a Vila seja além de um espaço cultural, mas também um lugar de preservação histórica, ok. Mas qual história? Pois, a que está sendo contada lá, (numa sala de fotos e dados históricos) é a mentirosa, aquela que glorifica Martim Afonso e na sequência uma série de estadistas brasileiros. O espaço é importante culturalmente, porém, há muito a ser resolvido.

Foto-0523Terceiro: Vamos usar como exemplo as obras da rua Saturnino de Brito no bairro Parque Prainha, cujas responsabilidades não foram cumpridas como disse na época (em 2009) o secretário de Desenvolvimento Urbano e Manutenção Viária de São Vicente (SEDUR), Léo Santos (PSB) que a rua seria pavimentada e seria construído um muro de arrimo, devido o desmoronamento que houve num trecho da rua, desta forma  garantiria maior segurança aos moradores, pois bem, a obra levou quatro anos para ficar pronta, e agora?

Foto-0524Quem explica porque não foi construído o muro de arrimo? Sendo que o Governo Federal liberou cerca de R$ 6,45 milhões para obras de contenção de encosta em áreas de risco para São Vicente e de contra partida a Prefeitura tinha cerca de um milhão para construção da escada d’ água no local onde houve deslizamento, a escada está lá, mas o muro de arrimo não! sem contar que passar o asfalto por cima do paralelipípedo, é fácil e fica bonito, porém, áreas de encosta precisam de construções de contenção, cadê?  E para onde foi esse dinheiro? Voltou para a Federação por ser mal administrado? E no outros locais da cidade, cadê os muros de contenção?

Resumindo: Há muito dinheiro público que circula em obras que não são prioridade, outras que é nítido que há superfaturamento, e este é o ponto a ser discutido, decidir o que é prioridade, pois numa cidade com um enorme problema de saúde, (com único hospital para atender uma população de 332 424 habitantes) que faltam creches, escolas, empregos e tudo mais que diz respeito à equipamentos que garantam o bem estar social, é fundamental a população se apropriar e administrar a forma como esse dinheiro é utilizado, pois a lógica que impera hoje é o público sustentando a iniciativa privada, e o resultado são problemas sendo protelados ou resolvidos meia boca, mascarando e ludibriando a população.

OBS: Seguiremos neste assunto, há muito a ser discutido, desmascarado e denunciado.

Subindo a serra e fortalecendo o poder popular!

Neste fim de semana que marca a nossa volta (finalmente!) às transmissões de sábado, depois de umas semanas de muito trabalho de organização, a Rádio da Juventude também estará presente na Grande São Paulo, pra duas atividades, sábado e domingo. Assim, ajustando nossos calendários e nossas geografias com nossas e nossos compas, procuramos estar juntas e juntos em todas as quebradas, fortalecendo com quem realmente tá comprometido com o poder popular.

A atividade de sábado é a Inauguração do Espaço Povo Forte, em Suzano. Como tá escrito no evento do facebook, o lugar é um espaço é libertário, anticapitalista, político e cultural, totalmente independente, apartidário e autônomo. Estaremos lá a convite dos compas do Ktarse, que desde o ano passado tão com a gente na luta. Além dos vários coletivos presentes, também vai colar o Eduardo, do Facção Central, que vai trocar uma ideia sobre o livro dele. Segue aí o cartaz, só clicar que ele abre:

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O segundo evento, no domingo, é o “Odeia a mídia? Seja a mídia!”, na Casa de Cultura Marginal, em Sampa (Rua Silva Bueno, 1257, no Ipiranga – num sobradão em cima de uma igreja evangélica!). A entrada é 5 reais, e lá vai rolar o seguinte:
* Bate-papo com a Rádio da Juventude e oficina de rádio livre;
* Bate-papo com Frequência daMata;
* Palestra com Claudia da Rádio Heliópolis

+ Apresentação dos grupos Liberdade e Revolução e FRN (Rap), e Infernal Noise (Grindcore)

+ Venda de rango vegan

Todas e todos estão convidados a colar junto nessas duas atividades. Só com a união entre os movimentos e coletivos, sem sectarismos nem vanguardismos, construindo espaços e iniciativas concretas, conseguimos acumular forças pra derrotar nossos inimigos.

Bora então?

