Serra e sua brilhante ideia para combater a violência. Prevenção ou Contenção Social?

 (Antes de qualquer discussão do assunto, que fique claro! Não apoiamos Haddad e nenhum candidato)

Em uma entrevista para a Rádio CBN o candidato a Prefeitura de São Paulo José Serra respondendo uma pergunta do ouvinte Cléber Augusto sobre o combate a violência nas escolas, disse que; “Uma parceria com a Fundação Casa (ex-Febem) para identificar potenciais criminosos e usuários de drogas dentro das escolas” seria muito importante e funcionaria preventivamente.

Fascistóide e nada assustador vindo da boca de quem já disse que: “a grande problemática das grandes metrópoles, como São Paulo, é a migração nordestina”.

Poderíamos dizer que não há porque alarde? Vindo da direita partidária, cuja finalidade é a defesa de seus interesses, e que obviamente se pudesse cercaria toda a periferia com arame farpado e colocaria guaritas com policiais armados para “vigiar e punir” (parafraseando Foucault), afinal, essa é a visão estereotipada sustentada a quinhentos anos para legitimar a exclusão e a opressão Estatal, comandada por oligarquias.

Faltou perguntar ao Serra qual seria o método utilizado para essa identificação? E de que forma os inspetores da Fundação iriam descobrir se uma criança tem “potencial” para ser criminosa? Moradora de favela? Cor da pele? Pobre? Homossexual? Quais seriam essas características? Pois, duvidamos que este projeto irá se estender as escolas particulares, sendo que estas, possuem seus sistemas de prevenção e proteção contra possíveis focos de “criminosos”.

Há um recorte de classe claro e objetivo neste discurso, e o que é mais assustador, é a naturalidade como a maioria das pessoas recebem essa proposta.

Pois, torna-se evidente a ideia de um sistema seletivo de contenção social, onde essa parcela da sociedade que possui poder aquisitivo para efetivar seus direitos e garantias individuais criminaliza pobres, negros, índios e excluídos para legitimar seus privilégios, além, claro, de preservá-los.

O que há de democrático num pensamento autoritário de segregação social?

É tempo de luta, de organização, pois, em alternativa ao Serra temos Haddad, que nada apresentou além de velhos discursos furados da esquerda partidária. Pois é, vivemos uma realidade em que nossa jugular está a prêmio, encabrestada por fascistas e falaciosos.

Contexto da cidade

A cidade de São Paulo está inserida no mapa do Brasil como umas das cidades mais violentas do país, junto com a cidade de Rio de janeiro e de Belo Horizonte, estando no Ranking mundial como a quarta mais violenta entre outras 99. Sua urbanização crescente e desordenada impulsiona surtos econômicos que desequilibram, e resultam em segregação espacial de comunidades inteiras, estas constituídas de imigrantes nordestinos em sua maioria, que há décadas, ocupam terrenos em encostas de morros e aterros sanitários para poderem ter algum teto para viver. (já que o direito a moradia neste país é uma falácia constitucional) As políticas públicas não se adéquam a realidade, e são insuficientes para resolver os problemas de direitos humanos básicos como saúde, educação, emprego, moradia, cultura, lazer, saneamento básico…

 

São Vicente tem um novo Prefeito. O que muda na política Vicentina?

Vereador por cinco mandatos consecutivos e ocupando, por três ocasiões, um cargo de secretário municipal, com 51,42% dos votos válidos, Luís Claúdio Bili (PP) chega ao poder na primeira Vila do Brasil prometendo mudanças e satirizando seus velhos companheiros de partido e coligação.

“Foi o fim da monarquia Márcio França. O povo respondeu que não aguentava mais opressão. A partir de hoje, São Vicente está liberta”

Para surpresa de muita gente, pois, o índice de pesquisa IBOPE apontava para uma vitória logo no primeiro turno de Caio França candidato do PSB, porém, teve 47,01% dos voto válidos.

Resultado: realmente chega ao fim uma Administração de 16 anos do PSB, que durante esse tempo alimentou o mito de que eram imbátiveis nas urnas, e de 1997 para cá, é difícil dizer se houve oposição política partidária em São Vicente, a Administração pertencia basicamente a apenas um grupo, ou fechava-se com esse grupo, ou estava fora do cenário correndo o risco de desaparecer.

