Virada Ilegal Santos

Post de origem Virada Ilegal

Com a intenção de agrupar representantes da música underground da Baixada Santista, os produtores da festa Futuráfrica organizarão a I Virada Ilegal de Santos.

Paralela à Virada Cultural Paulista, que acontece nos dias 14 e 15 de maio, a I Virada Ilegal é uma alternativa à programação do evento na cidade.

Pois, se hoje temos a cena underground desfacelada, por isso, o objetivo deste encontro é valorizar aqueles que continuam uma produção musical rica, mas, esquecida.

Rock, Punk Rock, Harcore, Rap, Dub, intervenções artísticas e outras atividades acontecerão no “Terreiro Digital”, nome dado ao espaço (estacionamento) onde aconteceram as últimas festas da Futuráfrica, no centro de Santos.

O termo Ilegal não vem à toa. É uma provocação por não estar dentro do cronograma oficial da Virada Paulista, ou seja, flerta com a transgressão dos ditames culturais vigentes.

A entrada será gratuita.  Sábado, 14 de Maio às 16:00 – 15/5 às 7:00

” Terreiro Digital “

Estacionamento da João Pessoa – Av. João Pessoa, 233 – Centro – Santos/ SP

E no caso de chuva, não haverá o evento.

A programação das bandas segue abaixo:

14 de maio de 2011

16h – 21h

– Coletivo Valsa

– Avalanche

– Pulmonar

– Soul Mate

– TxHxPx

– Mixtape

21h – 23h

– Dj Beto Machado

– Emerson Tripah

– Pamelloza

23h – 02h

– Big Nitrons

– Secilians Sound System

– Reggay 420

– Rei do Coito (Coletivo Action)

2h – 03h30

– Projeto Raiz (Gui Ganja set)

– Baka (Projeto dá um tempo)

– Futuráfrica Sound System

03h30 – 5h

– Sidarta

-Moscoow

– Vapaa

5h – 6h

– Chiapas Livre

– Esquadrão do Preto Velho

6h – ALVORADA:

– Batucada Afrofuturista

Maconha pra fumar televisão.

A maconha é uma droga ilegal mais consumida do mundo. No entanto, alguns estudos tem mostrado que a maconha pode ser utilizada para fins medicinais. Será? O fato é que a discussão a respeito da discriminação tem crescido nas últimas décadas, mas a pergunta aqui é, maconha vicia? E a televisão?

Ouça a matéria e saiba o que as pessoas pensam a respeito deste assunto:

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#Antiquário: cultura é solução sim!

A cultura adquire formas diversas através do tempo e do espaço. Essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade. Fonte de intercâmbios, de inovação e de criatividade, a diversidade cultural é  para o gênero humano, tão necessária como a diversidade biológica para a natureza. Nesse sentido, constitui o patrimônio comum da humanidade e deve ser reconhecida e consolidada em beneficio das gerações presentes e futuras. (parte textual da declaração da Unesco sobre  cultura)

Por isso

Resgatar a memória cultural de um povo é fundamental para a construção de identidade e para fomentar também novas formas de produção cultural e intelectual.

Neste sentido o programa Antiquário vem ativamente cumprindo o seu papel de fortalecer a cultura da música popular brasileira.

Apresentado por Alex Silva o programa tem o objetivo de ser um revival de grandes obras que estão empoeiradas no báu do esquecimento.

Ouça matéria:

#Antiquário – Nara Leão

Capixaba filha de Jairo Leão e Altina Lofego Leão, Nara Lofego Leão Diegues mudou-se para o Rio de Janeiro com apenas um ano de idade, com os pais e sua irmã jornalista Danuza Leão.

Aos 14 anos no ano de 1956 Nara Leão resolveu estudar violão na academia de Carlos Lyra e Roberto Menescal, essa academia funcionava em um quarto-e-sala na rua Sá Ferreira no bairro de Copacabana. Mais tarde a Musa da Bossa Nova tornou-se professora da academia.

Sua estréia profissional se deu ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra na comédia Pobre Menina Rica (1963). O título de Musa da Bossa Nova lhe foi creditado pelo cronista Sergio Porto, a sua consagração efetiva se deu após o movimento militar de 1964 com a apresentação do espetáculo Opinião, ao lado de João do Vale e Ze Kéti, esse espetáculo é uma critica social à dura repressão imposta pelo regime militar. Maria Bethania, por sua vez a substituiria no ano seguinte, interpretando Carcará, pois Nara precisara se afastar por estar afônica.

