Das necessidades e das propriedades privadas…

Foto-1306A sociedade invisível existe porque nos acostumamos a ignorar os nossos problemas sociais, nos refugiando em nosso pequeno mundo particular no qual apenas cabem nossos anseios, as nossas necessidades e a nossa propriedade privada.

Típico da sociedade capitalista, onde o ter antes do ser, não é só um problema quando nos empurram para uma sintomática distorção da realidade que nos obriga a viver longe de nossa essência e a transformar tudo em produto de compra e venda, ele é ainda mais perverso quando nos faz pensar e perceber o outro como o nosso inferno.

caminhandoPor isso, os problemas sociais são ignorados com tamanha facilidade e rejeição. Por isso também a naturalidade de se andar pelas ruas e ver gente dormindo/morando nas calçadas e nas praças, tornou-se algo tão comum que se perde no cenário cotidiano de uma vida sem tempo, coisificada e insensível.

Está aí uma falta de preocupação absurda que nos permeia até mesmo quando discutimos filosofias e apontamos idéias mirabolantes dentro das Universidades, dos espaços de discussão, na roda de amigos… Contudo, somos incapazes de ao nosso redor, agir sobre a realidade.

Foto-1203E muitas vezes quando essa preocupação torna-se ação, é de forma assistencial, paternalista, ou evangelizadora, obedecendo a uma lógica de enobrecimento, de ajuda solidária, porém, míope e atravessada que contribui muito mais para a manutenção e para a naturalização dos problemas, do que para uma mudança social radical.

Exemplos:

O caso Pinheirinhos o Estado entendeu que a propriedade particular é mais importante que o direito à moradia de mais de cinco mil pessoas.

Em Belo Monte o Estado entendeu que a construção de uma Usina Hidroelétrica que irá funcionar cerca de três meses ao ano é mais importante que aproximadamente 5.500 índios, 30 mil famílias que serão despejadas e todo o impacto ambiental ao Parque do Xingu.

Na Cracolândia um problema social e de saúde pública o Estado entendeu que a higienização social é a melhor solução.

Foto-1095Triste mais real, essa é a realidade que significamos dia a dia, vigiados, entretidos com o espetáculo televiso e oprimidos por um estado de coisas que cega e só contribui para proliferar a estupidez e a ignorância.

E aí, como mudar? Como transformar essa realidade abrupta? Como o discurso e a prática podem se aliar de forma efetiva?

 

Comunicação livre! levante sua antena, levante sua voz!

A concessão

No Brasil a questão da concessão sempre foi um negócio político e capital. De um lado políticos que enxergam o meio como aparelho ideológico, de outros empresários transformando tudo em negócio, (e tudo se funde) enquanto a informação e o direito a liberdade de expressão são jogados no lixo. Na realidade o direito de se comunicar e produzir informação são sufocados por uma moral que favorece alguns e excluem outros.

Os oligopolistas durante décadas controlam que tipo de conhecimento deve chegar até o povo, velhas raposas insistem num discurso vazio, do tipo: rádio pirata derruba avião. No entanto, nunca foi confirmado por laudos técnicos que isso fosse verdade.

Subvertendo o espectro radiofônico

Rádios livres com orgulho! E se quiserem que chamem de pirata, porque ninguém está se apropriando de nada, mas sim ocupando o espectro que é direito de todos, e para informação, rádios livres atuam numa potência de até 250 watts e comerciais de até 8.000 watts. Quem derruba avião afinal? Sem contar que as rádios atuam numa frequência de 88 MHz a 108 MHz, enquanto a aviação atua numa faixa acima de 108 MHz.

Enfim, há interesse político e capital neste discurso que a mídia, o quarto, senão o primeiro poder neste país, prolifera cheia de moral em defesa sabemos do que.

Pois, essa moral regulatória defende os barões da mídia, e desta forma não é qualquer mortal que terá uma concessão, pois o meio legal a ser trilhados não é para qualquer um, é coisa de gente $, ou seja, deve-se oferecer uma proposta financeira ao governo avaliada em muitos e muitos zeros, concessão? Não! Estelionato descarado. A moral neste caso, não tem moral nenhuma, é de uma violência incontestável.

O que percebemos claramente é que ela vem carregada de subjetividades e quem paga com isso somos nós comunicadores,  militantes, universitários, comunidades, sindicatos, movimentos populares… Todos sem exceção! Proibidos de exercer a comunicação por causa de uma moral dissimulada que exclui e dita regras.

Mas, vamos falar francamente. Qual o problema de se ter uma rádio com fins lucrativos ou não? O espectro está saturado em algumas cidades, ok? Vamos administrar, numa lógica de respeito, de organização e não de opressão? Alguém topa? Duvidamos, querem o controle total, é a lógica deste sistema, controlar para acumular mais capital e poder.

Anistia bloqueada no Congresso Nacional

A lei de Anistia não ter passado no Congresso Nacional, infelizmente, não dá para ser encarada com espanto, oras, boa parte dos Deputados são concessionários, donos ou acionistas de TVs e Rádio no Brasil, não é a toa que o projeto de regulamentação dos meios de comunicação também não consegue prosseguir adiante, o que vemos sempre são discussões e mais discussões e promessas.

Na prática segundo dados do Coletivo Intervozes “ o Governo do PT fechou mais rádios comunitárias que o Governo do FHC” E isso, não é nenhuma novidade vindo de um Governo cujo interesse se resume a luta pelo poder e que entende comunicação social como uma meia dúzia de Blogueiros Progressistas pelegos que vivem da critica ao PIG, mas, que fecham os olhos a politica opressiva do Governo.

Um direito humano

A comunicação deve ser entendida como um direito humano fundamental, do mesmo modo que a educação, a saúde, a moradia… Mas assim, como esses direitos, ela é negada e quem ousa subverter essa lógica ainda é taxado de criminoso.

O que devemos fazer é levantar nossas antenas, ligar nossos transmissoras e deixar ecoar a nossa voz! A rádio livre tem um papel importantíssimo nessa luta contra a opressão Estatal. Não é possível aceitar mais um dia de opressão, de exclusão, de prisão e de todo o lixo que essa organização social fundado no lucro quer nos empurrar e nos fazer vivenciar dia a dia.

Rumo a gestão popular de rádios livres! De forma que não fiquemos engessados em leis que impossibilitam a luta pela transformação radical da sociedade.

E toda solidariedade aos companheir@s comunicador@s que estão respondendo processos, por ter o direito a comunicação negado, contrariando o Artigo 5º da Constituição Federal que diz:

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença

Seguimos na luta!

Três conjuntos habitacionais fantasmas em São Vicente. Mas, foram gastos 12 milhões!

Foto de Felipe Lobo

Em São Vicente no bairro do Joquey Clube, mais precisamente no Dique Sambaiatuba, três conjuntos habitacionais servem perfeitamente para um filme de fim dos tempos, ou, para aqueles documentários de canal a cabo estadunidense “History” que contam histórias mirabolantes, tipo, ¨imaginem o mundo sem ninguém.¨

No entanto, a história destes conjuntos, infelizmente, não é fictícia, é tão real e perversa que precisamos pensar de verdade num mundo sem Estado, representantes e administradores públicos, pois, são tão incompetentes que não é possível sequer imaginar um mundo com eles.

