Subindo a serra e fortalecendo o poder popular!

Neste fim de semana que marca a nossa volta (finalmente!) às transmissões de sábado, depois de umas semanas de muito trabalho de organização, a Rádio da Juventude também estará presente na Grande São Paulo, pra duas atividades, sábado e domingo. Assim, ajustando nossos calendários e nossas geografias com nossas e nossos compas, procuramos estar juntas e juntos em todas as quebradas, fortalecendo com quem realmente tá comprometido com o poder popular.

A atividade de sábado é a Inauguração do Espaço Povo Forte, em Suzano. Como tá escrito no evento do facebook, o lugar é um espaço é libertário, anticapitalista, político e cultural, totalmente independente, apartidário e autônomo. Estaremos lá a convite dos compas do Ktarse, que desde o ano passado tão com a gente na luta. Além dos vários coletivos presentes, também vai colar o Eduardo, do Facção Central, que vai trocar uma ideia sobre o livro dele. Segue aí o cartaz, só clicar que ele abre:

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O segundo evento, no domingo, é o “Odeia a mídia? Seja a mídia!”, na Casa de Cultura Marginal, em Sampa (Rua Silva Bueno, 1257, no Ipiranga – num sobradão em cima de uma igreja evangélica!). A entrada é 5 reais, e lá vai rolar o seguinte:
* Bate-papo com a Rádio da Juventude e oficina de rádio livre;
* Bate-papo com Frequência daMata;
* Palestra com Claudia da Rádio Heliópolis

+ Apresentação dos grupos Liberdade e Revolução e FRN (Rap), e Infernal Noise (Grindcore)

+ Venda de rango vegan

Todas e todos estão convidados a colar junto nessas duas atividades. Só com a união entre os movimentos e coletivos, sem sectarismos nem vanguardismos, construindo espaços e iniciativas concretas, conseguimos acumular forças pra derrotar nossos inimigos.

Bora então?

Das necessidades e das propriedades privadas…

Foto-1306A sociedade invisível existe porque nos acostumamos a ignorar os nossos problemas sociais, nos refugiando em nosso pequeno mundo particular no qual apenas cabem nossos anseios, as nossas necessidades e a nossa propriedade privada.

Típico da sociedade capitalista, onde o ter antes do ser, não é só um problema quando nos empurram para uma sintomática distorção da realidade que nos obriga a viver longe de nossa essência e a transformar tudo em produto de compra e venda, ele é ainda mais perverso quando nos faz pensar e perceber o outro como o nosso inferno.

caminhandoPor isso, os problemas sociais são ignorados com tamanha facilidade e rejeição. Por isso também a naturalidade de se andar pelas ruas e ver gente dormindo/morando nas calçadas e nas praças, tornou-se algo tão comum que se perde no cenário cotidiano de uma vida sem tempo, coisificada e insensível.

Está aí uma falta de preocupação absurda que nos permeia até mesmo quando discutimos filosofias e apontamos idéias mirabolantes dentro das Universidades, dos espaços de discussão, na roda de amigos… Contudo, somos incapazes de ao nosso redor, agir sobre a realidade.

Foto-1203E muitas vezes quando essa preocupação torna-se ação, é de forma assistencial, paternalista, ou evangelizadora, obedecendo a uma lógica de enobrecimento, de ajuda solidária, porém, míope e atravessada que contribui muito mais para a manutenção e para a naturalização dos problemas, do que para uma mudança social radical.

Exemplos:

O caso Pinheirinhos o Estado entendeu que a propriedade particular é mais importante que o direito à moradia de mais de cinco mil pessoas.

Em Belo Monte o Estado entendeu que a construção de uma Usina Hidroelétrica que irá funcionar cerca de três meses ao ano é mais importante que aproximadamente 5.500 índios, 30 mil famílias que serão despejadas e todo o impacto ambiental ao Parque do Xingu.

Na Cracolândia um problema social e de saúde pública o Estado entendeu que a higienização social é a melhor solução.

Foto-1095Triste mais real, essa é a realidade que significamos dia a dia, vigiados, entretidos com o espetáculo televiso e oprimidos por um estado de coisas que cega e só contribui para proliferar a estupidez e a ignorância.

E aí, como mudar? Como transformar essa realidade abrupta? Como o discurso e a prática podem se aliar de forma efetiva?

 

Mães de Maio lançam livro na Rádio da Juventude (ouça o programa!)