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Nara Leão passa a mudar o com o tempo suas preferências musicais, de Musa da Bossa Nova vem a ser simpatizante dos Centros Populares de Cultura da UNE tocando músicas de protesto. Embora os CPC’s já tivessem sido extintos pela ditadura, em 1964, o espetáculo Opinião tem forte influência do espírito cepecista. Em 1966, interpretou a canção A Banda, de Chico Buarque no Festival de Música Popular Brasileira (TV Record ), que ganhou o festival e público brasileiro.

Dentre as suas interpretações mais conhecidas, destacam-se O barquinho,A Banda e Com Açúcar e com Afeto – feita a seu pedido por Chico Buarque, cantor e compositor a quem homenagearia nesse disco homônimo, lançado em 1980.

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Nara também aderiu ao movimento tropicalista, tendo participado do disco-manifesto do movimento – Tropicália ou Panis et Circensis, lançado pela Philips em 1968e disponível hoje em CD.

Após passar três anos em Paris, refugiou-se dos holofotes. Cuidou de sua vida particular, estudou Psicologia na PUC, e só voltou pra valer à carreira quando se viu doente e sem possibilidades de estudar.

Nos últimos anos, levou ao mundo a Bossa Nova em sua voz doce e emocionada. Quando morreu, na manhã de 7 de junho de 1989, deixou pronto um disco de versões dos clássicos americanos que embalaram sua adolescência nos musicais exibidos pelo Cinema Metro Copacabana. A capricorniana nascida em 19 de janeiro de 1942 em Vitória, ES, nos deixou aos 47 anos com marca registrada de seu signo: o retorno à juventude, fechando o ciclo da vida.

Acompanhe no link o que rolou nesse #Antiquário

#Antiquário – Maria Bethania

Filha de Dona Canô e de Seu Zezinho nasceu no dia 18 de Junho de 1946, na cidade de Santo Amaro da Purificação no estado da Bahia, conhecida pela alcunha de “Abelha Rainha” tem mais de 30 discos gravados e mais de 26 milhões de cópias vendidas, irmã caçula de Caetano Veloso. No Antiquário dessa semana, estamos falando nada mais nada menos de Maria Bethania, considerada uma das maiores intérpretes da Música Popular Brasileira.

A tão conhecida “Abelha Rainha” sonhava em ser atriz mais o dom pela música corria mais em suas veias. Em 1964, acompanhada de músicos iniciantes como seu irmão Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé montaram o espetáculo Nós Por Exemplo, em Salvador. Bethânia tinha apenas 19 anos quando recebeu de Augusto Boal um convite para substituir Nara Leão no antológico espetáculo Opinião, no Rio de Janeiro. Logo na primeira apresentação, a baiana arrebatou a platéia carioca interpretando Carcará, de João do Vale e José Cândido.

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Maria Bethania também foi idealizadora e integrante do grupo Doces Bárbaros banda com influencias da cultura hippie, lançou um disco homônimo juntamente com os amigos Gilberto Gil, Gal Costa e Caetano Veloso. Esse disco foi considerado uma obra prima, apesar disto, na época do lançamento (1976) foi um album duramente criticado.


 

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Na decada de 80 Maria Bethania, Elis Regina, Fafá de Belem, Marina Lima, Simone, Rita Lee, Joanna e Zezé Motta participaram do especialMulher 80 na Rede Globo, programa esse que exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo a temática era a discussão do papel feminino na sociedade.

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Maria Bethania foi a primeira cantora brasileira a vender mais de um milhão de cópias em um único disco Álibi em (78), disco esse que contou com a participações de Alcione, Gal Costa, na faixa “O meu amor e Sonho meu”

Em 2006 Bethania foi grande vencedora do Prêmio Tim ( antigo Prêmio Sharp) de música onde conquistou três títulos: Melhor Cantora, Melhor Disco (“Que falta você me faz” um tributo a Vinícius de Morais) e Melhor DVD (“Tempo tempo tempo tempo”, um comemorativo dos quarenta anos de carreira)

Em 2009 lança o consagrado DVD “Dentro do Mar tem Rio, esse show foi gravado nos dias 7 e 8 de Dezembro de 2007 na cidade de São Paulo, com direção de Andrucha Waddington

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Em março de 2011, a cantora se viu em meio a uma polêmica, por lhe haver sido concedida a quantia de R$ 1,3 milhão, pelo Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet, para a produção de um blog na internet. Tal concessão provocou uma significativa onda de protestos pelo site de relacionamentos twitter. O evento também jogou luz sobre a discussão acerca da legitimidade da Lei Rouanet, haja vista que a quantia, sendo abatida integralmente do imposto, não deixa de ser recurso público, o que na prática significa uma curadoria com dinheiro público sob responsabilidade de empresas privadas, o que também abre caminho para atividades pouco éticas por parte dos proponentes, artistas e do próprio Ministério da Cultura.  Clique no link e confira como foi esse programa #Antiquário.

