São Vicente: Moradores do Parque Prainha e Japui reclamam da falta de transporte público no bairro.

Foto-0257Com o fechamento da Ponte Pênsil para reforma desde o dia 10 de julho, os moradores dos bairros Parque Prainha e Japuí têm enfrentado dificuldades de locomoção devido à falta de transporte público que atende a região, segundo os moradores do Parque, tanto as peruas de lotação quanto os ônibus não têm exercido o itinerário que deveriam cumprir, que seria sair do Japui ir até o Parque e depois seguir caminho pela ponte do mar pequeno, entretanto, estão usando a justificativa de que com a ponte pênsil fechada, ir até o Parque, tornou o percurso maior e eles têm que cumprir horário.

Os moradores do Japui também acrescentam que a quantidade de ônibus diminuiu, inclusive, alguns moradores têm ido a pé até o centro de São Vicente para poder conseguir um transporte. (sendo que já eram poucos).

No caso, alguns ônibus e algumas lotações devido à pressão da população têm ido até o Parque, mas não são todos, ontem mesmo houve uma confusão dentro de um ônibus onde a população se revoltou com o motorista que não queria cumprir o itinerário.

Foto-0258Este dois bairros de São Vicente há tempos são atingidos pela falta de transporte público que é escasso e caro, muito caro mesmo! O preço do coletivo que atende a região é de R$ 3,85 (era para ser R$ 4,00, senão fosse reduzido) e, por exemplo, não possui acessibilidade para cadeirantes, pois, os micro-ônibus que fazem essa linha não possuem o suporte de elevação para tal, sendo que nem mesmo uma pessoa com carrinho de bebê consegue acessar o coletivo, as peruas são a mesma coisa, poucas atendem o que é previsto em lei. (talvez devido o tempo de adaptação que foi repassada as empresas de transporte, que é até 2014, no entanto, há de se apontar, que isso é uma questão de falta de interesse econômico) Para se ter uma ideia a forma com os cadeirantes que moram no Japui fazem para saírem do bairro, é pegar um ônibus municipal Praia Grande (este possui a ponte de elevação) que vai até o terminal de Praia Grande e de lá pegar outro ônibus até o destino desejado. Absurdo!

Foto-0259Além da questão do transporte público os moradores pontuam que, os moradores que fazem o itinerário a pé correm o risco de assaltos, o que já ocorreu, pois as luzes da ponte estão todas apagadas e a avenida de acesso de um bairro ao outro, é mal iluminada e os policiais que faziam guarda num posto da polícia, não estão mais no local, o que também não resolve muito, sendo que, a PM quando estava no posto, se preocupava mais em dar geral na população e mandar as pessoas fazerem o caminho pela Praia Grande do que garantir a segurança das pessoas.

Pra finalizar acrescentam também que até o ônibus escolar municipal que atendia ao Parque saiu de férias e as pessoas que o utilizavam para levarem suas crianças na creche (que fica no bairro do japui, sendo que no Parque não há creche) foram completamente desamparadas pela falta total de transporte e estão se virando tendo que ir a pé ou de bicicleta.

Hoje por volta das 12h os moradores irão fazer um ato simbólico de protesto na ponte pênsil e convidaram a TV Tribuna para fazer uma matéria, uma equipe da TV esteve no local pela manhã desta quinta-feira para gravar alguns moradores que fazem o itinerário a pé.

Em todo caso, esperamos que o poder público deixasse de negligenciar estas comunidades e resolvesse os problemas, mas sabemos que só a pressão junto com a organização popular pode construir mudanças. Parabéns a população que está se articulando!

Foto-1487OBS: Logo, lançaremos uma matéria sobre esta reforma da Ponte Pênsil que no início deste ano o poder público gastou cerca de meio milhão para fazer uma reforma de tábuas, e agora outra reforma estrutural se encaminha, onde as cifras aumentaram de forma exorbitante. Isso mais uma vez indica dinheiro público sendo utilizado indevidamente.

Leia matéria sobre a reforma de meio milhão da ponte no início do ano aqui junto com outros problemas que não foram totalmente resolvidos.

Ato contra o Estatuto do nascituro. Meu útero, minha escolhas!

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Fonte: Evento no face do Coletivo Feminista Pagu baixada santista.

VAMOS TODXS AS RUAS DIZER NÃO!

Concentração: 14 horas
Saída: 15hrs
Trajeto: Saindo da praça da independência e marchando pela avenida da praia até o Quebra mar emissário submarino.

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Essa semana o Estatuto do Nascituro foi aprovado na Comissão de Finanças. Ainda falta ser aprovado na Comissão de Justiça e no Plenário. Vamos sair às ruas para impedir que o Estatuto seja aprovado!

O QUE É O ESTATUTO DO NASCITURO ?

“E o que ele diz? O que é um nascituro? Por que ele precisa de um estatuto?

É aí que a coisa complica, meu amigo. Como diz o próprio texto do projeto, “é o ser humano concebido ainda não nascido”. O raciocínio de quem fez a lei é o de que mesmo um embrião ou um feto já correspondem a uma pessoa como eu e você, e que ela tem direitos.

E quem propôs isso? Por que querem falar sobre esse assunto agora?

O projeto foi escrito por dois deputados, um que era do PT e outro do PHS, mas ele tem apoio do que se chama de “bancada evangélica” da Câmara dos Deputados. O curioso é pensar que esse projeto apareça depois que o Supremo Tribunal Federal tomou duas decisões que incomodaram os mais conservadores: declarou que pessoas do mesmo sexo podem se casar e que mulheres com fetos anencéfalos podem fazer o aborto legalmente.

E por que essa lei está deixando o pessoal em polvorosa?

Por vários motivos. O primeiro é que ela praticamente torna inviável a descriminalização do aborto no Brasil, e é por isso que muita gente está torcendo o nariz. Outra coisa é: a lei diz que todo bebê fruto de um estupro tem direito a pensão alimentícia. Caso o pai (o estuprador) não possa pagar ou seja desconhecido, ela diz que é obrigação do Estado dar um auxílio a essa criança até que ela complete 18 anos.

Esse é o tal do bolsa-estupro?

Sim, isso o que as pessoas estão chamando de bolsa-estupro. Umas das críticas que se faz ao projeto é que ele não calcula quanto seria gasto no pagamento desse novo benefício. Outra é que ao obrigar um estuprador a pagar pensão alimentícia, a lei estaria forçando mulheres que foram violentadas a manter contato regular com seu agressor, algo muito cruel.

Eu vi um pessoal dizendo que essa lei obriga as mulheres que foram estupradas a ter o filho mesmo se não quiserem. É verdade?

Não. O texto da lei é bem malfeito, na minha opinião, mas ele não muda o que já está previsto no Código Penal – que dá as mulheres direito ao aborto nos casos de estupro, de terem uma gravidez de risco ou de o feto ser anencéfalo (não ter cérebro). Pelo texto que está aí, esse projeto de lei não obriga nenhuma mulher a continuar uma gravidez causada por estupro. Se você duvida, leia AQUI. Mas tem muita gente criticando o PL (projeto de lei) porque ele é vago e pode abrir brechas para que, no futuro, o aborto seja totalmente proibido. Por exemplo, tem esse artigo (12) que diz o seguinte: “É vedado ao Estado e aos particulares causar qualquer dano ao nascituro em razão de um ato delituoso cometido por algum de seus genitores”. Esse trecho pode ser usado para dizer que mesmo uma gravidez causada por um estupro deve ser protegida.

Consultoria: José Rodrigo Rodriguez (CEBRAP/DIREITO GV), pesquisador e professor de Direito”

Fonte:http://explica.tumblr.com/post/52399385639/o-que-e-o-estatuto-do-nascituro
Projeto completo: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=443584&filename=PL+478%2F2007

PORQUE NÓS SOMOS CONTRA ? 

