Guarujá e a política habitacional das desapropriações.

(Foto: Reprodução/TV Tribuna)

Conjunto Vila do Sol que fica no bairro Morrinhos, abandonado desde 2004(Foto: Reprodução/TV Tribuna)

Segundo a Prefeitura do Guarujá há 35 mil famílias em situação irregular na cidade – acrescentamos que vivendo em condições sub-humanas num país onde se gastam bilhões com megaempreendimentos da copa e com obras faraônicas que em nada servem à população, somente no Túnel que ligará Santos/Guarujá o governo do estado de SP desembolsará R$ 2,4 bilhões, enquanto para obras de habitação oriundas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o total de recursos pleiteado para estas ações ao Governo Federal é de apenas R$ 707 milhões, 103 mil, 538 reais e 71 centavos para o Guarujá.

Dá para notar a diferença? Além de que, segundo a Prefeitura, esta verba não é só para habitação, mas todo um projeto de construção de escolas, creches, redes de drenagem, macrodrenagem, energia elétrica, esgoto, abastecimento de água e recuperação ambiental… Que obviedade! Claro que um projeto de habitação tem que incluir todos esses equipamentos. A questão é a forma como isso está sendo conduzindo, o tempo e as condições concretas, porque na prática colocar as pessoas nas ruas é um crime!

Explicamos;

1. O Conjunto conhecido como Vila do Sol que fica no bairro Morrinhos está abandonado desde 2004, a Prefeitura comprou em 2012 e agora pretende demolir as moradias por alegar problemas de estrutura na construção. Com isso, expulsará as pessoas que residem na ocupação deste conjunto abandonado. (não temos os dados da quantidade famílias)

Foto: CMI

Canta Galo – Bloqueio dos moradores para a PM não entrar. 29 de outubro de 2013- Foto: CMI

2. A política de habitação, desapropriação na verdade, que está sendo desencadeada colocará nas ruas moradores da ocupação Vila Gilda, Parque da Montanha, Vila do Sol, Morrinhos, Cantagalo, Areião e Santo Antônio. Essas são as áreas mapeadas pela Prefeitura, pode haver mais, pois estão inclusos oito projetos habitacionais para mais de 15 mil famílias do PAC 2, que incluem obras em outras regiões, como por exemplo, ao lado do bairro Vila Gilda há o projeto de remoção de palafitas e recuperação ambiental da área de Manguedo. Aí temos também o Projeto Santa Rosa e Jardim Primavera, entre outros, e o questionamento é exatamente porque a política exercida pela Prefeitura não é a do diálogo, da consulta popular, e sim da desapropriação.

3. Pra piorar a construção do túnel Santos/Guarujá poderá desapropriar mais famílias (casas sem documentação perde tudo).

Foto: CMI

Moradores do Canta Galo resistem ao despejo -29 de outubro de 2013 – Foto: CMI

Moradia é um direito! Ocupar é um dever! Que venha este dinheiro, mas a população tem o direito de gestioná-lo!

Ao todo são sete áreas ocupadas, quatro já possuem liminares para reintegrações de posse, no entanto, até o momento, nenhuma desocupação foi promovida, isso per meio de ação do Ministério Público, porque a Prefeitura no dia 29 de outubro de 2013 tentou junto com a polícia expulsar os moradores da favela Canta Galo situada na região da Praia do Perequê, porém foi impedida pela organização dos moradores que bloquearam a entrada da polícia no bairro, para evitar confronto a Prefeitura cedeu, mas no dia seguinte disse por meio de nota que entrou na Justiça para reintegração de posse do Canta Galo e pediu a reintegração de terrenos ocupados em Morrinhos, pois de acordo com ela todas essas ocupações trazem risco à população, e novas moradias serão construídas dentro do Projeto Minha Casa /Minha Vida, por isso as pessoas precisam sair, mas que as famílias desapropriadas serão cadastradas no programa e receberão suas casas.

Foto: CMI

Moradores do Canta Galo resistem ao despejo. 29 de outubro de 2013 – Foto: CMI

Ao que parece falta aos governantes discernimentos para entenderem que não se elaboram projetos de cima para baixo, sem consultar a população, outra coisa, enquanto as casas são construídas, as pessoas ficam nas ruas aguardando? Moradia é um direito social! Uma urgência social! O déficit habitacional no Brasil é uma vergonha, violam direitos humanos! E comparando-se aos gastos com obras inúteis, podemos afirmar que muito pouco é feito pela população pobre, interessante que o mesmo governo que se gaba de seus projetos sociais (não retiramos a importância, apesar de termos muitas criticas) é o mesmo que favorece a iniciativa privada, que está por trás destes projetos lucrando à custa da miséria social que estão submetidas todas as pessoas que não têm o mínimo para viver, um teto…

O Ministério Público até o momento não comunicou quando efetivará as desapropriações.

Continua…

Vídeo de duas reportagens a respeito.

Palestra/debate sob o tema: “Conjuntura brasileira atual & retomada do anarquismo de massa”

A RETOMADA DO ANARQUISMO DE MASSA !!!

1456069_697620113582780_1729411013_nDia 23 de Novembro de 2013, Sábado, às 18 horas, na Biblioteca Carlo Aldegheri, Rua Luiz Laurindo Santana, Número 40, 1º Andar, Sala 1, Bairro Ferry Boat, Guarujá/SP, haverá a palestra/debate sob o tema: “Conjuntura brasileira atual & retomada do anarquismo de massa”, a cargo do professor Carlo Romani, doutor em história & autor do livro “Oreste Ristori – Uma Aventura Anarquista” (Editora Annablume), 2002.

Como de costume, haverá livros para venda das Editoras Achiamé (Rio de Janeiro), Faísca (São Paulo), Opúsculo Libertário (Guarujá) & da Imaginário (São Paulo), também estaremos vendendo o livro “ANARQUISTAS NO SINDICATO – Um Debate Entre Neno Vasco & João Crispim”, lançado recentemente pela Biblioteca Terra Livre (São Paulo) em parceria com o Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri (Guarujá/SP).

O livro de bolso possui 112 páginas, custa 15 reais, e registra um debate importante que houve entre o Neno Vasco & o João Crispim (esse último, pouco conhecido, porém, foi um ativo militante anarquista em Santos e outras cidades), entre 1913-1914, sobre a estratégia de atuação dos anarquistas dentro dos sindicatos.

Apesar do debate ser bastante antigo, ele ainda levanta temas muito pertinentes para os dias atuais…

O dinheiro da venda dos livros será destinado à manutenção da Biblioteca Carlo Aldegheri (Guarujá). Levem um troco à mais… Outra coisa, vai rolar laches veganos!!!

“A ânsia de destruir é também a ânsia de criar” – Mikhail Bakunin.

ENTRADA GRATUITA !!! FORTALEÇA A CULTURA LIBERTÁRIA !!!

Pressão popular marca a 1ª Audiência Pública sobre o Túnel Santos – Guarujá

Ocorreu terça-feira, 12/11, na Arena Santos, a 1ª Audiência Pública sobre o Túnel que ligará Santos – Guarujá.

A população marcou presença mesmo incerta da Audiência acontecer devido uma liminar do Ministério Público pedindo a suspensão. Porém a Dersa entrou com recurso e conseguiu reverter.

2Dentre os questionamentos levantados, além do já publicado neste mesmo site (leia aqui), tiveram: Falta de planejamento junto à CET; O projeto não possui o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) e Urbano; Descumprida a lei que determina que todo projeto que causa impacto na cidade deve ser entregue e apresentado com 45 dias de antecedência; Pessoas com moradia comprometida; Várias outras necessidades mais prioritárias foram apontadas.3

Após várias intervenções e gritos de repúdio, correu um Abaixo Assinado de pedido de NULIDADE da Audiência Pública, a qual juntou um mínimo de 50 assinaturas com nomes e RGs.

 

Segue abaixo o audio com alguns momentos da Audiência:
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Logo menos publicaremos mais informações.

Seguimos alertas!
Viva a pressão popular!

Facult 2013 (Santos-SP) Vamos perder a única política pública construída com as nossas mãos?

1469894_581550195232075_1339153036_nO que dizer sobre uma lei construída de maneira suprapartidária que contou em todo processo com uma ampla participação popular tendo como objetivo fomentar a Cultura. O que dizer sobre um lei que mesmo precisando de melhorias e de mais verba contemplou 60 projetos que viabilizaram mais de 180 apresentações descentralizadas na cidade (sim descentralizadas , para a Zona Noroeste, Morros e Área Continental).

