Roda de samba com “Nono Samba” e discotecagem com “Dj Caiaffo”

É isso aí,  galera… FESTA!!! 😀

Sábado, 1 de outubro · 16:00 – 21:00, vai rolar muito SAMBA DE RAÍZ com o grupo “Nono Samba”, formado tb por alunos da UNIFESP – Santos e discotecagem  com Dj Caiaffo, do “Futuráfrica Afrobraziliangrooves”.

Roda de samba com "Nono Samba"Organizada de forma autônoma, a festa objetiva contribuir com a construção do Seminário do Tribunal Popular da Terra, na Baixada Santista, onde será discutido as questões ambientais e indígenas, habitação, especulação imobiliaria e a reestruturação das cidades com a desculpa dos mega eventos e a exploração do Pré-sal.

Participe da festa e colabore com a construção do Seminário!

Sábado, 1 de outubro · 16:00 – 21:00
Local: CES – Centro dos Estudantes de Santos – Av. Ana Costa, 308 (ao lado do Extra)
Entrada: 5 reais + doação de alimento não perecível, roupa ou material escolar (para as tribos indígenas da Baixada Santista) com direito a uma cerveja ou refrigerante.

Evento no facebook:  http://www.facebook.com/event.php?eid=259080517464362

Até lá!!!

O silêncio não pode mudar o mundo. Solidariedade com os meios de contrainformação

Fonte CMI
(A seguir texto do jornal de rua Ápatris e do meio de contrainformação independente Candia alternativa, sobre as ameaças contra a imprensa independente, motivadas pela última lei que remove o asilo universitário e a tentativa do Regime grego de suprimir o livre fluxo de idéias.) 
O Poder, como uma praga que elimina, contamina tudo o que toca, e a obediência, o pesadelo de qualquer carisma, virtude, verdade e liberdade, torna as pessoas escravas, e o homem uma máquina. (Shelley)

Mais uma vez o Indymedia de Atenas e outros meios de contrainformação são transformados em alvo do Estado. Com a promulgação da nova Lei de Educação Superior e a eliminação do asilo universitário, volta o ataque contra o Indymedia de Atenas, as ameaças e frenesis (através da cantilena já degenerada que “se cometem infrações penais pelo site”) de uma potencial invasão no campus acadêmico que abriga o servidor, pelos conhecidos fascistas-fachas do partido televisivo LAOS (que votaram a favor desta lei, recebendo as graças da Ministra), declarando em seu programa de televisão – um bazar televisivo de seus livros nacionalistas e conspirativos ? que: “a primeira coisa que vamos fazer agora que eliminou o asilo universitário é que entre a Polícia da Escola Politécnica Superior para desmantelar o Indymedia”.

A única coisa que eles merecem em resposta é que “quem ri por último ri melhor?. A questão não é se o Indymedia está em perigo ou não, mas que com métodos fascistas como este estamos correndo perigo como sociedade de começar a “medir nossas palavras” e ter cuidado com o que dizemos, então, se a nossa crítica afeta o Poder de alguns poucos e poderosos, corremos o risco de conseqüências imprevisíveis para a nossa liberdade individual.

Na verdade, este é o verdadeiro propósito da recente consulta do Ministro da “Justiça” M. Papaioannu e dos ex-promotores do Ministério Público Sanidás, Katsirodis e Tentes a respeito da extensão de levantar o anonimato das comunicações para os blogs e sites de opinião, bem como para delitos fora do campo criminal. A mensagem está enviada: “Cale a boca e baixe a cabeça, se não, a Lei está à espreita?.

Estamos chegando ao cúmulo da injustiça: quem cometeu uma injustiça o passa bomba, e aqueles que foram injustiçados, que certamente não queria cometer qualquer injustiça, são levados a indignação. Sua “democracia” em relação ao livre fluxo de idéias termina onde começa a prejudicar os interesses do Estado e dos patrões. Quando a informação fica fora de seu controle, se recorre à repressão direta ou indiretamente, para a delimitação desta “liberdade”. Uma limitação sistêmica, feita pelo Regime, que sempre entra em conflito com a liberdade exigida pelos rebeldes e os oprimidos de hoje.

Desde um ano e meio, vemos o strip-tease do Estado e a implementação das políticas neoliberais mais radicais, com o pretexto da crise econômica. O Estado se livrar de tudo, exceto a repressão, a sua roupa mais pessoal e preciosa. O Estado, que é baseado na repressão – em qualquer grau necessário para sua sobrevivência – determina o que é legal. Com base nas suas próprias leis pode legitimar o genocídio de seu próprio povo, se este está se rebelando contra ele, como foi visto nos distúrbios árabes recentes.

Estamos preparados para o que pode vir a acontecer, bem como para a ruptura definitiva com o sistema. Todos nós sabíamos que chegaria o momento em que a repressão do Estado atingiria o seu pico, mas não nos aterrorizam. Esbirros do governo, funcionários do império do dinheiro, podem destruir tudo, mas não conseguem convencer ninguém. Onde a inteligência é humilhada, as pessoas devem restaurar – começando com suas negações – pelo menos um pouco da dignidade da vida, frente à morte espiritual.