Mas, vamos ao cerne da questão: Nestes três conjuntos foram gastos 12 milhões, (O dinheiro da obra veio do FAT fundo de amparo ao trabalhador) ficou pronto em 2004, porém, logo foi abandonado pela burocracia e pela incompetência Municipal, Estadual e Federal que em 2005 não sabiam se o projeto iria virar “Minha casa minha vida” ou ficaria como obra do PAR . Em 2007 a CDHU entra como Administradora, porém, a obra fica novamente emperrada, porque parte do dinheiro virá do PAC, outra parte do Estado e outra do Município, só que… Nada aconteceu e o prédio continuou abandonado. Com isso, a população foi ocupando e retirando o que precisava.

Depois de inúmeras denúncias, agosto de 2010, a Prefeitura de São Vicente e a Caixa Econômica Federal anunciaram que as obras seriam retomadas com previsão para novembro de 2011. Já estamos em novembro de 2012.

E aí? Nada! Quem tiver a oportunidade pode conferir os esqueletos dos prédios que são o que restam, parte dele foi ocupado pela população, outra parte afunda na lama e é ocupado pelo mato.

Segundo o ex secretário de habitação de São Vicente Alfredo Martins, (hoje vereador eleito ) questionado pela Rádio da Juventude, ” Ali há um problema de burocracia no qual depende de muitas questões que me fogem a alçada”. Resumindo: Ocupemos!

Pois, a incompetência administrativa de quem representa a população nunca vai mudar, e chega de representantes, façamos por nós!

Polícia Militar ostensiva na Baixada Santista é sinônimo de segurança?

Quem é morador da Baixada Santista já deve ter notado  a quantidade de policiais que estão espalhados pela região, principalmente nos fins de semana.

Na praia da Biquinha, em São Vicente, por exemplo, flagrar viaturas da polícia  andando pela areia, motos pelas calçadas, ou atravessando pelas praças, demostram bem a forma como essa segurança está sendo conduzida. Sem contar a “geral”, que é de praxe, policiais esculachando mesmo, tratando as pessoas (principalmente os jovens) como criminosas, malfeitoras que devem ser banidas dos espaços públicos. Pior: assustadoramente tornou-se comum ver isso acontecendo à luz do dia, na frente de todo mundo.

E por quê?

Segundo o novo coronel da  Polícia Militar da Baixada Santista e Vale do Ribeira, Marcelo Prado, somente com um bom diagnóstico será possível fazer uma boa intervenção na região para conter a onda de violência. Diz também que: “Estamos reavaliando a administração e vamos liberar o maior número de policiais para a atividade […} criar conselhos comunitários, utilizar as redes sociais”.

Pois é, parece que esta atividade está em andamento (aliás, como sempre esteve). O triste é viver uma realidade onde os representantes públicos têm uma visão tacanha sobre a questão da violência, na verdade resumem ela a uma simples briga de polícia e ladrão, onde a única solução (que acaba sendo sempre a adotada) é a de aumentar o efetivo policial, que no final das contas só irá resultar em mais atitudes de repressão.

Fica nítido como toda esta ostensividade é promovida pelo Estado por puro controle social. Copa do Mundo vem aí, Olimpíada também, na Baixada Santista temos a questão do pré-sal impulsionando a especulação imobiliária.

Ou seja, a população que está sendo excluída, é a mesma que sustenta sobre seus ombros todos os grandes eventos, mas, a única coisa que ganha com isso, é a humilhação e o porrete da polícia.

OBS: Continuaremos este assunto.

Manifesto Guarani Kaiowá em Santos

Cerca de cinqüenta pessoas estiveram na praça da independência em Santos, neste último domingo dia 11 de novembro de 2012, manifestando-se em solidariedade a comunidade indígena Guarani Kaiowá. Faixas, cartazes e pinturas de protesto deram o tom do ato.

Frases de protesto como “Somos todos Guarani Kaiowá” embalaram a manifestação que seguiu da praça da independência até a orla da praia, onde os manifestantes começaram a convidar as pessoas que passavam pelo local para participarem e expressarem sua indignação em relação ao massacre que ocorre há quinhentos anos sobre as populações indígenas, e que nos últimos anos, tem se intensificado com a construção de hidroelétricas, barragens, ferrovias, especulação imobiliária, expansão do agronegócio e todo o modelo desenvolvimentista adotado pelos governos que passaram pela história do Brasil.

A organização do manifesto ocorreu de forma espontânea, sem que nenhum grupo específico o organizasse, apenas, foi disseminada a convocação para o ato solidário por meio das redes sociais como: twitter, bloggs e facebook. Resultado: estudantes, ativistas, militantes de diversas organizações sociais e simpatizantes que por ali passavam fizeram os seguintes apontamentos:

“Essa é uma realidade de quinhentos anos de massacre! Não podemos aceitar esses massacres calados, os povos indígenas são nossos irmãos”

“Não são somente os povos indígenas que estão sendo massacrados, são também as comunidades ribeirinhas, kilombolas, sem teto, sem terra […] a expansão desta política desenvolvimentista resulta em massacre de toda a população pobre […] A juventude da periferia está sendo exterminada”

“A construção de Belo Monte trará efeitos violentos tanto no aspecto ambiental, quanto social! Comunidades inteiras serão expulsas para a construção de uma hidroelétrica desnecessária que somente irá servir ao capital”

“Temos que nos organizar, unirmos forças! Aqui mesmo em nossa região, em São Vicente há uma aldeia Guarani (Paranapuã) onde essa comunidade está sendo dizimada pelo poder público […] E tantas outras em nosso litoral que estão sendo esmagadas, pois, o poder público, proíbe a construção de escolas indígenas, não permite o acesso de grupos solidários, e boa parte dos indígenas acabam tendo que buscar emprego nas cidades, nas feiras livres, ou na mendicância […] Na verdade, nossa região carece de uma organização popular que levante e faça o enfrentamento direto, porque problemas aqui não faltam. O que a copa do mundo irá trazer de beneficio para a população? Nada! O pré-sal? Nada!” e o que estamos fazendo? “A especulação imobiliária e a higienização social estão aí explodindo na nossa cara”

“A gente não pode se iludir mais com o voto, nem com nenhum tipo de governo, nós precisamos criar formas alternativas de produção e luta social […] Socializar os conhecimentos e fortalecer nossas quebradas, é na periferia que o bicho pega! Todos sabem algo: escrever, cantar, dançar… Propagar cultura para fortalecer com iniciativas, isso, na base popular é fundamental! Não adianta esperar por um messias, um líder, um salvador, façamos por nós com nossas próprias mãos!

Ao término dos apontamentos, o grupo que se encontrava em circulo discutindo muito mais questões que aqui registradas, naturalmente dispersou-se e alguns manifestantes ainda animados resolveram seguir em caminhada até a cidade vizinha de São Vicente, onde estava ocorrendo uma feira de artesanato (também na orla da praia) e lá levar as reivindicações e por fim encerrar o ato.

OBS: Podemos elencar de positivo no ato, a resistência deste grupo que num domingo de sol se propôs a discutir e a solidarizar-se com os Guaranis Kaiowá do Mato Grosso do Sul. Mas, também é preciso que essa energia produzida continue a crescer e a fortalecer as lutas sociais de forma solidária, livre e horizontal, para deste modo, transformar a realidade social, e isso, há de ser entendido como um compromisso popular que esteja além de bandeiras partidárias.