#Antiquário – Jovelina Perola

Por: http://somnegro.wordpress.com/

Revelada tardiamente, estreou em disco em 1985, na coletânea “Raça Brasileira” com dois pagodes clássicos: “Bagaço da Laranja” e “Feirinha da Pavuna”. Herdeira natural de Clementina de Jesus na dinastia das grandes vozes femininas do samba, foi uma das peças importantes da condução do samba de fundo de quintal e do pagode para a linha de frente da MPB, ao lado de Zeca Pagodinho, Almir Guineto e o Grupo Fundo de Quintal. Pastora do Império Serrano, foi alçada ao estrelato depois da estréia, gravando cinco discos entre 1986 e 89, conquistando até um Disco de Platina. Seu último disco, “Samba Guerreira”, foi lançado em 1996. Entre seus maiores sucessos estão “Amigos Chegados” (Arlindo Cruz/ Luizinho), “Luz do repente” (A. Cruz), “Feirinha da Pavuna”, “Bagaço da Laranja” (com Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz), “Garota Zona Sul” (Guará).
A voz amarfanhada da pagodeira Jovelina Pérola Negra (1944-1998) tem estirpe e a coloca entre as grandes damas do samba, de Clementina de Jesus a D. Ivone Lara. Ex-empregada doméstica como Clementina, Jovelina Faria Belfort desfilava na ala das baianas do Império Serrano e ficou conhecida como partideira animando o Botequim da escola da Serrinha ao lado de Roberto Ribeiro e Jorginho do Império. Em 1985 escalou o pau-de-sebo (disco de diversos intérpretes iniciantes que serve como teste de popularidade) que projetou Zeca Pagodinho, entre outros. Embora em menor proporção que o colega, ela também estourou no mercado. Essa antologia empilha os melhores momentos (registrados no selo RGE) de uma carreira cortada subitamente por um enfarte dez anos atrás.

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No repertório de raiz , centrado no partido alto dos fundos de quintal movido a banjo e tantã, há desde outro sambista precocemente falecido, o Guará de Sorriso Aberto e Sonho Juvenil ao Nei Lopes de Camarão com Chuchu, o Mauro Diniz (filho de Monarco) de Malandro Também Chora e Passarinheiro Fanfarrão (com Monarco e Ratinho). Outros especialistas no estilo desalinhado do pagode (que punkiou o samba dos 80) entram na divisão esperta e bem humorada da autora de Feirinha da Pavuna e Peruca de Touro (com Carlito Cavalcanti) como Adilson Bispo (Confusão na Horta, com Zé Roberto e Simões PQD) e o Beto Sem Braço de Menina Você Bebeu, com Acyr Marques e o mesmo Arlindo Cruz (cuja mãe na época comandava um fundo de quintal básico em Cascadura) do clássico Bagaço da Laranja, que a cantora divide no gogó com o co-autor Zeca Pagodinho. O suprassumo do pagode na voz de sua diva sem pedestal. (Tárik de Souza)

Esse #Antiquário foi exibido no dia 19/03/2011, clique no link e confira

#Antiquário – Clara Nunes

Clara Nunes, nasceu no interior de Minas Gerais no distrito de Cedro hoje a cidade foi emancipada com o nome de Caetanópolis, lá viveu até os 16 anos. Seu pai era conhecido como Mané Serrador, trabalhava na fábrica de tecidos Cedro & Cachoeira partcipava das festas de Folia de Reis. Clara Nunes perde seu pai em 1944 logo depois fica orfã de mãe e acaba sendo criada por sua irmã Dindinha ( Maria Gonçalves) e o seu irmão ( Zé Chilau). Clara, participava de aulas de catecismo na matriz da Cruzada Eucarística, la cantava ladainhas em latim no coro da igreja.

Em 1960, já com o nome de Clara Nunes e ainda como tecelã, ela venceu a etapa mineira do concurso “A Voz de Ouro ABC”, com a música “Serenata do Adeus”, composta por Vinicius de Moraes e gravada anteriormente por Elizeth Cardoso. Na final nacional do concurso realizada em São Paulo, Clara Nunes obteve o terceiro com a canção “Só Adeus” (de Jair Amorim e Evaldo Gouveia).

Naquela época se apresentou na TV no programa da Hebe Camargo em Belo Horizonte. Em 1963, Clara ganhou um programa exclusivo na TV Itacolomi, chamado “Clara Nunes Apresenta” esse programa foi ao ar por um ano e meio. Nesse programa se apresentavam artistas de reconhecimento nacional como por exemplo Altemar Dutra e Ângela Maria.

