Roda de samba com “Nono Samba” e discotecagem com “Dj Caiaffo”

É isso aí,  galera… FESTA!!! 😀

Sábado, 1 de outubro · 16:00 – 21:00, vai rolar muito SAMBA DE RAÍZ com o grupo “Nono Samba”, formado tb por alunos da UNIFESP – Santos e discotecagem  com Dj Caiaffo, do “Futuráfrica Afrobraziliangrooves”.

Roda de samba com "Nono Samba"Organizada de forma autônoma, a festa objetiva contribuir com a construção do Seminário do Tribunal Popular da Terra, na Baixada Santista, onde será discutido as questões ambientais e indígenas, habitação, especulação imobiliaria e a reestruturação das cidades com a desculpa dos mega eventos e a exploração do Pré-sal.

Participe da festa e colabore com a construção do Seminário!

Sábado, 1 de outubro · 16:00 – 21:00
Local: CES – Centro dos Estudantes de Santos – Av. Ana Costa, 308 (ao lado do Extra)
Entrada: 5 reais + doação de alimento não perecível, roupa ou material escolar (para as tribos indígenas da Baixada Santista) com direito a uma cerveja ou refrigerante.

Evento no facebook:  http://www.facebook.com/event.php?eid=259080517464362

Até lá!!!

Por que razão a Islândia deveria estar nas notícias, mas não está

Post de origem Diário Liberdade

O Diário – [Deena Stryker] Os povos que já se encontram sob ataque do FMI devem olhar para a Islândia. Recusando curvar-se perante os interesses estrangeiros, este pequeno país afirmou, alto e a bom som, que o povo é soberano. É por isso que já não aparece nas notícias.

A história que um programa de rádio italiano conta acerca da revolução que decorre na Islândia é um exemplo impressionante de quão pouco os media nos dizem sobre o que se passa no resto do mundo. Os norte-americanos lembrar-se-ão de que no início da crise financeira de 2008, a Islândia caiu literalmente na bancarrota. As razões foram mencionadas apenas de passagem e, desde então, este membro pouco conhecido da União Europeia caiu de novo no esquecimento.

Há medida que um país europeu atrás do outro atinge ou fica próximo de atingir a bancarrota, pondo em perigo o Euro e com repercussões para o mundo inteiro, a última coisa que os poderes em questão querem é que a Islândia se torne um exemplo. Eis a razão:

Cinco anos de um regime puramente neo-liberal fizeram da Islândia (população de 320 000 habitantes, sem exército) um dos mais ricos países do mundo. Em 2003 todos os bancos do país foram privatizados e, num esforço para atrair o investimento estrangeiro, passaram a oferecer serviços on-line, cujos custos reduzidos lhes permitiram oferecer taxas internas de rendibilidade relativamente elevadas. Estas contas, designadas “IceSave”, atraíram muitos pequenos investidores ingleses e holandeses. Mas, à medida que os investimentos cresciam, também a dívida externa dos bancos aumentava. Em 2003, a dívida islandesa equivalia a 200 vezes o seu PIB e, em 2007, era de 900%. A crise financeira de 2008 foi o golpe de misericórdia. Os três principais bancos islandeses, o Landbanki, o Kapthing e o Glitnir caíram e foram nacionalizados, enquanto o Kroner perdeu 85% do seu valor em relação ao Euro. No final do ano, a Islândia declarou a bancarrota.

Ao contrário do que se poderia esperar, da crise resultou que os islandeses recuperaram os seus direitos soberanos, através de um processo de democracia participativa directa, que acabou por conduzir a uma nova Constituição. Mas só depois de muito sofrimento.

Geir Haarde, primeiro-ministro de um governo de coligação social-democrata, negociou um empréstimo de dois milhões e cem mil dólares, ao qual os países nórdicos acrescentaram mais dois milhões e meio. Mas a comunidade financeira internacional pressionou a Islândia a impor medidas drásticas. O FMI e a União Europeia quiseram apoderar-se da sua dívida, alegando que este era o único caminho para que o país pudesse pagar à Holanda e ao Reino Unido, que haviam prometido reembolsar os seus cidadãos.

Os protestos e as revoltas continuaram, acabando por forçar o governo a demitir-se. As eleições foram antecipadas para Abril de 2009, resultando numa coligação de esquerda, que condenou o sistema económico neoliberal, mas logo cedeu às exigências daquele, de acordo com as quais a Islândia deveria pagar um total de três milhões e meio de Euros. Isto exigia que cada cidadão islandês pagasse 100 euros por mês (cerca de US $ 130) por quinze anos, a juros de 5,5%, para pagar uma dívida contraída por particulares perante particulares. Foi a gota de água que fez transbordar o copo.

O que aconteceu depois foi extraordinário. A crença de que os cidadãos tinham que pagar pelos erros de um monopólio financeiro, que uma nação inteira deveria ser tributada para pagar dívidas privadas caiu por terra, transformando a relação entre os cidadãos e suas instituições políticas, e acabando por trazer os líderes da Islândia para o mesmo lado dos seus eleitores. O Chefe de Estado, Olafur Ragnar Grímsson, recusou-se a ratificar a lei que teria feito os cidadãos da Islândia responsáveis pelas dívidas seus banqueiros, e aceitou o repto para um referendo.

É claro que isto apenas fez com que a comunidade internacional aumentasse a pressão sobre a Islândia. O Reino Unido e a Holanda ameaçaram com represálias terríveis, que isolariam o país. Quando os islandeses foram a votos, os banqueiros estrangeiros ameaçaram bloquear qualquer ajuda do FMI. O governo britânico ameaçou congelar poupanças islandesas e contas correntes. Como afirmou Grimsson: “Foi-nos dito que, se recusássemos as condições da comunidade internacional, nos tornaríamos na Cuba do Norte. Mas, se tivéssemos aceitado, ter-nos-íamos tornado antes no Haiti do Norte.” (Quantas vezes escrevi que quando os cubanos olham para os problemas do seu vizinho, o Haiti, consideram que têm sorte.)

No referendo de Março de 2010, 93% dos islandeses votou contra o pagamento da dívida. O FMI imediatamente congelou o seu empréstimo. Mas a revolução (apesar de não ter sido transmitida nos EUA), não se deixaria intimidar. Com o apoio de uma cidadania em fúria, o governo colocou sob investigações civis e penais os responsáveis pela crise financeira. A Interpol lançou um mandado internacional de captura para o ex-presidente do Kaupthing, Sigurdur Einarsson, à medida que outros banqueiros envolvidos no crash fugiram do país.

Mas os islandeses não pararam por aí: decidiram elaborar uma nova constituição que iria libertar o país do poder exagerado da finança internacional e do dinheiro virtual. (A que vigorava havia sido escrita quando a Islândia ganhou sua independência à Dinamarca, em 1918, sendo que a única diferença relativamente à Constituição Dinamarquesa a de que a palavra “presidente” a palavra substituiu a palavra “rei”.)

Para escrever a nova constituição, o povo da Islândia elegeu 25 cidadãos, de entre 522 adultos que não pertenciam a nenhum partido político, mas recomendados por pelo menos trinta cidadãos. Este documento não foi obra de um punhado de políticos, mas foi escrito na Internet. Reuniões da Constituinte são transmitidas on-line, e os cidadãos podem enviar os seus comentários e sugestões, vendo o documento tomar forma. A Constituição que resultará deste processo participativo e democrático será submetida ao Parlamento para aprovação depois das próximas eleições.

Alguns leitores lembrar-se-ão de que a crise agrícola da Islândia do século IX foi tratada no livro de Jared Diamond que tem esse nome. Hoje, esse país está a recuperar do colapso financeiro de forma exactamente oposta àquela geralmente considerada inevitável, como foi confirmado ontem pela nova presidente do FMI, Christine Lagarde, a Fareed Zakaria. Foi dito ao povo da Grécia que a privatização de seu sector público é a única solução. Os povos da Itália, da Espanha e de Portugal enfrentam a mesma ameaça.
Estes povos devem olhar para a Islândia. Recusando curvar-se perante os interesses estrangeiros, este pequeno país afirmou, alto e a bom som, que o povo é soberano.

É por isso que já não aparece nas notícias.

(Traduzido por André Rodrigues P. Silva para O Diário)

Está na Constituição que todo poder emana do povo. Será?

É interessante como o sistema consegue criar mecanismos de participação popular que invertem as regras do jogo e amarram a real participação do povo.

