Ontem por volta das 20h na favela México 70 em São Vicente ocorreu um incêndio e dez (ou mais) casas pegaram fogo, niguém ficou ferido, mas os moradores infelizmente perderam tudo. A causa do incêndio ainda não se sabe ao certo, ao que parece pode ter sido procado por algum curto circuito na rede elétrica, já que muitas casas possuem fiações elétricas muito precárias. As famílias estão alojadas na escola Ercília Nogueira na rua vale do pó – mais conhecido como Colégio Saquaré – até o momento está tudo bem, houve um princípio de tumulto pelo desgaste fisico e emocional por tudo que ocorreu, e a diretora da escola estava perdida sem saber o que fazer com as pessoas que precisavam de abrigo, mas está tudo ok. Parabéns a comunidade que se uniu para conter o fogo antes que ele se alastrasse enquanto os bombeiros estavam a caminho.
Entre 20/30 familias foram atingidas, mas pode ser mais. Quem puder contribuir com roupas e alimentos toda solidariedade é bem vinda!
Pontos de arrecadação;
Centro Comunitário Saquaré – Rua Mascarenhas de Morais – Igreja Bom Jesus dos Navegantes próximo ao mercado Atalaia: 3463-0229
Neste último sábado dia 26 de outubro ocorreu na Associação de Melhoramentos do Conjunto Residencial do Humaitá (bairro humaitá – São Vicente) uma atividade cultural que reuniu diversos segmentos da cultura e proporcionou para a comunidade local, não só um momento de diversão, mas também de reconhecimento de sua própria identidade. Grupos locais participaram e apresentaram suas danças, poesia, teatro, alegria…
Teve contador de história para crianças ( que os adultos também gostaram bastante e participaram rssr), varal de poesia, com muita coisa boa mesmo!
E a galera de dança de rua mandou bem pacas! Galera do Break também colou e ficou pequeno com os saltos, piruetas e mortais – olha, os caras são bons!
Sem contar @s dançarin@s mirins que demostraram muito talento.
Houve também um Documentário apresentado pelo pessoal do Movimento Pró Passe Livre Baixada Santista (MPL-bs) que levou a discussão do transporte junto à comunidade que conhece bem essa dura realidade, inclusive de forma bem criativa num mural de poesia havia reinvindicações em cartazes a respeito do VLT, ao término teve a apresentação do grupo de teatro do sindicato dos metalúrgicos.
Segundo Armando um dos organizadores “aqui é um espaço cultural de troca de ideias, de informações, a ideia é apresentar nossa cultura, nossas produções – a periferia produz e com muita qualidade, não é como essas porcarias que aparecem na TV, isso aí é outra coisa, isso não nos interessa”.
No dia (19) de outubro na cidade de São Roque interior de SP, ativistas ocuparam o Instituto Royal e resgataram 178 cães da raça beagle além de muitos coelhos que serviam de cobaias em testes com antibióticos e outros remédios. A mobilização tomou proporção pela rede, inclusive, foi divulgada em tempo real e no dia seguinte havia ativistas de outras regiões na cidade para protestar contra o abuso da Royal, que deflagrou logo pela manhã em confronto com a polícia, resultado: uma viatura de polícia e dois carros da TV Globo incendiados e algumas pessoas detidas para averiguação, ao todo cerca de 120 pessoas estão sobre investigação e poderão responder por furto.
O caso ganhou visibilidade nacional após sair nas mídias sociais, o que rendeu enormes discussões pelas redes, se tornando assunto em evidência tanto em apoio quanto em chacota. (triste) É uma pena que o debate (a maior parte dele) que tem circulado é em torno de piadas e da incoerência das pessoas, de uma classe burguesinha alienada que defende os bichos, mas usa os produtos, consome carne e nem sabe nada sobre a exploração dos trabalhadores nas lavouras de cana-de-açúcar ou sobre as chacinas nas favelas efetivadas pela polícia a serviço do Estado – Ok, nem é preciso reconhecer que foi uma galera de classe média que puxou essa discussão e foi lá efetivar a ação, e que em parte foi desastrosa a operação da galera, que retirou os animais e depois não sabia o que fazer com eles e pediam ajuda pela rede, e neste ponto também rola a falta de apoio da sociedade que não contribui em nada e ficou criticando, por isso a galera devia de ter pensado no suporte, óbvio, pois no final das contas teve cão encontrado na rua que acabou voltando para o Instituto. Porém, não retira a legitimidade da ação e nem da discussão, até mesmo o fato de atriz ter aparecido e feito “merchan” com cachorrinho no colo.
O que mais importa mesmo com todos os erros e acertos da ação, é que um precedente foi aberto para ser discutido: a questão da exploração animal – afinal, a maior parte das pessoas que falam sobre incoerência são as mesmas que nunca refletiram sobre a exploração animal, “sobre o bife que comem”. Qual sua origem e de que forma chegou à mesa. Além dos cosméticos que uma imensa maioria nem sabe que existe teste a cerca disto. Por isso o caso da Royal suscita aspectos importantes, que poderíamos inserir uma discussão de classe muito interessante, entretanto, o precedente aberto para discussão radical sobre a exploração animal naturalmente se for radicalizado alcançará esse debate, então vamos com calma;
Primeiro; vamos colocar em pauta todas as empresas que fazem testes em animais, quanto elas lucram e onde elas estão presentes, a partir disso revelar que o teste em animais é um grande mercado, por isso não acabará facilmente, é preciso muito embate, muita discussão e muito carro da polícia e da TV Globo incendiados. Porém, há alternativa, testes em células troncos podem substituir o teste em animais, afirmam cientistas, leia monografia muito interessante a respeito da substituição do uso de animais vivos em experimentos científicos e educacionais, além de fomentar a reflexão acerca de valores éticos sobre a preservação da vida animal aqui;
Segundo; vamos levantar a discussão da carne que está na mesa, qual sua origem¿ Como funciona a indústria da carne? Um ser humano não pode viver sem carne, por quê? Leia sobre o mito da carne aqui;
Terceiro; vamos expandir essa discussão da exploração, pois irá revelar muitas contradições e perversidades exercidas pelo ser humano. Afinal, quem sabe, por exemplo, de onde vem o tênis All Star? O da Nike? O computador, o celular, o tablete e uma infinidade de coisas que a sociedade pós-moderna tem nos propiciado?