A periferia de São Vicente foi a primeira região na Baixada Santista a receber o lançamento do novo livro das Mães de Maio, chamado “Mães de Maio, Mães do Cárcere – A Periferia Grita”.

Nós da Rádio da Juventude tivemos a satisfação de falar em primeira mão sobre o livro, lançado em Sampa três dias antes, e que é mais um esforço do Movimento em dar visibilidade aos crimes cometidos pelo Estado brasileiro (principalmente o de São Paulo), a partir de 2006. Neste sábado, dia 08 de dezembro, o programa Vozes do Gueto recebeu a coordenadora do movimento, Débora Maria da Silva, e o poeta Armando Santos, onde conversamos por mais de duas horas.

Parceiras e referência de luta para nós, as Mães de Maio já tinham passado pela Rádio da Juventude neste ano. Agora, voltaram em transmissão que rolou ao vivo só para os moradores da região da Vila Margarida, periferia de São Vicente. O livro, inclusive, além da palavra de vários parceiros, traz nosso manifesto: “A luta por mudanças se faz além das urnas”.

CLIQUE AQUI E OUÇA O PROGRAMA NA ÍNTEGRA

Transcrevemos aqui algumas falas dos convidados:

Armando

“Não adianta trocar secretário (…) Tem que mudar o sistema de segurança pública (…) E tem que desmilitarizar mesmo!”

Débora:

“Eu paguei a bala que matou meu filho. (…) Essa bala que matou meu filho teve uma direção certa: o pobre, o negro, o periférico.”

“Em 2006 trocaram o comando, todo o aparato corruptor, mas só pra inglês ver. Porque a política continua a mesma, talvez pior.”

“[o atual secretário de Segurança Pública de SP] Grella foi um dos procuradores com quem tivemos conversando, e ele foi um dos que se exaltou quando eu falei que era necessário a federalização dos crimes, e ele rapidamente mandou o Ministério Público fazer uma investigação interna para poder blindar o pedido de federalização que nós fizemos em 2010.”

“Que se faça a desmilitarização, porque a gente não precisa de duas polícias: uma polícia que mata e uma que não investiga”

“A mídia, por trás dela, vive o capitalismo”

“A gente não precisa de mais partido. A gente precisa de mais vergonha na cara por parte deles!”


Direito à Memória e à Verdade: ditadura nunca mais!

Nos dias 22 e 23 de novembro de 2012 e 05 e 10 dezembro de 2012 ocorrerá, em celebração ao “Dia Internacional da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o evento: “Direito à Memória e à Verdade: ditadura nunca mais!”, composto por mesas de debate, oficinas, exposições, sessões de cinema dialogadas e atividades culturais.

Programação

22/11/2012 – Quinta-feira
Abertura – 19hs
– Raiane Patrícia Severino Assumpção (CRDH Unifesp)
– Francisco Assis das Virgens Calazans (CDH Maria Dolores)
– Célio Nori (Fórum da Cidadania)
– José Ricardo Portela (CRP – subsede Baixada Santista)
– Mônica de Melo (Defensoria Pública do Estado de SP – Regional Santos/ Litoral)
– Renato Azevedo (OAB – Guarujá)
– Cheila Olalla (MNDH)
– Dep. Adriano Diogo – Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de S. Paulo

Mesa Direito à Memória e à Verdade – 20hs
Amélia Teles – Profa. Doutora – USP
Noite Cultural: 21h30
MPB: Cultura de resistência à ditadura.
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23 de Novembro
Coral Clave de Sol
Mesa: Panorama sobre a tortura no período da Ditadura no Brasil – 19h15
Mirna Coelho – doutora pela USP
Carlos Gilberto Pereira – Grupo Tortura nunca mais

Noite Cultural: 21h30
Música e Revolução
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05 de Dezembro
Teatro: Um novo pedaço da nossa realidade – 19hs
Cinema e Direitos Humanos – Exibição do filme “Batismo de Sangue” e debate dialogado com as professoras da UNIFESP/ BS- Dra Andrea de Almeida Torres e a Dra Ana Maria Estevão – 19h30
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10 de Dezembro – 19hs
Oficina O tecido e o tear (no Laboratório de Sensibilidades) – 17hs
Atividade Vão Livre: microfone aberto às diversas entidades e organizações – 19hs
Mesa: Dia nacional de DH – desafios e desafios – 19h30min
– Ivan Seixas – Presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos – Fórum dos Ex-presos políticos e perseguidos pela Ditadura
– Raiane Patrícia Severino Assumpção (CRDH Unifesp)
– Francisco Assis das Virgens Calazans (CDH Maria Dolores)

Local: Campus da UNIFESP/ BS, sito à Av. Silva Jardim, nº 136 – Centro, Santos.
Os participantes receberão certificado.