O governo que está no poder, por exemplo, tem criado diversas formas radicais de participação (supostamente) popular, criação de secretarias, conselhos que possibilitam aberturas diretas para que os movimentos populares e os cidadãos participem ativamente com propostas, opiniões críticas e coisa e tal. Mas que, acima de tudo, participe da construção da tão sonhada sociedade justa e fraterna, onde o ser humano não seja mais uma mera mercadoria nas mãos do capital.

E assim vão se construindo conferências pelo país, que celebram a democracia e colocam os direitos previstos pela Constituição em prática.

A pergunta que quero fazer é apenas: com toda essa abertura popular, porque nada muda? É falta de uma maior participação?

Porque tudo que temos até agora são medidas assistenciais que não mudam a realidade, e pior ainda, mascaram a realidade vendendo ideias de que a vida melhorou. Mas de concreto, sabemos que está uma merda. É um tapa buraco aqui e abre outro ali.

Outra coisa. É  legítimo o que resulta dessas conferências? Realmente representa a população? Ou um pequeno grupo?

Sem inocência, numa análise radical chegaremos à conclusão que Estados e instituições sempre foram criados por grupos sociais que acreditam no direito de decidir por todos, com a bandeira de preocupação com o conjunto da sociedade.

Primeiro: essas conferências na verdade não passam de um mecanismo governamental de delegação dos problemas, ou seja, se as coisas estão uma merda é porque a população não participa da discussão apontando direções, apresentando projetos.

Segundo: São espaços partidários que disputam o poder para se manter no poder. (isso sem contar o espaço de cooptação e bajulação)

Por isso, a massa não participa, pois não é burra!

Contudo, o mais engraçado é que muitos acreditam nessas conferências, nessas mudanças dentro da ordem, (talvez acreditem em Papai Noel também) ou justificam que algo precisa ser feito enquanto a revolução não vem. E nunca virá, porque a mudança não se faz com palavras revolucionárias dentro da ordem, (isso é coisa pra inglês ver e depois votar).

Mas alegam que as pessoas precisam comer, e enfiam projetos sociais de todo o tipo, que atende as classes dominantes e massacra @s trabalhador@s.

É claro que @s trabalhador@s em suas condições precárias precisam comer, não há como recusar o assistencialismo, e uma coisa fique bem claro, quem produz a riqueza do mundo são @s trabalhador@s! Então não há esquizofrenia em aceitar e ser contra. O que não podemos aceitar é a ideia de que estamos caminhando. Oras, só se for para o abismo.

Por isso é de suma importância a construção do poder popular, em todas as instâncias. Mas o que é esse poder popular? Vamos tomá-lo? Construí-lo? Onde ele está?

Dentro de nós!

Ocupar e construir! Casas, escolas, fábricas, meios de comunicação… Enfim! Tudo de forma horizontal, livre, popular e apartidária.

E com essa Constituição vamos limpar o cu. Pois não há mudança dentro da ordem, e  governo algum fará algo pelo povo oprimido, muito menos conferência.

Em Santos, um ato dentro de um ato

Post de origem PassaPalavra

O professor, que parece ter interesses eleitoreiros imediatos, não contava que um grupo de militantes fosse “tomar de assalto” a sua manifestação,  exclusivamente em prol da classe média santista, e pautar problemas como a ausência de política pública de habitação popular na cidade.

 Por Passa Palavra

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Na onda das manifestações convocadas através das redes sociais, um professor universitário (provável candidato a vereador) da cidade resolveu chamar um ato para o feriado do dia da padroeira de Santos, litoral de São Paulo, com o objetivo de denunciar a especulação imobiliária na região. Sua indignação se deve ao fato de, segundo ele, “os jovens irem embora de Santos para outras cidades” por não conseguirem comprar ou alugar imóveis, mas nada levantava quanto aos problemas que estas remodelações urbanas  provocam nas camadas mais pobres dos centros urbanos. A manifestação aconteceu nesta quinta-feira, dia 08 de setembro, a partir das 14h, na área nobre da cidade, na praia do Gonzaga.

Até aí nenhuma novidade, pois a especulação quando não expulsa as camadas populares dos bairros tradicionais da cidade para bairros distantes, as empurra para as favelas, cortiços e áreas de risco. Entretanto, o professor, que parece ter interesses eleitoreiros imediatos, não contava que um grupo de militantes fosse “tomar de assalto” a sua manifestação,  exclusivamente em prol da classe média santista, e pautar problemas como a ausência de política pública de habitação popular na cidade, bem como denunciar aquelas políticas que privilegiam a construção de edifícios de médio e alto padrão, forçando a migração de moradores de baixa renda para as cidades vizinhas como Praia Grande, São Vicente etc.

apagando-faixaApagando os dizeres xenófobos da faixa

O grupo de militantes soube via facebook da convocação, e, em tempo, percebeu que o ato tratava de denunciar apenas a especulação enquanto obstáculo para a classe média usufruir destes mesmos apartamentos em frente à praia Então organizaram uma ação dentro do ato original. Ou seja, o protesto inicial não pretendia denunciar a especulação enquanto fenômeno  do capital, mas reivindicar a parte da classe média no banquete dos ricos. Tanto era assim que a faixa levada pelo professor, e aberta aos transeuntes por jovens que receberam R$ 50,00 cada para segurá-la, dizia: “Santos para os Santistas: chega de especulação imobiliária”. Cientes de que tal frase era absurda, pois era de cunho xenófobo e bairrista, os militantes foram convencer o organizador a retirar os dizeres discriminatórios. E, conseguiram!

Com cartazes e apitos, o grupo de militantes da Baixada deu o seu recado aos que passavam nas calçadas e na avenida da praia de Santos nesse feriado; chamaram a atenção para o problema da especulação imobiliária baseada no processo de segregação espacial e na exclusão absoluta do povo pobre das regiões privilegiadas das cidades.

ato-9Faixa já adaptada à nova manifestação

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Curso de HISTÓRIA em uma visão LIBERTÁRIA

Professor: Giulius Césari Gomes Aprigio
Formação: História UNISANTOS, pós graduação: antropologia UNESP

Descrição: Em um período de 6 encontros de 3 horas, sempre aos sábados das 15 às 18h, debateremos a história das sociedades humanas enfocando as várias visões de seus movimentos sociais em suas lutas por justiça e libertação. Com especial atenção na história do Brasil e na formação de nossos movimentos sociais.

Local: Centro dos Estudante de Santos
Período: aos Sábados das 15 às 18h
Início: 20/08
Término: 24/09


Ocupação da Funarte: trabalhadores perderam a paciência

Cansados de medidas paliativas e disputas por migalhas, os trabalhadores da cultura perdem a paciência e ocupam a FUNARTE em São Paulo. Por Passa Palavra

Durante a tarde desta segunda-feira, 25/07, cerca de 600 pessoas ocuparam a sede da Fundação Nacional das Artes (FUNARTE) na cidade de São Paulo. Desde às 14h, os trabalhadores da cultura, atuantes na área de teatro, dança, circo, vídeos e outras artes manifestavam-se em um palco montado numa rua que ladeia a instituição, na região central de São Paulo. Por volta das 17h, adentraram as instalações da FUNARTE, decretando o espaço “ocupado sob custódia dos trabalhadores artísticos”.

Segundo Luciano Carvalho, do Coletivo Dolores Boca Aberta, esta é apenas a primeira atividade de uma série que ocorrerá para pôr em pauta o tema do financiamento dos programas culturais em todo o país. O movimento é contrário à forma em que vêm sendo pensadas e contruídas as leis voltadas para o setor, centradas basicamente no modelo de renúncia fiscal, a exemplo da Lei Rouanet, uma forma essencialmente mercantilizada, que mais serve à “gerência de marketing das empresas”, ao invés de promover o investimento direto nos grupos e coletivos que fazem a coisa acontecer. “Às vezes, há um paliativo: um editalzinho. Mas mantêm a mesma estrutura”.

Da forma que está, as políticas federais de apoio a cultura acabam destinando o grosso da verba estatal para as empresas. Sobre o impacto que o padrão de financiamento tem provocado nas iniciativas populares e ligadas aos movimentos sociais, Luciano comenta que, nestes casos, “a cultura é relegada a guetos de resistência”, servindo à logica da concentração de capital e “estimulando a divisão pela disputa de migalhas”.

Fábio, membro da Brava Cia. de Teatro, conta que há mais de 8 anos os grupos buscam o diálogo, através de reuniões e comissões com Ministérios, e até propostas de leis já entregaram. Hoje, inspirados na frase de um poema de Mauro Iasi, dizem: “É hora de perder a paciência!”.