Carandiru. Quem é o responsável?

Infelizmente. O que ocorreu no Carandiru não é nada diferente do que ocorre no país inteiro, exemplo: Pinherinhos, Giral, Belo Monte, os assassinatos de indígenas em Roraima por grileiros, a operação higienização para receber a copa do mundo, cracolândia, Favela do Canão, as retaliações da polícia ao PCC na Baixada Santista que segundo dados do IML contabilizam 493 jovens de periferia assassinados pela polícia de 2006 à 20012, os 21 mil trabalhadores em condições análogas a escravidão segundo pesquisa de maio de 2011 do Ministério do Trabalho… E a lista não para.

O caso do Carandiru é mais um exemplo de como a política do Estado é de opressão, e toda a lógica de nossa organização social é de segregação social para garantir privilégios.

A existência de uma casa de detenção não é para ressocializar o cidadão infrator, é para moer gente que o Estado de direito não foi capaz de criar garantias.

Se ninguém foi punido, a pergunta é, por quê? Oras, evidente que não, um deles é até deputado. Precisamos é aguçar nosso olhar e radicalizar para entender o fenômeno social das prisões.

Por que elas existem? Por que o governo gasta tanto com prisões superando os gastos com educação? É preciso entender como se estrutura a sociedade e mobilizar as bases para intervir com ações reais e não paliativas. A polícia como instrumento do Estado vai cumprir seu papel de controle social, diante de qualquer situação identificada como contrária a ordem determinada pelo Estado.

Não há um momento na história onde as Instituições e os Estados não tenham sido criados para subjugar e legitimar o poder de um grupo social sobre outro.

O triste é ver a sociedade brasileira ludibriada por meios de comunicação, alienados e espúrios, reproduzindo a ideia de que colocar os responsáveis (policiais) na prisão irá dar um exemplo de justiça, quando na verdade, os policiais devem ser presos sim! Mas o grande responsável é o Estado Brasileiro, e este deve ser desmascarado como o grande assassino e opressor social, responsável por todas as mazelas sociais.

Por isso, enquanto a sociedade acreditar que a renovação política por meio de representações partidárias, trará mudanças, dentro uma organização social que não funciona, estaremos vivendo o passado no presente e projetando o mesmo futuro de barbárie.

Há 500 anos que mais de 111 são mortos, e tornou-se insustentável discutir os direitos humanos por um viés que não leva em consideração todos os aspectos sociais que determinam a realidade.

SEGURANÇA PÚBLICA. Direitos Humanos para Todos?

Dia 19 de setembro de 2012 ocorreu na Unifesp Baixada Santista o I Seminário sobre SEGURANÇA PÚBLICA ¨Direitos Humanos para Todos¨. Cerca de cinquenta pessoas estiveram presentes, entre elas estudantes, professores, ativistas de direitos humanos, ONGs e cidadãos comuns.

A 1° mesa de debate foi composta por Thiago Santos de Souza Coordenador da Defensoria Pública Regional de Santos, Luiz Eduardo Arruda Cel PM da Diretoria de Ensino e Cultura de São Paulo, Fabiana Botelho da Defensoria Pública de São Paulo e Hélio Silva Junior Advogado representando a OAB, este último não compareceu, mas, em seu lugar para representá-lo, outro advogado incumbiu-se de tal compromisso, contudo, seu nome este que vos escreve esqueceu, fato desagrádavel para uma mesa composta por representantes do Estado, ok!

Como foi divulgado pelas redes sociais: oportunidade rara para um ¨cara a cara¨ com autoridades. Será? Enfim, feita a solene abertura de blábláblá, algo que intrigava era discutir segurança pública só com milicos, oras, a polícia é um agente muito atuante no que diz respeito a violação dos direitos humanos, e neste Seminário, a voz era deles?

O combinado era uma hora e meia de exposição (deles) e uma hora e meia de debate com o público, no entanto, milico sabe como é, DOMINA! O que começou a gerar uma tensão na galera que sacou desde o princípio a cascata de uma discussão de cima para baixo, onde o Cel Arruda tecia em discurso e em power point dados da eficiência da PM, além de dizer: sou ativista dos direitos humanos e de uma polícia humanizada e […] Construção coletiva […] Estamos abertos a ideias, sugestões…

Argumentos bem articulados, estátiscas, projeções, palavras bonitas… E assim foi d@s outr@s companheir@s de mesa e Instituição, que em alguns pontos rolou até piada: Está liberado falar palavrão porque Universidade é para a gente pirar nas ideias, formar mão de obra para o mercado, é saudável, só que discussão tem que ter educação…

Para! Nós sabemos o que eles fazem numa manifestação de greve. E não vamos esquecer e nem achar graça. Educação é o caralho! Somos nós quem levamos borrachada, somos nós quem estamos sendo oprimidos! Rebateu muito bem um estudante.

Daí por diante começou o debate, perguntas sobre Pinheirinhos, Belo Monte, Favela do Canão, Cracolândia, os 493 jovens mortos pela PM na Baixada Santista em retaliação ao ataques do PCC em 2006 ( todos com tiros pelas costas segundo dados do IML) a operação higienização nos centros urbanos, extermínio de comunidade indigenas, kilombolas e de rua. E assim parte do público bradava:

Se é para discutir direitos humanos, queremos abertura para expor todos os problemas, afinal, está sendo discutido direitos humanos para todos, ou para um nicho social?

Não tem representação de gênero nesta mesa! Não tem organização social nesta mesa! Cadê as pessoas que vivem na pele a opressão da polícia? Que na verdade, a polícia é só uma ferramenta do Estado, e o Estado é o grande culpado e o grande assassino! Enquanto houver Estado haverá opressão!

Querem discutir coletivamente e desrespeitam nossas falas. Não nos deixam falar.

Mas, apesar de todas essas colocações, nenhuma resposta, voltas e voltas e absorção de discurso; ¨concordo, claro, concordo, foi monstruoso mesmo, temos que nos unir e mudar isso¨.

O que tornou evidente que o Cel Arruda conhecia como se articulava por dentro os movimentos sociais, e das duas uma, ou ele era um esquizofrênico, ou muito bem preparado para limpar a imagem da polícia. Até penso que as duas coisas, tipo, daqueles que querem reformar o inferno, enquanto o diabo vai te usando para fazer propaganda que lá é um lugar agradável. E neste caso o diabo é o Estado.

Uma coisa interessante foi ouvir os discursos revoltosos de algumas pessoas que foram lá discutir direitos humanos e segurança pública por um viés: ¨violência é caso de polícia!¨ e quando sentiram-se intimidadas com todas as exposições das mazelas que vive a maior parte da população, o discurso deles ficou atropelado para não dizer outra coisa.

Temos que ser mais humanos, não se iludam jovens! Não existe mais esquerda, não existe mais direita, essa coisa de ideologia é ruim, todos podemos lutar e sermos felizes, por isso, precisamos da polícia, do exército, de Deus e da paz no coração.