Comissão Organizadora
CDHBS “Irmã Maria Dolores”
CRDH UNIFESP – Campus/Santos
OAB – Guarujá
Defensoria Pública do Estado de São Paulo – Regional Santos/ Litoral
Conselho Regional de Psicologia (CRP – subsede Baixada Santista)
Fórum da Cidadania de Santos.

Serra e sua brilhante ideia para combater a violência. Prevenção ou Contenção Social?

 (Antes de qualquer discussão do assunto, que fique claro! Não apoiamos Haddad e nenhum candidato)

Em uma entrevista para a Rádio CBN o candidato a Prefeitura de São Paulo José Serra respondendo uma pergunta do ouvinte Cléber Augusto sobre o combate a violência nas escolas, disse que; “Uma parceria com a Fundação Casa (ex-Febem) para identificar potenciais criminosos e usuários de drogas dentro das escolas” seria muito importante e funcionaria preventivamente.

Fascistóide e nada assustador vindo da boca de quem já disse que: “a grande problemática das grandes metrópoles, como São Paulo, é a migração nordestina”.

Poderíamos dizer que não há porque alarde? Vindo da direita partidária, cuja finalidade é a defesa de seus interesses, e que obviamente se pudesse cercaria toda a periferia com arame farpado e colocaria guaritas com policiais armados para “vigiar e punir” (parafraseando Foucault), afinal, essa é a visão estereotipada sustentada a quinhentos anos para legitimar a exclusão e a opressão Estatal, comandada por oligarquias.

Faltou perguntar ao Serra qual seria o método utilizado para essa identificação? E de que forma os inspetores da Fundação iriam descobrir se uma criança tem “potencial” para ser criminosa? Moradora de favela? Cor da pele? Pobre? Homossexual? Quais seriam essas características? Pois, duvidamos que este projeto irá se estender as escolas particulares, sendo que estas, possuem seus sistemas de prevenção e proteção contra possíveis focos de “criminosos”.

Há um recorte de classe claro e objetivo neste discurso, e o que é mais assustador, é a naturalidade como a maioria das pessoas recebem essa proposta.

Pois, torna-se evidente a ideia de um sistema seletivo de contenção social, onde essa parcela da sociedade que possui poder aquisitivo para efetivar seus direitos e garantias individuais criminaliza pobres, negros, índios e excluídos para legitimar seus privilégios, além, claro, de preservá-los.

O que há de democrático num pensamento autoritário de segregação social?

É tempo de luta, de organização, pois, em alternativa ao Serra temos Haddad, que nada apresentou além de velhos discursos furados da esquerda partidária. Pois é, vivemos uma realidade em que nossa jugular está a prêmio, encabrestada por fascistas e falaciosos.

Contexto da cidade

A cidade de São Paulo está inserida no mapa do Brasil como umas das cidades mais violentas do país, junto com a cidade de Rio de janeiro e de Belo Horizonte, estando no Ranking mundial como a quarta mais violenta entre outras 99. Sua urbanização crescente e desordenada impulsiona surtos econômicos que desequilibram, e resultam em segregação espacial de comunidades inteiras, estas constituídas de imigrantes nordestinos em sua maioria, que há décadas, ocupam terrenos em encostas de morros e aterros sanitários para poderem ter algum teto para viver. (já que o direito a moradia neste país é uma falácia constitucional) As políticas públicas não se adéquam a realidade, e são insuficientes para resolver os problemas de direitos humanos básicos como saúde, educação, emprego, moradia, cultura, lazer, saneamento básico…

 

SEGURANÇA PÚBLICA. Direitos Humanos para Todos?

Dia 19 de setembro de 2012 ocorreu na Unifesp Baixada Santista o I Seminário sobre SEGURANÇA PÚBLICA ¨Direitos Humanos para Todos¨. Cerca de cinquenta pessoas estiveram presentes, entre elas estudantes, professores, ativistas de direitos humanos, ONGs e cidadãos comuns.

A 1° mesa de debate foi composta por Thiago Santos de Souza Coordenador da Defensoria Pública Regional de Santos, Luiz Eduardo Arruda Cel PM da Diretoria de Ensino e Cultura de São Paulo, Fabiana Botelho da Defensoria Pública de São Paulo e Hélio Silva Junior Advogado representando a OAB, este último não compareceu, mas, em seu lugar para representá-lo, outro advogado incumbiu-se de tal compromisso, contudo, seu nome este que vos escreve esqueceu, fato desagrádavel para uma mesa composta por representantes do Estado, ok!