Os manifestantes ocuparam o prédio da FUNARTE de forma tranquila e festiva. Havia batuques, palhaços, danças, confecção de camiseta, malabares, recitação de poemas, projeção de vídeo, etc. Assim que os cadeados foram trancados e declarada a ocupação, deu-se início à formação de comissões e divisão de tarefas. O objetivo, mais do que abrir um canal de negociação, como costuma ser, é o de montar uma vigília constante e, coletivamente, “pensar em uma nova forma de fazer política”. Mais tarde, em plenária, os artistas decidiram que iriam dormir esta noite no local, mas preparam-se para ficar por mais tempo: “é possível que durma hoje, amanhã e …”, disse um dos ocupantes.

A ação do Movimento dos Trabalhadores da Cultura está sendo organizada por diversos grupos e coletivos – entre eles, Cooperativa Paulista de Teatro, o Movimento 27 de Março e o Movimento de Teatro de Rua de São Paulo -, mas conta com o apoio de outras organizações políticas, como o MPL-SP, a CSP-Conlutas e o MST. De acordo com Ney Piacentini, representante da Cooperativa Paulista de Teatro, participaram da concepção do ato cerca de 300 grupos culturais, inclusive do interior do estado.

Leia aqui o manifesto.

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Zumbi reduz mensalidade do curso de Pedagogia

Post de origem: Faculdade Zumbi dos Palmares

A Faculdade Zumbi dos Palmares anuncia que a mensalidade do curso de pedagogia sofreu redução de quase metade do valor, passando de R$ 295,00 para R$ 150,00, em comemoração ao Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes (estabelecido pela ONU).

“Estamos saindo na frente no marco do Ano Internacional do Afrodescendente com essa iniciativa de investir na formação de professores. É muito importante ressaltar que esse é o único curso de Pedagogia que prepara o professor para ensinar a história e cultura africana na sala de aula. Precisamos formar educadores, ensinar a cultura afro, para as crianças se tornarem cidadãos sem preconceito. Reduzir pela metade a mensalidade é um grande estímulo”, ressalta a Profª Lina Moreira, coordenadora do vestibular da Faculdade Zumbi dos Palmares.

A inclusão – acadêmica, profissional e social – é o maior objetivo da Faculdade Zumbi dos Palmares, que, em apenas sete anos, formou mais de 800 jovens em administração e tecnólogos em transporte terrestre. Além disso a Zumbi possui ainda os cursos de Direito, Pedagogia e Publicidade e Propaganda.

Mais de 80% destes alunos que participam do programa Especial de Estágios estão atuando no mercado de trabalho, demonstrando que a formação universitária é o agente essencial para a mudança de vida de pessoas carentes, sejam afrodescendentes ou não. O reitor José Vicente defende a liberdade pela educação. “É este o princípio que norteia nossas iniciativas, que sustenta nossas certezas e nos move em direção ao futuro. É a partir de uma comunidade consciente e organizada que construiremos a verdadeira cidadania e, a partir desta, o desenvolvimento capaz de abraçar a todos os brasileiros. A formação desta sociedade não pode continuar excluindo a maior parcela da população brasileira e nem condenando os afrodescendentes brasileiros a ficar “pelo caminho”, fora das universidades e longe dos melhores postos de trabalho. Investir na formação de novos professores é nosso desafio”. As inscrições do vestibular do 2º semestre da Faculdade Zumbi dos Palmares para o curso de pedagogia estão abertas e o processo seletivo vai até 27 de agosto. Informações: (11) 3325-1000.

Manifestações se espalham pelo mundo

Post de origem Carta Maior

Em Londres, 30 mil marcham contra plano de austeridade

Os trabalhadores da função pública estiveram em greve no Reino Unido, nesta quinta feira. A manifestação em Londres, contra as medidas de austeridade impostas pelo governo conservador, juntou mais de 30.000 pessoas. Ed Miliband, líder do Partido Trabalhista, considerou que as greves são “erradas”.

A greve contra os cortes nas reformas foi convocada por três sindicatos do setor da educação e por dois sindicatos de trabalhadores da função pública: o sindicato dos serviços públicos e comerciais (PCS) e o GMB. No setor da educação a greve paralisou, total ou parcialmente, mais de 11.000 escolas.

A greve teve também grande adesão dos trabalhadores dos serviços de fronteiras dos aeroportos, portos e estações ferroviárias, de funcionários judiciais e de outros setores da função pública.

Na marcha realizada em Londres participaram mais de 30.000, tendo-se realizado manifestações igualmente noutras cidades do Reino Unido.

Ed Miliband posicionou-se contra a a luta dos trabalhadores da função pública, declarando que é “errada” e defendendo que os sindicatos e o governo devem continuar a negociar. A declaração deixou os grevistas e os sindicalistas em fúria, tendo Mark Serwotka do PCS respondido que Ed Miliband “deve pensar no que está fazendo”. Num editorial do jornalMorning Star, intitulado “Miliband não está ouvindo”, afirma-se: “As recentes decisões de Miliband indicam que ele ainda se guia mais pelas obsessões do novo Labour do que por aquilo que está a ouvir da parte dos trabalhadores.” E acrescenta: “A percepção popular de que há mais um líder trabalhista no bolso das grandes empresas vai prejudicar a capacidade do partido de se reconstruir”.

Milhares nas ruas em defesa da educação pública no Chile

Outra vez a Alameda de Santiago foi o palco escolhido pelos manifestantes para exigir o fim do lucro em todos os níveis de ensino e mostrar seu desacordo com as políticas privatizadoras impulsionadas pelo governo Piñera. O objetivo principal dos mobilizados é organizar a construção de um projeto de educação garantida constitucionalmente como um direito social universal em todos seus níveis e sobre a base de um sistema de educação pública, gratuita e de qualidade.

Estudantes, professores, acadêmicos, trabalhadores e cidadãos chilenos em geral protagonizam nesta quinta-feira uma nova jornada de mobilização nacional em demanda de educação pública e gratuita.

Outra vez a Alameda de Santiago foi o palco escolhido pelos manifestantes para exigir o fim do lucro em todos os níveis de ensino e mostrar seu desacordo com as políticas privatizadoras impulsionadas pelo governo da direita. Uma marcha partiu da Praça Itália até a Praça dos Heróis, encabeçada pela Confederação de Estudantes de Chile, pelo Colégio de Professores e pela Central Unitária de Trabalhadores.

Ocorreram também manifestações em Arica, Iquique, Antofagasta, A Serena, Coquimbo, Valparaíso, Concepção e Valdivia, entre outros pontos da geografia chilena.

O objetivo principal dos mobilizados é organizar a construção de um projeto de educação garantida constitucionalmente como um direito social universal em todos seus níveis e sobre a base de um sistema de educação pública, gratuita e de qualidade.

Os organizadores contaram com uma resposta em massa à convocação do que identificam como um desemprego cidadão e social pelo apoio a cada vez maior de amplos setores ao que começou como um movimento da comunidade educativa.

“Esperamos uma grande quantidade de pessoas, quiçá mais que a última jornada”, disse o presidente do Colégio de Professores, Jaime Gajardo, em alusão à manifestação do passado 16 de junho, quando marcharam mais de 100 mil chilenos pela Alameda e outros 100 mil em diferentes cidades do país.

Gajardo ponderou o alcance da demonstração e convidou a somar-se a ela a todo mundo social, político, eclesiástico e parlamentar “porque aqui há um tema que nos interessa a todos e é transversal: recuperar a educação pública para Chile”.

Alicia Lira, presidenta do Agrupamento de Familiares de Executados Políticos, manifestou o apoio das organizações defensoras dos direitos humanos aos protestos contra a mercantilização da educação.

“Para nós para além de lutar pela verdade e a justiça, nos interessam as políticas de país, nos interessa a educação que precisam nossos jovens”, assinalou Lira.

Forças da esquerda chilena como o Partido Comunista, o Partido Esquerda Cristã de Chile, Juntos Podemos Mais e o Partido do Socialismo Allendista participaram da marcha.

Participaram também os prefeitos da zona sul de Santiago, a Associação Nacional de Empregados Fiscais, a Associação Chilena de Bairros e Zonas Patrimoniais, os servidores públicos da Saúde Municipal, a Frente Ampla da Saúde Pública e a Coordenadora de Pais e Apoderados, grupos ambientalistas como Ação Ecológica e Patagônia sem represas e trabalhadores e servidores públicos do Ministério de Educação.

Cercado por multidão, parlamento grego aprova plano do FMI

Num parlamento cercado por manifestantes, o primeiro-ministro socialista conseguiu a maioria dos votos para um novo plano de privatizações, cortes salariais e aumento de impostos, uma condição imposta pelo FMI para emprestar mais 17 bilhões de euros à Grécia. Nas ruas, milhares de pessoas manifestaram-se contra o novo plano de austeridade, no segundo dia de greve geral. Foi a primeira vez desde o fim da ditadura militar que os gregos entraram em greve por mais de 24 horas.

