Ato contra o Estatuto do nascituro. Meu útero, minha escolhas!

1045236_10201552965564840_1109342756_n

Fonte: Evento no face do Coletivo Feminista Pagu baixada santista.

VAMOS TODXS AS RUAS DIZER NÃO!

Concentração: 14 horas
Saída: 15hrs
Trajeto: Saindo da praça da independência e marchando pela avenida da praia até o Quebra mar emissário submarino.

———————————
Essa semana o Estatuto do Nascituro foi aprovado na Comissão de Finanças. Ainda falta ser aprovado na Comissão de Justiça e no Plenário. Vamos sair às ruas para impedir que o Estatuto seja aprovado!

O QUE É O ESTATUTO DO NASCITURO ?

“E o que ele diz? O que é um nascituro? Por que ele precisa de um estatuto?

É aí que a coisa complica, meu amigo. Como diz o próprio texto do projeto, “é o ser humano concebido ainda não nascido”. O raciocínio de quem fez a lei é o de que mesmo um embrião ou um feto já correspondem a uma pessoa como eu e você, e que ela tem direitos.

E quem propôs isso? Por que querem falar sobre esse assunto agora?

O projeto foi escrito por dois deputados, um que era do PT e outro do PHS, mas ele tem apoio do que se chama de “bancada evangélica” da Câmara dos Deputados. O curioso é pensar que esse projeto apareça depois que o Supremo Tribunal Federal tomou duas decisões que incomodaram os mais conservadores: declarou que pessoas do mesmo sexo podem se casar e que mulheres com fetos anencéfalos podem fazer o aborto legalmente.

E por que essa lei está deixando o pessoal em polvorosa?

Por vários motivos. O primeiro é que ela praticamente torna inviável a descriminalização do aborto no Brasil, e é por isso que muita gente está torcendo o nariz. Outra coisa é: a lei diz que todo bebê fruto de um estupro tem direito a pensão alimentícia. Caso o pai (o estuprador) não possa pagar ou seja desconhecido, ela diz que é obrigação do Estado dar um auxílio a essa criança até que ela complete 18 anos.

Esse é o tal do bolsa-estupro?

Sim, isso o que as pessoas estão chamando de bolsa-estupro. Umas das críticas que se faz ao projeto é que ele não calcula quanto seria gasto no pagamento desse novo benefício. Outra é que ao obrigar um estuprador a pagar pensão alimentícia, a lei estaria forçando mulheres que foram violentadas a manter contato regular com seu agressor, algo muito cruel.

Eu vi um pessoal dizendo que essa lei obriga as mulheres que foram estupradas a ter o filho mesmo se não quiserem. É verdade?

Não. O texto da lei é bem malfeito, na minha opinião, mas ele não muda o que já está previsto no Código Penal – que dá as mulheres direito ao aborto nos casos de estupro, de terem uma gravidez de risco ou de o feto ser anencéfalo (não ter cérebro). Pelo texto que está aí, esse projeto de lei não obriga nenhuma mulher a continuar uma gravidez causada por estupro. Se você duvida, leia AQUI. Mas tem muita gente criticando o PL (projeto de lei) porque ele é vago e pode abrir brechas para que, no futuro, o aborto seja totalmente proibido. Por exemplo, tem esse artigo (12) que diz o seguinte: “É vedado ao Estado e aos particulares causar qualquer dano ao nascituro em razão de um ato delituoso cometido por algum de seus genitores”. Esse trecho pode ser usado para dizer que mesmo uma gravidez causada por um estupro deve ser protegida.

Consultoria: José Rodrigo Rodriguez (CEBRAP/DIREITO GV), pesquisador e professor de Direito”

Fonte:http://explica.tumblr.com/post/52399385639/o-que-e-o-estatuto-do-nascituro
Projeto completo: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=443584&filename=PL+478%2F2007

PORQUE NÓS SOMOS CONTRA ? 

– Não vou colocar tudo aqui na descrição porque vai ficar muito grande, a seguir, passarei links de argumentos:

http://contraoestatutodonascituro.wordpress.com/:

– Proibição do aborto terapêutico e restrição da gestante a tratamentos de saúde contra doenças como o câncer

-Criminalização de mulheres grávidas e do aborto espontâneo

– Criminalização principalmente das mulheres mais pobres

– Saúde das mulheres grávidas ameaçadas, como ocorre em países que protegem o nascituro
-Proibição e criminalização de pesquisas com células-tronco

http://marchamulheres.wordpress.com/2013/06/06/mocao-de-repudio-ao-estatuto-do-nascituro-2/

– Naturalização do crime do estupro

— Condena as mulheres à submissão, mantendo-as expostas à violência;

– Reflete a omissão do legislativo diante do aborto como elemento de preservação da vida das mulheres e de garantia da autonomia;

– Golpeia a democracia, a igualdade e a justiça, atingindo bens e valores construídos historicamente.

http://cebes.org.br/visualizar.asp?idConteudo=4428&idSubcategoria=30

– ” Os direitos e as proteções devidos à infância pelo Estatuto da Criança e do Adolescente serão esquecidos pela prioridade do nascituro à ordem social”

E muito mais!!

Mais links a respeito:

http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/05/estatuto-do-nascituro-pode-calar-todas.html
http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/06/vamos-luta-contra-o-estatuto-do.html
http://claraaverbuck.com.br/estatuto-do-nascituro-a-mulher-que-se-foda/
http://blogueirasfeministas.com/2013/06/estatuto-do-nascituro-contra-as-mulheres/
http://estatutonascituronao.fw2.com.br/

Manifestações na baixada santista: Quem ganha com isso?

Foto-0162Diversas organizações foram às ruas neste dia 11 de julho de 2013 para reivindicar pautas trabalhistas no Brasil inteiro.

Na baixada santista não foi diferente, as entradas de acesso entre as cidades de Santos, Cubatão e São Vicente foram bloqueadas pelos sindicatos, e também por diversas organizações e partidos de esquerda que foram as ruas levar suas bandeiras e puxar suas reivindicações.

Foto-0137Mobilização chamada pelas duas maiores forças sindical CUT e Força Sindical, dentro de um momento histórico em que a população foi às ruas brigar por direitos. (sem esquecer que o estopim foi puxado pelo MPL) Este momento revela um Brasil em ebulição, saindo de um estado catatônico de participação popular para um estado participativo onde a questão pública está em pauta e principalmente às condições de trabalho dos trabalhadores.

A grande questão agora é saber para onde vão esses questionamentos? E quem realmente será beneficiado com essas manifestações?

Foto-0207Pois, não há como negar que há um conflito de interesses grande nessas manifestações a partir do momento em que os sindicatos entraram nessa luta, nada que retira a importância deste instrumento de luta da classe trabalhadora, entretanto, a realidade que temos hoje, é que essas estruturas sindicalistas em sua maioria são extremamente despóticas, em verdade, funcionam como um Estado menor dentro do próprio Estado. Há aqueles que inclusive governam com terrorismo, tipo: “se votar em fulano, será cortado isso”, quer dizer, a condição do trabalhador é de mero refém diante destas organizações que mantém um sistema vicioso, mafioso e extremamente autoritário.

E porque pontuamos isso? Sem querer generalizar, que fique claro, reconhecemos os de luta, porém, há quanto tempo que os sindicatos não vão às ruas nessa pegada de hoje? Por que será?

Foto-0202A CUT é base aliada do PT, a Força Sindical do  PDT, sendo o maior líder deles o Paulinho da força. (pelego) Ligada ao PSDB, tinha a UGT presidida por Ricardo Patah, sindicalista PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab que ano passado até fez campanha para o Serra PSDB.