E vamos pensar por que o preço de um determinado produto é tão barato? Horas, tem exploração no meio de tudo que consumimos – exploração do meio ambiente, de pessoas, de animais… De tudo, não há limites para uma sociedade cega que se acostumou a consumir sem questionar! Este é o ponto, a sociedade do consumo não tem escrúpulos, e todos estão inseridos neste processo, contribuindo de alguma forma com algo ruim sem saber, essa é a realidade que precisa ser escancarada e posta em discussão.
OBS: Essa discussão é bem longa para um texto pequeno, mas o intuito é provocar mesmo e ir discutindo. Blz!
Quem tiver interesse pesquise sobre trabalho análogo a escravidão referente estes grupos aqui; C&A, Grupo Pão de Açúcar, Leader, Marisa, Pernambucanas, Renner, Riachuelo e Walmart. Ou, sobre os calçados de Franca – há pesquisas de Ricardo Antunes- Sociólogo Brasileiro, muito interessante a respeito, além de muitas outras coisas relacionadas a exploração.
Links sugeridos;
Produção animal é um dos maiores contribuintes do aquecimento global, reafirma ONU.
A ACC – Associação Cortiços do Centro (Santos/SP)– orgulhosamente convida a todos para:
Palestra e troca de ideias com EDUARDO TADDEO (Rapper, Ex-Facção Central).
Autor do livro “A Guerra Não Declarada na Visão de um Favelado”, onde ele expõe sua visão sobre os problemas sociais e o estado de guerra em que vivemos no Brasil. O livro é uma extensão de suas composições pelo Facção Central e é mais uma arma contra os opressores.
“CADA LIVRO ABERTO É UM INIMIGO GOLPEADO”
“Existe um ditado que diz que a história é escrita pelos vencedores, na minha interpretação, este ditado é alterado para: a história é escrita pelos assassinos, até porque, morto não escreve”.
A LITERATURA DE GUERRA ESTÁ NO AR E VOCÊ ESTÁ CONVOCADO PARA A REVOLUÇÃO!!!!!!
“Infelizmente, no papel de hospedeiro e transmissor de más notícias, eu não posso evitar que os novos Confúcios tenham paradas cardíacas. Não posso me silenciar. Está encravado no meu DNA a obrigação de informar para cada refém da playboyzada, que dentro da engrenagem que move o Brasil, não há espaço para paz social, ações comunitárias, ajuda mútua e distribuição de bens”. (Eduardo Taddeo, A Guerra Não Declarada na Visão de um Favelado).
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FIQUEM LIGADOS O EVENTO CONTARÁ COM AS APRESENTAÇÕES DE:
Voz de Assalto, Crias da Baixada, TP 013, T.H, Rheu, Digão MC
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O evento acontece no dia 27/10, a partir das 13h.
Endereço: R. General Câmara, 410 – Paquetá, Santos
Canteiro de Obras do Vanguarda!
COMPAREÇAM!
P.S: Fortaleça com 1kg de alimento não perecível e/ou roupas e calçados em bom estado.
Parabéns a Prefeitura de São Vicente por realizar duas obras em vias principais ao mesmo tempo na cidade! (Viaduto Antonio Emerick e Ponte Pênsil)
Foto: Arquivo pessoal de Santos Lima (Viaduto Mário Covas – um dos acessos para área continental, Vila Margarida e Praia Grande.)
Ontem quem retornou do trabalho e precisou cruzar o centro da cidade em direção Praia Grande, área continental, Cidade Náutica ou Vila Margarida teve que ficar parado no trânsito por horas, para termos uma ideia do caos – por volta das 22h30min ainda havia fila para atravessar o centro de São Vicente. Pelas redes sociais pessoas relatavam via celular que estavam horas em pontos de ônibus, horas na fila e algumas decidiram ir a pé, debaixo de toda a chuva, enfrentando todo o algamento.
Pois é, como relembrar é viver;
Em 21 de março de 2012 vereadores de São Vicente confirmaram a quantia de 13 milhões pelo Ministério da Integração Nacional, para a instalação de oito comportas com bombeamento nos canais, o chamado sistema holandês de combate às enchentes.
Seriam instaladas novas comportas em oito pontos: Rua Japão; Rio D’Avó; Saquaré; Canal do Meio, na México-70; Avenida Castelo Branco, na Cidade Náutica; Dique das Caxetas, no Jóquei; Sambaiatuba, no Jóquei e Avenida Brasil, na México-70. O ex- prefeito Tercio Garcia disse que o recurso permitiria São Vicente enfrentar o problema das enchentes de forma integrada.
Mas e aí?
Até agora ninguém viu sinal de obra nenhuma e em época de chuva tem sido um caos, outra coisa, parte das enchentes na Vila Margarida é incompetência administrativa sim, não crescimento desordenado como afirmado na época. Afinal, o crescimento desordenado também é incompetência administrativa pela falta de políticas públicas de moradia realmente eficientes.
OBS: Não adianta agora, o Poder Executivo culpar o alagamento na descida do viaduto Mário Covas (V. Margarida – S.V) porque os alagamentos também são reflexos da incompetência administrativa de anos.
Fonte: Prefeitura de S.V em nota divulgada na época.
