Agronegócio não é pecado! Pra quem?

Agronegócio não é pecado!  Essa é a pequena frase que a rádio Bandeirantes tem utilizado inicialmente em suas propagandas referentes ao agronegócio, sempre apresentando números importantes para a economia do país. Aí o interessante é que qualquer ouvinte desinformado no assunto terá o entendimento de que o agronegócio é uma coisa maravilhosa. Pois é, essa é a política do capital! Qual o problema? Sinceramente, é muito canalha! Afinal, esse instrumento na mão do capital de nome rádio ao produzir informação também forma valores sobre a sociedade. Mas deixaremos essa discussão para um próximo texto e vamos ao agronegócio.

Hoje terça feira 24/05 será votado na câmara dos Deputados o projeto de lei do Código Florestal (PL 1.876/99) Apresentado pelo relator e deputado Aldo Rebelo (PCdoB). O assunto vem já algum tempo se arrastando e gerando polêmica, e por quê?

Porque as mudanças no código irão atender diretamente as grandes corporações do agronegócio, suprimindo de vez os pequenos agricultores que são responsáveis por 70% de todos os alimentos que vão para a mesa dos brasileiros. Mas não é somente isso, há muito mais coisa.

Leia as matérias na integra e entenda melhor a importância de toda a sociedade brasileira entrar nessa discussão do código florestal.

Agronegócio na garante segurança alimentar

A pressão do agronegócio sobre o código florestal

Mudança no Código florestal e a proposta da Via  Campesina

Somos todos gente diferenciada. Porque a burguesia não é mito!

A palavra burguesia advém do latim burgo que quer dizer local fortificado, protegido. Na idade média, burguês era um simples morador de uma pequena cidade cercada por muros.

A reestruturação do capitalismo mundial tem cada vez mais exportado para o terceiro mundo imposições políticas, sociais e econômicas. Traduzindo: privatizações, enxugamento do Estado, precarização do trabalho e um discurso sempre alinhado as grandes corporações, mesmo quando este discurso vem carregado de preocupação com o bem estar dos trabalhadores.

2/3 da força humana que trabalha encontra-se no terceiro mundo em condições muito precárias, quando uma crise capital surge no primeiro mundo, evidente que o terceiro irá pagar, e como a classe trabalhadora há tempos encontra-se desarticulada, mais uma vez a burguesia vence, porque ela não está morta nem nunca esteve. A própria idéia de seu fim é pura construção ideológica.

A burguesia não é um mito, não está fragilizada e nem perdeu o discurso. Ela continua firme mostrando que tem força e o Estado continua em suas mãos, e isso é perceptível sempre que ela se sente incomodada. A prova disso são casos como o de Higienópolis, o fim das cotas para negros, a cruzada que tem sido para regulamentação da mídia, e centenas de outros projetos de lei que são barrados no congresso nacional que visam à construção de uma sociedade igualitária. E não podemos esquecer a visita de Obama ao Brasil que representa demarcação de território pelo capital estrangeiro.

E por mais que o governo insiste em dizer que ganhou respeitabilidade internacional e que defenderá o produto brasileiro no mercado externo. O que continuamos assistindo em quase nove anos de um governo que se diz de esquerda, é a situação de miséria e violência que se encontra o país, precarização do trabalho, aumento do trabalho informal, poucos avanços na área da educação e saúde pública, em geral sucateamento dos serviços públicos, criminalização dos movimentos sociais e o eterno favorecimento as classes dominantes.

Resumindo: o ideário neoliberal dita às regras, desmonta direitos sociais e expande fortemente o seu projeto econômico, social e político, enquanto setores esquerdistas bradam vitória, dizendo que a direita partidária está se desmantelando, (o partido? talvez.) afinal, ela continua expressiva pra manter seus privilégios e barrar qualquer tipo de ação que interfira em seu bem estar. Sempre dinâmica e de poucas palavras, ilude-se quem acredita que a crise de um partido a detém.