Dentre essas, a Força reúne uma categoria trabalhista extremamente “fudida” – prestadores de serviços, comerciários, portuários… E ela (Força Sindical) tem força pra caramba, ficou claro, pelo menos aqui na baixada, mas essa força realmente serve à classe trabalhadora? Ora, basta analisar as condições destas categorias que são citadas, continuam ferradas. Por quê?

Dá uma boa reflexão, inclusive a divisão de quais sindicatos ficaram com a CUT e quais ficaram com a Força. Pensem?

Manifestações

A diferença entre estes atos promovidos pelos sindicatos em comparação com os outros que foram surgindo (corrupção, PECs …) após os do MPL, é que eles têm objetivos claros e capacidades de agenda política, contudo, não possui o interesse em caminhar para uma democracia menos ligada às lideranças. Ao contrário, é fortalecer um personalismo sindical centralista, além de trocar este Estado por outro mais forte, será isso bom ao trabalhador dentro de uma lógica capital? Não! Por isso, os trabalhadores precisam se unir, se organizar e sair às ruas sim! Ocupá-las juntos em solidariedade uns aos outros, somando forças para combater este sistema que os escravizam, a separação por categoria é uma forma de segmentação histórica para desmobilizar a classe, e claro, ocupar todos esses instrumentos (sindicatos) que se tornaram espaços, não de luta, mas, de exploração, de controle e de manipulação dos trabalhadores.

Denunciamos/Repudiamos 

Uma parte dos trabalhadores portuários hoje em Santos; agiram de forma extremamente violenta com outros trabalhadores – só porque estes sustentavam suas bandeiras partidárias – dois trabalhadores do PCdoB e uma trabalhadora (acho também do PCdoB) foram quase que linchados no ato, tiveram suas bandeiras destruídas, assim como anarquistas que tiveram suas bandeiras e lenços que estavam no rosto arrancados a força, o grito era o mesmo daquelas manifestações onde se infiltraram os fascistas; “fora partido, aqui é Brasil” – e ergueram uma bandeira nacional – isso é caso pensado, afinal, o sindicato dos estivadores pertence a Força Sindical, que é ligada ao PDT indiretamente também ao PSDB.

A causa deles, (portuários é legitima) mas, estão sendo joguetes da Força. E é esse ponto que os trabalhadores precisam se conscientizar, pois, há oportunistas de todos os lados se valendo da classe trabalhadora.

Denunciamos/Repudiamos também

Foto-0157A forma como algumas pessoas da Força Sindical que compunham o ato, durante a caminhada da divisa das cidades até o centro de Santos ficavam reclamando de máscaras que usavam alguns companheiros (representação legítima black bloc)  e ficavam provocando, chegaram até cogitar entregá-los a polícia, já no centro foi a mesma coisa.

No mais, a luta continua e fica o aprendizado, não se fecha luta com quem é inimigo, mesmo não declarado.

Greve geral, ok, só não se iludir, tem sua importância e suas imperfeições.

Lutar Criar Poder Popular!

Reforma política: 11 de julho um momento histórico. De que lado virá o golpe?

Uma grande jogada do Governo de propor um plebiscito, ao mesmo tempo em que passava a batata quente para o congresso ganhava tempo para se rearticular em reuniões e arrumar a casa, pois como não era possível calar o grito das ruas, então o negócio era ganhar as ruas, para isso lançou suas propostas, a primeira delas trata da “responsabilidade fiscal” demonstrando logo de cara que o governo não irá ceder em sua política econômica. Deste modo, o que esperar de quem há uma década não mexeu na estrutura?

Paralelo a isso, feito baratas tontas às esquerdas começaram a se movimentar apavoradas com a ideia de um possível golpe que não sabiam ao certo de que lado direito viria, por isso, o primeiro ponto segundo elas era ocupar as ruas e retomar as pautas, visto que tomaram um cacete nas ruas pela revolta popular que repelia qualquer grupo partidário. (o que revelou o quanto a população está desacreditada das instituições, e facilmente assimilou o discurso disseminado pela direita) segundo porque sacaram (mesmo não assumindo) que não têm base popular e podem tomar uma grande surra nas eleições do ano que vem, afinal, a discussão de golpe contra o governo, uma coisa é certa, só é verdade à medida que for institucional, pois um governo que mantém uma política econômica que favorece toda uma classe empresarial, muito bem blindado ele está.

11 de julho de 2013

Visto como momento histórico as manifestações nas ruas desencadeadas pelo MPL, as esquerdas compreenderam a importância de ampliar a discussão e efetivar pautas emperradas da classe trabalhadora, com isso guinaram para uma cruzada um tanto esquizofrênica.

Logo, o governo maquiavelicamente decidiu colocar suas forças em movimento e lançou a discussão sobre a reforma política, mesmo sem muita objetividade do que representaria essa reforma política. Na verdade, o modo que está conjecturado só vai ludibriar a população com uma falsa participação, que no final das contas, os mesmos bandidos de sempre que irão decidir.

Contudo, decidido por bases governistas e outras não, o dia 11 de julho de 2013 acabou por se tornar pauta obrigatória, que toda esquerda partidária resolveu enfiar goela abaixo da população como o dia de luta nacional da classe trabalhadora, greve geral!

Legítimo? Parte do que está sendo levantado nas bandeiras, sim. E outra é puro governismo sem mexer nas causas que geram os problemas. Mas e aí? Ir pra rua ou não? Cabe refletir? Vivemos realmente um momento histórico em que a classe trabalhadora conseguirá fazer valer suas reivindicações? Ou não? Sobre isso, várias teorias já foram escritas e discutidas. Mas o que temos que ficar atentos, é para não fugir de um golpe que vinha da direita e cair em outra que agora parece vir da esquerda partidária, inclusive da governista.

Pois, será mesmo possível fechar luta com quem manda construir Belo Monte? Fecha os olhos para o extermínio indígena? Pinheirinhos? Gasta bilhões numa copa, entre outras coisas.

( referente ao partidos de luta, há muita dúvida e questionamento do porque insistem tanto nas ruas, mesmo sabendo que sem base popular não há mudanças de nada)

Ao que parece é que há um véu de ingenuidade e perversidade em tudo isso, a luta da classe trabalhadora precisa sim de organização e combatividade, mas esses instrumentos à medida que não dialogam com a população estão falidos, primeiro: porque todos eles seguem a mesma linha hierarquizada, hegemônica, centralizadora e autoritária, segundo porque suas concepções de lutas tendem a minar toda a autonomia popular, exatamente por adotarem um vanguardismo soberbo que toma decisões sem consulta popular.

Fica à reflexão, não para sectarizar, mas para não trabalharmos equivocadamente para grupos de interesse que se beneficiam da luta, assim como não deixar que a construção do poder popular seja adiado, devido estratégias que só reproduzirão o mesmo tipo de modelo de luta que pouco avança.

Poder no povo!

Transporte público: Uma redução capciosa dos governos revela para quem eles trabalham.

De R$ 4,05 reduziu para R$ 3,90. Continua caro e muti ruim o serviço.

De R$ 4,05 reduziu para R$ 3,90. Continua caro e muito ruim o serviço.

Desde segunda-feira dia 01 de julho de 2013 como anunciado pela Piracicabana e pelo Governo Estadual as linhas intermunicipais tiveram seu valor reduzido em R$ 0,15 na baixada santista. Uma vitória do povo nas ruas que reivindicou? Sim.

No entanto, uma redução um tanto maquiada, afinal, a passagem havia aumentado na região o percentual de R$ 0,25 e após as manifestações teve redução de R$ 0,15, ou seja, aumentou da mesma forma, sendo que a valor já era abusivo e qualquer aumento configura mais abusivo ainda.

Resultado: palmas aos governantes! Eles conseguem dar uma volta e blindar a empresa de todas as formas, e no final, fazer o povo continuar pagando as contas. Em SP, por exemplo, foi acordado que a tarifa voltaria ao valor anterior, entretanto, para não haver perdas (para a empresa) o percentual seria repassado por meio dos impostos. E quem paga os impostos?

