São Paulo perde 132 mil habitantes, mas população carcerária cresce

Em apenas um ano – entre dezembro de 2010 e dezembro de 2011 – o número de habitantes em São Paulo reduziu em 132 mil, chegando a 41.252 milhões. Já o número de presidiários, no mesmo período, aumentou em 9 mil – de 171 para 180 mil. Os dados são do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias (Infopen), do Ministério da Justiça, referentes a 2011.

O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo. Dos mais de 500 mil presos, 180 mil estão no estado de São Paulo, o que representa 36% do total.

Há, portanto, um aumento relativo entre 6 e 7% ao ano no número de presidiários no estado, levando em consideração que em 2009 eram 164 mil detentos e em 2008 pouco mais de 154 mil.

Entre brancos, indígenas e amarelos, os negros e pardos se concentram em maioria no sistema prisional do estado, chegando a quase 90 mil. Desses, a maior parte é de jovens de 18 a 24 anos.

Somente atrás dos Estados Unidos, China e Rússia, o Brasil concentra 515 mil detentos em seu sistema prisional. Segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), entre 1995 e 2005 a população carcerária do Brasil cresceu em 143,91% – passando de 148 para 361.402 presos.

Ainda de acordo com o Depen, entre dezembro de 2005 a dezembro de 2009 a população carcerária saltou para 473.626, o que representou um crescimento, em quatro anos, de 31,5%. Até dezembro de 2010, havia 496.251 detentos no país, ou seja, um aumento de 5% em um ano.

Post de origem: Brasil de Fato para a Radioagência NP

[Manifesto] A luta por mudanças se faz além das urnas

São Vicente, 29 de julho de 2012

O período eleitoral começou, e a disputa político-partidária vai se acirrando, em busca do maior número possível de eleitores e eleitoras. Candidatos/as e partidos políticos apresentam propostas, trocam acusações, distribuem santinhos e pedem nossos votos, até o dia 7 de outubro, quando acontece a “festa da democracia”, como gostam de falar os grandes meios de comunicação.

Nós da Rádio da Juventude, coletivo de comunicação popular da periferia de São Vicente, consideramos ter amadurecido nosso posicionamento em relação às eleições, e por conta disso, declaramos:

– Não acreditamos que as mudanças reais de que o povo necessita será obra deste ou daquele candidato ou candidata, muito menos do partido A ou B. Não duvidamos que haja partidos comprometidos com a classe trabalhadora, e partidos comprometidos com a classe dominante, porém temos a plena convicção de que o sistema político-econômico não sofrerá mudanças efetivas pela via institucional, muito menos que o Estado, seja que comando tiver, irá trazer a igualdade de direitos e oportunidades a todos e todas.

– Temos companheiros e companheiras em legendas partidárias do campo da esquerda, que em muitas ocasiões estão juntos conosco na luta, e não negamos a importância da união de forças nas lutas sociais, principalmente nos momentos em que o Estado e o Capital se fazem ainda mais presentes. Porém, acreditamos que a democracia vai muito além das eleições, e só será plena quando o povo, organizado politicamente, tiver em suas mãos o poder de decidir sobre a própria vida.

– Acreditamos que as conquistas institucionais, que também têm sido importantes em nossa história, não foram fruto do trabalho de representantes eleitos, mas de nossa luta como classe trabalhadora, do povo oprimido em resistência e à esquerda. A História já nos mostrou que, a partir do momento em que partidos, movimentos e pessoas envolvidas com a causa sobem ao poder institucional, por conta dos compromissos com o sistema as lutas sociais dão lugar à disputa de palanque, às pequenas conquistas, às negociações com antigos inimigos de classe, enfim, a todo o “jogo político” que passa a se tornar a paixão (e profissão) de muitos ex-militantes. Acreditamos que o atual sistema político-econômico está posto de forma que as regras do jogo são as regras da classe dominante, promotoras das desigualdades econômicas, da violência e do caos social, e não acreditamos que se possa reformar o inferno.

Dito tudo isso, inspirados no movimento zapatista, que desde o México nos traz um grande exemplo de como organizar-se localmente e agir globalmente, a Rádio da Juventude trabalhará A Outra Campanha, proposta que já vem se articulando em algumas regiões do Brasil. Estamos mobilizados na construção dessa forma de luta em que o povo tenha de fato o poder nas mãos, arrancando das elites dominantes o máximo de conquistas possível, rumo a uma sociedade livre, justa e solidária. É na luta que se cria o poder popular, e só quem sofre a exploração na pele tem legitimidade para decidir o que fazer para mudar o rumo da sua vida.

Nossas urgências não cabem nas urnas!
Pela política além do voto, pelo poder popular!
Viva A Outra Campanha!

Rádio da Juventude

Arraiá Populá!