Mas eis a grande questão:

Será que Bili consegue administrar sem ter conseguido eleger um único vereador de seu partido? Tendo que enfrentar uma câmara de vereadores eleitos que são ligados ao Deputado Federal Marcio França. Parece inviável, e remete aos tempos do governo Luca do PT que teve sua administração boicotada por não ter grupo ou base de apoio.

A primeira proposta segundo ele: “enxugar a máquina administrativa. Eu não tenho os números, mas entre Prefeitura e Codesavi aproxima-se de 1.200 cargos comissionados” […] 600 imóveis alugados pela prefeitura.

Isso, sem contar os cargos de confiança. Será mesmo que Bili irá mexer neste vespero? Afinal, governar em São Vicente há 16 anos foi sinônimo de distribuir pastas e cargos.

E quem paga por tudo isso?

Não sejamos ingênuos, o atual prefeito não representa renovação nenhuma, na verdade, apenas resolveu pular do barco quando percebeu que a capitania hereditária iria naufragar. Deste modo, aproveitou o momento e agarrou a oportunidade de sair ileso. A política partidária (ave de rapina), é assim, reconfigura-se na luta pelo poder absorvendo e se incorporando a novos discursos que garantam sua sobrevivência. Futuramente veremos todos aqueles que trocaram desafetos, fazendo as pazes pelo bem comum deles (não do povo).

Então, o que muda na política Vicentina de fato?

Nada! Quer dizer, infelizmente, tudo pode sempre piorar, vamos pensar o seguinte: Bili é do PP (partido progressista) para quem não sabe é o partido do Maluf, do Beto Mansur, (acho que não é preciso nem dizer nada a respeito) Um, é filhote da ditadura e responde a vários processos por desvio de dinheiro público e é procurado pela Polícia Internacional (Interpol), outro, responde no (STF) Supremo Tribunal Federal processo por abrigar trabalho escravo em sua fazenda em Goias. Lembrando que o PP também já abrigou o Celso Russomanno. Realmente é de dar medo. Por exemplo; uma das propostas de Bili durante sua campanha em relação a segurança pública foi de armar a guarda municipal, ou seja, mais uma visão tacanha, reacionária e preocupante, principalmente porque São Vicente está inserida no mapa do Estado de SP em que os índices de assassinatos de jovens de periferia envolvendo policiais é altissimo. Somente de 2006 à 2012 segundo dados do IML 493 jovens foram assassinados pela polícia, onde 70% com tiros pelas costas, traduzindo: execução sumária. E aí? Queremos mais armas nas ruas para resolver o problema da segurança pública?

Pergunta básica: a população será consultada daqui para frente nas decisões que serão tomadas no “suposto” novo rumo que tomará a Administração da cidade?

De fato, o questionamento tem de estar presente, contudo, sem organização popular veremos mais do mesmo e continuaremos reféns de novas oligárquias que se revezam no poder com os mesmíssimos discursos que nunca mudaram a vida da população.

Se no dia 07 de outubro de 2012 a população disse não aos França, que de agora em diante diga não a toda forma de poder representativo, que não passa de uma farsa sustentada por uma corja de parasitas que vivem às custas do trabalho do povo.

Essa é a grande verdade perversa que temos que encarar enquanto estivermos desmobilizados, delegando nossas responsabilidades e continuando a acreditar que a revolta depositada na urna irá resolver os problemas.

Ocupar, criar, poder popular!

 

São Paulo perde 132 mil habitantes, mas população carcerária cresce

Em apenas um ano – entre dezembro de 2010 e dezembro de 2011 – o número de habitantes em São Paulo reduziu em 132 mil, chegando a 41.252 milhões. Já o número de presidiários, no mesmo período, aumentou em 9 mil – de 171 para 180 mil. Os dados são do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias (Infopen), do Ministério da Justiça, referentes a 2011.

O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo. Dos mais de 500 mil presos, 180 mil estão no estado de São Paulo, o que representa 36% do total.