Pois é, estamos prestes a perder o Facult! A lei do Facult regulariza o uso do Fundo Municipal de Cultura através de edital que contempla as iniciativas culturais da cidade. Anos de luta e após duas edições estamos vendo o barco afundar com essa nova gestão. Mas por quê? O intuito não era avançar, cuidar e inovar?

Vamos tentar entender o que não tem explicação.

Com o fechamento do Coliseu no começo do ano grande parte da receita que vai para o fundo municipal de cultura se esvaiu , vários artistas da cidade levantaram a questão perante a SECULT, presencialmente, pelas redes sociais e até pelo o Jornal A Tribuna e a resposta da administração municipal sempre foi mesma ” já pensamos nisso e essa questão será resolvida sem prejudicar o Facult e blá blá blá”, infelizmente essa não foi a realidade, nos deparamos com a omissão e o descaso. Alguém já te pediu um voto de confiança? Pois bem ,a classe artística deu esse voto de confiança, esperamos a publicação do edital pacientemente e fomos surpreendidos com o notícia de que não haveria edital no ano de 2013!??? Motivo “o fechamento do Coliseu”.(Engraçado constatar que para reformar o Coliseu a administração municipal conseguiu suscitar o espírito mecenas de alguns empresários, pois bem a lei do facult também prevê a possibilidade do fundo receber doações, penso que a mágica poderia se repetir)

Nos reunimos com diversos artistas de vários segmentos artísticos no dia 12 de novembro, na pauta estava o Facult 2013 e nessa primeira reunião tiramos duas ações, solicitar em caráter de urgência uma reunião com o Prefeito Paulo Alexandre e tentar uma interlocução via Conselho Municipal de Cultura em sua reunião mensal que foi realizada nessa última segunda dia 18/11. Sobre a reunião com o Prefeito foi entregue um ofício na semana passada e até agora não obtivemos resposta do seu gabinete, portanto todos que tiverem algum tipo de contato com o Sr.Prefeito e puder colaborar com a causa, será bem vindo. Sobre a ultima reunião do Conselho Municipal de Cultura (CONCULT) nos foi ofertada a generosa proposta de lançar ainda esse ano um edital que contemplaria apenas 7 projetos de R$10 mil reais ou caso tenhamos paciência o edital poderia ser lançado após o carnaval de 2014 contemplando 15 projetos!?

1461864_581614848558943_232083318_nCabe a nós classe artística e população dessa cidade aceitar o retrocesso ou ir a luta, aceitar a redução do valor investido de R$300 mil para R$70 mil é assinar um atestado de passividade, aceitar que no ano de 2013 vamos ficar sem edição do facult na esperança de que em 2014 lancem um edital com 50% do valor original é brincadeira ou no mínimo uma declaração de desrespeito com a arte produzida na cidade.

Em um ano onde presenciamos um precedente bizarro do ponto de vista do investimento do dinheiro público chamado ” Encenação de José Boni-fácil”, fica até difícil esperar um pouco de respeito.

Não nos resta outra opção a não ser gritar e exigir que a lei do facult seja cumprida, afinal quando se tem vontade política de ver as coisas acontecendo tudo se resolve. São muitas possibilidades de resolver essa questão, não podemos andar para trás.

De Caio Martinez Pacheco

Membro do Conselho Municipal de Cultura (Teatro) integrante do Movimento Teatral da Baixada Santista, da Cooperativa Paulista de Teatro, da Trupe Olho da Rua, do Coletivo Vila do Teatro e da Rede Brasileira de Teatro de Rua.

Cultura virtual: A nova democracia social, luta de classes, autonomia e poder.

cameraman-photographers-andO avanço tecnológico tem permitindo que o acesso à informação democratize de forma rápida o conhecimento num processo de ruptura que tem repautado à ordem da comunicação social instituída. É fato que há anos a hegemonia dos meios de comunicação está nas mãos de grupos sociais que controlam todo o meio; ditando regras e excluindo aquilo que não lhes interessam, contudo, a partir de meados de 2000 com o surgimento de tecnologias digitais; computadores domésticos, máquinas fotográficas, celulares, entre outros, essas tecnologias somadas com a internet propiciaram uma enxurrada de produções cujo conteúdo diverso e plural têm abalado o alicerce destes grupos – os obrigando a repensarem suas pautas e suas estratégias de mercado. Além de que, o universo virtual criou um processo de disseminação e apreensão de conhecimento que rompeu com as barreiras das instituições, a partir disso, uma dinâmica foi sendo configurada alterando a lógica e possibilitando uma nova forma de construir e transmitir conhecimento, de modo que podemos afirmar; comunicar tornou-se um desafio, pois a velocidade da informação neste novo paradigma da comunicação social assume proporções incontroláveis no sentido de descentralizar e de instantaneamente informar.

31.05-CinegrafistaHoje, todo cidadão é um agente comunicador e produtor de conteúdo, não mais refém da passividade de mero expectador, inclusive, com a internet há a possibilidade de atuar diretamente em qualquer esfera social disseminando informação ao mesmo tempo em que apreendendo conhecimento e pautando propostas. Fundamental também para a formação desta conjuntura foi o surgimento das redes sociais que aceleraram este processo de rompimento de hegemonia, e o mais importante; permitiram que grupos sociais antes negligenciados, desrespeitados e criminalizados pudessem apoderar-se das ferramentas e se tornar agentes produtores, transformadores e construtores da própria história, questionando e contribuindo com importantíssimas discussões de nossa contemporaneidade;

– Organização social;

– Estado de direito;

– Democracia representativa;

– Instituições;

– Governo

florianopolisprotestotarifa2fabricioescandiuzziespPor exemplo, as manifestações de junho de 2013 reforçaram que todos estes mecanismos cuja existência seria para manter o bem estar da vida em sociedade, na verdade, são frágeis e propensos a funcionarem como aparelhos de controle e manutenção social do Estado, e não dispositivos democráticos que sirvam à população, ao contrário, servem a um pequeno grupo que gerencia nos bastidores toda a política nacional.

1Tudo isso, não é nenhuma novidade, mas as redes cumpriram um papel de ampliar a visibilidade, acirrar a discussão e revelar uma sociedade em que a liberdade é limitada pelo mesmo mecanismo que diz promovê-la, de modo a revelar que o Estado é de exceção quando a participação popular radicaliza a democracia, e neste sentido o ciberativismo vem exercendo um papel importantíssimo e revolucionário para a democracia, pois impulsiona mudanças radicais na estrutura social, mesmo com todas as criticas de que o ambiente virtual não é um espaço organizativo, ele já deliberou e pautou mudanças substanciais, por exemplo, o Projeto de lei Ficha limpa foi uma demanda oriunda de mobilização na rede, que promoveu uma petição online e alcançou cerca de um milhão e meio de assinaturas pressionando o poder público e deflagrando num novo mecanismo direto de participação popular. Atualmente a quantidade de petições que chegam ao Ministério Público em que as assinaturas são feitas pela rede, (inúmeras) vão desde pedidos como;

– “Playstation 4, no Brasil, com preço justo!;

– Votação da Lei de Remuneração do Militares;

– Contra o uso de animais pelo Instituto Royal;

– Libertação imediata dos presos políticos de 15 de outubro de 2013 no Rio de Janeiro;

– Mudança do Preço do PS4 no Brasil

images (1)Em relação aos casos de violação de direitos humanos é importante frisar que muitos jamais teriam a visibilidade se dependessem dos meios de comunicação tradicionais – o caso do desaparecimento/assassinato do Pedreiro Amarildo no Rio de Janeiro em que a denúncia partiu de uma campanha na rede com a seguinte pergunta; “Onde está Amarildo” e desencadeou todo um processo de investigação que culminou na discussão da desmilitarização da Polícia Militar, debate que já existia, mas que ganhou extrema visibilidade com a campanha virtual, e neste caso, o poder público foi pressionado a responder a pergunta e para isso teve que apurar os fatos, revelando além de um erro atroz, (+) um caso de abuso policial que abriu precedentes de investigação de outros, além de colocar em pauta a real utilidade da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) nas favelas do Rio de Janeiro.

Manifestação-começa-a-deixar-a-PraçaOutro exemplo importantíssimo são as violações de direitos causados pelos megaempreendimentos da copa do mundo no RJ, que vieram a público devido os inúmeros vídeos que se espalharam pela rede denunciando, e em lócus documentando uma das maiores violações de direitos humanos que o Estado Brasileiro foi capaz de promover. “O dossiê do Comitê Popular Rio da Copa e Olimpíadas alerta que cerca de 30 mil pessoas sofrerão remoções forçadas no Rio por causa destes megaeventos esportivos”. 