Arraiá Populá!
Dia 21/07 – Sábado, das 18 à 0 hora
Local: Av. Mascarenhas de Morais, s/n – Igreja Bom Jesus dos Navegantes
(atrás do supermercado Atalaia)
México 70 – São Vicente

Atrações:
Trupe Olho da Rua, com o espetáculo Bufonarias
Cordel, músicas juninas… óia a cobra sô!
Comidas típicas, fogueira, cirandas, telegrama caipira!
Vem participar cum nóis! O último que chegá é muié do padre!

Realização: Rádio da Juventude, JOC Brasileira, Educafro Vila Margarida, Toque da Arte, Creche Pica-Pau, Creche Estrela do Amor

Não acredite em Papai Noel! Organização popular!

IBOPE divulga nesta sexta-feira (29) que Dilma tem 77% de aprovação em seu governo.

Enquanto isso, Belo Monte continua, as expulsões, os massacres sobre as comunidades negras, periféricas, quilombolas, ribeirinhas, indígenas continuam!

O Estado continua tão opressor, tão assassino e ditatorial quanto nunca, disfarçado por um manto de mentiras com a bandeira da democracia, que não vale nada dentro de uma organização social capitalista, cujo principal objetivo é gerar lucro, ele simplesmente dilacera consciências, exclui e garante o privilégio da classe social hipócrita e endinheirada.

Dilma com seu martelo maior sorri, um sorriso perverso e malicioso que ludibria, coopta e legitima a farsa.

Um governo que foi eleito pelo povo… Mas que não serve ao povo, e como fazer a luta? Como desmascarar a farsa que atropela como um trator toda a classe trabalhadora?

São quinhentos anos de luta e sangue, o Brasil continua sendo uma colônia de exploração, onde seu povo sustenta o privilégio de uma minoria.

Acho que a ideia é continuar lutando, resistindo contra todas as formas de opressão, porque o profissionalismo nessa correlação de forças não marca toca.

ORGANIZAÇÃO POPULAR! JÁ!

A Saúde é a revolução, aquilo que torna a evoluir o que estava totalmente paralisado.

O objeto da Saúde é a transformação social; o impedimento desta é a doença. A Saúde é a revolução, aquilo que torna a evoluir o que estava totalmente paralisado. O modelo capitalista, igual em qualquer lugar, é a doença. Entendemos a Saúde como educação, prevenção, informação, atendimento adequado às doenças, água, esgoto, transporte, meioambiente sem contaminação, justiça social, reforma agrária, direitos, salários dignos, democracia.

Não confundir atender a doença e Saúde. No modelo capitalista vigente, atende-se um corpo doente, que se torna um número, um objeto de lucro. Ao contrário, Saúde não gera lucros, dá direitos, transforma. A doença social preserva o obscurantismo, alienação.

Para as elites brasileiras, tudo funciona como deve funcionar: a Educação não educa ninguém, a “Saúde” adoece, os direitos sociais são quase inexistentes. Se você tem dúvidas, achará este texto muito radical. Faça o seguinte: frequente durante uma manhã, uma tarde ou uma noite, um hospital público brasileiro. Você vai conhecer como funciona verdadeiramente este país. Não por culpa dos funcionários daquelas instituições, mas exclusivamente pela perversidade da exclusão social do modelo, que trata a população como lixão.

Compare agora com o luxo e riqueza dos hospitais-hotéis particulares, verdadeiros palácios, onde todos são gentis e solícitos, treinados e adestrados para servir bem à aristocracia. Aqui, no Estado do Rio, além da “limpeza racial” executada pela militarizada UPP, executa-se outra “limpeza racial” com as UPAS ( Unidades de Pronto Atendimento), que fazem um verdadeiro “upacídio”.

O Estado do Rio tem uma longa tradição de dezenas de anos de atendimentos de programas nos inúmeros postos e centros de saúde (hipertensão, diabetes, Aids, gravidez etc), que foram desqualificados, esquecidos intencionalmente em função dessas UPAS, que acabam não sendo nem hospital, nem posto de saúde e que terminam sendo “unidades de porco atendimento “, capitaneadas pelas “cooperativas” de triste fama, um “boia-fria” institucional, que esconde a verdadeira cara da “evitação” do concurso público, mas não esconde o verdadeiro rosto da privatização generalizada e desenfreada em todo o país.

Então, como um verdadeiro e terrível milagre, aparece uma estrondosa enxurrada de hipertensos, diabéticos, a tuberculose, (no Rio de Janeiro, registra-se, a cada dez minutos um novo caso), quadros mentais graves, acidentes vasculares cerebrais ou “derrames”, a doença que mais mata no Brasil, e uma sequência infinita de patologias igualmente gravissimas. A mídia amestrada ataca de frente, de lado, de ré… ” Sempre tem uma UPA perto de você”.