Com um saldo de mais de 200 pessoas presas, o Rio de Janeiro tem dado início a uma intensa perseguição aos manifestantes, primeiro foi a lei das máscaras, agora chegou-se ao absurdo de prender manifestantes e enquadrá-los na Lei de Organização criminosa feita apenas para organizações criminosas de tráfico e quadrilhas criminosas. Em São Paulo também houve muitas prisões após uma manifestação em que a polícia reprimiu violentamente. Há quem diga que a culpa é dos vândalos, pois é, quando este atentado a liberdade exercido pelo Estado sobre o comando e silêncio dos governantes bater na porta de cada um que reproduz essa besteira, aí será tarde… Todo apoio e força aos perseguidos políticos!
Seguem alguns relatos; (são muitos e precisam ser divulgados, linkamos apenas alguns)
Militante presa ontem na manifestação da aldeia maracanã, conduzida para Bangu (presidio de segurança máxima) até o fechamento desta matéria não havia noticias a respeito dela.
Foram presos na manifestação pacífica de ontem, dia 15/10/2013, os companheiros de Resistência da Aldeia Maracanã: Victor Ribeiro, Soledad Barbosa, Abdias Guajajara, Parázinho, Philippe França (Francês).
As mulheres foram encarceradas no Presídio Joaquim Ferreira, em Bangu e os homens no Presídio Guaxindiba em São Gonçalo. Estão sendo acusados de formação de quadrilha, corrupção de menores, e por causarem incêndio. Acusações falsas de um governo ditatorial em pleno século XXI. Assim que tivermos mais noticias voltaremos a postar. #liberdadeaospresospoliticos#ResistenciaAldeiaMaracanã#AldeiaResiste#UNIAM
Corpus: ”NÚMERO DE DETIDOS NA MANIFESTAÇÃO DE 15/10/2013
05ª DP – 08 detidos no total – 05 liberados e 03 presos
12ª DP – 10 detidos no total – 03 liberados e 07 presos
17ª DP – 28 detidos no total – 25 liberados e 03 presos
19a DP – 05 detidos no total – 05 presos e nenhum liberado
22ª DP – 49 detidos no total – 49 liberados
25ª DP – 39 detidos no total – 39 presos e nenhum liberado
29ª DP – 29 detidos no total – 29 liberados
37ª DP – 27 detidos no total – 27 presos e nenhum liberado”
Via HC
Agente da Polícia Ferroviária (PF) saca arma contra manifestantes que aguardavam por trem na Estação Pinheiros da Linha 4 Amarela.
15 de Outubro – São Paulo
PARA SER PRESO, BASTA ESTAR NA RUA?
Na noite de ontem, um colaborador do Rio na Rua, nosso amigo, foi detido no cerco à escadaria da Câmara Municipal. Após horas de embate entre manifestantes e polícia, as detenções foram realizadas em um momento em que os ânimos pareciam ter se acalmado.
Depois de várias rodadas de bombas de gás e de efeito moral lançadas na Cinelândia, a maior parte do contingente policial estava em sua concentração na rua Senador Dantas. Nossa equipe transmitia o retorno da polícia e tivemos a impressão que eles iriam se retirar. Contudo, sob as ordens de seus comandantes, eles voltaram à Cinelândia pelas duas ruas que ladeiam a Câmara e cercaram a escadaria, onde um grupo de manifestantes permanecia.
Todos que estavam na escadaria foram revistados e, mesmo sem quaisquer indícios de delito, detidos. Entre eles, nosso colaborador. Sem resistência e com serenidade, sua característica marcante, foi levado a um ônibus, informado de que seria levado para a 5a DP. Entretanto, os detidos foram divididos por vários bairros da cidade, onde delegados de diferentes humores e convicções os esperavam com suas acusações já marcadas.
O repórter do Rio na Rua, portando identificação do coletivo, cobria o ato no momento de sua detenção. Não executou nenhuma ação direta contra a polícia, bens públicos ou privados, não havendo, portanto, provas materiais contra ele. Não foi o suficiente para impedir que, junto a todos que foram levados para a 25ª DP, fosse detido em “flagrante”, acusado de Formação de Quadrilha e Bando. Após passar a noite lá, está sendo conduzido ao Complexo Penitenciário de Bangu. Mais uma vez, pessoas escolhidas aleatoriamente, muitas que sequer se conheciam, receberam as mesmas acusações. Desta vez, um número assustadoramente maior, 84, está sendo conduzido a presídios.
O direito à livre manifestação foi violado mais uma vez. Aos que legitimam a ação excessiva da polícia com o argumento de combate ao “vandalismo” e de manutenção da ordem, pedimos que reflitam: o mesmo poderia acontecer com qualquer um que estivesse, no momento do cerco, parado na escadaria.
Após dois meses de resistência manifestantes do Ocupa Câmara foram removidos violentamente da Praça da Cinelândia. Em cenário de caos, sem a circulação de nenhum transporte público, a violência policial instaurou um toque de recolher por todo centro da cidade. Há denuncias de que policiais excederam os limites de suas atribuições, colocando vidas em risco ao disparar armas de fogo indiscriminadamente em meio à população. Observamos um rastro de capsulas de munição letal na esquina das Ruas Evaristo da Veiga com Rua México, e perfurações na fachada do Museu Nacional de Belas Artes. Um integrante de mídia independente relatou ter tido uma arma apontada em sua direção durante o mesmo incidente. Existem relatos e imagens circulando de dois indivíduos, não uniformizados, disparando suas armas na Cinelândia e de que grupos de milicianos intimidavam manifestantes nas ruas do entorno da Santa Luzia. Uma jovem teria sido internada após ter sido atingida no abdome por uma bala de chumbo. Centenas de manifestantes foram presos. Alguns foram vistos saindo da 37 DP na Ilha do Governador, descalços e algemados. A informação é que estavam sendo conduzidos para exames no IML.
