50 ºANIVERSARIO DA REVOLUÇÃO CUBANA E DE SOLIDARIEDADE A CUBA.

Segunda-feira, 27 de Junho · 19:30 – 22:30

Auditório da UNIBR- Faculdade de São Vicente

PALESTRANTES: 

Dr. JOSE RAMON HERRERA MEDINA

Coronel da reserva, combatente do exercito rebelde, condecorado na sua trajetória militar, Doutor em ciências filosóficas e investigador do instituto de historia de Cuba, autor do livro Licencia para Matar (1999), Fuego Cruzado (2011).

Profª Ms. NIDIA MARIA ALFONSO CUEVAS

Graduada em Planificação de Economia Nacional, Máster em Administração de Negócios, realizou trabalhos científicos internacionais na Nicarágua, México, Guatemala e Bolívia, Professora Adjunta do Depto de Ciências Sociais de Cuba.

“Revolução é o sentido do momento histórico; é cambiar tudo o que deve ser cambiado; é igualdade e liberdade plenas; é ser tratado e tratar os outros como seres humanos; é nos emanciparmos por nós mesmos e por nosso próprio esforço; é desafiar forças dominantes poderosas dentro e fora do âmbito social e nacional; é defender valores nos quais as pessoas acreditam, mesmo a custa de qualquer sacrifício; é modéstia, falta de egoísmo, altruísmo, solidariedade e heroísmo; é lutar com audácia, inteligência e realismo; é não mentir jamais nem violar princípios éticos; é convicção profunda de que no existe força no mundo capaz de afastar a força da verdade e das idéias. Revolução é unidade, é independência, é luta por nossos sonhos de justiça para Cuba e para o mundo, a qual é a base de nosso patriotismo, nosso socialismo e nosso internacionalismo.”

Associação Jose Martí da Baixada Santista
Aníbal Ortega
Presidente
Tel: (13) 3469-2246

Mão de obra negra sustenta agronegócio, diz secretária

Post de origem Folha.com

A mão de obra negra é o eixo que movimenta o agronegócio, diz a secretária de Políticas de Ações Afirmativas da Presidência da República, Anhamona Silva de Brito.

Anhamona esteve em Ribeirão Preto, a 313 km de São Paulo, um dia depois de a presidente da República Dilma Rousseff lançar na cidade –considerada capital do agronegócio– o Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, que destinará R$ 107,2 bilhões à agricultura empresarial.

A secretária participou do Fórum Social de Ribeirão, braço municipal do Fórum Social Mundial que, neste ano, aconteceu em Dacar entre 6 e 11 de fevereiro.

Para ela, discutir racismo na cidade que cresceu com o agronegócio é um avanço. “Pautar essa questão como algo emergencial e urgente é uma forma de perceber os elementos da opressão, como o racismo e o sexismo”, diz.

Anhamona diz que migrantes que vieram do nordeste para trabalhar na agricultura da região conduziram o agronegócio em Ribeirão. “Se retroagirmos no tempo, veremos que essas pessoas são descendentes de africanos e africanas. Se pegarmos essa população, perceberemos que eles não tem os mesmos direitos [que os demais].”

Como política de governo para a população negra, a secretária Anhamona cita o plano de erradicação da miséria. Com ele, o governo federal pretende tirar, até 2014, 16,2 milhões de pessoas da pobreza extrema. O aporte do governo federal para esta ação será de R$ 20 bilhões –cinco vezes menos que os recursos destinados ao agronegócio.

De Reginaldo Bispo

R$ 20 bilhões para eliminação da pobreza de 16 milhões de pessoas até 2014; e R$ 107 Bilhões para alguns milhares de empresários (DE DIREITA, ESCRAVISTAS, PERSEGUIDORES E MATADORES DE SEM TERRA, QUILOMBOLAS, INDIOS, RELIGIOSOS E AMBIENTALISTAS),  do agro-negocio:

A LÓGICA DOS GOVERNOS  – UM FRANGO PARA O POBRE E O PESO DELE EM DIAMANTE PARA OS 

RICOS.
A conta: 16 Milh x 4 anos = 64 Milh pessoas
R$ 20.000.000.000,00 :  64.000.000 pessoas = R$ 312,00/Pessoa/ano

Para onde vai o Fórum Social Mundial?

Post de origem Carta Maior

Reunidos em Paris no fim de maio, os representantes das organizações membros do Conselho Internacional (CI)do Fórum Social Mundial refletiram sobre o futuro do FSM num novo contexto, marcado pela emergência dos movimentos populares nos países árabes. Em função de tudo isso, é permitido esperar que um FSM na Tunísia ou no Cairo em 2013 venha a ter um efeito realmente mobilizador, um pouco como teve no caso das primeiras edições do FSM na América Latina.

Agir no epicentro da crise

Há vários anos no Magreb e no Mashrek [1] os movimentos populares estão em marcha para elaborar novas estratégias. Sob a ameaça constante de regimes de ditaduras corrompidas ou pseudo-democracias (as “democraturas”, como as nomeou justamente o saudoso Abraham Serfati), esses movimentos também sofrem ataques das correntes reacionárias, que agem sob o manto da religião. Como nos lembraram os camaradas marroquinos, tunisianos, egípcios, cada situação é singular, caracterizada por configurações políticas, sociais, culturais, específicas. As contribuições de Kamal Labhib, de Gustave Massiah e de Samir Amin, notadamente, tem nos permitido compreender melhor a complexidade e os desafios que isso comporta para os movimentos populares num processo de longa duração.

É necessária uma intervenção

Enquanto isso, para as organizações sociais do mundo inteiro, a prioridade é resistir às diversas ofensivas imperialistas que visam reassegurar essa parte do mundo com vistas aos objetivos geopolíticos e geoeconômicos dos dominantes. O desmembramento em curso na Líbia, que se junta ao da Palestina, do Iraque, do Afeganistão, do Sudão e de outros países do “arco das crises” se inscreve numa estratégia de “gestão de crise” cujo fim é impedir toda mudança real. Para os partidos que compõem o FSM, tudo isso quer dizer dar atenção a essa situação e se solidarizar, bem como confrontar as classes dominantes nos países em que esses movimentos estão localizados, e enfim apoiar o duro trabalho de construção das redes estabelecidas pelo Fórum Magreb-Mashrek e uma miríade de organizações na região, há alguns anos.

Em função de tudo isso, é permitido esperar que um FSM na Tunísia ou no Cairo em 2013 venha a ter um efeito realmente mobilizador, um pouco como teve no caso das primeiras edições do FSM na América Latina.

Repensar o Processo do Fórum

Há pelo menos três anos que se sabe que há uma discussão em curso para reforçar o processo do FSM. Ao longo de todos os seus dez anos o FSM marcou os avanços do movimento popular, sobretudo na América Latina. Os “avanços” do FSM na Ásia, na África e na Europa também tiveram vários aspectos positivos. No entanto, está claro que a fórmula dos grandes encontros, que permitiram ao movimento popular “visualizar-se” deve ser retomada. Além disso, o último Fórum em Dakar demonstrou a vitalidade de um certo número de inovações. Pensa-se notadamente nos espaços de elaboração estratégica para os movimentos e das redes, que vão além dos diagnósticos da crise e que lançam luz sobre hipóteses estratégicas. Esses passos requerem muita preparação, por meio de pesquisas, de consultas, de diálogos cruzados entre vários movimentos. O processo implica também, além da organização de uma ou de conferências durante o Fórum, um trabalho de longa duração. As organizações e redes que participarão desse processo no próximo período serão as que agregarão valor ao FSM.

Retorno ao local

Por definição, a importância do FSM foi justamente a de tornar visível uma mundialização dos movimentos, via elaboração de uma plataforma de discussões e portanto de problemas comuns. Hoje, se esse objetivo permanece válido em várias partes do mundo, em que o processo do FSM está ainda embrionário, é menos prioritário para vários movimentos, especialmente na América Latina e na Europa, embora seja preciso distinguir as diferenças reais que separam a experiência nos diversos países. Contudo, desenvolve-se uma certa tendência a querer enraizar o Fórum em escalas locais, regionais e até municipais, onde a convergência dos movimentos pode ter um impacto imediato. Esses fóruns locais tem igualmente a vantagem de se focalizarem num certo número de temáticas que correspondem justamente às prioridades locais, o que facilita a tarefa dos movimentos que pretendem ir além no sentido da elaboração de estratégias.