Mais uma solução mágica para o lucro e a mesquinharia política. E só para não esquecer: o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos, além dos transgênicos que estão aí nos empanturrando com doenças e empanturrando as multinacionais de lucros cada vez mais formidáveis. E dane-se a população. A indústria farmacêutica está a pleno vapor, em cada quarteirão floresce uma, duas ou até mais, lindas drogarias . Crédito ilimitado e doenças que não acabam mais.

O patrono dos médicos é o evangelista São Lucas, nome latino do médico grego Lucano. O Dia do Médico é 18 de outubro, dia de São Lucas. E não é só na Medicina que o modelo capitalista, na sua forma mais avançada, o imperialismo, transformou o gentil São Lucas em São Lucros. O capitalismo tem verdadeiro horror à luta de classes, à Saúde, à Educação…

A verdadeira revolução que o Homem pode fazer é pensar, e pensar é Saúde. A perversidade do modelo capitalista é excluir, adoecer, extorquir, torturar… E, se ainda o resultado for ineficiente, arma-se uma guerra. Assim, o lucro será maior ainda. Hoje, no Brasil, vivemos uma verdadeira “guerra invisível”, mas totalmente visível, com mortes por doença, violência, acidentes que batem recordes, e não há guerra declarada oficialmente. O que há é uma colonização, há mais de quinhentos anos, de um país riquíssimo, onde a cobiça do capital é inesgotável, onde funcionam a corrupção e a traição. Nessa hora, não existem amigos, existem negócios. Vende-se a mãe, se a mãe der lucro. Lucro não tem pátria. Lucro é lucro. E que se dane a população….
Desejo Saúde a todos, menos àqueles que vivem da doença e a exploram.

Contribuição do leitor Daniel Chutorianscy, médico em Niteroi (RJ) . Email: trenzinhocaipira@vnet.com,br

Comunicado urgente do Movimento Mães de Maio

Post de Origem: Movimento Mães de Maio

Santos, 27 de Junho de 2012

Diante de algumas declarações e insinuações recentes buscando claramente estigmatizar o nosso movimento Mães de Maio, com o patente interesse de criminalizá-lo, nós vimos por meio desta deixar bem claro e reforçado que somos uma Rede de Mães, Familiares e Amigos de Vítimas da Violência com o exclusivo interesse de defender o Direito à Memória, à Verdade e à Justiça referente aos nossos entes queridos vitimados injustamente pela violência de agentes do estado. Superando a dor irreparável da perda fatal de nossos filhos e entes queridos, lutamos cotidianamente pela Verdade e por Justiça em relação a TODAS as vítimas atingidas pelos mais diversos tipos de violações dos Direitos Humanos mais fundamentais, a começar pelo direito à vida e à liberdade de ir e vir em segurança por nossas cidades.

Não é por outra razão, senão por conta de nossos princípios e práticas cotidianas em busca de justiça e transformação social pela paz, que ao longo desses mais de 6 anos de existência nosso movimento já foi amplamente reconhecido nacional e internacionalmente, por entidades como a Anistia Internacional, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, a Human Rights Watch, a Clínica de Direitos Humanos da Universidade de Harvard, o Prêmio Nacional 2010 de Direitos Humanos da Secretaria de DH da Presidência da República do Brasil, a Associação de Juízes pela Democracia, o Prêmio Nacional 2011 da Associação Nacional dos Defensores Públicos, o Prêmio Santo Dias 2011 de Direitos Humanos da ALESP, homenagem da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça pelo Dia da Mulher em 2012, entre diversas outras manifestações contundentes de reconhecimento e congratulação pelo nosso compromisso incansável com a Verdade, a Justiça e os Direitos Humanos, sobretudo da população mais pobre e vulnerável no Brasil.

Nada nem ninguém nos desviará desses princípios, desse compromisso e dessa firme trajetória! Tampouco conseguirá, sob nenhuma hipótese, nos estigmatizar fraudulentamente com caracterizações que não nos dizem respeito, em absoluto.

MOVIMENTO MÃES DE MAIO
por Verdade e Justiça, Ontem e Hoje!
PAZ!

Toda solidariedade ao povo paraguaio! (classe trabalhadora) Que carrega sobre seus ombros toda a luta de um povo oprimido pelo Estado.

O povo do Paraguai, assim como o povo brasileiro, sofre com a opressão do Estado: perseguido, assassinado, torturado e excluído dos processos que garantam a dignidade humana para viver.

No dia 15 de junho, 17 pessoas foram assassinadas por policiais durante uma reintegração de posses na cidade de Curuguaty, na fronteira com o Paraná.

A direita paraguaia utilizou-se deste fato para depor o presidente, caracterizando  um golpe. Cabe a nós olharmos para essa situação e sermos solidários com o povo (a classe trabalhadora), porque o presidente deposto em nada representa o poder popular, era outro populista, que utilizava-se da luta popular para se manter no poder. Ou seja, governo é governo em todo lugar.

