Virada Ilegal Santos

Post de origem Virada Ilegal

Com a intenção de agrupar representantes da música underground da Baixada Santista, os produtores da festa Futuráfrica organizarão a I Virada Ilegal de Santos.

Paralela à Virada Cultural Paulista, que acontece nos dias 14 e 15 de maio, a I Virada Ilegal é uma alternativa à programação do evento na cidade.

Pois, se hoje temos a cena underground desfacelada, por isso, o objetivo deste encontro é valorizar aqueles que continuam uma produção musical rica, mas, esquecida.

Rock, Punk Rock, Harcore, Rap, Dub, intervenções artísticas e outras atividades acontecerão no “Terreiro Digital”, nome dado ao espaço (estacionamento) onde aconteceram as últimas festas da Futuráfrica, no centro de Santos.

O termo Ilegal não vem à toa. É uma provocação por não estar dentro do cronograma oficial da Virada Paulista, ou seja, flerta com a transgressão dos ditames culturais vigentes.

A entrada será gratuita.  Sábado, 14 de Maio às 16:00 – 15/5 às 7:00

” Terreiro Digital “

Estacionamento da João Pessoa – Av. João Pessoa, 233 – Centro – Santos/ SP

E no caso de chuva, não haverá o evento.

A programação das bandas segue abaixo:

14 de maio de 2011

16h – 21h

– Coletivo Valsa

– Avalanche

– Pulmonar

– Soul Mate

– TxHxPx

– Mixtape

21h – 23h

– Dj Beto Machado

– Emerson Tripah

– Pamelloza

23h – 02h

– Big Nitrons

– Secilians Sound System

– Reggay 420

– Rei do Coito (Coletivo Action)

2h – 03h30

– Projeto Raiz (Gui Ganja set)

– Baka (Projeto dá um tempo)

– Futuráfrica Sound System

03h30 – 5h

– Sidarta

-Moscoow

– Vapaa

5h – 6h

– Chiapas Livre

– Esquadrão do Preto Velho

6h – ALVORADA:

– Batucada Afrofuturista

Maconha pra fumar televisão.

A maconha é uma droga ilegal mais consumida do mundo. No entanto, alguns estudos tem mostrado que a maconha pode ser utilizada para fins medicinais. Será? O fato é que a discussão a respeito da discriminação tem crescido nas últimas décadas, mas a pergunta aqui é, maconha vicia? E a televisão?

Ouça a matéria e saiba o que as pessoas pensam a respeito deste assunto:

[audio http://www.radiotube.org.br/upload/audio_anexo/4430b364d4.mp3]

A barbárie e a estupidez jornalística

Post de origem Palavras Insurgentes

Imaginem vocês se um pequeno operativo do exército cubano entrasse em Miami e atacasse a casa onde vive Posada Carriles, o terrorista responsável pela explosão de várias bombas em hotéis cubanos e pela derrubada de um avião que matou 73 pessoas. Imagine que esse operativo assassinasse o tal terrorista em terras estadunidenses. Que lhes parece que aconteceria?

O mundo inteiro se levantaria em uníssono condenado o ataque. Haveria especialistas em direito internacional alegando que um país não pode adentrar com um grupo de militares em outro país livre, que isso se configura em quebra da soberania, ou ato de guerra. Possivelmente Cuba seria retaliada e, com certeza, invadida por tropas estadunidenses por ter cometido o crime de invasão. Seria um escândalo internacional e os jornalistas de todo mundo anunciariam a notícia como um crime bárbaro e sem justificativa.

Mas, como foi os Estados Unidos que entrou no Paquistão, isso parece coisa muito natural. Nenhuma palavra sobre quebra de soberania, sobre invasão ilegal, sobre o absurdo de um assassinato. Pelo que se sabe, até mesmo os mais sanguinários carrascos nazistas foram julgados. Osama não. Foi assassinato e o Prêmio Nobel da Paz inaugurou mais uma novidade: o crime de vingança agora é legal. Pressuposto perigoso demais nestes tempos em que os EUA são a polícia do mundo.