Cabe a pergunta; será que a sociedade brasileira teria acesso a essas informações há uns 20 anos atrás?

Definitivamente as redes são infladas porque existe uma configuração social e uma conjuntura política favorável para o efeito cascata de uma insatisfação coletiva, mas também porque pouco a pouco as pessoas têm percebido que o ativismo digital é tão importante quanto estar numa audiência pública, que a participação política não se restringe somente aos espaços institucionais, ela se articula de forma mais direta por meio dos grupos e subgrupos formados no mundo virtual que destrincha assunto por assunto e busca soluções, resultado: o surgimento do ciberativismo colaborativo que se funda em plataforma mais organizada distribuindo informação por meio de grupos criados na rede que se identificam e fazem circular informação de interesse comum, criando fóruns de debates que deflagram em lutas orgânicas – vide as mobilizações da tarifa de junho onde em todas as redes sociais, as pessoas não paravam de discutir a questão do transporte gerando um fenômeno social que reverberou no país inteiro, onde a rua e ciberespaço se convergiram na “Ágora” pós-moderna. E mesmo com a existência de grupos que tendem a se fechar em suas ideologias e mais uma vez concentrar informação, ou negligenciar alguma informação cujo conteúdo represente ameaça ao grupo, isso não retira a importância de sua totalidade, e este tipo de organização virtual tende a crescer, e o mais interessante, contrariando os apocalípticos – está provocando a reconfiguração política, cultural e social de modo a recriar mecanismos de participação popular. Quais benefícios serão conquistados?  Eis a questão, porque;

1. Tramita no congresso há 13 anos um marco civil pela regulamentação da internet; “Lei Azeredo” – apelidada de “AI-5 Digital” uma lei de vigilância a possíveis “cibercrimes”.

2. A partir de 2009 de forma mais democrática iniciou-se via rede um projeto de participação popular, que foi alterado, e que hoje está como pauta do dia no congresso, a conhecida; Lei de Marco Civil da Internet – que quase nada tem de civil, pois não há debate com a população a respeito, na verdade, sua aprovação pode ser um grande tiro pela culatra para muitos ativistas que buscam a neutralidade da rede, mas que não percebem que regulamentação na sequencia abre caminho para uma série de proibições, traduzindo: uma Agência será criada para fiscalizar, controlar e decidir pelo usuário, será o fim do anonimato na rede – quer dizer, não tem nada de neutralidade, de proteção, é sim um atentado à liberdade de expressão que irá atingir diretamente os movimentos sociais.

3. Com ou sem regulamentação, muitas ações contra ativistas já foram promovidas, basta incomodar alguém.

downloadOu seja, a tal liberdade virtual tem suas fragilidades e cedo ou tarde passará pelo crivo da lei, afinal, mesmo sem regulamentação há casos de perseguição, citamos o Rio de Janeiro com a greve dos professores – entre setembro e outubro – que ocorreu casos polêmicos, inclusive de atentado à liberdade e à democracia, onde ciberativistas mapeados pela polícia civil na rede facebook foram presos em suas casas e tiveram pertences subtraídos; computador, celular, pendrive entre outros, e acusados por crimes de incitação à violência pela rede, formação de quadrilha e corrupção de menor, houve até acusação de pedofilia de um rapaz maior de idade por namorar uma jovem menor.

image12_thumbPortanto, o ambiente virtual é fundamental e vai continuar quebrando os monopólios da comunicação e contribuindo muito com a democracia, todavia, neste processo muitos ciberativistas serão presos, até empiricamente compreenderem melhor o buraco negro que é a web, e que somente se apropriando das ferramentas livres¹, que esse embate pode ser travado com maior segurança.

É neste sentido que o ciberativismo com toda a pluralidade e diversidade de assuntos, tem contribuído exponencialmente para fortalecer e dar visibilidade as diferentes esferas de grupos sociais – porém, a internet não é um espaço realmente livre, tudo nela é monitorado; as redes sociais, as contas de e-mail, os blogs, os sites, os canais de vídeo, de áudio… E essas ferramentas são as utilizadas, de forma que mapear e desestruturar uma organização na rede é muito fácil, basta incomodar como fizeram os ciberativistas do Rio de Janeiro, não é sem propósito que uma das brigas do governo na lei de regulamentação da rede (Marco Civil na Internet) se refere às estruturas de armazenamento, gerenciamento e disseminação de dados, obrigando as empresa instalarem os “datacenters” em território nacional, como se isso evitasse a espionagem estrangeira, na verdade, só cria um meio de acesso rápido do governo às contas dos usuários (além do balão de ensaio para eleições de 2014). Por isso, nenhuma rede social é um local seguro para os movimentos sociais exporem suas estratégias de luta. Além de que, estes espaços concedidos “supostamente” gratuitamente, não são, e a todo o momento uma ação na justiça irá determinar a censura de algum conteúdo, a TV Globo, por exemplo, possui vários pedidos na justiça para bloqueio de vídeos, áudios e matérias de conteúdo julgados por ela como depreciativo à emissora, e nesta correlação de forças, os juízes em maioria têm decido a favor dela, ou de qualquer outra corporação midiática.  Eis o embate – desigual – entre os grupos que monopolizam a informação e os grupos que rompem paradigmas comunicacionais, e neste processo a democracia se refunda num movimento de embates de ideologias – luta de classes – onde a democratização dos meios de comunicação é mais que uma necessidade, é também uma urgência social que deve ser amplamente discutida com toda a sociedade, pois é um debate que a ela pertence.

demoÉ histórico, quem detém o meio, detém a informação, e detém o controle social – ter o controle é ter poder, e numa sociedade de organização capitalista nada mais indubitável que a luta de classes também esteja presente na comunicação social, estabelecendo disputas pelo poder dos meios que está intrínseco a manutenção da cultura de massas, cuja finalidade é manter a indústria de entretenimento (político e cultural) funcionando para continuar lucrando e manipulando – de modo que, tudo é negócio e todos somos mercadorias, não importa os direitos sociais, se eles não estiverem alinhados a política econômica de mercado. Por isso, a discussão em torno de regulamentação da rede é muito mais uma urgência de quem está perdendo o controle (dinheiro e poder politico) do que uma necessidade da população, ou de quem está subvertendo e contribuindo para as mudanças sociais, e neste sentido os ativistas digitais estão cumprindo um papel fundamental de rompimento deste paradigma de controle e poder, descentralizando a informação e fortalecendo as lutas por direitos sociais, cabe a eles neste processo continuar impulsionando este debate, principalmente pela autonomia e pela apropriação do poder político para além dos espaços formais e institucionais, de forma a romper com a lógica de que somente é possível intervir quando estamos inseridos diretamente dentro de uma esfera de poder público, ou, por meio de um partido, pelo contrário, inúmeras são as provas de que é possível subverter a lógica monopolista da comunicação social sem precisar estar atrelado a estas vias. O ciberativismo em seu curto espaço de tempo tem revelado isso – espaços se ocupam construindo novos espaços, que disseminam informação/conhecimento que contribui para recriar novos instrumentos de participação popular – organismos diretos em que as pessoas realmente possam se apoderar das discussões da vida pública e decidir, não apenas delegar.

 1. Referimo-nos aos programas de software livre, que a maioria das pessoas desconhece e que podem desempenhar um papel crucial, tanto em proteção como o de fortalecimento das lutas sociais, por ser um instrumento livre, que não está nas mãos de um grupo hegemônico, cujo compromisso, é apenas com o lucro.

OBS: A internet é um dos maiores meios de comunicação que existe, mas 53% da população brasileira ainda não utiliza a rede – dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de maio de 2013.

Copa do mundo, remoções, super faturamento… Por que as manifestações não param no Rio de Janeiro?

As manifestações no Rio de Janeiro atingiram proporções para além da redução da tarifa, transformando-se no maior e mais polêmico fenômeno social da luta contra o Estado. Por quê?