Esperamos que o povo paraguaio se organize e mobilize-se (como já está ocorrendo) E nós enquanto pueblos hermanos precisamos estar juntos nessa luta contra todo o genocídio promovido por governos e Estados, estes são os verdadeiros inimigos da classe trabalhadora.

Estado e governo existem para garantir o privilégio de uma classe e a exclusão de outra.

Tamujunto com o povo paraguaio nessa luta!

A juventude da periferia está sendo exterminada!

Em maio de 2006, 493 jovens foram assassinados na baixada santista. Segundo dados do IML foram possíveis constatar que 60% dos 493 corpos registrados no período receberam pelo menos um tiro na cabeça, e 57% dos cadáveres receberam pelo menos um disparo pelas costas. Até hoje, ninguém foi punido!

Hoje 25/06/20012 na cidade de Santos ocorreu o julgamento de um policial que está sendo acusado de assassinar nove jovens na baixada Santista. Resultado: nada ficou provado, nada foi esclarecido para os parentes das vitimas, devido a insuficiência de provas.

Por coincidência nesta madrugada de segunda feira o MC Neguinho quando voltava para casa após um show teve seu carro alvejado levando quatro tiros nas costas, por sorte passa bem e aguarda alta.

Já outros MCs da baixada não tiveram a mesma sorte, no dia 29/04/2012 Cristiano Carlos Martins, 33, foi morto a tiros e no dia 19 de abril, Jadielson da Silva Almeira, 28 anos, também foi morto a tiros.
Na baixada santista, outros jovens MCs em outros anos também foram assassinados como o MC Felipe Boladão e o DJ Felipe da Silva Gomes.

E assim morrem Felipes, Barbaras, Camilas e Diegos.

Filhos da periferia que o Estado se omite a dar uma resposta, e por quê? Será ele mesmo o grande assassino da população pobre? Sim. O Estado existe para ser um instrumento de garantias, o contrário disso, é apenas um instrumento de opressão e exclusão do povo, e isto, historicamente tem sido o grande papel do Estado: oprimir e massacrar a população pobre.

Programa Vozes do Gueto com Liberdade e Revolução

No dia 12/05, o programa Vozes do Gueto contou com debates, entrevistas e muito Hip-Hop militante com o Liberdade e Revolução, galera de Grajaú – SP. Como não conseguimos gravar pela web por problemas técnicos, registramos o audio em duas partes e disponibilizamos aqui, confere ae!

Na primeira parte, mano Elias falou sobre o dia das mães e convidou à mesa alguns(mas) compas para contribuir no debate. Jesus Faraulo fala sobre a questão da maternidade precosse e o machismo dentro de relacionamentos. Lila reforça o posicionamento do Jesus, e afirma que muitas atitudes machistas atingem a relação mãe e filha/o. Rafaele, mãe separada, desabafa o fato de não poder ficar com seu filho na data tão importante, por atitude machista, a qual foi discutida no programa.

Parte 1 – Debate sobre dias das Mães

Na sequência o mano Vidal ocupa a programação, falando sobre a caminhada no RAP e do CD Liberdade e Revolução – Resistindo a Opressão, Estado e Religião (disponível pra Download), além de comentar sobre religião, papel alienante da mídia, dia da (falsa) abolição, falta de espaços pro RAP Militante, homofobia, e aí vai…

Parte 2 – Entrevista com Liberdade e Revolução

Fica então um salve pro mano Vidal e todxs que fortalecem o Hip-Hiop militante, “dispostos à morrer”!

Noam Chomsky: 10 estratégias de manipulação midiática

Por Noam Chomsky – 15.12.2010
1. A estratégia da distração.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).
2. Criar problemas e depois oferecer soluções.
Esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.
3. A estratégia da gradualidade.
Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4. A estratégia de diferir.
Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade.
A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “A e alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico
6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos…
7. Manter o público na ignorância e na mediocridade.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”).
8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade.
Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.
9. Reforçar a autoculpabilidade.
Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!
10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. 
No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.
* Noam Chomsky é linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts

Inauguração em Santos: Vila do Teatro [31mai12]

Post de origem: Trupe Olho da Rua

Dia 31 de maio de 2012 (quinta-feira), a partir das 19 horas, mais um espaço cultural será  aberto em Santos, na Praça dos Andradas, esquina com a Rua Visconde do Embaré, nº 06: é a Vila do Teatro, nome dado pelo coletivo de grupos e artistas ocupantes do imóvel que estava ocioso, e tiveram o apoio de artistas da baixada e de todo o País, através de abaixo-assinado para a ocupação da vila, que já foi centro de zoonoses e albergue.