Agora imagine mais uma coisa insólita. O governo elege um inimigo número um, caça esse inimigo por uma década, faz dele a própria imagem do demônio, evitando dizer, é claro, que foi um demônio criado pelo próprio serviço secreto estadunidense. Aí, um belo dia, seus soldados aguerridos encontram esse homem, com toda a sede de vingança que lhes foi incutida. E esses soldados matam o “demônio”. Então, por respeito, eles realizam todos os preceitos da religião do “demônio”. Lavam o corpo, enrolam em um lençol branco e o jogam no mar. Ora, se era Osama o próprio mal encarnado, porque raios os soldados iriam respeitar sua religião? Que história mais sem pé e sem cabeça.

E, tendo encontrado o inimigo mais procurado, nenhuma foto do corpo? Nenhum vestígio? Ah, sim, um exame de DNA, feito pelos agentes da CIA. Bueno, acredite quem quiser.

O mais vexatório nisso tudo é ouvir os jornalistas de todo mundo repetindo a notícia sem que qualquer prova concreta seja apresentada. Acreditar na declaração de agentes da CIA é coisa muito pueril. Seria ingênuo se não se soubesse da profunda submissão e colonialismo do jornalismo mundial.

Olha, eu sei lá, mas o que vi ontem na televisão chegou às raias do absurdo. Sendo verdade ou mentira o que aconteceu, ambas as coisas são absolutamente impensáveis num mundo em que imperam o tal do “estado de direito”. Não há mais limites para o império. Definitivamente são tempos sombrios. E pelo que se vê, voltamos ao tempo do farwest, só que agora, o céu é o limite. Pelo menos para o império. Darth Vader é fichinha!

#Antiquário: cultura é solução sim!

A cultura adquire formas diversas através do tempo e do espaço. Essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade. Fonte de intercâmbios, de inovação e de criatividade, a diversidade cultural é  para o gênero humano, tão necessária como a diversidade biológica para a natureza. Nesse sentido, constitui o patrimônio comum da humanidade e deve ser reconhecida e consolidada em beneficio das gerações presentes e futuras. (parte textual da declaração da Unesco sobre  cultura)

Por isso

Resgatar a memória cultural de um povo é fundamental para a construção de identidade e para fomentar também novas formas de produção cultural e intelectual.

Neste sentido o programa Antiquário vem ativamente cumprindo o seu papel de fortalecer a cultura da música popular brasileira.

Apresentado por Alex Silva o programa tem o objetivo de ser um revival de grandes obras que estão empoeiradas no báu do esquecimento.

Ouça matéria:

Reforma política, tributária… PT X Psol discutem novos rumos para o país!

O Programa Reflexão e Ação de Janeiro trouxe a discussão sobre “Novos rumos para o país no governo Dilma”, a discussão girou em torno da reforma política e tributária.

Participaram deste programa Emerson do PT de São Vicente e o professor de história Maycon do Psol de São Vicente.

Duração do programa 01H:30min

[audio http://www.radiotube.org.br/upload/audio_anexo/c72f85937e.mp3]

OBS:  Está dando erro no arquivo e o programa fica em torno de cinco minutos, feche a página e abra novamente caso isso acontecer.Valeu!

MST: assentamento desenvolve economia do município de Rio Bonito

Post de origem MST

Por Riquieli Capitani
Da Página do MST


As 1.500 famílias do MST, que vivem no assentamento Ireno Alves dos Santos e Marcos Freire, em Rio Bonito do Iguaçu, na região central do Paraná, realizaram uma grande festa, em comemoração dos 15 anos de lutas e conquistas dos assentados.
As comemorações aconteceram na comunidade Centro Novo, Assentamento Marcos Freire.

Uma mística fez um resgate da história, seguido de culto ecumênico, ato público e pronunciamento de autoridades. Em seguida foi servido almoço comunitário e, à tarde, teve atividades culturais e esportivas.