O plano de austeridade passou por 155 votos contra 138, tendo um deputado do PASOK (Socialista) votado contra o seu partido e um deputado da oposição apoiado o plano do governo.

Nas ruas, milhares de pessoas manifestaram-se contra o novo plano de austeridade, no segundo dia de greve geral. Foi a primeira vez desde o fim da ditadura militar que os gregos entraram em greve por mais de 24 horas.

A noite de terça-feira ficou marcada por confrontos nas ruas entre a polícia e grupos de manifestantes e mesmo depois do anúncio da votação têm-se repetido as cenas de violência. Milhares de policiais foram destacados para a zona do parlamento e dispararam gás lacrimogêneo e balas de borracha sobre os manifestantes. Depois das dezenas de feridos nos confrontos de terça-feira, a praça Syntagma voltou hoje a ser transformada num campo de batalha, com milhares de pessoas em fuga e a polícia a tentar encurralá-las nas ruas mais estreitas daquela zona da cidade. O correspondente da BBC em Atenas afirma que bombas de gás lacrimogêneo foram atiradas para a estação do metro, fazendo diversas pessoas cair nas escadas, sufocadas. Cerca de 500 pessoas receberam assistência no interior da estação, com problemas respiratórios devido à nuvem de gás que percorria o centro de Atenas.

O uso de gás lacrimogêneo em larga escala foi também tema de debate no parlamento, com os deputados criticando as ordens dadas nesse sentido às forças policiais e a apelarem ao fim da “guerra química” travada à porta do edifício enquanto decorria a votação. Após a votação, os confrontos estenderam-se até junto do edifício do ministério das Finanças, que acabou por ficar parcialmente incendiado.

A sociedade grega já vive os efeitos do primeiro pacote de medidas que foi posto em marcha com a primeira parcela do empréstimo e que levou ao corte de 10% nos salários dos 800 mil trabalhadores do setor público. Com o novo plano, ao fim de três anos de recessão, a imprensa de Atenas calcula que cada família terá de pagar mais 2795 euros por ano, mais ou menos o rendimento médio mensal das famílias gregas.

“Os manifestantes sentem que o primeiro memorando agravou a crise”, diz Stathis Kouvelakis, professor de economia política em Londres, que sublinha o simbolismo das imagens de manifestações em frente ao parlamento que têm corrido o mundo. “É o sistema político contra o povo. Existe uma ruptura de legitimidade profunda”, declarou o investigador ao diário francês Le Monde.

A pressão da opinião pública e a irredutibilidade da oposição no parlamento trouxeram mais expectativa quanto ao comportamento dos deputados da maioria PASOK nesta votação, que acabou por decorrer favoravelmente aos planos da troika. A chanceler alemã Angela Merkel reagiu de imediato ao anúncio do resultado, classificando-o como “uma excelente notícia”. Na próxima semana, o parlamento alemão irá votar as garantias bancárias para esta parcela do empréstimo à Grécia.

50 ºANIVERSARIO DA REVOLUÇÃO CUBANA E DE SOLIDARIEDADE A CUBA.

Segunda-feira, 27 de Junho · 19:30 – 22:30

Auditório da UNIBR- Faculdade de São Vicente

PALESTRANTES: 

Dr. JOSE RAMON HERRERA MEDINA

Coronel da reserva, combatente do exercito rebelde, condecorado na sua trajetória militar, Doutor em ciências filosóficas e investigador do instituto de historia de Cuba, autor do livro Licencia para Matar (1999), Fuego Cruzado (2011).

Profª Ms. NIDIA MARIA ALFONSO CUEVAS

Graduada em Planificação de Economia Nacional, Máster em Administração de Negócios, realizou trabalhos científicos internacionais na Nicarágua, México, Guatemala e Bolívia, Professora Adjunta do Depto de Ciências Sociais de Cuba.

“Revolução é o sentido do momento histórico; é cambiar tudo o que deve ser cambiado; é igualdade e liberdade plenas; é ser tratado e tratar os outros como seres humanos; é nos emanciparmos por nós mesmos e por nosso próprio esforço; é desafiar forças dominantes poderosas dentro e fora do âmbito social e nacional; é defender valores nos quais as pessoas acreditam, mesmo a custa de qualquer sacrifício; é modéstia, falta de egoísmo, altruísmo, solidariedade e heroísmo; é lutar com audácia, inteligência e realismo; é não mentir jamais nem violar princípios éticos; é convicção profunda de que no existe força no mundo capaz de afastar a força da verdade e das idéias. Revolução é unidade, é independência, é luta por nossos sonhos de justiça para Cuba e para o mundo, a qual é a base de nosso patriotismo, nosso socialismo e nosso internacionalismo.”

Associação Jose Martí da Baixada Santista
Aníbal Ortega
Presidente
Tel: (13) 3469-2246

Para onde vai o Fórum Social Mundial?

Post de origem Carta Maior

Reunidos em Paris no fim de maio, os representantes das organizações membros do Conselho Internacional (CI)do Fórum Social Mundial refletiram sobre o futuro do FSM num novo contexto, marcado pela emergência dos movimentos populares nos países árabes. Em função de tudo isso, é permitido esperar que um FSM na Tunísia ou no Cairo em 2013 venha a ter um efeito realmente mobilizador, um pouco como teve no caso das primeiras edições do FSM na América Latina.

Agir no epicentro da crise

Há vários anos no Magreb e no Mashrek [1] os movimentos populares estão em marcha para elaborar novas estratégias. Sob a ameaça constante de regimes de ditaduras corrompidas ou pseudo-democracias (as “democraturas”, como as nomeou justamente o saudoso Abraham Serfati), esses movimentos também sofrem ataques das correntes reacionárias, que agem sob o manto da religião. Como nos lembraram os camaradas marroquinos, tunisianos, egípcios, cada situação é singular, caracterizada por configurações políticas, sociais, culturais, específicas. As contribuições de Kamal Labhib, de Gustave Massiah e de Samir Amin, notadamente, tem nos permitido compreender melhor a complexidade e os desafios que isso comporta para os movimentos populares num processo de longa duração.

É necessária uma intervenção

Enquanto isso, para as organizações sociais do mundo inteiro, a prioridade é resistir às diversas ofensivas imperialistas que visam reassegurar essa parte do mundo com vistas aos objetivos geopolíticos e geoeconômicos dos dominantes. O desmembramento em curso na Líbia, que se junta ao da Palestina, do Iraque, do Afeganistão, do Sudão e de outros países do “arco das crises” se inscreve numa estratégia de “gestão de crise” cujo fim é impedir toda mudança real. Para os partidos que compõem o FSM, tudo isso quer dizer dar atenção a essa situação e se solidarizar, bem como confrontar as classes dominantes nos países em que esses movimentos estão localizados, e enfim apoiar o duro trabalho de construção das redes estabelecidas pelo Fórum Magreb-Mashrek e uma miríade de organizações na região, há alguns anos.

Em função de tudo isso, é permitido esperar que um FSM na Tunísia ou no Cairo em 2013 venha a ter um efeito realmente mobilizador, um pouco como teve no caso das primeiras edições do FSM na América Latina.

Repensar o Processo do Fórum

Há pelo menos três anos que se sabe que há uma discussão em curso para reforçar o processo do FSM. Ao longo de todos os seus dez anos o FSM marcou os avanços do movimento popular, sobretudo na América Latina. Os “avanços” do FSM na Ásia, na África e na Europa também tiveram vários aspectos positivos. No entanto, está claro que a fórmula dos grandes encontros, que permitiram ao movimento popular “visualizar-se” deve ser retomada. Além disso, o último Fórum em Dakar demonstrou a vitalidade de um certo número de inovações. Pensa-se notadamente nos espaços de elaboração estratégica para os movimentos e das redes, que vão além dos diagnósticos da crise e que lançam luz sobre hipóteses estratégicas. Esses passos requerem muita preparação, por meio de pesquisas, de consultas, de diálogos cruzados entre vários movimentos. O processo implica também, além da organização de uma ou de conferências durante o Fórum, um trabalho de longa duração. As organizações e redes que participarão desse processo no próximo período serão as que agregarão valor ao FSM.