Incrível como os representantes públicos servem descaradamente a iniciativa privada, o triste é que isso demonstra o quanto a população é refém desta política cuja existência não é para resolver os problemas e trabalhar para o bem comum de todos, mas sim para administrar negócios do capital privado, deste modo, favorecer uma política econômica que usa e abusa do dinheiro público para financiar privilégios, resultado; sucateamento total do serviços públicos.

Manifestações do transporte: Os representantes públicos de Santos estão surdos? Ou estão ignorando a população?

936463_167176896797389_1609311320_nO vereador Kenny Pires Mendes da cidade de Santos anunciou por meio da rede social facebook que está elaborando um projeto de lei que possui a finalidade de incentivar a utilização do cartão transporte. (Objeto de discussão na cidade de Santos, devido à obrigatoriedade de sua utilização) Segundo o vereador a ideia funciona da seguinte forma: cada vez que o usuário utilizar o cartão acumulará pontos, qual será revertido em créditos que poderão ser trocados por ingressos de cinema, teatro, exposições, shows e afins, a ideia é estimular as pessoas deixarem seus carros em casa e consumirem cultura. Bacana! Só que não.

Dois problemas, um mascarando o outro, primeiro: obrigar as pessoas a utilizar o cartão não resolve o problema do transporte púbico, segundo: a questão cultural na cidade é outro problema sério, entretanto, vamos por parte, porque fazer um link entre os problemas só se for para realmente resolver, levantar cortina de fumaça e confundir as pessoas, não!

Então, que se mantenha o foco; o cartão é uma afronta, inclusive é inconstitucional, que num acordo de amigos, entre Prefeito + Ministério Público + Empresa de Transporte sob a égide do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) estão enfiando goela a baixo da população e mesmo com todas as mobilizações que ocorreram nestas últimas semanas aqui na baixada, parece que os representantes eleitos continuam surdos, ou simplesmente ignoram o que a população pensa, afinal, vale lembrar que quem utiliza o coletivo não foi consultado a respeito de tal mudança, e basta sair às ruas e perguntar as pessoas, a insatisfação é geral, no entanto, insistem num discurso de que 94% da população aceitou a medida, será? A população está na berlinda, por isso está usando o cartão, mas se ela concorda com está condição que lhe foi imposta, aí é outra coisa, e com isso não fazem números, né? O que não podemos perder de vista também, é a falácia da segurança aos motoristas – que na verdade, querem colocar uma pedra sobre o problema da dupla função exercida pelo motorista. ( e estão conseguindo)

Traduzindo: o serviço está aquém do desejado. Não adianta dar prêmios. É preciso melhorar o transporte, melhorar toda a estrutura e toda a lógica de funcionamento, é isso o que as pessoas querem, é isso que foi gritado em coro nas ruas. A Justificativa do Prefeito Paulo Alexandre Barbosa em dizer que o valor do transporte na cidade não aumentou demostra arrogância em não querer admitir que há um problema para se resolver que vai além de um aumento.

A população quer mudanças, não é mais possível utilizar um transporte caro e de péssima qualidade – e, não serão alguns ônibus com sinal WIFI e ar condicionado que irão resolver os problemas dos usuários que veem lá da periferia em ônibus lotados. Isso, é solução pra quem usa ônibus pra fazer turismo, não para os trabalhadores.

Relembrar é viver.

Ano que vem temos eleição e com certeza muitos políticos já estão alinhando seus discursos a essa nova configuração política que foi às ruas e exigiu mudança total de toda uma organização decadente, corrupta e infame que não representa a população, portanto, todo cuidado é pouco, a quantidade de oportunistas, aventureiros que irão tentar se beneficiar apontando direções não serão poucos. Não são as urnas que mudam a realidade, a política do voto é a grande farsa que a mídia condicionou como a grande festa da democracia, somente quem se beneficia é quem está lá os quatro anos cumprindo mandato.

O que muda a vida de fato é a organização contínua e o fortalecimento do poder popular!

OBS: Em 22 de abril de 2013 o vereador, então primeiro secretário da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Santos, Kenny Pires Mendes, divulgou em sua página pessoal Face book, que obteve boas notícias quanto ao futuro do transporte público da Cidade, após uma reunião com o prefeito Paulo Alexandre Barbosa.  Segundo ele “Esse serviço otimizará a viagem ganhando tempo em suas viagens, já que o motorista não ficará mais parado nos pontos cobrando e tornará a viagem muito mais rápida para o usuário” Ou seja, ele mudou de ideia e não é mais um defensor deste sistema de transporte público?, Ou esse projeto é só cortina de fumaça para desviar atenção?

A mídia oficial contra os trabalhadores

midia-menteO desserviço da mídia oficial continua implacável em seus ataques contra a classe trabalhadora, desde que resolveu embarcar na divulgação dos protestos que estão ocorrendo no país inteiro impulsionados pelo Movimento Passe Livre (MPL) e também por movimentos sociais que protestam em frente aos estádios de futebol, denunciando uma copa bilionária que sairá do bolso do povo e que já expulsou centenas de pessoas de suas casas, a mídia em seu ativismo elitista vem disseminando uma onda de criminalização contra manifestantes que são de luta, pois, o seu recorte classista visa acomodar os olhares num pensamento pacifico, como se isso existisse dentro de uma democracia opressora como a que vivemos em que o capital é o mais importante, não a vida das pessoas.

1044820_473896866033842_751014988_n1. Todas às vezes que mostram alguma manifestação fazem questão de dizer que a manifestação é um direito constitucional, mas que vândalos têm se apropriado dela e estragado a festa da democracia. Note a hipocrisia: até algum tempo atrás antes do sequestro da pauta, segundo eles mesmos todos eram vândalos, somente depois do caso da jornalista que foi atingida no olho por uma bala de borracha, que o discurso falacioso começou a mudar.

2. Compreenderam que podem se beneficiar e manobrar as pautas segundo seus interesses, de forma a transformá-la numa patética micareta com reivindicações soltas e não propositivas. (O mérito do MPL está justamente num trabalho de base com objetivo claro e pontual)

3. O lado mais perverso: a mídia lucra ao transmitir as manifestações, a globo de forma alguma estava interessada em fortalecer o movimento quando deixou de transmitir a novela, ela estava preocupada em não perder pontos de audiência, e com isso seus anunciantes.

Marcelo-Rezende-nota4. A canalhice de apresentadores como do programa Cidade Alerta da TV Band chega à barbaridade, frases vociferadas do tipo: tem que bater mesmo em vândalos […] isso aí é gente infiltrada, vagabundos, deve ser lá da cracolândia, essa gente perdida, desgraçada que vem atrapalhar um ato pacifico – legitimam, criminalizam e reforçam um olhar preconceituoso que estimula ódio contra a população pobre.

5. Manipulam a informação: o que acontece no centro da cidade, onde a maioria dos manifestantes pertencem à classe média eles mostram, e se dizem contra a violência policial, exceto em pontos em que eles apontam em que há vândalos – na periferia, por exemplo, não mostram nada! E lá os protestos são duramente reprimidos, na baixada santista, por exemplo, a periferia de São Vicente virou praça de guerra no dia 19 de junho, e na cidade de Santos no dia 20 de junho – a polícia matou dois jovens no Morro do Saboó, algumas horas antes de uma manifestação que haveria na encosta do morro, o que provocou ódio na comunidade que desceu quebrando tudo, misturando-se aos manifestantes. (armadilha criada para dar legitimidade a polícia para intervir na manifestação na base da borracha) E o que saiu na mídia? Que vândalos estragaram a manifestação que era pacífica.

sorriavocestsendomanipuxs4O cinismo da mídia atingiu seu ápice, de modo que sua força na formação dos valores sociais sobre a sociedade,  é assustadora. Fato que às correlações de forças entre Mídia Oficial X Mídia Livre é extremamente desigual, e que o trabalho da mídia livre é sempre na contra-mão –  sempre na resistência – difundir uma informação que a mídia oficial não pauta ou é contra –  além de informar, também se faz necessário desmascarar manipulações. Afinal, depois do ato tomado de assalto, (manifestações contra tarifa) e as pautas de esquerdas absorvidas por ela, é muito perverso e fica à reflexão deste poder midiático de massas que a maior parte das esquerdas ainda não aprendeu a combater.