Aproximadamente 3.500 pessoas participaram da festa.

Conquistas

A implantação dos assentamentos na região transformou o cenário e desenvolveu a economia do município de Rio Bonito, gerando mais de 10 mil empregos diretos e indiretos.

Para garantir o direito dos trabalhadores à educação, nesses 15 anos os assentados conquistaram 10 escolas (seis estaduais e quatro municipais), que funcionam dentro dos assentamentos e atendem em torno de 2.500 educandos. Atualmente, a escola Iraci Salete Strozake, localizada no assentamento Marcos Freire é a Escola Base das 10 Escolas Itinerantes do estado.

Na área da produção, durante cada ano, os assentamentos produzem em média 500 mil sacas de milho, 50 mil sacas de soja, 50 mil sacas de feijão, 10 mil sacas de arroz, 24 mil litros de leite por dia, chegando a 880 mil litros por ano. Além de criar, em média, 20 mil animais entre: suínos, bovinos e aves, para comercialização e consumo próprio.

Histórico

Na madrugada de 17 de abril de 1996, mais de 3.000 famílias Sem Terra ocuparam o latifúndio da Fazenda Giacomet-Marodim, em Rio Bonito do Iguaçu. A desapropriação dos 26 mil hectares aconteceu em 1998, com o assentamento de 1.500 famílias

O grupo Giacomet foi violento na repressão aos trabalhadores. Em 1997, os Sem Terra Vanderlei das Neves e José Alves dos Santos foram assassinatos pelos pistoleiros da fazenda, em uma emboscada. Vários trabalhadores também morreram durante o desbravamento da fazenda e o plantio de pinus. Na fazenda foram encontrados vários cemitérios clandestinos.

Atualmente, a região central do Paraná concentra o maior número de assentados, ao todo são 2.530 famílias, beneficiadas com a desapropriação de cerca de 50 mil hectares da fazenda Araupel. Nesse região, se encontram hoje os assentamentos Ireno Alves dos Santos, Marcos Freire e Celso Furtado.

Mídia e Sociedade: capital do sangue

Não é nenhuma novidade a exploração midiática sobre assuntos extraordinários. Na verdade a lógica da mídia gorda é trabalhar isso, um fato ocorre e lá está ela com seu compromisso de registrar e trazer para os telespectadores toda e qualquer informação em primeira mão. Mas até que ponto essa cobertura não se torna pura especulação em troca de audiência? Impulsionando um frenesi que lucra com o sangue, e quanto mais ele jorrar mais ensandecida ficará a platéia.

O que aconteceu em Realengo mais uma vez tornou-se a bola da vez, quem acompanha os noticiários pôde durante a semana inteira acompanhar de manhã, de tarde e de noite imagens do colégio com crianças feridas pedindo ajuda, detalhe, não havia nenhuma novidade nessas imagens, eram sempre as mesmas. Qual o propósito dessa repetição imagética? Sensibilizar? Ou mera exploração? E qual a necessidade de apresentá-las?

Quando os críticos levantam a discussão de que vivemos na Sociedade do Espetáculo, e que o pão e o circo ainda são tão comuns hoje, quanto um dia foi em Roma, muitos torcem o nariz e dizem que este discurso caiu por terra. Será?

A questão é que a platéia se torna tão atuante e humanamente sensibilizada que fazer qualquer espécie de crítica é inevitavelmente cair no risco de ser um ser insensível. Mas infelizmente é o risco que deve correr quem ainda acredita numa comunicação ética e responsável. E ainda assim, o cuidado para não cair na mesma lógica é muito tênue.

Na Web no dia que ocorreu o incidente em Realengo, centenas de milhares de pessoas começaram a discutir as causas postando textos aleatórios em seus blogs e sites, apontando soluções para a violência, solidarizando-se com as famílias. No dia seguinte, com o caso mais esclarecido, mais textos, mais soluções, mais alternativas. Olhando por um prisma positivo, a Web é quase uma ágora para se discutir a vida pública, e por outro lado uma extensão do caos.