Há, portanto, um aumento relativo entre 6 e 7% ao ano no número de presidiários no estado, levando em consideração que em 2009 eram 164 mil detentos e em 2008 pouco mais de 154 mil.

Entre brancos, indígenas e amarelos, os negros e pardos se concentram em maioria no sistema prisional do estado, chegando a quase 90 mil. Desses, a maior parte é de jovens de 18 a 24 anos.

Somente atrás dos Estados Unidos, China e Rússia, o Brasil concentra 515 mil detentos em seu sistema prisional. Segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), entre 1995 e 2005 a população carcerária do Brasil cresceu em 143,91% – passando de 148 para 361.402 presos.

Ainda de acordo com o Depen, entre dezembro de 2005 a dezembro de 2009 a população carcerária saltou para 473.626, o que representou um crescimento, em quatro anos, de 31,5%. Até dezembro de 2010, havia 496.251 detentos no país, ou seja, um aumento de 5% em um ano.

Post de origem: Brasil de Fato para a Radioagência NP

A Saúde é a revolução, aquilo que torna a evoluir o que estava totalmente paralisado.

O objeto da Saúde é a transformação social; o impedimento desta é a doença. A Saúde é a revolução, aquilo que torna a evoluir o que estava totalmente paralisado. O modelo capitalista, igual em qualquer lugar, é a doença. Entendemos a Saúde como educação, prevenção, informação, atendimento adequado às doenças, água, esgoto, transporte, meioambiente sem contaminação, justiça social, reforma agrária, direitos, salários dignos, democracia.

Não confundir atender a doença e Saúde. No modelo capitalista vigente, atende-se um corpo doente, que se torna um número, um objeto de lucro. Ao contrário, Saúde não gera lucros, dá direitos, transforma. A doença social preserva o obscurantismo, alienação.

Para as elites brasileiras, tudo funciona como deve funcionar: a Educação não educa ninguém, a “Saúde” adoece, os direitos sociais são quase inexistentes. Se você tem dúvidas, achará este texto muito radical. Faça o seguinte: frequente durante uma manhã, uma tarde ou uma noite, um hospital público brasileiro. Você vai conhecer como funciona verdadeiramente este país. Não por culpa dos funcionários daquelas instituições, mas exclusivamente pela perversidade da exclusão social do modelo, que trata a população como lixão.

Compare agora com o luxo e riqueza dos hospitais-hotéis particulares, verdadeiros palácios, onde todos são gentis e solícitos, treinados e adestrados para servir bem à aristocracia. Aqui, no Estado do Rio, além da “limpeza racial” executada pela militarizada UPP, executa-se outra “limpeza racial” com as UPAS ( Unidades de Pronto Atendimento), que fazem um verdadeiro “upacídio”.

O Estado do Rio tem uma longa tradição de dezenas de anos de atendimentos de programas nos inúmeros postos e centros de saúde (hipertensão, diabetes, Aids, gravidez etc), que foram desqualificados, esquecidos intencionalmente em função dessas UPAS, que acabam não sendo nem hospital, nem posto de saúde e que terminam sendo “unidades de porco atendimento “, capitaneadas pelas “cooperativas” de triste fama, um “boia-fria” institucional, que esconde a verdadeira cara da “evitação” do concurso público, mas não esconde o verdadeiro rosto da privatização generalizada e desenfreada em todo o país.

Então, como um verdadeiro e terrível milagre, aparece uma estrondosa enxurrada de hipertensos, diabéticos, a tuberculose, (no Rio de Janeiro, registra-se, a cada dez minutos um novo caso), quadros mentais graves, acidentes vasculares cerebrais ou “derrames”, a doença que mais mata no Brasil, e uma sequência infinita de patologias igualmente gravissimas. A mídia amestrada ataca de frente, de lado, de ré… ” Sempre tem uma UPA perto de você”.

Mais uma solução mágica para o lucro e a mesquinharia política. E só para não esquecer: o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos, além dos transgênicos que estão aí nos empanturrando com doenças e empanturrando as multinacionais de lucros cada vez mais formidáveis. E dane-se a população. A indústria farmacêutica está a pleno vapor, em cada quarteirão floresce uma, duas ou até mais, lindas drogarias . Crédito ilimitado e doenças que não acabam mais.