Já há alguns meses as pessoas levantaram-se do sofá, foram se reunir nas praças, os estudantes ocuparam as universidades, os trabalhadores estão se preparando para novas greves e o aumento do desemprego leva os jovens às ruas. Não temos medo de uma tentativa de silenciar um meio de informação, e se alguma coisa nos coloca em estado de alerta é o ataque constante que estamos recebendo a cada dia como sociedade, um ataque ao limitar os nossos direitos e de repressão a nível individual e coletivo. A sociedade que exige igualdade de direitos e de riqueza, uma sociedade em que o princípio da autoridade será abolido, tem o direito de não permitir qualquer ameaça ou intimidação, seja em nome de uma idéia, uma instituição ou de supostos interesses de todo o resto, e exatamente estes direitos são os que estamos defendendo.

E se nos tiram a voz, sempre haverá as palavras.

Solidariedade com o Indymedia Atenas e com todos os meios de contrainformação. Nossas vozes não podem ser encarceradas, a nossa palavra não pode ser suprimida!

Heraklion, Ilha de Creta, setembro de 2011.

Ápatris, Jornal cretense de rua

Candia Alternativa.info, Espaço de contrainformação independente, na Ilha de Creta

 http://apatris.info/
 http://candiaalternativa.info/

agência de notícias anarquistas-ana

O céu, que é perfeito,
andou jogando em seus olhos
o dom do infinito.

Humberto del Maestro

Mordaça: Anatel fecha 60 rádios em duas semanas

Post de origem Diário Liberdade

[Rodrigo Noel] Funcionários contam com ‘apoio’ de dois agentes da Polícia Federal fortemente armados e do reitor da UFRJ para confiscar transmissores da Rádio Pulga

 Se fosse possível resumir em apenas uma palavra o que tem sido esse primeiro ano de governo Dilma, usaríamos REPRESSÃO. No início da tarde de hoje recebemos o triste informe da invasão do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ por quatro funcionários da ANATEL para confiscar o transmissor da Rádio Pulga, um dos vários movimentos culturais e de divulgação de informação contra-hegemônica presente há mais de 20 anos na universidade. Os funcionários e agentes da PF não contavam sequer com autorização judicial, assim como ocorreu com a Rádio Interferência, que funcionava no campus da Praia Vermelha.

Apesar da solidariedade de diversos estudantes que estavam presentes no momento, a chegada de representantes da Defensoria Pública e representantes de entidades do movimento social, não foi possível evitar o confisco dos equipamentos da rádio. Essa foi mais uma ação de repressão da ANATEL à comunicação livre e popular que conta com mais de 60 emissoras fechadas em menos de 2 semanas, segundo Jerry de Oliveira, diretor executivo da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária-SP.

Há uma semana funcionários da Anatel tentaram o mesmo com a Rádio Muda, que funciona dentro da Unicamp, em Campinas-SP. Os estudantes usaram da boa criatividade e guardaram os transmissores ao perceberem a movimentação de agentes da PF pelo campus. Os homens, que chegaram em carro preto e vidros escuros, se negaram a fornecer o nome completo aos estudantes.

Aos amigos…

Essa mesma Anatel, que distribui uma série de benesses para as teles através do Plano Nacional de Banda Larga (que de larga não tem nada) e é tão complacente com as tarifas abusivas é a mesma que reinaugura a censura no Brasil ao impedir a comunicação popular e a liberdade de expressão.

A gestão do ministro Paulo Bernardo neste primeiro ano do governo Dilma tem se mostrado uma continuidade da política de repressão a comunicação popular e fechamento de rádios comunitárias Brasil adentro. Durante os dois mandatos de Lula fechou-se mais rádios até mesmo que no governo FHC, segundo dados do coletivo Intervozes.

Durante a ação na UFRJ ninguém foi preso. Até o momento nenhum integrante da Rádio Pulga foi indiciado e os equipamentos apreendidos foram levados para a Delegacia Fazendária da Polícia Federal no Rio, na Praça Mauá. Além de demonstrar toda solidariedade aos ativistas que lutam por uma comunicação mais democrática, precisamos denunciar esse tipo de ação repressora da Anatel.

O velho liberalismo romântico

Post de origem Carta Maior

O inferno astral do neoliberalismo

O que está ruim ainda tem a chance de ficar pior. A crise profunda do neoliberalismo tem tido como efeito político a ressurreição do conservadorismo. Se os novos liberais perderam força, os conservadores tomaram muito de seu espaço. A última vez em que isso aconteceu foi após a I Guerra Mundial, com o nazismo e do fascismo.

Antonio Lassance

Neoliberalismo é uma ideologia, uma visão de mundo. Mais precisamente, é uma visão de mundo adepta do individualismo, da competição, do Estado mínimo e da primazia do mercado, o que justifica sua filiação ao velho liberalismo. O que havia de novo nesse liberalismo?

O velho liberalismo de Adam Smith reservava funções claras ao Estado, mesmo que sumárias, como a defesa do território, a proteção (que hoje preferimos chamar de segurança pública), o recolhimento de impostos e a política monetária. Mas nenhum liberal clássico, ao defender o indivíduo, deixava de olhar a sociedade como um todo. A liberdade individual supostamente promoveria o bem estar da sociedade. Smith externava preocupação com o fato de que seus concidadãos, que vestiam o mundo, estavam em farrapos.