Um exemplo claro é esse debate sobre os gastos na Copa do Mundo que sempre foi denunciado pela mídia livre, e que agora a mídia oficial se apropriou e até num programete como o da Fátima Bernardes na TV Globo está colocada a discussão, contudo, de forma deturpada, apresentando que o governo errou e está gastando muito, (como se ele fosse o único culpado) todavia, sem apontar quem está lucrando com a copa. (inclusive a emissora) Ainda assim colocou no imaginário popular esse debate, quem anda pelas ruas, poderá perceber o quanto a população está discutindo essa questão dos gastos, mesmo sobre o prisma da Rede Globo. Eis, o trabalho de base de sermos mídia. (meio que difunde, discute e confronta)

Portanto, fortalecer os meios de comunicações populares e livres é fundamental neste momento para fazer o contra o ponto, e não deixar que a mídia oficial domine o debate. Apesar, de como citado no texto; às correlações de forças serem desiguais, temos a vantagem de que ela não pode sustentar por muito tempo essa discussão, tem seus limites justamente por se servir daquilo que critica, eis seu Calcanhar de Aquiles.

Lutar, criar, mídia popular!

A PEC 37 caiu. E agora, José? Continuamos na ruas?

Há mais ou menos duas semanas quando começaram as manifestações contra o aumento da tarifa em SP que acabou desencadeando atos no país inteiro, um debate extenso e confuso no país iniciou-se pelas redes sociais onde a tal PEC 37 era tratada como algo muito mais importante que o debate do transporte público que havia sido iniciado, quase que a solução de todos os problemas estavam no bloqueio da emenda, inclusive, em algumas regiões as manifestações se tornaram contra a corrupção.

Mas, o que é a tal PEC 37?

A PEC 37 tem como objetivo retirar o poder do MP Ministério Público de investigar casos de corrupção, desvio de verbas, crime organizado, abusos cometidos por agentes dos Estados e violações de direitos humanos. Porém vale lembrar que o Ministério Público engaveta mais de 70% dos inquéritos policiais recebidos. Se o Ministério Público se dedicasse à sua função constitucional, não engavetando os inquéritos policiais, poderíamos, talvez, reduzir a impunidade. Na verdade, isso demostra um racha entre os Poderes, onde um quer passar a bola para outro.

Aguá mole pedra dura tanto bate até que aliena.

Com a onda de manifestações nas ruas, na rede, petição on line e até a Rede Globo pautando, o Governo Federal teve que sair de seu silêncio e se pronunciar a respeito, na verdade, num jogo de empurra-empurra para quem segura o pepino, e como já estava marcada a votação para esta última terça-feira (25) a PEC 37 foi derrotada na Câmara dos Deputados. Portanto, vale lembrar que há cerca de um mês uma imensa maioria queria aprová-la, e por que será? Sair ileso e defender os amigos bandidos? Claro. Porém, hoje os caras-de-pau simplesmente querem pegar carona na onda das mobilizações e votaram contra (medo porque ano que vem tem eleição?). Outras votações também ocorreram como dos royalties do pré-sal – sendo 75% para educação e 25% para a saúde. (lembrando que o pré-sal está a 8 km debaixo de rocha) Até o final da semana o Congresso pretende votar uma série de projetos que estão emperrados.

Mas, será que é com essas reformas anunciadas que iremos mudar “a cara” do Brasil? E transformá-lo num país justo e igualitário para todos? Como estão dizendo por aí. Claro que não.

Resolver casos de corrupção e aumentar investimentos são deveres, na verdade, obrigações até moral de quem governa, mas são soluções paliativas. Pois, o problema é estrutural: a forma como a sociedade está organizada, de como as instituições funcionam e como o sistema econômico se articula, são essas as questões que determinam as condições de vida das pessoas, entretanto, esse debate não está sendo colocado, e, é o mais importante!

As reformas vão garantir melhorias em determinados setores sociais, todavia, é mais um realinhamento das pautas da ordem do dia para readequar uma política econômica que se funda no lucro, na exploração e que somente continuará reproduzindo o mesmo formato de abismo social que separa grupos sociais garantindo privilégios e gerando exclusão. Ora, querem colocar os mensaleiros na prisão, quem não quer? Contudo, os mesmos que querem, também são os mesmos que aprovam leis do agronegócio, que são contra a reforma urbana, agrária, que super faturam em cima de licitações, que utilizam dinheiro do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDES) favorecendo empresas particulares, que querem educação e saúde de qualidade, mas estão sucateando os serviços públicos para favorecer a iniciativa privada e por aí vai, assim como são os mesmos hipócritas que agora criticam a copa, e no entanto, são os mesmos que lucraram e estão lucrando com ela, e como a discussão veio a tona querem pegar carona para se alinharem na política atual visando as eleições do ano que vem. Por que não foram contra antes? Antes que todo este circo fosse armado e todo esse dinheiro fosse gasto?

Neste momento devido a pressão popular (mesmo que torta) o que estamos assistindo é uma reconfiguração, e não uma radical mudança na estrutura social, pena que a maioria ainda não sacou isso, e quem percebeu, (esquerdas) em sua maioria estão mais pensando nas eleições do ano que vem.

De fato, as manifestações abrem caminhos tanto para a direita quanto para a esquerda petista e outras se beneficiarem na disputa pelo poder, enquanto lá na periferia, a bala não é de borracha e a galera está pagando bem caro, devido o embate político que usa o povo como massa de manobra e deixa o ônus onde a mídia não tem interesse de noticiar.

Gigante se você acordou, por favor faça a lição de casa e pare de ser X-9 que há muita coisa para se resolver e muto safado para combater.

Federação Anarquista Gaúcha responde ao Governador Tarso em coletiva

Entrevista Coletiva realizada no dia 23 de junho de 2013 na sede da FAG – Federação Anarquista Gaúcha que foi invadida ilegalmente pela Polícia Civil na última semana. Essa entrevista é uma resposta da FAG as declarações do Governador do RS Tarso Genro feitas na mídia culpando os anarquistas pela violência nas manifestações ocorridas em Porto Alegre.

O enredo de uma farsa! A tentativa de criminalização da Federação Anarquista Gaúcha

Na tarde de quinta feira (20/06/2013), antecedendo o protesto que já se previa multitudinário na capital gaúcha, ocorreu a invasão mediante arrombamento do Ateneu Libertário A Batalha da Várzea, executado por agentes policiais sem identificação. Devido a isto, no comunicado da madrugada de sexta-feira, dia 21 de junho, informamos que a invasão havia sido realizada pela Polícia Federal, afinal de contas assim se apresentaram os agentes da repressão.

Através da coletiva concedida pela cúpula da Segurança Pública do governo do RS, na tarde da sexta-feira, dia 21 de junho tivemos a informação que tal operação foi realizada de fato por agentes da Polícia Civil, omitindo-se o fato de que a operação se deu de forma ilegal, sem o correspondente mandato judicial, conforme o apurado pela assessoria jurídica que nos apóia nesse momento, de forma solidária.

Esta coletiva de imprensa portanto não poderia anunciar outra coisa se não uma farsa,na busca de um bode expiatório para responsabilizar pelas manifestações de violência ocorridas nos protestos de forma generalizante, acusando que todos os atos de depredações e “vandalismos” fossem de responsabilidade dos anarquistas presentes nos protestos e especificamente dessa organização política, como já dito anarquista.