No ano seguinte, Clara foi contratada por esta gravadora, a primeira e a única em toda a sua vida. Naquele mesmo ano, foi lançado o primeiro LP oficial da cantora, “A Voz Adorável de Clara Nunes”. Por insistência da gravadora para que ela interpretasse músicas românticas, Clara apresentou neste álbum um repertório de boleros e sambas-canções, mas o LP foi um fracasso comercial. Em 1968, Clara Nunes gravou “Você Passa e Eu Acho Graça”, seu segundo disco na carreira e o primeiro onde cantaria sambas. A faixa-título (de Ataulfo Alves e Carlos Imperial) foi seu primeiro grande sucesso radiofônico.

Afirmação do Samba

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Em 1970, Clara Nunes se apresentou em Luanda, capital angolana, em convite de Ivon Curi. No ano seguinte, a cantora gravou seu quarto LP, no qual interpretou e “É Baiana” (de Fabrício da Silva, Baianinho, Ênio Santos Ribeiro e Miguel Pancrácio), música que obteve considerável sucesso no carnaval de 1971, e “Ilu Ayê”, samba-enredo da Portela (de autoria de Norival Reis e Silvestre Davi da Silva). Na capa do álbum, a cantora mineira fez um permanente nos cabelos pintados de vermelho e passou a partir daí a se vestir com roupas que remetiam às religiões afro-brasileiras.

Em 1972, Clara se firmou como cantora de samba com o lançamento do álbum “Clara Clarice Clara”. Com arranjos e orquestrações do maestro Lindolfo Gaya e com músicos como o violonista Jorge da Portela e Carlinhos do Cavaco, o disco teve como grandes destaques as canções “Seca do Nordeste” (um samba-enredo da escola de samba Tupi de Brás de Pina), “Morena do Mar” (de Dorival Caymmi), “Vendedor de Caranguejo” (de Gordurinha), “Tributo aos Orixás” (de Mauro Duarte, Noca e Rubem Tavares) e a faixa-título “Clara Clarice Clara” (de Caetano Veloso e Capinam. Ainda naquele ano, Clara Nunes se apresentou no “Festival de Música de Juiz de Fora” e gravou um compacto simples da música “Tristeza, Pé no Chão” (de Armando Fernandes), que vendeu mais de 100 mil cópias.

Morte Polemica

Em 5 de Março de 1983, Clara Nunes se submeteu a uma aparentemente simples cirurgia de varizes, mas a cantora acabou tendo uma reação alérgica a um componente do anestésico. Clara sofreu uma parada cardíaca e permaneceu durante 28 dias internada na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro. Neste ínterim, a cantora foi vítima de uma série de especulações que circulavam na mídia sobre sua internação, entre elas “inseminação artificial, aborto, tentativa de suicídio, surra de seu marido Paulo César Pinheiro”,[6] em episódio semelhante ao ocorrido na morte de Elis Regina, no ano anterior.

Na madrugada de 2 de abril de 1983 – um Sábado de Aleluia -, Clara Nunes entrou oficialmente em óbito aos 39 anos de idade, vítima de um choque anafilático. A sindicância aberta pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro na época foi arquivada, o que geraria por muitos anos suspeitas sobre as causas da morte da cantora. O corpo da cantora foi velado por mais de 50 mil pessoas na quadra da escola de samba Portela. O sepultamento no Cemitério São João Batista foi acompanhado por uma multidão de fãs e amigos. Em sua homenagem, a rua em Madureira onde fica a sede da Portela, sua escola de coração, recebeu seu nome.

Confira no link como foi o Programa #Antiquário dessa semana apresentado por Alex Silva e Ornella Rodrigues

Trupe Olho da Rua leva o teatro à praça pública

Há oito anos a Trupe Olho da Rua leva o teatro para as praças públicas da Baixada Santista, no litoral de São Paulo. O trabalho, que já tem rendido bons frutos, também enfatiza a importância política, na medida em que são ocupados os espaços públicos das cidades.

Surgido em Santos, o grupo começou a ser formado como um grupo de estudos das tradições populares da cultura brasileira, como o circo mambembe. Como conta o ator Caio Martinez, no início não havia a preocupação política com o fato de se levar o teatro às ruas. “No ano seguinte já começamos a ver a importância e a força de se ocupar o espaço público. Percebemos que, com ações como essa, a cidade passa a redimensionar os espaços como vivos, e não apenas locais de passagem”, conta.

