Prefeitura de São Vicente não repassa verba do FUNDEB para creche.

Manifesto da comissão de mães e pais que está circulando pela web junto com um abaixo assinado digital. (link do abaixo assinado) e do manifesto, página no face.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

A creche “Olinda Cury Gigliotti” do Japuí não recebeu 12 parcelas intercaladas do FUNDEB (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) do MEC, pois a Prefeitura de São Vicente não repassou a verba. No momento, todas as 16 funcionárias da creche encontram-se em aviso-prévio até dia 04 de junho. Serão demitidas por falta de dinheiro para pagamento de seus salários. Essa verba FUNDEB garante não só o pagamento da equipe, mas também a merenda escolar, material de limpeza e outros gastos. A creche, além de uma necessidade de mães e pais trabalhadores é um direito social de toda a criança assegurado pela Constituição Federal e pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Não queremos mudança na gestão local da creche! Não queremos a demissão das funcionárias!

BILI, REPASSE O FUNDEB!!!

A situação

Segundo informações que obtivemos junto à Comissão, a Prefeitura não tem repassado a verba do FUNDEB, e a creche só conseguiu manter as contas até o momento porque havia dinheiro em caixa economizado – em torno de 300mil reais. Esse dinheiro seria utilizado pela Associação dos Funcionários e Amigos do Hospital São José (ASFA – entidade que administra a creche) na reforma de um imóvel que sediaria um nova creche cujo projeto funcionaria 24h. Porém, as economias acabaram e não há como a creche continuar funcionando. A Prefeitura foi comunicada, mas não deu nenhum parecer, inclusive, a Presidente Rose Marye Hoyer Gomes da Associação está há cerca de um ano cobrando essa verba da Prefeitura. Já houve diversas reuniões com o Prefeito, porem, até agora nenhuma solução. Portanto, a Associação entrou como uma ação no Ministério Público para obrigar a Prefeitura a efetuar os pagamentos. E como não há como manter a creche em funcionamento sem essa verba, e esses processos levam tempo, a administração da creche comunicou todos os pais e mães na última sexta-feira (23), que todas as funcionárias estão de aviso-prévio até o dia 04 de abril. A partir disso, o futuro da creche é incerto.

470178 (1)As mães e pais se reuniram neste domingo (25) e formaram uma Comissão para reivindicar o repasse junto ao Poder Executivo. Irão entrar esta semana com uma ação coletiva no Ministério Público, e durante esta semana estarão colhendo assinaturas num abaixo assinado on line e na rua.

Na próxima quarta-feira (28) às 09h haverá um ato na Praça Barão do Rio Branco, para levar esta discussão junto a toda comunidade vicentina, de modo a pressionar a Prefeitura a pagar toda a verba do FUNDEB que está em atraso, e foram categóricos: “não nos interessa mudanças, a associação que administra tem feito isso com excelência e não há porque mudar; não queremos demissões, o tempo da negociação acabou! A Prefeitura tem que pagar, não iremos deixar que disputas politicas partidárias retirem nossos direitos”.

OBS: A Rádio da Juventude apoia a luta dos pais e mães. Somente com organização popular podemos mudar a realidade.

Abaixo segue anexo o oficio (que tivemos acesso) que a associação deu entrada no Ministério Público relatando toda a situação.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

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Conjuntos habitacionais em São Vicente: Uma década de abandono

Foto: Rádio da Juventude -março de 2014.

Foto: Rádio da Juventude -março de 2014.

Abandonados há uma década, os conjuntos Primavera/ Penedo localizados no Dique do Sambaiatuba, serão comprados no próximo dia 20 de maio de 2013, concluindo as negociações entre a Caixa Econômica Federal e a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). Segundo informações da Secretária de Habitação de São Vicente essa negociação garantirá mais 500 unidades para a cidade.

Um pouco da história destes conjuntos

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Estes conjuntos foram abandonados pela Incorporadora Nogueira Empreendimentos que abriu falência em 2005, (mas desde 2004 as obras estavam paralisadas). Quem tiver a oportunidade de ir até o local, verá o símbolo do descaso do poder público, da incompetência política de quem governa e da ineficiência estatal, foram gastos cerca 12 milhões oriundos FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

No dia 11 de março de 2013,

Foto: Rádio da Juventude - desocupação no Sambaiatuba - SV -março de 2013

Foto: Rádio da Juventude – desocupação no Sambaiatuba – SV -março de 2013

Estes conjuntos foram palcos do despejo de 700 famílias que os ocupavam. Partes dessas famílias removidas foram locadas num poliesportivo da Prefeitura na área continental, onde enfrentaram diversas dificuldades devido à falta de estrutura para abrigar famílias com crianças e pessoas idosas, outras partes, se dispersaram em casas de familiares e amigos.

Image18De acordo com a Prefeitura todas as famílias despejadas foram cadastradas em programas de habitação da cidade, além de um cadastro socioeconômico. Quanto aos conjuntos, foram colocados vigilantes para garantir que novas ocupações não ocorressem, e o planejamento junto à caixa econômica sobre o destino dos prédios daria início, ao que parece neste dia 20 de maio de 2013, mais uma promessa foi datada. Afinal, desde 2005 que há muitas explicações e promessas e nenhum resultado, e após dez anos de abandono, os prédios estão completamente deteriorados. Será que agora uma solução realmente será colocada em prática? Afinal, o jogo de empurra entre governo municipal, do estado e federal até agora não resultaram em nada.

