#Antiquário – Nara Leão

Capixaba filha de Jairo Leão e Altina Lofego Leão, Nara Lofego Leão Diegues mudou-se para o Rio de Janeiro com apenas um ano de idade, com os pais e sua irmã jornalista Danuza Leão.

Aos 14 anos no ano de 1956 Nara Leão resolveu estudar violão na academia de Carlos Lyra e Roberto Menescal, essa academia funcionava em um quarto-e-sala na rua Sá Ferreira no bairro de Copacabana. Mais tarde a Musa da Bossa Nova tornou-se professora da academia.

Sua estréia profissional se deu ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra na comédia Pobre Menina Rica (1963). O título de Musa da Bossa Nova lhe foi creditado pelo cronista Sergio Porto, a sua consagração efetiva se deu após o movimento militar de 1964 com a apresentação do espetáculo Opinião, ao lado de João do Vale e Ze Kéti, esse espetáculo é uma critica social à dura repressão imposta pelo regime militar. Maria Bethania, por sua vez a substituiria no ano seguinte, interpretando Carcará, pois Nara precisara se afastar por estar afônica.

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Nara Leão passa a mudar o com o tempo suas preferências musicais, de Musa da Bossa Nova vem a ser simpatizante dos Centros Populares de Cultura da UNE tocando músicas de protesto. Embora os CPC’s já tivessem sido extintos pela ditadura, em 1964, o espetáculo Opinião tem forte influência do espírito cepecista. Em 1966, interpretou a canção A Banda, de Chico Buarque no Festival de Música Popular Brasileira (TV Record ), que ganhou o festival e público brasileiro.

Dentre as suas interpretações mais conhecidas, destacam-se O barquinho,A Banda e Com Açúcar e com Afeto – feita a seu pedido por Chico Buarque, cantor e compositor a quem homenagearia nesse disco homônimo, lançado em 1980.

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Nara também aderiu ao movimento tropicalista, tendo participado do disco-manifesto do movimento – Tropicália ou Panis et Circensis, lançado pela Philips em 1968e disponível hoje em CD.

Após passar três anos em Paris, refugiou-se dos holofotes. Cuidou de sua vida particular, estudou Psicologia na PUC, e só voltou pra valer à carreira quando se viu doente e sem possibilidades de estudar.

Nos últimos anos, levou ao mundo a Bossa Nova em sua voz doce e emocionada. Quando morreu, na manhã de 7 de junho de 1989, deixou pronto um disco de versões dos clássicos americanos que embalaram sua adolescência nos musicais exibidos pelo Cinema Metro Copacabana. A capricorniana nascida em 19 de janeiro de 1942 em Vitória, ES, nos deixou aos 47 anos com marca registrada de seu signo: o retorno à juventude, fechando o ciclo da vida.

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