– Não vou colocar tudo aqui na descrição porque vai ficar muito grande, a seguir, passarei links de argumentos:

http://contraoestatutodonascituro.wordpress.com/:

– Proibição do aborto terapêutico e restrição da gestante a tratamentos de saúde contra doenças como o câncer

-Criminalização de mulheres grávidas e do aborto espontâneo

– Criminalização principalmente das mulheres mais pobres

– Saúde das mulheres grávidas ameaçadas, como ocorre em países que protegem o nascituro
-Proibição e criminalização de pesquisas com células-tronco

http://marchamulheres.wordpress.com/2013/06/06/mocao-de-repudio-ao-estatuto-do-nascituro-2/

– Naturalização do crime do estupro

— Condena as mulheres à submissão, mantendo-as expostas à violência;

– Reflete a omissão do legislativo diante do aborto como elemento de preservação da vida das mulheres e de garantia da autonomia;

– Golpeia a democracia, a igualdade e a justiça, atingindo bens e valores construídos historicamente.

http://cebes.org.br/visualizar.asp?idConteudo=4428&idSubcategoria=30

– ” Os direitos e as proteções devidos à infância pelo Estatuto da Criança e do Adolescente serão esquecidos pela prioridade do nascituro à ordem social”

E muito mais!!

Mais links a respeito:

http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/05/estatuto-do-nascituro-pode-calar-todas.html
http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/06/vamos-luta-contra-o-estatuto-do.html
http://claraaverbuck.com.br/estatuto-do-nascituro-a-mulher-que-se-foda/
http://blogueirasfeministas.com/2013/06/estatuto-do-nascituro-contra-as-mulheres/
http://estatutonascituronao.fw2.com.br/

Manifestações na baixada santista: Quem ganha com isso?

Foto-0162Diversas organizações foram às ruas neste dia 11 de julho de 2013 para reivindicar pautas trabalhistas no Brasil inteiro.

Na baixada santista não foi diferente, as entradas de acesso entre as cidades de Santos, Cubatão e São Vicente foram bloqueadas pelos sindicatos, e também por diversas organizações e partidos de esquerda que foram as ruas levar suas bandeiras e puxar suas reivindicações.

Foto-0137Mobilização chamada pelas duas maiores forças sindical CUT e Força Sindical, dentro de um momento histórico em que a população foi às ruas brigar por direitos. (sem esquecer que o estopim foi puxado pelo MPL) Este momento revela um Brasil em ebulição, saindo de um estado catatônico de participação popular para um estado participativo onde a questão pública está em pauta e principalmente às condições de trabalho dos trabalhadores.

A grande questão agora é saber para onde vão esses questionamentos? E quem realmente será beneficiado com essas manifestações?

Foto-0207Pois, não há como negar que há um conflito de interesses grande nessas manifestações a partir do momento em que os sindicatos entraram nessa luta, nada que retira a importância deste instrumento de luta da classe trabalhadora, entretanto, a realidade que temos hoje, é que essas estruturas sindicalistas em sua maioria são extremamente despóticas, em verdade, funcionam como um Estado menor dentro do próprio Estado. Há aqueles que inclusive governam com terrorismo, tipo: “se votar em fulano, será cortado isso”, quer dizer, a condição do trabalhador é de mero refém diante destas organizações que mantém um sistema vicioso, mafioso e extremamente autoritário.

E porque pontuamos isso? Sem querer generalizar, que fique claro, reconhecemos os de luta, porém, há quanto tempo que os sindicatos não vão às ruas nessa pegada de hoje? Por que será?

Foto-0202A CUT é base aliada do PT, a Força Sindical do  PDT, sendo o maior líder deles o Paulinho da força. (pelego) Ligada ao PSDB, tinha a UGT presidida por Ricardo Patah, sindicalista PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab que ano passado até fez campanha para o Serra PSDB.

Dentre essas, a Força reúne uma categoria trabalhista extremamente “fudida” – prestadores de serviços, comerciários, portuários… E ela (Força Sindical) tem força pra caramba, ficou claro, pelo menos aqui na baixada, mas essa força realmente serve à classe trabalhadora? Ora, basta analisar as condições destas categorias que são citadas, continuam ferradas. Por quê?

Dá uma boa reflexão, inclusive a divisão de quais sindicatos ficaram com a CUT e quais ficaram com a Força. Pensem?

Manifestações

A diferença entre estes atos promovidos pelos sindicatos em comparação com os outros que foram surgindo (corrupção, PECs …) após os do MPL, é que eles têm objetivos claros e capacidades de agenda política, contudo, não possui o interesse em caminhar para uma democracia menos ligada às lideranças. Ao contrário, é fortalecer um personalismo sindical centralista, além de trocar este Estado por outro mais forte, será isso bom ao trabalhador dentro de uma lógica capital? Não! Por isso, os trabalhadores precisam se unir, se organizar e sair às ruas sim! Ocupá-las juntos em solidariedade uns aos outros, somando forças para combater este sistema que os escravizam, a separação por categoria é uma forma de segmentação histórica para desmobilizar a classe, e claro, ocupar todos esses instrumentos (sindicatos) que se tornaram espaços, não de luta, mas, de exploração, de controle e de manipulação dos trabalhadores.

Denunciamos/Repudiamos 

Uma parte dos trabalhadores portuários hoje em Santos; agiram de forma extremamente violenta com outros trabalhadores – só porque estes sustentavam suas bandeiras partidárias – dois trabalhadores do PCdoB e uma trabalhadora (acho também do PCdoB) foram quase que linchados no ato, tiveram suas bandeiras destruídas, assim como anarquistas que tiveram suas bandeiras e lenços que estavam no rosto arrancados a força, o grito era o mesmo daquelas manifestações onde se infiltraram os fascistas; “fora partido, aqui é Brasil” – e ergueram uma bandeira nacional – isso é caso pensado, afinal, o sindicato dos estivadores pertence a Força Sindical, que é ligada ao PDT indiretamente também ao PSDB.

A causa deles, (portuários é legitima) mas, estão sendo joguetes da Força. E é esse ponto que os trabalhadores precisam se conscientizar, pois, há oportunistas de todos os lados se valendo da classe trabalhadora.

Denunciamos/Repudiamos também

Foto-0157A forma como algumas pessoas da Força Sindical que compunham o ato, durante a caminhada da divisa das cidades até o centro de Santos ficavam reclamando de máscaras que usavam alguns companheiros (representação legítima black bloc)  e ficavam provocando, chegaram até cogitar entregá-los a polícia, já no centro foi a mesma coisa.

No mais, a luta continua e fica o aprendizado, não se fecha luta com quem é inimigo, mesmo não declarado.

Greve geral, ok, só não se iludir, tem sua importância e suas imperfeições.

Lutar Criar Poder Popular!

Transporte público: Uma redução capciosa dos governos revela para quem eles trabalham.

De R$ 4,05 reduziu para R$ 3,90. Continua caro e muti ruim o serviço.

De R$ 4,05 reduziu para R$ 3,90. Continua caro e muito ruim o serviço.

Desde segunda-feira dia 01 de julho de 2013 como anunciado pela Piracicabana e pelo Governo Estadual as linhas intermunicipais tiveram seu valor reduzido em R$ 0,15 na baixada santista. Uma vitória do povo nas ruas que reivindicou? Sim.

No entanto, uma redução um tanto maquiada, afinal, a passagem havia aumentado na região o percentual de R$ 0,25 e após as manifestações teve redução de R$ 0,15, ou seja, aumentou da mesma forma, sendo que a valor já era abusivo e qualquer aumento configura mais abusivo ainda.

Resultado: palmas aos governantes! Eles conseguem dar uma volta e blindar a empresa de todas as formas, e no final, fazer o povo continuar pagando as contas. Em SP, por exemplo, foi acordado que a tarifa voltaria ao valor anterior, entretanto, para não haver perdas (para a empresa) o percentual seria repassado por meio dos impostos. E quem paga os impostos?

Incrível como os representantes públicos servem descaradamente a iniciativa privada, o triste é que isso demonstra o quanto a população é refém desta política cuja existência não é para resolver os problemas e trabalhar para o bem comum de todos, mas sim para administrar negócios do capital privado, deste modo, favorecer uma política econômica que usa e abusa do dinheiro público para financiar privilégios, resultado; sucateamento total do serviços públicos.

