Em 21 de janeiro deste ano divulgamos as fotos de um conjunto habitacional abandonado na cidade de São Vicente no bairro Parque Bitarú. As fotos percorreram as redes sociais, e o Secretário de Habitação da cidade Emerson Santos comentou em nosso álbum que não havia omissão em relação à obra, a secretária estava apenas aguardando o dinheiro ser liberado pela Caixa Econômica, para dar início às obras.
Segue comentário na íntegra;
Para esclarecer as pessoas, a secretaria de habitação rompeu o contrato com a empresa Termak que tinha a responsabilidade de tocar a obra, diferentemente do Primavera/Penedo que a empresa faliu e só depois quiseram correr atrás do prejuízo, nos antecipamos, e fizemos um novo processo de contratação, onde o contrato foi assinado no final de dezembro com a Codesavi SV, que será responsável pela obra, desde a ultima sexta-feira iniciamos a construção de uma guarita para proteção permanente e o serviço de limpeza do local, estamos apenas aguardando da caixa econômica federal a autorização de obra para que possamos dar inicio, acredito que nesta semana a caixa deva apresentar autorização. E importante informar que no serviço publico só e possível fazer aquilo que a lei nos permite, por isso os tramites burocráticos acabam retardando nosso desejo de agilidade. Outro aspecto importante é que ao assumirmos em janeiro de 2013 o obra contava apenas com 4 pessoas trabalhando na obra, hj este contingente e 4 vezes maior isso ocorre no rio branco que estamos com a liberação e estamos realizando a obra. Mas estou à disposição de todos para maiores esclarecimento, acho justo a sociedade acompanhar e cobrar dos gestores públicos, mais também e importante obter informações sobre o caso. Sobre a detonação dos prédios não ha questionamento, entretanto tivemos q tomar algumas atitudes posso afirmar que não tem omissão sou o primeiro a querer agilizar essas obras conheço o histórico das famílias q precisam de direito a uma moradia digna não existe outra pessoa que queira isso pronto significa o resultado de todo um esforço, mas temos limitação quero convidar a todos a uma reunião na habitação para mostrar o quanto estamos trabalhando para conseguirmos concluir essa obra e importante vcs conhecerem o histórico das nossas atitudes, sou realmente otimista senão teria largado o cargo, mas de espírito aberto estou à disposição para vcs acompanharem a obra, nosso planejamento. (quem quiser conferir o link)
De fato, deve haver “muitos” limites e interesses envolvidos nesta questão, e o resultado desta “lenga lenga”, se traduz na continuidade do abandono do prédios, enquanto o déficit habitacional explode, somente ao lado deste conjuntos encontra-se a favela México 70, uma das maiores da região, em que o problema da habitação é histórico. Somente do ano passado para cá, em torno de um ano, já ocorreram três incêndios, deixando centenas de pessoas na rua – o caso é sério – há muitas casas no México 70 construídas de madeirite com problemas na ligação elétrica, são casas muito próximas umas das outras – condições sub-humanas – pessoas de baixa renda, que não possuem condições de irem para um lugar melhor, e convivem dia a dia sobre o risco de outro incêndio, (isso sem contar todos os outros direitos violados, como saneamento básico, saúde, educação, entre outros que atingem o bairro) e o que o poder público tem feito para dar uma resposta concreta? Nada, se comparando ao tamanho do problema.
Para termos uma ideia, logo no início deste ano, o que assistimos foi a “super agilidade” para desapropriar pessoas na área continental, na Vila Ema, o caso saiu em toda a mídia local, onde um proprietário reivindicava um terreno que há cinquenta constitui-se um bairro – aí, houve responsabilidade com o meio ambiente e tudo mais. Na verdade, a responsabilidade era com o direito a propriedade, afinal, quantos terrenos em área de mangues existem na cidade que são ocupados por empresas para construção de estacionamento e caminhões de contêiner? Guardem na memória! Se daqui alguns anos este terreno da área continental não irá servir para alguma empresa.
Voltando aos prédios abandonados, as condições estão bem piores que há dois meses, estão todos destelhados, com a chuva destes dias, a infiltração deve estar uma maravilha, as empreiteiras agradecem o modo incompetente como os governos administram o dinheiro público. E não tem como utilizar outra palavra, além desta; INCOMPETÊNCIA e acrescentamos; À SERVIÇO DE QUEM?
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OBS: De dois em dois meses divulgaremos fotos dos prédios para acompanhar onde isso vai parar. E logo informações sobre os conjuntos Primavera/Penedo (que o secretário cita acima no texto), outro conjunto abandonado da cidade, que em março do ano passado removeu em torno de 300 famílias que ocupavam o conjunto – e está lá, também abandonado…