Se há uma crise a ser enfrentada é exatamente o resgate de identidade de classe que foi perdida, pois nessa guerra, é uma grande ilusão acreditar que estamos ganhando alguma coisa, estamos perdendo de longe, os desafios que se apresentam são cada vez maiores, e a cada dia mais e mais o capitalismo avança, senão houver um real comprometimento que faça frente pra se livrar das garras da subordinação que estamos submetidos, continuaremos sendo gente diferenciada, e não adianta revolução impulsionada pelo cyberespaço, pois às redes sociais são importantes enquanto ferramenta de agregação de luta, a mudança se fará no front, rompendo com a lógica do capital e com uma esquerda unida que aceite o desafio de discutir um projeto de classe, e não ficar discutindo jogo dos sete erros.

Operação Limpeza em São Paulo

Dormindo na Pça. da Sé

Hoje, pela segunda vez, ao voltar do almoço, flagrei quatro GCMs dispersando uma pessoa que dormia na Pça. da Sé. Se já não bastasse a repressão aos comerciantes informais, que quase não são mais vistos, devido à repressão, inicialmente da GCM, e agora dos PM‘s de plantão.

Mas essa minha indignação, será que é exagero?

Na primeira vez que flagrei essa “limpeza”, em 23/2/2011, também na Pça. da Sé, não acreditei no que estava acontecendo. Os GCM‘s, de um em um, acordando as pessoas. E até onde vi, com os pés, meio que chutanto/empurrando.

O motivo para essas pessoas estarem dormindo em local público podem ser diversos. Mas sigo a lógica que eles podem estar alí, dormindo, porque querem. Eu posso querer deitar na calçada a qualquer momento, qual o problema? Qual lei eu estaria infringindo? Sim, eles poderiam estar atrapalhando a passagem… não estavam!

A questão é, penso que isso seja mais uma medida para “operação limpeza” que o sr. pref. Gilberto Kassab, está realizando em São Paulo. E onde isso vai chegar? Estabelecerá, ele, a “Ordem” na cidade, junto com os coronéis/subprefeitos?

Audio da primeira “limpeza” que presenciei:

#Antiquário: cultura é solução sim!

A cultura adquire formas diversas através do tempo e do espaço. Essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade. Fonte de intercâmbios, de inovação e de criatividade, a diversidade cultural é  para o gênero humano, tão necessária como a diversidade biológica para a natureza. Nesse sentido, constitui o patrimônio comum da humanidade e deve ser reconhecida e consolidada em beneficio das gerações presentes e futuras. (parte textual da declaração da Unesco sobre  cultura)

Por isso

Resgatar a memória cultural de um povo é fundamental para a construção de identidade e para fomentar também novas formas de produção cultural e intelectual.

Neste sentido o programa Antiquário vem ativamente cumprindo o seu papel de fortalecer a cultura da música popular brasileira.

Apresentado por Alex Silva o programa tem o objetivo de ser um revival de grandes obras que estão empoeiradas no báu do esquecimento.

Ouça matéria:

Reforma política, tributária… PT X Psol discutem novos rumos para o país!

O Programa Reflexão e Ação de Janeiro trouxe a discussão sobre “Novos rumos para o país no governo Dilma”, a discussão girou em torno da reforma política e tributária.

Participaram deste programa Emerson do PT de São Vicente e o professor de história Maycon do Psol de São Vicente.

Duração do programa 01H:30min

[audio http://www.radiotube.org.br/upload/audio_anexo/c72f85937e.mp3]

OBS:  Está dando erro no arquivo e o programa fica em torno de cinco minutos, feche a página e abra novamente caso isso acontecer.Valeu!

Homenagem a Cuba em São Paulo. “Os 50 anos de Praia Girón”

Post de origem Diário liberdade

Acontece no próximo dia 25, segunda-feira, a partir das 19 horas, na Câmara Municipal de São Paulo, o ato de apoio, seguido de debate sobre “Os 50 anos da vitória em Praia Girón”

O evento é uma homenagem de diversas entidades e do vereador Jamil Murad (PCdoB) ao povo cubano que, em abril de 1961, venceu, naquele local, a invasão inimiga financiada pelos Estados Unidos.

Para debater o tema, estão confirmadas as presenças de Lázaro Cabrera, cônsul-geral de Cuba; Socorro Gomes, presidente do Cebrapaz, Vivian Mendes, do Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba, além do próprio parlamentar proponente.