De início, como lembra Caio, os locais de apresentação se resumiam ao centro urbano, onde estão os trabalhadores, e aos espaços turísticos, como a orla da praia, locais em que o público já conta com manifestações culturais e de entretenimento. Em seguida, porém, o grupo começou a procurar os espaços públicos de bairros descentralizados, de periferia, em geral não habituados a receber apresentações culturais. “Víamos naqueles locais um descaso do poder público, como sempre houve, e iniciamos um diálogo com as comunidades, como sociedades de melhoramentos, agremiações, ONGs, sindicatos, para que pudéssemos mostrar nosso trabalho”. Ao longo dos anos foram feitas parcerias com órgãos como Movimento dos Sem Terra (MST), sindicatos de classes como bancários, metalúrgicos e trabalhadores portuários, entre outros.

A natureza e a consciência do trabalho da trupe fez com que eles tivessem um posicionamento bem claro em não solicitar ao poder público permissão para ocupar as praças de Santos. “Pedir permissão seria reconhecer que o poder público é dono dos espaços”, diz Caio. Em 2004, no entanto, houve um problema: no meio de uma apresentação, a polícia interveio e ameaçou interromper o espetáculo, alegando que não havia permissão para a utilização daquele local, no Gonzaga, bairro nobre de Santos. A apresentação continuou porque o público, de cerca de 150 pessoas, “comprou a briga” e disse que não havia problemas no fato do grupo se apresentar ali. O episódio chamou a atenção da Câmara dos Vereadores, e a partir daí a Trupe Olho da Rua passou a ter maior diálogo com a prefeitura.

Com o início pedindo “grana no chapéu” para ajudar nas despesas do grupo, depois de três anos a trupe se profissionalizou juridicamente, o que possibilitou a inscrição de projetos em editais, bem como a contratação de apresentações do grupo. Fora isso, os integrantes da trupe dão aula de artes cênicas, o que permite que, atualmente, eles possam viver do teatro. “Mantemos nosso posicionamento em não encarar o trabalho com fins comerciais. O fato de cada um ter seu emprego, dando aula, também ajuda nesse sentido”, conta Caio.

O engajamento político da trupe é uma constante nos grupos de teatro de rua. A trupe participa do Movimento de Teatro de Rua de São Paulo e da Rede Brasileira de Teatro de Rua, única organização de grupos de teatro a nível nacional. Como conta Caio Martinez, “depois do período da ditadura e da onda neoliberal, os grupos perderam um pouco da organização. Agora o movimento teatral está se fortalecendo, fazendo pressão para a conquista de políticas públicas”.

No início de 2011, a trupe realizou a II Mostra de Teatro Olho da Rua, com apresentações em locais turísticos e na periferia de Santos. O festival trouxe grupos de várias cidades de São Paulo, e também de outros estados. Patrocinado pela Funarte (Governo Federal) e prefeitura de Santos, a mostra é só um exemplo das dificuldades que até hoje os grupos passam: o dinheiro da Funarte, que deveria chegar em outubro do ano passado, não havia sido depositado até o fim da mostra. “Mesmo assim os grupos participaram, porque sabem como funciona o poder público”, conta Caio.

Dificuldades à parte, o trabalho da Trupe Olho da Rua rendeu um grande reconhecimento: a Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) concedeu prêmio na categoria Grupo Revelação de 2010. E o trabalho da trupe em Santos já ajudou na formação de outros dois grupos de rua na cidade. “A população é ávida por teatro, e a cidade é um grande palco a céu aberto”, considera Caio.

O blog do grupo é www.trupeolhodarua.blogspot.com

Cultura Break: instrumento de manifesto fundamental e providencial para a juventude periférica.

O Break como qualquer outra manifestação artística oriunda das ruas, sofreu preconceitos e acabou sendo inicialmente marginalizado. Mas mesmo com chutes na perna e geral da polícia, muitos guerreiros e guerreiras continuaram em pé mostrando que essa forma de se expressar por meio da dança, além de ser uma cultura legitima e muita rica pela originalidade e criatividade, tem muito de positivo a contribuir com a sociedade.

Início

A cultura Break surgiu inicialmente em Nova Iorque (E.U.A) nos bairros pobres onde moravam negros e imigrantes latinos, mais conhecidos como guetos, esses bairros periféricos eram carentes de educação, segurança, cultura e espaços de lazer.

Frente ao caos é certo dizer que:

É nestes momentos que surgem pessoas cheias de criatividade que fazem daquilo que lhes faltam, armas para garantir a sobrevivência.

