Foi divulgado ontem pela Prefeitura de São Vicente que o transporte coletivo (lotação) sofrerá aumento a partir da zero hora do dia 1 de abril de 2013. O decreto de n: 3652 autoriza a repactuação baseado na planinha de custos apresentada pela Associação dos Permissionários da Cidade, e será publicado neste sábado (30).
Pois é, no dia da mentira (1 de abril) vamos ter que encarar uma verdade: o valor da passagem das lotações em São Vicente irá aumentar sem choro, sem vela e sem dó!
Quem tem memória?
Há uma década e meia que as lotações surgiram e se tornaram a “salvação da lavoura” no que diz respeito ao transporte público em São Vicente, pois, abriu frentes de trabalho e resolveu paliativamente a questão da mobilidade, na verdade, deu uma resposta para uma população que reivindicava um transporte público e municipal de qualidade, e como relembrar é viver, o transporte público em São Vicente inclusive já elegeu Prefeitos como Luiz Carlos Luca Pedro, PT entre 1993 e 1996 que trazia em sua campanha o enfrentamento contra o monopólio do transporte, e depois Márcio França PSB, que durante seu primeiro mandato ,1997 e 2000 regulamentou o serviço clandestino de perueiros (como era conhecido na época) enquanto os outros Prefeitos da região perseguiam esse serviço. Ou seja, o transporte público sempre foi um problema, mas garantiu para grupos políticos uma fatia do poder.
Mas, mudou alguma coisa para a população? Paliativamente sim. A defesa é que são mais baratas e mais eficazes, oras, se nos nivelarmos por baixo, sim! Porém a comparação é inviável, sendo que elas somente percorrem dentro do município, e no que diz respeito a eficacia é bem suspeito porque a qualidade está aquém do desejado, sem contar que a prestação deste serviço público, mais uma vez ao contrário de resolver o problema, criou somente mais uma máfia que monopoliza o transporte público (dito alternativo) que contribui para a precarização do serviço e das condições de trabalho do trabalhador (cobradores).
Fora que esse modelo não permite uma integração entre a Cidade. Alguém que vive no Jockey Club e tem que ir para a Área Continental ou para a Vila Margarida tem que pagar duas conduções para chegar ao destino. As lotações já não são alternativas há tempos e tem uma passagem, proporcionalmente, mais cara que o ônibus de Santos, PG e Cubatão, que também tem valores absurdos.
Enquanto o transporte público não for uma prioridade dos governos como estratégia de desenvolvimento e integração, as coisas irão disso pra pior. Quero ver um governo com “culhão” para estatizar e gerenciar o transporte de seu município. Em SV, estamos muito longe disso…
O que falta é respeito dos senhores motoristas e cobradores, pelo menos na época da Viação, podiamos reclamar e talvez surtisse efeito.
Eu vejo um festival de reclamações e perueiro ainda goza da cara dos passageiros.
Pelo que cobram, o serviço deveria ser melhorzinho.
Só pra constar, o Luca ”lutou” contra o monopólio, e depois que o Claudio Regina vendeu a Viação em 93, o monopolio voltou, a ETU e o Expresso Metropolitano eram do mesmo dono, todo mundo sabia, menos o prefeito.