Federação Anarquista Gaúcha responde ao Governador Tarso em coletiva

Entrevista Coletiva realizada no dia 23 de junho de 2013 na sede da FAG – Federação Anarquista Gaúcha que foi invadida ilegalmente pela Polícia Civil na última semana. Essa entrevista é uma resposta da FAG as declarações do Governador do RS Tarso Genro feitas na mídia culpando os anarquistas pela violência nas manifestações ocorridas em Porto Alegre.

O enredo de uma farsa! A tentativa de criminalização da Federação Anarquista Gaúcha

Na tarde de quinta feira (20/06/2013), antecedendo o protesto que já se previa multitudinário na capital gaúcha, ocorreu a invasão mediante arrombamento do Ateneu Libertário A Batalha da Várzea, executado por agentes policiais sem identificação. Devido a isto, no comunicado da madrugada de sexta-feira, dia 21 de junho, informamos que a invasão havia sido realizada pela Polícia Federal, afinal de contas assim se apresentaram os agentes da repressão.

Através da coletiva concedida pela cúpula da Segurança Pública do governo do RS, na tarde da sexta-feira, dia 21 de junho tivemos a informação que tal operação foi realizada de fato por agentes da Polícia Civil, omitindo-se o fato de que a operação se deu de forma ilegal, sem o correspondente mandato judicial, conforme o apurado pela assessoria jurídica que nos apóia nesse momento, de forma solidária.

Esta coletiva de imprensa portanto não poderia anunciar outra coisa se não uma farsa,na busca de um bode expiatório para responsabilizar pelas manifestações de violência ocorridas nos protestos de forma generalizante, acusando que todos os atos de depredações e “vandalismos” fossem de responsabilidade dos anarquistas presentes nos protestos e especificamente dessa organização política, como já dito anarquista.

O fantasma atemorizante criado nas redações da RBS: a presença de bandeiras anarquistas, grupos e indivíduos punks e o já folclórico devaneio do âncora da RBS Lasier Martins “mascarados anarquistas” deram a tônica da conspiração em curso. Apresentaram-se “provas”, segundo a polícia nessa operação ilegal, de materiais para confecções de coqueteis molotovs e um mapa com a identificação de órgãos de segurança do Estado, com o quê buscam afirmar que planejávamos desatar ataques.

Além de tais objetos plantados, a coletiva para a mídia corporativa retira a sua máscara e demonstra a farsa em curso, o real objetivo da operação. Segundo o próprio chefe da Polícia Civil, o delegado Ranolfo Vieira Jr. “é importante dizer que nesse local também foi apreendido vasta literatura, eu diria assim, a respeito de movimentos anarquistas.” Considerando que os geniais homens da “inteligência” invadiram uma biblioteca libertária, é natural que achem livros senhores Ranolfo e Tarso Genro. Não sabíamos que uma literatura anarquista, tanto atual como histórica, constitui prova de crime. Desde quando livros estão proibidos em nosso estado? Sim, isto é verdade, levaram muitos livros e o fichário dos usuários da biblioteca do Ateneo, dos quais exigimos a restituição em nossas prateleiras.

Dentre os “perigosos” livros apreendidos, consta a obra Os Anarquistas no Rio Grande do Sul, de João Batista Marçal. O livro foi editado com apoio da Secretaria de Cultura de Porto Alegre no ano de 1995, justo no período em que Tarso Genro era prefeito! Quem faz a introdução é Luiz Pilla Vares e a apresentação é de Olívio Dutra. Ou seja, se publicar livros anarquistas é crime ou ato suspeito, o atual governador já ajudou nesta ação “perigosa”.

Voltou a Censura no Brasil? Ou só no Rio Grande do Sul? O Ateneo Libertário A Batalha da Várzea localizado na Travessa dos Venezianos é um espaço público, de fato uma biblioteca, como já dito, na qual se organizam várias atividades políticas e culturais, em muitas delas inclusive com a participação da vizinhança local. Usamos também instrumentos musicais, teatro, tintas, pincéis, sprays para expressar através das artes nossas críticas e nossos anseios, enfim nossa ideologia. Quando nos apropriamos de palavras, as usamos para expressar idéias, estas armas perigosíssimas!. Quando tornaram-se criminosas as idéias dissonantes do status quo?

Além dos “perigosos” livros, a repressão política do RS afirma ter encontrado material inflamável. Sabemos que qualquer objeto além de um botijão de gás foi plantado com o objetivo de incriminar e isolar, a partir da repressão e da guerra psicológica, nossa corrente libertária e combativa, do atual cenário político. Começou com os factóides plantados pela RBS, onde aparecíamos como elementos “sociopatas” que planejam desatar inúmeras operações de guerrilha na cidade. Ora, precisamos de gás para aquecer a água pro mate.

Quanto ao mapa citado pelos chefes do aparato repressivo do estado, sob responsabilidade do governador, afirmamos aqui com veemência que não sabemos do que se trata, considerando ser essa operação ilegal, não há dificuldades em supor que seja algo “implantado” numa tentativa clara de nos criminalizar.

Reconhecemos sim e muito bem outro mapa, o da cidade de Porto Alegre, sua periferia e centro, porquê é aqui que vivemos e lutamos junto aos diversos setores das classes oprimidas, organizados ou não, socialistas ou não, enfim, o povo organizado contra a dominação e por melhorias nos serviços públicos e contra as retiradas de direitos conquistados pela luta popular em curso, com suas vitórias e derrotas há mais de um século. Aqui estamos há 18 anos, de forma pública, com bandeira, endereço e publicações tanto impressas como virtuais.

Participamos dos movimentos populares, estudantil, sindical, comunitário, nas rádios comunitárias, no bloco de lutas pelo transporte público, enfim, nas lutas sociais que somos chamados a pelear ou solidarizarmos. Já somos conhecidos sim, pelas policias, pelos movimentos sociais também pelos partidos políticos, inclusive por vários setores do PT e demais que compõem a base do atual governo de turno no RS porque de fato existimos e nunca nos furtamos a pelear.

Logo após a divulgação da operação da Polícia Civil o governador Tarso Genro se apressou a nos atacar da forma mais vil e covarde possível. Ansioso por nos golpear, Tarso nos associou ao fascismo, conclamando as organizações da esquerda a reverem suas políticas de aliança de forma a nos isolar. “— Todos os partidos e pessoas, inclusive os de ultra-esquerda, tem de ajudar a combater isso. Ninguém sobrevive a isso. Todos sucumbem. O caminho é aquele que nós já conhecemos e causou a Segunda Guerra Mundial” Assim se pronunciou o histórico dirigente do PT e governador do Estado Tarso Genro. Aliás, assim se pronunciou o ex-dirigente do Partido Revolucionário Comunista (PRC), irmão de um dos maiores teóricos marxistas do Brasil (Adelmo Genro Filho) e ele mesmo um ex-militante com dezenas de conflitos contra a repressão. Mas isso foi no século passado, não é governador?

Diante da absurda acusação de que somos fascistas, sugerimos aos assessores do palácio e aos agentes dos serviços de inteligência uma rápida pesquisa sobre as inconformidades ideológicas e históricas do que afirma o governador, pois historicamente combatemos o fascismo, existem correntes libertárias que dedicam-se exclusivamente a isto, sobretudo na Europa. Aos senhores jornalistas, lhes sugerimos ainda uma pesquisa sobre a resistência ao fascismo na Espanha e França no contexto da ascenção de Hittler e Mussolini sobre a Europa assim como sobre o episodio de 07 outubro de 1934, na Praça da Sé, em São Paulo, quando a épica coluna operária, formada sobretudo por anarquistas deu combate aos integralistas de Plínio Salgado da AIB (Ação Integralista Brasileira), no fato conhecido como “ a revoada das galinhas verdes”. Fomos e seremos sempre os primeiros nas fileiras de combate a qualquer forma de totalitarismo, sejam eles stalinistas, fascistas ou de qualquer outra natureza. Ser anarquista não é crime.

Já que o senhor Tarso se demonstra tão preocupado com o avanço do fascismo, lhe indagamos: Organizar uma biblioteca pública com foco em literatura anarquista e obras diversas é um crime? Se nossos livros estão sendo apresentados como provas de crime segundo as declarações da cúpula de segurança pública, o que pretendem o senhor Tarso e demais autoridades do estado com isso? Vão fazer como os fascistas e queimar nossos livros em praça pública? Proibir a impressão e venda de títulos relacionados ao anarquismo? Realizar incursões em residências a busca destes títulos, dado o caráter “inflamável” de tal literatura?