Retorno ao local

Por definição, a importância do FSM foi justamente a de tornar visível uma mundialização dos movimentos, via elaboração de uma plataforma de discussões e portanto de problemas comuns. Hoje, se esse objetivo permanece válido em várias partes do mundo, em que o processo do FSM está ainda embrionário, é menos prioritário para vários movimentos, especialmente na América Latina e na Europa, embora seja preciso distinguir as diferenças reais que separam a experiência nos diversos países. Contudo, desenvolve-se uma certa tendência a querer enraizar o Fórum em escalas locais, regionais e até municipais, onde a convergência dos movimentos pode ter um impacto imediato. Esses fóruns locais tem igualmente a vantagem de se focalizarem num certo número de temáticas que correspondem justamente às prioridades locais, o que facilita a tarefa dos movimentos que pretendem ir além no sentido da elaboração de estratégias.

Uma reorganização necessária

O FSM não foi concebido no início como uma “conferência” ou um “acontecimento”, mas como um processo facilitador de acumulação das experiências úteis aos movimentos populares na sua resistência ao neoliberalismo e na elaboração de alternativas. Certo, a importância de organizar grandes encontros era evidente nesse primeiro período, mas não é preciso fazer disso um princípio absoluto. É preciso também considerar os interesses divergentes que se expressam a esse respeito no fórum e que envolvem os movimentos altermundistas, os sindicatos, as ONGS, as redes feministas, os campesinos, os ecologistas, etc. O princípio da pluralidade e dos diálogos cruzados deve permanecer em primeiro plano. Igualmente central é a ideia de que esses diálogos cruzados devam “desembocar”, quer dizer, permitir uma melhor articulação das práticas, à luz de elaborações teóricas e isso, ao se integrar às culturas políticas diversas e às estratégias distintas postas desde o começo pelos movimentos populares.

Repensar os recursos

Ligado a esse debate está o dos recursos. O FSM é a emanação dos movimentos sociais e não um “projeto” proposto a fundações liberais, e menos ainda a estados talvez “acolhedores”, mas cujos objetivos são antinômicos aos dos movimentos. Um FSM que respire e que avance, por exemplo, deve integrar a dimensão ecológica alinhada à gigantesca batalha mundial por Pachamama, o que é contraditório com uma dependência financeira dos que preconizam o “desenvolvimento” por meio das fontes de energia fóssil. Dito isso, é preciso que as organizações sociais tomem as rédeas da organização e do financiamento do Fórum. É em todo caso possível, como demonstraram os camaradas dos Estados Unidos com a organização do Forum dos EUA no último verão em Detroit. Nesse sentido, as proposições do comitê internacional sobre os recursos permitiram identificar várias pistas promissoras para autonomizar o FSM nesse plano.

O FSM dos dez próximos anos

É muito provável que o processo do FSM seja relançado e reforçado em função das pistas oferecidas acima. De uma certa maneira, a liderança deve se renovar e passar a mão a uma nova “geração”. Os brasileiros e outros movimentos latino-americanos, que muito contribuíram sabem que essa “passagem” é necessária, mesmo que suas redes continuem ativas no Fórum, mas sem o mesmo peso e sem desempenharem o papel central que ocuparam nos últimos anos. Essa transição deve ser feita por etapas e ir de par com o desenvolvimento das redes nas diversas regiões. Enquanto isso, as novas iniciativas estão se desenvolvendo um pouco em toda parte para construir, no seio dos movimentos populares novos “intelectuais coletivos”, na tradição de Gramsci e de Bourdieu, de “intelectuais coletivos” enraizados nos movimentos, capazes de desenvolver os saberes inscritos nos movimentos e de produzir elaborações estratégicas que lhes permitam construir verdadeiras ferramentas contra hegemônicas.

Tradução: Katarina Peixoto

Rumo à XIX Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba! de 23 a 26 de junho em São Paulo

Quem estiver em São Paulo durante está data ou estiver com disponibilidade. Não marque toca vale a pena!

PROGRAMAÇÃO DETALHADA

21 e 22/06 – terça-feira e quarta-feira

Sala de projeção do Pavilhão da Criatividade – Memorial da América Latina

19h – Exibição de filmes cubanos

Dia 21 – Lucía

Sinopse: Lucía é uma obra mestra do cinema cubano, tinida até hoje como a consagração definitiva de um cineasta e de uma filmografia nacional. A obra está composta por três contos. Em cada um deles a protagonista leva o nome de Lucía, ou seja, uma representação da mulher cubana em três tempos. A três Lucías encadeiam a épica pessoal com o fluir da epopeia nacional emancipadora, libertação que convoca a mulher como ente participativo e definitório. Este filme é a primeira mirada do cinema cubano ao devir histórico, visto como caixa de ressonância para o íntimo, sim que a descrição da alma feminina obstaculize a visão das raças e povos acrisolados na nação cubana. A crítica tem reconhecido neste filme o extremo cuidado formal e de representação, sob a inspiração de Serguei Eisenstein, Luchino Visconti, Orson Welles, Glauber Rocha e os grandes neo-realistas, assim como seu gosto pela recreação enfática e melodramática dos signos culturais do passado, onde é notória a espessura filosófica, artística e histórica. Humberto Solás é considerado um cultivador da sedução através do virtuosismo estilístico.

Dia 22 – Memórias do subdesenvolvimento

Sinopse: Retrato lúcido e poético de Cuba no começo dos anos 60, Memórias do Subdesenvolvimento é considerado um clássico do cinema latino-americano. O mestre Tomás Gutiérrez Alea oferece um olhar ao mesmo tempo carinhoso e crítico sobre os rumos da revolução narrado pelos olhos de Sérgio, um homem que aos 38 anos se vê subitamente sozinho em Havana, depois que sua mulher e seus pais resolvem migrar para os Estados Unidos. Ao acompanhar Sérgio, o espectador é convidado a passear pelas ruas da capital cubana e a encontrar personagens reais, num filme que mistura com habilidade recursos da ficção e do documentário.

22/06 – quarta-feira

Praça na saída do metrô Barra Funda, em frente à UNINOVE

14h – Atividade de rua: saúde e revolução PELA VIDA!

Barraca de campanha com atendimento à população e palestras

23/06 – quinta-feira (feriado)

Sala Mário de Andrade, anexo dos Congressistas – Memorial da América Latina

19h – Exibição do documentário de Carlos Pronzado “Carlos ‘Calica’ Ferrer: A última viagem de Ernesto Guevara pela América Latina” com presença de Carlos Pronzato e Calica Ferrer

Quem é Calica Ferrer: Carlos “Calica” Ferrer nasceu em Alta Gracia, Córdoba, em 1929. Aos quatro anos conheceu Ernesto Guevara de la Serna, um menino asmático que se instalou com a sua família em Alta Gracia para procurar um alívio para o seu mal. Ernesto e Calica mantiveram uma íntima amizade durante a infância e adolescência. Em 1953 empreenderam juntos uma viagem aventureira por América Latina, no final da qual, Guevara terminaria convertido no Comandante Ernesto Che Guevara.

Atualmente Calica Ferrer vive em Buenos Aires e se dedica a estudar e difundir a figura do seu amigo Ernesto Guevara. No documentário Carlos ‘Calica’ Ferrer, a última viagem de Ernesto Guevara pela América Latina (40 min./2011) de Carlos Pronzato, ele relata aquela viagem.

19h45 – Lançamentos e relançamentos dos livros

De Ernesto a Che – Carlos ‘Calica’ Ferrer (Argentina)

A Revolução Cubana e a Questão Nacional – José Rodrigues Máo Júnior

Cuba – apesar do bloqueio – Mário Augusto Jakobskind

Fogo cruzado – Coronel Jorge Herrera Medina (Cuba)

20h30 – Autógrafos e apresentação do grupo musical da AMA ABC

24/06 – sexta-feira

Auditório Simón Bolívar – Memorial da América Latina

8h – Credenciamento

9h – Palestra: A importância da Revolução Cubana no marco dos 50 anos da vitória em Playa Girón e a solidariedade internacional

Palestrantes: Coronel Jorge Herrera Medina, combatente da batalha de Girón, Kenia Serrano Puig, presidenta do Instituto Cubano de Amizade aos Povos, Dôra Cesar do Nescuba

14h – Oficinas e mini-cursos

Universidade Nove de Julho

História da Revolução Cubana, Sistema educacional em Cuba, Sistema de Saúde em Cuba, Poder Popular e Democracia em Cuba, Política Externa Cubana e a ALBA, Direito Internacional com base no caso dos 5 heróis, Oficina sobre cinema feito nas margens, Oficina de música e identidade cultural cubana, A economia cubana, As relações de gênero em Cuba.