Para o neoliberalismo, porém, não existe sociedade; o que existe são indivíduos (frase de Margareth Thatcher, ex-primeira ministra do Reino Unido). Não existe serviço público que não possa e não deva ser prestado por empresas privadas (frase de David Cameron, atual primeiro ministro britânico).

Para o liberalismo clássico, as corporações eram um problema a ser atacado. “A riqueza das nações”, de Adam Smith, criticava a proteção estatal às companhias comerciais, que exerciam atividades mercantis de forma monopolística, financiadas e escoltadas com recursos públicos. Para o novo liberalismo, as corporações são “a firma” e são equiparadas aos indivíduos. São pessoas jurídicas e têm por trás de si acionistas (indivíduos). Ao contrário da versão original, para o neoliberalismo a riqueza dos indivíduos é apátrida, e não uma riqueza “das nações”.

Outro fator de novidade do neoliberalismo era a globalização, uma marcha tida como inexorável para o domínio absoluto do globo por essas grandes corporações (comerciais, industriais, mas sobretudo financeiras). Bem diferente da ideia de divisão internacional do trabalho, que tinha como base as nações e o trabalho, e não as empresas e os fluxos financeiros. Romanticamente, Smith apontava um caminho para cada país encontrar seu lugar ao sol, produzindo de acordo com sua vocação. Deve-se dar um desconto ao romantismo de Adam Smith, pois ele era contemporâneo da poesia de Lord Byron, da música de Beethoven, da pintura de Delacroix. O mundo respirava romantismo por todos os lados e parecia que o progresso salvaria a todos.

A visão do neoliberalismo não é nada romântica. Os neoliberais são realistas até o último fio de cabelo. Eles são herdeiros da mutação genética introduzida no velho liberalismo pelo darwinismo social de Herbert Spencer, na segunda metade do século XIX. Sua vinculação a Friedrich Hayek tem traços claros que os colocam mais como apóstolos da lei do mais forte do que da lei do livre mercado.

Ascensão e queda do neoliberalismo
A construção do neoliberalismo desenrolou-se aos soluços, com inúmeros sobressaltos. Ele sobreviveu em estado vegetativo por décadas, até ganhar uma dimensão política avassaladora com o tridente formado por Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, nos anos 1980, personificado nas lideranças de Ronald Reagan, Margareth Thatcher e Helmut Kohl.

Sua força política empunhava um ideário econômico agressivo, cuja síntese mais propalada tornou-se conhecida como o “Consenso de Washington”.

O ciclo do neoliberalismo, quase como um ciclo biológico tradicional, durou cerca de vinte e cinco anos. É difícil encontrar hoje em dia algo que não traga sinais dessa herança. Mesmo com seus abalos, ao final dos anos 1990, ele ainda ganhou uma sobrevida por meio de governos da autointitulada “terceira via”. Sob este guarda-chuvas está uma legião composta pelos democratas nos EUA (Bill Clinton), socialdemocratas da Europa (Tony Blair, no Reino Unido; Gerhard Schröder, na Alemanha; Lionel Jospin, na França; Massimo D’Alema, na Itália) e parte da América Latina (como Fernando Henrique Cardoso, no Brasil; Carlos Andrés Perez, na Venezuela; Carlos Menem, na Argentina; e todos os governos da Concertación chilena).

O inferno astral
O neoliberalismo sofreria um profundo abalo e entraria definitivamente em seu inferno astral a partir de 2008, quando se ouviu um dobre de finados não na periferia do sistema, mas na catedral do capitalismo, em Nova York. Era o enterro da Lehman Brothers Holdings Incorporated.

Mas uma das características do neoliberalismo, além da ousadia e do cinismo, é a teimosia. Ele insistia em disputar projetos políticos e em ganhar eleições com seus arautos. Neles residiam as últimas esperanças de dar a volta por cima, recobrar as energias e reinventar formas de acumulação que evitassem que o capitalismo carregasse a pecha de ser um grande prejuízo para a vida da maioria dos mortais.

Para a surpresa dos incautos, o neoliberalismo conseguiu eleger novos garotos-propaganda. Na pátria-mãe, o Reino Unido, David Cameron; no Chile, Sebastián Piñera; na Alemanha, Angela Merkel.

O Reino Unido é o exemplo mais retumbante do fracasso estrutural do neoliberalismo. Sua política econômica tem como eixo a redução de serviços públicos e a tentativa de desmonte de estruturas de Estado, uma retórica persistente, mas pouco efetiva. O inglês mantém um alto grau de prestação de serviços públicos estatais. Conjunturalmente, a inflação está em alta, com as projeções beirando os 5% – pois é, eles não vão cumprir a meta de inflação, que por lá está fixada em 2%. O desemprego não só está em alta, como é o maior dos últimos dois anos.

A Escócia de Adam Smith, em má homenagem ao credo neoliberal, ostenta um grande número de serviços públicos gratuitos à população. Seu Estado de bem-estar social faz inveja ao dos ingleses. Os escoceses já haviam conseguido um parlamento próprio e agora têm ganhado mais adeptos em favor de sua independência. A política de desmonte, do governo Cameron, tem ajudado em muito a aumentar a adesão à proposta de secessão. As receitas da Escócia são suficientes para mostrar que, se alguém pode sair perdendo com a separação, é a Inglaterra.

No País de Gales, a seção local do partido conservador cogita até trocar de nome e reclama de sua associação ao legado de Margareth Thatcher. A má fama do thatcherismo, segundo pesquisas, os prejudica eleitoralmente.