Reconsidere suas palavras senhor Tarso, pois são estas operações policiais, sob sua responsabilidade, que afinal se mostram vinculadas a uma prática de perseguição de idéias libertárias, portanto terminam por apoiar práticas que cheiram fascismo. Lembramos ainda que há sim grupos nazistas em Porto Alegre, os quais estavam armados com facas no último protesto do dia 20 de Junho, circulando livremente sem a correspondente repressão que nos dedicam, procurando os anarquistas da FAG. O que lhes parece que queriam, seguramente não era pra debater a conjuntura não é? Quanto a isto o que farão os responsáveis pela segurança pública. Livros não são crime!

Sabemos que a meta do governo estadual é política. O objetivo de toda essa guerra psicológica é semear pânico, isolar-nos do cenário e assim pavimentar o caminho para a sanha repressiva em direção de nossa organização e seus militantes.

Por fim, reafirmamos que não iremos nos dobrar a mais essa investida. Desde o início do ano estamos sendo alvejados pela repressão, ainda que até então ela não tenha nos atingido com tamanha intensidade. No início de abril, logo após um massivo ato contra o criminoso aumento das passagens de ônibus, que reuniu mais de 10 mil pessoas nas ruas de Porto Alegre, tivemos nosso site retirado do ar. Na verdade, o domínio www.vermelhoenegro.org simplesmente sumiu, assim como seus domínios espelhos. Esta censura que segue vigente, fazendo com que encontremos espaços alternativos para divulgar nossas opiniões.

Situação semelhante também ocorreu em novembro de 2009, quando nossa antiga sede foi invadida pela mesma Polícia Civil, a mando do então governo Yeda Crusius (PSDB) em função de um cartaz onde responsabilizávamos politicamente a governadora e o oficial da Brigada Militar no comando do campo de operações pelo assassinato do colono Elton Brum da Silva, em 21/08/2009. O militante sem terra foi morto a sangue frio e a queima roupa por um tiro de calibre 12, enquanto protegia as crianças em uma desocupação de terra na campanha de São Gabriel. Naquela ocasião, por fazermos a denuncia e darmos solidariedade também tivemos nosso site censurado e ainda hoje 06 companheiros/as de nossa organização seguem respondendo processo judicial, no qual seguimos reafirmando que Yeda e o comando da BM foram os responsáveis diretos pelo assassinato de Elthon Brum!

Assim como não nos dobramos a repressão vil do governo Yeda, tampouco iremos nos dobrar a repressão do governo Tarso, que busca isolar a esquerda combativa de forma a atacá-la com maior contundência sob os aplausos e gargalhadas dos setores mais reacionários de nosso Estado e país. Tarso, ex-comunista, ex-dirigente revolucionário, mudou de lado e hoje é uma caricatura torta do militante que pretendia ser nos anos ’70 do século passado. Hoje se porta de maneira servil diante da RBS. Para “defender” o papel simbólico da empresa líder na comunicação social, orienta a Brigada Militar a atacar os manifestantes quando passam do outro lado do Arroio Dilúvio, em uma avenida de seis pistas! Não foram os anarquistas que lideraram a linha de frente da marcha da ultima quinta feira em direção a ZH. Choveu bombas de gás e balas de borrachas sobre as cabeças com caras pintadas de verde e amarelo e flores nas mãos. A imagens dos protestos da última semana em Porto Alegre têm a marca das bombas da BM lançadas contra o povo ordeiramente em marcha na direção da Zero Hora.

Enfim, esse é o caminho pelo qual trilham, invariavelmente, as políticas de pacto social. A história já nos demonstrou de forma clara, basta olharmos a social democracia alemã e sua caça aos conselhos operários sob influência dos então spartarkistas, delegados revolucionários e também de muitos anarquistas. Caçada essa que levou a ostensiva perseguição de valorosos militantes da classe trabalhadora alemã, como Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht e Gustav Landauer, este último militante de nossa corrente anarquista. Todos eles presos e assassinados a coronhadas pelas forças de repressão da social democracia. Todos estes militantes serviram de bode expiatório para as políticas de conciliação de classe, que, somadas com a inércia decisória, levaram ao caos e ao nazi-fascismo. Governador, conforme foi dito, se nós estivéssemos à beira da 2ª Guerra Mundial, seríamos milicianos espanhóis, resistentes franceses ou partigianos italianos. Já o senhor, de que lado estaria? De que lado está agora?

A FAG, com 18 anos de história e vida pública e permanente atuação em diversas das lutas sociais em nosso estado e país, é parte de um legado histórico de uma corrente que há quase dois séculos levou às últimas conseqüências o combate a reação, as classes dominantes e seu Estado lacaio. Sim temos relações internacionais e estas surgiram em 1864, na 1ª Associação Internacional dos Trabalhadores, AIT. Todas as correntes do socialismo têm relações com agrupações afins em diversos países. Todas as vertentes do socialismo são internacionalistas, ou o ex-dirigente do PRC também considera isso um crime? Se hoje no país os trabalhadores têm assegurados alguns direitos, estes são fruto de 40 anos de luta sindical antes de 1932.

Esta luta era mobilizada por sindicatos livres, desvinculados de partidos políticos, e os organizadores eram militantes anarquistas. O anarquismo é parte da luta popular no Brasil e no Rio Grande do Sul e continuará sendo. Nossa organização ajuda a organizar a luta pelo direito à mobilidade urbana, pelo passe livre e redução dos preços das passagens. Somos parte integrante do Bloco de Luta pelo Transporte Público desde sua fundação, assim como militamos e participamos em diversas frentes de lutas sociais, como Movimento Sem Terra, Rádios Comunitárias, Sindicatos, Movimentos Estudantis, de Luta pela Moradia, Comunitário, somos linha de frente na luta pela diversidade e desde o começo nos Comitês Populares da Copa.

A nossa história, “excelentíssimas autoridades” é escrita com o sangue e suor das barricadas dos oprimidos e assim sempre será. Vossa sanha repressiva nunca será capaz de nos calar. Não tememos as hienas e nem a fábrica de mentiras da RBS! A verdade fala mais alto entre os militantes do povo. Somos militantes de esquerda não parlamentar, militantes populares e não terroristas. Terrorista é quem joga bombas contra dezenas de milhares de pessoas caminhando desarmadas. Tarso Genro, RBS e oligarquia gaúcha, sua campanha difamatória tem pernas curtas e a mentira não passará.

Não tá morto quem peleia!

Federação Anarquista Gaúcha, 22 de junho de 2013

Agência de notícias anarquistas- ANA

Por trás da cortina,
o passarinho não vê
que aguardo o seu canto.

Henrique Pimenta

No Extremo Sul (SP): O Mesmo Caminho, mas um Protesto Diferente

R$ 0,20 É SÓ O COMEÇO

Fonte: http://redeextremosul.wordpress.com/2013/06/21/r-020-e-so-o-comeco/
Publicado em 21/06/2013
Link para o vídeo

O Mesmo Caminho, mas um Protesto Diferente

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Há pouco houve mais uma marcha que saiu da entrada do Grajaú, e foi até a Ponte do Socorro (Ponte Santo Dias). Antes dela foram feitas faixas, um ensaio de bateria, e bastante panfletagem. A ideia era lembrar que a revogação do aumento foi uma conquista do povo em luta, e que se a gente se organizar podemos fazer muito mais, para, por exemplo, nunca mais sermos transportados pior do que gado, e ficarmos esmagados num trem, ônibus ou lotação abarrotados de gente.

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A novidade desse ato foi que no meio do caminho paramos para que uma passeata vinda do Varginha se juntasse a nós. E nesse momento houve cenas de teatro, poesia, e bandeirão estendido na passarela do Extra da Teotônio Vilela, próximo à Cidade Dutra.

Novamente o ato transcorreu sem problemas e sem violência, e foi concluído pouco depois da chegada à Ponte do Socorro.

Agora se coloca a necessidade de avaliarmos tudo o que ocorreu nas últimas semanas, e com base nisso planejarmos os próximos passos dessa caminhada. Todo Poder ao Povo!