Com o apoio do Portal Vermelho, Cebrapaz, UJS, PC do B e Fundação Maurício Grabois, o debate visa pôr em pauta a trajetória de resistência da Ilha e a luta pelo socialismo tanto no cenário pós-revolução quanto nos dias de hoje em que o país busca atualizar sua economia e sua política frente aos desafios do século 21.

“Queremos homenagear o povo cubano e a luta árdua que tem travado para vencer as agressões imperialistas e construir o socialismo na Ilha. Seu heroísmo é um patrimônio da humanidade”, disse o vereador Jamil Murad.

Socorro Gomes, presidente do Conselho Mundial da Paz e do Cebrapaz, ressalta o heroísmo do povo cubano, a contribuição que dá a toda a humanidade na luta anti-imperialista e pela paz.

“Ao longo desses 50 anos de revolução, Cuba e o socialismo nos permitiram sonhar com a possibilidade de um mundo humano, mais justo com as diversidades”, argumentou Netinho de Paula, que compõe com Jamil a bancada comunista na Câmara paulistana.

O editor do Portal Vermelho, José Reinaldo Carvalho, considera importante a solidariedade a Cuba na nova etapa que o país ingressa na construção do socialismo.

Serviço:

Ato de apoio a Cuba: “Os 50 anos de Praia Girón”;

Dia 25/04, a partir das 19 horas;

Salão Nobre da Câmara de São Paulo/SP (Viaduto Jacareí, 100 – 8º andar).


MST: assentamento desenvolve economia do município de Rio Bonito

Post de origem MST

Por Riquieli Capitani
Da Página do MST


As 1.500 famílias do MST, que vivem no assentamento Ireno Alves dos Santos e Marcos Freire, em Rio Bonito do Iguaçu, na região central do Paraná, realizaram uma grande festa, em comemoração dos 15 anos de lutas e conquistas dos assentados.
As comemorações aconteceram na comunidade Centro Novo, Assentamento Marcos Freire.

Uma mística fez um resgate da história, seguido de culto ecumênico, ato público e pronunciamento de autoridades. Em seguida foi servido almoço comunitário e, à tarde, teve atividades culturais e esportivas.

Aproximadamente 3.500 pessoas participaram da festa.

Conquistas

A implantação dos assentamentos na região transformou o cenário e desenvolveu a economia do município de Rio Bonito, gerando mais de 10 mil empregos diretos e indiretos.

Para garantir o direito dos trabalhadores à educação, nesses 15 anos os assentados conquistaram 10 escolas (seis estaduais e quatro municipais), que funcionam dentro dos assentamentos e atendem em torno de 2.500 educandos. Atualmente, a escola Iraci Salete Strozake, localizada no assentamento Marcos Freire é a Escola Base das 10 Escolas Itinerantes do estado.

Na área da produção, durante cada ano, os assentamentos produzem em média 500 mil sacas de milho, 50 mil sacas de soja, 50 mil sacas de feijão, 10 mil sacas de arroz, 24 mil litros de leite por dia, chegando a 880 mil litros por ano. Além de criar, em média, 20 mil animais entre: suínos, bovinos e aves, para comercialização e consumo próprio.

Histórico

Na madrugada de 17 de abril de 1996, mais de 3.000 famílias Sem Terra ocuparam o latifúndio da Fazenda Giacomet-Marodim, em Rio Bonito do Iguaçu. A desapropriação dos 26 mil hectares aconteceu em 1998, com o assentamento de 1.500 famílias

O grupo Giacomet foi violento na repressão aos trabalhadores. Em 1997, os Sem Terra Vanderlei das Neves e José Alves dos Santos foram assassinatos pelos pistoleiros da fazenda, em uma emboscada. Vários trabalhadores também morreram durante o desbravamento da fazenda e o plantio de pinus. Na fazenda foram encontrados vários cemitérios clandestinos.

Atualmente, a região central do Paraná concentra o maior número de assentados, ao todo são 2.530 famílias, beneficiadas com a desapropriação de cerca de 50 mil hectares da fazenda Araupel. Nesse região, se encontram hoje os assentamentos Ireno Alves dos Santos, Marcos Freire e Celso Furtado.