E assim foi durante o resto da semana, como uma febre mais uma vez o país se emocionava. E como não se comover? Crianças mortas a tiro dentro de um colégio, um espaço Institucional fundamental de formação para a vida de todo  ser humano.

No entanto, agora que as coisas começam a voltar à rotina e o extraordinário deixa a vida banal, cabe a ponderação, será que em casos como este, a morte tem nome?  “Capital”. Afinal, quantas outras crianças morrem de fome, de frio, de abandono e não somente crianças, adultos e idosos também, e quantos outros problemas há para resolver neste país, e o triste é que eles se tornaram tão comuns que aprendemos a conviver com eles de forma natural, que enquanto nenhuma gota de sangue não escorrer de forma extraordinária, a mídia não fará a cobertura e a sociedade apática irá continuar vivendo sua rotina diária apenas preocupada com seu samba, futebol e carnaval.

Talvez tudo isso esteja relacionado a algum fetiche escatológico bizarro, pois um dos vídeos mais assistidos no youtube durante estes últimos dias foi de uma criança de Realengo pedindo ajuda e o fulano que gravava teve a coragem de perguntar a criança, o que havia acontecido com ela e pede para que ela levante a blusa e mostre o ferimento causado pelo tiro. Que dizer sobre isso?

Vivemos uma realidade que tanto a mídia quanto a sociedade, ambas querem ver sangue! E cruelmente, a verdade é que não há uma lágrima ou um sentimento que floresça em luta, em buscas por mudanças concretas, somente novas formas de alimentar o capital do sangue. Como disse Guy Debord “No mundo realmente invertido, o verdadeiro é um momento do falso. A realidade surge no espetáculo, e o espetáculo no real. Esta alienação recíproca é a essência e o sustento da sociedade existente.”

Até quando?

A criminalização da pobreza no Brasil está enraizada em nossa formação cultural

A criminalização da pobreza no Brasil é um processo histórico que se enraizou ideologicamente na cultura da sociedade brasileira desde o Brasil colônia. Ser pobre neste país além de ter de enfrentar tantas dificuldades para se viver com um mínimo de dignidade. Ainda tem que carregar o estigma de criminoso, de vagabundo… De ser representado de forma temerosa e até odiada pela elite brasileira.

Instalou-se na sociedade a idéia de que moradores de áreas periféricas como: morros e favelas, são criminosos. Alvos de estigmatização, essas pessoas carregam com elas a marca de um crime, que é o simples crime de residirem num local que é tido como um antro de criminosos e ociosos. Suas formas de se expressar, de se vestir criam formas de representação em que a outra parcela da sociedade que vive do outro lado da balança, não aceita.

Por ¨ fugir ao padrão ¨, apresenta-se como uma ameaça ao esquema classificatório de nossa estrutura social. Por não representar os valores ideais do padrão social, passa a ser vista como algo a ser evitado, […] com esse rótulo genérico é atribuído aos moradores indistintamente, todos eles são perigosos […] Ser morador da favela é trazer a ¨ marca do perigo ¨, é ter uma identidade social pautada pela idéia de pobreza, miséria, crianças na rua, família desagregada, criminalidade, delinqüência.(ZALUAR, 2006, p. 306, 307)

O que significa viver ao avesso da civilização, sendo temidos e até odiados, por simplesmente não apresentarem determinadas normas morais que são esperadas pela elite dominante. Ilustrativos desse processo são as palavras do padre José de Anchieta (1534-1597), célebre missionário jesuíta que veio da Europa para participar da evangelização dos povos indigenas: “Pouco fruto pode se obter deles se a força do braço secular não acudir para domá-los. Para esse gênero de gente não há melhor pregação do que a espada e a vara de ferro.” (GILBERTO COTRIM, 1994, p. 33).