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Comunicado da Rádio da Juventude sobre a conjuntura das manifestações.

A Rádio da Juventude vem por meio desta comunicar que está se retirando das manifestações contra o aumento da tarifa, devido à deturpação do movimento que foi cooptado por forças conservadoras que estimulam a exacerbação de um nacionalismo cego que favorece grupos autoritários de extrema direita, incitando violência e ódio aos instrumentos de luta da classe trabalhadora, deste modo, não mais nos sentimos pertencentes ao que ele se tornou.

1. Não compactuamos com as agressões promovidas aos companheiros que há tempos estão nessa luta, e somente porque pertencem a partidos, sindicatos, organizações sociais estão sendo hostilizados e agredidos. Consideramos isso, um atentado à liberdade, além de uma estratégia política de grupos de direita que promovem o pensamento conservador que não tem interesse em mudar os pilares da sociedade, mas sim fazer reformas políticas que favoreceram ainda mais o fortalecimento do capital privado.

Resultado: fortalecimento de um Estado ainda mais opressor e segregacionista que só contribuirá para aumentar ainda mais as disparidades sociais, reafirmando privilégios da classe burguesa e a criminalização da pobreza, por exemplo, os saques e os quebra-quebras que estão ocorrendo na periferia são reflexos de uma política de Estado excludente que foi desencadeada com os protestos. No entanto, ao contrário dessa discussão ser feita. Não está. Apenas um debate moralista e preconceituoso que até mesmo setores da esquerda estão sustentando.

2. Compreendemos que a maior parte desta juventude que está nas ruas, encontra-se em estado de euforia e revolta legítima, porém, sua não experiência e não conhecimento político (e a falta de trabalho forte de base das esquerdas) permitiu o sequestro da pauta por um grupo velado de direita que venceu no momento as esquerdas na disputa pela consciência da população, e o mais preocupante são os grupos extremistas que perceberam o momento e estão fazendo o trabalho sujo de incitação de violência tentando incutir sutilmente na população uma unificação homogenia que é partidária, mas que capciosamente se intitula como – apartidária – com ideário de pureza se auto sacralizando – do povo pelo povo – porém, essa ideologia que permeia travestida de liberdade e luta popular não passa de fascismo.

3. Acreditamos que neste momento as esquerdas que são de luta devem ficar juntas refletir e providencial retornar a base, pois, foi o distanciamento dela que propiciou nossa perda neste momento, e revelou claramente que o sectarismo e as verdades estratégicas não são fórmulas de nada, porque quando dizemos: “isso é fascismo” de que adianta se a massa não compreende o que é. Portanto, nesta coalizão o fundamental é fortalecer a base e pensar estratégias de como desmascarar essa farsa que está sendo muito bem articulada com o apoio da mídia.

No mais, seguimos na luta sempre fortalecendo na luta contra o Estado e pelo poder popular sempre! Com autonomia, liberdade, solidariedade, combatividade e respeito numa perspectiva classista.

SOMOS VÂNDALOS E NÃO ACORDAMOS HÁ DUAS SEMANAS!

“O poder simbólico é aquele que consegue transformar relações de dominação- submissão em relação afetivas e quanto maior o sentimento mobilizado, mas se ocultam as diferenças – sejam elas sociais, políticas, acadêmicas ou de qualquer espécie – sem ficar clara a violência perpetrada, parto do princípio de que, no campo das ciências sociais, sobre tudo, nenhuma escolha “de palavras” é ingênua ou neutra”. Bourdieu

A moral contra a liberdade! Resultado: São Vicente e uma guerra não particular

A luta e o debate pelo transporte público foi ocupado capciosamente  por conservadores de direita enrustidos de libertários – com um discurso apartidário – promovem o ódio pelas redes social e incitam uma juventude eufórica que saiu as ruas pela primeira a adotarem um discurso de ódio, e por não estar preparada para as armadilhas políticas, estão aderindo nacionalmente, e a maioria está sendo direcionada indiscutivelmente.

Dizem que a discussão não é ideológica – mas, isso não se sustenta. Tudo há ideologia. Existem ideias em todos os âmbitos da vida – ideias profundas, criticas, rasas, mal organizadas, ou não, a ideologia sempre estará lá.

Outra coisa, acreditar que cooptação e o direcionamento partidário se faz apenas quando o partido lhe apresenta uma cartilha, é ingenuo, porque a forma mais articulada é quando de forma perversa grupos políticos deturpam a pauta e insistem numa contraposição não clara e que ao contrário de pautar liberdade, insere um debate moral que se diz livre, mas hostiliza tudo, uma coisa é ser autônomo, outra é tornar inimigo aquilo que não lhe convém.

É isso o que estamos assistindo, um debate moral totalmente contrário a liberdade! Um debate moral com base nacionalista que atenta contra toda a diversidade de pensamento.

Desta forma, como podemos nortear um horizonte? Impondo ideias? Enaltecendo causas sem antes serem avaliadas? Que incitam um olhar homogeneizador que dita regras, e não se abre à discussão de toda a população, a verdade, a participação popular virou minoria? Nesta luta, a maioria é uma classe social fazendo uma luta individualista que mina toda a perspectiva popular e livre que existia.

Deste modo,duas frentes foram montadas, primeiro; adoção dos símbolos pátrios, segundo; a utilização do arquétipo pícaro VENDETTA. (e este tornou-se insano, pois este personagem fictício jamais usaria uma bandeira, ou atentaria contra a liberdade)

Resultado: São Vicente e uma guerra não particular

A cidade de São Vicente nesta quarta (19) foi um palco de guerra, saques, ônibus queimados, arrastões, depredação, tiros e tudo mais que uma situação de caos pode produzir, o que fortaleceu ainda mais o debate da moral na baixada santista, um debate moral que irá crucifixar a população pobre (QUE TEM FOME) e colocar na conta das esquerdas, principalmente do MPL. Agora vamos ter a lucidez de pensar o seguinte; este foi o maior golpe que o Estado pode promover, pois ele tem ligações com o crime, muitos representantes públicos tem ligação com o crime, inclusive respondem por isso, e derrepente, antes que essa revolta contra o transporte público (mesmo deturpada) começasse a desmascarar a farsa da classe política eleita toda aqui na baxada, o golpe foi aliciar o crime e estimulá-lo a aderir de forma a dividir toda a sociedade e clamar pela paz. O que irá maximizar ainda mais a moralidade, suprimindo a liberdade e o reflexo disso serão criticas mais ferozes contra as pautas propostas pela esquerda.

Neste momento nós perdemos. Até porque muitos “supostos” esquerdistas também começam a debater tudo sobre o prisma da moral. Oportunismo? Canalhice? Ou medo? O que importa agora, e´que aqui na baixada nós que estamos na base perdemos. Perdemos porque não vamos recuar de nosso recorte de classe e de nossa luta contra o Estado.

Manos e minas:

Aquilo que tão chamando de baderna, na época da ditadura era luta pela democracia, por efetivação de direitos! Aqueles que chamam de vândalos, na época da ditadura chamavam de terroristas! Sacaram a grande mentira que querem transformar numa verdade?

Não se deixe enganar, ditadura nunca mais! Viva a liberdade, lutemos por ela, sangremos por ela, só ela importa nesta falsa democracia capitalista, hostilizar alguém por sua bandeira é pura reprodução da moral arcaica que mantém todo este estado de coisas, e o grande culpado é o Estado e seus representantes! Seu símbolos!

Preze pela liberdade, estão roubando suas ideias, sua consciência e sua juventude!

Não se deixe enganar por quem quer fazer manifestação impondo que irá te fotografar, te filmar e te entregar pra polícia!

13 JUNHO 2013 (BR-SP) Movimento Passe Livre: Por que estamos nas ruas

Texto copiado de http://passapalavra.info/2013/06/79001

O modelo de transporte coletivo baseado em concessões para exploração privada e cobrança de tarifa está esgotado. E continuará em crise enquanto o deslocamento urbano seguir a lógica da mercadoria, oposta à noção de direito fundamental para todas e todos.