O fantasma atemorizante criado nas redações da RBS: a presença de bandeiras anarquistas, grupos e indivíduos punks e o já folclórico devaneio do âncora da RBS Lasier Martins “mascarados anarquistas” deram a tônica da conspiração em curso. Apresentaram-se “provas”, segundo a polícia nessa operação ilegal, de materiais para confecções de coqueteis molotovs e um mapa com a identificação de órgãos de segurança do Estado, com o quê buscam afirmar que planejávamos desatar ataques.

Além de tais objetos plantados, a coletiva para a mídia corporativa retira a sua máscara e demonstra a farsa em curso, o real objetivo da operação. Segundo o próprio chefe da Polícia Civil, o delegado Ranolfo Vieira Jr. “é importante dizer que nesse local também foi apreendido vasta literatura, eu diria assim, a respeito de movimentos anarquistas.” Considerando que os geniais homens da “inteligência” invadiram uma biblioteca libertária, é natural que achem livros senhores Ranolfo e Tarso Genro. Não sabíamos que uma literatura anarquista, tanto atual como histórica, constitui prova de crime. Desde quando livros estão proibidos em nosso estado? Sim, isto é verdade, levaram muitos livros e o fichário dos usuários da biblioteca do Ateneo, dos quais exigimos a restituição em nossas prateleiras.

Dentre os “perigosos” livros apreendidos, consta a obra Os Anarquistas no Rio Grande do Sul, de João Batista Marçal. O livro foi editado com apoio da Secretaria de Cultura de Porto Alegre no ano de 1995, justo no período em que Tarso Genro era prefeito! Quem faz a introdução é Luiz Pilla Vares e a apresentação é de Olívio Dutra. Ou seja, se publicar livros anarquistas é crime ou ato suspeito, o atual governador já ajudou nesta ação “perigosa”.

Voltou a Censura no Brasil? Ou só no Rio Grande do Sul? O Ateneo Libertário A Batalha da Várzea localizado na Travessa dos Venezianos é um espaço público, de fato uma biblioteca, como já dito, na qual se organizam várias atividades políticas e culturais, em muitas delas inclusive com a participação da vizinhança local. Usamos também instrumentos musicais, teatro, tintas, pincéis, sprays para expressar através das artes nossas críticas e nossos anseios, enfim nossa ideologia. Quando nos apropriamos de palavras, as usamos para expressar idéias, estas armas perigosíssimas!. Quando tornaram-se criminosas as idéias dissonantes do status quo?

Além dos “perigosos” livros, a repressão política do RS afirma ter encontrado material inflamável. Sabemos que qualquer objeto além de um botijão de gás foi plantado com o objetivo de incriminar e isolar, a partir da repressão e da guerra psicológica, nossa corrente libertária e combativa, do atual cenário político. Começou com os factóides plantados pela RBS, onde aparecíamos como elementos “sociopatas” que planejam desatar inúmeras operações de guerrilha na cidade. Ora, precisamos de gás para aquecer a água pro mate.

Quanto ao mapa citado pelos chefes do aparato repressivo do estado, sob responsabilidade do governador, afirmamos aqui com veemência que não sabemos do que se trata, considerando ser essa operação ilegal, não há dificuldades em supor que seja algo “implantado” numa tentativa clara de nos criminalizar.

Reconhecemos sim e muito bem outro mapa, o da cidade de Porto Alegre, sua periferia e centro, porquê é aqui que vivemos e lutamos junto aos diversos setores das classes oprimidas, organizados ou não, socialistas ou não, enfim, o povo organizado contra a dominação e por melhorias nos serviços públicos e contra as retiradas de direitos conquistados pela luta popular em curso, com suas vitórias e derrotas há mais de um século. Aqui estamos há 18 anos, de forma pública, com bandeira, endereço e publicações tanto impressas como virtuais.

Participamos dos movimentos populares, estudantil, sindical, comunitário, nas rádios comunitárias, no bloco de lutas pelo transporte público, enfim, nas lutas sociais que somos chamados a pelear ou solidarizarmos. Já somos conhecidos sim, pelas policias, pelos movimentos sociais também pelos partidos políticos, inclusive por vários setores do PT e demais que compõem a base do atual governo de turno no RS porque de fato existimos e nunca nos furtamos a pelear.

Logo após a divulgação da operação da Polícia Civil o governador Tarso Genro se apressou a nos atacar da forma mais vil e covarde possível. Ansioso por nos golpear, Tarso nos associou ao fascismo, conclamando as organizações da esquerda a reverem suas políticas de aliança de forma a nos isolar. “— Todos os partidos e pessoas, inclusive os de ultra-esquerda, tem de ajudar a combater isso. Ninguém sobrevive a isso. Todos sucumbem. O caminho é aquele que nós já conhecemos e causou a Segunda Guerra Mundial” Assim se pronunciou o histórico dirigente do PT e governador do Estado Tarso Genro. Aliás, assim se pronunciou o ex-dirigente do Partido Revolucionário Comunista (PRC), irmão de um dos maiores teóricos marxistas do Brasil (Adelmo Genro Filho) e ele mesmo um ex-militante com dezenas de conflitos contra a repressão. Mas isso foi no século passado, não é governador?

Diante da absurda acusação de que somos fascistas, sugerimos aos assessores do palácio e aos agentes dos serviços de inteligência uma rápida pesquisa sobre as inconformidades ideológicas e históricas do que afirma o governador, pois historicamente combatemos o fascismo, existem correntes libertárias que dedicam-se exclusivamente a isto, sobretudo na Europa. Aos senhores jornalistas, lhes sugerimos ainda uma pesquisa sobre a resistência ao fascismo na Espanha e França no contexto da ascenção de Hittler e Mussolini sobre a Europa assim como sobre o episodio de 07 outubro de 1934, na Praça da Sé, em São Paulo, quando a épica coluna operária, formada sobretudo por anarquistas deu combate aos integralistas de Plínio Salgado da AIB (Ação Integralista Brasileira), no fato conhecido como “ a revoada das galinhas verdes”. Fomos e seremos sempre os primeiros nas fileiras de combate a qualquer forma de totalitarismo, sejam eles stalinistas, fascistas ou de qualquer outra natureza. Ser anarquista não é crime.

Já que o senhor Tarso se demonstra tão preocupado com o avanço do fascismo, lhe indagamos: Organizar uma biblioteca pública com foco em literatura anarquista e obras diversas é um crime? Se nossos livros estão sendo apresentados como provas de crime segundo as declarações da cúpula de segurança pública, o que pretendem o senhor Tarso e demais autoridades do estado com isso? Vão fazer como os fascistas e queimar nossos livros em praça pública? Proibir a impressão e venda de títulos relacionados ao anarquismo? Realizar incursões em residências a busca destes títulos, dado o caráter “inflamável” de tal literatura?

Reconsidere suas palavras senhor Tarso, pois são estas operações policiais, sob sua responsabilidade, que afinal se mostram vinculadas a uma prática de perseguição de idéias libertárias, portanto terminam por apoiar práticas que cheiram fascismo. Lembramos ainda que há sim grupos nazistas em Porto Alegre, os quais estavam armados com facas no último protesto do dia 20 de Junho, circulando livremente sem a correspondente repressão que nos dedicam, procurando os anarquistas da FAG. O que lhes parece que queriam, seguramente não era pra debater a conjuntura não é? Quanto a isto o que farão os responsáveis pela segurança pública. Livros não são crime!

Sabemos que a meta do governo estadual é política. O objetivo de toda essa guerra psicológica é semear pânico, isolar-nos do cenário e assim pavimentar o caminho para a sanha repressiva em direção de nossa organização e seus militantes.