Lembrando,

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude -março de 2014

Em São Vicente no bairro Parque Bitarú há outro conjunto seguindo pelo mesmo caminho, já denunciamos aqui no blog e pelo perfil da Rádio no Face, inclusive, o Sr Secretário Emerson Santos respondeu a situação deste, dizendo que; “estamos apenas aguardando da caixa econômica federal a autorização de obra para que possamos dar início, acredito que nesta semana a caixa deva apresentar autorização. É importante informar que no serviço público só é possível fazer aquilo que a lei nos permite, por isso, os trâmites burocráticos acabam retardando nosso desejo de agilidade”. Pois é, estamos no mês de maio, e de acordo com a burocracia estatal, esses conjuntos vão continuar se deteriorando e o dinheiro público indo para o ralo, ops! Ralo não, para as construtoras, pois, projetos de habitação são um grande negócio neste país, o Minha Casa Minha Vida, por exemplo, tem um aporte de 34 bilhões, valor estimado pelo governo federal, que desde 2009, pretende construir um milhão de moradias – agora, será que estas moradias realmente serão construídas? Na prática a situação de abandono de obras decorrente de falência de construtora ocorre no país inteiro, e tornou-se um dos maiores golpes para surrupiar dinheiro público, e ninguém nunca é responsabilizado.

Um belo exemplo que a população sem teto vicentina deveria pensar a respeito, é na organização de um movimento de moradia de ocupação popular, nada de esperar pelo poder público, moradia é um direito, por isso, ocupar é um dever!

Abaixo alguns vídeos de movimentos de moradia que atuam de forma combativa e dão exemplos de resistência, luta e autonomia – sem ficar na dependência do Estado, que só esta aí para atrapalhar e acirrar ainda mais as desigualdades.



Este Doc. possui quatro partes, ao término do primeiro o segundo irá ser linkado, só clicar e continuar assistindo.

Maio: Mês das mães em luta!

Maio é comercialmente conhecido como mês “das mães”. Ironicamente este também foi o mês que em 2006 o Estado brasileiro assassinou algumas centenas de jovens da periferia, deixando como “presente” para as mães que ficaram o sentimento de revolta e o clamor por justiça.

“O tiro que acertou o coração do meu filho, acertou o meu também!” (Débora – Mães de Maio)

Maio é um mês de luta!

Não só pelo histórico dia primeiro, mas cada dia deste mês ecoa o grito de revolta dessas mães que não se calaram diante da violência do Estado.

No dia 11/05, as Mães de Maio realizaram a tradicional missa em memória de seus filhos assassinados em 2006. Foram distribuídas 2.920 rosas, que simbolizam cada dia destes longos 8 anos.

foto: Francisco Santos

No dia seguinte, 12, registrado oficialmente como dia de luta das Mães de Maio, elas realizaram um grande ato na praça Mauá, em frente à prefeitura de Santos e contaram com a presença da Trupe Olho da Rua, que apresentaram a intervenção “Blitz”, retratando a violência do Estado aliado a manipulação da mídia.


Medalha Braz Cubas

Como reconhecimento da luta do movimento Mães de Maio, Débora Maria da Silva, uma das impulsionadoras desta luta, recebeu, no dia 09/05, a medalha Braz Cubas.

“Essa medalha é dos nossos filhos e de todos os guerreiros e guerreiras que lutam no cotidiano da periferia” (Débora – Mães de Maio)

Débora (Mães de Maio) – Recebimento da medalha Braz Cubas

Download: VBR MP3 (24.5 MB) | Ogg Vorbis (12.7 MB)

Débora considera esse reconhecimento também um presente, já que seu aniversário é comemorado dia 10/05.

Angústias de uma trabalhadora da saúde

Para as mães trabalhadoras, seu dia é o 1º de maio, é o 8 de março e também o 20 de novembro. Ser mãe é mais uma esfera de suas vidas e para muitas não a mais fácil nem a mais romântica delas.

Élida foi mãe adolescente e não viu seu neto nascer pois, na noite em que sua menina entrava em trabalho de parto, os homens de cinza a levaram para trás das grades. Enquanto gritava por liberdade a menina gritava com seu bebê sendo tirado a ferro.

Aos nove meses de gestação, dias antes de Lorena vir ao mundo, seu pai, um adolescente preto e pobre, foi assassinado por homens encapuzados na rua de sua casa.

A filha de Catarina nasceu com muitos problemas de saúde. A mãe desconfia que seja sua culpa pois não conseguiu controlar os nervos durante a gestação. No 5º mês seu filho mais velho foi morto pelos homens de farda.

Esses e muitos outros relatos não muito cor de rosas, são corriqueiros
na vida das mulheres/mães/lutadoras das periferias. O Estado, o patriarcado, o capitalismo são todos parte de uma mesma lógica que massacra a mulher e entrega flores em algumas outras datas do ano.

Obs.: todos são relatos reais do cotidiano do hospital

Outras imagens das Mães de Maio nos dias 09, 11 e 12.

foto: Francisco Santos

foto: Francisco Santos

foto: Francisco Santos

foto: Francisco Santos

 

[AUDIOS] 1º de maio no México 70 – Artístico e Classista!

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Confira alguns registros em audio da atividade de 1 de maio / Primeiro encontro de graffiti do México 70.

Leia a matéria completa, com as fotos do evento

Download dos audios aqui

Infelizmente não conseguimos registrar a intervenção musical dos companheiros Antônio do Pinho e Dionísio. Por isso, segue o link de uma das músicas que eles apresentaram:
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1º de maio no México 70 – Artístico e Classista!

1-de-maio-divulgacao Pra além de uma intervenção urbana, o que ocorreu neste 1º de maio no México 70 foi um ato político de organização e mobilização popular, não de politiqueiros eleitoreiros que
querem votos, mas de pessoas que querem construir e somar sem sair bonito na foto pra tirar vantagem – AFINAL, SEMPRE TEM OS QUE COLAM ACHANDO QUE FAVELA É LUGAR DE PASSEIO PRA FORTALECER BASE ELEITOREIRA, ainda mais em São Vicente, onde a configuração política é frágil e a maioria oportunista.