Essa lógica, cujo norte é o lucro, leva as empresas, com a conivência do poder público, a aumentar repetidamente as tarifas. O aumento faz com que mais usuários do sistema deixem de usá-lo, e, com menos passageiros, as empresas aplicam novos reajustes.

Isso é uma violência contra a maior parte da população, que como evidencia a matéria publicada ontem pelo portal UOL, chega a deixar de se alimentar para pagar a passagem. Calcula-se que são 37 milhões de brasileiros excluídos do sistema de transporte por não ter como pagar. Esse número, já defasado, não surgiu do nada: de 20 em 20 centavos, o transporte se tornou, de acordo com o IBGE, o terceiro maior gasto da família brasileira, retirando da população o direito de se locomover.

População que se desloca na maioria das vezes para trabalhar e que, no entanto, paga quase sozinha essa conta, sem a contribuição dos setores que verdadeiramente se beneficiam dos deslocamentos. Por isso defendemos a tarifa zero, que nada mais é do que uma forma indireta de bancar os custos do sistema, dividindo a conta entre todos, já que todos são beneficiados por ele.

Esse é o contexto que fez surgir o Movimento Passe Livre em diversas cidades do Brasil. Por isso há anos estamos empenhando lutas por melhorias e por outro paradigma de transporte coletivo. Neste momento, em que nos manifestamos em São Paulo pela revogação do aumento nas passagens, milhares protestam no Rio de Janeiro, além de Goiânia, onde a luta obteve vitória, assim como venceram os manifestantes de Porto Alegre há dois meses.

O impacto violento do aumento no bolso da população faz as manifestações extrapolarem os limites do próprio movimento. E as ações violentas da Polícia Militar, acirrando os ânimos e provocando os manifestantes, levaram os protestos a se transformar em uma revolta popular.

O prefeito Fernando Haddad, direto de Paris, ao lado do governador Geraldo Alckmin, exige que o movimento assuma uma responsabilidade que não nos cabe. Não somos nós os que assinam os contratos e determinamos os custos do transporte repassados aos mais pobres. Não somos nós que afirmamos que o aumento está abaixo da inflação sem considerar que, de 1994 para cá, com uma inflação acumulada em 332%, a tarifa deveria custar R$ 2,16 e o metrô, R$ 2,59.

Além disso, perguntamos: e os salários da maior parte da população, acompanharam a inflação?

A discrepância entre o custo do sistema e o quanto, como e quando se cobra por ele evidenciam que as decisões devem estar no campo político, não técnico. É uma questão de escolha: se nossa sociedade decidir que sim, o transporte é um direito e deve estar disponível a todos, sem distinção ou tarifa, então ela achará meios para tal. Isso parcialmente foi feito com a saúde e a educação. Mas sem transporte público, o cidadão vê seu acesso a essas áreas fundamentais limitado. Alguém acharia certo um aluno pagar uma tarifa qualquer antes de entrar em sala de aula? Ou para ser atendido em um posto de saúde?

Haddad não pode fugir de sua responsabilidade e se esconder atrás do bilhete mensal, proposta que beneficiará poucos usuários e aumentará em mais de 50% o subsídio que poderia ser revertido para reduzir a tarifa.

A demanda popular imediata é a revogação do aumento, e é nesses termos que qualquer diálogo deve ser estabelecido. A população já conquistou a revogação do aumento da tarifa em Natal, Porto Alegre e Goiânia. Falta São Paulo.

Pelos militantes do Movimento Passe Livre:
NINA CAPPELLO, 23, estudante de direito da USP,
ERICA DE OLIVEIRA, 22, estudante de história da USP,
DANIEL GUIMARÃES, 29, jornalista, e
RAFAEL SIQUEIRA, 38, professor de música

A baixada santista parou! Manifestação contra aumento da tarifa cresce a cada dia.

1016640_548115075250690_1376963550_nOntem dia (14) cerca de mil pessoas foram às ruas e deram o recado a Piracicabana e a classe inócua política, “se a passagem não baixar a baixada santista toda vai parar”!

Quem duvidou e achou que o movimento não tivesse força, agora deve estar engolindo à seco suas criticas.

O movimento saiu da praça da independência em Santos em direção à cidade de São Vicente seguindo pela orla da praia com intuito de ir apenas até a divisa (da praia) das cidades, já para dar o recado que no próximo ato, São Vicente também será ocupada, pois, a preocupação dos manifestantes é com a questão metropolitana do transporte.

983972_548037775258420_984982196_nA via de acesso entre as cidades de Santos e São Vicente foi bloqueada e por onde as pessoas passavam: aplausos e apoios foram ganhando, além de adeptos na caminhada. Claro que, também muitas pessoas reclamaram pelo congestionamento criado, afinal, muitas pessoas que voltavam do trabalho não entendiam bem o que estava acontecendo, pois, para uma região onde o estado de letargia engendrou a ideia que jamais na baixada ocorreria uma manifestação desta magnitude, até mesmo, por uma questão cultural, evidente que o choque e o espanto são elementos naturais, mas também são formas de questionar e mostrar o tamanho da força que tem a população quando ela está organizada.

Hoje terá mais um ato às 17h e começará na divisa da praia indo em direção ao centro de São Vicente para ocupá-lo e também convidar os vicentinos a juntar-se ao movimento, assim como deixar o recado aos representantes públicos que a população acordou e que a inércia política está com os dias contados, pois, quem não estiver a favor, estará contra, só que, quem manda é a população!

Lutar, criar poder popular!

Parabéns a todos os protagonistas desta caminhada! Tamujunto!

 

Declaração do Promotor Rogério Zagallo pelo face é apenas a ponta de um iceberg fascista chamado Estado.

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Esta declaração demostra claramente uma sociedade de classes, onde quem tem poder conferido pelo Estado, manda. E manda matar! Pergunta: irá acontecer algo com esse promotor? Com certeza não. Isso se ficarmos calados, temos mais é que cobrar punição a este promotor, ou no mínimo um escracho manifesto denunciativo.

Pois, nas mãos do Poder Público com certeza ficará impune. Afinal, segundo justificativa do mesmo, o que ocorreu foi um momento de desabafo pela espera no trânsito, pois seus filhos os esperavam nervosos. Não justifica!

Compreender que ficar preso no trânsito gera estresse é uma coisa, porém isso não limpa a barra de um posicionamento autoritário. Agora, imaginem o que ocorre no distrito deste promotor, quantos casos vão para o arquivo?  E reparem como ele utiliza o pronome possessivo “meu Tribunal”, revelando uma prepotência, pois, refere-se a uma instituição pública como sua propriedade particular.

Entretanto, qual é a novidade oriunda de alguém a serviço deste Estado que não passa de uma máquina de moer gente, mas que tipo de gente? Trabalhador, morador de periferia que acorda às 5h da manhã para pegar ônibus lotado, pagar um valor caríssimo por um serviço público péssimo.

E ainda querem retirar a legitimidade do ódio que leva ao protesto.

Aí vem à mídia oficial dizendo que teve quebradeira, dano ao patrimônio público, violência… desculpe a expressão, mas, “vão à merda!” Divulgar que na manhã de sexta havia gente desaparecida, presa e ferida, e que inclusive segundo nota do MPL até a data de hoje ainda tem gente presa, isso não fazem, e por quê?

Exatamente porque a sociedade está dividida em quem manda e quem obedece, e quando quem obedece se cansa e vai a luta, aí é reprimido, tratado como vândalo e deve morrer.

Alguma dúvida que a polícia e todo o sistema jurídico são aparatos de extermínio da população pobre a serviço do Estado?

Isso comprovou-se na ordem dada pelo promotor; só porque estava nervosinho no trânsito. Ora, como ele acha que estão quem é violentado todos os dias pelos serviços públicos sucateados? É válido lembrar também que é o povo quem paga o salário gordo que garante a ele não precisar pegar o metro, o busão e suportar a violência cotidiana do transporte público e de todos os outros serviços públicos que são uma grande merda.

 Logo abaixo a nota do MPL sobre compas que continuam presos.