Foto: Web

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Na linha do tempo

Em 2010 o Brasil inteiro assistiu pela TV a ocupação do Complexo do Alemão, (favela do RJ) um espetáculo da luta contra o tráfico promovido pelo Estado que colocou a desfilar pelo RJ seus aparatos de guerra: tanques, soldados com metralhadoras, fuzis e todo tipo de armamento highteck que a indústria bélica é capaz de produzir e o Exército Brasileiro de dispor. O objetivo da operação: eliminar o tráfico e trazer civilidade para um local onde o Estado só comparece por meio da polícia. A ocupação foi em tempo real e transmitida por todas as grandes emissoras, (além das redes sociais) onde as imagens que se sucediam eram do Bope “herói” e de traficantes “bandidos maus” fugindo por uma estradinha de terra do Complexo, imagens históricas que se tornaram símbolo do Estado “protegendo a população” – nos bastidores outra realidade explodia; abuso contra os moradores, e nada se mostrou pela mídia oficial – ao término, a paz estava novamente constituída e as UPPs se tornavam uma necessidade irrefutável. Como se o problema do tráfico de drogas, de armas e das milícias estivesse resolvido. (Não resolveu) Mas o caminho para uma política de repressão havia sido aberto e daí se iniciaria a preparação do RJ para os mega-eventos, onde milhões dos cofres públicos seriam gastos varrendo a população pobre que estivesse pela frente.

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“O dossiê do Comitê Popular Rio da Copa e Olimpíadas alerta que cerca de 30 mil pessoas sofrerão remoções forçadas no Rio por causa destes megaeventos esportivos – no Brasil inteiro, aproximadamente 170.000 pessoas serão atingidas nas 12 cidades-sede, segundo estimativas da Articulação Nacional de Comitês Populares”.

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A realidade no Rio

Os direitos da população pobre no Rio de Janeiro sempre foram violados, mas se intensificou com os mega-empreendimentos da Copa do Mundo – que têm sido responsáveis por remoções arbitrárias, especulação imobiliária, intensa violência da UPP sobre comunidades pobres, elevação de tarifas de transporte e custo de vida… Este projeto de cidade por sua vez está ligado a um “projeto de país”. PAC (Processo de Acelaração do Crescimento)

Explicamos;

1. As licitações liberadas pela Sr.ª Dilma permitiu a farra do dinheiro público (BNDS) financiando a iniciativa privada que passou como rolo compressor por cima de tudo, por exemplo, destruíram um estádio paraolímpico construído na época do PAN (Jogos Pan-Americanos de 2011) para construir estacionamento para turista na copa – sabe quantas pessoas com necessidades especiais ficaram sem o estádio? Que estava sendo desenvolvido um trabalho social com pessoas portadoras de necessidades especiais, e era gerido pelo município, o que permitia acesso à população pobre. Ou seja, o governo gastou dinheiro na época do PAN e depois deixou jogar no lixo.

2. Destruíram o museu do índio patrimônio  histórico/cultural porque estava próximo ao Maracanã, e por isso foi considerado de utilidade pública, transformado em ponto turístico para copa.

3. Expulsaram um monte de gente de suas casas na construção do VLT e pagaram pelas casas valores risórios para uma comunidade que residia há mais de 50 anos no bairro.

São inúmeros casos! Vamos nos pautar em quem são os reponsáveis que mandam no Rio;

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As empreiteiras OAS, Odebrecht, Andrade e Camargo Correa têm arrancado quantias bilionárias em obras, que inclusive, o Ministério Público do RJ entrou com ação e as empresas estão sendo investigadas por superfaturamento. Aí temos o envolvimento político do PMDB – Sérgio Cabral, Eduardo Paes, o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha também desempenhando um papel importante na dinâmica de poder de seu partido. Pergunta; quem financiou as campanhas desses camaradas? E têm o subgrupo empresarial; Brookfield; Cyrela; Rossi; Carvalho Hosken; Carioca Nielsen; Queiroz Galvão; Delta. Todos envolvidos em projetos e contratos superfaturados – além de inúmeras denúncias de impacto ambiental e violação de direitos humanos. E temos também nesse bolo Eike Batista.

Em quais obras;

Centro de Operações Rio; Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Seropédica; Controle de Enchentes da Praça da Bandeira; Morar carioca; Parque dos Atletas; Parque de Madureira; Rio Criança Global ; Rio em Forma Olímpica; Sambódromo; Viaduto da Abolição; VLT.

Elas estão juntas em obras como o Arco Metropolitano, Transolímpica, trata-se do Consórcio Rio Olímpico, formado pelas empresas Odebrecht, Invepar (OAS) – controladora também do Metro Rio – e CCR (Andrade Gutierrez e Camargo Correa), que controla ainda a Via Dutra, Via Lagos, Ponte Rio-Niterói e Barcas SA. As “quatro irmãs” estão igualmente presentes no Consórcio VLT Carioca, responsável pela obra do VLT no Centro do Rio. Já no caso das Transcarioca há uma partilha das obras entre elas, com o trecho Barra à Penha, ficando a cargo da Andrade Gutierrez e o trecho da Penha ao Aeroporto Internacional, sob a responsabilidade da OAS.

Enquanto isso, os serviços públicos no Rio de Janeiro estão sucateados; educação, saúde, transporte… (o transporte lá é comandado pela família Barata). As políticas públicas de moradia; uma balela, a população cada vez mais marginalizada, mais empurrada, negligenciada ao abandono, a violação de direitos sociais, de direitos básicos, com isso a violência explode, o tráfico de drogas e de armas absorvem cada vez mais jovens pretos e pobres como mão de obra, aí se cria uma bolha que uma hora explode!

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Que fazer? Faz UPP pra controlar isso, porque resolver não vai dar, até porque o crime sustenta muito colarinho branco, então, ele não pode acabar… Nem a miséria, nem o Estado legitimador da ordem que comanda tudo isso, gerenciando o dinheiro da população para garantir o privilégio de grupos empresariais que por meio da especulação extorquem e concentram tudo aquilo que por direito é de quem trabalha – de quem produz toda a riqueza do país sobre seu suor e calos, porém não é assim que funciona nesta organização social de parasitas que tudo usurpa – enquanto a maioria tem que aguentar calada; o salário ruim, o transporte ruim, a saúde ruim, tudo FUDIDO mesmo! Por culpa de um Estado ineficiente, só que o Estado não é um ser abstrato, ou a representação direta da população por meio de políticos eleitos, engana-se quem acredita nisso – ele em sua natureza foi construído pela correlação de forças entre quem tem dinheiro e quem não tem, e quem tem, manda e controla tudo sem precisar se eleger, faz política nos bastidores, controlando grupos políticos e partidos.

images (1)Assim como no Rio acontece no país inteiro, só que lá a coisa atingiu outras proporções (atingiu muitas pessoas) o que gerou um enorme descontentamento que deflagrou em revolta popular, agora, falar em “quebra-quebra” dos bens públicos e dos privados e citar “infiltrados” com o discurso do “pacifismo” , o Estado quer isso mesmo, uma população em silêncio, domesticada que acredita em instituições que não servem para nada além de manter tudo como está.

Sobre o quebra o quebra que o Estado tem proporcionado ninguém fala, e vale ressaltar que os professores apoiaram em assembleia os “baderneiros”, “vândalos” ou “black bloc”, o rótulo ou terminologia criada não importa, até importa pra quem precisa fazer o recorte e criminalizar. Sobre os professores, discutir o desmantelamento desta categoria que vem sido promovido lá no Rio (e também em todo país) isso ninguém discute, e este é um problema para ser discutido por toda sociedade, só que a cortina de fumaça levantada pela mídia em torno do “quebra-quebra” desvia o foco e incomoda mais do que os problemas reais. Só que, haverá mudanças com conversas? Pois, as vias institucionais se mostraram incapazes de qualquer tipo de mudança, independente de partido A, B ou C estar no poder.

O problema é o Estado, todo o resto são seus equipamentos e gerenciadores. A iniciativa de mudança cabe ao povo, não mais delegar responsabilidade a representação política, toda a estrutura social está falida – é ineficiente! Sempre irão reproduzir ajustes, não mudanças. É amplo e profundo este debate e vai demorar anos, mas o precedente foi aberto, agora cabe discernimento pra reconhecer que este modelo social não serve à classe trabalhadora. Nunca serviu! Por isso, o grito nas ruas do RJ não para.

OBS: (Acrescentamos a visita do papa que custou para o estado e município R$ 28 milhões cada, arrancando mais dinheiro de cofres públicos).

Fontes de pesquisa:

Os donos do Rio – João Roberto Lopes Pinto – doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro – IUPERJ.

Dossiê do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro

http://rio.portalpopulardacopa.org.br/?p=2511 

Vídeos sobre as remoções , o processo megaempresarial e a greve dos professores.