Como foi divulgado pelas redes sociais: oportunidade rara para um ¨cara a cara¨ com autoridades. Será? Enfim, feita a solene abertura de blábláblá, algo que intrigava era discutir segurança pública só com milicos, oras, a polícia é um agente muito atuante no que diz respeito a violação dos direitos humanos, e neste Seminário, a voz era deles?

O combinado era uma hora e meia de exposição (deles) e uma hora e meia de debate com o público, no entanto, milico sabe como é, DOMINA! O que começou a gerar uma tensão na galera que sacou desde o princípio a cascata de uma discussão de cima para baixo, onde o Cel Arruda tecia em discurso e em power point dados da eficiência da PM, além de dizer: sou ativista dos direitos humanos e de uma polícia humanizada e […] Construção coletiva […] Estamos abertos a ideias, sugestões…

Argumentos bem articulados, estátiscas, projeções, palavras bonitas… E assim foi d@s outr@s companheir@s de mesa e Instituição, que em alguns pontos rolou até piada: Está liberado falar palavrão porque Universidade é para a gente pirar nas ideias, formar mão de obra para o mercado, é saudável, só que discussão tem que ter educação…

Para! Nós sabemos o que eles fazem numa manifestação de greve. E não vamos esquecer e nem achar graça. Educação é o caralho! Somos nós quem levamos borrachada, somos nós quem estamos sendo oprimidos! Rebateu muito bem um estudante.

Daí por diante começou o debate, perguntas sobre Pinheirinhos, Belo Monte, Favela do Canão, Cracolândia, os 493 jovens mortos pela PM na Baixada Santista em retaliação ao ataques do PCC em 2006 ( todos com tiros pelas costas segundo dados do IML) a operação higienização nos centros urbanos, extermínio de comunidade indigenas, kilombolas e de rua. E assim parte do público bradava:

Se é para discutir direitos humanos, queremos abertura para expor todos os problemas, afinal, está sendo discutido direitos humanos para todos, ou para um nicho social?

Não tem representação de gênero nesta mesa! Não tem organização social nesta mesa! Cadê as pessoas que vivem na pele a opressão da polícia? Que na verdade, a polícia é só uma ferramenta do Estado, e o Estado é o grande culpado e o grande assassino! Enquanto houver Estado haverá opressão!

Querem discutir coletivamente e desrespeitam nossas falas. Não nos deixam falar.

Mas, apesar de todas essas colocações, nenhuma resposta, voltas e voltas e absorção de discurso; ¨concordo, claro, concordo, foi monstruoso mesmo, temos que nos unir e mudar isso¨.

O que tornou evidente que o Cel Arruda conhecia como se articulava por dentro os movimentos sociais, e das duas uma, ou ele era um esquizofrênico, ou muito bem preparado para limpar a imagem da polícia. Até penso que as duas coisas, tipo, daqueles que querem reformar o inferno, enquanto o diabo vai te usando para fazer propaganda que lá é um lugar agradável. E neste caso o diabo é o Estado.

Uma coisa interessante foi ouvir os discursos revoltosos de algumas pessoas que foram lá discutir direitos humanos e segurança pública por um viés: ¨violência é caso de polícia!¨ e quando sentiram-se intimidadas com todas as exposições das mazelas que vive a maior parte da população, o discurso deles ficou atropelado para não dizer outra coisa.

Temos que ser mais humanos, não se iludam jovens! Não existe mais esquerda, não existe mais direita, essa coisa de ideologia é ruim, todos podemos lutar e sermos felizes, por isso, precisamos da polícia, do exército, de Deus e da paz no coração.

Isso, como se toda a problematização levantada não tivesse nada de humano. E na verdade, tem muito de humano! O que não tem de humano é querer se esconder por tráz de leis que privilegiam uma minoria e exclui e oprimi a maioria.

Mas, aí o buraco é mais embaixo e assumir que se vive de discursos hipócritas não é tarefa fácil para quem defende seu ossinho, até porque naturalizar o estado das coisas e culpabilizar quem está com a cabeça de baixo das botas é simples e não dói no bolso.

 

OBS: Sobre a outra parte do seminário não acompanhei, fiquei cansado e tinha que acordar cedo no outro dia para pegar busão lotado… Se alguém sabe deixe comentários.