No Chile, Piñera enfrenta as maiores manifestações desde Pinochet. Além dos estudantes nas ruas, grande parte dos moradores das cidades do sul do país, dependentes do gás subsidiado para se proteger do frio, protesta contra o reajuste do produto e o encarecimento do custo de vida.

Na Alemanha, Merkel tem feito pouca coisa que pode ser considerada verdadeiramente neoliberal. Tanto que até seu companheiro de partido, Helmut Kohl, lhe faz críticas sistemáticas. Os socialdemocratas alemães parecem bem mais apegados ao neoliberalismo e dizem que a Alemanha vai pagar caro pelas “vacilações” de Merkel, que deveria ser mais dura em cobrar ajustes rigorosos em toda a zona do Euro.

O conservadorismo e seu contraponto
Mas a hora não é dada a comemorações. O que está ruim ainda tem a chance de ficar pior. A crise profunda do neoliberalismo tem tido como efeito político a ressurreição do conservadorismo. Se os novos liberais perderam força, os conservadores tomaram muito de seu espaço. A última vez em que isso aconteceu foi após a I Guerra Mundial, com o nazismo e o fascismo.

O conservadorismo tem como bandeiras o combate aos imigrantes, o protecionismo, o militarismo e o gasto social seletivo. Quer reduzir a prestação de serviços públicos e trocá-los por cheques, “vouchers” e descontos de imposto de renda, mas não exatamente por razões privatistas. Há um duplo propósito. Torna possível financiar empresas privadas nacionais para prestar serviços públicos essenciais e fecha a porta aos imigrantes, que vivem na ilegalidade e não podem receber esses benefícios focalizados.

O conservadorismo que tem no “Tea Party”, dos EUA, seu movimento mais proeminente, é protecionista, nacionalista, militarista, xenófobo, intolerante Os neoliberais não são a fonte desses cacoetes. Seus vícios originais são outros, embora aceitem compartilhá-los, principalmente o militarismo, se isso justificar vantagens competitivas.

Neoliberais apoiam a imigração como forma de atrair talentos de qualquer parte do mundo e reduzir o custo da mão-de-obra, assim como para manter uma ampla parcela de trabalhadores apartada de direitos sociais. São a favor do direito de mulheres muçulmanas escolherem se querem ou não usar a burka, pois sua proibição desrespeita a liberdade individual. São cautelosos quanto ao militarismo, pois seus gastos são elevados. Henry Kissinger e James Baker escreveram, meses atrás, um artigo condenando a intervenção na guerra da Líbia, com base em um cálculo da relação custo-benefício para os Estados Unidos.

Na crise financeira de 2008, os neoliberais foram, em grande medida, “liquidacionistas”, como o velho Hayek pregava. Disseram que os bancos em dificuldades deveriam ser deixados à sua própria sorte e quebrarem, se preciso fosse.

Se há um contraponto político ao conservadorismo, ele ronda a América do Sul. Está pelo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Venezuela, Equador e Peru. Com defeitos, limitações, tibiezas e inúmeros problemas. Na Europa e nos Estados Unidos, os movimentos de esquerda são de uma espontaneidade sem luxemburguismo (o da Rosa, não o do Vanderley). Dependem de associações civis pouco conectadas à luta política nacional e têm um profundo descrédito pelos partidos, inclusive os de ultraesquerda, afogados em sua própria retórica e empacados em sua falta de projeto.

Antonio Lassance é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e professor de Ciência Política. As opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente opiniões do Instituto.

Rádio comunitária expulsa a PF

Por Clara Roman, na CartaCapital:

Uma operação da Polícia Federal foi frustrada hoje por um cordão de estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que impediu a entrada dos agentes. Segundo estudantes, a PF entrou no campus à paisana e sem mandado judicial para levar equipamentos de uma rádio comunitária organizada por alunos. A Rádio Muda, alvo da operação, é um dos principais meios de comunicação usados pela comunidade acadêmica na Unicamp, segundo Carolina Filho, estudante de Ciências Sociais e coordenadora do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade.

A operação ocorreu às 11h30 da quinta-feira 15. Segundo a estudante, não foi a primeira vez que a polícia tenta fechar a rádio, que não é oficializada. “Para os estudantes, é sempre mal vista a entrada da polícia no campus”, diz Carolina. Como o episódio já havia acontecido outras vezes, os alunos já estavam em alerta quanto a possíveis abordagens de policiais à paisana – provavelmente com intenção de sondar o ambiente.

Quando perceberam a aproximação, alunos da rádio se uniram para impedir a passagem. Estudantes que passavam pelo local se uniram, formando um aglomerado de cerca de 30 pessoas. Os policiais foram embora, mas indicaram que retornariam com o mandado.

A Rádio Muda existe há mais de 10 anos e foi criada pelos próprios estudantes. Atualmente, conta com mais de 200 programadores, que tocam uma programação de hip-hop, MPB, reggae, rock, heavy metal, samba, hard-core e noise e falam sobre “futebol, esperanto e movimentos sociais” , segundo o site da instituição. Surgiu a partir de uma iniciativa de estudantes da Física e Engenharia Elétrica em 1994 e desde 1999 sua transmissão atinge diversos bairros da zona Norte de Campinas.