Essa frase sintetiza claramente que a criminalização é um processo histórico que está enraizado ideologicamente desde a invasão das Américas, quando os europeus conquistaram brutalmente o continente e trouxeram um conjunto de idéias racistas de superioridade cultural, estigmatizando os povos conquistados com representações de gente promiscua e sem alma. Da mesma forma ocorreu com os povos africanos que foram escravizados para servirem como mão-de-obra aos exploradores europeus.

A formação da nação brasileira constituiu-se exatamente da mistura destes três povos, índios, africanos e europeus. No entanto, nunca houve uma democracia racial. Os negros e os índios sempre foram tidos como gente bestial, e as miscigenações raciais não aconteceram de maneira pacífica, segundo Cotrim “Levando as implicações da miscigenação longe demais, alguns autores, como Gilberto Freyre (autor do clássico, Casa Grande e Senzala), concluíram que o Brasil foi palco de uma verdadeira democracia racial. ¨ (GILBERTO COUTRIM, 1994, p. 66) O que é falso! Índias e negras foram vítimas de estupro dos europeus. E, infelizmente foi dessa forma que se constituiu a nação brasileira, de modo violento, excludente e discriminatório. Formando uma nação dividida, de um lado, aquela tida como civilizada, e de outro, aquela perigosa com tendências ao crime.

Quer queiramos, quer não, está separação já está embutida nos rituais de dominação de classe que incluem um rigoroso afastamento do local de moradia dos pobres. […] Duplamente excluídos por serem ¨ outros ¨ e por serem ¨ incultos ¨ e ¨ perigosos ¨ , os pobres urbanos vivem neste olhar etnocêntrico e homogeneizador […] ¨ (ZALUAR, 1984, p.12)

Nossa cultura traz essa ideologia de representação dos pobres de forma até invisível, se não aguçarmos nossa percepção. Somos capazes de reproduzi-las sem perceber. Por exemplo: um dos mais importantes romances da literatura brasileira O Cortiço de Aluísio de Azevedo, um livro que conta a história de moradores de um cortiço no Rio de Janeiro, que retrata o modo de vida dessas pessoas pondo em pauta o problema social da formação dos cortiços. Infelizmente, Azevedo deixa a desejar, pois seu romance faz uma representação dos moradores de cortiço como: preguiçosos, futriqueiros, gatunos, malandros, desagregados… Enquanto o seu personagem principal, um homem branco, trabalhador, pai de família e português, é símbolo de retidão. Até mesmo quando ele se desvia, a culpa é de uma negra, sambista que gosta de vida fácil.

Resumindo, é inevitável dizer que vivemos numa sociedade com dois pólos sociais, onde as representações de uma delas são criminalizantes.

E o mais conflitando em tudo isso, é que está ideia está enraizada em nossa cultura, em nossa própria identidade de povo brasileiro, somos frutos de um passado brutal que gerou uma forma de representação excludente e classificatória.

E isso foi pensado?

Hoje temos a mídia que reforça ainda mais está estigmatização.

É tempo de refletirmos sobre o que somos e o que queremos ser. Pois a outra parcela da sociedade já decidiu! E colocou todos os seus aparatos de controle para nos oprimir!

Trupe Olho da Rua leva o teatro à praça pública

Há oito anos a Trupe Olho da Rua leva o teatro para as praças públicas da Baixada Santista, no litoral de São Paulo. O trabalho, que já tem rendido bons frutos, também enfatiza a importância política, na medida em que são ocupados os espaços públicos das cidades.

Surgido em Santos, o grupo começou a ser formado como um grupo de estudos das tradições populares da cultura brasileira, como o circo mambembe. Como conta o ator Caio Martinez, no início não havia a preocupação política com o fato de se levar o teatro às ruas. “No ano seguinte já começamos a ver a importância e a força de se ocupar o espaço público. Percebemos que, com ações como essa, a cidade passa a redimensionar os espaços como vivos, e não apenas locais de passagem”, conta.