Assim…

Eis que surgem jovens que começaram a promover festas de rua misturando dança e música, inicialmente isso acabou fazendo surgir as gangues de rua que disputavam territórios, mas conforme o movimento foi crescendo e influenciados pelos latinos vindo da Jamaica, a música regaae acabou trazendo teor político para as letras e com o tempo essa galera começou a utilizar a poesia, a dança, a música e a pintura para discutirem sua realidade. Daí surgiria à cultura Hip Hop.

Com isso,

“As gangues foram encontrando naquelas novas formas de arte uma maneira de canalizar a violência em que viviam submersas, e passaram a freqüentar as festas e dançar break, competir com passos de dança e não mais com armas. Essa foi a proposta de Afrika Bambaataa, considerado hoje o padrinho da cultura hip-hop, o idealizador da junção dos elementos, criador do termo hip-hop e por anos tido como “master of records” (mestre dos discos), por sua vasta coleção de discos de vinil.” WIKIPÉDIA

No Brasil

Na década de oitenta a cultura Hip Hop encontrou ambiente favorável para fincar raízes no Brasil, precisamente em São Paulo na Rua 24 de maio e no metro São Bento, onde grupos de jovens de diversas partes da periferia de São Paulo se encontravam para dançar, cantar e discutir suas realidades.

Hoje, o movimento não é visto com olhares de preconceito como antes, a cultura Hip Hop ganhou respeito e espalhou-se pelo país inteiro. Mas a realidade ainda continua problemática, por isso o seu papel enquanto instrumento de manifesto é tão fundamental e providencial para a juventude periférica.

Confira a matéria com o grupo Break Dance da Baixada Santista:

#Antiquário – Cassia Eller

Cássia Rejane Eller a eterna garotinha teve seu interesse pela música aos 14 anos quando ganhou seu primeiro violão de presente. Fã incondicional dos Beatles aos 18 anos Cássia chegou a Brasília cantou em coral, fez testes para musicais, trabalhou em duas óperas como corista, além de se apresentar como cantora de um grupo de forró. Cássia Eller também fez parte por dois anos do primeiro trio elétrico de Brasília denominado Massa Real, tocou surdo em um grupo de samba. Cássia Eller despontou no mundo artístico no ano de 1981 ao participar de um espetáculo de Oswaldo Montenegro.

Era conhecida pelo seu ecletismo musical, interpretou canções de grandes compositores do rock como Cazuza, Renato Russo, alem de artistas da MPB como Caetano Veloso, Chico Buarque, passeou pelos sambas de Riachão interpretou obras de Arrigo Barnabé e Wally Salomão e os rocks clássicos de Jimi Hendrix, Rita Lee, Beatles, John Lennon, Nirvana e o pop do seu eterno amigo Nando Reis.

Teve uma trajetória musical muito importante, embora curta, com algo em torno de dez álbuns em doze anos de carreira. Cássia Eller sempre teve uma presença de palco bastante intensa, assumia a preferência por álbuns gravados ao vivo e ela era convidada constantemente para participações especiais e interpretações sob encomenda, singulares, personalizadas.

Era homossexual assumida e morava com a parceira Maria Eugênia Vieira Martins, com a qual criava o filho Francisco (chamado carinhosamente de Chicão).

Apesar de se assumir ser lésbica, ela teve seu filho com o baixista Tavinho Fialho. Ele faleceu em um acidente de carro meses antes do nascimento de Francisco. Maria ficou responsável pela criação do filho de Cássia após a morte de sua companheira.

Confira no link como foi essa grande homenagem a Cassia Eller com a banda Lotus no  Programa Antiquário

#Antiquário – Mercedes Sosa

Neste último sábado dia 26/03 o Programa Antiquário prestou uma homenagem a Mercedes Sosa. Saiba um pouco mais sobre essa mulher Latina incrível.

A Voz dos “sem voz”

Haydée Mercedes Sosa nasceu no dia 09 de julho de 1935 na cidade de San Miguel de Tucumán na Argentina. Mercedes Sosa tinha raízes na música folclórica argentina, Sosa se tornou uma das grandes expoentes do Movimento conhecido como “Nueva Canción”. Foi apelidada de La Negrapelos fãs devido à ascendência ameríndia (no exterior acreditava-se erroneamente que era devido a seus longos cabelos negros), Mercedes Sosa ficou conhecida como a voz dos “sem voz”.

La Negra nasceu no dia da Declaração da Independência da Argentina, e na mesma cidade onde foi assinada, Mercedes sempre foi patriota. Afirmou inúmeras vezes que “pátria só temos uma”. Foi também uma árdua defensora do Pan-americanismo e da integração dos povos da América Latina.