No site da emissora, há relato de operações anteriores, em que equipamentos foram levados. Sobre o episódio desta quinta-feira, postaram: “Chutamos a bunda dos policiais!” e “Rádio Muda 4 X 1 PF+Anatel”. A rádio divulga também uma campanhas contra os grandes conglomerados da comunicação e pela democratização da radiodifusão.

Conhecidas por muitos como rádio piratas, a Muda autodenomina-se como rádio livre. Segundo eles, não permitir funcionamento do veículo vai contra o artigo 5 da Constituição Brasileira: “É livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientifica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.”

A entrada de policiais (estes militares, ligados ao governo estadual) no campus da Universidade de São Paulo (USP) também mobilizou estudantes no início do ano, depois do assassinato de estudante Felipe Ramos de Paiva. Após o crime, a reitoria da instituição fechou acordo com a PM paulista que, a partir de então, pode atuar normalmente na Universidade e fazer patrulhamentos. Antes, sua entrada só era permitida se fosse solicitada em alguma ocorrência. Na época, o DCE da USP se manifestou contra a decisão.

Continua a ocupação do MST em Americana-SP

Post de origem Passa Palavra

Acampadas desde 06 de agosto, centenas de famílias continuam a resistir nas terras griladas pela Usina Esther no município de Americana, em São Paulo. Por Passa Palavra

Diversos apoiadores têm prestigiado a ocupação: militantes de outros movimentos sociais, como da fábrica ocupada Flaskô, do MTST; parlamentares; estudantes.

Alguns professores demonstraram seu apoio, como Maria Orlanda Pinassi, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Renata Gonçalves, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Em aula pública na ocupação, o professor Ariovaldo Umbelino de Oliveira, da Universidade de São Paulo (USP), afirmou, através de levantamentos de dados e pesquisas, que a Usina Esther utiliza as terras como se fosse dela, mas não dispõe de documentos capazes de provar o título de propriedade, pois as terras são devolutas. Isto significa que as famílias estão acampadas numa área pública federal que, inclusive, já teve parte das terras destinadas à Reforma Agrária, em 2006, com a regularização do Assentamento Milton Santos.

Na aula que foi acompanhada vivamente pelos acampados, Ariovaldo ainda afirmou que os documentos de reintegração de posse são procedimentos normais na justiça brasileira, ainda que nem sempre o judiciário julgue de forma plena, com toda a documentação, pois a maior parte dos cursos de Direito no Brasil não ensinam mais o Direito Agrário. Portanto nem sempre a autoridade, que está lá para julgar, teve toda a formação para tal, fazendo-o com os documentos que tenha em mãos, acreditando que estes sejam suficientes.

O professor ainda discutiu sobre a propriedade privada da terra e o porquê da persistente desigualdade na sociedade brasileira, ao mesmo tempo em que falou sobre o direito a terra. Também desmitificou os números de famílias assentadas nos governos de Lula, que longe dos 600 mil anunciados oficialmente, chegaram apenas a 158 mil famílias.

Apesar de ainda estarem no aguardo do possível despejo, as atividades no acampamento continuam, de acordo com a regional Campinas do MST:

No próximo sábado, 20-08, haverá o “Festival da Luta pela Terra” com uma intensa programação de atividades religiosas, políticas e culturais na ocupação. Pela manhã será realizada uma gincana e outras atividades de ciranda infantil com as cerca de 150 crianças sem terrinha. Na parte da tarde será realizado um Ato Ecumênico com a presença do Padre João Carlos da CPT (Comissão Pastoral da Terra) e outros pastores e religiosos. E durante a noite teremos uma noite cultural com fogueira, quentão e a participação de diversos grupos culturais e artísticos. No domingo 21-08, acampados e assentados da região irão participar, em conjunto com a Pastoral da Terra, da 13ª Romaria das Terras e Águas de São Paulo que ocorrerá em Santo Antônio da Posse.

[vimeo http://www.vimeo.com/27872485 w=551&h=413]

Bispo justifica pedofilia: ‘tem criança que provoca’

Post de origem Pragmatismo Político

“Se ficares distraído, provocam-te”. Refere-se assim a meninos de 13 anos. O bispo Bernardo Álvarez encerra nesta justificativa a origem de um crime: os abusos sexuais contra menores.

Em uma entrevista concedida ao diário La Opinión de Tenerife, o bispo desenvolve a ideia até contestar à jornalista que, previamente, lhe tinha assinalado que “a diferença entre uma relação homossexual e um abuso está clara”. Por se persistirem as dúvidas, a entrevistadora recorda ao bispo que “um abuso é uma relação não consentida”. A resposta do prelado não deixa lugar para as dúvidas:

“Pode ter menores que sim o consintam e, de fato, há. Há adolescentes de 13 anos que são menores e estão perfeitamente de acordo e, além disso, desejando-o. Inclusive, se ficares distraído, provocam-te”. Na mesma conversa, o prelado apresenta, sem nuances, todos os preconceitos da Igreja católica contra os homossexuais. “É algo que prejudica as pessoas e a sociedade”, critica o bispo.

“Não é politicamente correto dizer que é uma doença, uma carência, uma deformação da natureza própria do ser humano”, descarrega Bernardo Álvarez, após se proteger em uma frase feita: “As pessoas são sempre dignas do maior respeito”.