De início, como lembra Caio, os locais de apresentação se resumiam ao centro urbano, onde estão os trabalhadores, e aos espaços turísticos, como a orla da praia, locais em que o público já conta com manifestações culturais e de entretenimento. Em seguida, porém, o grupo começou a procurar os espaços públicos de bairros descentralizados, de periferia, em geral não habituados a receber apresentações culturais. “Víamos naqueles locais um descaso do poder público, como sempre houve, e iniciamos um diálogo com as comunidades, como sociedades de melhoramentos, agremiações, ONGs, sindicatos, para que pudéssemos mostrar nosso trabalho”. Ao longo dos anos foram feitas parcerias com órgãos como Movimento dos Sem Terra (MST), sindicatos de classes como bancários, metalúrgicos e trabalhadores portuários, entre outros.

A natureza e a consciência do trabalho da trupe fez com que eles tivessem um posicionamento bem claro em não solicitar ao poder público permissão para ocupar as praças de Santos. “Pedir permissão seria reconhecer que o poder público é dono dos espaços”, diz Caio. Em 2004, no entanto, houve um problema: no meio de uma apresentação, a polícia interveio e ameaçou interromper o espetáculo, alegando que não havia permissão para a utilização daquele local, no Gonzaga, bairro nobre de Santos. A apresentação continuou porque o público, de cerca de 150 pessoas, “comprou a briga” e disse que não havia problemas no fato do grupo se apresentar ali. O episódio chamou a atenção da Câmara dos Vereadores, e a partir daí a Trupe Olho da Rua passou a ter maior diálogo com a prefeitura.

Com o início pedindo “grana no chapéu” para ajudar nas despesas do grupo, depois de três anos a trupe se profissionalizou juridicamente, o que possibilitou a inscrição de projetos em editais, bem como a contratação de apresentações do grupo. Fora isso, os integrantes da trupe dão aula de artes cênicas, o que permite que, atualmente, eles possam viver do teatro. “Mantemos nosso posicionamento em não encarar o trabalho com fins comerciais. O fato de cada um ter seu emprego, dando aula, também ajuda nesse sentido”, conta Caio.

O engajamento político da trupe é uma constante nos grupos de teatro de rua. A trupe participa do Movimento de Teatro de Rua de São Paulo e da Rede Brasileira de Teatro de Rua, única organização de grupos de teatro a nível nacional. Como conta Caio Martinez, “depois do período da ditadura e da onda neoliberal, os grupos perderam um pouco da organização. Agora o movimento teatral está se fortalecendo, fazendo pressão para a conquista de políticas públicas”.

No início de 2011, a trupe realizou a II Mostra de Teatro Olho da Rua, com apresentações em locais turísticos e na periferia de Santos. O festival trouxe grupos de várias cidades de São Paulo, e também de outros estados. Patrocinado pela Funarte (Governo Federal) e prefeitura de Santos, a mostra é só um exemplo das dificuldades que até hoje os grupos passam: o dinheiro da Funarte, que deveria chegar em outubro do ano passado, não havia sido depositado até o fim da mostra. “Mesmo assim os grupos participaram, porque sabem como funciona o poder público”, conta Caio.

Dificuldades à parte, o trabalho da Trupe Olho da Rua rendeu um grande reconhecimento: a Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) concedeu prêmio na categoria Grupo Revelação de 2010. E o trabalho da trupe em Santos já ajudou na formação de outros dois grupos de rua na cidade. “A população é ávida por teatro, e a cidade é um grande palco a céu aberto”, considera Caio.

O blog do grupo é www.trupeolhodarua.blogspot.com

Amor e Revolução: um fiasco ou resgate da memória?

Com muita coragem…

Quem está acompanhando a nova novela do SBT que pretende fazer um resgate histórico dos anos de chumbo cujo nome Amor e Revolução, já pôde perceber nestes dois capítulos iniciais que esse folhetim é mais uma caricatura romântica e oportunista que não levará a lugar algum (e isso nada tem haver com pessimismo). Mas é que antes do lançamento dessa novela criou-se uma ilusória expectativa da importância dessa discussão na telinha de vidro (seja lá de que forma como esse assunto fosse tratado) inclusive muitos blogs e sites progressistas discutiram essa questão, ressaltando e apoiando. Oh! Doce ilusão! Parece que nem se lembram de Anos Rebeldes mini-série da Rede Globo.