Isso, como se toda a problematização levantada não tivesse nada de humano. E na verdade, tem muito de humano! O que não tem de humano é querer se esconder por tráz de leis que privilegiam uma minoria e exclui e oprimi a maioria.

Mas, aí o buraco é mais embaixo e assumir que se vive de discursos hipócritas não é tarefa fácil para quem defende seu ossinho, até porque naturalizar o estado das coisas e culpabilizar quem está com a cabeça de baixo das botas é simples e não dói no bolso.

 

OBS: Sobre a outra parte do seminário não acompanhei, fiquei cansado e tinha que acordar cedo no outro dia para pegar busão lotado… Se alguém sabe deixe comentários.

O que representa a Copa do Mundo de fato?

A copa do mundo por onde passou deixou um rastro de problemas para os países que investiram dinheiro público no maior evento esportivo do mundo. Na África do Sul, por exemplo, o último país que sediou a copa, comunidades inteiras de bairros periféricos foram removidas somente porque estavam no caminho por onde passaria o modelo de modernidade, no que diz respeito ao transporte público.

Gautrain como foi batizado o sistema de transporte ferroviário, para se tornar realidade, o governo da África teve que investir 24 bilhões dos cofres públicos, para ter uma ideia, o valor deste trem é de 10 euros cobrados por um bilhete do centro de Johanesburgo até o aeroporto, ou seja, um preço de turista. Mas e hoje? O preço não baixou. Então, quem são os turistas?

Em relação os grandiosos estádios construídos, hoje a África vive um dilema em como administrar essas obras faraônicas, já que a iniciativa privada se retirou da jogada, pois só estava envolvida no projeto inicial e como no próprio projeto não se previa em como utiliza-los, afinal, as equipes internacionais e os torcedores iriam embora ao término da copa.

Segundo o próprio governo africano “Embora em alguns estádios tenham sido realizados grandes eventos esportivos após o Mundial, especialmente no Soccer City, em outros, como o de Polokwane ou o de Port Elizabeth, não foi registrada atividade alguma e, por isso, já se encontram em uma situação econômica insustentável”.

A alternativa que o governo africano encontrou foi pedir as equipes de rúgbi e críquete, esportes que movimentam mais dinheiro que o futebol, que ocupem os estádios e realizem suas partidas neles para garantir a viabilidade do pagamento das faturas (custos) que chegam mensalmente. Traduzindo, a África do Sul construiu elefantes brancos quais não sabe o que fazer com eles.

Mas este lado da moeda é apenas a ponta do Iceberg, porque o povo africano sem recursos, nem acesso teve aos jogos da copa, devido o alto preço de uma partida que na época girava em torno de US$ 100,00 até US$ 2000,00 dólares, isso dependendo da seleção que estivesse jogando ou localização da cadeira comprada, o que é evidente que excluía pontualmente essa população.

E no caso das comunidades que foram removidas para a construção do sistema ferroviário citadas acima no texto, para onde elas foram? Colocadas em containers, essa é a verdade que o maior evento esportivo não conta.

Esperando a promessa do governo africano de construções de novas moradias ao término da copa, coisa que nunca ocorreu, e após a copa criou um estado de tensão e conflito social que perdura até hoje, ou seja, a população foi enganada e quando foi a luta por seus direitos, teve como resposta a opressão do Estado africano por meio da tropa de choque.

Perverso! Mas governo é igual em todo lugar. O que temos que aprender é que não podemos aceitar calados, sabemos que a farra das licitações começou, pois a Presidenta Dilma Rousseff  disse ano passado que não dá para burocratizar as obras da copa, ou seja, é mesmo uma farra onde a iniciativa privada suga até a última gota o dinheiro dos cofres públicos, e não só ela, mas, por exemplo, o Santuário Nacional Nossa Senhora Aparecida, instituição ligada à Igreja Católica que administra a basílica da cidade de Aparecida (168km da capital), no interior de São Paulo, que vai receber R$ 32,5 milhões de “empréstimo” do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a construção do hotel popular “Cidade dos Romeiros”, é mole ou quer mais? Hotel popular para receber turistas da copa?

Para ter uma ideia o BNDES Pró-Copa Turismo, tem linha de financiamento de R$ 1 bilhão com condições especiais de juros e pagamento para projetos hoteleiros a serem construídos para atender à demanda turística gerada pela Copa do Mundo de 2014.

De partida há investimento de cinco bilhões, vindo de outros setores do governo, mas há um certo obscurantismo em torno de quanto será este investimento de fato.

A pergunta é: todo esse montante de dinheiro público vai beneficiar quem? O governo diz que a Copa do Mundo de 2014 irá quintuplicar os investimentos diretos realizados no país, injetando R$ 142,39 bilhões na economia brasileira até 2014.  Deste ponto de vista, só beneficies! Será?

No Brasil já temos exemplo da mentira que são esses grandes eventos, o Jogos Pan-americanos realizado em 2007, deixou um monte de elefantes brancos para trás, dívidas e dívidas para os cofres públicos e de nada fomentou ou contribuiu para a cultura esportiva de diversas modalidades, como venderam a ideia na época, muito menos melhorou a qualidade de vida das pessoas.

Para a copa de 2014 já temos exemplos de construções que resultarão em problemas, como o caso da construção de estádios em Manaus, Brasília, Natal e Cuiabá. Em Natal, por exemplo, há uma construção de um corredor de ônibus no qual está sendo feito um alargamento da avenida, sabe quem está cedendo recurso para isso? Os moradores da avenida, que estão tendo que sair de suas casas, há outros casos, em Cuiabá com a construção da ferrovia para o VLT (veículo leve sobre trilho) o mesmo caso de expulsão está ocorrendo, já em Brasilia em abril de 2011 a Justiça embargou uma licitação por conter fraude de que o governo do Distrito Federal teria beneficiado os grupos  Daclon, Altran/TCBR e Veja Engenharia, que teria relações com o presidente do metrô do DF, José Gaspar de Souza. Não é mesmo uma farra?

Sem contar que, há de se fazer uma observação, que diversas cidades do Brasil possuem o projeto do VLT, e eles nunca saíram do papel devido o conflito com as empresas locais de transporte, que sempre ganham na queda de braço, no entanto, agora estão sendo desengavetados, por que será? E de que forma isso será feito? Há de se considerar também a falta de estudos de orçamentos, que estão sendo feitos a base de mãe Diná.

É preciso organização popular para o enfrentamento direto contra os malefícios que a copa trará! Diversos comitês pró-copa estão surgindo pelas cidades brasileiras, em sua maioria são formados por grupos empresariais e politiqueiros querendo se beneficiar. Nada mais que isso! É preciso fomentar comitês populares onde a população tome as decisões do que é melhor para a sua cidade, o seu bairro e a sua vida. As diretrizes da copa impostas pela FIFA e acatadas pelo Governo Federal sem consulta pública é de uma violência e cara de pau sem tamanho, pois ela criminaliza qualquer pessoa que comercialize algum tipo de produto que faça referência à copa, e num país onde o trabalho informal cresce a cada dia, devido o desemprego, o Governo Federal vai ter que começar a construir novos cárceres.

Resumindo: a lei criminaliza, fere direitos de cidadania e garante o monopólio a FIFA.  De fato, é uma copa que serve ao capitalismo e como consequência a exploração do povo pobre. Senão houver organização popular as coisas irão se agravar e o povo pagará as contas de uma copa que não lhe pertence.