No ato contra o aumento da passagem realizado no dia 06/06, houve divulgação de que 15 pessoas foram detidas, dessas, 6 manifestantes foram presos e mantidos na 78ª Delegacia de Polícia. Quatro deles se encontram em liberdade desde sexta-feira pela manhã, mediante o pagamento de fiança, duas no valor de um salário mínimo e duas no valor de 3 mil reais. Parte deste valor foi pago pelas famílias e, em parte, por fundos do Movimento Passe Livre. Outros dois continuam detidos apesar do MPL e da Conlutas terem levantado o dinheiro necessário para a fiança.

Isso se deve a um conjunto de fatos. Primeiramente, ao chegarmos na 78ª DP para pagar as fianças, os mesmos já haviam sido transferidos, para a 2ªDP. Desta forma, tivemos que nos dirigir ao Fórum da Barra Funda, porém não pudemos pagar a fiança pois a documentação da delegacia ainda não havia chegado ao Fórum. Às 18 horas de sexta-feira os papéis finalmente chegaram, mas não havia mais tempo para que as fianças fossem pagas.

Na segunda-feira(10/06)faremos o pagamento da fiança para libertar os presos e os advogados de confiança do MPL irão acompanhar os respectivos processos.

Acreditamos, no entanto, que nenhum destes problemas foi casual: nem a transferência, nem a demora dos documentos, nem os valores das fianças. Todo esse conjunto de empecilhos tem como objetivo atrasar o processo, mantendo os companheiros por mais tempo na cadeia – algo que não pode ser deixado de lado em hipótese alguma. Além disso, contribui para a criminalização de quem luta por uma cidade de e para todas as pessoas.

A ideia do nascituro se baseia em quê? Valores morais religiosos?

Dotar o nascituro de personalidade jurídica com direitos é uma teoria concepcionista totalmente cristã que vem na contra mão de um Estado Laico. E não é uma questão de interpretação meramente semântica, pois, a discussão não é sobre se há várias formas de compreensão da vida, ou do que é considerado vida. Mas sim, que o Estatuto em torno do nascituro, da defesa de células se apoia apenas em valores morais religiosos doutrinários que são crenças particulares de determinados grupos sociais. Um Estado Laico não confessa religião, é plural, diverso e preza pela compreensão e tolerância onde cada grupo social pertencente à sociedade exerce seus direitos professando suar fé na religião que quiser, sem que interfira no bem estar societário.

Agora, quando determinados grupos sociais se sentem prejudicados por determinadas leis, ou sentem a necessidade de alguma, nada mais legitimo que lutar e promover o debate com a sociedade sobre tal assunto, porém, um Estado laico não pauta suas leis por dogmas religiosos, ainda mais quando tal lei representa apenas a decisão de um único grupo que se coloca no direito de decidir por toda a sociedade, isso somente revela arrogância, intolerância, desrespeito e autoritarismo mascarado com uma bandeira hipócrita de proteção à vida, à criança… Que ainda nem existe, mas a mulher sim!

Este Estatuto do Nascituro que foi aprovado na Comissão de Finanças e segue para ser aprovado na Comissão de Justiça a no Plenário, ele é totalmente surreal e perverso, criminaliza a mulher colocando uma pedra sobre o debate do aborto, um debate importantíssimo, pois a quantidade de casos de violência contra a mulher que existe no Brasil de espancamento, estupro, assassinato não é brincadeira. E isso, não está sendo levado em consideração, não há respeito pela mulher nem a analise de quão ridículo ele é, pois na prática, de acordo com o que foi proposto, uma mulher quando for estuprada além de não poder fazer o aborto, ainda terá que conviver com tal criatura desprezível (estuprador) pelo resto da vida, pois, o mesmo terá de pena: pagar pensão, e não duvido que acrescentem direito a visitas aos fins de semana. Absurdo! Imaginem o dano psicológico que um estupro causa para uma mulher e o que causará a ela tendo que conviver com tal situação, é como incentivar a mulher ao suicídio.

E tem mais, obrigar uma mulher a manter uma gravidez de uma criança encefálica, (inflamação no cérebro que levará a criança a óbito após nascer) é outro absurdo! Primeiro: todas essas questões devem ser de autonomia da mulher, ela deve decidir! Segundo: há uma discussão de classe envolvida que temos que considerar, porque aquela mulher que possui poder aquisitivo irá numa clínica de aborto e resolverá o problema, enquanto a mulher periférica estará ferrada! Será ainda mais perseguida do que já é, mais criminalizada, mais desmerecida e continuará morrendo em clinicas clandestinas por omissão de um Estado genocida que negligencia uma questão que é de saúde pública, e se cala diante de um Estatuto policialesco, portanto, mais porrada essa mulher vai levar, porque estará institucionalizado: o nascituro terá mais direitos que ela.

Essa é a afirmação de uma sociedade teocrática de valores patriarcais em que a mulher será punida por todo o mal!

Não podemos aceitar!

Avante mulheres! Chega de cristo em nossos ovários!

Tamujunto!

O machismo no dicionário informal do R7. Qual o significado da palavra ordinária?

feminismoEstava a escrever um texto outro dia (para o blog) e num determinado momento me deparei com a palavra; ordinária, qual utilizaria como adjetivo de algo ruim, fora de ordem e que não cumpre com algo acordado, de modo que, tive a preocupação habitual de ter a interpretação correta, afinal, algumas palavras assumem significados pejorativos em determinado contexto cultural, (também porque não tenho formação em letras) por isso, fui confirmar no dicionário, e o de praxe à quem migrou para a cibercultura: página do google –  digita – qual o significado da palavra ordinária? Ok! Apareceram às opções, cliquei na primeira,  Ordinária – Dicionário inFormal, quando abri o site para confirmar se minha interpretação estava correta, tive a surpresa de encontrar isto como definição:

Mulher que não presta, faz armações tudo por dinheiro e gosta de se exibir para os homens, mais novinhos”.

Exemplo, Aquela ordinária estava louca pra transar com o Paulo.

Continuei a ler o site e ver se eu não estava sendo precipitado em tecer minha opinião, (apesar de que essa duas frases já dizem tudo pra mim) encontrei isso:

Muitas vezes como a definição colocada neste site de um mulher “ordinária” é colocado de tal ordem que passa a ideia que as mulheres ordinárias seriam todas levianas, vagabundas, o que deve ser repudiado, nem todas as mulheres são vagabundas. A sociedade “convencionou” que algo ordinário, ordenada ou de “ordem” não necessariamente deva ser atribuído a todas as mulheres  como sendo vagabundas, rameiras, lasciva, libidinosas, imorais, depravadas etc., seria a coisa de ordem, porém não o é! Assim acho que a colocação da palavra “ordinária” às mulheres que mantem-se numa ordem de boa moral, não necessariamente são extraordinárias. Se a sociedade humana está degradada, não é por causa das mulheres ordinárias, mas sim pelas extraordinárias, que fazem mais na conduta sexual ordinária, para reprodução, a função primária para uma relação sexual. Se agora uma mulher é lasciva, e dá o cu  fornecer o esfíncter de forma passiva e lasciva; entregar o canal do reto para prazer… Como vertido neste dicionário, nem todas o dão!

Olha, confesso; o que está escrito aí em minha opinião é tentar explicar e se lambuzar ainda mais na merda que fez, pra mim não faz sentido toda essa explicação. Não havia porque fazer referência a mulher. Não sou professor, mas se é importante explicar com exemplos, o mais correto seria usar de forma neutra, tipo: “aquela empresa é ordinária” logo, significa que a empresa não é idônea, ou, “as pessoas tiveram uma atitude ordinária na câmara” logo, significa que as pessoas agiram por interesse. E só. Perfeito, certeza que todos entenderiam.

Fiquei indignado… Li e re-li, refleti, não havia outra conclusão! Sabia que as palavras assumem significados pejorativos, devido o momento histórico/cultural, (o que é ruim) mas essa foi demais – explicação de dicionário criminalizando a mulher, reafirmando uma cultura patriarcal e hedionda – nem sei dizer se neste caso, é sutil, pelo menos não pra mim! Pois, fiquei a pensar na quantidade de pessoas que acessam em busca da mesma definição que eu precisava e se deparam com este horror, e com certeza boa parte não percebe, simplesmente assimilam e mais tarde reproduzem essa cultura de inferiorização da mulher de forma natural, legitimando ainda mais uma sociedade em que as mulheres são vistas como seres de subserviência ao homem, que tem que lavar passar, cozinhar, cuidar dos filhos, fazer sexo quando o homem quer… Ou seja, ser sempre a propriedade, a empregada, a culpada, a crucifixada, a compadecida que tem que amar um mundo que a condena.