Ainda assim, o titular da diocese de Tenerife chega a assegurar que, em ocasiões, a homossexualidade se pratica “como vício”. “Eu não digo que se reprima, mas entre não o reprimir e o promover há uma margem”, acrescenta. O porta-voz do prelado assinalou ontem ao jornal espanhol Público que “em nenhum caso pretendeu justificar nem compreender um fenômeno rejeitável”.

Papa Bento XVI é denunciado ao tribunal de Haia por vítimas de pedofilia

Post de origem Pragmatismo Político

Vítimas de padres pedófilos denunciam autoridade máxima da Igreja Católica em tribunal internacional por acobertar crimes sexuais contra crianças de todo o mundo

 
Uma associação norte-americana de vítimas de padres pedófilos anunciou nesta terça-feira (13) ter apresentado queixa ante oTribunal Penal Internacional (TPI) contra o papa Bento XVI e outros dirigentes da Igreja Católica por crimes contra a humanidade.

Os dirigentes da associação SNAP, orientados pelos advogados da ONG norte-americana “Centro para Direitos Constitucionais”, entraram com uma ação para que o papa seja julgado por “responsabilidade direta e superior por crimes contra a Humanidade, por estupro e outros casos de violência sexual cometidos em todo o mundo”.

A organização acusa o chefe da Igreja Católica de “ter tolerado eocultado sistematicamente os crimes sexuais contra crianças em todo o mundo”.

Além do papa, foram acusados três cardeais que têm ou tiveram responsabilidades de primeiro plano na Cúria: o secretário de Estado e segundo da Santa Sé, o italiano Tarcisio Bertone, seu antecessor Angelo Sodano, também italiano, e o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o estadunidense William Levada, que sucedeu Joseph Ratzinger antes deste ser eleito papa, convertendo-se em Bento XVI.

À queixa acrescentaram 10 mil páginas de documentação de casos de pedofilia. Membros da SNAP provenientes de Estados Unidos, Alemanha, Holanda e Bélgica, quatro países muito afetados pelo grande escândalo de pedofilia que envolve a Igreja, foram a Haia pedir a abertura desse processo judicial contra o papa e seus assessores “por sua responsabilidade direta como superiores hierárquicos”.

“Crimes contra dezenas de milhares de vítimas, a maioria crianças, foram escondidos pelos líderes nos mais altos níveis do Vaticano. Neste caso, todos os caminhos levam a Roma”, declarou a advogada do grupo, Pamela Spees.

Os bispos e, em alguns casos, o próprio Vaticano rejeitaram ou ignoraram muitas das queixas das vítimas de padres pedófilos. O escândalo desacreditou a Igreja em vários países na Europa. 

O papa Bento XVI expressou sua vergonha e pediu desculpas, apelando para a tolerância zero contra os pedófilos. Ele também pediu aos bispos do mundo, que têm a responsabilidade primária sobre seus sacerdotes, a plena cooperação com os tribunais criminais. 

A SNAP não acredita nesse desejo de transparência e justiça, e não moderou suas acusações. Em função disso, a organização iniciou nesta terça-feira (13) uma campanha de informação que levará seus integrantes a Amsterdã, Bruxelas, Berlim, Paris, Viena, Londres, Dublin, Varsóvia, Madri e Roma, onde pretendem “levar a queixa às portas do Vaticano”.

A sociedade está condenada!

Post de origem: O libertário

“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada;

Quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores;

Quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você;

Quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício;

“Então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.

Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), mostrando uma visão com conhecimento de causa.

REFORMA AGRÁRIA: URGENTE E NECESSÁRIA! POLÍCIA FECHA ACESSOS À OCUPAÇÃO DE AMERICANA/SP

Americana, 10 de setembro de 2011

Setor de Comunicação – MST – Regional Campinas

Logo após reocuparmos terras griladas da usina Ester em Americana (manhã do sábado, dia 10), a polícia chegou e bloqueou o acesso tanto à ocupação de Americana quanto ao assentamento Milton Santos (vizinho à area ocupada). O bloqueio visa intimidar o movimento: da outra vez em que realizaram o bloqueio, dispararam durante a noite tiros e rojões assustando as famílias que realizam uma ocupação pacífica reivindicando as terras do Estado griladas pela usina Ester.

O MST denuncia a ação ilegal da polícia retirando o direito de ir e vir e pede para que os apoios busquem, mesmo assim, chegar até o local da ocupação. A ocupação fica em frente ao Sobrado Velho e pode ser alcançado indo de Americana (está um pouco antes do assentamento Milton Santos), ou via Paulínea, caminho que permite o acesso mais próximo ao acampamento (o bloqueio policial se encontra, via Paulínea, bem próximo da entrada da ocupação).

Para maiores explicações de como chegar:

CONTATOS: Ana – 8338 8077 / Luciana – 9218 8574

Está na Constituição que todo poder emana do povo. Será?

É interessante como o sistema consegue criar mecanismos de participação popular que invertem as regras do jogo e amarram a real participação do povo.

O governo que está no poder, por exemplo, tem criado diversas formas radicais de participação (supostamente) popular, criação de secretarias, conselhos que possibilitam aberturas diretas para que os movimentos populares e os cidadãos participem ativamente com propostas, opiniões críticas e coisa e tal. Mas que, acima de tudo, participe da construção da tão sonhada sociedade justa e fraterna, onde o ser humano não seja mais uma mera mercadoria nas mãos do capital.