O JORNAL ZONA DE CONFLITO MÍDIA INDEPENDENTE COMUNICA AOS ÓRGÃO DE IMPRENSA Q SEU REPÓRTER FOTOGRÁFICO RUY BARROS FOI PRESO NA NOITE DE ONTEM POR POLICIAS MILITARES DURANTE A MANIFESTAÇÃO DOS PROFESSORES.
NOSSO FOTOGRAFO ESTAVA EXERCENDO SEU TRABALHO REGISTRANDO OS FATOS E FOI PRESO DE FORMA ARBITRARIA E SEM NENHUMA PROVA DOS CRIMES IMPUTADOS A ELE E DIGA-SE QUE SÃO CRIMES VISTOS APENAS NOS TEMPOS DA DITADURA.
NESSE MOMENTO NOSSO FOTOGRAFO RUY BARROS ESTA PRESO NO PRESIDIO NO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO DIFICULTANDO O ACESSO DOS ADVOGADOS E FAMILIARES.
EQUIPE JORNAL ZONA DE CONFLITO – MÍDIA INDEPENDENTE
AMANHECER EM 64
Hoje pela manhã a Polícia Civil, em ação conjunta com a Polícia Federal, iniciou a execução de diversos mandados de busca e apreensão na casa de ativistas políticos, dentre eles Anarquistas, Anonymous e participantes da tática Black Bloc.
Até agora seis mandados foram executados e todos os detidos foram acompanhados por advogados do Instituto de Defensores de Direitos Humanos -DDH.
A Organização Anarquista Terra e Liberdade, OATL, relata que residências foram invadidas pela Polícia Federal, eles tiveram seus equipamentos (computadores, celulares e pen drives) apreendidos e foram conduzidos à delegacia.
Todas as pessoas detidas já foram liberadas.
Ao que tudo indica, as forças policiais pretendem identificar provas que possam incriminar os militantes por formação de quadrilha e incitação à violência. Dentre eles, está Ana Cristina, que é professora da rede municipal e da rede estadual de Ensino do Rio de Janeiro.
Já não é a primeira vez que o governo estadual, por meio de seu braço forte, tenta calar as vozes das ruas, mas como as tentativas anteriores foram frustradas, a estratégia parece ser incriminar mais, punir mais e perseguir mais. O que eles talvez não estejam observando com essas ações de repressão, é que o movimento acaba ganhando ainda mais força, pela certeza de estar no caminho certo, no caminho que os poderes públicos temem, e por isso combatem.
texto: Luciano Silva e Mario Rocha
foto: Coletivo Carranca
Geralmente quando uma mulher é estuprada, várias pessoas tentam justificar o ato. Ouvimos que a vítima “ provocou o estupro por estar com roupas curtas” entre outras frases clássicas. Além disso, existe um mito sobre o estupro; as pessoas acreditam que a maioria dos estupros é cometido por desconhecidos no meio de uma rua deserta, quando na verdade, a minoria dos estupros é assim. Nos EUA dados apontam que 70% dos estupros são cometidos por alguém que a vítima conhece. No Brasil, dos 16 estupros registrados por dia no Estado do Rio de Janeiro, a maioria foi cometido por amigos ou conhecidos.
Esses tipos de pensamentos são muito úteis aos estupradores, fornecem um roteiro de como agir para não ser condenado pela agressão. Eles criam situações nas quais nossa cultura vai protegê-los, arrumando desculpas para o comportamento deles e questionando ou negando o relato de suas vítimas. É improvável que eles sejam condenados porque a história não se encaixa no script [do que convencionamos como estupro “de verdade”]. É improvável que eles sejam presos porque a história não leva a uma condenação fácil. Aliás, é improvável que eles sejam denunciados porque as sobreviventes do estupro sabem que as táticas que estes homens usam as deixam com poucas chances de fazer justiça.
Quando você justifica o estupro você esta alimentando uma cultura que favorece o estuprador, você esta dizendo as mulheres as suas voltas que se elas forem estupradas, que não vai ajudá-las. Quando você justifica o estupro, você silencia a mulher, fazendo-a acreditar que é culpada. Quando você justifica o estupro, você esta dando um “ OK “ para o estuprador estuprar.
A marcha das vadias é um movimento que luta contra a cultura que culpa as mulheres que são estupradas. Elas surgiu no Canadá,quando um policial disse as estudantes de uma faculdade que para não serem estupradas precisavam evitar se vestir como “vadias”.
POR QUE VADIA ?
Vadia é um termo para menosprezar e ofender mulheres. É usado para envergonhar mulheres sobre suas ações, seja com quantas pessoas transa, que lugares frequentam até para ofender mulheres que levantam a voz numa discussão. Só por sermos mulheres já fomos chamadas de vadias. Vadia além de ofender, assusta, pois ser vadia na nossa sociedade é ser “ estuprável”. Nos recusamos a ser ofendidas por ousarmos viver nossas vidas da forma como desejamos. Se ser livre é ser vadia, somos TODAS vadias!
Neste último sábado dia 12 de outubro a Rádio da Juventude recebeu a visita de Armando Santos (poeta vicentino) e de Tomaz (Da Associação de Melhoramentos do Conjunto Residencial do Humaitá). Ambos vieram trazer informações importantes sobre a região e também sobre uma atividade cultural que irá ocorrer no Humaitá no próximo dia 26 de outubro.
Aproveitamos a presença destes amigos e gravamos o programa “Se Liga na Ideia” colocando em debate: Cultura Popular; Mobilida urbana, VLT (Veículo Leve sobre Trilhos); Política na Região da Baixada Santista e Organização popular.
Confira o programa na integra, e logo mais divulgaremos todas informações sobre a atividade cultural que ocorrerá no humaitá.
Quando denunciamos aqui no blog sobre a perseguição aos moradores de rua da cidade de Santos, é exatamente para promover a discussão sobre essa realidade que na maioria das vezes é ignorada pelo poder público, ou tratada de forma higienista.