Mídia e Sociedade: capital do sangue

Não é nenhuma novidade a exploração midiática sobre assuntos extraordinários. Na verdade a lógica da mídia gorda é trabalhar isso, um fato ocorre e lá está ela com seu compromisso de registrar e trazer para os telespectadores toda e qualquer informação em primeira mão. Mas até que ponto essa cobertura não se torna pura especulação em troca de audiência? Impulsionando um frenesi que lucra com o sangue, e quanto mais ele jorrar mais ensandecida ficará a platéia.

O que aconteceu em Realengo mais uma vez tornou-se a bola da vez, quem acompanha os noticiários pôde durante a semana inteira acompanhar de manhã, de tarde e de noite imagens do colégio com crianças feridas pedindo ajuda, detalhe, não havia nenhuma novidade nessas imagens, eram sempre as mesmas. Qual o propósito dessa repetição imagética? Sensibilizar? Ou mera exploração? E qual a necessidade de apresentá-las?

Quando os críticos levantam a discussão de que vivemos na Sociedade do Espetáculo, e que o pão e o circo ainda são tão comuns hoje, quanto um dia foi em Roma, muitos torcem o nariz e dizem que este discurso caiu por terra. Será?

A questão é que a platéia se torna tão atuante e humanamente sensibilizada que fazer qualquer espécie de crítica é inevitavelmente cair no risco de ser um ser insensível. Mas infelizmente é o risco que deve correr quem ainda acredita numa comunicação ética e responsável. E ainda assim, o cuidado para não cair na mesma lógica é muito tênue.

Na Web no dia que ocorreu o incidente em Realengo, centenas de milhares de pessoas começaram a discutir as causas postando textos aleatórios em seus blogs e sites, apontando soluções para a violência, solidarizando-se com as famílias. No dia seguinte, com o caso mais esclarecido, mais textos, mais soluções, mais alternativas. Olhando por um prisma positivo, a Web é quase uma ágora para se discutir a vida pública, e por outro lado uma extensão do caos.

E assim foi durante o resto da semana, como uma febre mais uma vez o país se emocionava. E como não se comover? Crianças mortas a tiro dentro de um colégio, um espaço Institucional fundamental de formação para a vida de todo  ser humano.

No entanto, agora que as coisas começam a voltar à rotina e o extraordinário deixa a vida banal, cabe a ponderação, será que em casos como este, a morte tem nome?  “Capital”. Afinal, quantas outras crianças morrem de fome, de frio, de abandono e não somente crianças, adultos e idosos também, e quantos outros problemas há para resolver neste país, e o triste é que eles se tornaram tão comuns que aprendemos a conviver com eles de forma natural, que enquanto nenhuma gota de sangue não escorrer de forma extraordinária, a mídia não fará a cobertura e a sociedade apática irá continuar vivendo sua rotina diária apenas preocupada com seu samba, futebol e carnaval.

Talvez tudo isso esteja relacionado a algum fetiche escatológico bizarro, pois um dos vídeos mais assistidos no youtube durante estes últimos dias foi de uma criança de Realengo pedindo ajuda e o fulano que gravava teve a coragem de perguntar a criança, o que havia acontecido com ela e pede para que ela levante a blusa e mostre o ferimento causado pelo tiro. Que dizer sobre isso?

Vivemos uma realidade que tanto a mídia quanto a sociedade, ambas querem ver sangue! E cruelmente, a verdade é que não há uma lágrima ou um sentimento que floresça em luta, em buscas por mudanças concretas, somente novas formas de alimentar o capital do sangue. Como disse Guy Debord “No mundo realmente invertido, o verdadeiro é um momento do falso. A realidade surge no espetáculo, e o espetáculo no real. Esta alienação recíproca é a essência e o sustento da sociedade existente.”

Até quando?

A criminalização da pobreza no Brasil está enraizada em nossa formação cultural

A criminalização da pobreza no Brasil é um processo histórico que se enraizou ideologicamente na cultura da sociedade brasileira desde o Brasil colônia. Ser pobre neste país além de ter de enfrentar tantas dificuldades para se viver com um mínimo de dignidade. Ainda tem que carregar o estigma de criminoso, de vagabundo… De ser representado de forma temerosa e até odiada pela elite brasileira.