E assim vão se construindo conferências pelo país, que celebram a democracia e colocam os direitos previstos pela Constituição em prática.

A pergunta que quero fazer é apenas: com toda essa abertura popular, porque nada muda? É falta de uma maior participação?

Porque tudo que temos até agora são medidas assistenciais que não mudam a realidade, e pior ainda, mascaram a realidade vendendo ideias de que a vida melhorou. Mas de concreto, sabemos que está uma merda. É um tapa buraco aqui e abre outro ali.

Outra coisa. É  legítimo o que resulta dessas conferências? Realmente representa a população? Ou um pequeno grupo?

Sem inocência, numa análise radical chegaremos à conclusão que Estados e instituições sempre foram criados por grupos sociais que acreditam no direito de decidir por todos, com a bandeira de preocupação com o conjunto da sociedade.

Primeiro: essas conferências na verdade não passam de um mecanismo governamental de delegação dos problemas, ou seja, se as coisas estão uma merda é porque a população não participa da discussão apontando direções, apresentando projetos.

Segundo: São espaços partidários que disputam o poder para se manter no poder. (isso sem contar o espaço de cooptação e bajulação)

Por isso, a massa não participa, pois não é burra!

Contudo, o mais engraçado é que muitos acreditam nessas conferências, nessas mudanças dentro da ordem, (talvez acreditem em Papai Noel também) ou justificam que algo precisa ser feito enquanto a revolução não vem. E nunca virá, porque a mudança não se faz com palavras revolucionárias dentro da ordem, (isso é coisa pra inglês ver e depois votar).

Mas alegam que as pessoas precisam comer, e enfiam projetos sociais de todo o tipo, que atende as classes dominantes e massacra @s trabalhador@s.

É claro que @s trabalhador@s em suas condições precárias precisam comer, não há como recusar o assistencialismo, e uma coisa fique bem claro, quem produz a riqueza do mundo são @s trabalhador@s! Então não há esquizofrenia em aceitar e ser contra. O que não podemos aceitar é a ideia de que estamos caminhando. Oras, só se for para o abismo.

Por isso é de suma importância a construção do poder popular, em todas as instâncias. Mas o que é esse poder popular? Vamos tomá-lo? Construí-lo? Onde ele está?

Dentro de nós!

Ocupar e construir! Casas, escolas, fábricas, meios de comunicação… Enfim! Tudo de forma horizontal, livre, popular e apartidária.

E com essa Constituição vamos limpar o cu. Pois não há mudança dentro da ordem, e  governo algum fará algo pelo povo oprimido, muito menos conferência.

É FATO. Fortaleça os meios de comunicação popular

(Texto do Brasil de fato, onde tomamos a liberdade de utilizar e apoiar, dizendo que precisamos  sim fortalecer a comunicação popular)

Está cada dia mais assustador ver que diante das crescentes mobilizações populares, a mídia- de alcance massivo- continua a cumprir seu papel emburrecedor de esconder da sociedade o que de fato lhes interessa.

Nas ruas estudantes, trabalhadores, desempregados, sem teto, sem terra, ribeirinhos, e artistas estão trazendo debates importantes como a valorização dos profissionais da Educação e da Arte, o crime ambiental proposto pela alteração do Código Florestal, as péssimas condições da Saúde Pública do Brasil, a falta de terra e moradia, a luta contra a construção da Usina de Belo Monte, os conflitos cada vez mais graves entre o Estado e os indígenas, falta de investimentos para área da Cultura, a máfia dos Transportes, o desmonte dos serviços públicos, a redução de direitos aos trabalhadores e trabalhadoras, a vergonha da política institucional…

Enfim muita coisa está sendo debatida e muitas lutas estão sendo construídas graças ao esforço e garra desse nosso povo, mas não é isso que vemos nos noticiários das 6h, das 20h, nem no jornal do seu estado, ou cidade… e isso tudo por quê?? Os motivos para tal omissão são muitos, e todos de ordem político-econômica, não são?

E nós?

Se eles não divulgam o que nos interessa, nossa tarefa é, portanto, brigar por isso e construirmos a nossa forma de noticiar, a nossa mídia. É preciso fortalecer os meios de comunicação que estão do lado da verdade, que mostram o que de fato ocorre no nosso país. Ainda não temos muitos desses e nem sempre eles são perfeitos, mas podemos ajudar nessa construção, ajudar a fortalecê-los antes que se acabem de vez.

Em Santos, um ato dentro de um ato

Post de origem PassaPalavra

O professor, que parece ter interesses eleitoreiros imediatos, não contava que um grupo de militantes fosse “tomar de assalto” a sua manifestação,  exclusivamente em prol da classe média santista, e pautar problemas como a ausência de política pública de habitação popular na cidade.

 Por Passa Palavra

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Na onda das manifestações convocadas através das redes sociais, um professor universitário (provável candidato a vereador) da cidade resolveu chamar um ato para o feriado do dia da padroeira de Santos, litoral de São Paulo, com o objetivo de denunciar a especulação imobiliária na região. Sua indignação se deve ao fato de, segundo ele, “os jovens irem embora de Santos para outras cidades” por não conseguirem comprar ou alugar imóveis, mas nada levantava quanto aos problemas que estas remodelações urbanas  provocam nas camadas mais pobres dos centros urbanos. A manifestação aconteceu nesta quinta-feira, dia 08 de setembro, a partir das 14h, na área nobre da cidade, na praia do Gonzaga.

