“Mães de Maio” concorre a prêmio estadual

O movimento “Mães de Maio” surgiu há cinco anos, depois de uma série de mortes de jovens das periferias da Baixada Santista, cometidos por grupos de extermínio. O movimento é composto por mães e demais parentes dessas vítimas, e busca a punição dos criminosos, muitos deles compostos supostamente por membros de facções criminosas e policiais militares.

Hoje, o movimento luta pela federalização das investigações sobre os crimes, até hoje não-solucionados. As mães têm realizado diversos atos em favor da luta, e recentemente foi lançado o livro “Do Luto à Luta – Mães de Maio”, com relatos e poemas referentes aos casos.

O aposentado e poeta Armando Santos, um dos apoiadores da causa, conta que está sendo feita uma mobilização para que o movimento conquiste o prêmio Santo Dias de Direitos Humanos, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Segundo Armando, estão sendo coletadas assinaturas de apoio ao movimento, para serem levados à Assembleia, e assim seja reconhecida a importância do “Mães de Maio” para a luta contra o que é considerado um “extermínio” de jovens moradores de periferia. Em abril do ano passado, novas mortes com características de execuções sumárias na Baixada Santista chamou a atenção para o tema.

Segundo Armando, o prêmio também é uma forma de garantir a segurança dos integrantes do movimento, que luta contra as arbitrariedades praticadas pela polícia e pelo Estado. “Além disso, esse movimento é para evitar que surjam outras mães de maio. Queremos impedir que novos jovens com todo um futuro pela frente sejam assassinados por aqueles que deveriam nos proteger”, considera.