Galera que colou foi muito firmeza e contribuiu porque não espera que as coisas caiam do céu, ou que algum vereador, prefeito, deputado… lhes resolva os problemas. galera é do corre, se organiza e faz mesmo.

Por isso, este primeiro de maio foi de povo pra povo! Porque o povo organizado não precisa delegar responsabilidades a terceiros (politiqueiros). O povo pode fazer sua política e juntos podemos construir e mudar a realidade, com autonomia e solidariedade.

Esta praça, no México 70, conhecida como “praça da B”, estava abandonada, com a atividade de hoje, uma nova cara surgiu, e isso só foi possível por meio de organização coletiva e autônoma de diversos segmentos de resistência cultural e social; da
comunidade, de entidades sindicais de luta, de artistas independentes e de comércios que entendem a importância de somar sem tirar proveito. Na prática, esta é prova que a população junta é forte. É nós por nós!

DSC034431º de maio é dia dos trabalhador@s, mas, infelizmente, não temos nada pra comemorar,
pois o trabalho que é reservado pra periferia é esta merda: terceirizações, quarteirizações, serviços temporários e um monte de coisas que passam como rolo compressor por cima de nossos direitos trabalhistas. Por isso, temos que somar e fazer por nós, eleger fulano ou sicrano se mostrou ineficaz, ontem, a Presidente fez seu discurso dizendo que o emprego aumentou, porém, que tipo de emprego é este a que
ela se refere?

Valeu a tod@s @s trabalhador@s que estiveram presente grafitando, dançando, mandando rima, fotografando, somando, ajudando na limpeza, no rango, nos corre e fortalecendo. É tudo nosso, juntos somos fortes!

Obs: Este 1º de maio foi organizado por Leonardo Francisco Zé Elias Elias Rádio da Juventude Rafael Pires Esmeralda Das Graças Rafael

Na caminhada algumas pessoas perguntaram quem era o dono do evento, se havia relação com fulano ou sicrano de partido, respondemos; o evento foi do povo (apenas organizado por estes citados) e com objetivo mesmo de não deixar políticos profissionais em busca de voto se crescerem as custas da favela.

Agradecemos a tod@s! Positividade.

Confira abaixo algumas fotos da atividade!

Preparativos:

Tudo pronto! Agora começa a atividade:

E no final do dia…

 

São Vicente: A política de manobra de quem disputa poder (Caso Fazendinha)

A cidade de São Vicente mais uma vez é palco de uma tragédia política, e a população é quem pagará as contas no final.

ocupac3a7c3a3oilegalNo início deste ano na área continental em São Vicente teve inicio uma ação de despejo para desocupar uma região conhecida como Fazendinha (atendendo ordem do Ministério Público). Durante as remoções algumas famílias tiveram que sair de suas casas e outras não.

A explicação desta confusão entre quem teve que sair – e quem pôde ficar – é devido algumas pessoas terem comprado o terreno há muitos anos durante um loteamento que houve de forma planejada com recorte de arruamento e com o conhecimento da Prefeitura, outras, no entanto começaram a ocupar recentemente de forma desordenada.

A Secretaria de Habitação cercou o local para evitar novas ocupações; e mantém vigilância constante

De lá para cá, além de toda a operação de guerra montada para as remoções sobre a égide de proteção ambiental e de defesa de um proprietário que reivindicava parte do terreno, uma longa discussão foi sendo desencadeada a partir de uma denúncia de envolvimentos de grupos políticos/partidários do próprio governo vicentino, que até então, estaria incentivando as ocupações – um vídeo postado na rede, mostrou o vice Prefeito João da Silva, também Subprefeito da área continental na época, estimulando as ocupações – o caso ganhou espaço na mídia local, e o Prefeito Luiz Claudio Billi teve que exonerar o vice e se pronunciar a respeito, de modo que o vice antes de sair, afirmou que iria a justiça se defender de tal calúnia, pois estaria sendo bode expiatório de tal situação.

Nesta semana em depoimento concedido para uma comissão de investigação montada por vereadores, o vice Prefeito apresentou documento que comprova não ser o único responsável na empreitada de estimulo às ocupações, mas, juntamente com as secretarias: de Habitação, Obras, Meio Ambiente, Guarda Municipal e Defesa Civil, além do Prefeito Luiz Cláudio Billi que tinha total conhecimento, revelando, inclusive, que a Secretaria de Obras quem forneceu os postes de luz, (concedido pela concessionária) e a Secretaria de Transporte quem fez a escolta dos postes do bairro do Itararé até a Fazendinha, e tudo isso, foi acertado em reunião no paço municipal, com documento protocolado no gabinete do Prefeito. (troféu óleo de peroba para o governo Billi que negou envolvimento).

Daí o prato cheio para setores de oposição bradar por uma nova São Vicente, com um discurso que no fundo o que anseia, é pela volta do antigo governo, como se o anterior fosse exímio de algo.

Mas vamos lá, qual o foco do problema nessa questão?

Ao que parece a discussão nem de longe levanta o problema real, que é a habitação, este é o ponto, esta é a questão que poucos têm coragem de problematizar e dizer; dane-se! Moradia é um direito e ninguém será removido. Para termos uma ideia; há dois conjuntos habitacionais se deteriorando na cidade, e a responsabilidade tanto é do governo atual quanto do anterior, (de todos os governos, e não há um que presta nesta história) todos eles são os responsáveis por deixar que São Vicente chegasse a este caos. Mas essa discussão não interessa… Afinal, a cidade há anos não passa de uma verdadeira capitania hereditária cheia de coronéis, onde em cada bairro tem um, a frente de uma creche, de um CER, Centro Comunitário, entre outros equipamentos (transformados em curral político).