Instalou-se na sociedade a idéia de que moradores de áreas periféricas como: morros e favelas, são criminosos. Alvos de estigmatização, essas pessoas carregam com elas a marca de um crime, que é o simples crime de residirem num local que é tido como um antro de criminosos e ociosos. Suas formas de se expressar, de se vestir criam formas de representação em que a outra parcela da sociedade que vive do outro lado da balança, não aceita.

Por ¨ fugir ao padrão ¨, apresenta-se como uma ameaça ao esquema classificatório de nossa estrutura social. Por não representar os valores ideais do padrão social, passa a ser vista como algo a ser evitado, […] com esse rótulo genérico é atribuído aos moradores indistintamente, todos eles são perigosos […] Ser morador da favela é trazer a ¨ marca do perigo ¨, é ter uma identidade social pautada pela idéia de pobreza, miséria, crianças na rua, família desagregada, criminalidade, delinqüência.(ZALUAR, 2006, p. 306, 307)

O que significa viver ao avesso da civilização, sendo temidos e até odiados, por simplesmente não apresentarem determinadas normas morais que são esperadas pela elite dominante. Ilustrativos desse processo são as palavras do padre José de Anchieta (1534-1597), célebre missionário jesuíta que veio da Europa para participar da evangelização dos povos indigenas: “Pouco fruto pode se obter deles se a força do braço secular não acudir para domá-los. Para esse gênero de gente não há melhor pregação do que a espada e a vara de ferro.” (GILBERTO COTRIM, 1994, p. 33).

Essa frase sintetiza claramente que a criminalização é um processo histórico que está enraizado ideologicamente desde a invasão das Américas, quando os europeus conquistaram brutalmente o continente e trouxeram um conjunto de idéias racistas de superioridade cultural, estigmatizando os povos conquistados com representações de gente promiscua e sem alma. Da mesma forma ocorreu com os povos africanos que foram escravizados para servirem como mão-de-obra aos exploradores europeus.

A formação da nação brasileira constituiu-se exatamente da mistura destes três povos, índios, africanos e europeus. No entanto, nunca houve uma democracia racial. Os negros e os índios sempre foram tidos como gente bestial, e as miscigenações raciais não aconteceram de maneira pacífica, segundo Cotrim “Levando as implicações da miscigenação longe demais, alguns autores, como Gilberto Freyre (autor do clássico, Casa Grande e Senzala), concluíram que o Brasil foi palco de uma verdadeira democracia racial. ¨ (GILBERTO COUTRIM, 1994, p. 66) O que é falso! Índias e negras foram vítimas de estupro dos europeus. E, infelizmente foi dessa forma que se constituiu a nação brasileira, de modo violento, excludente e discriminatório. Formando uma nação dividida, de um lado, aquela tida como civilizada, e de outro, aquela perigosa com tendências ao crime.

Quer queiramos, quer não, está separação já está embutida nos rituais de dominação de classe que incluem um rigoroso afastamento do local de moradia dos pobres. […] Duplamente excluídos por serem ¨ outros ¨ e por serem ¨ incultos ¨ e ¨ perigosos ¨ , os pobres urbanos vivem neste olhar etnocêntrico e homogeneizador […] ¨ (ZALUAR, 1984, p.12)

Nossa cultura traz essa ideologia de representação dos pobres de forma até invisível, se não aguçarmos nossa percepção. Somos capazes de reproduzi-las sem perceber. Por exemplo: um dos mais importantes romances da literatura brasileira O Cortiço de Aluísio de Azevedo, um livro que conta a história de moradores de um cortiço no Rio de Janeiro, que retrata o modo de vida dessas pessoas pondo em pauta o problema social da formação dos cortiços. Infelizmente, Azevedo deixa a desejar, pois seu romance faz uma representação dos moradores de cortiço como: preguiçosos, futriqueiros, gatunos, malandros, desagregados… Enquanto o seu personagem principal, um homem branco, trabalhador, pai de família e português, é símbolo de retidão. Até mesmo quando ele se desvia, a culpa é de uma negra, sambista que gosta de vida fácil.