Morador de rua sendo detido porque questionou, na verdade, se indignou e gritou com os GMs que batiam num homem atrás de uma viatura. Foto: Rádio da Juventude
Hoje por volta das 10h da manhã no bairro Vila Mathias em Santos enquanto a Guarda Municipal efetivava o serviço de acompanhamento de limpeza junto aos outros equipamentos da prefeitura, uma confusão iniciou-se e acabou provocando o envolvimento de pessoas que passavam pelo local e presenciaram a ação truculenta da guarda municipal.
Não conseguimos obter a informação de como tudo começou, o fato é que parte da Guarda Municipal “perdeu a cabeça” segundo um dos GMs que conversou conosco – e aí a população se revoltou e no meio da confusão o que conseguimos presenciar foi a GM;
1. dando choques num homem no chão algemado;
2. levando outro para detrás de uma das viaturas para bater
3. guardas gritando e empurrando pessoas que tentavam impedir tal violência;
4. um funcionário da Prefeitura intimando alguns funcionários (de um centro de atendimento de saúde pública) por estarem filmando e fotografando – dizendo; vou pegar o nome de cada um de vocês aqui por estarem se intromentendo, não houve violência!
Agora, de quem é a culpa por tudo isso?
Ouça os áudios com relatos da própria Guarda Municipal assumindo que o papel dela não é este, mas o descaso do atenção social para a cidade cria essas condições. Áudios também de algumas pessoas que estavam presentes e se horrorizaram com o que viram.
Depoimento de moça que presenciou a ação truculenta da Guarda Municipal.
Este homem (sem camisa) foi quem apanhou atrás da viatura. Foto: Rádio da Juventude
Este homem foi algemado e já imobilizado levou choques no chão porque não aceitava tal situação. Reparem na mão do Guarda de capecete com máquina de choque. Foto: Rádio da Juventude
GMs fechando viatura com homem dentro detido e levado ao 4º DP. Foto: Rádio da Juventude
Morador de rua sendo detido porque questionou, na verdade, se indignou e gritou com os GMs que batiam num homem atrás de uma viatura. Foto: Rádio da Juventude
Homem sendo colocada na viatura debaixo de trancos. Foto: Rádio da Juventude
Outro homem sendo levado para o 4º DP. Foto: Rádio da Juventude
Muita gente assistindo sem saber o que fazer. Foto: Rádio da Juventude
Como denunciado aqui no blog em 22 de setembro de 2013, a operação limpeza na cidade de Santos continua e a todo vapor, seguem dois relatos ( também em áudio) de moradores de rua que estão vivenciando na pele a prática higienista da cidade.
“Um desse aí quase espanco nós, queria leva nossos documento embora, nossas roupas, levam tudo embora […] Levam nossas roupa embora, eles levam tudo seu embora… ainda dá um esculacho, eles só não deu choque em nós, porque eu falei assim: o Sr vc não tá no direito de dar choque em nós… nós ta aqui, nós mora aqui, nós somo sere humano! Ele disse: pra mim vocês são tudo um lixo! Olha as ideia do cara, se é loco isso? […] Aí ele queria pega documento de nós, pra tratar a gente como indigente”.
Relato de uma moradora de rua da cidade de Santos.
Policial averiguando. Foto: Rádio da Juventude.
“tá chegando a copa aí, a coisa vai ficar loco, vão pega e leva na marra, se pegar fumando crack então, vai vim muito turista, vai vim muito turista, vão pegar que tiver usando crack e coloca tudo na crinica.. ôchi… tu tá ligado?” já fiz isso, tomei um pau do caraio do poliça.
Vamos nos Manifestar contra a Construção do Túnel Submerso que ligará Santos a Guarujá, na Audiência Pública de TERÇA-FEIRA, 08/10/2013, às 18:30.
Local: Associação de Cabos, soldado e sargentos da PM-SP, AV. Senador Dantas, 318, Santos.
Contexto O governo do estado de São Paulo deseja construir de forma autoritária e a toque de caixa um túnel submerso entre as cidades de Santos e Guarujá. Tal obra, além de não ser prioritária, terá como saldo um profundo impacto sócio ambiental.
Impacto Social
No atual traçado a obra praticamente destruirá o bairro de casas populares da bacia do Macuco (o ultimo grande bairro operário da zona leste da cidade, importante património cultural). A população do Bairro não quer sair e agora resiste bravamente Então fica uma pergunta: Não será esta desapropriação em massa mais um capítulo da higienização social que nossa cidade vem sofrendo? Com parte seus moradores sendo expulsos de suas moradias por interesses econômicos que nada tem a ver com a nossa cidade e Região.
Impacto Ambiental
Por varias vezes os ministérios públicos barraram a dragagem do porto de Santos por conta da contaminação de metais pesados sedimentados no fundo do canal. Agora com esta obra, o fundo contaminado será revolvido para a construção do túnel e vários metais, como: chumbo; cádmio; mercúrio, entre outros sedimentados, simplesmente se espalharão pelo ambiente do canal do estuário, o que terá como resultado a contaminação de todo o complexo.
Por isso tudo vamos dizer NÃO à este túnel e a este modelo de crescimento que privilegia o capital!
Algum dia as pessoas vão entender que dinheiro não se come, gasolina não se respira e carro não é remédio para doença cardíaca.
A democracia no Brasil é frágil, o Congresso Nacional deixou isso claro inúmeras vezes por meio de suas arbitrariedades. O exemplo mais recente foi o caso do deputado Natan Donadon, que foi condenado por formação de quadrilha e peculato, e está preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e mesmo assim, em votação na Câmara dos Deputados sua cassação foi rejeitada. Apesar da vitória, Donadon não poderá exercer o mandato, e logo após a votação retornou de camburão para a Penitenciária da Papuda, como assim??? Absurdos de uma democracia em que a população assiste a seus representantes políticos fazendo o que querem.