Enquanto isso o déficit habitacional explode, a quantidade de pessoas que não tem o acesso à moradia é enorme, sem contar os outros direitos sociais, que há tempos são violados na cidade, e tudo isso, ao longo dos anos tem aumentado quase que de forma natural. Se a pauta de discussões de direitos sociais está em evidência na cidade, é porque “mudou o governo”, só isso… E claro, a reconfiguração política é instável, aí preencher espaço se tornou meta de quem perdeu a eleição, e também de quem ganhou e precisa se manter no poder.

Enquanto bradam querer o antigo governo de volta, deveríamos era não querer governo nenhum! Discussões girando em torno de quem é o mais malandro, o mais corrupto, o mais irresponsável, é tão retrógrado e conservador que dá nojo – o correto mesmo seria; qual o grupo político é o mais covarde e pernicioso.

Enfim…

A discussão de maior parte dessa classe política vicentina é pela disputa de poder, muito mais interessada numa cadeira, num cargo comissionado, de secretário, de vereador, agregado, ou de prefeito, do que interesse real em contribuir com os interesses da população. Por isso, vale mais abrir os olhos e se organizar, ocupando mesmo! Do que esperar que alguém, ou algum grupo resolva este caos.

Dane-se o vice, o Prefeito atual, o antigo e o próximo, mudar isso tudo só será possível com organização popular!

Não vote, organize-se. Ocupe!

OBS: Temos que ter responsabilidade com o meio ambiente? Sim. Mas usar desta responsabilidade como fundamento para remover pessoas que não têm onde viver, enquanto diversos outros terrenos pela cidade são ocupados para construção de pátios de contêiner, é muita hipocrisia diante do déficit habitacional da cidade (em torno de 20 mil, segundo os dados da Prefeitura).

A ocupação na área continental é o resultado de anos de incompetência política habitacional administrativa – e na Fazendinha, também é uma questão de defesa de propriedade privada e não de direitos da população. Por isso, ocupar é um dever!

Túnel Santos/Guarujá: o compromisso não é com as pessoas.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

E o governo do estado de SP continua empenhado na construção do túnel que interligará as cidades de Santos/Guarujá, com a licença ambiental liberada, agora, conforme o PL 290, publicada no Diário Oficial do Estado, serão solicitados R$ 938,2 milhões para a obra – pra isso, será votado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), autorização para buscar linhas de créditos em bancos.

E o discurso da mobilidade urbana como justificativa de tal obra continua com força total, em entrevista o Prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa e o secretário adjunto de Planejamento de Guarujá, Fábio Serrano, reafirmaram o compromisso com as questões do trânsito nas cidades, do fluxo saturado das vias, e da balsa que opera no limite.

Balela pra esconder o compromisso com as pessoas que serão desapropriadas, mesmo com uma audiência pública em que as pessoas disseram não às remoções. Na verdade, o compromisso é unicamente econômico.

Logo abaixo partes do Documentário sobre o bairro e as desapropriações;

II Copa Rebelde dos Movimentos Sociais

A II Copa Rebelde dos Movimentos Sociais será realizada nos dias 12 e 13 de abril, no mesmo espaço da primeira, a antiga Rodoviária da Luz, no centro da cidade, demolida para a construção de mais uma obra gentrificante e cujo processo se encontra embargado na justiça. Recentemente, o governo do Estado anunciou a desistência da construção desta obra.

O que é a Copa Rebelde

Afim de resgatar o caráter democrático do futebol e discutir a atual mercantilização deste esporte, hoje com a Copa da Fifa de 2014 como representação maior, o Comitê Popular da Copa-SP convida os movimentos sociais para a II Copa Rebelde dos Movimentos Sociais.

Mais informações e a programação completa você encontra em http://coparebelde.wordpress.com

Como foi a I Copa Rebelde dos Movimentos Sociais

Unidos da Barão - Foto de Caio Cestari.
Unidos da Barão – Foto de Caio Cestari.

Unidos da Barão, campeões da I Copa Rebelde dos Movimentos Sociais!

Parabéns a todas pessoas que participaram!

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Fotógrafo Sérgio Silva
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Fotógrafo Sérgio Silva
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Fotógrafo Sérgio Silva
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Fotógrafo Sérgio Silva

143 bilhões liberados para mobilidade urbana, e o transporte ainda lotado?

L9Wy6_d9bce7e65d88d0a0f5866964967bb990O governo federal liberou no segundo semestre do ano passado a quantia de R$ 143 bilhões que foram destinados à mobilidade urbana, em sua coluna semanal; “Conversa com a Presidenta” de fevereiro deste ano, Dilma Rousseff afirmou que esta verba é para o transporte coletivo de massa: metrôs, trens, ônibus, VLTs entre outros. O objetivo é ampliar e melhorar a eficiência do sistema de transporte público no país, que segundo o governo federal, apesar de serem obras de responsabilidade dos Estados e Municípios, são recursos grandes em que o governo precisa dar total apoio, e há três anos vem contribuindo para isso. (consulte sobre Pacto de Mobilidade Urbana)

Realmente, após as manifestações de junho todo mundo quer ser o responsável da criança que ainda nem nasceu, (melhoria do transporte público) mas, de concreto, o transporte coletivo “de massa” como citado pelo governo, só continua mesmo é “amassando” a população – afinal, todos eles continuam cada vez mais lotados, e os projetos que vem sido desenvolvidos para melhorar o transporte público são ruins, atendem muito mais aos empresários do que à população, por exemplo, a implantação de VLTs pelo Brasil, resolveu o quê? Remoção atrás de remoção, além de retirar determinadas linhas de ônibus de circulação, é uma troca de seis por meia dúzia, continuamos enfrentando ônibus, trens e metrôs lotados, caros e um trânsito infernal.