Enfim, sabemos que a época é outra e está em curso o abaixo-assinado pela abertura dos arquivos da ditadura e, esperamos profundamente que esse folhetim contribua para abrir esses arquivos, mas não sejamos tolos em acreditar que é por meio dessa novelinha do magnata Silvio Santos que reconstruiremos nossa história e colocaremos na cadeia os generais de pijamas, que estão gozando de aposentadorias gordas à custa dos trabalhadores desse país.

A história se constrói dia a dia na luta, no embate com o inimigo, ocupando e revolucionando todos os espaços, de forma alguma o inimigo fará por nós, até porque, será que nessa novela o senhor Silvio deixará ser abordado que os meios de comunicação no Brasil apoiaram o golpe militar? E o unico meio de comunicação que combateu foi a TV Excelsior? Que caiu por terra com os ataques militares, golpes financeiros, desvios de equipamentos para a TV Gazeta e por fim corte de concessão onde os militares repassaram ao SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) num sistema de concorrência pública fajuta.

Olha só que coisa, só um pouquinho de história para confrontarmos as contradições existentes. E aí? Dá para levar a sério essa estória pra boi ir dormir? Claro que não! No entanto, temos que aturar esses entendidos caricaturando e lucrando com a história. NOSSA HISTÓRIA!!!

Cultura Break: instrumento de manifesto fundamental e providencial para a juventude periférica.

O Break como qualquer outra manifestação artística oriunda das ruas, sofreu preconceitos e acabou sendo inicialmente marginalizado. Mas mesmo com chutes na perna e geral da polícia, muitos guerreiros e guerreiras continuaram em pé mostrando que essa forma de se expressar por meio da dança, além de ser uma cultura legitima e muita rica pela originalidade e criatividade, tem muito de positivo a contribuir com a sociedade.

Início

A cultura Break surgiu inicialmente em Nova Iorque (E.U.A) nos bairros pobres onde moravam negros e imigrantes latinos, mais conhecidos como guetos, esses bairros periféricos eram carentes de educação, segurança, cultura e espaços de lazer.

Frente ao caos é certo dizer que:

É nestes momentos que surgem pessoas cheias de criatividade que fazem daquilo que lhes faltam, armas para garantir a sobrevivência.

Assim…

Eis que surgem jovens que começaram a promover festas de rua misturando dança e música, inicialmente isso acabou fazendo surgir as gangues de rua que disputavam territórios, mas conforme o movimento foi crescendo e influenciados pelos latinos vindo da Jamaica, a música regaae acabou trazendo teor político para as letras e com o tempo essa galera começou a utilizar a poesia, a dança, a música e a pintura para discutirem sua realidade. Daí surgiria à cultura Hip Hop.

Com isso,

“As gangues foram encontrando naquelas novas formas de arte uma maneira de canalizar a violência em que viviam submersas, e passaram a freqüentar as festas e dançar break, competir com passos de dança e não mais com armas. Essa foi a proposta de Afrika Bambaataa, considerado hoje o padrinho da cultura hip-hop, o idealizador da junção dos elementos, criador do termo hip-hop e por anos tido como “master of records” (mestre dos discos), por sua vasta coleção de discos de vinil.” WIKIPÉDIA

No Brasil

Na década de oitenta a cultura Hip Hop encontrou ambiente favorável para fincar raízes no Brasil, precisamente em São Paulo na Rua 24 de maio e no metro São Bento, onde grupos de jovens de diversas partes da periferia de São Paulo se encontravam para dançar, cantar e discutir suas realidades.

Hoje, o movimento não é visto com olhares de preconceito como antes, a cultura Hip Hop ganhou respeito e espalhou-se pelo país inteiro. Mas a realidade ainda continua problemática, por isso o seu papel enquanto instrumento de manifesto é tão fundamental e providencial para a juventude periférica.