Até aí nenhuma novidade, pois a especulação quando não expulsa as camadas populares dos bairros tradicionais da cidade para bairros distantes, as empurra para as favelas, cortiços e áreas de risco. Entretanto, o professor, que parece ter interesses eleitoreiros imediatos, não contava que um grupo de militantes fosse “tomar de assalto” a sua manifestação,  exclusivamente em prol da classe média santista, e pautar problemas como a ausência de política pública de habitação popular na cidade, bem como denunciar aquelas políticas que privilegiam a construção de edifícios de médio e alto padrão, forçando a migração de moradores de baixa renda para as cidades vizinhas como Praia Grande, São Vicente etc.

apagando-faixaApagando os dizeres xenófobos da faixa

O grupo de militantes soube via facebook da convocação, e, em tempo, percebeu que o ato tratava de denunciar apenas a especulação enquanto obstáculo para a classe média usufruir destes mesmos apartamentos em frente à praia Então organizaram uma ação dentro do ato original. Ou seja, o protesto inicial não pretendia denunciar a especulação enquanto fenômeno  do capital, mas reivindicar a parte da classe média no banquete dos ricos. Tanto era assim que a faixa levada pelo professor, e aberta aos transeuntes por jovens que receberam R$ 50,00 cada para segurá-la, dizia: “Santos para os Santistas: chega de especulação imobiliária”. Cientes de que tal frase era absurda, pois era de cunho xenófobo e bairrista, os militantes foram convencer o organizador a retirar os dizeres discriminatórios. E, conseguiram!

Com cartazes e apitos, o grupo de militantes da Baixada deu o seu recado aos que passavam nas calçadas e na avenida da praia de Santos nesse feriado; chamaram a atenção para o problema da especulação imobiliária baseada no processo de segregação espacial e na exclusão absoluta do povo pobre das regiões privilegiadas das cidades.

ato-9Faixa já adaptada à nova manifestação

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Cultura, teto e pão! Não especulação!

Baixada que exclui seus moradores

A Baixada Santista está vivendo um processo de exclusão social único na nossa história. Em nome de valores duvidosos, como o “progresso” e o “desenvolvimento”, a fim de atrair mais empresas e dinheiro, o preço de terrenos, casas e apartamentos está ficando cada vez mais alto. Isso tem feito com que fique ainda mais difícil comprar ou alugar uma casa.

Hoje, o jovem que mora com os pais e pretende se mudar tem como única opção ir para uma casa precária, em um bairro (ou cidade) mais afastado. Isso quando tem um bom emprego, já que na maioria das vezes ou não consegue trabalho, ou se submete à exploração de algum patrão ganancioso.

Enquanto isso, as prefeituras e câmaras da Região abrem as pernas para o capital e aprovam leis que favorecem a especulação. Como resultado, a cada dia vemos mais espigões, acessíveis somente a dois tipos de pessoas: de um lado, porteiros e domésticas (que usam o elevador de serviço) e, de outro, os endinheirados: empresários, presidentes de companhias, proprietários, e os próprios políticos.

Já os pobres, cada vez mais esmagados pelos grandes empreendimentos, seguem ocupando os cortiços, as favelas, guetos que só crescem, mas espertamente escondidos dos turistas tão adorados pelos governantes das nossas capitanias hereditárias.

Por isso dizemos um basta a esses exploradores, que a cada dia nos jogam para as margens das cidades.

A classe política, a serviço dos especuladores, dá as costas para o povo em forma de um Plano Diretor que, por exemplo, loteia regiões da área continental de Santos (que deveriam ser preservadas) para instalação de mais terminais de contêineres.

O fato é que inexistem políticas de habitação realmente popular na Baixada Santista, e as áreas que poderiam servir para isso vão, quase de mão beijada, a construtoras e grandes empresas. Enquanto isso, vem aí mais um pré-candidato a vereador e sua patotinha mostrar a indignação ensaiada de quem mora bem, mas diz saber os anseios do povo, e com seu discurso novelesco, fala a jornais e tevês em nome dos desfavorecidos…

 

MAS DESSA VEZ NÃO! NÓS PRÓPRIOS FAREMOS NOSSAS VOZES SEREM OUVIDAS!

 

Santos e as outras cidades da Baixada Santista não precisam crescer, já são ricas. É preciso dar oportunidade a seu povo, massacrado por uma educação deficiente, empregos precários, cultura artificial e custo de vida cada vez mais alto.

Dizemos não à especulação imobiliária, assim como a todo tipo de política em nome do “desenvolvimento”, que servirão apenas para excluir o povo cada vez mais excluído.

 

Cultura, teto e pão! Não especulação!


Clique aqui para salvar a Ficha Limpa!

A Ficha Limpa está em perigo — o STF pode julgar a lei inconstitucional e dar margem para que centenas de políticos condenados se candidatem às eleições. A corte está dividida, mas em breve a Presidente Dilma irá nomear um novo Ministro que terá o voto decisório — vamos fazer um apelo urgente para que ela escolha alguém que seja um campeão contra corrupção! Mobilize-se agora!

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