Essas fotos foram tiradas na cidade de Santos, reparem que todos os grafites e pichações foram construídos em locais deteriorados, abandonados e quase que invisíveis para a fria selva de concreto em que vivemos.
A primeira coisa que penso antes de qualquer discussão, é que há muita coisa interessante produzida e que está disposta aí, na faixa, para observar, contemplar, fotografar, ou, sei lá – se este era o objetivo dos autores, não sei, talvez não, creio que seja muito mais como uma forma de ressignificação do espaço urbano, uma provocação – ou, não seja nada disso, só viagem deste que escreve, talvez.
Porém, o que temos de prático, não dá para dizer que são construções neutras, somente a localização que se encontram, já criam uma infinidade de simbolismos, e somadas com as escritas que contém algumas, revelam o teor artístico crítico, cuja finalidade está muito mais ligada a uma movimentação de contestação, que apenas a ideia de arte pela arte.
Mas que contestação seria essa?
Seria o reflexo dos contrastes e saturação urbana que vivemos hoje nas grandes cidades, onde o espaço urbano segregacionista, individualista e cruel devora a todos?
Deixo aqui o início de uma série de fotos que pretendo tirar pela região da baixada santista, pois há muita coisa bacana que vale a pena circular pela rede.