Inicio da Carreira

Em 1959 grava seu primeiro álbum, intitulado La voz de la zafra. Em seguida, uma performance no Festival Folclórico Nacional faz com que se torne conhecida entre os povos indígenas de seu país. Sosa e seu primeiro marido, Manuel Óscar Matus, com quem teve um filho, são peças chave no movimento musical da década de 1960 conhecido como nueva canción. Em 1965 lançou o aclamado Canciones con fundamiento, uma compilação de músicas folclóricas da Argentina. Em 1967 faz uma turnê pelos Estados Unidos e pela Europa e obtém êxito internacional. Em 1970 grava Cantata SudamericanaMujeres Argentinas com o compositor Ariel Ramirez e o letrista Felix Luna. Em1971 grava um tributo à cantora e compositora chilena Violeta Parra, ajudando a popularizar a canção “Gracias a la vida”. Mais tarde grava um álbum em homenagem a Atahualpa Yupanqui.

Nos anos seguintes, Sosa interpreta um vasto repertório de estilos latino-americanos, gravando tanto com artistas argentinos como León GiecoCharly GarcíaRodolfo MederosFito Páez, quanto com internacionais como Chico BuarqueMilton Nascimento,Caetano VelosoGal CostaStingAndrea BocelliLuciano PavarottiJoan BaezSilvio RodríguezPablo Milanés.

Ativismo e luta

Sua preocupação sociopolítica refletia-se no repertório que interpretava, tendo sido uma das grandes expoentes da Nueva canción, movimento musical com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas marcado por uma ideologia de rechaço ao imperialismo norte-americano, ao consumismo e às desigualdade sociais.

Após a ascensão da junta militar do general Jorge Videla, que depôs a presidente Isabelita Perón em 1976, a atmosfera na Argentina tornou-se cada vez mais opressiva. Sosa, que era uma conhecida ativista do peronismo de esquerda, foi revistada e presa no palco durante um concerto em La Plata em 1979, assim como seu público. Banida em seu próprio país, ela se refugiou em Paris e depois em Madri. Seu segundo marido morreu um pouco antes do exílio, em 1978.

Sosa retornou à Argentina em 1982, vários meses antes do colapso do regime ditatorial como resultado da fracassada guerra das Malvinas, e deu uma série de shows no Teatro Colón em Buenos Aires, onde convidou muitos colegas jovens para dividir o palco com ela. Um álbum duplo com as gravações dessas performances logo se tornou um sucesso de vendas. Nos anos seguintes, Sosa continuou a fazer turnês pela Argentina e pelo exterior, cantando em lugares como o Lincoln Center, o Carnegie Hall e o Teatro Mogador.O repertório de Sosa continuou a ampliar, tendo gravado um dueto com a sambista Beth Carvalho, intitulado “So le pido a Dios”, cada uma cantando em seu idioma. Em 1981gravou o sucesso “Años” com o cantor cearense Fagner. Seu último álbum, Cantora, traz duetos com artistas que são referência na música latino-americana.

Se vc quiser ouvir como foi este programa clique aqui que contou com Nilza Loschiavo cantando ao vivo

Vozes do Gueto: Comunicação Comunitária de responsa!

Segundo os teóricos,  a comunicação foi tão importante para a humanidade quanto a escrita. Pois foi por meio dela que o ser humano começou a desenvolver o processo de construção de significados, o que permitiu partilhar com outros indivíduos elementos de comportamento e de entendimento comum que garantisse a sobrevivência na terra.

Pensando a partir dessa análise podemos perceber o quanto a comunicação exerce um papel fundamental para contribuir com o desenvolvimento da sociedade. Infelizmente ao que parece está faltando comunicadores que possam exercer um papel responsável em produzir informação colaborativa para o bem estar social, hoje fazer comunicação é vender mercadoria, fazer espetáculo e por aí vai, quando não for pelego.

Mas, nem tudo está perdido, ainda existem comunicadores compromissados.

Confira a matéria a seguir e conheça um pouco sobre  o Mano Zé Elias Radialista Comunitário de responsa, apresentador do programa Vozes do Gueto.

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Música de caráter militante

Que tipo de música você ouve? Música para relaxar ou para militar?

Oras, mas o que a música tem a ver com militância?

Muita coisa pode acreditar! A relação entre ambas, sempre foi muito tênue, quando não, unha e carne.

Vários artistas utilizam ou utilizaram a música como ferramenta de manifesto.

Ouça  matéria a seguir e saiba mais a respeito deste romance revolucionário.

OBS: Caso o áudio carregar rapidamente provavelmente irá dar erro no arquivo e cortar a matéria pela metade, feche e abra a página novamente.

Hip Hop do Tarja Preta é a vanguarda da revolução feminina.