Programa Vozes do Gueto com Liberdade e Revolução

No dia 12/05, o programa Vozes do Gueto contou com debates, entrevistas e muito Hip-Hop militante com o Liberdade e Revolução, galera de Grajaú – SP. Como não conseguimos gravar pela web por problemas técnicos, registramos o audio em duas partes e disponibilizamos aqui, confere ae!

Na primeira parte, mano Elias falou sobre o dia das mães e convidou à mesa alguns(mas) compas para contribuir no debate. Jesus Faraulo fala sobre a questão da maternidade precosse e o machismo dentro de relacionamentos. Lila reforça o posicionamento do Jesus, e afirma que muitas atitudes machistas atingem a relação mãe e filha/o. Rafaele, mãe separada, desabafa o fato de não poder ficar com seu filho na data tão importante, por atitude machista, a qual foi discutida no programa.

Parte 1 – Debate sobre dias das Mães

Na sequência o mano Vidal ocupa a programação, falando sobre a caminhada no RAP e do CD Liberdade e Revolução – Resistindo a Opressão, Estado e Religião (disponível pra Download), além de comentar sobre religião, papel alienante da mídia, dia da (falsa) abolição, falta de espaços pro RAP Militante, homofobia, e aí vai…

Parte 2 – Entrevista com Liberdade e Revolução

Fica então um salve pro mano Vidal e todxs que fortalecem o Hip-Hiop militante, “dispostos à morrer”!

Semana de Serviço Social – Unifesp/BS

Semana do Serviço Social 2012
Do Transnacional ao Local: A Atualidade da Questão Social

Local: Clube Saldanha da Gama – Av. Almirante Saldanha da Gama, 44 – Ponta da Praia

Segunda (14/05)
14h – 17h: Trabalho e Formação Profissional: Dilemas e Respostas do Serviço Social
Debatedores: Maria Helena Elpídio (ABEPSS – Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa Em Serviço Social)
Raquel Raichelis (PUC-SP)
Priscila Cardoso (UNIFESP-BS)
Coordenação: Juliana Magalhães (5º termo em SS)

17:15h – 19:15h: Sarau e Exposição: “Congresso da Virada”
Intervenção Artística: “Princípios Éticos e Políticos”

19:30h – 22:30h: Sociedade, Cultura e Revolução
Debatedores: Marcelo Ridenti (UNICAMP)
Ramon Vilarino (Faculdade Sumaré)
Raiane Assumpção (UNIFESP-BS)
Coordenação: Flavia Lopes (5º termo em SS)

Terça (15/05 – Dia do Assistente Social)
14h – 17h: Círculos de Diálogos dos Núcleos de Pesquisa, a partir da projeção do filme: Dia de Festa (Toni Venturi)

17:15h – 19:15h: Exposição “Pinheirinho, MSTC e Mães de Maio em Imagens, Luzes e Sons”

19:30h – 22:30h: Na Mira da Violência: A Criminalização dos que lutam contra a Pobreza
Debatedores: Débora Maria (Movimento Mães de Maio)
Ivaneti Araújo (MSTC – Movimento Sem-Teto do Centro)
Valdir Martins (Comunidade Pinheirinho)
Coordenação: Ulisses Oliveira Jr. (1º termo em SS)

Quarta (16/05)
14h – 17h: NeoDesenvolvimentismo e Questão Ambiental no Século XXI
Debatedores: Lúcio Flávio de Almeida (PUC-SP)
Maria O. Pinassi (UNESP-Araraquara)
Silvia Tagé (UNIFESP-BS)
Coordenação: Jeffer C. Branco (5º termo em SS)

17:15h – 19:15h: Exposição “África” (Daniel Ciasca)
MC’s da Baixada Santista

19:30h – 22:30h: Classes e Lutas Sociais frente ao Governo Dilma Rousseff
Debatedores: Henrique Amorim (UNIFESP-GUARULHOS)
Milton Pinheiro (UNEB)
Renata Gonçalves (UNIFESP-BS)
Coordenação: Bárbara Weinert (3º termo em SS)

Quinta (17/05)
14h – 17h: Fórum de Supervisão de Estágio da UNIFESO: Um Diálogo entre Estudantes, Docentes e Supervisores de Campo

17:15h – 19:15h: Exposição “Vila Mathias: Síntese de Múltiplas Determinações”
Sarau “É Hora de Perder a Paciência”