Aliás, é importante lembrar que estes VLTs saíram do papel devido os grandes eventos; Copa do Mundo e Olímpiadas, pois há quase duas décadas que se travam lutas (algumas que foram para na justiça) para a implantação do projeto, e a maioria da classe política ignorava a ideia do VLT.

Baixada Santista: balela dos projetos e os interesses corporativos 

DSC00275Aqui na baixada santista o governo do Estado está em desenvolvimento de duas obras em que usa a questão da “mobilidade urbana” como estandarte propagandístico de salvação da lavoura, porém, não passa de campanha eleitoral. (além de favorecer empresários) Primeiro projeto; temos a construção do túnel que interligará as cidades de Santos e Guarujá, que de forma antidemocrática passa por cima da opinião de duas comunidades inteiras (bairro do Macuco em Santos e da Prainha no Guarujá) e impõe um túnel que não vai resolver o problema da mobilidade urbana como dizem, mas sim, aumentar o fluxo de carros e caminhões na cidade (mais dióxido de carbono no ar e mais trânsito, que beleza…), além das remoções, onde centenas de pessoas perderão suas casas, além da destruição de bairros que possuem importância social e histórica.

De fato, é somente um projeto de expansão da área portuária. Segundo projeto; a construção do VLT, que não irá contribuir para resolver o problema da mobilidade urbana. Como assim? Vamos lá; o VLT é uma espécie de “bonde moderno” o termo leve diz respeito ao volume de passageiros, ou seja, ele é menor que o ônibus, o trem e o metrô, de modo que, sua contribuição seria viável se ele entrasse como mais um meio de transporte junto aos outros, no entanto, quando ele entra em cena, retiram outros meios, aí não adianta, piora. Provas disto, a Piracicabana (empresa de transporte na baixada) já anunciou que haverá mudanças de itinerários das linhas da baixada quando o VLT começar a operar, essa declaração significa o quê?

Que vai ter linhas retiradas com certeza, até porque em 2010 a empresa (Piracicabana) entrou na justiça para suspender a licitação do VLT, e venceu – a empresa na época chegou a declarar que com a entrada do VLT, seria reduzida a linhas de ônibus. (veja o processo aqui) Hoje com a pressão de acelerar obras para o grande evento “Copas das Copas” o VLT saiu do rol da enrolação e está em fase de implantação da primeira fase, contudo, é um projeto turístico de mobilidade urbana, e não para atender a população que precisa do transporte. Mas incomoda, tanto que, representantes da Cooperlotação de São Vicente, (Grupo autorizado a prestar serviço de transporte público municipal por meio de lotações) visitaram no final do ano passado as obras do VLT junto ao Prefeito de São Vicente Luiz Claudio Bili, segundo eles, pensar em como será a integração do serviço, mas sabemos que o motivo é outro – que é pressionar a Administração Vicentina em relação o serviço – pois, desde o ano passado com a redução do aumento devido às manifestações de junho, que a Associação vem tentando negociar com a Prefeitura para diminuir o imposto de serviço, e a briga é grande, inclusive, a Prefeitura Vicentina perdeu na justiça em 16 de janeiro deste ano, o direito de abrir pregão licitatório para contratar empresa de transporte para servidores públicos (se não estivermos errados, o serviço estava estipulado em torno de R$ 900mil) a ação foi movida pelo advogado João Guilherme (Advogado da Cooperlotação) e, foi uma ação legitima, não há dúvida – sendo suspensa por tempo indeterminado por ser identificada pelo Juiz da Fazenda Pública de São Vicente a “presença de sinais de superfaturamento do objeto do certame”. Interessados podem acessar a decisão liminar no site do TJSP – Processo 0000308-27.2014.8.26.0590 – Fórum de São Vicente).

320086_222056441184230_100001396260264_627501_1812275990_nPerfeito, a ação tinha mesmo que ocorrer. Contudo, fica evidente em como o transporte é um grande negócio, e têm grupos tencionando de todos os lados, todos querem uma fatia do bolo, por isso, não adianta liberar R$ 143 bilhões, enquanto a questão do transporte e da mobilidade urbana for encarada, na verdade, gerenciada como mercadoria, desta forma nunca vamos ter um transporte público de qualidade, e a mobilidade urbana continuará como está, (uma merda) e com isso todo investimento sempre será em vão, porque beneficia empresário e não a população – o Projeto Tarifa Zero neste ponto perde-se no horizonte, mas é onde entra à organização popular de base, só ela pode subverter essa lógica, transporte não é mercadoria, é um direito social fundamental.

Poder para o povo!

Conjunto habitacional em São Vicente abandonado. (Parte ll)

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude – estão todos destelhados, evitar ocupação, será? Pois, mas não evita infiltração quando chove.

Em 21 de janeiro deste ano divulgamos as fotos de um conjunto habitacional abandonado na cidade de São Vicente no bairro Parque Bitarú. As fotos percorreram as redes sociais, e o Secretário de Habitação da cidade Emerson Santos comentou em nosso álbum que não havia omissão em relação à obra, a secretária estava apenas aguardando o dinheiro ser liberado pela Caixa Econômicapara dar início às obras.