Poder popular já!

Ato contra a “privatização da TV Cultura” é marcado para o dia 16

Post de origem: Carta Maior

Nessa data, o conselho curador da Fundação Padre Anchieta elegerá seu novo presidente. Manifestantes contrários às demissões em massa, à extinção de programas tradicionais, como Zoom, Grandes Momentos do Esporte e Vitrine, e à cessão de espaço na grade para a mídia privada prometem tomar as imediações da emissora, da zona oeste de São Paulo. Na noite de terça-feira (3), um ato reuniu profissionais de comunicação, artistas, sindicalistas e parlamentares em protesto contra as reformas na tevê.
Marcel Gomes

São Paulo – Um grande protesto contra a “privatização da TV Cultura” tomará as imediações da emissora, na zona oeste de São Paulo, no próximo dia 16 de abril. Nessa data, o conselho curador da Fundação Padre Anchieta elegerá seu novo presidente.

O advogado e jornalista Moacyr Expedito, que ocupava o cargo, renunciou semana passada, um ano antes do término de seu mandado. O conselho curador colabora com a administração da tevê, que está nas mãos do presidente da Fundação Padre Anchieta, o economista João Sayad.

O protesto foi agendado na noite desta terça-feira (3) por profissionais de comunicação, sindicalistas, artistas e parlamentares, que participaram de um ato contra as reformas empreendidas na emissora. Entre elas, destacam-se a redução do quadro de funcionários – segundo os manifestantes, em mais de mil profissionais -, e a extinção de programas tradicionais, como Zoom, Grandes Momentos do Esporte e Vitrine.

Além disso, houve a tentativa de encerramento do programa Manos e Minas, que traz manifestações culturais da periferia da cidade para a televisão. Mas, diante dos protestos, a direção da emissora recuou. Os profissionais que conduziam o programa, porém, acabaram demitidos.

Para ocupar a grade, a TV Cultura convidou tradicionais veículos da grande imprensa paulista para fornecerem conteúdos, entre eles Folha de S. Paulo, Estadão e Veja. Por enquanto, apenas a Folha ocupou o espaço, com um jornalístico nas noites de domingo. Segundo o próprio jornal, foi feita uma permuta: a tevê cedeu espaço em troca de espaço publicitário no jornal impresso.

Indignação
“É a mídia privada ocupando espaço na tevê pública, um absurdo”, protestou o jornalista Renato Rovai, presidente da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom) e editor da revista Fórum. Segundo ele, por trás dessas mudanças está uma concepção da mídia privada e de governos do PSDB de “não engolirem o serviço público de comunicação”.

Na mesma linha, o diretor da Altercom e da Carta Maior, Joaquim Ernesto Palhares, lembrou que a tevê pública do Rio Grande do Sul foi “sucateada” no governo de Yeda Crusius (2007-2011), do PSDB. “É o modelo tucano de fazer política e governar, e que ainda conta com um cinturão midiático ao seu redor”, afirmou.

Para o jornalista Pedro Pomar, também presente no ato, o desmonte da TV Cultura é “estratégico para os tucanos”. “É mais um capítulo da reforma do Estado que eles vêm empreendendo nos últimos 20 anos. E a emissora é um símbolo que precisa ser destruído, porque ela mostra que o que é público pode ser bom”, criticou.

O ato, realizado no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, contou com a participação de funcionários e ex-funcionários da TV Cultura. A jornalista Marilu Cabañas, demitida após 16 anos de casa, se emocionou ao fazer um relato sobre os novos rumos da programação da emissora. “Quando eu estava produzindo uma série sobre crianças desaparecidas, veio uma ordem de que não devíamos ficar falando sobre pobres nas reportagens”, contou. A série acabou exibida, por pressão de outros colegas.

Desmonte
Já o funcionário Sérgio Ipoldo Guimarães revelou que o departamento em que trabalhava, o de meteorologia, foi extinto, para dar lugar a um convênio com a empresa Somar Meteorologia. Hoje, ele ocupa um cargo na direção do Sindicato dos Radialistas, e não sabe o que fará na emissora quando retornar. “Meu desejo é me qualificar para outra função”, disse.

Para João Brant, do coletivo Intervozes, o desmonte da tevê tem o potencial de influenciar as experiências culturais das pessoas. “Eu mesmo tive minha formação musical através da rádio Cultura AM, que tinha uma amplitude de repertório e muito cuidado com a música brasileira”, afirmou.

O enfraquecimento da TV Cultura gera, ainda, uma baixa na formação de quadros técnicos para o sistema público de comunicação. Segundo o professor Laurindo Leal Filho, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, a academia brasileira não tem tradição na formação de pessoal para o sistema público, e esse papel era desempenhado pela TV Cultura.

Mais ações
Além do ato no dia 16, os manifestantes, que também participam de entidades como Central Única dos Trabalhadores (CUT), Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e Sindicato dos Jornalistas, entre outras, farão pressão na Assembléia Legislativa para que uma audiência pública discuta a questão. Entre os parlamentares que apóiam a proposta, participaram do ato os deputados estaduais Carlos Giannazi (PSOL), Simão Pedro (PT) e Leci Brandão (PCdoB).

Renata Mielli, do Centro de Estudos Barão de Itararé, sistematizou as propostas dos participantes. Além dos protestos do dia 16 e da audiência pública na Assembléia, as entidades envolvidas circularão um manifesto contra o desmonte da tevê, colherão depoimentos de artistas e jornalistas, encaminharão um ofício solicitando que sejam ouvidas pelo conselho da Fundação Padre Anchieta, e exigirão auditoria nos contratos da emissora.

Fotos: Maringoni/Carta Maior

CONQUISTA DA ORGANIZAÇÃO POPULAR:CAI DIRETORA DA UNIDADE JATOBÁ – UI28 RAPOSO TAVARES, DA FUNDAÇÃO CASA, E A LUTA AVANÇA!

Após 6 meses de organização e luta popular dos adolescentes, de suas famílias e d@s militantes de direitos humanos, a primeira vitória foi conquistada com a saída da Diretora Tania, da Unidade Jatobá UI28/Fundação Casa/Febem, uma das responsáveis pelas torturas cometidas contra os adolescentes.

Essa conquista é a prova que é somente nas ruas, com organização e luta popular que avançamos para a uma sociedade mais justa e igualitária!

Continuaremos na luta pelo fim da criminalização e do Estado Penal !

FRENTE DE LUTA PELO FIM DA FEBEM/FUNDAÇÃO CASA

Ato contra o Genocídio do Povo Guarani Kaiowá

Ato contra o Genocídio do Povo Guarani Kaiowá

No dia 18 de novembro, o cacique Nisio Gomes, Guarani Kaiowá do acampamento tekohá Guaiviry, em Mato Grosso do Sul, foi morto por pistoleiros com três tiros de espingarda, diante de pessoas de seu grupo. Seu corpo foi jogado numa caminhonete, e ainda não se tem notícia do paradeiro dele e de dois adolescentes e uma criança, que continuam desaparecidos.