19:30h – 22:30h: Recado d@ Estudante-Estagiári@ sobre seu cotidiano
+ Movimento Estudantil na UNIFESP: Caminhando contra o vento?
Debatedores: Jonathas Souto (UNIFESP-GUA)
João Pedro Militão (UNIFESP-DIADEMA)
Nayara Moreira (UNIFESP-BS)
Coordenação: Claudia Rogacheski (3º termo em SS)

Sexta (18/05)
14h – 17h: Movimentos Sociais em Lutas Contemporâneas
Debatedores: Alexandre Mandl (UNICAMP & Fábricas Ocupadas – FLASKÔ)
Marcelo Buzetto (FSA & MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra)
Rosemayre Bezerra (UFPA & Movimento dos Atingidos pela Mineração)
Coordenação: Lilian Rocha (7º termo em SS)

17:15h – 19:15h: Exposição: “Reviravolta” (Olívia Laba)

Show de Talentos Unifespianos

19:30h – 22:30h: Desafios à Universidade em Tempos Sombrios
Debatedores: Marineide Gomes (UNIFESP-GUA)
Henrique Carneiro (USP)
Terezinha Rodrigues (UNIFESP-BS)
Coordenação: Lais Lima (3º termo em SS)

O que representa a Copa do Mundo de fato?

A copa do mundo por onde passou deixou um rastro de problemas para os países que investiram dinheiro público no maior evento esportivo do mundo. Na África do Sul, por exemplo, o último país que sediou a copa, comunidades inteiras de bairros periféricos foram removidas somente porque estavam no caminho por onde passaria o modelo de modernidade, no que diz respeito ao transporte público.

Gautrain como foi batizado o sistema de transporte ferroviário, para se tornar realidade, o governo da África teve que investir 24 bilhões dos cofres públicos, para ter uma ideia, o valor deste trem é de 10 euros cobrados por um bilhete do centro de Johanesburgo até o aeroporto, ou seja, um preço de turista. Mas e hoje? O preço não baixou. Então, quem são os turistas?

Em relação os grandiosos estádios construídos, hoje a África vive um dilema em como administrar essas obras faraônicas, já que a iniciativa privada se retirou da jogada, pois só estava envolvida no projeto inicial e como no próprio projeto não se previa em como utiliza-los, afinal, as equipes internacionais e os torcedores iriam embora ao término da copa.

Segundo o próprio governo africano “Embora em alguns estádios tenham sido realizados grandes eventos esportivos após o Mundial, especialmente no Soccer City, em outros, como o de Polokwane ou o de Port Elizabeth, não foi registrada atividade alguma e, por isso, já se encontram em uma situação econômica insustentável”.

A alternativa que o governo africano encontrou foi pedir as equipes de rúgbi e críquete, esportes que movimentam mais dinheiro que o futebol, que ocupem os estádios e realizem suas partidas neles para garantir a viabilidade do pagamento das faturas (custos) que chegam mensalmente. Traduzindo, a África do Sul construiu elefantes brancos quais não sabe o que fazer com eles.

Mas este lado da moeda é apenas a ponta do Iceberg, porque o povo africano sem recursos, nem acesso teve aos jogos da copa, devido o alto preço de uma partida que na época girava em torno de US$ 100,00 até US$ 2000,00 dólares, isso dependendo da seleção que estivesse jogando ou localização da cadeira comprada, o que é evidente que excluía pontualmente essa população.

E no caso das comunidades que foram removidas para a construção do sistema ferroviário citadas acima no texto, para onde elas foram? Colocadas em containers, essa é a verdade que o maior evento esportivo não conta.

Esperando a promessa do governo africano de construções de novas moradias ao término da copa, coisa que nunca ocorreu, e após a copa criou um estado de tensão e conflito social que perdura até hoje, ou seja, a população foi enganada e quando foi a luta por seus direitos, teve como resposta a opressão do Estado africano por meio da tropa de choque.

Perverso! Mas governo é igual em todo lugar. O que temos que aprender é que não podemos aceitar calados, sabemos que a farra das licitações começou, pois a Presidenta Dilma Rousseff  disse ano passado que não dá para burocratizar as obras da copa, ou seja, é mesmo uma farra onde a iniciativa privada suga até a última gota o dinheiro dos cofres públicos, e não só ela, mas, por exemplo, o Santuário Nacional Nossa Senhora Aparecida, instituição ligada à Igreja Católica que administra a basílica da cidade de Aparecida (168km da capital), no interior de São Paulo, que vai receber R$ 32,5 milhões de “empréstimo” do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a construção do hotel popular “Cidade dos Romeiros”, é mole ou quer mais? Hotel popular para receber turistas da copa?