Resumindo, é inevitável dizer que vivemos numa sociedade com dois pólos sociais, onde as representações de uma delas são criminalizantes.

E o mais conflitando em tudo isso, é que está ideia está enraizada em nossa cultura, em nossa própria identidade de povo brasileiro, somos frutos de um passado brutal que gerou uma forma de representação excludente e classificatória.

E isso foi pensado?

Hoje temos a mídia que reforça ainda mais está estigmatização.

É tempo de refletirmos sobre o que somos e o que queremos ser. Pois a outra parcela da sociedade já decidiu! E colocou todos os seus aparatos de controle para nos oprimir!

Trupe Olho da Rua leva o teatro à praça pública

Há oito anos a Trupe Olho da Rua leva o teatro para as praças públicas da Baixada Santista, no litoral de São Paulo. O trabalho, que já tem rendido bons frutos, também enfatiza a importância política, na medida em que são ocupados os espaços públicos das cidades.

Surgido em Santos, o grupo começou a ser formado como um grupo de estudos das tradições populares da cultura brasileira, como o circo mambembe. Como conta o ator Caio Martinez, no início não havia a preocupação política com o fato de se levar o teatro às ruas. “No ano seguinte já começamos a ver a importância e a força de se ocupar o espaço público. Percebemos que, com ações como essa, a cidade passa a redimensionar os espaços como vivos, e não apenas locais de passagem”, conta.

De início, como lembra Caio, os locais de apresentação se resumiam ao centro urbano, onde estão os trabalhadores, e aos espaços turísticos, como a orla da praia, locais em que o público já conta com manifestações culturais e de entretenimento. Em seguida, porém, o grupo começou a procurar os espaços públicos de bairros descentralizados, de periferia, em geral não habituados a receber apresentações culturais. “Víamos naqueles locais um descaso do poder público, como sempre houve, e iniciamos um diálogo com as comunidades, como sociedades de melhoramentos, agremiações, ONGs, sindicatos, para que pudéssemos mostrar nosso trabalho”. Ao longo dos anos foram feitas parcerias com órgãos como Movimento dos Sem Terra (MST), sindicatos de classes como bancários, metalúrgicos e trabalhadores portuários, entre outros.

A natureza e a consciência do trabalho da trupe fez com que eles tivessem um posicionamento bem claro em não solicitar ao poder público permissão para ocupar as praças de Santos. “Pedir permissão seria reconhecer que o poder público é dono dos espaços”, diz Caio. Em 2004, no entanto, houve um problema: no meio de uma apresentação, a polícia interveio e ameaçou interromper o espetáculo, alegando que não havia permissão para a utilização daquele local, no Gonzaga, bairro nobre de Santos. A apresentação continuou porque o público, de cerca de 150 pessoas, “comprou a briga” e disse que não havia problemas no fato do grupo se apresentar ali. O episódio chamou a atenção da Câmara dos Vereadores, e a partir daí a Trupe Olho da Rua passou a ter maior diálogo com a prefeitura.

Com o início pedindo “grana no chapéu” para ajudar nas despesas do grupo, depois de três anos a trupe se profissionalizou juridicamente, o que possibilitou a inscrição de projetos em editais, bem como a contratação de apresentações do grupo. Fora isso, os integrantes da trupe dão aula de artes cênicas, o que permite que, atualmente, eles possam viver do teatro. “Mantemos nosso posicionamento em não encarar o trabalho com fins comerciais. O fato de cada um ter seu emprego, dando aula, também ajuda nesse sentido”, conta Caio.

O engajamento político da trupe é uma constante nos grupos de teatro de rua. A trupe participa do Movimento de Teatro de Rua de São Paulo e da Rede Brasileira de Teatro de Rua, única organização de grupos de teatro a nível nacional. Como conta Caio Martinez, “depois do período da ditadura e da onda neoliberal, os grupos perderam um pouco da organização. Agora o movimento teatral está se fortalecendo, fazendo pressão para a conquista de políticas públicas”.