24/06 – sexta-feira – ABERTURA OFICIAL

Auditório Simón Bolívar – Memorial da América Latina

19h – Ato político de abertura

Ato político: Embaixador de Cuba no Brasil, Sr. Carlos Rafel Zamora Rodriguez, Presidenta do ICAP e deputada da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba, Kenia Serrano Puig, e representantes de organizações nacionais

Apresentações musicais:

– Lançamento do novo CD de Pedro Munhoz

– Canto Libre com apresentação de vasto repertório latino-americano

– Apresentação do samba enredo “Cuba sim, em nome da verdade” pela escola União da Ilha da Magia, vencedora do carnaval de 2011 em Florianópolis

25/06 – sábado

Auditório Simón Bolívar – Memorial da América Latina

9h – Palestra: Bloqueio econômico e midiático

Palestrantes: Nidia María Alfonso Cuevas, Professora do Instituto Superior de Relações Internacionais de Cuba, Rosa Mirian Elizarde, jornalista do Cubadebate e Magalys Llort, parlamentar e mãe de Fernando González, um dos 5 patriotas cubanos preso nos EUA

14h – Grupos de trabalho

Universidade Nove de Julho

Bloqueio econômico, Bloqueio Midiático, Solidariedade a Cuba, Frentes Parlamentares, Libertação dos 5 patriotas

19h – Encerramento

Sintaema – Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de SP (próximo ao metrô Armênia, linha azul do metrô)

– Saudação de Aleida Guevara, médica cubana, filha de Che Guevara

– Leitura da Carta de São Paulo

– Festa de confraternização com a bateria das escolas de samba União da Ilha da Magia, vencedora do carnaval de 2011 em Florianópolis com o tema “Cuba sim, em nome da verdade” e da Unidos da Lona Preta

26/06 – domingo

Memorial da Resistência, antigo prédio do DEOPS – próx. as estações Luz e Júlio Prestes da CPTM

9h – Ato de agradecimento a Cuba pelo acolhimento dos brasileiros perseguidos políticos durante a ditadura civil-militar no Brasil e visita monitorada ao Memorial da Resistência

Entidades que convocam a Convenção

ABEEF, APEOESP, APES, ARES ABC, Assembleia Popular, CA de RI Unesp, Casa da América Latina, CCML, CDH Gaspar Garcia, CEAC, Cebrapaz, CEEP, CMP, Comitê Bolivariano de São Paulo, Comitê Brasileiro pela Libertação dos 5 Patriotas Cubanos, Comitê Pró-Haiti, Confraria Soteropaulistana, Consulta Popular, CRESS-SP, CTB, CUT, DCE UEPB, DCE UFABC, DCE UFCG, DCE UFPE, DCE UFRPE, DCE USP, ENFF, Fábrica Ocupada Flaskô, FDIM, FEAB, Frente pelo fim da Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto, Instituto Voz Ativa, Intersindical, J5J, JOC, Jornal A Verdade, Jornal Inverta, MAB, MLB, MLC, MLST, MMM, MORENA – CB, Movimento Correnteza, Movimento de Mulheres Olga Benário, MPA, MST, Pátria Livre, PCB, PCdoB, PCML, PCR, PSOL, PT, Rede Jubileu Sul, SASP, Sindipetro SP, SINDJORNAL, SINDLIMP/PB, SOF, STIUPB, UESPE, UJC, UJR, UJS, Uneafro, UST

Associações Culturais José Martí dos estados Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Norte, Casa Gregório Bezerra – PE, Casa de amizade Brasil-Cuba – CE e Núcleo de Estudos Cubanos – DF

 OUTRAS ORIENTAÇÕES – IMPORTANTE!

– Nos esforçaremos para que todas as atividades comecem pontualmente, mas, para isso, precisamos do apoio de toda/os a/os participantes. COLABORE!

– Tem feito muito frio em São Paulo especialmente a noite, prepare-se para isso.

– Todas as atividades ficam na região da Barra Funda, ao lado da estação do metrô (linha vermelha), com exceção da Confraternização que será próxima ao metrô Armênia (linha azul do metrô).

– O metrô em São Paulo custa R$ 2,90 e o ônibus R$ 3,00

Endereços dos locais do evento

Memorial da América Latina – Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – próx ao metrô Barra Funda

UNINOVE – Rua Deputado Salvador Julianelli, s/n – próx ao metrô Barra Funda

SINTAEMA (confraternização) – Av. Tiradentes, 1353 – próx ao metrô Armênia (saída A do metrô)

Memorial da Resistência (antigo prédio do DEOPS) – Largo General Osório, 66 – próx. às estações Luz e Júlio Prestes da CPTM

Para garantir o bom andamento do evento é INDISPENSÁVEL que os participantes se pré-inscrevam.

O formulário de inscrição encontra-se disponível no sitewww.solidariedadeacuba.org.br e deve ser preenchido e enviado por e-mailcontato@solidariedadeacuba.org.br com o assunto “Inscrição”. Acesse a ficha clicandoaqui. A pré-inscrição garantirá a participação nos mini-cursos e nos ajudará a levantar a demanda por alojamentos e refeições econômicas.

Contamos com o apoio de toda/os os amigos de Cuba neste trabalho! Até a Convenção!

VENCEREMOS!

Coordenação do MPSC

Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba

www.solidariedadeacuba.org.br – facebook.com/solidariedadeacuba

Seminário: A Crise Estrutural do Capital e os Desafios Atuais da Classe Trabalhadora.

Com cerca de mil participantes entre movimentos sociais, organizações sindicais e estudantes, no dia 11 de junho no Clube Semanal de Cultura Artística, centro de Campinas, foi realizado pelo (MST) Movimento dos Trabalhadores Rural Sem-Terra, um seminário com a participação do escritor Húngaro István Mészáros, autor do livro “Para além do Capital”, que atualiza as ideias de Marx e Engels, e com a participação de Ricardo Antunes, professor da Unicamp, pesquisador da atual condição dos trabalhadores no mundo trabalho e Virgínia Fontes, coordenadora de cursos da Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST. O tema do seminário foi “A Crise Estrutural do Capital e os Desafios Atuais da Classe Trabalhadora.”

A abertura do seminário foi por meio de um poema que denunciava a exploração do capital financeiro sobre os povos, destruindo culturas e devastando todo o planeta, dando o tom do debate que seguiria durante toda a manhã, conduzido por Mészáros e continuaria à tarde com Antunes e Fontes.

A visão critica ao momento histórico

Um dos principais apontamentos do seminário é que diante de toda a crise estrutural capitalista as contradições não diminuem se acirram. O exemplo disso é em plena crise o sistema capital simplesmente recrudescer ainda mais e atirar gerações inteiras ao caos, como estão acontecendo na Grécia, Portugal e Espanha, acentuando a crise que irá afetar diretamente a classe trabalhadora em escala mundial (como já está ocorrendo)

Mészáros iniciou sua fala dizendo que é preciso uma transformação radical por meio do ser revolucionário sujeito da historia, que possua estratégia, projeto e organização. Assim, como é necessária uma articulação internacional e mobilização das massas, não só enquanto resistência, mas como ofensiva. Somente desta forma será possível tomar o controle social e erradicar o capital que é muito mais que um sistema monetário, ou seja, ter em vista que a mudança é radical, pois não se pode ajustar o sistema, afinal o capital é também uma força cultural e religiosa que está representado no parlamento e também extra parlamentar. Por isso, é importantíssimo que os movimentos sociais discutam rumos de como construir caminhos para um mundo além do capital que segundo ele “vivemos num momento de crise estrutural, é da natureza do capital que essa crise não se resolva, a prova disso foi assistir os governos investir em empresas trilhões para salva-las […] Os EUA, por exemplo, gastou a soma de quinze trilhões numa crise financeira fraudulenta, é um valor astronômico que eles nunca irão pagar, e isso é somente a ponta do iceberg […] É preciso romper com esse sistema que está pondo em risco nossa própria sobrevivência na terra, e criar uma ofensiva de massas com posições revolucionárias […] esse movimento já começou e a América Latina está à frente desse processo de construção de um novo sistema.”

Para Mészáros a tomada de controle social é a tomada de controle de nossas vidas, que se traduz em participação e orientação de controle de produção. Produzindo apenas o que é necessário para a vida humana. E isso dentro da lógica capitalista nunca será possível porque ocorre o inverso, se antes o capital destruía e se vangloriava com o progresso – destruição produção, ao longo da história essa lógica caiu por terra. No entanto, hoje ele constrói novos discursos para justificar e se defender – produção destrutiva. O que é uma grande farsa porque não existe desenvolvimento sustentável enquanto a finalidade de produção for pautada pelo lucro.

