Centenas de mulheres no Brasil estão sendo perseguidas, humilhadas e condenadas por recorrerem à prática do aborto.
A criminalização do aborto condena as mulheres a um caminho de clandestinidade, ao qual se associam graves perigos para as suas vidas, saúde física e psíquica, e não contribui para reduzir este grave problema de saúde pública.
As mulheres pobres, negras e jovens, do campo e da periferia das cidades, são as que mais sofrem com a criminalização. São estas que recorrem a clínicas clandestinas e a outros meios precários e inseguros, uma vez que não podem pagar pelo serviço clandestino na rede privada, que cobra altíssimos preços.
Fonte: http://www.frentepelodireitoaoaborto.blogspot.com/
Reflexão e Ação
Neste ultimo sábado dia 27/11 o programa deu início a discussão sobre o tema “O aborto deve ser criminalizado ou liberado?” que de certa forma, desde alguns programas anteriores quando discutimos a influência da religião sobre a política, a Liberdade de imprensa, comunicação e formas alternativas, lei Maria da Penha… Este era um assunto que se fazia presente, ainda mais porque todos esses temas tiveram peso significativo durante as eleições 2010, e o aborto sendo o de maior peso e considerado o mais polêmico, porque traz com ele o discurso de defesa da vida, linha de pensamento interessante até o ponto em que se torna reacionário em não aceitar posições divergentes.
Neste último programa de sábado apenas levantamos a discussão apresentando o problema e também colocando nossa opinião a respeito.
Participaram deste programa: Jéssica Rodrigues, Marcio Garoni e Guilherme Junior, todos jornalistas, produtores e organizadores da Rádio da Juventude.
Segundo Jéssica Rodrigues “O aborto é um problema de toda a sociedade, é preciso trabalhar a prevenção, mas a decisão final deve ser da mulher, por mais que ela não tenha engravidada sozinha é ela quem vai durante nove meses e depois do nascimento ter a maior responsabilidade sobre a criança, vivemos numa sociedade machista, por mais que tenham homens que participem ativamente, é sempre a mulher quem vai arcar com as maiores responsabilidades, isso sem contar com as alterações psíquicas, físicas e tudo mais. Será que toda grávida está preparada para isso? É claro que não! Por isso, a mulher tem que ter o direito de ser mãe quando quiser.”
Garoni concorda e diz que: “O problema é que se está discutindo já o resultado final, se pensarmos do ponto de trabalharmos a prevenção, ou seja, planejamento familiar. A história muda de rumo, e tem um problema grave em relação a isso, não existem políticas públicas que tratem do assunto, as leis ficam se enrolando no congresso, por exemplo, na Bolívia está sendo discutida uma lei pela descriminalização, e no Brasil? E tem a questão da realidade atual, mulheres estão morrendo em clínicas clandestinas com medo de serem humilhadas, maltratadas, presas…”
Junior acrescenta “Este é o ponto, querem discutir a vida com pessoas morrendo, acredito que realmente ninguém seja a favor do aborto, mas é preciso discutir também partindo da realidade existente para podermos encontrar uma solução, o que não pode acontecer é um discurso superficial, fundamentalista que não resolve nada e na verdade só desumaniza, porque é de forma desumana que uma mulher que fez aborto é tratada num hospital público, porque a que tem dinheiro procura um hospital particular e resolve o problema.”
OBS:
A rádio da Juventude tem sua posição em relação ao tema, mas acredita que é democraticamente que podemos chegar a um ponto em comum, por isso está preparando um programa para trazer pessoas de opiniões divergentes para esse debate, não para fazer uma partida de futebol onde cada um ataca de um lado, mas a idéia é colocar em discussão todos os pontos fazendo com que as pessoas se coloquem. Daí caberá ao ouvinte selecionar e refletir sobre o assunto.
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