Para ter uma ideia o BNDES Pró-Copa Turismo, tem linha de financiamento de R$ 1 bilhão com condições especiais de juros e pagamento para projetos hoteleiros a serem construídos para atender à demanda turística gerada pela Copa do Mundo de 2014.

De partida há investimento de cinco bilhões, vindo de outros setores do governo, mas há um certo obscurantismo em torno de quanto será este investimento de fato.

A pergunta é: todo esse montante de dinheiro público vai beneficiar quem? O governo diz que a Copa do Mundo de 2014 irá quintuplicar os investimentos diretos realizados no país, injetando R$ 142,39 bilhões na economia brasileira até 2014.  Deste ponto de vista, só beneficies! Será?

No Brasil já temos exemplo da mentira que são esses grandes eventos, o Jogos Pan-americanos realizado em 2007, deixou um monte de elefantes brancos para trás, dívidas e dívidas para os cofres públicos e de nada fomentou ou contribuiu para a cultura esportiva de diversas modalidades, como venderam a ideia na época, muito menos melhorou a qualidade de vida das pessoas.

Para a copa de 2014 já temos exemplos de construções que resultarão em problemas, como o caso da construção de estádios em Manaus, Brasília, Natal e Cuiabá. Em Natal, por exemplo, há uma construção de um corredor de ônibus no qual está sendo feito um alargamento da avenida, sabe quem está cedendo recurso para isso? Os moradores da avenida, que estão tendo que sair de suas casas, há outros casos, em Cuiabá com a construção da ferrovia para o VLT (veículo leve sobre trilho) o mesmo caso de expulsão está ocorrendo, já em Brasilia em abril de 2011 a Justiça embargou uma licitação por conter fraude de que o governo do Distrito Federal teria beneficiado os grupos  Daclon, Altran/TCBR e Veja Engenharia, que teria relações com o presidente do metrô do DF, José Gaspar de Souza. Não é mesmo uma farra?

Sem contar que, há de se fazer uma observação, que diversas cidades do Brasil possuem o projeto do VLT, e eles nunca saíram do papel devido o conflito com as empresas locais de transporte, que sempre ganham na queda de braço, no entanto, agora estão sendo desengavetados, por que será? E de que forma isso será feito? Há de se considerar também a falta de estudos de orçamentos, que estão sendo feitos a base de mãe Diná.

É preciso organização popular para o enfrentamento direto contra os malefícios que a copa trará! Diversos comitês pró-copa estão surgindo pelas cidades brasileiras, em sua maioria são formados por grupos empresariais e politiqueiros querendo se beneficiar. Nada mais que isso! É preciso fomentar comitês populares onde a população tome as decisões do que é melhor para a sua cidade, o seu bairro e a sua vida. As diretrizes da copa impostas pela FIFA e acatadas pelo Governo Federal sem consulta pública é de uma violência e cara de pau sem tamanho, pois ela criminaliza qualquer pessoa que comercialize algum tipo de produto que faça referência à copa, e num país onde o trabalho informal cresce a cada dia, devido o desemprego, o Governo Federal vai ter que começar a construir novos cárceres.

Resumindo: a lei criminaliza, fere direitos de cidadania e garante o monopólio a FIFA.  De fato, é uma copa que serve ao capitalismo e como consequência a exploração do povo pobre. Senão houver organização popular as coisas irão se agravar e o povo pagará as contas de uma copa que não lhe pertence.

Poder popular já!

Força policial não é guarda palaciana

Marcelo Rayel
Post de origem: Cinezen Cultural

Semana passada, comentei sobre a calamidade promovida pelo estado de São Paulo a respeito da população mais necessitada, em especial sobre a comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos. O passivo que o governador Geraldo Alckimim está tentando absorver deve valer a pena. Uma aposta a memória curta da população.
Em breve, todos esqueceremos, seremos escalados para otário novamente e está tudo certo. A maioria dos eleitores paulistas reconduzem o atual chefe do executivo ao seu posto outra vez e está tudo beleza.

Sim, porque precisamos de muita amnésia para colocar o atual chefe do executivo ou seu sucessor no posto mais representativo na esfera estadual. Se tudo der certo, a oposição saberá bater onde dói (leia-se Pinheirinho).