Absurdo! Lembrei-me de duas amigas que num programa de rádio leram um texto que falava em como os adjetivos quando são utilizados referindo-se a mulher são sempre de forma machista, desprezando a mulher, colocando a sempre como degenerada, corruptora de lares, pervertida, praga da humanidade entre outras deformações.

Aí lembrei que esta é uma briga grande de se travar numa sociedade tão cristã como a nossa, não sou contra nenhum tipo de crença, mas penso que a religião contribui demais para a alienação do povo e para todo esse machismo que vivenciamos hoje.

Na bíblia, por exemplo, conta-se o mito que no iniciou do mundo quem comeu o fruto proibido foi a mulher (Eva), deixando claro, que foi ela quem perverteu o homem (o tal do Adão) e trouxe o pecado para o mundo. Vejam só, além de cultural é algo religioso, pior ainda, porque com a ordem de Deus não se discute – uma boa forma que alguns canalhas inventaram para escravizar as mulheres – e isso perdura e vai determinando a vida – a questão do aborto, tenho certeza que se fosse o homem quem parisse, já estaria legalizado!

Mas em tempos que se faz piada com a lei Maria da Penha, lei que existe devido uma mulher ter ficado paraplégica porque o marido com seu sentimento de posse, além de a espancar durante seis anos, deu um tiro tentando a assassiná-la.

A verdade, é que muita luta ainda há pela frente nesta sociedade patriarcal!

OBS: Fui até o famigerado dicionário “Aurélio” esquecido na estante, e a palavra ordinária refere-se; Substantivo feminino, singular, 1. ao gasto diário, mensal ou anual. 2.Pensão alimentícia. – Enquanto adjetivo: 3. de má qualidade; inferior 4. de baixa condição; baixo, grosseiro.

Era só isso que eu queria, e que até havia lá no site, junto com toda essa droga junto.

Estatuto do Nascituro: a mulher que se foda

Hoje o Estatuto do Nascituro foi aprovado na Comissão de Finanças.

Ainda falta ser aprovado na Comissão de Justiça a no Plenário. Mas não duvido nada que seja. Nunca ouviu falar do Estatuto do Nascituro? Basicamente é o seguinte: um ÓVULO FECUNDADO vai ter mais direitos do que eu, do que a sua mãe, do que a sua irmã e do que a minha filha e todas as outras mulheres do Brasil. Se, digamos, minha filha de nove anos fosse estuprada e engravidasse, não teria direito a fazer um aborto; teria de manter o filho do agressor. Se caso não tivesse recursos para sustentar a criança (!!!), o Estado se responsabilizaria com a apelidada BOLSA ESTUPRO até os 18 anos do filho – isso caso o estuprador não fosse identificado e RESPONSABILIZADO. Aborto de anencéfalo? Esquece. Risco de vida pra mãe? Foda-se a mãe. Trauma? Foda-se a mãe.

O aborto ilegal já causa 22% das mortes maternas. Com essa monstruosidade aprovada, é provável que esse número dobre, triplique. Criminalizar o aborto não é solução. Já falei sobre isso aqui.

Mas isso é muito, muito pior. Até o “aborto culposo” querem inventar. Sabe homicídio culposo, onde a pessoa não tem a intenção de matar? Então. Vai ser a mesma coisa se a mulher abortar acidentalmente. Ela será investigada. Imagina só perder um filho e ainda ser suspeita disso?

Se a mãe correr risco de vida e precisar de um tratamento que coloque em perigo a vida do feto, ela será proibida de se tratar. Afinal, a vida de um amontoado de células que ainda não nasceu, não tem personalidade, não tem consciência, é evidentemente mais importante do que a de uma mulher formada.

Vejamos alguns dos artigos dessa aberração:

Art.1º Esta lei dispõe sobre a proteção integral ao nascituro.

O embrião, você quer dizer. O amontoado de células.

Art. 2º Nascituro é o ser humano concebido, mas ainda não nascido.

Pff.

Parágrafo único. O conceito de nascituro inclui os seres humanos concebidos “in vitro”, os produzidos através de clonagem ou por outro meio científica e eticamente aceito.

 Quer dizer, ATÉ UM CLONE é mais importante do que a vida da mãe.

Art. 4º É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar ao nascituro, com absoluta prioridade, a expectativa do direito à vida, à saúde, à alimentação, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar, além de colocá-lo a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

SENHORES, NÃO SEI SE VOCÊ SABEM, MAS ELE AINDA NÃO NASCEU.

Art. 9º É vedado ao Estado e aos particulares discriminar o nascituro, privando-o da expectativa de algum direito, em razão do sexo, da idade, da etnia, da origem, da deficiência física ou mental ou da probalidade de sobrevida.

E a mãe que se foda.

Art. 10º O nascituro deficiente terá à sua disposição todos os meios terapêuticos e profiláticos existentes para prevenir, reparar ou minimizar sua deficiências, haja ou não expectativa de sobrevida extra-uterina.

E a mãe que se foda, depois de ter passado uma gestação inteira sabendo que o filho não sobreviveria.

Art. 13 O nascituro concebido em um ato de violência sexual não sofrerá qualquer discriminação ou restrição de direitos, assegurandolhe, ainda, os seguintes:

I – direito prioritário à assistência pré-natal, com acompanhamento psicológico da gestante;

II – direito a pensão alimentícia equivalente a 1 (um) salário mínimo, até que complete dezoito anos;

III – direito prioritário à adoção, caso a mãe não queira assumir a criança após o nascimento.

Parágrafo único. Se for identificado o genitor, será ele o responsável pela pensão alimentícia a que se refere o inciso II deste artigo; se não for identificado, ou se for insolvente, a obrigação recairá sobre o Estado.

 Quer dizer: se uma menina for estuprada pelo próprio pai e engravidar, ela vai ter que carregar o filho/irmão, parir, criar e ainda ter que lidar com o pai de ambos, ou colocar o filho para adoção, como se os orfanatos fossem lugares bacanérrimos, como se o processo de adoção fosse algo fácil, como se isso tudo tivesse alguma conexão com a realidade. Se uma mulher for estuprada por desconhecido, até parece que vão caçar o cara para que ele dê pensão. Não sei o que é pior, o Estado oferecer a pensão ou sugerirem que o ESTUPRADOR pague pensão. Ele deveria estar preso, não deveria? Se encontrado, o estuprador não seria preso, mas obrigado a sustentar um filho? Vão querer visita obrigatória também? É completamente fora da realidade. Completamente. É de uma falta de empatia que eu nunca vi nessa vida. Obrigar uma mulher a carregar o fruto de uma violência é acabar com a vida dela. Ou seja, mais uma vez: FODA-SE A MÃE.

É basicamente isso que diz o Estatuto do Nascituro: foda-se a mãe, foda-se a mulher que sofreu violência, foda-se a vida delas. O que importa é a vida que foi gerada.

E isso é baseado em que, mesmo?

Crenças. Crenças de que DEUS mandou essa vida. Gente, olha só, eu sou atéia, eu não tenho DEUS ALGUM. Se você tem um deus e ele não quer que você aborte, apenas NÃO ABORTE. Mas tire as suas idéias, as suas crenças e essa violência toda do corpo das outras mulheres. Das mulheres. De todas as mulheres.

O Estado não pode mandar em nossos corpos.

Aqui tem um post da Lola a respeito.

Aqui tem um do queridíssimo Pedro Munhoz.

E aqui tem essa MONSTRUOSIDADE na íntegra.

Não podemos aceitar. Não podemos nos calar. Não podemos deixar que os fundamentalistas religiosos tomem assim esse país.

O

ESTADO

DEVE

SER

LAICO.

Se não lutarmos por isso, se não fizermos barulho, retrocederemos mais e mais e mais até, sei lá, não podermos usar energia elétrica ou remédios.

Conto com vocês pra fazer um escarcéu.

Fonte: Clara Averbuck