Semana passada dia 12 de agosto foi comemorado o dia internacional da Juventude. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgados um dia antes, “este ano a taxa de desemprego entre os jovens no mundo chegou ao mais alto índice, um a cada oito jovens ficou sem emprego e de 620 milhões dos que têm de 15 a 24 anos, 81 milhões estavam desempregados no ano passado”. Segundo a pesquisa “a soma é de quase oito milhões de jovens sem emprego. A OIT mostrou ainda que o desemprego da juventude no próximo ano vai crescer e chegar a 12,7%.”
Nestes dados apresentados pela OIT os países pobres, evidente são os maiores concentradores de jovens que vivem com menos de um dólar por dia, se tornando verdadeiros depósitos de jovens que vivem sem nenhuma perspectiva de futuro.
Na busca pela sobrevivência estes jovens acabam sendo vistos como mão de obra barata, tanto para o mercado informal, quanto para o mercado do sexo e do tráfico.
O que isso quer dizer?
Que hoje estes jovens representam a parcela de uma geração marginalizada! Que tudo aquilo que lhe é reservada: é a violenta exclusão de uma sociedade dividida em dois pólos sociais. Afinal, essa juventude que é referida, não é aquela que estuda em colégios particulares, que freqüenta clubes badalados, que anda de carro do ano tirando rachas e que no futuro irá se formar em Oxford ou na USP.
A juventude referida é aquela de áreas periféricas onde as políticas públicas de Estado são inexistentes. Exatamente aquela que neste 2010 ano de eleição aqui no Brasil, no momento uma parcela dela está servindo como mão de obra em campanhas, segurando bandeiras em semáforos, feiras, avenidas… Entregando panfletos e ouvindo insultos como se ela fosse à culpada pela sujeira de determinados políticos que no momento elas representam.
E que trabalho é esse?
Temporário e sem garantias, que nada difere de outros que exploram e atiram essa juventude no rol de culpados que lhe obriga a acreditar num trágico destino do qual somente ela é responsável.
Organização
A PEC da Juventude aprovada este ano, incluiu na constituição o termo jovem, simbolizando um avanço para os movimentos sociais de Juventude. No entanto, de que forma tudo isso irá refletir na vida da juventude, principalmente a periférica, é onde está o problema. Não desmerecendo a emenda, longe disso, mas as transformações envolvem uma série de fatores que contribuam na consolidação de medidas efetivas. Enfim, mas batalhas a serem travadas, que está nas mãos da juventude, porque somente ela unida e organizada pode transformar o seu próprio futuro e ser dona de seu destino, encontrando assim, o sentido de sua vida. Que nada tem a ver com a ideia de viver para trabalhar.
Esta ideia imposta não é a única alternativa.
Neste dia, como todos os outros devem ser.
Reflexão e um grito…
Viva a Juventude trabalhadora!
Que nunca deixará de lutar por tempos melhores para todas e todos.
OBS:
Contradição:
Quem acompanha as redes sociais, como o Twiter, por exemplo, pôde verificar neste dia internacional a infinidade de parabéns soltos ao vento de candidatos que enalteceram a juventude, ressaltando a importância dela para o futuro do país. Mas que em momento algum citava os problemas existentes. Nestas eleições, olhos abertos!
“CADA JOVEM TRABALHADOR VALE MAIS QUE TODO O OURO DO MUNDO.” P. JOSEPH CARDIJN