Uma grande jogada do Governo de propor um plebiscito, ao mesmo tempo em que passava a batata quente para o congresso ganhava tempo para se rearticular em reuniões e arrumar a casa, pois como não era possível calar o grito das ruas, então o negócio era ganhar as ruas, para isso lançou suas propostas, a primeira delas trata da “responsabilidade fiscal” demonstrando logo de cara que o governo não irá ceder em sua política econômica. Deste modo, o que esperar de quem há uma década não mexeu na estrutura?
Paralelo a isso, feito baratas tontas às esquerdas começaram a se movimentar apavoradas com a ideia de um possível golpe que não sabiam ao certo de que lado direito viria, por isso, o primeiro ponto segundo elas era ocupar as ruas e retomar as pautas, visto que tomaram um cacete nas ruas pela revolta popular que repelia qualquer grupo partidário. (o que revelou o quanto a população está desacreditada das instituições, e facilmente assimilou o discurso disseminado pela direita) segundo porque sacaram (mesmo não assumindo) que não têm base popular e podem tomar uma grande surra nas eleições do ano que vem, afinal, a discussão de golpe contra o governo, uma coisa é certa, só é verdade à medida que for institucional, pois um governo que mantém uma política econômica que favorece toda uma classe empresarial, muito bem blindado ele está.
11 de julho de 2013
Visto como momento histórico as manifestações nas ruas desencadeadas pelo MPL, as esquerdas compreenderam a importância de ampliar a discussão e efetivar pautas emperradas da classe trabalhadora, com isso guinaram para uma cruzada um tanto esquizofrênica.
Logo, o governo maquiavelicamente decidiu colocar suas forças em movimento e lançou a discussão sobre a reforma política, mesmo sem muita objetividade do que representaria essa reforma política. Na verdade, o modo que está conjecturado só vai ludibriar a população com uma falsa participação, que no final das contas, os mesmos bandidos de sempre que irão decidir.
Contudo, decidido por bases governistas e outras não, o dia 11 de julho de 2013 acabou por se tornar pauta obrigatória, que toda esquerda partidária resolveu enfiar goela abaixo da população como o dia de luta nacional da classe trabalhadora, greve geral!
Legítimo? Parte do que está sendo levantado nas bandeiras, sim. E outra é puro governismo sem mexer nas causas que geram os problemas. Mas e aí? Ir pra rua ou não? Cabe refletir? Vivemos realmente um momento histórico em que a classe trabalhadora conseguirá fazer valer suas reivindicações? Ou não? Sobre isso, várias teorias já foram escritas e discutidas. Mas o que temos que ficar atentos, é para não fugir de um golpe que vinha da direita e cair em outra que agora parece vir da esquerda partidária, inclusive da governista.
Pois, será mesmo possível fechar luta com quem manda construir Belo Monte? Fecha os olhos para o extermínio indígena? Pinheirinhos? Gasta bilhões numa copa, entre outras coisas.
( referente ao partidos de luta, há muita dúvida e questionamento do porque insistem tanto nas ruas, mesmo sabendo que sem base popular não há mudanças de nada)
Ao que parece é que há um véu de ingenuidade e perversidade em tudo isso, a luta da classe trabalhadora precisa sim de organização e combatividade, mas esses instrumentos à medida que não dialogam com a população estão falidos, primeiro: porque todos eles seguem a mesma linha hierarquizada, hegemônica, centralizadora e autoritária, segundo porque suas concepções de lutas tendem a minar toda a autonomia popular, exatamente por adotarem um vanguardismo soberbo que toma decisões sem consulta popular.
Fica à reflexão, não para sectarizar, mas para não trabalharmos equivocadamente para grupos de interesse que se beneficiam da luta, assim como não deixar que a construção do poder popular seja adiado, devido estratégias que só reproduzirão o mesmo tipo de modelo de luta que pouco avança.
Poder no povo!