Audiência Pública:12 de novembro tod@s contra a construção do túnel Santos/Guarujá.

Prezados Compas

31052012034950984348889A residência em que nasci e fui criado fica no Bairro do Macuco,(especificamente na Praça Rubens Ferreira Martins, nas casas populares)esta ameaçada , bairro este de tradição operária e proletária, advinda das atividades portuárias de Santos, localizando-se no dito “file mignon” do entorno portuário da cidade de Santos.

O Bairro é eternizado na trilogia de Jorge Amado “Subterrâneos da Liberdade” onde narra-se que vários comunistas e lutadores históricos se escondiam durante as perseguições getulistas e legalistas que sempre assolaram a cidade de Santos, justamente por causa do Porto de Santos, e das lutas aguerridas dos Sindicatos e dos Partidos de Esquerdas, bem como da luta abnegada dos famosos anarquistas santistas que aqui vieram e se instalaram.

Bairro chamado Macuco, por causa de seu pássaro famoso, que foi-se embora com os aterramentos dos mangues e da construção do Porto e de suas adjacências.

Moradores Macuco Túnel crédito MATHEUS TAGÉ DL (7)

Moradores Macuco Túnel crédito MATHEUS TAGÉ DL (7)

Agora vem mais um capítulo desta luta, quando o Governo do Estado de São Paulo, diga-se Geraldo Alckmin e seus pupilos, querem que o povo do Macuco e de Santos, engulam de goela abaixo o projeto atual do Túnel de ligação entre Santos e Guarujá. Tentam de todas as formas possíveis desalojar o povo do Bairro do Macuco, que ali mora a mais de 80 anos, para colocar este empreendimento mirabolante e recheado com mais de USD 1 bilhão, é isto mesmo, mais de um bilhão de dólares, para construção do dito túnel sob o Porto de Santos.

Das Assembleias Populares na quadra da praça e na igreja, bem como da primeira audiencia dita pública na Associação dos Cabos e Soldados, os moradores do Bairro do Macuco se colocam contra o atual projeto, pois até o EIA-RIMA é uma falácia, todos sabem que o aterro do Porto do Santos e do seu canal de navegação é provido de uma lodo de resíduos industriais despejados desde 1953 por todas as indústrias do Polo Petroquímico de Cubatão, que possuem todos os elementos da tabela periódica, e que precisa de um esforço sério dos Governos Federal/Estadual e Municipal para sua solução ambiental, e não mais um projeto que irá comprometer mais ainda o meio ambiente geral da baixada santista: POR QUE O GOVERNO FEDERAL / ESTADUAL E MUNICIPAL junto com as milionárias empresas do Polo Petroquímico de Cubatão não investem uma contrapartida de USD 1 bilhão para a solução ambiental do ecossistema frágil e ameaçado do Estuário de Santos / São Vicente / Guarujá e Cubatão?

Coloco aos prezados leitores e leitoras a necessidade de uma analise profunda sobre o atual projeto do túnel, e seus aspectos sócio, culturais e ambientais que são intrigante mente camuflados pelo Governo do Estado e empreendedores, temos certeza que não foi realizado e nem querem realizar o Estudo de Impacto da Vizinhança, pois teriam uma visão clara e objetiva sobre os anseios da população do bairro do Macuco e do impacto desta obra sobre esta mesma população, nehuma pesquisa histórica séria foi feita pois constataria a importância histórica do bairro para a cidade tanto no aspecto arquitetônico (seu casario característico assim como o conjunto das casas populares que é um dos últimos registros materiais de uma importante época da historia da cidade e do Brasil) bem como no aspecto cultural duas importantes escolas de Samba de Santos (Padre Paulo e X9) nasceram neste bairro que além de inspirar livros como o citado no inicio deste texto,também foi cenário para textos de teatro de autores como Plinio Marcos e filmes.

Além disto nada se fala do impacto social, comunidade tradicional o macuco e as casas populares possuem familias que vivem na mesma casa a pelo menos 3 gerações “dinheiro não compra tradição” e o projeto apresentado reduz a desapropriação de lares a uma questão meramente econômica, pagou desapropriou ignorando idosos de 70, oitenta anos e que vivem a 60 anos na mesmo casa e para quem a desapropriação é uma sentença de morte .A seriedade do impacto ambiental da obra também foi igualmente ignorado pelos estudos, não bastasse o fato dos estudos pouco ou quase não mencionarem a contaminação da canal do porto eles propõem que o rejeito desta obra seja jogado em terrenos no jardim Quarentenario em São vicente contaminando ainda mas uma região já seriamente afetada pelo conhecido lixão da Rhodia, além disto nenhum estudo do impacto da obra no metabolismo urbano da região consta nos relatórios.Sera que estes estudos não seriam necessários visto que um gigantesco fluxo de trânsito será transferido para dentro da cidade e com eles toneladas de carbono para uma área sem dispersão de poluentes e que já vive o problema de ilhas de calor em sua malha urbana e por fim ignora-se tb os problemas que serão gerados na mobilidade urbana e na infraestrutura local, pela construção e finalmente com o grande volume de transito desviado para um local totalmente inadequado permanecendo o atual traçado da obra .

Não queremos, aí sim, que o Bairro do Macuco e a cidade de Santos tenha sua população exposta a uma obra feita com este descaso destruindo lares e impactando profundamente suas vidas e suas relações sócio culturais e ambientais .

Isto posto, requeremos que não seja realizada as audiências publicas de 12 e 13 de novembroa sobre o atual projeto do túnel, por conta dos descaminhos do EIA-RIMA dos pontos de vistas sócio, cultural e ambiental e da não proposição do Estudo de Impacto a Vizinhança, que terá o papel fundamental junto a comunidade.

Vamos protestar na audiência Pública de 12 de novembro contra a construção do túnel Santos /Guarujá.
Local: Arena Santos às 17 horas

Abraços,
Prof. Giulius Césari Gomes Aprigio
Historiador, Antropólogo e Diretor do CAVE (Coletivo Alternativa Verde)

Você sabia que a maior parte dos projetos que são decididos na Câmara dos Vereadores não servem pra nada?

Psc_eleicoes_box1_254Pra que serve um vereador?

Segundo consta, um vereador é um representante político eleito pela população, cuja função cumpre o objetivo de propor leis e projetos além de fiscalizar o poder executivo. A finalidade de sua existência está na ideia de que ele é um representante direto da comunidade dentro da esfera do poder municipal, capaz de coibir/denunciar possíveis irregularidades e propor demandas concretas que beneficiem a comunidade.

– vereador não possui horário e dias definidos para exercer sua função, tem a obrigação (não obrigatória) de comparecer a câmara nas sessões ordinárias para apresentar, questionar e deliberar projetos, assim como comparecer em outros momentos para ler ou escrever os documentos/projeto de lei que a ele é repassado. (Por isso, há casos de vereadores que não aparecem em câmaras, principalmente em dia de votação e debate).

 – vereador não possui salário, mas um subsídio, que (tecnicamente) é calculado segundo a Constituição de acordo:

  1. Com o subsídio de um deputado estadual do estado no qual o município está situado, é o equivalente a 75% do salário de um Deputado Estadual (em torno de R$ 15mil);
  2. A população do município representado;
  3. Conforme a despesa representará no orçamento do município.

vereadorNa prática, este subsídio é definido pelos próprios vereadores, deste modo variam de cidade para cidade – em São Paulo, por exemplo, um vereador recebe o subsídio de R$ 24. 117,62, além dos benefícios de gabinete e de assessoria, é onde entra os cargos comissionados que geram ainda mais gastos aos cofres públicos, na capital paulista chega até 18 funcionários em cargos de confiança, tudo isso sem contar os gastos com aluguéis de carros, combustível, gráficas, correios, entre outros. (Por isso, quase sempre surge denúncias envolvendo vereadores por fraude de notas fiscais e favorecimento em contratação de empresas – Netinho de Paula (PCdoB) em SP é um deles, que foi acusado de apresentar notas fiscais de empresas que não existiam).