Segue comentário na íntegra;

Para esclarecer as pessoas, a secretaria de habitação rompeu o contrato com a empresa Termak que tinha a responsabilidade de tocar a obra, diferentemente do Primavera/Penedo que a empresa faliu e só depois quiseram correr atrás do prejuízo, nos antecipamos, e fizemos um novo processo de contratação, onde o contrato foi assinado no final de dezembro com a Codesavi SV, que será responsável pela obra, desde a ultima sexta-feira iniciamos a construção de uma guarita para proteção permanente e o serviço de limpeza do local, estamos apenas aguardando da caixa econômica federal a autorização de obra para que possamos dar inicio, acredito que nesta semana a caixa deva apresentar autorização. E importante informar que no serviço publico só e possível fazer aquilo que a lei nos permite, por isso os tramites burocráticos acabam retardando nosso desejo de agilidade. Outro aspecto importante é que ao assumirmos em janeiro de 2013 o obra contava apenas com 4 pessoas trabalhando na obra, hj este contingente e 4 vezes maior isso ocorre no rio branco que estamos com a liberação e estamos realizando a obra. Mas estou à disposição de todos para maiores esclarecimento, acho justo a sociedade acompanhar e cobrar dos gestores públicos, mais também e importante obter informações sobre o caso. Sobre a detonação dos prédios não ha questionamento, entretanto tivemos q tomar algumas atitudes posso afirmar que não tem omissão sou o primeiro a querer agilizar essas obras conheço o histórico das famílias q precisam de direito a uma moradia digna não existe outra pessoa que queira isso pronto significa o resultado de todo um esforço, mas temos limitação quero convidar a todos a uma reunião na habitação para mostrar o quanto estamos trabalhando para conseguirmos concluir essa obra e importante vcs conhecerem o histórico das nossas atitudes, sou realmente otimista senão teria largado o cargo, mas de espírito aberto estou à disposição para vcs acompanharem a obra, nosso planejamento. (quem quiser conferir o link)

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

De fato, deve haver “muitos” limites e interesses envolvidos nesta questão, e o resultado desta “lenga lenga”, se traduz na continuidade do abandono do prédios, enquanto o déficit habitacional explode, somente ao lado deste conjuntos encontra-se a favela México 70, uma das maiores da região, em que o problema da habitação é histórico. Somente do ano passado para cá, em torno de um ano, já ocorreram três incêndios, deixando centenas de pessoas na rua – o caso é sério – há muitas casas no México 70 construídas de madeirite com problemas na ligação elétrica, são casas muito próximas umas das outras – condições sub-humanas – pessoas de baixa renda, que não possuem condições de irem para um lugar melhor, e convivem dia a dia sobre o risco de outro incêndio, (isso sem contar todos os outros direitos violados, como saneamento básico, saúde, educação, entre outros que atingem o bairro) e o que o poder público tem feito para dar uma resposta concreta? Nada, se comparando ao tamanho do problema.

Para termos uma ideia, logo no início deste ano, o que assistimos foi a “super agilidade” para desapropriar pessoas na área continental, na Vila Ema, o caso saiu em toda a mídia local, onde um proprietário reivindicava um terreno que há cinquenta constitui-se um bairro – aí, houve responsabilidade com o meio ambiente e tudo mais. Na verdade, a responsabilidade era com o direito a propriedade, afinal, quantos terrenos em área de mangues existem na cidade que são ocupados por empresas para construção de estacionamento e caminhões de contêiner? Guardem na memória! Se daqui alguns anos este terreno da área continental não irá servir para alguma empresa.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Voltando aos prédios abandonados, as condições estão bem piores que há dois meses, estão todos destelhados, com a chuva destes dias, a infiltração deve estar uma maravilha, as empreiteiras agradecem o modo incompetente como os governos administram o dinheiro público. E não tem como utilizar outra palavra, além desta; INCOMPETÊNCIA e acrescentamos; À SERVIÇO DE QUEM?

Veja mais fotos aqui; 26 fotos

OBS: De dois em dois meses divulgaremos fotos dos prédios para acompanhar onde isso vai parar. E logo informações sobre os conjuntos Primavera/Penedo (que o secretário cita acima no texto), outro conjunto abandonado da cidade, que em março do ano passado removeu em torno de 300 famílias que ocupavam o conjunto – e está lá, também abandonado…

Término do contrato de serviço de transporte em Santos: E agora José? Aumentar a concorrência ou a gestão popular direta?

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

A Piracicabana é a empresa que monopoliza todo o serviço público de transporte coletivo na região da Baixada Santista, englobando as cidades de Santos, Cubatão, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe. Desde 1.994 com sua política de expansão vem comprando as empresas concorrentes e assumindo o total controle do meio de transporte que existe na baixada, de lá para cá, demitiu cobradores, elevou as tarifas, retirou linhas de circulação, acumulou função aos motoristas, implantou aliada ao poder executivo de Santos a obrigatoriedade do cartão nas linhas municipais, recusando pagamento da tarifa em dinheiro, ou seja, é uma empresa que manda e desmanda no serviço público de transporte da região, e são poucas as vozes dissonantes do poder público, legislativo ou judiciário, que enfrentam essa máfia do transporte que só tem oferecido um péssimo serviço à população, e mesmo assim, é bem provável que a renovação do contrato ocorra.

Término do contrato

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude – foto ilustrativa, este valor se refere a passagem do bairro Japui SV até Santos, hoje está em R$ 3,85. Absurdo!

Em março de 2014 termina o contrato de prestação de serviço de transporte em linhas municipais na cidade de Santos, há vinte anos a Piracicabana monopoliza o serviço – a renovação do contrato está em andamento e pode ser para mais oito anos. A pergunta é; queremos que essa “M…” de Piracicabana continue gerindo o serviço?

Na mídia oficial, pouco, ou nada se levanta de questionamento a respeito – o poder executivo em Santos tem sido omisso em não divulgar em como está este processo de licitação de contrato, o que denota conivência com a renovação, e isso se fará em silêncio, sem consulta popular. O vereador do partido dos trabalhadores (PT) Evaldo Stanislau enviou um requerimento ao legislativo para que se oficie ao Prefeito nos termos do artigo 58 da lei orgânica, com algumas indagações; se haverá licitação, ou prorrogação do contrato vigente, além do pedido de abertura à discussão popular.