O patrono dos médicos é o evangelista São Lucas, nome latino do médico grego Lucano. O Dia do Médico é 18 de outubro, dia de São Lucas. E não é só na Medicina que o modelo capitalista, na sua forma mais avançada, o imperialismo, transformou o gentil São Lucas em São Lucros. O capitalismo tem verdadeiro horror à luta de classes, à Saúde, à Educação…

A verdadeira revolução que o Homem pode fazer é pensar, e pensar é Saúde. A perversidade do modelo capitalista é excluir, adoecer, extorquir, torturar… E, se ainda o resultado for ineficiente, arma-se uma guerra. Assim, o lucro será maior ainda. Hoje, no Brasil, vivemos uma verdadeira “guerra invisível”, mas totalmente visível, com mortes por doença, violência, acidentes que batem recordes, e não há guerra declarada oficialmente. O que há é uma colonização, há mais de quinhentos anos, de um país riquíssimo, onde a cobiça do capital é inesgotável, onde funcionam a corrupção e a traição. Nessa hora, não existem amigos, existem negócios. Vende-se a mãe, se a mãe der lucro. Lucro não tem pátria. Lucro é lucro. E que se dane a população….
Desejo Saúde a todos, menos àqueles que vivem da doença e a exploram.

Contribuição do leitor Daniel Chutorianscy, médico em Niteroi (RJ) . Email: trenzinhocaipira@vnet.com,br

Noam Chomsky: 10 estratégias de manipulação midiática

Por Noam Chomsky – 15.12.2010
1. A estratégia da distração.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).
2. Criar problemas e depois oferecer soluções.
Esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.
3. A estratégia da gradualidade.
Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4. A estratégia de diferir.
Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade.
A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “A e alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico
6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos…
7. Manter o público na ignorância e na mediocridade.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”).
8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade.
Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.
9. Reforçar a autoculpabilidade.
Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!
10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. 
No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.
* Noam Chomsky é linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts

Código Florestal – O poder é do povo! Não fomos consultados, então, veta agora!

Após a aprovação do novo Código Florestal no Senado Federal a campanha Veta Dilma espalhou-se pelas redes sociais. Diversas ONGS, Entidades, personalidades públicas, artistas e setores da esquerda iniciaram uma verdadeira cruzada com intuito de pressionar a Presidenta Dilma Rousseff, a vetar o novo Código Florestal com o seu martelo de autoridade maior do país.

Infelizmente para a tristeza de todos, ontem, terça-feira, oito de maio de 2012, a Ministra Ideli Salvatti Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, disse à Agência Brasil estar convicta de que a presidente Dilma Rousseff não vetará o Código Florestal, declarou que Dilma vetará apenas alguns pontos do texto do novo Código Florestal, mas não o vetará integralmente.

A tragédia mais que anunciada e prevista vinda de um governo que não representa de fato a classe trabalhadora, poderia ser encarada pela miopia de quem acredita em Papai Noel como forma de retorno as bases para o fortalecimento popular. Afinal, a campanha continua. No entanto, a foto de Dilma Rousseff sorridente com a frase Veta Dilma é de uma tragédia, tanto quanto os malefícios que virão com a mudança do Código Florestal, pois, representa que ainda vivemos uma realidade no qual delegamos nossas responsabilidades a representantes políticos que se utilizam de nossas lutas para se beneficiar.

A transformação da realidade só se fará por meio de ações coletivas oriundas do povo, as esquerdas em suas práticas políticas diretas de luta, ou abrem bem os olhos que a base está na quebrada, na mobilização popular buscando autonomia, horizontalidade, solidariedade e por meio de ações concretas dando exemplo, que outra realidade é possível, ou estaremos fadados a uma luta que não nos levará a lugar algum.

O Veta Dilma é uma realidade que não dá para se abster. Será? No que diz respeito à solução emergencial, parece que sim. Mas ao contrário de um Veta Dilma, poderíamos também fomentar um slogan assim; O poder é do povo! Não fomos consultados, então, veta agora! E na sequência a gente se fortalece e veta todos esses canalhas, e nada de fotinha sorridente, afinal, não somos dentistas e está mais do que na hora de vetar geral!