O trágico episódio ilustra o processo de genocídio do povo Guarani Kaiowá, que na reconquista de seus territórios enfrenta a ganância de grandes proprietários de terras e transnacionais do agronegócio. Esses setores, contando com a conivência do Estado brasileiro, estão promovendo um verdadeiro massacre desse povo, que vem sofrendo com exploração do trabalho, crianças desnutridas, drogatição, doenças, ameaças, espancamentos e mortes encomendadas. E no estado do Mato Grosso do Sul a situação é alarmante: matam-se mais indígenas lá do que em todo os estados do País juntos. E sem medo da Justiça.

Esse ato é para mostrar a solidariedade aos Guarani Kaiowá, e denunciar o genocídio desse povo que luta bravamente pela terra.

29 de novembro – 19 horas
Pátio da Cruz da PUC – São Paulo (SP) – MAPA


ABAIXO ASSINADO:
Pela apuração rigorosa das violências contra os Guarani Kaiowá de Guaiviry – ASSINE!

 

Guarani Kaiowás Urgente!

Car@s Companheir@s,

Hoje, desde cedo a Radio Grande FM, 92,1 fm, de Dourados-MS está veículando informaçoes distorcidas sobre os ataques dos pistoleiros aos indígenas e falando o tempo todo que indígenas da Aldeia Takuara estão matando as vacas da Fazenda Brasilia do Sul, ao lado da Aldeia Takuara. Não sabemos qual a intenção do dono da fazenda, difundindo mentiras, dizendo que ja foram mortas 5 de suas vacas. Pode ser que seja para justificar a presença de jagunços em “sua” propriedade e na estrada, passando pela frente da Aldeia.
Os indígenas pede que tenham o direito a resposta na radio, que tenham espaço para dizer o que realmente está acontecendo na região, ou seja, denunciar o genocidio.

Podemos ter um novo ataque de pistoleiros na aldeia takuara com a desculpa que estao protegendo as vacas do Fazendeiro, o mesmo que mandou assassinar o Cacique Marcos Veron.

Hoje no almoço, os indigenas comeram abobora e mandioca, plantadas em nas roças da aldeia, não havia carne, como pode constatar um funcionario da FUNAI que esteve no local.

Quem tiver contato de Senador ou qualquer autoridade, entrem em contato é dramático!

POR TERRA, TRABALHO E MORADIA! É HORA DE OCUPAR AS TERRAS CAMPO E TERRENOS NAS CIDADES, AS FÁBRICAS FECHADAS E FALIDAS.

  1. Nós do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), da fábrica sob o controle dos trabalhadores Flaskô e militantes sem terra de Campinas realizamos no dia 12 de novembro um encontro no qual discutimos a necessidade de nos articularmos e organizarmos nossa luta conjunta dirigida ao governo federal no sentido de apontar as desapropriações como medidas urgentes de nossa pauta de luta.

    A fábrica ocupada Flaskô está ocupada há 8 anos e os trabalhadores lutam para manter seus empregos. Têm sofrido diversos ataques por parte do governo e da justiça em função das dívidas deixadas pelos antigos patrões. Os trabalhadores têm mantido a fábrica aberta e em funcionamento, mas sob ataques cada dia maiores. Por isso é necessário que o governo desaproprie a fábrica e a coloque sob o controle dos trabalhadores. É necessário que o governo desaproprie o terreno onde se construiu a Vila Operária regularizando as moradias. É necessário que o governo desaproprie os galpões da F&aacute ;brica de Cultura e Esporte consolidando um verdadeiro centro cultural público e sob o controle dos trabalhadores da arte e cultura. A desapropriação é a forma de reaver o que os patrões não pagaram, garantido os empregos, as moradias e a cultura.

    Nas cidades, as ocupações Zumbi e Dandara do MTST mostram a disposição de luta dos trabalhadores por suas moradias, mas esbarram na falta de terrenos. É hora de acabar com a especulação imobiliária desapropriando terrenos para construção das moradias para as famílias. No campo é necessário desapropriar as terras para a reforma agrária popular e sob o controle dos trabalhadores.

    Tarefas urgentes estão  colocados para os trabalhadores da cidade e do campo:

    • No campo o governo não deu nenhum passo para a mínima aplicação da constituição desapropriando as terras para a reforma agrária e por entrar para a história como não tendo realizado nenhum assentamento no primeiro ano de governo.
    • Nas cidades as famílias não têm onde morar e pouco se fez no sentido de aplicar as leis, como o estatuto da cidade, que prevê a desapropriação de terras para a moradia de interesse social.
    • Na fábrica ocupada Flaskô os ataques se ampliam por parte do governo e nenhuma medida concreta é adota no sentido de salvar os empregos.
    • Nas fábricas prossegue o processo de ataques aos direitos, com terceirizações e fechamento de unidades produtivas, como resultado a internacionalização das empresas para os patrões ganharem milhões, tudo com dinheiro público do BNDES.
    • A criminalização dos trabalhadores na cidade e no campo a cada dia é maior. Não podemos aceitar as ameaças aos militantes, os processos criminais e, mais do que isso, os assassinatos que prosseguem.

    Por isso, e sabendo que é necessário construir a unidade na luta decidimos organizar um ato unitário em 08 de dezembro no MASP em São Paulo para apresentarmos nossa pauta de reivindicações.

    – Desapropriação já da fábrica ocupada Flaskô

    – Desapropriação já pelas moradias da acampamento Dandara e Zumbi.

    – Desapropriação já por reforma agrária da área da fazenda Boa Vista em Americana – SP

    – Não à criminalização dos Movimentos Sociais.

     

    LOCAL: MASP
    DATA: 08 DE DEZEMBRO às 9 horas
    Às 15 horas: Lançamento da Campanha Sem Teto Com vida

     

    Movimento das Fábricas Ocupadas
    Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
    MST (Regional Campinas)

     

Debate sobre os impactos sociais dos processos de exploração do petróleo e gás

Por Nayara Teixeira

A exploração econômica das fontes de petróleo e gás no Brasil vem produzindo para a população, por meio dos grandes veículos midiáticos, a impressão de que estamos vivendo ou prestes a viver processos de grande desenvolvimento e bonança econômica no país. Recentemente a Região da Baixada Santista tornou-se foco de atenção com as descobertas de fontes de petróleo e gás na camada do pré-sal na Bacia de Santos e com sua exploração a partir de 2009. Experiências como a da região litorânea do Rio de Janeiro (Bacia de Campos), centradas na cidade de Macaé, contudo, servem de exemplo para mostrar que os impactos destes processos podem ser desastrosos para a maioria da população, desmascarando e colocando em xeque o significado deste tão propalado “desenvolvimento”.

Macaé é uma cidade em ebulição. Nos últimos dez anos sua economia crescer 600% e sua população aumentar em mais de 50% (IBGE). Subiu de 55ª para a 8ª cidade no ranking de participação dos pequenos municípios no PIB nacional. Sua renda per capita anual é de R$ 120.612,00. Em 2006 a cidade recebeu R$ 413.116.830, 41 em royalties e participações especiais. O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) apontou a cidade como a que mais se desenvolveu na última década no eixo Rio-São Paulo. Macaé está entre as cidades que mais formalizaram trabalhadores, tendo hoje 26% dos empregados com carteira assinada ganhando mais de dez salários mínimos. Tem o segundo maior parque hoteleiro do estado. Seu setor de turismo de negócios cresce de 6% a 9% ao ano, e corresponde a 71% do setor e a 10% do PIB do município (Fonte: Centro de Memória Antonio Alvarez Parada).