Agora, o espaço abrigará atividades e ações culturais que abrangem tanto o imóvel como a Praça dos Andradas, que fica em frente. Muitas atividades vêm acontecendo nessa praça e ao seu redor, pelo número de espaços culturais que nela se encontram hoje em dia. Em torno da praça encontramos o Teatro Guarany, onde funciona a EAC-Escola de Artes Cênicas, o Espaço Teatro Aberto, a Oficina Cultural Regional Pagu (no momento em reforma), e a CPFL, com alguns projetos culturais voltados para literatura e os sebos em torno da praça.

A ideia da Trupe Olho da Rua, junto com a Oficina do Imaginário e o Quarteto Trio Los Dos, coletivos ocupantes do espaço, é fortalecer essas ações em conjunto, transformando a Praça dos Andradas em mais um atrativo cultural da cidade.

Na Vila do Teatro acontecerão oficinas de teatro de rua, circo e dança inicialmente, mas aos poucos outras atividades serão realizadas, haverá também um espaço para biblioteca, vídeo, pequeno alojamento para artistas e grupos que vêm de fora se apresentar na cidade.

O público poderá curtir no dia 31 de maio a seguinte programação:

19h – Cortejo na Praça dos Andradas

20h – Abertura da Vila do Teatro com:

-Pintura artística da vila com os artistas convidados;
-Mural do Kadú Veríssimo;
-Exposição dos coletivos ocupantes;
-Histórico de ocupação do imóvel;
-Espaço circo Herzog;
-Caldinho de feijão do Imaginário;
-Roda de samba do Olho da Rua

E a partir do dia 1º de junho, das 14 às 19h – Inscrições para oficina de Circo, Teatro de Rua e Dança.

Toda programação é gratuita!!!

Uma realização dos coletivos ocupantes da Vila do Teatro:Trupe Olho da Rua, Oficina do Imaginário e Quarteto Trio Los Dos, com parceria da Secretaria Municipal de Cultura.

E para completar o final de semana, a Praça dos Andradas também receberá o Projeto Teatro a Bordo, com uma programação gratuita durante os dias 1º e 2 de junho, fortalecendo as ações que vem acontecendo na praça localizada na frente da rodoviária de Santos.

Esculacho, o mínimo que merecem

A dois dias da instalação da Comissão da Verdade, Levante Popular da Juventude e outros movimentos fizeram atos de escracho público a agentes da ditadura. Um deles, em Guarujá

A Rádio da Juventude acompanhou na segunda, dia 14, o esculacho ao torturador Maurício Lopes Lima, tenente-coronel reformado, que chefiou equipes da Oban (Operação Bandeirantes), e DOI/Codi (Departamentos de Operações de Informação dos Centros de Operações de Defesa Interna), e é apontado como o torturador de Dilma Rousseff e de Frei Tito. (salvo que a Presidenta esqueceu dos tempos da ditadura e pouco, ou em nada se diferencia de seu torturadores)

A ação foi feita em conjunto com uma série de escrachos a agentes da ditadura, em todo o País, e foi promovida pelo Levante Popular da Juventude, em conjunto com outros movimentos. No Guarujá, cerca de 100 pessoas participaram do ato, que se iniciou às 10h, na porta do prédio de Maurício Lopes Lima, localizado na Rua Tereza Moura, 36, nas Astúrias.

Concentrados em uma praça próxima, os manifestantes se preparavam para a ação, chamando a atenção da vizinhança, que procurava saber quem eram aqueles jovens reunidos em uma manhã de chuva, junto a veículos de imprensa, que já registravam a atividade. Moradores de um prédio próximo chegaram a descer até a porta para averiguar do que se tratava.

Os manifestantes foram em direção ao prédio onde mora o militar reformado, munidos de panfletos, bandeiras, faixas e instrumentos de percussão. Na frente do prédio, no chão, foi pichada a inscrição “Aqui mora um torturador”. Do outro lado da rua, alunos de uma escola olhavam pela janela, curiosos com a ação que era feita ali.

Com falas, palavras de ordem e encenações, os jovens denunciavam os crimes da ditadura e, em particular de Maurício Lopes Lima. Simulações de tortura (inclusive um pau-de-arara) davam maior riqueza ao protesto. Os vizinhos também eram abordados pelos manifestantes, que esclareciam a eles os motivos da ação.

Ao final, a Polícia Militar chegou ao local, a fim de saber o que se tratava. O policial chegou a dizer que os manifestantes podiam tê-los informado da ação com antecedência, a fim de não atrapalhar o “direito de ir e vir” do cidadão.

Cabe a nós ressaltar a organização desta ação, que contou com todo o cuidado para que a informação não vazasse. A imprensa convencional e a alternativa também estiveram presentes, e houve boa repercussão.

O próprio modelo de manifestação adotado também é algo a se destacar. Os clássicos protestos políticos, aqui, ganham nova roupagem, pegando emprestado a música, as artes visuais e as artes cênicas para dar nova dimensão às manifestações. Uma ressalva, apenas, fica num aparente excesso de exposição do movimento, que às vezes se coloca à frente da própria causa.