Foto: web
Hoje com toda a repressão desencadeada contra as manifestações ficou nítido que democracia dentro de uma organização social que tenta conciliar mercado, sociedade civil e Estado, o peso maior é do mercado! É ele quem comanda o Estado e empurra o povo para a miséria. Os interesses são distintos, não há concilio. É ele quem financia campanhas para depois gerenciar – mas quem é o mercado afinal? Um ser abstrato? Não. São grupos empresariais, grupos que são os donos do Brasil, pois são eles que dão as cartas por trás dos bastidores do governo. (leia matéria a respeito do Instituto mais democracia (aqui) e (aqui) que desenvolveu uma pesquisa sobre os donos do Brasil).
A lição dada pelos movimentos que foram às ruas lutar por direitos (ainda estão lutando e levando muita porrada) é que os direitos da classe trabalhadora não se negocia! As reivindicações se fazem de forma direta sem conversa furada ou conchavos. São anos de enrolação, de cooptação onde os fins justificavam os meios, onde um tapinha nas costas, um sorriso e uma conversinha para boi ir dormir enganavam ou simplesmente eram toleradas. Chega! Este tipo de lógica não nos serve, este tipo de lógica não atende aos interesses do povo que diariamente vive as mazelas sociais de uma saúde pública sucateada, de uma educação sucateada, de um trabalho precário, de um transporte ruim e de toda uma vida sendo negligenciada de direitos.
Ano que vem haverá eleições e a corrida eleitoral começou: criação de novos partidos, parlamentares trocando de legenda e desfiliações estratégicas, o que não é muito diferente de anos anteriores, porém, 2014 é um ano decisivo, pois as manifestações que acontecem pelo país dão o tom de que as eleições podem ter uma característica muito diferente.
1. As Instituições e os partidos estão desmoralizados;
2. Há uma imensa crise de representatividade;
3. Os governos têm se mostrado incapazes de dialogar e optam por abafar as reivindicações na base do cassetete.
Foto: web
De forma que um precedente histórico foi aberto para que toda sociedade discuta sobre que tipo de participação ela quer ter nas decisões, uma participação limitada e ilusória ou uma participação direta e realmente democrática?
O conflito
A configuração política mudou e a maior parte dos partidos, inclusive, os de esquerda, estão correndo atrás do rabo, tentando se adaptar ou ignorar, pois não entendem nada de horizontalidade, democracia direta e autonomia. São estruturas hierárquicas, personalistas e centralistas que historicamente acreditam que podem representar a classe trabalhadora de forma piramidal: “uns pensam e outros executam” – este modelo é um fracasso, só fortalece o Estado e engessa as reivindicações da classe trabalhadora, além de ser uma reprodução do próprio modelo capitalista autoritário e hegemônico que disputa poder e só enxerga o que é à sua imagem e semelhança. Essa nova configuração política retira das mãos de novos e velhos políticos profissionais o poder de comando, e isso, é inaceitável para quem sabe que esse sistema só funciona para garantir privilégios.
A esquerda partidária (PT) que ascendeu ao poder continua a patinar acreditando que pode negociar a luta da classe trabalhadora, “conceder aqui para ganhar ali”, mas quando a coisa aperta não é do lado da classe trabalhadora que eles ficam, e isso tem se mostrado transparente nos últimos tempos. Por exemplo, o silêncio que impera do Governo Dilma em relação a toda repressão desencadeada sobre as lutas populares. O governo está mais preocupado em acabar com tudo rapidamente para abrir caminho para a copa do mundo de 2014 do que ouvir e atender as reivindicações. O Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) tem perseguido e reprimido duramente o Bloco de Lutas – soma de diversos coletivos organizados que conseguiram junto com o povo revogar o aumento da tarifa em Porto Alegre.
Os programas sociais que inseriram milhares de jovens nas universidades e que contribuiu com a renda familiar de milhares de famílias que vivem abaixo da linha de pobreza são importantes na medida em que resolvem questões emergenciais de reparação histórica. Porém, após 11 anos de implantação, tornou-se moeda de troca para se ganhar eleição, vai passar mais 11, 22 sei lá quantos anos, e o discurso será o mesmo e nada de romper com a estrutura, pois no que tange o “conceder”, o governo injeta quantias enormes de dinheiro na iniciativa privada, incentiva o consumo criando uma bolha, uma vez que seu projeto desenvolvimentista (PAC – Programa de Aceleração do Crescimento) também gera exclusão. Em algum momento tudo isso irá explodir (já está) mostrando claramente que não é possível servir as duas classes sociais em que a miséria de uma é o sustento da outra.
Por isso cada dia fica mais evidente que não é votando neste ou naquele candidato que solucionaremos nossos problemas, este modelo de democracia representativa só alimenta um ciclo vicioso de parasitas no poder. Na verdade este modelo de democracia é um dos grandes problemas que temos que enfrentar com lucidez para construirmos uma política de ação popular direta para além da representatividade.
Somente a organização popular pode transformar a realidade! Não é mais possível assistir do lado de fora as decisões sendo tomadas, precisamos de um sistema em que o povo decida de forma direta e com plena autonomia.
Casa de Saúde Anchieta, fundada em 1951, em Santos, era um local de internação de pacientes mentais. E que praticava maus tratos, com superlotação e ausência de terapias. As pessoas eram torturadas, recebiam tratamentos de choques, humilhações, fazendo o local ser conhecido como “Casa dos horrores”. A Intervenção municipal na Casa de Saúde Anchieta foi feita na gestão da prefeita Telma de Souza (1989-1992), no seu primeiro ano de governo, no que ficou conhecido como o início da luta antimanicomial no Brasil.