Por fim, reafirmamos que não iremos nos dobrar a mais essa investida. Desde o início do ano estamos sendo alvejados pela repressão, ainda que até então ela não tenha nos atingido com tamanha intensidade. No início de abril, logo após um massivo ato contra o criminoso aumento das passagens de ônibus, que reuniu mais de 10 mil pessoas nas ruas de Porto Alegre, tivemos nosso site retirado do ar. Na verdade, o domínio www.vermelhoenegro.org simplesmente sumiu, assim como seus domínios espelhos. Esta censura que segue vigente, fazendo com que encontremos espaços alternativos para divulgar nossas opiniões.

Situação semelhante também ocorreu em novembro de 2009, quando nossa antiga sede foi invadida pela mesma Polícia Civil, a mando do então governo Yeda Crusius (PSDB) em função de um cartaz onde responsabilizávamos politicamente a governadora e o oficial da Brigada Militar no comando do campo de operações pelo assassinato do colono Elton Brum da Silva, em 21/08/2009. O militante sem terra foi morto a sangue frio e a queima roupa por um tiro de calibre 12, enquanto protegia as crianças em uma desocupação de terra na campanha de São Gabriel. Naquela ocasião, por fazermos a denuncia e darmos solidariedade também tivemos nosso site censurado e ainda hoje 06 companheiros/as de nossa organização seguem respondendo processo judicial, no qual seguimos reafirmando que Yeda e o comando da BM foram os responsáveis diretos pelo assassinato de Elthon Brum!

Assim como não nos dobramos a repressão vil do governo Yeda, tampouco iremos nos dobrar a repressão do governo Tarso, que busca isolar a esquerda combativa de forma a atacá-la com maior contundência sob os aplausos e gargalhadas dos setores mais reacionários de nosso Estado e país. Tarso, ex-comunista, ex-dirigente revolucionário, mudou de lado e hoje é uma caricatura torta do militante que pretendia ser nos anos ’70 do século passado. Hoje se porta de maneira servil diante da RBS. Para “defender” o papel simbólico da empresa líder na comunicação social, orienta a Brigada Militar a atacar os manifestantes quando passam do outro lado do Arroio Dilúvio, em uma avenida de seis pistas! Não foram os anarquistas que lideraram a linha de frente da marcha da ultima quinta feira em direção a ZH. Choveu bombas de gás e balas de borrachas sobre as cabeças com caras pintadas de verde e amarelo e flores nas mãos. A imagens dos protestos da última semana em Porto Alegre têm a marca das bombas da BM lançadas contra o povo ordeiramente em marcha na direção da Zero Hora.

Enfim, esse é o caminho pelo qual trilham, invariavelmente, as políticas de pacto social. A história já nos demonstrou de forma clara, basta olharmos a social democracia alemã e sua caça aos conselhos operários sob influência dos então spartarkistas, delegados revolucionários e também de muitos anarquistas. Caçada essa que levou a ostensiva perseguição de valorosos militantes da classe trabalhadora alemã, como Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht e Gustav Landauer, este último militante de nossa corrente anarquista. Todos eles presos e assassinados a coronhadas pelas forças de repressão da social democracia. Todos estes militantes serviram de bode expiatório para as políticas de conciliação de classe, que, somadas com a inércia decisória, levaram ao caos e ao nazi-fascismo. Governador, conforme foi dito, se nós estivéssemos à beira da 2ª Guerra Mundial, seríamos milicianos espanhóis, resistentes franceses ou partigianos italianos. Já o senhor, de que lado estaria? De que lado está agora?

A FAG, com 18 anos de história e vida pública e permanente atuação em diversas das lutas sociais em nosso estado e país, é parte de um legado histórico de uma corrente que há quase dois séculos levou às últimas conseqüências o combate a reação, as classes dominantes e seu Estado lacaio. Sim temos relações internacionais e estas surgiram em 1864, na 1ª Associação Internacional dos Trabalhadores, AIT. Todas as correntes do socialismo têm relações com agrupações afins em diversos países. Todas as vertentes do socialismo são internacionalistas, ou o ex-dirigente do PRC também considera isso um crime? Se hoje no país os trabalhadores têm assegurados alguns direitos, estes são fruto de 40 anos de luta sindical antes de 1932.

Esta luta era mobilizada por sindicatos livres, desvinculados de partidos políticos, e os organizadores eram militantes anarquistas. O anarquismo é parte da luta popular no Brasil e no Rio Grande do Sul e continuará sendo. Nossa organização ajuda a organizar a luta pelo direito à mobilidade urbana, pelo passe livre e redução dos preços das passagens. Somos parte integrante do Bloco de Luta pelo Transporte Público desde sua fundação, assim como militamos e participamos em diversas frentes de lutas sociais, como Movimento Sem Terra, Rádios Comunitárias, Sindicatos, Movimentos Estudantis, de Luta pela Moradia, Comunitário, somos linha de frente na luta pela diversidade e desde o começo nos Comitês Populares da Copa.

A nossa história, “excelentíssimas autoridades” é escrita com o sangue e suor das barricadas dos oprimidos e assim sempre será. Vossa sanha repressiva nunca será capaz de nos calar. Não tememos as hienas e nem a fábrica de mentiras da RBS! A verdade fala mais alto entre os militantes do povo. Somos militantes de esquerda não parlamentar, militantes populares e não terroristas. Terrorista é quem joga bombas contra dezenas de milhares de pessoas caminhando desarmadas. Tarso Genro, RBS e oligarquia gaúcha, sua campanha difamatória tem pernas curtas e a mentira não passará.

Não tá morto quem peleia!

Federação Anarquista Gaúcha, 22 de junho de 2013

Agência de notícias anarquistas- ANA

Por trás da cortina,
o passarinho não vê
que aguardo o seu canto.

Henrique Pimenta

No Extremo Sul (SP): O Mesmo Caminho, mas um Protesto Diferente

R$ 0,20 É SÓ O COMEÇO

Fonte: http://redeextremosul.wordpress.com/2013/06/21/r-020-e-so-o-comeco/
Publicado em 21/06/2013
Link para o vídeo

O Mesmo Caminho, mas um Protesto Diferente

???????????????????????????????

Há pouco houve mais uma marcha que saiu da entrada do Grajaú, e foi até a Ponte do Socorro (Ponte Santo Dias). Antes dela foram feitas faixas, um ensaio de bateria, e bastante panfletagem. A ideia era lembrar que a revogação do aumento foi uma conquista do povo em luta, e que se a gente se organizar podemos fazer muito mais, para, por exemplo, nunca mais sermos transportados pior do que gado, e ficarmos esmagados num trem, ônibus ou lotação abarrotados de gente.

???????????????????????????????

A novidade desse ato foi que no meio do caminho paramos para que uma passeata vinda do Varginha se juntasse a nós. E nesse momento houve cenas de teatro, poesia, e bandeirão estendido na passarela do Extra da Teotônio Vilela, próximo à Cidade Dutra.

Novamente o ato transcorreu sem problemas e sem violência, e foi concluído pouco depois da chegada à Ponte do Socorro.

Agora se coloca a necessidade de avaliarmos tudo o que ocorreu nas últimas semanas, e com base nisso planejarmos os próximos passos dessa caminhada. Todo Poder ao Povo!

???????????????????????????????

Comunicado da Rádio da Juventude sobre a conjuntura das manifestações.

A Rádio da Juventude vem por meio desta comunicar que está se retirando das manifestações contra o aumento da tarifa, devido à deturpação do movimento que foi cooptado por forças conservadoras que estimulam a exacerbação de um nacionalismo cego que favorece grupos autoritários de extrema direita, incitando violência e ódio aos instrumentos de luta da classe trabalhadora, deste modo, não mais nos sentimos pertencentes ao que ele se tornou.