No início de 2011, a trupe realizou a II Mostra de Teatro Olho da Rua, com apresentações em locais turísticos e na periferia de Santos. O festival trouxe grupos de várias cidades de São Paulo, e também de outros estados. Patrocinado pela Funarte (Governo Federal) e prefeitura de Santos, a mostra é só um exemplo das dificuldades que até hoje os grupos passam: o dinheiro da Funarte, que deveria chegar em outubro do ano passado, não havia sido depositado até o fim da mostra. “Mesmo assim os grupos participaram, porque sabem como funciona o poder público”, conta Caio.

Dificuldades à parte, o trabalho da Trupe Olho da Rua rendeu um grande reconhecimento: a Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) concedeu prêmio na categoria Grupo Revelação de 2010. E o trabalho da trupe em Santos já ajudou na formação de outros dois grupos de rua na cidade. “A população é ávida por teatro, e a cidade é um grande palco a céu aberto”, considera Caio.

O blog do grupo é www.trupeolhodarua.blogspot.com

Poesia: Seguiremos adiante? Companheir@s.

Neste  primeiro de abril cinzento de pouco sol

Pergunto a todas e todos

Seguiremos adiante?

Por onde? Pra onde? E como?

Afinal, os homens de playa Giron

Hoje, mais parecem poesias soltas

 

Irreais e tão distantes

 

A revolução que tanto desejamos

Nem cabe mais na pauta

Parece que o saudosismo

Cospe desesperança

Será,

medo ou falta de entendimento?

 

Cada caminho dissidente

Que nós revolucionários  criamos

Resumi-se em mais um “nada”

E a quem fortalece?

Repito então, seguiremos adiante?

Construindo nossa história

Ou  nem poesia solta seremos?

 

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=oM11gPChxbw&w=350&h=293]

HOJE COMPLETA 47 ANOS QUE A DITADURA FOI INSTALADA NO BRASIL. ESQUECER NÃO É O CAMINHO!

Não podemos esquecer jamais que hoje completa 47 anos que a ditadura foi instalada, a constituição rasgada e em 20 anos que seguiram, morte e tortura mancharam a história deste país. E até hoje, há pessoas desaparecidas.

Os arquivos da ditadura nunca foram abertos, enquanto os carrascos continuam soltos gozando de aposentadorias à custa dos trabalhadores.

Hoje, há uma onda de querer vender a ideia de que não houve bandidos nem heróis, que foi uma guerra, mentira! Os militares atropelaram todos os direitos civis e fizeram tudo aquilo que esse Jair Bolsonáro é louco para fazer, só basta à gente ignorar o nosso passado.

Salve a todos que lutaram e morreram pelo país. Se hoje gozamos de alguma liberdade é devido os que lutaram e entregaram suas vidas.

Participe da campanha pela memória e pela verdade!

Abaixo-assinado pela abertura dos arquivos da ditadura clique aqui e assine.

Vozes do Gueto: Comunicação Comunitária de responsa!

Segundo os teóricos,  a comunicação foi tão importante para a humanidade quanto a escrita. Pois foi por meio dela que o ser humano começou a desenvolver o processo de construção de significados, o que permitiu partilhar com outros indivíduos elementos de comportamento e de entendimento comum que garantisse a sobrevivência na terra.

Pensando a partir dessa análise podemos perceber o quanto a comunicação exerce um papel fundamental para contribuir com o desenvolvimento da sociedade. Infelizmente ao que parece está faltando comunicadores que possam exercer um papel responsável em produzir informação colaborativa para o bem estar social, hoje fazer comunicação é vender mercadoria, fazer espetáculo e por aí vai, quando não for pelego.

Mas, nem tudo está perdido, ainda existem comunicadores compromissados.

Confira a matéria a seguir e conheça um pouco sobre  o Mano Zé Elias Radialista Comunitário de responsa, apresentador do programa Vozes do Gueto.

[audio http://www.radiotube.org.br/upload/audio_anexo/65725c92ab.mp3]

Infância roubada. Hoje em torno de 4,8 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e dezessete anos estão trabalhando no Brasil

Milhares de crianças deixam de ir a escola e ter seus direitos preservados devido a necessidade de terem que trabalhar desde a mais tenra idade, seja na lavoura, campo,  fábrica ou casas de família, e muitas delas sem receber remuneração alguma.