A situação atual do antigo manicômio é de mais de 54 famílias que lá vivem, além de famílias pobres, o local é abrigo de muito descaso e cinismo das autoridades políticas.
Foto: Rádio da Juventude
A assistência social faz o papel fiscalizador, ou seja, a prefeitura sabe quem são estas famílias e todas suas precariedades, mas mantém o estado da situação. É sabido pelo poder público que as famílias vivem neste local insalubre, sem infraestrutura e com riscos iminentes (rede elétrica, desmoronamento, infiltração de água). No ano passado, por exemplo, houve um incêndio em um dos apartamentos, e por sorte não houve morte. A antiga casa dos horrores ainda carrega o peso das desigualdades sociais.
O processo tramita no Judiciário, ou seja, pela desapropriação ou não do local, aos moradores apresentam apenas propostas de auxílio-aluguel, o que o município já vem praticando há algum tempo, e percebe-se que é uma prática falida.
A cidade de Santos não possui enquanto política pública uma estratégia concreta no que tange a questão de moradia – verifica-se isso nos muitos cortiços que a região central comporta. As famílias que residem nestes locais, chamados “quartinhos”, pagam aluguéis em torno aluguéis caros, moram em porões de antigas casas coloniais e dividem seu cotidiano com muitas outras famílias em situações de extremas violações de direitos humanos.
Neste local funciona um brechó – Foto: Rádio da Juventude
Para se ter uma ideia, com todo o déficit habitacional na cidade, não há uma secretaria municipal de habitação, e os poucos projetos que existem foram arrancados com muita luta, como os prédios construídos em esquema de mutirão pela Associação dos Cortiços do Centro (ACC). Infelizmente a situação de muitos desses moradores é de grande precariedade, e até mesmo a organização deles próprios é dificultada pelo dia-a-dia e por um viés assistencialista, que interessa a quem lucra com essa situação.
Se a prefeitura quiser realmente que essas famílias permaneçam no Centro, e não acabem parando nas ruas, ou sendo empurradas para o esquecimento, deveria começar a efetivar projetos sociais, em vez de fomentar melhorias apenas para a iniciativa privada.
É urgente investir em alternativas que não sejam apenas as práticas higienistas.
A mobilidade urbana na Baixada Santista tem se tornado uma questão seríssima. Percursos que deveriam durar em média 30 minutos chegam a levar três vezes mais tempo para serem concluídos. Quem reside em cidades como Praia Grande e São Vicente e trabalha em Santos ou Guarujá tem enfrentado longas filas no trânsito. Se depender do transporte público então, além de todo desperdício de tempo, tem de enfrentar coletivos lotados, longas esperas no ponto e preços altos.
Micro-ônibus sem acessibilidade para cadeirantes, o único circular que atende os bairros Japuí e Prainha – linha São Vicente/Santos. – Foto: Rádio da Juventude
Além disso, uma parcela significativa dos coletivos não possui acessibilidade. Resumindo: conseguir chegar ao trabalho no horário é mais fácil indo de bicicleta ou moto, fora isso, é preciso acordar bem cedo e enfrentar uma maratona de 1h30min para percorrer uma distância de 8 km, – absurdo. Quem tem carro pode utilizá-lo (se não se importar com o trânsito, mas quem não tem, (a maioria) o negócio é suportar um transporte inviável e um trânsito insuportável).
Como se não pudesse piorar…
Foto: Rádio da Juventude
A cidade de São Vicente está com dois acessos principais bloqueados: a Ponte Pênsil está fechada para reforma e o Viaduto da Antônio Emmerick interditado para demolição devido às obras do VLT, o que tem prejudicado ainda mais o fluxo do trânsito em horários de pico. São obras importantes, no entanto, a falta de planejamento estratégico para a realização delas há de ser questionada, pois duas obras em pontos vitais da cidade ocorrendo concomitantemente e a passos lentos, irão causar muitos transtornos à população.
No viaduto há apenas tapumes de bloqueio embora a demolição em si não tenha começado – o que está previsto para ocorrer em até oito meses. Enquanto isso, a população está pagando um preço alto todos os dias no trânsito pela incompetência administrativa de todas as esferas de poder.
Foto: web
Por causa do impacto urbano dessas obras, a prefeitura vicentina resolveu alterar o sentido de algumas ruas do centro e construiu uma ciclovia, na verdade, uma “ciclo-faixa” muito mal planejada que já provocou dois acidentes no centro, um deles em frente da própria prefeitura e outro na esquina das ruas Frei Gaspar e Campos Sales onde um casal de ciclistas foi atropelado por um carro na ciclovia
Ciclovia ou local reservado para cadeirantes? Foto: Rádio da Juventude
Foto: Mônica Barreto/Arquivo Pessoal
Foto: Rádio da Juventude
Há cerca de um mês num típico fim de semana ensolarado, como de costume, vários turistas vieram para a região. Quem voltou do trabalho pra casa na sexta-feira à noite teve que enfrentar horas na fila, pois as ruas do centro de São Vicente ficaram bloqueadas reverberando nas Avenidas Nossa Sr. de Fátima e Presidente Wilson da cidade de Santos. Quem veio de Santos e Guarujá com destino à Praia Grande ou São Vicente teve que ficar horas numa fila, cujo espaço a ser percorrido é risório levando em consideração o tempo de espera, resultado do “desplanejamento” urbano.
Foto: Rádio da Juventude
Com todo esse caos, a prefeitura vicentina ainda teve a tacanhez de colocar faixas pela cidade pedindo aos motoristas que façam rotas diferentes por causa da “ciclo-faixa”, só há dois acessos para quem está em São Vicente indo rumo à cidade de Santos: Av. da orla da praia ou a Av. Nossa Senhora de Fátima, ao que parece a prefeitura quer que as pessoas vão para o trabalho voando ou nandando, será?