Confira a matéria com o grupo Break Dance da Baixada Santista:

HOJE COMPLETA 47 ANOS QUE A DITADURA FOI INSTALADA NO BRASIL. ESQUECER NÃO É O CAMINHO!

Não podemos esquecer jamais que hoje completa 47 anos que a ditadura foi instalada, a constituição rasgada e em 20 anos que seguiram, morte e tortura mancharam a história deste país. E até hoje, há pessoas desaparecidas.

Os arquivos da ditadura nunca foram abertos, enquanto os carrascos continuam soltos gozando de aposentadorias à custa dos trabalhadores.

Hoje, há uma onda de querer vender a ideia de que não houve bandidos nem heróis, que foi uma guerra, mentira! Os militares atropelaram todos os direitos civis e fizeram tudo aquilo que esse Jair Bolsonáro é louco para fazer, só basta à gente ignorar o nosso passado.

Salve a todos que lutaram e morreram pelo país. Se hoje gozamos de alguma liberdade é devido os que lutaram e entregaram suas vidas.

Participe da campanha pela memória e pela verdade!

Abaixo-assinado pela abertura dos arquivos da ditadura clique aqui e assine.

Vozes do Gueto: Comunicação Comunitária de responsa!

Segundo os teóricos,  a comunicação foi tão importante para a humanidade quanto a escrita. Pois foi por meio dela que o ser humano começou a desenvolver o processo de construção de significados, o que permitiu partilhar com outros indivíduos elementos de comportamento e de entendimento comum que garantisse a sobrevivência na terra.

Pensando a partir dessa análise podemos perceber o quanto a comunicação exerce um papel fundamental para contribuir com o desenvolvimento da sociedade. Infelizmente ao que parece está faltando comunicadores que possam exercer um papel responsável em produzir informação colaborativa para o bem estar social, hoje fazer comunicação é vender mercadoria, fazer espetáculo e por aí vai, quando não for pelego.

Mas, nem tudo está perdido, ainda existem comunicadores compromissados.

Confira a matéria a seguir e conheça um pouco sobre  o Mano Zé Elias Radialista Comunitário de responsa, apresentador do programa Vozes do Gueto.

[audio http://www.radiotube.org.br/upload/audio_anexo/65725c92ab.mp3]

Infância roubada. Hoje em torno de 4,8 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e dezessete anos estão trabalhando no Brasil

Milhares de crianças deixam de ir a escola e ter seus direitos preservados devido a necessidade de terem que trabalhar desde a mais tenra idade, seja na lavoura, campo,  fábrica ou casas de família, e muitas delas sem receber remuneração alguma.

Hoje em torno de 4,8 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e dezessete anos estão trabalhando no Brasil, desse total 1,2 milhões estão na faixa entre cinco e treze anos. Apesar de no Brasil o trabalho infantil ser considerado ilegal para crianças e adolescentes entre essa faixa etária, a realidade continua sendo outra.

Ouça  matéria

[audio http://www.radiotube.org.br/upload/audio_anexo/a50bb71cd6.mp3]

OBS: No dia 12 de junho é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. Frente esses dados alarmantes, a Rádio da Juventude está produzindo um Documentário de Rádio a respeito do trabalho infantil, essa  matéria é parte desta produção que ficará pronta até Junho, que visa servir de insumo para discutir essa realidade, tão banalizada infelizmente em nossa sociedade.

Música de caráter militante

Que tipo de música você ouve? Música para relaxar ou para militar?

Oras, mas o que a música tem a ver com militância?

Muita coisa pode acreditar! A relação entre ambas, sempre foi muito tênue, quando não, unha e carne.

Vários artistas utilizam ou utilizaram a música como ferramenta de manifesto.

Ouça  matéria a seguir e saiba mais a respeito deste romance revolucionário.

OBS: Caso o áudio carregar rapidamente provavelmente irá dar erro no arquivo e cortar a matéria pela metade, feche e abra a página novamente.