O município vem desde a década de 70 com o início das explorações, passando por muitas transformações. Hoje apresenta invejáveis indicadores de riqueza e crescimento econômico e grande investimento em áreas da educação e infância. O desempenho econômico da cidade e a invasão de pretodólares, contudo, não acompanha o investimento no seu crescimento estrutural e o município sofre com as conseqüências de um crescimento desordenado, não planejado, desigual, e sua deficiência generalizada na prestação de serviços públicos e disponibilização de equipamentos comunitários – a Prefeitura conta com 17 mil funcionários e apenas 8 mil são concursados estatutários1. Dados do Censo mostram que Macaé chega a receber uma população flutuante superior a 30 mil pessoas. Todos os dias 5,6 mil visitantes desembarcam na cidade, sendo 14% de origem estrangeira. Em geral chegam à cidade a trabalho, ganham seus dólares, vão embora sem investir no município. Muitas multinacionais que se instalam na cidade já trazem seus profissionais de fora.

Dentre os principais impactos locais sobre a cidade estão2:

  • Invasões em áreas de risco e de Preservação Permanente
  • Surgimento de favelas e de bairros periféricos sem infraestrutura
  • Aumento das demandas por serviços públicos
  • Aumento da violência – tráfico de drogas
  • Aumento do custo de vida
  • Especulação Imobiliária
  • Trânsito – Média de 25 mil carros e 700 caminhões/dia

Impactos nos serviços públicos:

Saúde – Hospital Público Municipal (HPM)

  • 50 mil atendimentos de urgência em 2010
  • Atendimento às populações de cidades vizinhas e de acidentados na BR

Educação

  • Cerca de 3 mil novas vagas/ano no ensino fundamental
  • Investimentos para manter 50/116 escolas da rede municipal em tempo integral
  • Investimentos em ensino técnico e superior
  • Manutenção de serviços de transporte universitário

 

Social

  • Ampliação permanente da rede de assistência social
  • Investimentos para implantação de restaurantes populares
  • Ampliação constante de programas sociais voltados para gestantes, crianças, idosos, mulheres, dependentes químicos, moradores de rua e deficientes físicos

Infraestrutura

  • Demanda para: Habitação, equipamentos públicos e saneamento

Outros riscos e impactos ambientais

  • Vazamentos em alto mar
  • Manipulação, transporte e disposição de resíduos perigosos

 

Outros riscos e impactos ambientais (cont.)

  • Utilização de substâncias radioativas
  • Impermeabilização de grandes áreas
  • Desmatamento e ocupação de Áreas de Preservação Permanente
  • Introdução de espécies exóticas no ambiente marinho
  • Perda de identidade cultural

Impactos na pesca

  • Atividade que mais sofre com a atividade offshore
  • Sísmica
  • Abalroamentos de traineiras
  • Perda de redes
  • Atração do pescado para áreas de exclusão junto às plataformas
  • Descarte de resíduos orgânicos
  • Pesca em área de risco
  • Modificação do ambiente marinho

A experiência da Bacia de Campos já reúne subsídios suficientes para um planejamento mais inteligente e responsável, para que não se arruínem atividades econômicas tradicionais, não se formem bolsões de pobreza nos municípios produtores, não se degrade o meio ambiente, não se exclua o cidadão comum dos benefícios desta atividade, não deixe de fora aspectos importantes como os impactos nos municípios provocados pelos processos migratórios, desemprego, especulação imobiliária, aumento do custo de vida e da demanda por serviços públicos, crescimento desordenado e a retração da atividade pesqueira, experiência que reúne subsídios que devem ser considerados em um, infelizmente improvável, planejamento estratégico do pré-sal (Fernando Marcelo Tavares).

Da mesma forma como aconteceu com a Bacia de Campos nas últimas décadas, com os municípios a reboque de decisões estatais e empresariais sem nenhuma ingerência nos fatos, está acontecendo com o pré-sal, apesar de contar com disponibilidade de tempo para os planejamentos e adequações necessários, atualmente desperdiçado com polêmicas infrutíferas como as que têm sido travadas a respeito dos royalties (Fernando Marcelo Tavares).

Com a experiência de Macaé e da região do Rio, os movimentos sociais da Baixada Santista tem em mãos a oportunidade de refletir a sua própria condição e organizar sua capacidade de enfrentar esta corrida ao ouro que vem atender aos interesses de uma classe sempre privilegiada pelo desenvolvimento capitalista. Como interferir na lógica do maior lucro a partir da destruição e marginalização, fazendo valer os nossos interesses de povo? Como resistir?

 

SEMINÁRIO POPULAR DA BAIXADA SANTISTA – 5 E 6 DE NOVEMBRO DE 2011

REFERENCIAS: Centro de Memória Antonio Alvarez Parada / Os Dois Lados na Nova Macaé. Keisy Bossan Moraes / Nota 13: Impactos sociais do desenvolvimento da atividade de exploração e produção do petróleo (…) norte fluminense. CTPETRO / Oficina sobre Impactos Sociais, Ambientais e Urbanos das Atividades Petrolíferas – o caso de Macaé (RJ), realizada pelo Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF) da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, entre 7 e 9 de dezembro de 2010.

1 Reflexões da exploração do petróleo no território fluminense: impactos, normativas e intervenções urbanísticas. Maria de Lourdes Costa, Aline Couto da Costa, Diana Correa da Silva.

2 Impactos locais: A experiência de Macaé. Lições para o pré-sal. Fernando Marcelo Tavares.

Entrevista com Prof. Estêvão Fernandes sobre a Greve da UNIR

Aliás, faço aqui um apelo a imprensa, organizações não governamentais, centros acadêmicos, institutos, faculdades, sociedade civil organizada, DCEs e instituições cientificas: por favor, nos ajudem.” Por Passa Palavra

unir011PASSAPALAVRA (PP): Quais as principais reivindicações que motivam esta greve?

Estêvão Fernandes (EF): Hoje o que se pede é a saída imediata do atual reitor, para que se possa investigar devidamente as denúncias de irregularidades em sua gestão.

PP: Como se deu o processo de construção desta mobilização?