O lixo nas ruas de São Vicente continua

Em frente ao Centro Comunitário Saquaré

Em frente ao Centro Comunitário Saquaré na Vila Margarida

O problema com a falta de coleta de lixo em São Vicente continua causando transtorno à população, e principalmente aos bairros periféricos da cidade que encontram-se em situação de caos, devido a quantidade de lixo que estão abandonados pelas esquinas, calçadas e ruas. O que é preocupante, pois o lixo em céu aberto atrai ratos, baratas mosquitos, moscas… Podendo transmitir doenças como diarreias infecciosas, parasitoses, amebíase, dengue etc. Além de que, quando exposto ao ar num local por muito tempo, o processo de decomposição realizado por bactérias e fungos produz o chorume, que logo após um momento de chuva, se dissolverá junto com substâncias químicas e metais pesados de alta toxicidade contaminando o solo e impedindo o crescimento de plantas. 

Cruzamento entre a rua Vale do pó e a rua Polidoro na Vila Margarida

Cruzamento entre a rua Vale do pó e a rua Polidoro na Vila Margarida, sobras de lixo incinerado.

Em algumas partes da cidade a população está utilizando como solução, queimar o lixo, contudo, a queima de qualquer material libera CO2 (gás carbônico) na atmosfera, gás tóxico em grandes quantidades (o que já acontece devido à emissão por fábricas e carros). Portanto, prejudicial à saúde e ao meio ambiente. Sem contar que todo material (não orgânico) como vidro, madeira, plástico, ferro etc, irá contribuir para obstruir as vias de escoação de água, resultado: alagamentos. Ou seja, o problema do lixo implica numa questão de saúde pública e de meio ambiente, por isso, cabe denúncia no Ministério Público (MP) por causa do risco que as pessoas estão sendo submetidas e cabe também ação direta da população de se organizar, enfrentar e alterar essa lógica de submissão aos administradores públicos.

Foto-1571A Prefeitura desde o ano passado vem dando explicações que não resolveram o problema, o que temos de concreto é uma cidade que chegou num acumulo de lixo, que temos que admitir, resolver este problema será necessário a participação de toda a população. Isso, numa tarefa que talvez não seja de fácil assimilação, sendo que há tempos a comunidade vicentina acostumou-se a delegar suas responsabilidades ao poder público. E este, atrofiou-se nos últimos tempos de tal modo que reflete total inoperância. Cabe agora a população decidir, continuar jogando o lixo pelas ruas, ou agir coletivamente na resolução deste problema, tendo a consciência que a culpa também é sua, (pela passividade) pois, quem administra faz sempre da forma como quer, desrespeitando totalmente a população em seus direitos (quando não cumpre com os seus deveres).

Hoje, São Vicente é só um reflexo do resto do país, onde os governos nada mais são do que máquinas de criar problemas e de moer gente.

Bate papo com a Dona Gilda no Centro Comunitário

Bate papo com a Dona Gilda no Centro Comunitário

A Rádio da Juventude esteve no Centro Comunitário do Saquaré no México 70 e conversou com a Dona Gilda ativista da Pastoral da Criança e uma das coordenadoras do centro comunitário, segundo ela o problema no México 70 é gravíssimo, há lixo não doméstico espalhado por todo o bairro, e em frente ao centro comunitário, onde foi construído um pequeno jardim comunitário pelos moradores, derrepentemente de novembro para cá o jardim transformou-se num grande depósito de lixo, pois, muita gente tentando resolver o seu problema (particular) do lixo, simplesmente foi despejando lixo e mais lixo onde estava o jardim, Gilda acrescenta que vem tentando dialogar com a população sobre a questão, até porque começaram a incinerar o lixo, devido a quantidade, porém, a fumaça criada com a queima vai toda para o centro que desenvolve atividades com pessoas de todas as idades, e certo dia, o fogo e a fumaça eram tantos, que tiveram que mobilizar algumas pessoas para conte-los, pois, o risco era grande, tanto de intoxicação quanto de espalhar o fogo para o centro. Ela disse também que entrou em contato com a Prefeitura, mas até agora nem uma solução foi tomada por parte da mesma, chegou a chamar uma TV local, (Filiada da Record) que compareceu, porém, achou que havia lugares com maiores quantidades de lixo e não deu importância, gravou uma entrevista que até o momento não foi ao ar. Por isso, vem discutindo junto com a comunidade uma forma de resolver o problema, orientando para que as pessoas não joguem o lixo pelas ruas, mas que cobrem do poder público, “pagamos impostos, precisamos nos organizar… e cobrar, cobrar e cobrar

Segue o áudio com Dona Gilda:

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