1. Não compactuamos com as agressões promovidas aos companheiros que há tempos estão nessa luta, e somente porque pertencem a partidos, sindicatos, organizações sociais estão sendo hostilizados e agredidos. Consideramos isso, um atentado à liberdade, além de uma estratégia política de grupos de direita que promovem o pensamento conservador que não tem interesse em mudar os pilares da sociedade, mas sim fazer reformas políticas que favoreceram ainda mais o fortalecimento do capital privado.

Resultado: fortalecimento de um Estado ainda mais opressor e segregacionista que só contribuirá para aumentar ainda mais as disparidades sociais, reafirmando privilégios da classe burguesa e a criminalização da pobreza, por exemplo, os saques e os quebra-quebras que estão ocorrendo na periferia são reflexos de uma política de Estado excludente que foi desencadeada com os protestos. No entanto, ao contrário dessa discussão ser feita. Não está. Apenas um debate moralista e preconceituoso que até mesmo setores da esquerda estão sustentando.

2. Compreendemos que a maior parte desta juventude que está nas ruas, encontra-se em estado de euforia e revolta legítima, porém, sua não experiência e não conhecimento político (e a falta de trabalho forte de base das esquerdas) permitiu o sequestro da pauta por um grupo velado de direita que venceu no momento as esquerdas na disputa pela consciência da população, e o mais preocupante são os grupos extremistas que perceberam o momento e estão fazendo o trabalho sujo de incitação de violência tentando incutir sutilmente na população uma unificação homogenia que é partidária, mas que capciosamente se intitula como – apartidária – com ideário de pureza se auto sacralizando – do povo pelo povo – porém, essa ideologia que permeia travestida de liberdade e luta popular não passa de fascismo.

3. Acreditamos que neste momento as esquerdas que são de luta devem ficar juntas refletir e providencial retornar a base, pois, foi o distanciamento dela que propiciou nossa perda neste momento, e revelou claramente que o sectarismo e as verdades estratégicas não são fórmulas de nada, porque quando dizemos: “isso é fascismo” de que adianta se a massa não compreende o que é. Portanto, nesta coalizão o fundamental é fortalecer a base e pensar estratégias de como desmascarar essa farsa que está sendo muito bem articulada com o apoio da mídia.

No mais, seguimos na luta sempre fortalecendo na luta contra o Estado e pelo poder popular sempre! Com autonomia, liberdade, solidariedade, combatividade e respeito numa perspectiva classista.

SOMOS VÂNDALOS E NÃO ACORDAMOS HÁ DUAS SEMANAS!

“O poder simbólico é aquele que consegue transformar relações de dominação- submissão em relação afetivas e quanto maior o sentimento mobilizado, mas se ocultam as diferenças – sejam elas sociais, políticas, acadêmicas ou de qualquer espécie – sem ficar clara a violência perpetrada, parto do princípio de que, no campo das ciências sociais, sobre tudo, nenhuma escolha “de palavras” é ingênua ou neutra”. Bourdieu

A moral contra a liberdade! Resultado: São Vicente e uma guerra não particular

A luta e o debate pelo transporte público foi ocupado capciosamente  por conservadores de direita enrustidos de libertários – com um discurso apartidário – promovem o ódio pelas redes social e incitam uma juventude eufórica que saiu as ruas pela primeira a adotarem um discurso de ódio, e por não estar preparada para as armadilhas políticas, estão aderindo nacionalmente, e a maioria está sendo direcionada indiscutivelmente.

Dizem que a discussão não é ideológica – mas, isso não se sustenta. Tudo há ideologia. Existem ideias em todos os âmbitos da vida – ideias profundas, criticas, rasas, mal organizadas, ou não, a ideologia sempre estará lá.

Outra coisa, acreditar que cooptação e o direcionamento partidário se faz apenas quando o partido lhe apresenta uma cartilha, é ingenuo, porque a forma mais articulada é quando de forma perversa grupos políticos deturpam a pauta e insistem numa contraposição não clara e que ao contrário de pautar liberdade, insere um debate moral que se diz livre, mas hostiliza tudo, uma coisa é ser autônomo, outra é tornar inimigo aquilo que não lhe convém.

É isso o que estamos assistindo, um debate moral totalmente contrário a liberdade! Um debate moral com base nacionalista que atenta contra toda a diversidade de pensamento.

Desta forma, como podemos nortear um horizonte? Impondo ideias? Enaltecendo causas sem antes serem avaliadas? Que incitam um olhar homogeneizador que dita regras, e não se abre à discussão de toda a população, a verdade, a participação popular virou minoria? Nesta luta, a maioria é uma classe social fazendo uma luta individualista que mina toda a perspectiva popular e livre que existia.

Deste modo,duas frentes foram montadas, primeiro; adoção dos símbolos pátrios, segundo; a utilização do arquétipo pícaro VENDETTA. (e este tornou-se insano, pois este personagem fictício jamais usaria uma bandeira, ou atentaria contra a liberdade)

Resultado: São Vicente e uma guerra não particular

A cidade de São Vicente nesta quarta (19) foi um palco de guerra, saques, ônibus queimados, arrastões, depredação, tiros e tudo mais que uma situação de caos pode produzir, o que fortaleceu ainda mais o debate da moral na baixada santista, um debate moral que irá crucifixar a população pobre (QUE TEM FOME) e colocar na conta das esquerdas, principalmente do MPL. Agora vamos ter a lucidez de pensar o seguinte; este foi o maior golpe que o Estado pode promover, pois ele tem ligações com o crime, muitos representantes públicos tem ligação com o crime, inclusive respondem por isso, e derrepente, antes que essa revolta contra o transporte público (mesmo deturpada) começasse a desmascarar a farsa da classe política eleita toda aqui na baxada, o golpe foi aliciar o crime e estimulá-lo a aderir de forma a dividir toda a sociedade e clamar pela paz. O que irá maximizar ainda mais a moralidade, suprimindo a liberdade e o reflexo disso serão criticas mais ferozes contra as pautas propostas pela esquerda.

Neste momento nós perdemos. Até porque muitos “supostos” esquerdistas também começam a debater tudo sobre o prisma da moral. Oportunismo? Canalhice? Ou medo? O que importa agora, e´que aqui na baixada nós que estamos na base perdemos. Perdemos porque não vamos recuar de nosso recorte de classe e de nossa luta contra o Estado.

Manos e minas:

Aquilo que tão chamando de baderna, na época da ditadura era luta pela democracia, por efetivação de direitos! Aqueles que chamam de vândalos, na época da ditadura chamavam de terroristas! Sacaram a grande mentira que querem transformar numa verdade?

Não se deixe enganar, ditadura nunca mais! Viva a liberdade, lutemos por ela, sangremos por ela, só ela importa nesta falsa democracia capitalista, hostilizar alguém por sua bandeira é pura reprodução da moral arcaica que mantém todo este estado de coisas, e o grande culpado é o Estado e seus representantes! Seu símbolos!

Preze pela liberdade, estão roubando suas ideias, sua consciência e sua juventude!

Não se deixe enganar por quem quer fazer manifestação impondo que irá te fotografar, te filmar e te entregar pra polícia!

13 JUNHO 2013 (BR-SP) Movimento Passe Livre: Por que estamos nas ruas

Texto copiado de http://passapalavra.info/2013/06/79001

O modelo de transporte coletivo baseado em concessões para exploração privada e cobrança de tarifa está esgotado. E continuará em crise enquanto o deslocamento urbano seguir a lógica da mercadoria, oposta à noção de direito fundamental para todas e todos.

Essa lógica, cujo norte é o lucro, leva as empresas, com a conivência do poder público, a aumentar repetidamente as tarifas. O aumento faz com que mais usuários do sistema deixem de usá-lo, e, com menos passageiros, as empresas aplicam novos reajustes.