EF: Na minha opinião, esta foi a beleza de toda a coisa. Alguns alunos isoladamente foram se mobilizando para buscar melhorias em nossa Universidade. Há um laudo recente do corpo de bombeiros (disponivel para leitura online) que retrata bem o estado de abandono de nosso Campus em Porto Velho. O mesmo pode ser dito com relação a maioria dos campi do interior. Enfim, os alunos foram se mobilizando, buscando melhores condições de estudo, aumento no número de professores e demandas básicas como água para dar descargas nos banheiros, iluminação no campus a noite,… Os alunos puxaram esse movimento por melhoria aos poucos e, de repente, o movimento havia crescido exponencialmente. Os professores acabaram aderindo, já que também sentimos na pele o que eles sentem. Os professores, pela manhã, decidiram em assembleia paralisar suas atividades. À tarde, foi a vez dos estudantes. Seja como for, foi entregue uma pauta de melhorias ao reitor que, em resposta, disse que 95% das exigências do movimento já haviam sido atendidas. A partir daí, cessaram todas as possibilidades de diálogo, as denúncias de desvios e desmandos foram surgindo e culminaram em um dossiê de 1.500 páginas com provas de irregularidades na Universidade. Nesse meio tempo, os alunos ocuparam a reitoria, não como forma de vandalismo ou mero protesto mas sim para salvaguardar os documentos que lá se encontram, evitando assim que eventuais provas sejam destruídas ou removidas. Depois disso uma comissão de alunos e professores grevistas foi ao MEC e a Casa Civil e ouviu tanto lá quanto cá, de forma oficiosa, que nada haveria a ser feito, dado que nosso reitor é aliado e amigo pessoal do atual presidente do PMDB e sua esposa, senadora e deputada federal por Rondônia, respectivamente. O MEC instaurou uma comissão de sindicância, indo de encontro ao que os grevistas pedia: o afastamento do reitor enquanto as investigações prosseguissem, já que provas peremptórias haviam sido entregues, não apenas denúncias ou indícios. De lá pra cá os ânimos se acirraram, com perseguições e coação a alunos e professores. Vários de nós têm buscado dormir em casas de amigos, alunos estão com medo, recebemos um bilhete dizendo que em breve alguns de nós – eu, inclusive – logo desceríamos na enchente do rio: uma clara referência ao hábito de se desovar cadáveres no rio Madeira. Ainda nesta semana a aluna que foi ao MEC, junto com a comissão, e que tem sido seguida pela cidade, recebeu a “visita” de homens encapuzados em sua casa que lhe disseram “Você vai morrer”… Além disso, tivemos um professor preso, enquanto chupava um pirulito na reitoria da Universidade – as imagens estão disponiveis na internet; um deputado federal agredido nesta mesma ação, pela Polícia Federal e, mais recentemente, dois alunos foram presos com panfletos, pela PF. É importante que se diga, aliás, que o único motivo pelo qual os professores estão se revezando e dormindo ao relento, na porta da reitoria da Universidade, é para salvaguardar a segurança física dos alunos que lá dentro se encontram.

greve-unir3PP: Internamente à UNIR, quais setores aderem e ajudam a manter o movimento?

EF: Muita gente tem medo de perseguição mas pode se dizer, de um modo geral, que praticamente todos os alunos e professores aderiram. Pela forma como o movimento nasceu e em resposta às ações truculentas e às ameaças a coisa acabou se massificando.

PP: Qual a relação do movimento com a população local? Como ela recebe ou participa da mobilização?

EF: Completamente. Tem sido comum vermos pela cidade de Porto Velho carros com os vidros pintados com os dizeres “Eu apoio a greve da Unir”. Acabou se transformando em um movimento pela ética e pela qualidade do ensino, mais do que algo contra um reitor específico. É uma mudança que se pretende estrutural, não apenas conjuntural, e a população entendeu isso e apoia o movimento. Como não haveria de apoiar, vendo os alunos dormindo em um prédio cuja água e luz foram cortadas pelo reitor e vendo os professores dormindo ao relento para proteger seu alunos?! Depois de ver professores sendo levados a um presídio comum por policiais a paisana com pistola em punho.

reiunirPP: Conforme se lê nos comunicados da greve, as forças políticas contrárias ao movimento têm adotado métodos de repressão escandalosos. Em sua opinião, quais são os setores políticos mais interessados em coibir o movimento?

EF: Prefiro não falar muito sobre isso, ao menos não mais do que eu já disse antes, mas sugiro fortemente a leitura do blog dos grevistas: http://comandodegreveunir.blogspot.com

PP: Além do explícito objetivo de manutenção da ordem, do seu ponto de vista, haveria alguma motivação especial para o uso de tão elevado grau de violência por parte do Estado e de outros grupos informais?

EF: Sim, claro que sim! A greve é uma greve por princípios: morais, democráticos e pela liberdade de expressão. A repressão forte ao movimento nos diz não apenas como esses princípios são tratados na amazônia brasileira mas, sobretudo, o estado de abandono e rendição que é imposto às instituições de ensino na amazônia. Como assim, professores e alunos são presos, apanham, são ameaçados, porque querem um restaurante universitário, um hospital universitário (cuja verba já está disponivel, diga-se), um colegio de aplicação? Apanhamos, somos presos e ameaçados pela completa ausência do Estado ou, pior, de um estado que vendeu sua dignidade em nome de uma pretensa governabilidade… mas, a quê preço?!

PP: Frente a isso, que tipo de cuidado os militantes têm tomado?

unir_greve2EF: Além dos que já mencionei (dormir em casa de amigos ou conhecidos), as pessoas tem mudado um pouco a rotina, pegando caminhos diferentes dos que pega diariamente, trocando de carro no meio do persurso para casa, andando em grupo… Depois que recebemos o bilhete ameaçando nossas vidas, fomos à polícia civil, polícia federal e ministério público. Além disso, uma forma fundamental de nos resguardarmos tem sido o uso da internet e das redes sociais. Uma vez que as pessoas fora de Rondônia saibam o que tem acontecido por aqui, nossa esperança é de que o poder público finalmente se faça presente por aqui e que possamos andar na rua sem ter medo. No interior, por exemplo, o carro de um professor foi atingido em movimento por um motociclista que quebrou o vidro de seu carro com um tijolo, no qual estava um bilhete com os dizeres “o próximo vai ser na sua cara, seu filho de uma vadia”…

logistas_apoiam_a_greve_estudantil_na_unir1PP: Quais entidades, grupos ou organizações, dentro ou fora de Rondônia, têm demonstrado apoio e preocupação com a situação de vocês? Este apoio tem sido o suficiente?

EF: Todo o apoio que temos recebido (a lista está no blog do comando de greve, mencionado acima) tem nos ajudado a persistir na luta. O que mais nos preocupa é a invisibilidade de nossa crise no cenário nacional, e as notas de apoio nos dão fôlego, mostram que, afinal, os moinhos de vento não são assim tão assustadores e que não estamos sozinhos. Entretanto, numa situação dessas, todo o apoio ainda é pouco, já que lutamos contra forças políticas as quais imaginamos que não existam mais em um país que se pretende uma potência internacional, como no caso do Brasil. Aliás, faço aqui um apelo a imprensa, organizações não governamentais, centros acadêmicos, institutos, faculdades, sociedade civil organizada, DCEs e instituições cientificas: por favor, nos ajudem. Suas moções de apoio, seus emails, sua solidariedade tem sido realmente muito importante para nós e muitas vezes a garantia de segurança.

PP: O que podem fazer pessoas e organizações que, estando longe de Rondônia, estejam dispostas a ajudar e prestar solidariedade à greve?

EF: De tudo, desde simplesmente entrar no blog do comando de greve e se informar sobre o que tem ocorrido até enviar emails aos parlamentares, MEC, MPF, Casa Civil, Presidência… É preciso que as pessoas saibam, aqui, que há gente lutando pelos valores que defendemos, fora daqui, que, afinal, tudo isso não tem sido em vão… Se quiserem nos enviar moções de apoio, postar no twitter ou no facebook, pressionar os órgãos de imprensa, toda a ajuda, mesmo individual, é mais que bem-vinda.cursos_unir1