Abandonados há uma década, os conjuntos Primavera/ Penedo localizados no Dique do Sambaiatuba, serão comprados no próximo dia 20 de maio de 2013, concluindo as negociações entre a Caixa Econômica Federal e a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). Segundo informações da Secretária de Habitação de São Vicente essa negociação garantirá mais 500 unidades para a cidade.
Um pouco da história destes conjuntos
Estes conjuntos foram abandonados pela Incorporadora Nogueira Empreendimentos que abriu falência em 2005, (mas desde 2004 as obras estavam paralisadas). Quem tiver a oportunidade de ir até o local, verá o símbolo do descaso do poder público, da incompetência política de quem governa e da ineficiência estatal, foram gastos cerca 12 milhões oriundos FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
No dia 11 de março de 2013,
Estes conjuntos foram palcos do despejo de 700 famílias que os ocupavam. Partes dessas famílias removidas foram locadas num poliesportivo da Prefeitura na área continental, onde enfrentaram diversas dificuldades devido à falta de estrutura para abrigar famílias com crianças e pessoas idosas, outras partes, se dispersaram em casas de familiares e amigos.
De acordo com a Prefeitura todas as famílias despejadas foram cadastradas em programas de habitação da cidade, além de um cadastro socioeconômico. Quanto aos conjuntos, foram colocados vigilantes para garantir que novas ocupações não ocorressem, e o planejamento junto à caixa econômica sobre o destino dos prédios daria início, ao que parece neste dia 20 de maio de 2013, mais uma promessa foi datada. Afinal, desde 2005 que há muitas explicações e promessas e nenhum resultado, e após dez anos de abandono, os prédios estão completamente deteriorados. Será que agora uma solução realmente será colocada em prática? Afinal, o jogo de empurra entre governo municipal, do estado e federal até agora não resultaram em nada.
Lembrando,
Em São Vicente no bairro Parque Bitarú há outro conjunto seguindo pelo mesmo caminho, já denunciamos aqui no blog e pelo perfil da Rádio no Face, inclusive, o Sr Secretário Emerson Santos respondeu a situação deste, dizendo que; “estamos apenas aguardando da caixa econômica federal a autorização de obra para que possamos dar início, acredito que nesta semana a caixa deva apresentar autorização. É importante informar que no serviço público só é possível fazer aquilo que a lei nos permite, por isso, os trâmites burocráticos acabam retardando nosso desejo de agilidade”. Pois é, estamos no mês de maio, e de acordo com a burocracia estatal, esses conjuntos vão continuar se deteriorando e o dinheiro público indo para o ralo, ops! Ralo não, para as construtoras, pois, projetos de habitação são um grande negócio neste país, o Minha Casa Minha Vida, por exemplo, tem um aporte de 34 bilhões, valor estimado pelo governo federal, que desde 2009, pretende construir um milhão de moradias – agora, será que estas moradias realmente serão construídas? Na prática a situação de abandono de obras decorrente de falência de construtora ocorre no país inteiro, e tornou-se um dos maiores golpes para surrupiar dinheiro público, e ninguém nunca é responsabilizado.
Um belo exemplo que a população sem teto vicentina deveria pensar a respeito, é na organização de um movimento de moradia de ocupação popular, nada de esperar pelo poder público, moradia é um direito, por isso, ocupar é um dever!
Abaixo alguns vídeos de movimentos de moradia que atuam de forma combativa e dão exemplos de resistência, luta e autonomia – sem ficar na dependência do Estado, que só esta aí para atrapalhar e acirrar ainda mais as desigualdades.
Este Doc. possui quatro partes, ao término do primeiro o segundo irá ser linkado, só clicar e continuar assistindo.