Em um país cuja história continua sendo de impunidade a agentes da ditadura, que estupraram, torturaram e mataram, o esculacho ou escracho são o mínimo que se deve fazer por quem ainda sente a injustiça histórica. Os torturadores de ontem vivem entre nós, e muitas vezes não temos sequer o conhecimento do papel que tiveram no passado. Mais que um ato de vingança, ações como essa são uma necessidade de uma noção mínima de justiça.

fotos: Levante Popular da Juventude

Semana de Serviço Social – Unifesp/BS

Semana do Serviço Social 2012
Do Transnacional ao Local: A Atualidade da Questão Social

Local: Clube Saldanha da Gama – Av. Almirante Saldanha da Gama, 44 – Ponta da Praia

Segunda (14/05)
14h – 17h: Trabalho e Formação Profissional: Dilemas e Respostas do Serviço Social
Debatedores: Maria Helena Elpídio (ABEPSS – Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa Em Serviço Social)
Raquel Raichelis (PUC-SP)
Priscila Cardoso (UNIFESP-BS)
Coordenação: Juliana Magalhães (5º termo em SS)

17:15h – 19:15h: Sarau e Exposição: “Congresso da Virada”
Intervenção Artística: “Princípios Éticos e Políticos”

19:30h – 22:30h: Sociedade, Cultura e Revolução
Debatedores: Marcelo Ridenti (UNICAMP)
Ramon Vilarino (Faculdade Sumaré)
Raiane Assumpção (UNIFESP-BS)
Coordenação: Flavia Lopes (5º termo em SS)

Terça (15/05 – Dia do Assistente Social)
14h – 17h: Círculos de Diálogos dos Núcleos de Pesquisa, a partir da projeção do filme: Dia de Festa (Toni Venturi)

17:15h – 19:15h: Exposição “Pinheirinho, MSTC e Mães de Maio em Imagens, Luzes e Sons”

19:30h – 22:30h: Na Mira da Violência: A Criminalização dos que lutam contra a Pobreza
Debatedores: Débora Maria (Movimento Mães de Maio)
Ivaneti Araújo (MSTC – Movimento Sem-Teto do Centro)
Valdir Martins (Comunidade Pinheirinho)
Coordenação: Ulisses Oliveira Jr. (1º termo em SS)

Quarta (16/05)
14h – 17h: NeoDesenvolvimentismo e Questão Ambiental no Século XXI
Debatedores: Lúcio Flávio de Almeida (PUC-SP)
Maria O. Pinassi (UNESP-Araraquara)
Silvia Tagé (UNIFESP-BS)
Coordenação: Jeffer C. Branco (5º termo em SS)

17:15h – 19:15h: Exposição “África” (Daniel Ciasca)
MC’s da Baixada Santista

19:30h – 22:30h: Classes e Lutas Sociais frente ao Governo Dilma Rousseff
Debatedores: Henrique Amorim (UNIFESP-GUARULHOS)
Milton Pinheiro (UNEB)
Renata Gonçalves (UNIFESP-BS)
Coordenação: Bárbara Weinert (3º termo em SS)

Quinta (17/05)
14h – 17h: Fórum de Supervisão de Estágio da UNIFESO: Um Diálogo entre Estudantes, Docentes e Supervisores de Campo

17:15h – 19:15h: Exposição “Vila Mathias: Síntese de Múltiplas Determinações”
Sarau “É Hora de Perder a Paciência”

19:30h – 22:30h: Recado d@ Estudante-Estagiári@ sobre seu cotidiano
+ Movimento Estudantil na UNIFESP: Caminhando contra o vento?
Debatedores: Jonathas Souto (UNIFESP-GUA)
João Pedro Militão (UNIFESP-DIADEMA)
Nayara Moreira (UNIFESP-BS)
Coordenação: Claudia Rogacheski (3º termo em SS)

Sexta (18/05)
14h – 17h: Movimentos Sociais em Lutas Contemporâneas
Debatedores: Alexandre Mandl (UNICAMP & Fábricas Ocupadas – FLASKÔ)
Marcelo Buzetto (FSA & MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra)
Rosemayre Bezerra (UFPA & Movimento dos Atingidos pela Mineração)
Coordenação: Lilian Rocha (7º termo em SS)

17:15h – 19:15h: Exposição: “Reviravolta” (Olívia Laba)

Show de Talentos Unifespianos

19:30h – 22:30h: Desafios à Universidade em Tempos Sombrios
Debatedores: Marineide Gomes (UNIFESP-GUA)
Henrique Carneiro (USP)
Terezinha Rodrigues (UNIFESP-BS)
Coordenação: Lais Lima (3º termo em SS)

O que representa a Copa do Mundo de fato?