Pelas redes facebook e twitter algumas pessoas já estão discutindo que seria importante abrir o leque de participação de outras empresas a concorrerem ao serviço. E aí cabe outra pergunta? Queremos outra empresa lucrando e nos oferecendo outra “M…” de serviço? Ou queremos gestão popular?

São pontos bases e muito simples que precisam ficar claros; licitação pra que? E pra quem? Queremos e temos que exigir gestão popular de forma direta! Ok? Ah! Não dá… Então vamos brigar! É preciso mobilização popular para inviabilizar essa farsa licitatória que mais uma vez financiada e orientada pela máfia do transporte irá continuar usurpando e sucateando o serviço público de transporte. E no final, quem irá pagar as contas? Bora pra luta então!

A Prefeitura em seu silêncio revela seu posicionamento, óbvio! Após o acordão que o Sr. Prefeito Paulo Alexandre Barbosa fez no ano passado com a Piracicabana; de colocar circulares com ar condicionado e sinal wifi para rodar na cidade, e de segurar o aumento da tarifa até a renovação do contrato – quem acredita que o contrato não será renovado, melhor se movimentar, porque irá sim, se não houver resistência.

Pelo Poder Popular!

“Un pueblo fuerte no necesita líderes” Emiliano Zapata

Levante Zapatista: 20 anos de resistência e construção da autonomia

fotos por: Regeneración Radio

ATENÇÃO: A Junta de Buen Gobierno do Caracol de Morelia denuncia hostilização e agressões.

No dia 1 de fevereiro, companheir@s bases de apoio do ejido 10 de abril, município autônomo em rebeldia “Dezessete de Noviembre” sofreram ataques por parte da Central Independiente de Obreros Agrícolas y Campesinos (CIOAC), onde alguns compas ficaram gravemente feridos e outros tiveram feridas leves. Além das agressões, os integrantes do Hospital San Carlos foram impedidos a todo custo de realizar suas atividades. leia a denúncia aqui

Há pouco mais de um mês completaram 20 anos do levantamento Zapatista. O Exército Zapatista de Libertação Nacional – EZLN, um povo simples do Estado de Chiapas, sul do México, que em 1 de janeiro de 1994 se levantaram em armas para dizer basta de injustiças. Desde então se organizam, lutam e resistem por democracia, liberdade e justiça, pelas quais defendem cotidianamente dos ataques e agressões orquestradas pelo “mau governo” (governo oficial do México), como alerta a notícia acima.

“Porque através desses paramilitares e seus seguidores, filiados aos diferentes partidos políticos, tem agredido, despojado, expulsado, provocado, ameaçado e roubado os pertences das nossas bases de apoio” – Comandanta Hortensia

Ao longo destes 20 anos o Estado Mexicano buscou e segue tentando desmobilizar o Movimento Zapatista com ataques ideológicos, utilizando a mídia como uma das ferramentas para criminalizar o movimento, grupos paramilitares que não param de crescer, dentre outras maneiras. A essas diferentes formas de ataques, os/as zapatistas tem organizado a resistência através das rádios comunitárias autônomas e projetos de vídeos; a busca da via pacífica para os conflitos com paramilitares; o resgate da cultura, idiomas e vestimenta, contrapondo a cultura hegemônica imposta; os trabalhos coletivos com gados, porcos, milho, feijão, tendas de artesanato, entre outras, como resistência econômica aos programas assistenciais que tentam minar a independência dos povos ao Estado.

“Nossos povos começaram a viver e a governar-se com suas próprias formas de pensar e de entender como o faziam nossos pais e avós. Isso é, começamos a viver a autonomia e a liberdade segundo l@s Zapatistas” – Comandanta Hortensia

Após o levante, @s zapatista perceberam que não bastava retomar suas terras, mas teriam que organizar-se politicamente, aprender a governar e construir sua autonomia. Tal autonomia baseia-se nos sete princípios: servir e não servir-se; representar e não suplantar; construir e não destruir; obedecer e não mandar; propor e não impor; convencer e não vencer; baixar e não subir. Dessa maneira seguem organizados os três níveis de governo: local, municipal e de zona, com autoridades eleitas pelas bases de apoio, com mandato revogado caso não cumpram com seus deveres. Dessa maneira segue a construção da autonomia, onde o povo manda e o governo obedece.

“Para que nossos irmãos e irmãs, do nosso país e do mundo, conheçam e vejam nossos pequenos esforços e humildes experiências, tratamos de compartilhar com el@s através das Escuelitas Zapatistas” – Comandanta Hortensia

Então, depois de vinte anos de experiência na luta contra o Estado, que não atende as urgências d@s “de baixo”, da classe oprimida. Mais que isso, contra um sistema mundial de opressão que é o neoliberalismo, o EZLN decidiu convidar movimentos, coletivos, organizações, do mundo inteiro, que tem afinidade com a VI Declaração da Selva Lacandona, para compartilhar sua visão de liberdade, suas formas de resistência, sua maneira de governar autonomamente e seus desafios em desconstruir valores machistas tão difundidos no sistema capitalista. Assim, estão acontecendo as Escuelitas Zapatista, com três rodadas já realizadas desde Agosto passado, contando com, aproximadamente, 1500 pessoas por edição. Quem participa da atividade tem como tarefa principal ouvir. Muito mais que propagar “ismos” (marxismos, bakuninismos, feminismos etc), @s alun@s devem conhecer, sentir e aprender com a trajetória desse povo em luta e resistência, para potencializar suas ações locais e fortalecer os laços de solidariedade.