Uma reorganização necessária

O FSM não foi concebido no início como uma “conferência” ou um “acontecimento”, mas como um processo facilitador de acumulação das experiências úteis aos movimentos populares na sua resistência ao neoliberalismo e na elaboração de alternativas. Certo, a importância de organizar grandes encontros era evidente nesse primeiro período, mas não é preciso fazer disso um princípio absoluto. É preciso também considerar os interesses divergentes que se expressam a esse respeito no fórum e que envolvem os movimentos altermundistas, os sindicatos, as ONGS, as redes feministas, os campesinos, os ecologistas, etc. O princípio da pluralidade e dos diálogos cruzados deve permanecer em primeiro plano. Igualmente central é a ideia de que esses diálogos cruzados devam “desembocar”, quer dizer, permitir uma melhor articulação das práticas, à luz de elaborações teóricas e isso, ao se integrar às culturas políticas diversas e às estratégias distintas postas desde o começo pelos movimentos populares.

Repensar os recursos

Ligado a esse debate está o dos recursos. O FSM é a emanação dos movimentos sociais e não um “projeto” proposto a fundações liberais, e menos ainda a estados talvez “acolhedores”, mas cujos objetivos são antinômicos aos dos movimentos. Um FSM que respire e que avance, por exemplo, deve integrar a dimensão ecológica alinhada à gigantesca batalha mundial por Pachamama, o que é contraditório com uma dependência financeira dos que preconizam o “desenvolvimento” por meio das fontes de energia fóssil. Dito isso, é preciso que as organizações sociais tomem as rédeas da organização e do financiamento do Fórum. É em todo caso possível, como demonstraram os camaradas dos Estados Unidos com a organização do Forum dos EUA no último verão em Detroit. Nesse sentido, as proposições do comitê internacional sobre os recursos permitiram identificar várias pistas promissoras para autonomizar o FSM nesse plano.

O FSM dos dez próximos anos

É muito provável que o processo do FSM seja relançado e reforçado em função das pistas oferecidas acima. De uma certa maneira, a liderança deve se renovar e passar a mão a uma nova “geração”. Os brasileiros e outros movimentos latino-americanos, que muito contribuíram sabem que essa “passagem” é necessária, mesmo que suas redes continuem ativas no Fórum, mas sem o mesmo peso e sem desempenharem o papel central que ocuparam nos últimos anos. Essa transição deve ser feita por etapas e ir de par com o desenvolvimento das redes nas diversas regiões. Enquanto isso, as novas iniciativas estão se desenvolvendo um pouco em toda parte para construir, no seio dos movimentos populares novos “intelectuais coletivos”, na tradição de Gramsci e de Bourdieu, de “intelectuais coletivos” enraizados nos movimentos, capazes de desenvolver os saberes inscritos nos movimentos e de produzir elaborações estratégicas que lhes permitam construir verdadeiras ferramentas contra hegemônicas.

Tradução: Katarina Peixoto

Milhares de manifestantes defendem greve geral na Espanha

Post de origem Esquerda. net

Respondendo à convocatória do movimento 15M, mais de 150 mil manifestantes ocuparam neste domingo a Praça de Netuno, em Madri, para expressar a sua oposição aos planos de austeridade defendidos pelo FMI e pelo Banco Central europeu e aos sistemas político e financeiro, apontados como principais culpados da crise econômico-financeira. Em Barcelona, outras 270 mil pessoas saíram às ruas. Valência também registrou protestos com milhares de manifestantes. Na França, 100 pessoas foram detidas em Paris quando protestavam em frente da Catedral de Notre Dame.

Segundo o jornal espanhol Público, o movimento 15M ganhou este domingo a forma de um enorme 19J (19 de Junho), juntando mais de 150 mil pessoas na Praça de Netuno, em Madrid, às portas do Congresso dos Deputados, guardado por um forte cordão policial. Ali, os organizadores leram um manifesto no qual incentivam os cidadãos a participar numa Greve Geral.

Os manifestantes partiram logo pela manhã de seis zonas distintas da capital, juntando-se ao início da tarde na praça Netuno, junto ao Congresso dos Deputados.

Sustentando cartazes e faixas com palavras de ordem como “caminhemos contra a crise e o capital”, “escutem a ira do povo” ou “não sejas violento”, os manifestantes – gente de todas as idades e de vários estratos sociais, jovens, reformados, famílias com crianças – gritavam slogans já identificados com o Movimento 15M, como “chamam-lhe democracia, mas não o é” ou “não, não nos representam”.

“Contra o desemprego. Organiza-te e luta. Vamos marchar juntos contra o desemprego”, lia-se num grande cartaz que liderava o caminho da “coluna sudoeste”, que partiu de manhã de Leganes, uma comunidade-dormitório a cerca de quinze quilômetros a sul de Madrid. “Nós não somos mercadoria nas mãos de políticos e banqueiros”, estava escrito com letras vermelhas num outro cartaz.

Ao microfone, um manifestante gritava: “Vamos preparar uma greve geral. Nós vamos parar o país”. “Os bancos e os governos que provocaram esta situação devem estar cientes de que não estamos de acordo com as medidas e os cortes nos orçamentos. Temos a intenção de ser ouvidos e vamos conseguir”, afirma o movimento 15M.

No final da tarde, teve lugar um piquenique “anti-fadiga” e uma orquestra interpretou a Nona Sinfonia de Beethoven – ver vídeo. Às 20h, foi realizada uma assembleia popular na Porta do Sol.

Já em Barcelona, às 17h encontravam-se milhares de pessoas concentradas na Praça da Catalunha que iniciaram depois uma manifestação até à Praça do Palau. O jornal Público espanhol cita os números avançados pelos organizadores do protesto nesta cidade: 270 mil manifestantes. O único incidente registado relaciona-se com um momento mais tenso durante o qual uns jovens identificaram uns polícias à paisana infiltrados na manifestação.

Na cidade de Valência, a manifestação começou no final da tarde e juntou vários milhares de pessoas. A marcha que se caracterizou também pelo caráter festivo, embora aguerrido nas palavras de ordem anti-crise, seguiu até à Rua Colón e terminou em frente à delegação do Governo regional.

100 pessoas detidas em Paris
A polícia francesa prendeu uma centena de “indignados” quando estes tentavam manifestar-se em frente da Catedral de Notre Dame, em Paris, França, no âmbito da convocatória internacional “Democracia verdadeira já!”. Mais tarde, os manifestantes sentaram-se em frente ao monumento para continuar o protesto, que começou ao meio-dia. O Comando da Polícia da capital francesa anunciou que os detidos seriam libertados assim que verificada a sua identidade.

Na sua conta oficial no Twitter @acampadaparis, os indignados de Paris denunciam a repressão policial com fotografias.

Com R$ 20 bilhões é possível acabar com a miséria brasileira?

Post de origem Caros amigos

Um país de ricos e miseráveis 

Por Raquel Júnia, para a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz)

Mesmo sendo a 7ª economia mundial, país tem 44 milhões de pessoas pobres. Pesquisadores debatem as motivações e os efeitos possíveis do programa Brasil sem miséria, lançado pelo governo federal para acabar com a pobreza extrema

O lançamento do programa Brasil sem miséria, na semana passada, pela presidente Dilma Roussef, propõe um exercício de imaginação. “Já pensou quando acabarmos de vez com a miséria?”, dizem as peças publicitárias sobre a nova estratégia governamental. As propagandas associam ainda o crescimento do país ao fim da pobreza extrema, meta que o governo pretende cumprir. São consideradas como miseráveis absolutas as pessoas que vivem com até R$ 70 reais mensais. Pelos dados divulgados pelo governo no lançamento do programa, há 16,2 milhões de pessoas nessa situação e outras 28 milhões em situação de pobreza. Pelos dados do Programa para as Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), de 2010, o Brasil está entre os sete países mais desiguais do mundo, apesar de estar também entre os sete gigantes da economia mundial. Os dados mostram que as contradições e os desafios são muitos. É possível que o exercício de imaginação proposto pelo governo federal se torne realidade?

De acordo com o decreto que institui o Brasil sem miséria, o programa tem três objetivos, todos destinados à população extremamente pobre: elevar a renda per capita; ampliar o acesso aos serviços públicos; e propiciar o acesso a oportunidades de ocupação e renda, por meio de ações de inclusão produtiva. Constituem ações do programa a expansão de políticas já existentes como ‘Bolsa-família’, ‘Luz para todos’, ‘Rede Cegonha’ e ‘Brasil Alfabetizado’, entre vários outras. A inovação, segundo o governo, está ,sobretudo, no fato de que pessoas que até então não são contempladas por nenhuma dessas políticas por fazerem parte de “uma pobreza tão pobre que dificilmente é alcançada pela ação do Estado” passarão a ser, já que será feita uma busca ativa para encontrá-las. Estão previstas também ações diferenciadas para a cidade e para o campo, onde a previsão é garantir assistência técnica. “Assim, todo o país vai sair lucrando, pois cada pessoa que sai da miséria é um novo produtor, um novo consumidor e, antes de tudo, um novo brasileiro disposto a construir um novo Brasil, mais justo e mais humano”, diz a apresentação do programa.

Para o economista Marcio Pochmann, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o programa é uma inovação na política social brasileira por estabelecer uma linha de pobreza para a qual foram definidas metas de atuação da política pública. Pochmann destaca que desde a redemocratização até a atualidade, os governos sempre tiveram metas para a área econômica, como metas de inflação e de superávit fiscal, mas metas para a área social como um todo ainda não haviam sido estabelecidas. “Evidentemente que cada uma das áreas em separado tem as suas próprias metas, como metas de vacinação ou de universalização da escola, mas não havia uma meta social que desse conta de uma síntese do ponto de vista da ação governamental. Essa forma de atuação da área social não permitiu, por exemplo, que nós tivéssemos uma coordenação na área social. Então, é uma inovação o estabelecimento de uma linha de pobreza e, ao mesmo tempo, o compromisso do governo de tirar as pessoas dessa condição de extremamente pobres”, avalia.

O pesquisador ressalta que o programa visa atingir um número considerável de pessoas, praticamente um a cada dez brasileiros. “É o segmento que diz respeito ao núcleo duro da pobreza brasileira, de difícil acesso e que, portanto, exigirá uma maior capacidade de intervenção do governo. Nesse sentido, é fundamental as ações estarem cada vez mais articuladas do ponto de vista federal, estadual e municipal”, analisa. “O Brasil, quando era a oitava economia mundial em 1980, já poderia ter superado a extrema pobreza. Não havia razão para que o Brasil tivesse extrema pobreza, a razão era política. E hoje somos a sétima economia do mundo, não há razão para termos essa quantidade expressiva de pobres. Não é que não tenha alimentos, o problema é político”, completa.

Marcio Pochmann observa que a definição governamental de superar a condição de miserabilidade não quer dizer que o país chegará a uma condição na qual não haverá mais miseráveis, mas significará um avanço muito significativo nesse sentido. “Certamente haverá miseráveis pelas vulnerabilidades impostas por uma economia de mercado, mas do ponto de vista estatístico isso será residual”, aposta. Para o pesquisador, países desenvolvidos mostram que, do ponto de vista estatístico, inexistem miseráveis. “São condições de ordem econômica que permitiram, por intermédio da política pública, praticamente a resolução da condição de miséria. Evidentemente que a pobreza existe, mas cada vez mais é uma pobreza relativa”, diz.

Pochmann acrescenta que o modelo de desenvolvimento do Brasil é cada vez mais combinar o progresso econômico com avanço social. “Não há menção de superação do modo de produção capitalista, pelo contrário, é um aprofundamento do desenvolvimento capitalista, mas com travas de garantias de maior justiça na distribuição dos frutos do processo econômico”, afirma.

Política de gotejamento

Para Virgínia Fontes, professora-pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e da Universidade Federal Fluminense, a propaganda do governo de que todos sairão ganhando com o Brasil sem Miséria, não é mentirosa, já que há um ganho, embora muito pequeno, para os setores pobres e ganhos maiores para os setores ricos. “Isso está expresso como promessa e de fato aconteceu ao longo dos últimos oito anos, tanto na medida em que houve expansão do mercado interno, que é o mais evidente e mais imediato, mas, sobretudo, no aprofundamento da dívida interna”, diz.

A professora ressalta que, mesmo diante de todas as críticas, é preciso considerar que, com o programa, há ganhos mínimos para as pessoas pobres no contexto de um país de extrema desigualdade como o Brasil. “Uma política de gotejamento como esta, que distribui gota de água para regiões muito áridas socialmente, surte algum efeito, já que é melhor ter gota d’água do que não ter água nenhuma. Do ponto de vista da redução da miséria absoluta, ele atinge alguma coisa, mas não altera as condições da desigualdade e irá continuar sem alterar essas condições”. Para ela, essas mudanças mínimas não significam garantia de direitos. “É uma gota calibrada: não tem processo de reajuste, não tem compromisso com produção qualificada de trabalho socializado, tem um compromisso estritamente mínimo, que é dar uma renda minimíssima para os setores de pior condição. É melhor isso do que nada, mas isso não é um direito. A construção de direitos está bloqueada pela oferta de programas”, aponta.

Com R$ 20 bilhões é possível acabar com a miséria brasileira?

Paralelamente às ações do Brasil sem miséria, o governo afirma que está montando também um completo mapa sobre a pobreza do Brasil. Pelos dados preliminares do ultimo censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de 2010, que embasaram a criação da proposta, aproximadamente 46% desses brasileiros extremamente pobres vivem na área rural. Além disso, 59% estão na região Nordeste e cerca de 70% dos extremamente pobres são pretos ou pardos. Os dados mostram ainda que 39,9% da população indígena do Brasil é extremamente pobre.

No lançamento do programa, foi anunciado que o montante de recursos empregados para as ações será em torno de R$ 20 bilhões anuais. Entretanto, em 2010, os recursos gastos apenas para o pagamento do Bolsa Família ficaram em torno de R$ 13 bilhões. Para Pochmann, diferentemente de outras decisões governamentais, o recurso não é o determinante dessa opção. “No passado se estabelecia um programa e se dizia: ‘vai se gastar tanto’. Em determinado momento se dizia que os recursos não seriam suficientes: ‘bom, é esse recurso que temos e infelizmente não será possível atender ao compromisso daquele programa’. Então, o recurso é que determinava a capacidade de intervenção, sem recurso não tinha ação. Hoje, o que determina a capacidade de intervenção não é o recurso, embora, claro, sem o recurso não tenha ação. Mas o determinante é o compromisso que o governo tomou. Ele diz que vai superar a pobreza extrema; se não superar, é o item em que o governo fracassou. E, então, a oposição terá mais força em seu argumento”, opina.

A professora-pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) Ialê Falleiros tem uma opinião diferente sobre os recursos destinados ao programa. Para ela, o montante de recursos empregados não demonstra uma priorização dessas políticas sociais. “R$ 20 bilhões, isoladamente, parece interessante, mas quando olhamos o que é o orçamento federal, vemos que um valor muito maior do que esse é destinado para pagar a dívida pública”, critica, mostrando uma reportagem do Pnud sobre o programa cujo título é ‘Brasil sem miséria e lucro para empresários’. De fato, do total do orçamento do governo federal previsto para 2011 e aprovado pelo Congresso no final de 2010 – R$ 2,07 trilhões -, R$ 678,5 bilhões serão destinados para o pagamento da dívida pública. “Então qual é o recado que esse programa quer passar do ponto de vista político, já que em termos econômicos ele é uma falácia? É o mesmo recado que os organismos internacionais vêm propondo em relação ao mundo: fazer parecer que tudo é uma coisa linda, porque todos estão engajados em colaboração, setores públicos e privados, todas as classes em sinergia em torno da proposta de colaboração para melhorar o mundo”, observa.

De acordo com a professora, há uma tentativa de afastamento das visões críticas que faz parecer, por exemplo, que os pesquisadores que questionam esse tipo de política estão contra melhorar a vida das pessoas. “Não é possível ser contra beneficiar as pessoas que mais precisam, mas ao mesmo tempo, se não tivermos esse olhar ampliado para além dessa visão triunfalista do desenvolvimento, nós realmente não vamos enxergar essas nuances”, pontua.

Virgína fontes lembra que no momento da posse da presidente Dilma o valor mencionado para combater a extrema pobreza girava em torno de R$ 40 bilhões, o dobro do que foi anunciado agora. “Isso indica que deve ter tido muita queda de braço entre os setores que vão ser contemplados com recursos públicos. Porque a discussão era de eventualmente chegar a R$ 40 bilhões do programa de bolsas, no sentido de avançar significativamente para uma melhoria mínima das condições de vida de praticamente toda a população brasileira. De fato, é uma melhoria mínima e é possível perceber isso pelo programa lançado agora”, afirma.

Remendo

Na avaliação de Virgínia, com esse programa, o governo federal busca atualizar na retórica a luta popular que, na prática, ele tenta desmantelar. Segundo ela, o slogan principal do governo ‘País rico é país sem miséria’, expressa uma contradição do modelo de produção. “Essa luta contra a miséria tem um lado ligado à própria expansão do capital internacional, da atuação do banco mundial, de uma nova filantropização. Mas também resulta de pressões e lutas de setores populares fortes. Só que, para não ter miséria nesse modelo, é preciso ser cada vez mais rico, o que significa que atacar a miséria é garantir a produção crescente da concentração da riqueza”, contesta.
Destacando que o capitalismo é um modo de produção que gera crises permanentemente, ela situa o Brasil sem miséria. “Do ponto de vista da lógica das crises do capitalismo, esse programa significa um grande remendo para tapar uma parte da tragédia social que foi sendo construída ao longo dos séculos XX e XXI, com a expropriação massiva da população e a formação, pela expansão do capital, de uma massa de mão de obra gigantesca, disponível para fazer qualquer negócio. Essa massa corria o risco de derrubar tudo, então, para que não derrubem tudo e se garanta que a concentração siga de maneira mais tranquila, se faz uma política dessas. Não é uma política que reforce as condições de auto-organização da população, mas sim da burguesia”, define. Entretanto, de acordo com a pesquisadora, existe a possibilidade de o programa desencadear também processos de contestação. “Imaginando que ele dê completamente certo, essa população, até porque consegue respirar, pode reaprender a gritar e a gritar em novo tom”, diz.

Juventude e a precarização do trabalho.

A precarização do trabalho tem empurrado cada vez mais pessoas para a informalidade e também tem criado condições de trabalho de total submissão por parte de trabalhadores e trabalhadoras que precisam garantir o seu sustento.

Segundo dados da organização internacional do trabalho OIT de setembro de 2010.

A América latina abriga 2/3 da mão de obra humana que produz para o mundo todos os recursos necessários para a existência.

No entanto, encontra-se em condições extremamente precárias.

Sendo que a faixa etária desses trabalhadores e trabalhadoras é de 16 e 29 anos

O que significa isso?

Que o mercado de trabalho tem absorvido cada vez mais jovens como mão de obra, devido encontrar maior facilidade para flexibilizar os direitos trabalhistas dessa juventude.

Jonathan Willian de 19 anos Auxiliar Técnico de elevadores relata sua condições de trabalho

Rumo à XIX Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba! de 23 a 26 de junho em São Paulo

Quem estiver em São Paulo durante está data ou estiver com disponibilidade. Não marque toca vale a pena!

PROGRAMAÇÃO DETALHADA

21 e 22/06 – terça-feira e quarta-feira

Sala de projeção do Pavilhão da Criatividade – Memorial da América Latina

19h – Exibição de filmes cubanos

Dia 21 – Lucía

Sinopse: Lucía é uma obra mestra do cinema cubano, tinida até hoje como a consagração definitiva de um cineasta e de uma filmografia nacional. A obra está composta por três contos. Em cada um deles a protagonista leva o nome de Lucía, ou seja, uma representação da mulher cubana em três tempos. A três Lucías encadeiam a épica pessoal com o fluir da epopeia nacional emancipadora, libertação que convoca a mulher como ente participativo e definitório. Este filme é a primeira mirada do cinema cubano ao devir histórico, visto como caixa de ressonância para o íntimo, sim que a descrição da alma feminina obstaculize a visão das raças e povos acrisolados na nação cubana. A crítica tem reconhecido neste filme o extremo cuidado formal e de representação, sob a inspiração de Serguei Eisenstein, Luchino Visconti, Orson Welles, Glauber Rocha e os grandes neo-realistas, assim como seu gosto pela recreação enfática e melodramática dos signos culturais do passado, onde é notória a espessura filosófica, artística e histórica. Humberto Solás é considerado um cultivador da sedução através do virtuosismo estilístico.

Dia 22 – Memórias do subdesenvolvimento

Sinopse: Retrato lúcido e poético de Cuba no começo dos anos 60, Memórias do Subdesenvolvimento é considerado um clássico do cinema latino-americano. O mestre Tomás Gutiérrez Alea oferece um olhar ao mesmo tempo carinhoso e crítico sobre os rumos da revolução narrado pelos olhos de Sérgio, um homem que aos 38 anos se vê subitamente sozinho em Havana, depois que sua mulher e seus pais resolvem migrar para os Estados Unidos. Ao acompanhar Sérgio, o espectador é convidado a passear pelas ruas da capital cubana e a encontrar personagens reais, num filme que mistura com habilidade recursos da ficção e do documentário.

22/06 – quarta-feira

Praça na saída do metrô Barra Funda, em frente à UNINOVE

14h – Atividade de rua: saúde e revolução PELA VIDA!

Barraca de campanha com atendimento à população e palestras

23/06 – quinta-feira (feriado)

Sala Mário de Andrade, anexo dos Congressistas – Memorial da América Latina

19h – Exibição do documentário de Carlos Pronzado “Carlos ‘Calica’ Ferrer: A última viagem de Ernesto Guevara pela América Latina” com presença de Carlos Pronzato e Calica Ferrer

Quem é Calica Ferrer: Carlos “Calica” Ferrer nasceu em Alta Gracia, Córdoba, em 1929. Aos quatro anos conheceu Ernesto Guevara de la Serna, um menino asmático que se instalou com a sua família em Alta Gracia para procurar um alívio para o seu mal. Ernesto e Calica mantiveram uma íntima amizade durante a infância e adolescência. Em 1953 empreenderam juntos uma viagem aventureira por América Latina, no final da qual, Guevara terminaria convertido no Comandante Ernesto Che Guevara.

Atualmente Calica Ferrer vive em Buenos Aires e se dedica a estudar e difundir a figura do seu amigo Ernesto Guevara. No documentário Carlos ‘Calica’ Ferrer, a última viagem de Ernesto Guevara pela América Latina (40 min./2011) de Carlos Pronzato, ele relata aquela viagem.

19h45 – Lançamentos e relançamentos dos livros

De Ernesto a Che – Carlos ‘Calica’ Ferrer (Argentina)

A Revolução Cubana e a Questão Nacional – José Rodrigues Máo Júnior

Cuba – apesar do bloqueio – Mário Augusto Jakobskind

Fogo cruzado – Coronel Jorge Herrera Medina (Cuba)

20h30 – Autógrafos e apresentação do grupo musical da AMA ABC

24/06 – sexta-feira

Auditório Simón Bolívar – Memorial da América Latina

8h – Credenciamento

9h – Palestra: A importância da Revolução Cubana no marco dos 50 anos da vitória em Playa Girón e a solidariedade internacional

Palestrantes: Coronel Jorge Herrera Medina, combatente da batalha de Girón, Kenia Serrano Puig, presidenta do Instituto Cubano de Amizade aos Povos, Dôra Cesar do Nescuba

14h – Oficinas e mini-cursos

Universidade Nove de Julho

História da Revolução Cubana, Sistema educacional em Cuba, Sistema de Saúde em Cuba, Poder Popular e Democracia em Cuba, Política Externa Cubana e a ALBA, Direito Internacional com base no caso dos 5 heróis, Oficina sobre cinema feito nas margens, Oficina de música e identidade cultural cubana, A economia cubana, As relações de gênero em Cuba.

24/06 – sexta-feira – ABERTURA OFICIAL

Auditório Simón Bolívar – Memorial da América Latina

19h – Ato político de abertura

Ato político: Embaixador de Cuba no Brasil, Sr. Carlos Rafel Zamora Rodriguez, Presidenta do ICAP e deputada da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba, Kenia Serrano Puig, e representantes de organizações nacionais

Apresentações musicais:

– Lançamento do novo CD de Pedro Munhoz

– Canto Libre com apresentação de vasto repertório latino-americano

– Apresentação do samba enredo “Cuba sim, em nome da verdade” pela escola União da Ilha da Magia, vencedora do carnaval de 2011 em Florianópolis

25/06 – sábado

Auditório Simón Bolívar – Memorial da América Latina

9h – Palestra: Bloqueio econômico e midiático

Palestrantes: Nidia María Alfonso Cuevas, Professora do Instituto Superior de Relações Internacionais de Cuba, Rosa Mirian Elizarde, jornalista do Cubadebate e Magalys Llort, parlamentar e mãe de Fernando González, um dos 5 patriotas cubanos preso nos EUA

14h – Grupos de trabalho

Universidade Nove de Julho

Bloqueio econômico, Bloqueio Midiático, Solidariedade a Cuba, Frentes Parlamentares, Libertação dos 5 patriotas

19h – Encerramento

Sintaema – Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de SP (próximo ao metrô Armênia, linha azul do metrô)

– Saudação de Aleida Guevara, médica cubana, filha de Che Guevara

– Leitura da Carta de São Paulo

– Festa de confraternização com a bateria das escolas de samba União da Ilha da Magia, vencedora do carnaval de 2011 em Florianópolis com o tema “Cuba sim, em nome da verdade” e da Unidos da Lona Preta

26/06 – domingo

Memorial da Resistência, antigo prédio do DEOPS – próx. as estações Luz e Júlio Prestes da CPTM

9h – Ato de agradecimento a Cuba pelo acolhimento dos brasileiros perseguidos políticos durante a ditadura civil-militar no Brasil e visita monitorada ao Memorial da Resistência

Entidades que convocam a Convenção

ABEEF, APEOESP, APES, ARES ABC, Assembleia Popular, CA de RI Unesp, Casa da América Latina, CCML, CDH Gaspar Garcia, CEAC, Cebrapaz, CEEP, CMP, Comitê Bolivariano de São Paulo, Comitê Brasileiro pela Libertação dos 5 Patriotas Cubanos, Comitê Pró-Haiti, Confraria Soteropaulistana, Consulta Popular, CRESS-SP, CTB, CUT, DCE UEPB, DCE UFABC, DCE UFCG, DCE UFPE, DCE UFRPE, DCE USP, ENFF, Fábrica Ocupada Flaskô, FDIM, FEAB, Frente pelo fim da Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto, Instituto Voz Ativa, Intersindical, J5J, JOC, Jornal A Verdade, Jornal Inverta, MAB, MLB, MLC, MLST, MMM, MORENA – CB, Movimento Correnteza, Movimento de Mulheres Olga Benário, MPA, MST, Pátria Livre, PCB, PCdoB, PCML, PCR, PSOL, PT, Rede Jubileu Sul, SASP, Sindipetro SP, SINDJORNAL, SINDLIMP/PB, SOF, STIUPB, UESPE, UJC, UJR, UJS, Uneafro, UST

Associações Culturais José Martí dos estados Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Norte, Casa Gregório Bezerra – PE, Casa de amizade Brasil-Cuba – CE e Núcleo de Estudos Cubanos – DF

 OUTRAS ORIENTAÇÕES – IMPORTANTE!

– Nos esforçaremos para que todas as atividades comecem pontualmente, mas, para isso, precisamos do apoio de toda/os a/os participantes. COLABORE!

– Tem feito muito frio em São Paulo especialmente a noite, prepare-se para isso.

– Todas as atividades ficam na região da Barra Funda, ao lado da estação do metrô (linha vermelha), com exceção da Confraternização que será próxima ao metrô Armênia (linha azul do metrô).

– O metrô em São Paulo custa R$ 2,90 e o ônibus R$ 3,00

Endereços dos locais do evento

Memorial da América Latina – Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – próx ao metrô Barra Funda

UNINOVE – Rua Deputado Salvador Julianelli, s/n – próx ao metrô Barra Funda

SINTAEMA (confraternização) – Av. Tiradentes, 1353 – próx ao metrô Armênia (saída A do metrô)

Memorial da Resistência (antigo prédio do DEOPS) – Largo General Osório, 66 – próx. às estações Luz e Júlio Prestes da CPTM

Para garantir o bom andamento do evento é INDISPENSÁVEL que os participantes se pré-inscrevam.

O formulário de inscrição encontra-se disponível no sitewww.solidariedadeacuba.org.br e deve ser preenchido e enviado por e-mailcontato@solidariedadeacuba.org.br com o assunto “Inscrição”. Acesse a ficha clicandoaqui. A pré-inscrição garantirá a participação nos mini-cursos e nos ajudará a levantar a demanda por alojamentos e refeições econômicas.

Contamos com o apoio de toda/os os amigos de Cuba neste trabalho! Até a Convenção!

VENCEREMOS!

Coordenação do MPSC

Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba

www.solidariedadeacuba.org.br – facebook.com/solidariedadeacuba

Site de trocas – trocando.net : Por um mundo mais consciente!!!

A sociedade do consumo tem impulsionado cada vez mais a destruição de nossos recursos naturais. E quem é o protagonista? Eu, você, todos nós de alguma forma contribuímos para esse caos.

Você sabia que até bem pouco tempo atrás o lixo não era considerado um problema, isso porque grande parte dele era constituído por materiais orgânicos, restos de alimentos, de animais e tudo isso é facilmente absorvido pela natureza até servindo de nutrientes para o solo.

Hoje, essa relação mudou, a quantidade de lixo produzido por meio de materiais de difícil degradação na natureza como plástico, vidro, metal, pano entre outros, é assustador.  Segundo o sitio Planeta orgânico cada pessoa produz cerca de 300 quilos de lixo por ano, sendo que metade dele poderia ser recuperado.

Algumas das alternativas para resolver este problema é a reciclagem. No entanto, o cerne da questão mesmo é frear a produção e o consumo excedente, e cabe a nós exigir do Governo federal, Estadual e Municipal para que  pressionem as Empresas pra elas adotarem uma mudança radical na lógica de produção, pode acreditar que esse é a maior parte do problema e o nosso maior desafio, o que parece num primeiro momento um monstro, mas não impossível! O ponto X do problema.

Outras atitudes e também importantes que parecem pequenas e produzem efeito, é fazer um esforço para alterar nossos hábitos. Ou seja, consumir somente o que é necessário evitando o desperdício de alimentos, energia, roupas, acessórios e procurar valorizar mais o consumo de produtos orgânicos. Assim como separar o lixo em casa.

É um passo de formiga, mas as futuras gerações agradecem. Outra coisa fundamental é usar a criatividade, saca só essa matéria:

Mudando as relações: Pessoas x Objetos x Meio Ambiente

[audio http://www.radiotube.org.br/upload/audio_anexo/5b9a71832f.mp3]

Acesse: www.trocando.net!  Por um mundo mais consciente!!!

Jô Soares deu um show de pertencimento de classe

Quem acompanhou o programa do Jô em 15/06 deve ter percebido como as entrevistas estavam interessantes…  A primeira convidada era a Ministra da Cultura Ana Holanda e o outro convidado era Marcos Azambuja membro do Conselho do Iphan, órgão do Ministério da Cultura que tem por missão conservar o patrimônio cultural brasileiro. (que coincidência de convidados, né?)

Mas vamos aos fatos, na primeira entrevista, quer dizer, na primeira conversinha que acabou rolando entre o Jô e a Ministra foi aquela rasgação de seda, até aí tudo bem, isso não é nenhuma novidade, até que o Jô puxou o assunto Maria Bethânia e o tal um milhão e trezentos  que segundo ele e a Ministra as más línguas e os invejos@s difamaram a coitadinha da Bethânia que só queria recitar poesia de qualidade com boa produção imagética e para isso evidente a necessidade dessa quantia para bancar toda a parafernália necessária para uma produção que ia pra Cannes… OPS! Foi mal ia pra web mesmo e também seria utilizado em projetos sociais de comunidades carentes.

(Pra quem não se lembra, no início desse ano a cantora Maria Bethânia teria conseguido autorização do Ministério da Cultura (MinC) para captar R$ 1,3 milhão e criar um blog, isso gerou uma confusão com direito a chilique do Caetano e tudo mais… Chega de sarcasmo textual!

Foi horrível a Ministra querendo defender e justificar que todo projeto é avaliado por profissionais capacitados e que o projeto recital era lindo, que fosse! No entanto, esse dinheiro que é público, advém de leis de incentivo fiscal não é? Só que, porque será que ele acaba sempre financiando quem não precisa?

Oras, as leis de incentivo não eram para ser instrumentos de fomentação de cultura? Essas comunidades estão cheias de gente talentosa sem oportunidade por falta de equipamentos culturais. E aí? A questão é que a iniciativa privada seleciona onde quer investir e onde não quer.  E no meio de tudo isso, o MinC não passa de um aprovador de projetos selecionados pela iniciativa privada.

Ainda temos que engolir o senhor Jô Soares dizendo que: o rico também tem os seus direitos! De certa forma sim, é a classe que ele (Jô) pertence. Engraçado que é uma defesa que não cabe, porque a outra classe está esmagada.

Na entrevista seguinte com o senhor Marcos Azambuja isso ficou bem claro.

O papo foi sobre questões políticas do país, onde Azambuja dizia ser vergonhoso o Brasil abrigar um terrorista como Cesare Battisti, isso prejudicava as boas relações com o governo Italiano e blá blá blá…  O Brasil passava por um desenvolvimento econômico admirável e blá blá blá… A Presidenta Dilma apesar de ter no passado usado a foice e o martelo possuía um coro sábio e discreto e blá blá blá…  Pra finalizar disse que o Brasil deveria continuar neste caminho e que as pessoas deveriam entender que desenvolvimento é fortalecimento econômico, e o país tem obtido êxito neste sentido, e de forma sustentável sem sacrificar o meio ambiente. (Jô concordava com tudo até falou de sua admiração em relação à Presidenta Dilma) Enfim, vamos lá.

Primeiro: o caso Battisti não há fundamento legal, ele está sendo acusado por quatro assassinatos que não existem provas contra ele, sem contar que ele foi julgado sem ao menos ter sido comunicado para ter no mínimo o direito de defesa. E o fato ignorado é que, está no tratado internacional asilo político a todo individuo que esteja sendo perseguido por conflitos ideológicos. (quem quiser entender melhor o caso clique aqui)

Segundo: desenvolvimento sustentável, economia, meio ambiente, espera aí! Isso lembra alguma coisa, não lembra? Código florestal e agronegócio. lógico! Só que estão falando não abertamente. Cara que programinha burguesinho perigoso, o engraçado foi o apoio a Dilma. Mas afinal como não apoiar um governo alinhado às classes dominantes. Só bobo que assiste Jô e não vê!

Seminário: A Crise Estrutural do Capital e os Desafios Atuais da Classe Trabalhadora.

Com cerca de mil participantes entre movimentos sociais, organizações sindicais e estudantes, no dia 11 de junho no Clube Semanal de Cultura Artística, centro de Campinas, foi realizado pelo (MST) Movimento dos Trabalhadores Rural Sem-Terra, um seminário com a participação do escritor Húngaro István Mészáros, autor do livro “Para além do Capital”, que atualiza as ideias de Marx e Engels, e com a participação de Ricardo Antunes, professor da Unicamp, pesquisador da atual condição dos trabalhadores no mundo trabalho e Virgínia Fontes, coordenadora de cursos da Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST. O tema do seminário foi “A Crise Estrutural do Capital e os Desafios Atuais da Classe Trabalhadora.”

A abertura do seminário foi por meio de um poema que denunciava a exploração do capital financeiro sobre os povos, destruindo culturas e devastando todo o planeta, dando o tom do debate que seguiria durante toda a manhã, conduzido por Mészáros e continuaria à tarde com Antunes e Fontes.

A visão critica ao momento histórico

Um dos principais apontamentos do seminário é que diante de toda a crise estrutural capitalista as contradições não diminuem se acirram. O exemplo disso é em plena crise o sistema capital simplesmente recrudescer ainda mais e atirar gerações inteiras ao caos, como estão acontecendo na Grécia, Portugal e Espanha, acentuando a crise que irá afetar diretamente a classe trabalhadora em escala mundial (como já está ocorrendo)

Mészáros iniciou sua fala dizendo que é preciso uma transformação radical por meio do ser revolucionário sujeito da historia, que possua estratégia, projeto e organização. Assim, como é necessária uma articulação internacional e mobilização das massas, não só enquanto resistência, mas como ofensiva. Somente desta forma será possível tomar o controle social e erradicar o capital que é muito mais que um sistema monetário, ou seja, ter em vista que a mudança é radical, pois não se pode ajustar o sistema, afinal o capital é também uma força cultural e religiosa que está representado no parlamento e também extra parlamentar. Por isso, é importantíssimo que os movimentos sociais discutam rumos de como construir caminhos para um mundo além do capital que segundo ele “vivemos num momento de crise estrutural, é da natureza do capital que essa crise não se resolva, a prova disso foi assistir os governos investir em empresas trilhões para salva-las […] Os EUA, por exemplo, gastou a soma de quinze trilhões numa crise financeira fraudulenta, é um valor astronômico que eles nunca irão pagar, e isso é somente a ponta do iceberg […] É preciso romper com esse sistema que está pondo em risco nossa própria sobrevivência na terra, e criar uma ofensiva de massas com posições revolucionárias […] esse movimento já começou e a América Latina está à frente desse processo de construção de um novo sistema.”

Para Mészáros a tomada de controle social é a tomada de controle de nossas vidas, que se traduz em participação e orientação de controle de produção. Produzindo apenas o que é necessário para a vida humana. E isso dentro da lógica capitalista nunca será possível porque ocorre o inverso, se antes o capital destruía e se vangloriava com o progresso – destruição produção, ao longo da história essa lógica caiu por terra. No entanto, hoje ele constrói novos discursos para justificar e se defender – produção destrutiva. O que é uma grande farsa porque não existe desenvolvimento sustentável enquanto a finalidade de produção for pautada pelo lucro.

Os EUA, por exemplo, um país falido que nunca irá pagar sua dívida investe em políticas belicistas, produzindo guerras e querendo a qualquer custo importar sua crise financeira por meio de políticas econômicas protecionistas (desvalorização do dólar)

O que Antunes chama de “o inferno da competitividade, que se traduz em enxugar o Estado, mercantilizar os serviços públicos e saquear, explorar e explorar, ampliando a precarização do trabalho e desarticulando toda a classe trabalhadora, o que Marx chamou de exército de reserva, hoje o capital absorve e o transforma em informalidade, subemprego, part time, temporário, terceirizado […] arrebenta […] com toda essa totalização da exploração, como resgatar o pertencimento de classe? […] Paz, terra e pão era o lema da Revolução Russa, aquilo que unificou as massas, e hoje? É trabalho, tempo livre, derrubar os transgênicos, o agronegócio, reforma agrária, urbana […] tudo isso são questões vitais e desafios que os movimentos sociais, organizações precisam entender como parte da luta para derrubar este Estado Capitalista que está nos esmagando”

E Fontes acrescenta “A forma de expansão do capital é nossa devastação. Dentro deste sistema só pode existir incontrabilidade total da vida social, temos que decidir que tipo de desenvolvimento nós queremos: financiar transnacionais, destruir recursos naturais, vender a força de trabalho, mercantilizar tudo, ou construir lutas para subverter essa ordem?”

Eis o grande desafio.

Projeto Ciclovida: em busca das sementes naturais.

O Centro dos Estudantes de Santos (CES) e o Coletivo Alternativa verde, Convidam a todas e todos para o lançamento do video “Ciclovida” no dia 10/06/2011 as 20horas

Projeto Ciclovida
: uma aventura de Inacio e Ivania, dois caboclos brasileiros que desvelam o crime cometido pelas grandes corporacoes de alimentos e agrotoxicos e pelos laboratorios de pesquisa de transgenicos contra a producao de alimentos.
Lifecycle é um documentário narrativo que segue um grupo de pequenos agricultores de Ceará numa viagem atravessando o continente da América do Sul de bicicleta, na campanha de resgate das sementes naturais. Os viajantes documentam a dominação dos agrocombustíveis no campo e o deslocamento de milhões de pequenos agricultores e comunidades indígenas.

www.Ciclovida.org

O Brasil é responsável por 12% das lavouras geneticamente modificadas no mundo. É o que mostra estudo divulgado pelo Serviço Internacional para a Agrobiotecnologia. Os viajantes documentam a dominação dos agrocombustíveis no campo e o deslocamento de milhões de pequenos agricultores e comunidades indígenas. Cultivos e matas nativas estão sendo substituídos por desertos verdes de monoculturas transgênicas onde nada mais, planta ou animal, pode sobreviver aos agrotóxicos. O documentário faz parte do projeto Ciclovida e foi produzido por Matt Feinstein e Loren Feinstein com colaborações de ativistas brasileiros.

Lifecycle foi escolhido melhor documentário na categoria conservação do Green Screen Environmental Festival Film/2010 e selecionado para o Blue Planet Film Fest em Los Angeles, EUA e Byron Bay Film Festival em Australia.

PAC o IIRSA brasileiro: Resistir, Lutar e criar Poder Popular!

Fonte: CMI

Neste último dia 05 de junho foi comemorado o dia de luta na américa latina contra o Plano IIrsa.  Esta data é para fazer memória aos dois anos do massacre indígena em Bagua no Peru, num conflito que resultou em dezenas de mortos e simboliza a resistência dos povos latino americanos contra o Plano IIRSA.

A sigla IIRSA se refere a Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional da América do Sul que representa um verdadeiro plano de saque e exploração das riquezas, dos bens naturais e dos povos latino-americanos.

Acreditamos que é necessário poder detectar que os efeitos do IIRSA em um ponto do continente fazem parte de um mesmo plano de dominação em outro ponto distante.

Entendemos que resistir ao Plano IIRSA é unificar nossas lutas contra algo que é comum a todos.

Portanto, é importante nos mobilizarmos em solidariedade e memória aos povos amazônicos e contra o Plano IIRSA.

Entenda o que é o IIRsa

IIRSA se define oficialmente como um “mecanismo institucional para coordenar ações intergovernamentais dos doze países sul americanos, com o objetivo de construir uma agenda comum para impulsionar projetos de integração de infraestrutura de transportes, energia e comunicação.” Essa iniciativa nasceu em 2000 a partir de uma reunião sediada em território brasileiro e a conclusão de sua segunda etapa de obras está prevista para o ano de 2022. A IIRSA é composta por 524 projetos que vão contar com a ajudinha de U$ 44 bilhões vindos de cofres públicos e mais U$ 35 bilhões de iniciativas público-privadas. Entre esses projetos estão previstas a construção de grandes rodovias, hidrelétricas e usinas. Alguns projetos já em andamento são parte complementar do Plano IIRSA; um exemplo é o caso da usina de Belo Monte, que afetará brutalmente a região da Bacia do Xingú, no estado do Pará.

No Brasil, parte dos projetos da IIRSA se apresentam através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), carro-chefe do governo do PT, de Lula a Dilma. Ainda que as fontes oficiais não liguem diretamente o PAC com a IIRSA, em uma breve leitura dos dois projetos é possível perceber com nitidez que as obras do PAC fazem parte do plano de (des)integração sul americano. Não é a toa que o governo brasileiro dá tanta importância ao PAC, pois o Brasil cumpre hoje um papel central dentro da IIRSA. Alguns dos projetos previstos se aproveitarão de recursos naturais de países fragilizados economicamente para benefício de empresários brasileiros, como é o caso de duas usinas elétricas que serão construídas na Bolívia e no Peru para o abastecimento energético do Brasil.

Se todos os planos da IIRSA forem realizados com sucesso, metade das áreas de conservação ambiental brasileiras serão afetadas. Além do impacto ambiental, está prevista a destruição de centenas de territórios indígenas em vários países. Esses projetos megalomaníacos ignoram completamente a geografia e a cultura dos territórios sul americanos e, longe de promover uma integração real entre os povos do continente, priorizam mais uma vez a geração de lucro através do saque e da destruição. Para garantir o sucesso da implementação do IIRSA, os governos sul americanos vêm flexibilizando gradativamente suas leis ambientais e a mídia corporativista cumpre sua parte no Brasil criminalizando as tentativas de resistência das?os camponesas?es, indígenas e quilombolas, taxando-as como um empecilho infantil contra o desenvolvimento do país.

Desenvolvimento para quem?

Justamente por estar sendo implementado de maneira silenciosa, o verdadeiro objetivo do Plano IIRSA passa despercebido. As obras previstas são a base material para a implementação da ALCA. Ou seja: estão sendo feitas as modificações territoriais que possibilitam melhor escoamento de mercadorias e estabelecimento de bases militares nos países da América Latina para facilitar a criação de um livre mercado. Gradualmente estão se criando condições de uma área de livre comercio eficiente na prática. A ALCA seria a cereja do bolo, as mudanças nas legislações que permitem estas relações comerciais. E depois do grande alarde gerado na década de 90, não serão mais implementadas de maneira tão evidente; assim como as obras da IIRSA disfarçadas nestes de desenvolvimento dos países e nas obras para a Copa e Olimpíadas no Brasil.

Todas essas obras previstas serão realizadas por poderosas multinacionais que devem ser muito bem subsidiadas (pagas) com o dinheiro público, tendo um risco quase zero. Todos os governos sul ame-ricanos, mesmos os que se declaram de base popular ou progressistas, estão apoiando e financiando os projetos da IIRSA sem levar em consideração as graves consequências que esses empreendimentos terão para o meio ambiente e para as pessoas que habitam os territórios. Assim como os tratados de livre comércio como o Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) e acordos bilaterais, a promoção desse modelo de desenvolvimento deve beneficiar a integração das grandes empresas e não dos povos.

Os acordos da IIRSA devem prejudicar também as condições de trabalho de muitos setores. Algu-mas dessas ofensivas já estão sendo sentidas no Brasil. Como parte do projeto de integração comu-nicacional da IIRSA está prevista a venda e privatização dos Correios. Durante o ELAOPA pude-mos ouvir de um companheiro que trabalha nos Correios o relato das tentativas cada vez mais pre-sentes de privatização da empresa. Há uma forte resistência na base, pois a medida deve contribuir para a precarização das condições de trabalho no setor.

Assim como nos Correios, cada iniciativa relacionada a IIRSA encontra alguma forma de resistência onde é implementada. No Peru, em 2005, os povos originários se levantaram contra a iniciativa do governo de implementar uma espécie de ALCA nacional, um Tratado de Livre Comércio entre Peru e Estados Unidos, que de certa forma complementa a IIRSA no saque de bens comuns. A resposta do Estado peruano foi absurdamente repressiva, resultando na morte de muitas pessoas. E é justamente na capital desse país, em Lima, que se planeja em 2011 uma reunião comemorativa dos 10 anos do início do projeto.

O problema é que a IIRSA tem assumido diferentes nomes por onde passa, tornando sua articulação um tanto invisível. Para quem vive realidades locais tão diferentes, com tantas particularidades, os problemas comuns se desconectam e não aparecem como um plano geral de uma só classe. Por isso a IIRSA foi escolhida mais uma vez como tema central do ELAOPA. No pouco tempo que tivemos lá, podemos perceber a necessidade dos movimentos autônomos da América Latina se unirem em uma resistência articulada, capaz de criar um poder popular tão global e articulado quanto o capital. Com o final do encontro, fica a vontade e necessidade de continuar trocando informações e, mais que isso, organizar movidas regionais articuladas continentalmente e sincronizadas com o calendários de ações da IIRSA.

Festival de besteiras que assolam São Vicente

Nesta última quinta-feira dia 02 de junho na Câmara municipal de São Vicente os vereadores apresentaram seu projetos, solicitações e congratulações.

Dentre alguns projetos de interesse e importância para a população segue alguns que nos fazem lembrar o saudoso Sérgio do Porto que em seus três livros clássicos FEBEAPÁ  1, 2 e 3, que ironizavam leis ridiculas criadas durante a ditadura militar em municípios e Estados pelo Brasil inteiro.

No caso, difícil (será?) dizer se é ridícula a palavra a se usar aqui. Mas certo que cabe a reflexão: Qual o papel de um vereador? Ficar mandando beijos e abraços e criando leis que servem mais pra Suíça, do que para nossa linda cidade Vicentina. Isso diante de tantos problemas que temos. Ou, ser um representante da comunidade que irá fiscalizar, denunciar, cobrar, pressionar orgãos competentes e apresentar projetos para o bem estar social? Isso sem cair no clichê do assistente social, que não é seu papel, ou é?

Para saber sobre as proposituras na integra clique aqui  Ao ler, pense com seus botões, ainda bem que temos poucos problemas na cidade, né?

Abaixo segue algumas proposituras  interessantes no sentido cínico da coisa.

Aprovado em segunda votação com emenda nº 1 do autor 3 – Segunda discussão e votação do PROJETO DE LEI N.º 30/11, do Sr. Vereador José Eduardo. Dispõe sobre a obrigatoriedade dos cinemas do Município que exibem filmes em terceira dimensão (3D) promoverem a higienização nos óculos e acessórios utilizados durante as exibições e dá outras providências. <- Essa lei é fundamental pra combater surto de conjuntivite!

Valter Vera (PSB) Apresentou Projeto de Lei que trata da inclusão de noções sobre o Holocausto na disciplina de História ministrada nas escolas da Rede Municipal de Ensino. <- É papel do vereador isso?

Apresentou Projeto de Lei que trata da instituição e inclusão no Calendário Oficial do Município, o Dia do Futebol Brasileiro, a ser comemorado, anualmente, em 24 de novembro. <- Essa é muito boa, pra um país onde ninguém pensa em futebol!

Caio França (PSB) – Manifestou apoio a SEDUC e a Diretoria de Ensino para que incentivem os alunos a prestarem o ENEM. <- manifestação é o bicho, ainda mais porque a Secretária de Educação não deve estar fazendo isso, né?

Manifestou congratulações pela Semana do Meio Ambiente. <- Puxa vida a pauta meio ambiente  é de suma importância! O consumismo desenfreado cabe na pauta?

Manifestou congratulações a nova diretoria da Associação Rádio Táxi de SV. <- Isso aqui é rasgação de seda, de boa.

A pressão pela CPI do trabalho escravo

Por Marcio Zonta, no jornal Brasil de Fato:

Em uma audiência pública sobre trabalho escravo, realizada na tarde do dia 31 de maio, na Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão, em São Luis, o advogado Antonio Filho, do Centro de Defesa da Vida e Direitos Humanos de Açailândia (CDVDH), entregou um documento para a deputada estadual Eliziane Gama (PPS-MA) exigindo que seja instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o trabalho escravo no Maranhão.


Representando diversas entidades e movimentos sociais (veja lista abaixo), Filho chamou a atuação do Estado no combate ao trabalho escravo de hipócrita. “É muita hipocrisia dizer que o estado priorizou o fim do trabalho escravo, existem vários planos que só estão no papel e dificilmente é emitido voz de prisão a um fazendeiro”.

Nonato Masson, advogado representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Maranhão, considera importante a investigação, “a CPI é justamente para isso, investigar porque o Estado é refém do trabalho escravo, tão lucrativo para o fazendeiro”.

Masson afirma que é necessário destrinchar a relação de subserviência do Estado com esse crime. “É um absurdo verificar que uma das praticas do Estado é negociar com esses fazendeiros, onde muitos ainda alegam que não podem pagar. Não se pode negociar com criminosos, existe todo um aparato legal que os pode julgar”, comenta o advogado.

Para instaurar a CPI do trabalho escravo no Maranhão serão necessárias, pelo menos, 14 assinaturas dos deputados estaduais.

Exemplos

No Maranhão apenas dois fazendeiros estiveram, por algum momento, presos sob a acusação de manter trabalhadores em situação análoga à escravidão, Max Neves Cangussu e Gilberto Andrade.

Cangussu recebeu voz de prisão em 6 de outubro de 2001 e, foi conduzido até a Polícia Federal em Imperatriz (MA), onde foi autuado em flagrante, pelo delegado Antônio Danúzio Teixeira Almeida.

Antonio Filho relata que na sede da Delegacia da Polícia Federal em Imperatriz o fazendeiro foi indagado pela coordenadora de fiscalização sobre a data que efetuaria o pagamento dos salários dos seus empregados, tendo ele respondido: “não vou pagar nem morto, eles é quem estão me devendo, veja os cadernos onde estão anotados as dívidas comigo”.

“Esta foi à primeira prisão em flagrante pela prática do crime de sujeição de trabalhadores à condição análoga à de escravo no Maranhão e estranhamente continua sendo a única, apesar de tantas outras fiscalizações terem flagrado o crime nos últimos tempos”, lembra Filho.

“Nos últimos anos foram 200 flagrantes para apenas essa prisão”, complementa Masson.

Já Gilberto Andrade esteve preso em duas ocasiões, sendo até hoje o indivíduo que passou mais tempo detido preventivamente pela prática do crime, cerca de sete meses. “Gilberto é de uma família de pecuaristas e grileiros tradicionais de Paragominas (município do estado do Pará), seu irmão Jairo de Andrade foi o primeiro tesoureiro nacional da UDR- União Democrática Ruralista, esta família tem ficha grande em relação a conflitos com posseiros”, menciona Filho.

Além da prática do trabalho escravo, em 2000, o Ministério Público Federal solicitou que fosse decretada sua prisão preventiva diante de indícios de sua participação como mandante de mais de uma dezena de assassinatos de trabalhadores, mas naquele momento foi negado o pedido.

Em 2008, Gilberto Andrade foi acusado de torturar um trabalhador em uma de suas fazendas no Pará aplicando-lhe ferro quente em várias partes do corpo. “Este ato foi base de fundamentação de novo pedido de prisão preventiva formulado pelo Ministério Público, que desta vez prendeu o fazendeiro por sete meses, alojado a maior parte do tempo na sede do Corpo de Bombeiros do Maranhão ou em hospital particular em São Luís”, revela Filho.

Problemática

Se o Estado é omisso contra prática do trabalho escravo, sua ausência em outras instâncias culmina ainda mais para o agravamento da situação. A professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Flávia de Almeida Moura, autora do livro “Escravos da Precisão – publicado pela editora EDUFMA”, estudou os meandros da economia familiar, além das estratégias de sobrevivência de trabalhadores rurais do município de Codó (MA).

Ela afirma que, embora ainda exista a figura do Gato (aliciador que leva as fazendas ou carvoarias), em certas localidades do Estado maranhense, muitos trabalhadores rurais são escravos por precisão. “Eles vão para o trabalho escravo pela precisão, não porque são enganados pelo gato, mas por um problema estrutural, por falta de políticas públicas”.

Segundo a professora não se pode generalizar o trabalho escravo em qualquer atividade rural, embora muitas ainda sejam degradantes, mas, sim entender que esse trabalho se concentra justamente nas duas principais atividades econômicas do momento, “pecuária e na cadeia produtiva do minério”. Portanto, “o trabalho escravo não pode ser entendido por uma atividade econômica opcional, pois são trabalhadores sem terra ou sem condições de se manter no campo com seu pedaço de terra”, avalia a professora.

Para o procurador do Ministério Público do Trabalho de Cuiabá, Rafael Garcia, que esteve presente na audiência pública, só uma ação poderá acabar de vez com o trabalho escravo, “mexer na estrutura fundiária desse país, enquanto tivermos pessoas sendo expulsas do campo pelos grandes projetos do agronegócio ou sem recursos para gerirem seus espaços, o que teremos é o trabalho escravo como consequencia”, reflete.

Entidades que assinam o documento:

A Pastoral da Educação do Santuário Santa Luzia;

Aluisio Silva Sousa – Vereador da Câmara Municipal de Açailândia;

Assema – Associação em Areais de Assentamento do Estado do Maranhão;

Associação Rádio Comunitária Açailândia – ARCA FM;

Cáritas do Maranhão;

CCN Pedreiras do médio de Miarem;

Centro de Cultura Negra do Maranhão – CCN;

Centro de Cultura Negra do Maranhão – Pedreiras;

Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán – CDVDH/CB;

Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Bom Jesus das Selvas;

Centro de Defesa e Promoção de Direito Humanos Padre Josimo – CDPDHPJ;

Fórum de Mulheres Maranhense – FMM;

Fórum de Mulheres de Imperatriz – FMI;

Fórum de Economia Solidária de Imperatriz – FESMI;

Articulação de Mulheres Brasileira – AMB;

CIME Regional do Maranhão;

Comissão de Direitos Humanos da OAB/MA;

Comissão Pastoral da Terra Maranhão;

Cooperativa para Dignidade do Maranhão – CODIGMA;

DCE/UEMA Imperatriz;

GEPTS – Grupo de Estudos e Pesquisa Trabalho e Sociedade da UFMA;

Igor Martins Coelho Almeida – OAB/MA 8.505;

Jose Francisco Gonçalves Souza – Vereador da Câmara Municipal de Açailândia;

Marcio Anibal Gomes Vieira – Vereador da Câmara Municipal de Açailândia;

Maria de Fátima Silva Camelo – Vereador da Câmara Municipal de Açailândia;

MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Maranhão;

Nonnato Masson – OAB/MA 5.356;

Paróquias São João Batista de Açailândia;

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alto Alegre;

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pindaré Mirim;

SINTRAED- Sindicato dos Trabalhadores na Educação e nos Demais Serviços Públicos do Município de Santa Luzia;

Sociedade Maranhense de Direitos Humanos;