A copa do mundo por onde passou deixou um rastro de problemas para os países que investiram dinheiro público no maior evento esportivo do mundo. Na África do Sul, por exemplo, o último país que sediou a copa, comunidades inteiras de bairros periféricos foram removidas somente porque estavam no caminho por onde passaria o modelo de modernidade, no que diz respeito ao transporte público.

Gautrain como foi batizado o sistema de transporte ferroviário, para se tornar realidade, o governo da África teve que investir 24 bilhões dos cofres públicos, para ter uma ideia, o valor deste trem é de 10 euros cobrados por um bilhete do centro de Johanesburgo até o aeroporto, ou seja, um preço de turista. Mas e hoje? O preço não baixou. Então, quem são os turistas?

Em relação os grandiosos estádios construídos, hoje a África vive um dilema em como administrar essas obras faraônicas, já que a iniciativa privada se retirou da jogada, pois só estava envolvida no projeto inicial e como no próprio projeto não se previa em como utiliza-los, afinal, as equipes internacionais e os torcedores iriam embora ao término da copa.

Segundo o próprio governo africano “Embora em alguns estádios tenham sido realizados grandes eventos esportivos após o Mundial, especialmente no Soccer City, em outros, como o de Polokwane ou o de Port Elizabeth, não foi registrada atividade alguma e, por isso, já se encontram em uma situação econômica insustentável”.

A alternativa que o governo africano encontrou foi pedir as equipes de rúgbi e críquete, esportes que movimentam mais dinheiro que o futebol, que ocupem os estádios e realizem suas partidas neles para garantir a viabilidade do pagamento das faturas (custos) que chegam mensalmente. Traduzindo, a África do Sul construiu elefantes brancos quais não sabe o que fazer com eles.

Mas este lado da moeda é apenas a ponta do Iceberg, porque o povo africano sem recursos, nem acesso teve aos jogos da copa, devido o alto preço de uma partida que na época girava em torno de US$ 100,00 até US$ 2000,00 dólares, isso dependendo da seleção que estivesse jogando ou localização da cadeira comprada, o que é evidente que excluía pontualmente essa população.

E no caso das comunidades que foram removidas para a construção do sistema ferroviário citadas acima no texto, para onde elas foram? Colocadas em containers, essa é a verdade que o maior evento esportivo não conta.

Esperando a promessa do governo africano de construções de novas moradias ao término da copa, coisa que nunca ocorreu, e após a copa criou um estado de tensão e conflito social que perdura até hoje, ou seja, a população foi enganada e quando foi a luta por seus direitos, teve como resposta a opressão do Estado africano por meio da tropa de choque.

Perverso! Mas governo é igual em todo lugar. O que temos que aprender é que não podemos aceitar calados, sabemos que a farra das licitações começou, pois a Presidenta Dilma Rousseff  disse ano passado que não dá para burocratizar as obras da copa, ou seja, é mesmo uma farra onde a iniciativa privada suga até a última gota o dinheiro dos cofres públicos, e não só ela, mas, por exemplo, o Santuário Nacional Nossa Senhora Aparecida, instituição ligada à Igreja Católica que administra a basílica da cidade de Aparecida (168km da capital), no interior de São Paulo, que vai receber R$ 32,5 milhões de “empréstimo” do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a construção do hotel popular “Cidade dos Romeiros”, é mole ou quer mais? Hotel popular para receber turistas da copa?

Para ter uma ideia o BNDES Pró-Copa Turismo, tem linha de financiamento de R$ 1 bilhão com condições especiais de juros e pagamento para projetos hoteleiros a serem construídos para atender à demanda turística gerada pela Copa do Mundo de 2014.

De partida há investimento de cinco bilhões, vindo de outros setores do governo, mas há um certo obscurantismo em torno de quanto será este investimento de fato.

A pergunta é: todo esse montante de dinheiro público vai beneficiar quem? O governo diz que a Copa do Mundo de 2014 irá quintuplicar os investimentos diretos realizados no país, injetando R$ 142,39 bilhões na economia brasileira até 2014.  Deste ponto de vista, só beneficies! Será?

No Brasil já temos exemplo da mentira que são esses grandes eventos, o Jogos Pan-americanos realizado em 2007, deixou um monte de elefantes brancos para trás, dívidas e dívidas para os cofres públicos e de nada fomentou ou contribuiu para a cultura esportiva de diversas modalidades, como venderam a ideia na época, muito menos melhorou a qualidade de vida das pessoas.