Baixada Santista

Na cidade de Santos litoral de São Paulo um vereador recebia em 2012 o subsídio de R$ 9.938,94 com direito a três assessores com vencimentos de R$ 5.600,00 + quantia em torno de R$ 600,00 por mês para custos de gabinete. Uma pesquisa feita pelo Jornal Metro no início deste ano apresentou que a maioria das leis promulgadas pelos vereadores pouco influenciam na melhoria de vida da população, podemos até mesmo sem pesquisa abranger toda região e afirmar que a maior parte das proposituras apresentadas nas câmaras da baixada tem a ver com datas cívicas, datas comemorativas, (dia do futebol, do motociclista) prestação de serviço, (poda de árvore, remoção de entulho, liberação de festas, bailes, eventos culturais…) homenagens, (agradecimentos a fulanos e sicranos, entidades por isso e aquilo) entregas de medalhinhas e afins. (quem tiver dúvidas basta consultar no site das câmaras e conferir as proposituras). Para termos uma ideia da ineficiência, a votação de projetos (na maioria das câmaras de todo país) acontece em longos intervalos de tempo, o que indica total falta de debate político de temas de interesse público a serem transformados em lei, ou seja, tudo que fazem não significa absolutamente nada.

vereador1Entretanto

Os gastos que tem acarretado aos cofres públicos e os poucos resultados reafirmam uma função inócua, de oportunistas de todo o tipo cujo único intuito é o benefício próprio e do grupo que o financia, não é a toa que em datas comemorativas sempre tem um vereador promovendo festinhas em bairros; dia das crianças, das mães, páscoa, natal entre outros, e estes momentos são interessantes porque revelam a perversidade da questão, pois aqueles que fazem o mínimo em sua obrigação e responsabilidade assumida, ainda utilizam como marketing pessoal de mandato “olha fui eu quem fez isso, levei o leite, apoie tal projeto, dei voz pra fulano”, o que não passa de dever que cabe a função, por isso foi eleito.

vereadoresEm algumas Prefeituras chegam a promulgar leis ou criar convênios para usar dinheiro público em financiamentos de projetos para efetivarem “trabalho social”, que se traduzem em compras de camisas de futebol, troféus, bolas, entregas de brinquedos, pinturas e reformas de centros comunitários, ou seja, é puro sustento do curral eleitoral e mais uma vez marketing pessoal. Absurdo! Mas são umas das práticas mais conhecidas e descaradas – não é a toa que é desses currais eleitorais que surgem os cabos eleitorais, assessores e afins, que na prática vão ocupando cargos – os famosos “comissionados”, que não realizam absolutamente nada, além do “capanguismo” moderno de vereador e de partido que fazem parte. (Essa é outra questão que discutiremos num outro momento; as disputas por pastas e cargos e o percentual de cargos comissionados, superior ao concursado, em torno de 80 % pra mais – em quase todas as cidades do Brasil).

Exemplo do gasto inútil.  

Digamos que uma cidade tenha 15 vereadores, com vencimentos fechados de todos os custos; assessores e todas as regalias assessoriais – em torno de R$ 10. 000,00 por cada vereador – sendo 15 vereadores – resultaria num total de custos de R$ 150.000,00 mensais e anuais de R$ 1.650.000,00. Bastante zero né? Isso, com esta estimativa simples e bem rasa. Agora, vamos por os custos reais de uma cidade pequena, por exemplo, São Vicente, que possui uma base parecida com essa que sugerimos, custa caro ou não? Vale a pena todo esse gasto de dinheiro público que poderia ser usado de outra forma e com muito mais resultados? Cabe reflexão.

De fato

A democracia custo cara neste sistema representativo e quem paga é a população, o que nos leva a afirmar que o cargo de vereador é apenas mais um que serve para interesses econômicos locais de oligarquias que funcionam como força política de capitânia hereditária, cujos interesses capciosos são apenas o óbvio: manter-se no poder.

Fundamental:

– Avaliar as campanhas eleitorais em que vereadores investem quantias enormes em propaganda eleitoral, de onde vem esse dinheiro?

– Quem ganha realmente quando um vereador é eleito? A população ou o grupo político que o financiou?

– Agora vamos pensar; somente a função vereador é prejudicial à população?

– Somente a função de vereador atende aos interesses econômicos de determinados grupos?

Apresentamos esta como exemplo para provocar, mas tem mais funções e se compararmos o custo benefício desses representantes políticos… Pois é, precisamos de outra lógica de organização social, uma em que o povo decida e tenha o controle direto. O formato que temos hoje só alimenta parasitas no poder.

Continuaremos…

México 70: Atingidos por incêndio vão às ruas e conquistam mais seis meses de auxílio aluguel

Foto: Diário do Litoral

Foto: Diário do Litoral

As famílias que foram atingidas por um incêndio em junho deste ano, na favela do México 70, na cidade de São Vicente, reivindicaram por moradia na última quinta-feira (31) e conquistaram junto a Prefeitura a prorrogação do auxilio aluguel que havia sido cortado no quarto mês, sendo que a Prefeitura havia acordado oito parcelas e não cumpriu. Segundo o Deputado Estadual Márcio França, o Ministério da Integração do Governo Federal depositou em torno de duas semanas antes, um milhão de reais para a Prefeitura de S.V fazer estes pagamentos. No entanto, o dinheiro não foi repassado às famílias. Ao todo são 366 famílias cadastradas e, segundo a Prefeitura, todas receberão suas casas.

Neste mesmo dia, (31) outro incêndio ocorreu no México 70 deixando mais 42 famílias desabrigadas. Estas foram cadastradas pela Prefeitura para entrar no programa de política habitacional da cidade e encaminhadas para o CECOF (Centro de convivência) em Samaritá – área continental de São Vicente. Porém, apenas nove famílias continuam no local. As outras foram para casa de amigos e parentes.

Com um déficit habitacional em torno de 19 mil moradias, São Vicente arrasta este problema há anos. A favela do México 70 é uma área de manguezal, ocupada no final da década de 1.960 que só ganhou luz elétrica e água encanada no início de 1.980 e sempre foi um local com problemas sérios de habitação (sem contar outros problemas de serviço público). Nos anos 1.990 a política de habitação do Governo do Estado construiu em parte da favela conjuntos habitacionais da CDHU, que deu uma “maquiada” no problema. Porém, expulsou muita gente que não podia pagar (daí temos um dos motivos que contribuíram para o crescimento da área continental). As que ficaram e não conseguiram casas, foram segregadas espacialmente no ambiente em que vivem.

A questão da habitação, de fato, é um problema muito sério que persiste há anos em São Vicente, mas não é nem nunca foi prioridade dos governantes, as políticas que são desenvolvidas são meramente eleitoreiras e não atendem a necessidade real das trabalhadoras e trabalhadores da região, além da quantidade de dinheiro que não devemos esquecer jamais; são cerca de 12 milhões que saiu dos nossos bolsos na construção do conjunto habitacional do Dique do Sambaiatuba, (leia aqui e aqui) e hoje, devido o abandono e o descaso, estão deteriorados e terão que passar por reformas, sendo que estavam prontos.

Por essas e outras foi de extrema importância a ação realizada por moradoras e moradores do México 70. O auxílio aluguel é um pequeno fruto da pressão popular e com organização nós podemos construir uma outra realidade.

Todo poder ao povo!

OBS: Continuaremos com este assunto.

4ª Mostra de Teatro Olho da Rua.

Na próxima semana Santos terá suas praças ocupadas pelo teatro combativo e da classe trabalhadora. Quem estiver por perto das praças Mauá e dos Andradas na quinta-feira (14) e sexta-feira (15) poderá observar, se divertir, pensar, protestar e participar com a Mostra de Teatro Olho da Rua.

Programação:

Dia 14 de novembro

Trupe Olho da Rua – Alto dos Palhaços
Local – Praça Mauá
Horário – 12h30
Circopatas – JÁ
Local – Praça dos Andradas
Horário – 16h
Nativos Terra Rasgada – Ditinho Curadô
Local – Praça dos Andradas
Horário – 16h30
Casa 3 – Rapunzelee
Local – Praça dos Andradas
Horário – 18h

Dia 15 de novembro

Daniel Meirelis  – Eu, Migo e Meu Umbigo
Local – Praça dos Andradas
Horário – 16h
Trupe Lona Preta – O Perrengue da Lona Preta
Local – Praça dos Andradas
Horário – 16h30
Buraco D`Oráculo  – Ópera do Trabalho
Local – Praça dos Andradas
Horário – 18h
O Coletivo – Projeto Bispo
Local – Praça Mauá
Horário – 20h

mais informações – http://trupeolhodarua.blogspot.com.br/p/mostra-de-teatro-olho-da-rua.html

Divulgação Trupe Olho da Rua

Porque me importa o teatro de rua.