Os EUA, por exemplo, um país falido que nunca irá pagar sua dívida investe em políticas belicistas, produzindo guerras e querendo a qualquer custo importar sua crise financeira por meio de políticas econômicas protecionistas (desvalorização do dólar)

O que Antunes chama de “o inferno da competitividade, que se traduz em enxugar o Estado, mercantilizar os serviços públicos e saquear, explorar e explorar, ampliando a precarização do trabalho e desarticulando toda a classe trabalhadora, o que Marx chamou de exército de reserva, hoje o capital absorve e o transforma em informalidade, subemprego, part time, temporário, terceirizado […] arrebenta […] com toda essa totalização da exploração, como resgatar o pertencimento de classe? […] Paz, terra e pão era o lema da Revolução Russa, aquilo que unificou as massas, e hoje? É trabalho, tempo livre, derrubar os transgênicos, o agronegócio, reforma agrária, urbana […] tudo isso são questões vitais e desafios que os movimentos sociais, organizações precisam entender como parte da luta para derrubar este Estado Capitalista que está nos esmagando”

E Fontes acrescenta “A forma de expansão do capital é nossa devastação. Dentro deste sistema só pode existir incontrabilidade total da vida social, temos que decidir que tipo de desenvolvimento nós queremos: financiar transnacionais, destruir recursos naturais, vender a força de trabalho, mercantilizar tudo, ou construir lutas para subverter essa ordem?”

Eis o grande desafio.

Projeto Ciclovida: em busca das sementes naturais.

O Centro dos Estudantes de Santos (CES) e o Coletivo Alternativa verde, Convidam a todas e todos para o lançamento do video “Ciclovida” no dia 10/06/2011 as 20horas

Projeto Ciclovida
: uma aventura de Inacio e Ivania, dois caboclos brasileiros que desvelam o crime cometido pelas grandes corporacoes de alimentos e agrotoxicos e pelos laboratorios de pesquisa de transgenicos contra a producao de alimentos.
Lifecycle é um documentário narrativo que segue um grupo de pequenos agricultores de Ceará numa viagem atravessando o continente da América do Sul de bicicleta, na campanha de resgate das sementes naturais. Os viajantes documentam a dominação dos agrocombustíveis no campo e o deslocamento de milhões de pequenos agricultores e comunidades indígenas.

www.Ciclovida.org

O Brasil é responsável por 12% das lavouras geneticamente modificadas no mundo. É o que mostra estudo divulgado pelo Serviço Internacional para a Agrobiotecnologia. Os viajantes documentam a dominação dos agrocombustíveis no campo e o deslocamento de milhões de pequenos agricultores e comunidades indígenas. Cultivos e matas nativas estão sendo substituídos por desertos verdes de monoculturas transgênicas onde nada mais, planta ou animal, pode sobreviver aos agrotóxicos. O documentário faz parte do projeto Ciclovida e foi produzido por Matt Feinstein e Loren Feinstein com colaborações de ativistas brasileiros.

Lifecycle foi escolhido melhor documentário na categoria conservação do Green Screen Environmental Festival Film/2010 e selecionado para o Blue Planet Film Fest em Los Angeles, EUA e Byron Bay Film Festival em Australia.

PAC o IIRSA brasileiro: Resistir, Lutar e criar Poder Popular!

Fonte: CMI

Neste último dia 05 de junho foi comemorado o dia de luta na américa latina contra o Plano IIrsa.  Esta data é para fazer memória aos dois anos do massacre indígena em Bagua no Peru, num conflito que resultou em dezenas de mortos e simboliza a resistência dos povos latino americanos contra o Plano IIRSA.

A sigla IIRSA se refere a Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional da América do Sul que representa um verdadeiro plano de saque e exploração das riquezas, dos bens naturais e dos povos latino-americanos.

Acreditamos que é necessário poder detectar que os efeitos do IIRSA em um ponto do continente fazem parte de um mesmo plano de dominação em outro ponto distante.

Entendemos que resistir ao Plano IIRSA é unificar nossas lutas contra algo que é comum a todos.

Portanto, é importante nos mobilizarmos em solidariedade e memória aos povos amazônicos e contra o Plano IIRSA.

Entenda o que é o IIRsa

IIRSA se define oficialmente como um “mecanismo institucional para coordenar ações intergovernamentais dos doze países sul americanos, com o objetivo de construir uma agenda comum para impulsionar projetos de integração de infraestrutura de transportes, energia e comunicação.” Essa iniciativa nasceu em 2000 a partir de uma reunião sediada em território brasileiro e a conclusão de sua segunda etapa de obras está prevista para o ano de 2022. A IIRSA é composta por 524 projetos que vão contar com a ajudinha de U$ 44 bilhões vindos de cofres públicos e mais U$ 35 bilhões de iniciativas público-privadas. Entre esses projetos estão previstas a construção de grandes rodovias, hidrelétricas e usinas. Alguns projetos já em andamento são parte complementar do Plano IIRSA; um exemplo é o caso da usina de Belo Monte, que afetará brutalmente a região da Bacia do Xingú, no estado do Pará.

No Brasil, parte dos projetos da IIRSA se apresentam através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), carro-chefe do governo do PT, de Lula a Dilma. Ainda que as fontes oficiais não liguem diretamente o PAC com a IIRSA, em uma breve leitura dos dois projetos é possível perceber com nitidez que as obras do PAC fazem parte do plano de (des)integração sul americano. Não é a toa que o governo brasileiro dá tanta importância ao PAC, pois o Brasil cumpre hoje um papel central dentro da IIRSA. Alguns dos projetos previstos se aproveitarão de recursos naturais de países fragilizados economicamente para benefício de empresários brasileiros, como é o caso de duas usinas elétricas que serão construídas na Bolívia e no Peru para o abastecimento energético do Brasil.

Se todos os planos da IIRSA forem realizados com sucesso, metade das áreas de conservação ambiental brasileiras serão afetadas. Além do impacto ambiental, está prevista a destruição de centenas de territórios indígenas em vários países. Esses projetos megalomaníacos ignoram completamente a geografia e a cultura dos territórios sul americanos e, longe de promover uma integração real entre os povos do continente, priorizam mais uma vez a geração de lucro através do saque e da destruição. Para garantir o sucesso da implementação do IIRSA, os governos sul americanos vêm flexibilizando gradativamente suas leis ambientais e a mídia corporativista cumpre sua parte no Brasil criminalizando as tentativas de resistência das?os camponesas?es, indígenas e quilombolas, taxando-as como um empecilho infantil contra o desenvolvimento do país.

Desenvolvimento para quem?

Justamente por estar sendo implementado de maneira silenciosa, o verdadeiro objetivo do Plano IIRSA passa despercebido. As obras previstas são a base material para a implementação da ALCA. Ou seja: estão sendo feitas as modificações territoriais que possibilitam melhor escoamento de mercadorias e estabelecimento de bases militares nos países da América Latina para facilitar a criação de um livre mercado. Gradualmente estão se criando condições de uma área de livre comercio eficiente na prática. A ALCA seria a cereja do bolo, as mudanças nas legislações que permitem estas relações comerciais. E depois do grande alarde gerado na década de 90, não serão mais implementadas de maneira tão evidente; assim como as obras da IIRSA disfarçadas nestes de desenvolvimento dos países e nas obras para a Copa e Olimpíadas no Brasil.

Todas essas obras previstas serão realizadas por poderosas multinacionais que devem ser muito bem subsidiadas (pagas) com o dinheiro público, tendo um risco quase zero. Todos os governos sul ame-ricanos, mesmos os que se declaram de base popular ou progressistas, estão apoiando e financiando os projetos da IIRSA sem levar em consideração as graves consequências que esses empreendimentos terão para o meio ambiente e para as pessoas que habitam os territórios. Assim como os tratados de livre comércio como o Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) e acordos bilaterais, a promoção desse modelo de desenvolvimento deve beneficiar a integração das grandes empresas e não dos povos.

Os acordos da IIRSA devem prejudicar também as condições de trabalho de muitos setores. Algu-mas dessas ofensivas já estão sendo sentidas no Brasil. Como parte do projeto de integração comu-nicacional da IIRSA está prevista a venda e privatização dos Correios. Durante o ELAOPA pude-mos ouvir de um companheiro que trabalha nos Correios o relato das tentativas cada vez mais pre-sentes de privatização da empresa. Há uma forte resistência na base, pois a medida deve contribuir para a precarização das condições de trabalho no setor.