Isso é uma violência contra a maior parte da população, que como evidencia a matéria publicada ontem pelo portal UOL, chega a deixar de se alimentar para pagar a passagem. Calcula-se que são 37 milhões de brasileiros excluídos do sistema de transporte por não ter como pagar. Esse número, já defasado, não surgiu do nada: de 20 em 20 centavos, o transporte se tornou, de acordo com o IBGE, o terceiro maior gasto da família brasileira, retirando da população o direito de se locomover.

População que se desloca na maioria das vezes para trabalhar e que, no entanto, paga quase sozinha essa conta, sem a contribuição dos setores que verdadeiramente se beneficiam dos deslocamentos. Por isso defendemos a tarifa zero, que nada mais é do que uma forma indireta de bancar os custos do sistema, dividindo a conta entre todos, já que todos são beneficiados por ele.

Esse é o contexto que fez surgir o Movimento Passe Livre em diversas cidades do Brasil. Por isso há anos estamos empenhando lutas por melhorias e por outro paradigma de transporte coletivo. Neste momento, em que nos manifestamos em São Paulo pela revogação do aumento nas passagens, milhares protestam no Rio de Janeiro, além de Goiânia, onde a luta obteve vitória, assim como venceram os manifestantes de Porto Alegre há dois meses.

O impacto violento do aumento no bolso da população faz as manifestações extrapolarem os limites do próprio movimento. E as ações violentas da Polícia Militar, acirrando os ânimos e provocando os manifestantes, levaram os protestos a se transformar em uma revolta popular.

O prefeito Fernando Haddad, direto de Paris, ao lado do governador Geraldo Alckmin, exige que o movimento assuma uma responsabilidade que não nos cabe. Não somos nós os que assinam os contratos e determinamos os custos do transporte repassados aos mais pobres. Não somos nós que afirmamos que o aumento está abaixo da inflação sem considerar que, de 1994 para cá, com uma inflação acumulada em 332%, a tarifa deveria custar R$ 2,16 e o metrô, R$ 2,59.

Além disso, perguntamos: e os salários da maior parte da população, acompanharam a inflação?

A discrepância entre o custo do sistema e o quanto, como e quando se cobra por ele evidenciam que as decisões devem estar no campo político, não técnico. É uma questão de escolha: se nossa sociedade decidir que sim, o transporte é um direito e deve estar disponível a todos, sem distinção ou tarifa, então ela achará meios para tal. Isso parcialmente foi feito com a saúde e a educação. Mas sem transporte público, o cidadão vê seu acesso a essas áreas fundamentais limitado. Alguém acharia certo um aluno pagar uma tarifa qualquer antes de entrar em sala de aula? Ou para ser atendido em um posto de saúde?

Haddad não pode fugir de sua responsabilidade e se esconder atrás do bilhete mensal, proposta que beneficiará poucos usuários e aumentará em mais de 50% o subsídio que poderia ser revertido para reduzir a tarifa.

A demanda popular imediata é a revogação do aumento, e é nesses termos que qualquer diálogo deve ser estabelecido. A população já conquistou a revogação do aumento da tarifa em Natal, Porto Alegre e Goiânia. Falta São Paulo.

Pelos militantes do Movimento Passe Livre:
NINA CAPPELLO, 23, estudante de direito da USP,
ERICA DE OLIVEIRA, 22, estudante de história da USP,
DANIEL GUIMARÃES, 29, jornalista, e
RAFAEL SIQUEIRA, 38, professor de música

Uma discussão sem fim iniciou-se pelas redes sociais sobre a legitimidade das manifestações – vandalismo, ou não?

age20130611427Os manifestos que estão ocorrendo no país inteiro sobre o aumento da passagem repercutiu além dos noticiários tendenciosos da mídia burguesa. Mas também em Jornais da América Latina e da Europa, que estão noticiando que a população no Brasil resolveu dar um basta a um transporte público caótico, e o que era apenas um manifesto tornou-se revolta popular contra o Estado, pois, o país vive uma realidade problemática de sucateamento de todos os serviços públicos, massacres de comunidades indígenas, (Mato Grosso do Sul) quilombolas, ribeirinhas e um intenso processo de higienização social nos grandes centros, além de ter uma das polícias mais violentas do mundo que se tornou instrumento de extermínio, não de segurança.

Enquanto isso no Brasil;

Uma discussão sem fim iniciou-se pelas redes sociais sobre a legitimidade das manifestações –  vandalismo, ou não?

O que vem provocando um engessamento do debate e uma visão paliativa que pouco contribui para fortalecer a discussão. Todos concordam que o transporte é ruim e caro, mas as estratégias de luta se confundem em conflitos ideológicos e por vezes sectários e até reacionários de alas que se dizem de esquerda –  que são a favor por exemplo; de entregar manifestante aos milicos, caso este radicalize e queira por fogo ou quebrar alguma coisa, ou seja, a grande bola da vez tornou-se defender o patrimônio público, a grande bola da vez foi reproduzir a mídia burguesa e criminalizar quem está na luta.

Certo dizer, que houve gente infiltrada da PM, e também tendenciais violentas, mas que é impossível de conter, porque o manifesto se tornou revolta popular, que também é legitima, diante de um Estado que durante 5013 anos escravizou e explorou a classe trabalhadora e que hoje, tem se tornando tão violento quanto, vide Belo Monte, os massacres das comunidades indígenas no Mato grosso do Sul que tem se intensificado, e o extermínio da juventude pobre,  preta e periférica.

Neste momento de revolta popular é tempo de avançar, somar forças e não dividir, é tempo de trazer todos os questionamento e colocar os governantes em cheque. Unir o campo e a cidade e dizer basta! Queremos reforma urbana, reforma agrária, educacional, na saúde, na moradia, ou a gente bota essa Constituição pra funcionar ou a gente rasga ela e volta ao Estado natural, oras, o Estado de direito serve pra quê? Pra nos oprimir?

O povo organizado não precisa de Estado!

12 mil pessoas na rua? Temos que multiplicar essa resistência!

  1. Quem fala em violência nos manifestos se dizendo lutador de esquerda, realmente tem que repensar seus conceitos e assumir logo o reacionário que mora em si.
  2. Quem não acredita na legitimidade desta grande mobilização, tem que repensar muitas coisas, mais muitas coisas mesmo…
  3. Quem acha que vivemos numa democracia e que tudo pode ser resolvido com conversas, também deve acreditar em Papai Noel e coelho da páscoa.
Foto: MTST

Foto: MTST

Amanhã vai ser maior!

12 mil pessoas na rua é muita mais que uma mobilização pela redução da tarifa! É sim, um grande levante corajoso, generoso e radical, que entendeu que não é mais possível viver sendo violentado, amordaçado e silenciado pelo Estado, e foi a luta!

As forças se unem nacionalmente dizendo basta! E as máscaras caem, as esquerdas governistas obrigadas a se posicionarem, dividem-se, entre os moralistas e os que assumem que o tempo de sonhar passou.

Pois a garotada na rua diz a coisa de forma raivosa, expressa franqueza e recria uma era de cristal – de transparência. (Cléo)  Em tempos de hipocrisia, em tempos de nascituro, Feliciano e ruralistas, massacres indígenas e quilombolas, Belo Monte, Xingu e grandes eventos (que expulsam comunidades inteiras, por uma copa que nos afundará em dividas).

Essa massa na rua é prelúdio de novos tempos! Temos que multiplicar essa resistência, espalhar por todas as esquinas, ruas, guetos, vielas e praças, pois, é nos espaços públicos que mostramos nossa cara e estimulamos quem ainda acredita num mundo igualitária a sair da frente da TV e vir somar numa única força de luta, capaz de enfrentar este Estado, e mostrar a quem governa que eles só fazem merda, e nós, não vamos abaixar a cabeça, nunca mais!