O teatro na rua não é teatro de rua. Teatro de rua só é dela(da rua) quando está apropriado pela rua, pelo passante, pelo morador/a e por todos/as que ali estão. Importa-me porque ele fala verdades verdadeiras e não mentiras travestidas de verdades, como são ditas aos quatro cantos do capitalismo, porque é a gente falando da gente, é o/a trabalhador/a falando do/a trabalhador/a.

E por todo lado se vê trupes mandando o Estado para o Olho da Rua, e ocupando todos os espaços que nos cabem, são Bravas ocupando prefeituras carregando coquetéis molotov, são palhaços dizendo “Aqui Não Senhor Patrão”, e muitas outras verdades que não podem mais ficar escondidas e é através da arte que conseguiremos disseminá-las sem parecermos loucos/as, pois num mundo de tantos absurdos, verdades denunciadas por de traz de um nariz de palhaço fica completamente compreensíveis ditas nas praças da cidade.

São Pombas Urbanas levantando voo e fazendo arte na periferia, para a periferia, ocupando Sacolão e Barracão ou até mesmo Trupe que levanta a própria Lona Preta, foi nesse momento que Clariô e percebi que com o teatro de rua a Cobra Vai Fumar e vamos entrar todas e todos nessa luta.

Rádio da Juventude

 

Marcha das Vadias Baixada Santista: Positividade e luta!

Domingo, 03 de dezembro de 2013.

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Foto: Rádio da Juventude

Com muita positividade foi realizado a segunda Marcha das Vadias na Baixada Santista, cerca de setenta pessoas se reuniram na praça da independência (Santos) para se manifestar contra o machismo – durante a marcha palavras de protesto como “ Se o corpo é da mulher ela dá pra quem quiser, inclusive, pra mulher”, “Abaixo o machismo”, “Por uma América latina feminista”, “nem mais um dia de machismo! Somos livres! Somos todas vadias!”, entre outras foram proliferadas pela avenida da praia por onde seguiu a marcha.

Ouça aqui:

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Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

A marcha terminou no Emissário Submarino (área pública de lazer) onde foi realizada uma atividade cultural com microfone aberto e show de hip hop com as cantoras; Preta Rara e Luana Hansen – também teve MakeUp Frida Kahlo projeto da fotógrafa Camila Fontenele – Todos Podem Ser Frida e de quebra também teve lanches Veganos.

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Foto: Rádio da Juventude

Um dos momentos bacanas foi um grupo de garotas que leram um manifesto contra todas as formas de opressão sobre a mulher, fazendo uma analogia com a caça as bruxas exercido pela igreja católica na idade medieval.  (Que infelizmente não tem diferença nenhuma nos dias de hoje, quando discutimos temas, por exemplo, o aborto que ainda é tratado sobre a sombra do moralismo cristão, de modo a perseguir e criminalizar as mulheres).

Ouça aqui o manifesto;

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Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

A Marcha das Vadias na Baixada Santista foi organizada pelo Coletivo Feminista Pagu que vem promovendo diversas atividades na região da baixada discutindo a sociedade patriarcal, homofóbica, racista e cristão-conservadora que sobre a égide da moral e dos bons costumes suprime as liberdades individuais, principalmente das mulheres e de grupos sociais que por não atender aos padrões impostos, não são aceitos e pra além têm seus direitos violados.

Para quem não conhece ou entende o que representa a Marcha das Vadias, leia aqui e tire dúvidas, porque;

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

A cada duas horas uma mulher é assassinada no país, a cada cinco minutos uma mulher é agredida, a cada hora uma mulher sofre abuso. É embaçado ou não é???

                                                      Parte da letra de Luana Hansen – Flor de mulher

Abaixo músicas que rolaram de Luana e da Preta.

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Cobertura fotografica completa aqui no perfil do face da rádio

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Marco Civil da internet: a briga pelas informações dos usuários

O Facebook, o Google e o Mercado Livre declararam apoio ao Marco Civil da Internet. O interesse é explicitamente óbvio: o Marco Civil estabelece que “provedores de aplicações na Internet” não são responsáveis pelo conteúdo publicado por seus usuários, assim como é em todo o mundo, digamos, “livre”.

Segundo o Relatório de Transparência do Google, o Brasil é o campeão de pedidos para censura de conteúdo online. O Marco Civil irá salvaguardar a empresa, que só deverá retirar conteúdo após notificação judicial.

O Marco Civil ou qualquer lei que sirva para regulamentar informações resultará na criação ou atribuição de uma Agência de “Inteligência”. Provavelmente a ANATEL, histórica defensora dos interesses corporativos.

A tese levantada pelos defensores do projeto é que a garantia de privacidade e a limitação de poderes desta agência estariam na proteção dos artigos do Marco Civil que se referem a registro, devido uma impossibilidade técnica de identificação real e individual. Porém o processo de normatização destes artigos será uma resposta a seguinte pergunta: qual o objetivo de armazenar logs de usuários por um ano?

                                                                                                                          Por KaNNoN 

marco-civil-da-internetNão é de hoje que a justiça brasileira reclama do Google por demorar demais em liberar informações de usuários, ou seja, o que essa discussão trata é de ter o controle da rede com acesso rápido da conta dos usuários – O governo justifica que a mudança de localização dos data centers (armazenadores de dados) mudará a lógica da concentração de informação de brasileiros em terras estrangeiras – ora, já é fato, os data center em terras tupiniquins não significam nada – a empresa que gerencia estará sobre jurisdição do país de origem, vai dar na mesma. Isso sem contar que a fragilidade da rede é tão grande que conseguir informações por meio do facebook, twitter entre outros, é simples – as pessoas expõem suas vidas na rede – qualquer agência de espionagem agradece, com isso, rastrear uma pessoa, ou um grupo, tornou-se bem fácil, lá tem todos os dados, mas ainda assim, querem mais – acesso irrestrito de forma legal, pois é sabido que a polícia civil acessa contas de e-mail, sites e blogs em investigações. Traduzindo: essa discussão neste momento em que polemizam que os EUA espionam países no mundo inteiro (e isso é mais velho que andar pra frente) e o Brasil foi um deles, a priori só revela da parte do governo um marketing político para as eleições do ano que vem, além de fazer fumaça para não transparecer a discussão que realmente importa – que é o enfrentamento aos monopólios dos meios de comunicação no Brasil, que até então o governo só ficou na conversa – de quebra garantir mecanismo de rastreamento a manifestantes contra a copa de 2014, porque isso com certeza há de estar proporcionando muita dor de cabeça, de modo que para o governo é providencial essa discussão; resolvem muitos problemas num golpe só.

Claro que muitos políticos além do PT também estão entrando nessa discussão, ninguém quer deixar de fazer cena pra campanha do ano que vem.

Liberdade-na-InternetE pra que serve o tal marco?

O marco civil deveria garantir a proteção, criar mecanismos que contribuíssem para que o usuário navegasse livremente, sem ser mapeado como já ocorre, porém a ideia que estão discutindo é contrária – com a falácia de que a regulamentação é necessária para garantir que pessoas não sejam julgadas erroneamente, destilam retóricas de defesa a liberdade de expressão – Mentira! Não é esse objetivo, debaixo do manto da liberdade há a busca pelo controle perdido parcialmente, pois o ciberativismo, um dos grandes impulsionadores dessa discussão colocou em xeque as esferas de poder revelando a ineficácia dos mecanismos democráticos tradicionais – a rede inflou, questionou, foi pra rua e enfrentou estruturas arcaicas déspotas que não permitem mudanças. Neste embate de forças há a propaganda política para eleições de 2014 na defesa da liberdade e um jogo de interesses de mercado, pois a internet também é um negócio muito lucrativo onde forças se digladiam pela fatia do bolo. Na questão de cercear a liberdade, quantos blogs e sites já foram bloqueados pela justiça por fazerem críticas a determinados grupos sociais, ou pessoas¿ A internet é um buraco negro de informação que reconfigura a vida social, retira o domínio de uns e coloca nas mãos de outros, pois ter o controle é ter poder, é isto que o mercado e os governos querem de volta, pois estão em parte perdendo o controle.

Ilusão e o ciberativismo

Há uma falsa ilusão de que o marco civil trará resultados para democratizar a informação e blá blá blá, oras – contribuir para isso não perpassa querer ter acesso a contas pessoais, informações pessoais… É pura balela para obter o objetivo, que é o controle da informação.