Hoje em torno de 4,8 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e dezessete anos estão trabalhando no Brasil, desse total 1,2 milhões estão na faixa entre cinco e treze anos. Apesar de no Brasil o trabalho infantil ser considerado ilegal para crianças e adolescentes entre essa faixa etária, a realidade continua sendo outra.

Ouça  matéria

[audio http://www.radiotube.org.br/upload/audio_anexo/a50bb71cd6.mp3]

OBS: No dia 12 de junho é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. Frente esses dados alarmantes, a Rádio da Juventude está produzindo um Documentário de Rádio a respeito do trabalho infantil, essa  matéria é parte desta produção que ficará pronta até Junho, que visa servir de insumo para discutir essa realidade, tão banalizada infelizmente em nossa sociedade.

MPL–Baixada Santista: A LUTA CONTINUA

O movimento que se iniciou em 2004, na cidade de Santos, está de volta

A luta pelo passe livre para estudantes e redução da tarifa de ônibus, que originou os princípios e a idéia do Movimento Passe Livre aconteceu pela primeira vez no país em Salvador, capital da Bahia. Em 2003, milhares de jovens, estudantes, trabalhadores e trabalhadoras fecharam as vias públicas, protestando contra o aumento da tarifa. Durante 10 dias, a cidade ficou paralisada. O evento foi tão significativo que se tornou um documentário, chamado “A Revolta do Buzu”, de Carlos Pronzato.

Após as manifestações na Bahia, há um estouro do movimento em todo país eem Santos o movimento tem inicio em meados de 2004 e teve um “fim” em 2009, após grandes atos com enfrentamento da polícia, violência e processos jurídicos.

Após o último aumento na região da Baixada Santista, no inicio do ano, estudantes e trabalhadores começaram a se organizar, realizando atos, reuniões e vídeos-debate no município de Santos e de São Vicente e criando oComitê de Luta pelo Transporte Público da Baixada Santista – CLTP-BS.

Os principais pontos de reivindicação do movimento são:
· Passe livre pros estudantes;
· Redução da tarifa dos ônibus municipais e intermunicipais JÁ;
· Bilhete único para todos;
· Pela volta dos cobradores, sem redução salarial dos motoristas.

O aumento na região foi entre 6% à 25%, o que causou um impacto e uma mudança muito grande na vida da população, o que de certa forma ajudou para o inconformismo e organização para luta.

Para além das questões da tarifa ser/estar extremamente abusiva, o transporte não ser de qualidade…há também a questão dos trabalhadores dessa empresas.

Os motoristas sofrem diversas opressões durante o trabalho, além da precarização e baixa condição de trabalho:
· É a categoria que mais se afasta por problemas de saúde;
· É o motorista que dirigecobra a tarifa, pára no ponto, abre as portas quando dão sinal e ainda guarda o dinheiro do caixa no cofre;
· Em situação de assalto, a empresa de transporte só reembolsa R$30 do caixa, caso haja um roubo maior que esse, é o motorista que custeia, pois ele deveria ter colocado o dinheiro no cofre que fica ao lado de seu banco;
· Em uma jornada de 10 horas por dia, que chega muitas vezes à 14 horas, com paradas de 10 a 15 minutos que o motorista trabalha.

TODO APOIO A LUTA DOS TRABALHADORES E ESTUDANTES DA BAIXADA SANTISTA,
PELA REDUÇÃO DA TARIFA DE ÔNIBUS, JÁ!

PRÓXIMAS AÇÕES:

-25/03: 18h, Bicicletada, Pça das Bandeiras (Gonzaga, Santos);

-26/03:
-14h, Oficina de arte, na FAUS (Unisantos);
-17h, Vídeo-debate “A Revolta da Catraca – Floripa 2005″, no CES;
-20h30, Oficina de Lambe-lambe;

-29/03: 19h, Reunião, local à confirmar;

-31/03: 17h, Ato, concentração na Cadeia Velha (Centro, Santos);

-02/04: 10h, Ato, na Pça Barão (São Vicente);

-06/04: 19h, Reunião na JOC-Santos (R. Constituição);