Na luta pela afirmação do papel da mulher na sociedade, o grupo de Hip Hop Tarja Preta (formado por duas mulheres) é a vanguarda da revolução feminina.

Numa sociedade machista o papel da mulher sempre foi colocado de forma secundária para não dizer inexistente. Desde a revolução feminina na década de sessenta, a condição da mulher na sociedade tem tido alguns avanços, isso comparado há algumas décadas antes onde a mulher não tinha nem o direito de opinar sobre a própria vida. No entanto, a mulher ainda ocupa posições na sociedade que estão aquém de uma igualdade de gênero.

No mercado de trabalho, por exemplo: os cargos oferecidos as mulheres são sempre aqueles quais os homens não se interessam, e quando assumem determinados cargos exercidos também pelos homens, os salários são quase sempre menores.

Lembrando que, é a primeira vez na história do país que temos uma mulher na Presidência da República, é um grande avanço neste sentido, mas também muito ainda precisa ser feito.

Mas, se depender de Joice (Preta Rara) e Jaqueline (Negra Jaque) integrantes do grupo de Hip Hop Tarja Preta da Baixada Santista, essa luta tem militância garantida através de suas músicas com letras de temáticas fortes, discutindo a questão da mulher negra e pobre na sociedade, além de assuntos relacionados à exclusão social e também ao próprio preconceito que elas sofreram no início da carreira em alguns shows de Hip Hop, por serem mulheres ocupando espaços antes tidos como espaços masculinos. Tanto que na baixada elas são umas das únicas representante femininas do gênero.

O grupo foi formado em 2007 e tem ganhado seu espaço no grito, com talento atitude e respeito, a música Falsa Abolição é uma critica inteligente, forte e muito realista a respeito da condição da mulher negra na sociedade hoje, ainda mais quando ela é oriunda de camadas periféricas da sociedade. A música também fala da reconstrução de nossos verdadeiros heróis, como Zumbi e Dandara, ao contrário do que ensinam na escola – princesa Isabel a boazinha.

A música tem uma frase que chega ser um grito de guerra: “Mulher inteligente não usa o corpo usa a mente” Que segundo elas “é inadmissível que as mulheres aceitem ritmos que denigrem sua imagem e sua condição. Músicas de duplo sentido colocam a mulher como objeto e temos que lutar contra isso.”

Ativistas também da Frente Nacional das Mulheres no Hip Hop, elas se preocupam com a mensagem que a música precisa levar as pessoas. E principalmente sobre o papel da mulher negra e periférica na sociedade, que precisa ser discutida constantemente.

Essa é a diferença que faz do grupo Tarja Preta um dos pioneiros na vanguarda da revolução feminina, sendo essas garotas duas autênticas revolucionárias que cumprem muito bem o seu papel contundente diante de uma sociedade machista.

Um salve a todas as mulheres que lutam dia a dia ocupando espaços e mostrando que a mulher sempre foi inteligente e guerreira e que seu papel na sociedade é muito mais que ficar a sombra de seres retrógrados e machistas.

Assista ao vídeo na rádio feira onde elas apavoraram!

Música Falsa abolição

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=RjCO-eqTUF4&w=300&h=255]

Sobre a mulher negra

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=A0MtZAVVj3A&w=300&h=255]

Discutir novos caminhos para o hip hop e a juventude é a missão do Fórum Metropolitano de Hip Hop e Juventudes

O 1º Fórum Metropolitano de Hip Hop e Juventudes aconteceu no dia 16 de janeiro no espaço da Estação das Artes na cidade de Cubatão. O objetivo do encontro foi discutir políticas de cultura, hip hop e juventudes de forma transversal.

A organização do fórum foi uma parceria das organizações de hip hop Nação Hip Hop Brasil e Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, em parceria com a coordenadoria de juventude e secretaria de cultura de Cubatão.

Com mais de 50 pessoas presentes, o fórum teve duas mesas de debates. Os principais temas abordados foram: na primeira mesa, “Construindo políticas públicas de cultura e juventude”, os expositores foram o presidente do conselho municipal de Marília Eric Meireles, o diretor de juventude de São Vicente, Danilo Otto, e a coordenadora de comunicação da CUFA Guarujá Mina Sú. Na mesa seguinte foram abordadas ações e projetos para o hip hop e teve como expositores o raper Nego Panda da cidade de Praia Grande e o Assessor para Assuntos de Hip Hop da Secretaria Estadual de Cultura, Marcio Santos.

O evento contou ainda com intervenções de break da academia do bboy Pedro Paulo e com o “Sarau das Ostras” de Praia Grande. Mais informações sobre o fórum e os coletivos presentes estão no site: www.forumh2metropolitano.blogspot.com