Não vou aqui fazer generalização barata e vil contra a população de São José dos Campos, afirmando que todos ali dão apoio e guarida ao atual prefeito Eduardo Cury. Acredito que mais da metade da população de lá não deu suporte ou apoio moral para a loucura que foi o Pinheirinho. Ninguém é maluco de chegar a esse ponto. Quanto aos cabeças coroadas da cidade, até entendo, principalmente o rulling class regional. Quem tem dinheiro, às vezes, é bem chegado a uma assepsia desmesurada. Ser chegado a uma assepsia não chega a ser um grande problema. O problema é não se assumir…

Colocar a força policial, que é um patrimônio público, que pertence ao povo, contra os próprios contribuintes, é algo que ainda não me sai da cabeça. Como podem os chefes dos executivos estaduais chegarem a esse ponto de um quase patrimonialismo com algo que não lhes pertence?

Não só fazem, como repetem a dose. Muito pouco adianta o governador baiano Jacques Wagner engrossar a voz e dedo em riste mandar policiais em greve voltarem ao trabalho. Se há dívida, que seja paga. Se houve algum tipo de promessa ou compromisso, que se cumpra. Caso contrário, fica parecendo que a força policial do estado, que zela pelo bem-estar do contribuinte, não passa de uma espécie de guarda palaciana que, nessa época do ano, garante muito axé ao carnaval local.

Policial não é capitão-do-mato. Caso esteja redondamente enganado, um dos trabalhos do então capitão-do-mato era buscar escravos fugitivos. Uma vez capturados, eram devidamente bem tratados, pois se tornavam um ativo valioso na hora do senhor da casa-grande resgatar o que perdeu. Nem um capitão-do-mato faria no Pinheirinho o que foi feito.

“Notícias de uma Guerra Particular”

Às vezes, a impressão que se tem é que força policial é um capricho quase sádico que os governadores de estado têm. Não estão a serviço do povo, mas a manutenção de uma ordem pública que em certos momentos atinge inclusive o espírito humano do policial, do praça de uma corporação militar. Como se policial não tivesse família, não tivesse consciência.

O confronto na Bahia é uma mostra disso. Até que ponto, em nome da ordem social e civilizatória, um policial merece receber um salário indigno para ordens espúrias a serem cumpridas? Segundo o ex-secretário de segurança pública do Rio de Janeiro, Hélio Luz, no documentário “Notícias de Uma Guerra Particular”, a polícia foi feita para a segurança da elite econômica do Estado. É quase uma guarda particular. Só que na hora do vamos ver, nada de se cumprir com salários dignos, devidos reajustes e cumprimento no pagamento de bonificações.

Para botar o axé com segurança nesse carnaval, aí a polícia existe, é válida, tudo para a segurança dos milhões de foliões que deixarão milhões de reais nos cofres estaduais. Aí, a polícia existe. Caso contrário, os tais choques de gestão dos governadores de estado, que mais parecem um bloco dos sujos, uma patuscada hedionda, colocam os policiais nos últimos lugares da fila.

Pior ainda é ver militantes de partido político no Facebook botarem o pé no estribo para surfarem em possíveis benefícios nas corridas para as prefeituras. Do tipo, o meu governador é ruim, mas o seu, olha aí… Não fica atrás… Ficam parecendo aquele personagem do livro de Chico Buarque, “A Fazendo Modelo”, de 1974, o Zé das Feridas: que abria a camisa para ficar mostrando os hematomas.

Lamentável. Profundamente lamentável… Mas, se a pergunta proposta pelo mesmo Hélio Luz, no mesmo documentário citado há pouco, que tipo de polícia a sociedade quer for colocada, como seria a resposta dessa mesma sociedade onde parte dela tem como livro de cabeceira “Mein Kampf”?

Está aí um mundo que bem que poderia acabar logo, logo.

*Texto originalmente publicado no site CineZen

Nunca antes na história deste país…

Nunca antes na história deste país se produziu, exportou e investiu tanto, em especial fora das fronteiras – desenvolvendo as empresas transnacionais de origem brasileira.
Na Baixada Santista a ampliação do porto para entrada e escoamento da produção, a especulação imobiliária e o alto custo de vida são algumas das consequências comuns ao modelo do capitalismo em curso.

Diante este cenário, e as lutas socias?

Debate com João Bernardo.

Dia 18/01, às 18h30, no Sindicato dos Metalúrgicos: Av. Ana Costa, 55 – Santos.

facebook: https://www.facebook.com/events/327605923937247/

Debate com João Bernardo