A maior preocupação são as datas festivas de fim de ano e carnaval em que a baixada recebe muitos turistas: como vai ficar?
Ouça o depoimento de moradores de São Vicente sobre o trânsito;
Como solução para a caótica mobilidade urbana nossa de cada dia, temos o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que após 12 anos de discussão está em sua primeira fase de implantação. Contudo parte da obra já foi questionada pelo Ministério Público, num encontro que reuniu representantes da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) e do Ministério Público no dia 09 deste mês. Segundo os “entendidos”, parte do itinerário qual ele percorreria precisa ser alterado, mais precisamente na Av. Francisco Glicério entre os bairros do Campo Grande e Gonzaga, devido aos impactos ambientais e possíveis remoções de imóveis. (justamente onde está o Mendes¹ Coincidência?).
Interessante que há pesos e medidas diferentes na avaliação dos impactos e das desapropriações, pois, “os imóveis localizados no município de Santos, no trecho Conselheiro Nébias-Valongo (5,5km de extensão) – por onde circulará o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Baixada Santista – foram considerados de utilidade pública para fins de desapropriação total ou parcial. O decreto foi assinado pelo governador Geraldo Alckmin. A EMTU/SP vai informar os proprietários sobre o processo de desapropriação, incluindo os documentos necessários para recebimento da indenização”. Fonte: Governo do Estado de São Paulo.
Esperamos que este meio de transporte (VLT) realmente possa contribuir de forma eficaz com o caos que a população da baixada está tendo que enfrentar. Pois em 2010, a Viação Piracicabana, empresa de ônibus que atua na Baixada Santista, entrou com um mandado de segurança contra a EMTU, responsável pela licitação, pedindo a suspensão da licitação e alegando serem ilegais as exigências de garantia de proposta no valor R$ 7 milhões. O juiz de Direito da 7ª Vara de Fazenda Pública do Foro Central de São Paulo, Emílio Migliano Neto, concedeu a suspensão da licitação em 2012. A Piracicabana disse também na época que as linhas de ônibus na Baixada Santista seriam alteradas e reduzidas se o VLT fosse implantado.
O VLT tem estimativa de atender uma demanda de 70 mil usuários/dia útil nos dois trechos que percorrerá: Barreiros – Conselheiro Nébias e Porto – Conselheiro Nébias – Valongo. Sua implantação irá contribuir muito, principalmente no trânsito. Contudo, diminuir a circulação de ônibus só fará migrar os problemas de um meio de transporte para outro.
Com um custo de R$ 313.505.850,90 há de se questionar e cobrar que este meio de transporte público possa garantir o direito à cidade. Chega de horas na fila!
1. Grupo Mendes – grupo do setor imobiliário que controla quase todo setor de imóveis, construção civil e hotelaria de alta classe na Baixada Santista, além de possuir duas casas de show e uma rádio.
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O dia amanheceu quente em Brasilia. A semana de Mobilização Nacional Indígena, convocada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), previa uma série de audiências com parlamentares para discutir os diversos projetos de lei e emendas que violam os direitos dos povos indígenas. É bom lembrar que os direitos desses povos são garantidos pela Constituição brasileira. O problema é que, logo na primeira audiência – na Comissão de Direitos Humanos – a comitiva indígena, com 70 CONVIDADOS pela casa, foram barrados na porta e ficaram mais de 1 hora para conseguir entrar no que deveria ser a “Casa do Povo”. Ainda ontem, no final do dia, soubemos que todas as audiências previstas com os índios para a semana haviam sido canceladas.
Na tenda principal do acampamento, montada no gramado da Esplanada dos Ministérios, indígenas de varias etnias fizeram falas contundentes em defesa do seu direito a terra. Sem a terra, o povo indígena não sobrevive como cultura. A raiva e frustração dos índios se tornou visível: um grupo de xavantes foi para o lado de fora praticar tiro ao alvo com seus arcos e flechas em um mural com fotos de parlamentares da bancada ruralista.
No início da tarde, parlamentares da bancada indígena no Congresso Nacional foram até o acampamento para prestar solidariedade a causa indígena. Mas não adiantou. Em bloco, os indígenas saíram do acampamento e desceram em direção ao Congresso Nacional, que já estava com a segurança reforçada, com mais de 50 policiais em fila.
A cena que se segue é simplesmente surreal: os indígenas foram recebidos com spray de pimenta. Na cara. Na hora. Houve tumulto e corre-corre, pois havia muitas mulheres com crianças no grupo. Um pequeno grupo de negociação se formou na entrada no prédio. Enquanto isso, outro grupo de indígenas conseguiu furar o bloqueio e seguiu correndo pela lateral ate os fundos do prédio. Cerca de 50 seguranças da casa, armados com escudo, impediram a entrada dos indígenas e, no confronto, um vidro se quebrou, ferindo um índio no braço.
Enquanto isso, na frente do Congresso, guerreiros Kayapo e Xavante se reuniram em seus respectivos grupos, com cantos e gritos de guerra. Parte do grupo subiu e fechou a rua lateral do Eixo Monumental, parando completamente o transito por mais de uma hora. Uma comissão de indígenas recebeu permissão para entrar. Eles querem a extinção da PEC 215, que dificulta a demarcação das terras indígenas. No momento, o restante do grupo estão protestando em frente a varios Ministerios, mas estao sendo impedidos de entrar pela policia.
É grave que as vésperas de completar 25 anos, a Constituição brasileiro continue sofrendo ataques em nome do progresso e do desenvolvimento econômico. Um desenvolvimento que gera riqueza para poucos e passivo para todos. A atual investida é o mais organizado e sistemático ataque aos direitos constitucionais de povos indígenas. Defender os direitos deles não é uma luta isolada e parcial. Defender os direitos dos índios é defender a Constituição, os direitos humanos, seus territórios, a natureza, a biodiversidade e toda a pluralidade cultural que os envolve.