Uma forma que os ciberativistas precisam adotar é utilizar contas de e-mail de servidores livres, além de migrarem para utilização de software livre. A rede não é, e nunca foi confiável e cada vez mais estará passando por restrições, uma das coisas que serão cerceadas com o marco é o direito ao anonimato, ou seja, não é defesa da liberdade que está sendo discutida neste marco civil, mas vigília da liberdade de cada pessoa.

marco-civil-empresariosOutra coisa, as grandes corporações há tempos estão discutindo a regulamentação da internet com finalidade de aumentar os lucros – cuja proposta é desmantelar o formato de internet que existe hoje. A ideia é reduzir o canal por onde trafegam as informações (que já não é essas coisas) e criar um mecanismo onde para transitar na rede, quem paga mais terá maior velocidade e maior qualidade. (o que já ocorre) Entretanto,as corporações pretendem cair ainda mais pesado e reconfigurar essa lógica “permissiva” que ainda existe na internet em que grupos a utilizam produzindo, compartilhando e divulgando sem pagar nada e mantendo anonimato.

Na Europa, por exemplo, essa discussão atende pelo nome de código de conduta e só tem servido para proibir o sistema de downloads gratuitos e cadeia pra quem compartilhar, na França, por exemplo, uma lei antipirataria foi criada e vem sofrendo adpatações – junto com ela foi criada uma agência governamental para punir os piratas on-line, Hadopi, organismo estatal de supervisão que cabem funções apenas de controle e aviso;

onde utilizadores que desrespeitem a lei ficam sujeitos a multas entre os 1.500 e os 3.750 euros. No limite as multas podem ascender a 300 mil euros e dois anos de prisão, quando há três reincidências. É nestes casos mais graves que se coloca também a possibilidade de privação do uso da Internet. Um ano é o prazo máximo de suspensão do serviço que a justiça pode definir. (Fonte)

Após a aprovação da lei muitas discussões vem sendo travadas no parlamento sobre sua real utilidade, porque até agora ela só tem servido para gastos dos cofres públicos com algo que protege empresas privadas.

marco-civilVoltando para o Brasil

O cerne da questão é que o marco civil é uma lei de controle, de rastreamente de pessoas e quem usa a rede para ciberativismo precisa se apropriar do debate e entender mais sobre os riscos que existem nela, de modo a utilizar os mecanismos livres, porque as parcas liberdades na rede estão por um fio, e esse debate não está sendo colocado em prática.

OBS: O primeiro Marco Civil foi proposto em 2009, na época era um tanto inovador comparando-se as leis proibitivas que rolavam mundo a fora. Uma das principais críticas a este projeto é também a falta de debate sobre ele com toda sociedade. O projeto trâmita no Congresso e continua contribuindo pra entrega de medalhinhas, (na última terça a Câmara realizou uma sessão solene para a entrega da medalha de Suprema Distinção da Câmara ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.)

Enquanto isso, as empresas de telefonia proprietárias de provedores de conexão continuam pressionando contra.  Na verdade, tem muito de balão de ensaio para as eleições do ano que vem. A Presidenta Dilma Rousseff disse que, assim que for aprovado pelos parlamentares, o projeto do Marco Civil da Internet será enviado como proposta à Organização das Nações Unidas (ONU).

Continuaremos este assunto, há diversos aspectos para serem levantados.

Documentário: A INTERNET TEM QUE ACABAR – muito interessante sobre as corporações e o futuro da internet. principalmente sobre a ISP – provedora de internet de grande influência no mundo.

Marcha das vadias dia 03 de novembro na Baixada Santista

1381336_10202213863446874_1018037736_nConcentração: 13 horas – Praça da Independência
Saída: 14 horas – Rumo ao Quebra Mar Emissário Submarino

1385660_568853143187920_1893489434_nNo Quebra Mar, vai rolar um show da Tarja Preta rap feminino (https://www.facebook.com/pages/TARJA-PRETA-RAP-FEMININO/191262120923246?fref=ts) e da MC e DJ Luana Hansen(https://www.facebook.com/pages/DJ-Luana-Hansen/269488799820532?ref=profile) , lanches veganos, oficina de pintura corporal e muito mais!

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A Marcha Das Vadias é um movimento feminista e apartidário, cujo objetivo é lutar contra as agressões físicas,psicológicas, sociais, culturais e morais as quais meninas e mulheres são submetidas todos os dias. Por sermos mulheres somos tratadas muitas vezes com desprezo e violência ( Física,psicológicas e\ou verbal) e com desrespeito por muitos homens. Principalmente quando se trata da sexualidade como no caso das lésbicas e bissexuais, que sofrem mais esse preconceito e o risco do ” Estupro Corretivo” ( Quando o homem acredita que pode corrigir o ” erro” da sexualidade feminina através da violência sexual). Sem falar das Travestis e transexuais, que estão sujeita a agressões de todos os tipos, em alguns casos inclusive, apenas por se assumirem, são brutalmente assassinadas.Queremos lembrar a todxs que,não importa qual a profissão da mulher, como ela se veste, como se comporta, qual sua idade, sua orientação sexual ou com quantas pessoas faz sexo, todas temos DIREITO a nos sentirmos seguras e termos nossa integridade respeitada.

O movimento começou em Toronto, no Canada. Estava acontecendo muitos casos de abusos sexuais contra mulheres na Faculdade de Toronto e um policial fez uma observação para que ” As mulheres evitassem se vestir como vadias para não serem vítimas de estupro”. Esse pensamento do policial gerou muita revolta e no dia 3 de Abril de 2011, aconteceu a primeira Marcha Das Vadias ( em inglês: SlutWalk) que reuniu cerca de 3 mil pessoas, que protestavam contra o pensamento de que a culpa da violência é da mulher.

No Brasil a marcha começou em São Paulo,em Junho do mesmo ano, e em seguida várias cidades brasileiras realizaram também a marcha.Na baixada Santista, a primeira marcha ocorreu ano passado (2012) em Santos e esta no seu segundo ano.

Mais informações: marchadasvadiasbs.wordpress.com
Página no facebook: https://www.facebook.com/marchadasvadiasbaixadasantista?fref=ts

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Pelo fim da violência contra a mulher!
Pelo o direito ao nosso corpo!
Contra uma cultura que culpa a vitima!
Por todas as mulheres que sofrem ou já sofreram violência!

Organização: Coletivo Feminista Pagu – Baixada Santista, com o apoio do Conselho Regional de Psicologia De Santos, Sindicato dos Petroleiros de Santos e Rádio da Juventude

Tem anarco-punk na Baixada Santista??? Exibição do Documentário: “Todo Fim É Um Começo!”

1391702_689203744424417_349322805_nAMANHÃ !!!

Dia 2 de Novembro de 2013, Sábado, às 18 horas, na Cinemateca de Santos, Rua Xavier de Toledo, Número 42, Bairro Campo Grande, Santos/SP. Exibição do Documentário: “Todo Fim É Um Começo!” (Produção: Anarco.Filmes & Coletivo Cultive A Resistência, São Paulo, 2012, 68 Minutos) + Debate sobre a história & perspectivas do movimento anarco-punk em São Paulo e na Baixada Santista com Zeca, Marina & Josimas.

ENTRADA GRATUITA !!! FORTALEÇA A CULTURA LIBERTÁRIA !!!

Revolucionando o Cotidiano, Cotidianizando a Revolução !!!

Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo cria grupo de inteligência para evitar e punir abusos em protestos

Corrupção e crime organizado estão entre os desafios de CardozoO governo federal, que se calou diante de todos os abusos cometidos contra manifestantes desde junho, comunicou ontem (31/10) que será criado um grupo de inteligência integrado pela Polícia Federal e pelas secretarias de segurança pública de São Paulo e Rio de Janeiro com o objetivo de “coibir os abusos” nos protestos. O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

Cardozo explicou à imprensa que o governo agirá em quatro frentes de atuação: com um grupo de inteligência para evitar e punir abusos em protestos; com um protocolo unificado de atuação das polícias do Rio e de São Paulo; com a criação de grupos operacionais entre Ministério Público e delegados para discutir as manifestações; e com um grupo composto por juristas para discussão de mudanças na legislação. O ministro da Justiça afirmou, ainda, que o Black Bloc será investigado pelo grupo de inteligência.

O Rio Na Rua lamenta que a única ação concreta do governo federal até agora tenha sido no sentido de criminalizar os movimentos das ruas, permanecendo omisso e, em certa medida, conivente com a repressão desmedida e com a violação de direitos fundamentais exercida pelos estados de Rio de Janeiro e São Paulo.

De Coletivo Rio Na Rua