Para a copa de 2014 já temos exemplos de construções que resultarão em problemas, como o caso da construção de estádios em Manaus, Brasília, Natal e Cuiabá. Em Natal, por exemplo, há uma construção de um corredor de ônibus no qual está sendo feito um alargamento da avenida, sabe quem está cedendo recurso para isso? Os moradores da avenida, que estão tendo que sair de suas casas, há outros casos, em Cuiabá com a construção da ferrovia para o VLT (veículo leve sobre trilho) o mesmo caso de expulsão está ocorrendo, já em Brasilia em abril de 2011 a Justiça embargou uma licitação por conter fraude de que o governo do Distrito Federal teria beneficiado os grupos  Daclon, Altran/TCBR e Veja Engenharia, que teria relações com o presidente do metrô do DF, José Gaspar de Souza. Não é mesmo uma farra?

Sem contar que, há de se fazer uma observação, que diversas cidades do Brasil possuem o projeto do VLT, e eles nunca saíram do papel devido o conflito com as empresas locais de transporte, que sempre ganham na queda de braço, no entanto, agora estão sendo desengavetados, por que será? E de que forma isso será feito? Há de se considerar também a falta de estudos de orçamentos, que estão sendo feitos a base de mãe Diná.

É preciso organização popular para o enfrentamento direto contra os malefícios que a copa trará! Diversos comitês pró-copa estão surgindo pelas cidades brasileiras, em sua maioria são formados por grupos empresariais e politiqueiros querendo se beneficiar. Nada mais que isso! É preciso fomentar comitês populares onde a população tome as decisões do que é melhor para a sua cidade, o seu bairro e a sua vida. As diretrizes da copa impostas pela FIFA e acatadas pelo Governo Federal sem consulta pública é de uma violência e cara de pau sem tamanho, pois ela criminaliza qualquer pessoa que comercialize algum tipo de produto que faça referência à copa, e num país onde o trabalho informal cresce a cada dia, devido o desemprego, o Governo Federal vai ter que começar a construir novos cárceres.

Resumindo: a lei criminaliza, fere direitos de cidadania e garante o monopólio a FIFA.  De fato, é uma copa que serve ao capitalismo e como consequência a exploração do povo pobre. Senão houver organização popular as coisas irão se agravar e o povo pagará as contas de uma copa que não lhe pertence.

Poder popular já!

Mães de Maio – 6 anos de luta contra o Estado genocida!

O massacre de jovens pobres e de maioria negra, filhos de trabalhadores e trabalhadoras, moradores das periferias, é uma constante do Estado brasileiro. Em maio de 2006, vidas de muitos jovens eram covardemente ceifadas em todo o estado de São Paulo, por grupos de extermínio ligados ao crime organizado – aquele formado pelos poderosos. Foram mais de 500 mortes em pouco mais de uma semana, no que foi considerado o maior Massacre da Democracia Brasileira Contemporânea contra sua própria população civil.

A partir desse triste episódio, por iniciativa mães da Baixada Santista, nasceu o Movimento Mães de Maio, formado por mães, familiares, amigos e amigas de vítimas do Estado. A luta é pelo Direito à Memória e à Verdade, à Justiça e à Liberdade. Mesmo com algumas vitórias, a grande maioria dos casos está arquivada, e os jovens pobres e negros continuam sendo mortos por grupos de extermínio ligados a agentes do Estado.

Prova de que o assunto continua presente é a nova onda de terror na Baixada Santista, promovida por agentes policiais, grupos paramilitares e grupos de extermínio, que seguem praticando execuções sumárias, prisões abusivas e até mesmo toques de recolher pelas periferias afora, sobretudo na Zona Noroeste de Santos. (Os recentes assassinatos de dois MCs de funk, em Santos e São Vicente, traz nova dimensão a esse terror).

Por conta de tudo isso, neste sábado, dia 12 de maio, a partir das 11 horas da manhã, as Mães de Maio farão um grande ato na Praça da Paz Celestial, na Zona Noroeste. Além das mães e outros militantes, estarão no ato grupos de rap e música popular (Anexo Verbal, Cientistas MCs, Família Ducorre, Guerreiroz do Capão, Versão Popular e Yzalú), saraus periféricos de São Paulo (da Ademar, Brasa, Casa, Elo da Corrente, Marginaliaria, Mesquiteiros, Perifatividade e Vila Fundão), e outras Redes de Luta (Rede Contra Violência – RJ, Rede 02 de Outubro, Rede Nacional de Familiares de Vítimas do Estado) que se somarão às organizações parceiras da Baixada Santista (Educafro, o Procuru – Projeto Cultura de Rua, o movimento sindical, a Igreja e nós da Rádio da Juventude). No final, haverá ainda uma grande surpresa em homenagem às vítimas históricas do Estado brasileiro!

Mães na Rádio da Juventude

Em 24 de março, as Mães de Maio Débora Silva Maria, Vera de Freitas e Flávia Gonzaga (mãe de abril de 2010) estiveram na Rádio da Juventude para falar sobre os crimes do Estado, bem como a luta do movimento. O programa, que tem cerca de duas horas, pode ser visto abaixo: