Jô Soares deu um show de pertencimento de classe

Quem acompanhou o programa do Jô em 15/06 deve ter percebido como as entrevistas estavam interessantes…  A primeira convidada era a Ministra da Cultura Ana Holanda e o outro convidado era Marcos Azambuja membro do Conselho do Iphan, órgão do Ministério da Cultura que tem por missão conservar o patrimônio cultural brasileiro. (que coincidência de convidados, né?)

Mas vamos aos fatos, na primeira entrevista, quer dizer, na primeira conversinha que acabou rolando entre o Jô e a Ministra foi aquela rasgação de seda, até aí tudo bem, isso não é nenhuma novidade, até que o Jô puxou o assunto Maria Bethânia e o tal um milhão e trezentos  que segundo ele e a Ministra as más línguas e os invejos@s difamaram a coitadinha da Bethânia que só queria recitar poesia de qualidade com boa produção imagética e para isso evidente a necessidade dessa quantia para bancar toda a parafernália necessária para uma produção que ia pra Cannes… OPS! Foi mal ia pra web mesmo e também seria utilizado em projetos sociais de comunidades carentes.

(Pra quem não se lembra, no início desse ano a cantora Maria Bethânia teria conseguido autorização do Ministério da Cultura (MinC) para captar R$ 1,3 milhão e criar um blog, isso gerou uma confusão com direito a chilique do Caetano e tudo mais… Chega de sarcasmo textual!

Foi horrível a Ministra querendo defender e justificar que todo projeto é avaliado por profissionais capacitados e que o projeto recital era lindo, que fosse! No entanto, esse dinheiro que é público, advém de leis de incentivo fiscal não é? Só que, porque será que ele acaba sempre financiando quem não precisa?

Oras, as leis de incentivo não eram para ser instrumentos de fomentação de cultura? Essas comunidades estão cheias de gente talentosa sem oportunidade por falta de equipamentos culturais. E aí? A questão é que a iniciativa privada seleciona onde quer investir e onde não quer.  E no meio de tudo isso, o MinC não passa de um aprovador de projetos selecionados pela iniciativa privada.

Ainda temos que engolir o senhor Jô Soares dizendo que: o rico também tem os seus direitos! De certa forma sim, é a classe que ele (Jô) pertence. Engraçado que é uma defesa que não cabe, porque a outra classe está esmagada.

Na entrevista seguinte com o senhor Marcos Azambuja isso ficou bem claro.

O papo foi sobre questões políticas do país, onde Azambuja dizia ser vergonhoso o Brasil abrigar um terrorista como Cesare Battisti, isso prejudicava as boas relações com o governo Italiano e blá blá blá…  O Brasil passava por um desenvolvimento econômico admirável e blá blá blá… A Presidenta Dilma apesar de ter no passado usado a foice e o martelo possuía um coro sábio e discreto e blá blá blá…  Pra finalizar disse que o Brasil deveria continuar neste caminho e que as pessoas deveriam entender que desenvolvimento é fortalecimento econômico, e o país tem obtido êxito neste sentido, e de forma sustentável sem sacrificar o meio ambiente. (Jô concordava com tudo até falou de sua admiração em relação à Presidenta Dilma) Enfim, vamos lá.

Primeiro: o caso Battisti não há fundamento legal, ele está sendo acusado por quatro assassinatos que não existem provas contra ele, sem contar que ele foi julgado sem ao menos ter sido comunicado para ter no mínimo o direito de defesa. E o fato ignorado é que, está no tratado internacional asilo político a todo individuo que esteja sendo perseguido por conflitos ideológicos. (quem quiser entender melhor o caso clique aqui)

Segundo: desenvolvimento sustentável, economia, meio ambiente, espera aí! Isso lembra alguma coisa, não lembra? Código florestal e agronegócio. lógico! Só que estão falando não abertamente. Cara que programinha burguesinho perigoso, o engraçado foi o apoio a Dilma. Mas afinal como não apoiar um governo alinhado às classes dominantes. Só bobo que assiste Jô e não vê!

Um comentário em “Jô Soares deu um show de pertencimento de classe

  1. Assino embaixo tudo o que falou. Fiquei com tanto nojo da entrevista que mudei logo de canal após o primeiri intervalo comercial. O Jô acha que pode tudo, acha que todo mundo é burro.

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