Assim como nos Correios, cada iniciativa relacionada a IIRSA encontra alguma forma de resistência onde é implementada. No Peru, em 2005, os povos originários se levantaram contra a iniciativa do governo de implementar uma espécie de ALCA nacional, um Tratado de Livre Comércio entre Peru e Estados Unidos, que de certa forma complementa a IIRSA no saque de bens comuns. A resposta do Estado peruano foi absurdamente repressiva, resultando na morte de muitas pessoas. E é justamente na capital desse país, em Lima, que se planeja em 2011 uma reunião comemorativa dos 10 anos do início do projeto.

O problema é que a IIRSA tem assumido diferentes nomes por onde passa, tornando sua articulação um tanto invisível. Para quem vive realidades locais tão diferentes, com tantas particularidades, os problemas comuns se desconectam e não aparecem como um plano geral de uma só classe. Por isso a IIRSA foi escolhida mais uma vez como tema central do ELAOPA. No pouco tempo que tivemos lá, podemos perceber a necessidade dos movimentos autônomos da América Latina se unirem em uma resistência articulada, capaz de criar um poder popular tão global e articulado quanto o capital. Com o final do encontro, fica a vontade e necessidade de continuar trocando informações e, mais que isso, organizar movidas regionais articuladas continentalmente e sincronizadas com o calendários de ações da IIRSA.

A pressão pela CPI do trabalho escravo

Por Marcio Zonta, no jornal Brasil de Fato:

Em uma audiência pública sobre trabalho escravo, realizada na tarde do dia 31 de maio, na Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão, em São Luis, o advogado Antonio Filho, do Centro de Defesa da Vida e Direitos Humanos de Açailândia (CDVDH), entregou um documento para a deputada estadual Eliziane Gama (PPS-MA) exigindo que seja instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o trabalho escravo no Maranhão.


Representando diversas entidades e movimentos sociais (veja lista abaixo), Filho chamou a atuação do Estado no combate ao trabalho escravo de hipócrita. “É muita hipocrisia dizer que o estado priorizou o fim do trabalho escravo, existem vários planos que só estão no papel e dificilmente é emitido voz de prisão a um fazendeiro”.

Nonato Masson, advogado representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Maranhão, considera importante a investigação, “a CPI é justamente para isso, investigar porque o Estado é refém do trabalho escravo, tão lucrativo para o fazendeiro”.

Masson afirma que é necessário destrinchar a relação de subserviência do Estado com esse crime. “É um absurdo verificar que uma das praticas do Estado é negociar com esses fazendeiros, onde muitos ainda alegam que não podem pagar. Não se pode negociar com criminosos, existe todo um aparato legal que os pode julgar”, comenta o advogado.

Para instaurar a CPI do trabalho escravo no Maranhão serão necessárias, pelo menos, 14 assinaturas dos deputados estaduais.

Exemplos

No Maranhão apenas dois fazendeiros estiveram, por algum momento, presos sob a acusação de manter trabalhadores em situação análoga à escravidão, Max Neves Cangussu e Gilberto Andrade.

Cangussu recebeu voz de prisão em 6 de outubro de 2001 e, foi conduzido até a Polícia Federal em Imperatriz (MA), onde foi autuado em flagrante, pelo delegado Antônio Danúzio Teixeira Almeida.

Antonio Filho relata que na sede da Delegacia da Polícia Federal em Imperatriz o fazendeiro foi indagado pela coordenadora de fiscalização sobre a data que efetuaria o pagamento dos salários dos seus empregados, tendo ele respondido: “não vou pagar nem morto, eles é quem estão me devendo, veja os cadernos onde estão anotados as dívidas comigo”.

“Esta foi à primeira prisão em flagrante pela prática do crime de sujeição de trabalhadores à condição análoga à de escravo no Maranhão e estranhamente continua sendo a única, apesar de tantas outras fiscalizações terem flagrado o crime nos últimos tempos”, lembra Filho.

“Nos últimos anos foram 200 flagrantes para apenas essa prisão”, complementa Masson.

Já Gilberto Andrade esteve preso em duas ocasiões, sendo até hoje o indivíduo que passou mais tempo detido preventivamente pela prática do crime, cerca de sete meses. “Gilberto é de uma família de pecuaristas e grileiros tradicionais de Paragominas (município do estado do Pará), seu irmão Jairo de Andrade foi o primeiro tesoureiro nacional da UDR- União Democrática Ruralista, esta família tem ficha grande em relação a conflitos com posseiros”, menciona Filho.

Além da prática do trabalho escravo, em 2000, o Ministério Público Federal solicitou que fosse decretada sua prisão preventiva diante de indícios de sua participação como mandante de mais de uma dezena de assassinatos de trabalhadores, mas naquele momento foi negado o pedido.

Em 2008, Gilberto Andrade foi acusado de torturar um trabalhador em uma de suas fazendas no Pará aplicando-lhe ferro quente em várias partes do corpo. “Este ato foi base de fundamentação de novo pedido de prisão preventiva formulado pelo Ministério Público, que desta vez prendeu o fazendeiro por sete meses, alojado a maior parte do tempo na sede do Corpo de Bombeiros do Maranhão ou em hospital particular em São Luís”, revela Filho.

Problemática

Se o Estado é omisso contra prática do trabalho escravo, sua ausência em outras instâncias culmina ainda mais para o agravamento da situação. A professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Flávia de Almeida Moura, autora do livro “Escravos da Precisão – publicado pela editora EDUFMA”, estudou os meandros da economia familiar, além das estratégias de sobrevivência de trabalhadores rurais do município de Codó (MA).

Ela afirma que, embora ainda exista a figura do Gato (aliciador que leva as fazendas ou carvoarias), em certas localidades do Estado maranhense, muitos trabalhadores rurais são escravos por precisão. “Eles vão para o trabalho escravo pela precisão, não porque são enganados pelo gato, mas por um problema estrutural, por falta de políticas públicas”.

Segundo a professora não se pode generalizar o trabalho escravo em qualquer atividade rural, embora muitas ainda sejam degradantes, mas, sim entender que esse trabalho se concentra justamente nas duas principais atividades econômicas do momento, “pecuária e na cadeia produtiva do minério”. Portanto, “o trabalho escravo não pode ser entendido por uma atividade econômica opcional, pois são trabalhadores sem terra ou sem condições de se manter no campo com seu pedaço de terra”, avalia a professora.

Para o procurador do Ministério Público do Trabalho de Cuiabá, Rafael Garcia, que esteve presente na audiência pública, só uma ação poderá acabar de vez com o trabalho escravo, “mexer na estrutura fundiária desse país, enquanto tivermos pessoas sendo expulsas do campo pelos grandes projetos do agronegócio ou sem recursos para gerirem seus espaços, o que teremos é o trabalho escravo como consequencia”, reflete.

Entidades que assinam o documento:

A Pastoral da Educação do Santuário Santa Luzia;

Aluisio Silva Sousa – Vereador da Câmara Municipal de Açailândia;

Assema – Associação em Areais de Assentamento do Estado do Maranhão;

Associação Rádio Comunitária Açailândia – ARCA FM;

Cáritas do Maranhão;

CCN Pedreiras do médio de Miarem;

Centro de Cultura Negra do Maranhão – CCN;

Centro de Cultura Negra do Maranhão – Pedreiras;

Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán – CDVDH/CB;

Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Bom Jesus das Selvas;

Centro de Defesa e Promoção de Direito Humanos Padre Josimo – CDPDHPJ;

Fórum de Mulheres Maranhense – FMM;

Fórum de Mulheres de Imperatriz – FMI;

Fórum de Economia Solidária de Imperatriz – FESMI;

Articulação de Mulheres Brasileira – AMB;

CIME Regional do Maranhão;

Comissão de Direitos Humanos da OAB/MA;

Comissão Pastoral da Terra Maranhão;

Cooperativa para Dignidade do Maranhão – CODIGMA;

DCE/UEMA Imperatriz;

GEPTS – Grupo de Estudos e Pesquisa Trabalho e Sociedade da UFMA;

Igor Martins Coelho Almeida – OAB/MA 8.505;

Jose Francisco Gonçalves Souza – Vereador da Câmara Municipal de Açailândia;

Marcio Anibal Gomes Vieira – Vereador da Câmara Municipal de Açailândia;

Maria de Fátima Silva Camelo – Vereador da Câmara Municipal de Açailândia;

MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Maranhão;

Nonnato Masson – OAB/MA 5.356;

Paróquias São João Batista de Açailândia;

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alto Alegre;

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pindaré Mirim;

SINTRAED- Sindicato dos Trabalhadores na Educação e nos Demais Serviços Públicos do Município de Santa Luzia;

Sociedade Maranhense de Direitos Humanos;