“A melhor forma de honrar a memória de todos os nossos companheir@s, caíd@s, é comprometer-nos mais na luta, é seguir o exemplo dos nossos companheir@s , que nunca se venderam, nunca se renderam, nunca desistiram, até entregar a vida à seu povo” – Comandanta Hortensia

BASTA DE AGRESSÕES ÀS BASES DE APOIO ZAPATISTAS!
VIVA A RESISTÊNCIA E A AUTONOMIA ZAPATISTA!
VIVA O EZLN!

  • Mensagem do Comite Clandestino Revolucionario Indígena a cargo da Comandanta Hortensia
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  • Hino das Escuelitas Zapatistas
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  • Poema Utopias
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  • Hino Zapatista
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Sarau / Rolezinho na Vila do Teatro

No ultimo domingo, 26, o “rolezinho” não foi num Shopping, mas em um lugar que tem como princípio a ocupação popular, a Vila do Teatro, Santos.Sarau rolezinho Vila do Teatro

No dia em que a cidade completou 468 anos de exploração, os grupos participantes fortaleceram nos debates sobre racismo, desmilitarização e a questão ficou latente: No “aniversário” de Santos, e mais, neste ano de Copa do Mundo, comemorar o que?

O “rolezinho” iniciou com a apresentação teatral do “Projeto Bispo – tratados como bicho, se comportam como um…”, seguido de debate com Douglas, UNEafro, sobre o racismo e a farsa da “democracia racial”, o Movimento Mães de Maio levantou a importância da desmilitarização da Polícia Militar e a Thaís, Margens Clínicas, tratando da importância da psicologia no Luto à Luta. O grupo “Gigantes da Alegria” impressionaram com apresentações circenses e a noite seguiu com muita música com o DJ Wagner Parra na discotecagem.

Confira alguns registros do Sarau / Rolezinho na Vila do Teatro:

  • Mães de Maio: Pela desmilitarização da Polícia Militar
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  • Thais – Margens Clínicas e o trabalho com as Mães de Maio
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  • Thais: Receita para arrancar poema (Viviane Mosé)
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  • Armando – O que comemorar no aniversário de Santos?
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Alckmin na visita a Santos: Protestos – Moradores do Macuco dizem não as desapropriações!

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

O Governador Geraldo Alckmin esteve em Santos neste domingo (26) aniversário de 468 anos da cidade para assinar o contrato de reforma e reativação do abandonado Hospital dos Estivadores, que ao término das obras, atenderá pelo nome de Hospital da Clinicas e Maternidade, segundo informação da Prefeitura de Santos, esta reforma e reativação faz parte do projeto que vem sido trabalhado para a área da saúde em Santos.

Foto: http://saopaulo.sp.gov.br/

Foto: http://saopaulo.sp.gov.br/

Pois é, o primeiro pacote foi à aprovação do Projeto 242/13 que trata das Parcerias Público-Privadas – PPP, cuja finalidade é colocar o gerenciamento de prédios e serviços públicos da cidade de Santos nas mãos de corporações, as conhecidas (OS) Organizações Sociais, que foi aprovado em dezembro do ano passado debaixo de muitas críticas e pressão popular.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Com certeza o gerenciamento deste hospital ficará nas mãos destas empresas que, por exemplo, no Estado de São Paulo têm ocupado áreas da saúde, e têm provocado enorme endividamento aos municípios, a princípio surgem como alternativa para melhorar um determinado equipamento público e com a propaganda de organização preocupada com o social, contudo, são empresas, que ao passar dos anos têm se tornado um grande problema por causa de quantias milionárias que arrancam dos cofres públicos, enquanto o serviço ao público e condições de trabalho do servidor vão sendo sucateados.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Mas, se os Srs Prefeito Paulo Alexandre e o Governador Geraldo Alckmin acharam que seriam recebidos somente com aplausos, enganaram-se, moradores organizados do bairro do Macuco que lutam contra as desapropriações devido a arbitrária obra faraônica do túnel que interliga Santos/Guarujá estiveram presentes e levaram seu manifesto para serem ouvidos, já que o projeto do túnel está pronto e não houve transparência e nem consulta popular – os moradores que por meio de pesquisa e investigação própria descobriram que perderão suas casas, pois a Prefeitura ignorou e a ouvidoria pública da prefeitura só tem ludibriado os moradores (outras organizações sociais estiveram presentes em apoio aos moradores).

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Macuco resiste

Com o objetivo de alertar a população sobre os impactos que ocorrerão na cidade devido à construção do túnel, os moradores organizados do bairro do Macuco na manhã deste domingo, estiveram na orla da praia de Santos panfletando e dialogando sobre os impactos na cidade, e também sobre a violação de direito sociais, em que famílias serão removidas de suas casas sem ao menos terem sido consultadas, e as indenizações ainda são uma incógnita, sendo que há casas e terrenos grandes em que moram até cinco famílias. Para onde essas famílias irão? Será que conseguirão comprar outra casa na cidade com os preços exorbitantes que tem alcançado o valor dos imóveis?

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Após a panfletagem seguiram até o Hospital dos Estivadores para recepcionar com seu manifesto a visita do governador, entretanto, o palco armado para o governador não permitia a entrada de manifestantes (a entrada estava lotada de seguranças). Com isso, os moradores para evitar qualquer tipo de atrito, que ocasione em criminalização do movimento, permaneceram do lado de fora panfletando e conversando com as pessoas. O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), que estava no evento chegou a conversar com os moradores, anotando contatos e se colocando a disposição para contribuir com a causa, o ouvidor público da prefeitura Flávio Jordão também falou (novamente) com os moradores, propôs nova reunião nesta quarta-feira (29) sendo que em reunião anterior se mostrou desentendido no assunto, mas em entrevista num programa local defendeu a obra, revelando que entende do assunto sim, ao que parece querem manter os moradores desinformados, de modo a desgastar a resistência e vencer pelo cansaço.

Vídeo dos moradores explicando sobre as desapropriações;