Somos todos gente diferenciada. Porque a burguesia não é mito!

A palavra burguesia advém do latim burgo que quer dizer local fortificado, protegido. Na idade média, burguês era um simples morador de uma pequena cidade cercada por muros.

A reestruturação do capitalismo mundial tem cada vez mais exportado para o terceiro mundo imposições políticas, sociais e econômicas. Traduzindo: privatizações, enxugamento do Estado, precarização do trabalho e um discurso sempre alinhado as grandes corporações, mesmo quando este discurso vem carregado de preocupação com o bem estar dos trabalhadores.

2/3 da força humana que trabalha encontra-se no terceiro mundo em condições muito precárias, quando uma crise capital surge no primeiro mundo, evidente que o terceiro irá pagar, e como a classe trabalhadora há tempos encontra-se desarticulada, mais uma vez a burguesia vence, porque ela não está morta nem nunca esteve. A própria idéia de seu fim é pura construção ideológica.

A burguesia não é um mito, não está fragilizada e nem perdeu o discurso. Ela continua firme mostrando que tem força e o Estado continua em suas mãos, e isso é perceptível sempre que ela se sente incomodada. A prova disso são casos como o de Higienópolis, o fim das cotas para negros, a cruzada que tem sido para regulamentação da mídia, e centenas de outros projetos de lei que são barrados no congresso nacional que visam à construção de uma sociedade igualitária. E não podemos esquecer a visita de Obama ao Brasil que representa demarcação de território pelo capital estrangeiro.

E por mais que o governo insiste em dizer que ganhou respeitabilidade internacional e que defenderá o produto brasileiro no mercado externo. O que continuamos assistindo em quase nove anos de um governo que se diz de esquerda, é a situação de miséria e violência que se encontra o país, precarização do trabalho, aumento do trabalho informal, poucos avanços na área da educação e saúde pública, em geral sucateamento dos serviços públicos, criminalização dos movimentos sociais e o eterno favorecimento as classes dominantes.

Resumindo: o ideário neoliberal dita às regras, desmonta direitos sociais e expande fortemente o seu projeto econômico, social e político, enquanto setores esquerdistas bradam vitória, dizendo que a direita partidária está se desmantelando, (o partido? talvez.) afinal, ela continua expressiva pra manter seus privilégios e barrar qualquer tipo de ação que interfira em seu bem estar. Sempre dinâmica e de poucas palavras, ilude-se quem acredita que a crise de um partido a detém.

Se há uma crise a ser enfrentada é exatamente o resgate de identidade de classe que foi perdida, pois nessa guerra, é uma grande ilusão acreditar que estamos ganhando alguma coisa, estamos perdendo de longe, os desafios que se apresentam são cada vez maiores, e a cada dia mais e mais o capitalismo avança, senão houver um real comprometimento que faça frente pra se livrar das garras da subordinação que estamos submetidos, continuaremos sendo gente diferenciada, e não adianta revolução impulsionada pelo cyberespaço, pois às redes sociais são importantes enquanto ferramenta de agregação de luta, a mudança se fará no front, rompendo com a lógica do capital e com uma esquerda unida que aceite o desafio de discutir um projeto de classe, e não ficar discutindo jogo dos sete erros.

2 pensou em “Somos todos gente diferenciada. Porque a burguesia não é mito!

  1. Galera,

    Legal o post, mas vcs não acham que estamos sendo um pouco iguais? Isso iguais, no decorrer de tempos o discurso é o mesmo. O burguês, as classes, a nossa luta, mercado externo, capitalismo e por ai vai. Acho que invés de ficarmos repetindo as essas palavras, gastas, o argumento é outro.

    GENTE DIFERENCIADA É O CARALHO MERMÃO. É ASSIM QUE DEVEMOS NOS PORTAR, SEGUNDO O ARTIGO 5°, TODO MUNDO É IGUAL E PRONTO.

    Quando falamos conforme “eles” (quem são eles né? Essa tbm é uma palavra gasta), estão acostumados, entra por um ouvido e sai pelo outro. A internet é uma puta revolução, que está sendo muito mal explorada por nós, e muito bem por “eles”, (olha a porra dessa palavra aqui de novo).

    Para resumir cara é o seguinte. A situação chegou em um nível que não dá mais para ficar com discursos, agir é a saída. rua, cinema, twitter, facebook, teatro, tudo isso tá do nosso lado, mas deve ser usado direito (repito; nada de discursos ultrapassados).

    • Olá Nildo como vai, a questão de gente diferenciada é realmente uma
      provocação, porque essa igualdade conferida pelo artigo 5° é uma
      grande ilusão, se somos iguais uns são mais iguais que outros, e essa
      frase também é velha e infelizmente não ultrapassada, ” O burguês, as
      classes, a nossa luta, mercado externo, capitalismo e por ai vai. Acho
      que invés de ficarmos repetindo as essas palavras, gastas, o argumento
      é outro.”

      Discordo completamente dizer qua as palavras são
      ultrapassadas, não é ser repetitivo, porque é assim que a realidade
      continua se configurando e até bem pior ! Hoje o capital se reestruturou
      e as pessoas não encontram mais soluções, a utopia socialista foi pro
      buraco com erros soviéticos, que nunca foram socialistas, e o que há,
      continua sendo de um lado exclusão e de outro privilegiados, na parte
      dos excluidos, uns são mais esmagados que outros, e isso é fato, e
      essa falta de entendimento arranca a identidade, não deixa enxergar a
      realidade com totalidade até porque exige uma educação mais
      emancipadora, e isso não temos. A mais bela educação deste país só
      forma pessoas que irão reproduzir o mesmo tipo de sistema que está aí.
      Enfim, esse debate é enorme, e não me leve mal, mais prefir fazer aqui
      um convite desafio de fazermos um levantamento sobre a realidade, as
      reais condições que vivem a classe trabalhadora.

      Mais gostaria de apontar algumas coisas, por exemplo:

      Por que imigração continua aumentando para a Europa e Japão?

      A crise na Europa, quem realmente vai pagar o preço pela Grécia ter
      gastado de mais?

      Quantas horas se trabalha na China, no Japão, e quem são as pessoas
      que estão com largas jornadas?

      Os tigres asiáticos estão em crise? Por que? Quem está vivendo em
      condições subhumana lá?

      Por que parte do território africano está sendo considerado em extinção?

      Os E.U.A representam 5% da população mundial, consomem 25% da energia
      mundial, é no Bin Laden que eles estavam interessados? Imaginem se
      todo país consume-se dessa forma?

      Brasil, o Lula disse que agora somos todos classe média, blz! Vamos
      conhecer a realidade das pessoas que trabalham nas usinas de açucar,
      colheita de ameidoim, feijão, entre outras, vamos ao que interessa.
      Qual a idade desses trabalhadores? Quanto eles ganham? Quem são? Como
      vivem?

      O que é realmente o agronegócio? A quem favorece e quais seus malificios?

      Código florestal não sai porque?

      Quantas pessoas são assassinadas inocentemente pela polícia?
      Principalmente negros,dados UFRJ do mês passado fala sobre isso.

      Reforma Agrária quais reias motivos pra não sair?
      Reforma urbana? Tributária? Política? Previdência?

      E tem mais e mais mais coisa……

      São tantas que dá pra enlouquecer, ou simplemente desistir, cair fora,
      porque não é moleza e mesmo com esse conhecimento da realidade é
      dificil encontrar o instrumental necessário pra seguir em frente,
      agora falo companheiro o discurso não tá ultrapassado é falta de
      comprometimento, de identidade, de querer realmenter se propor a
      arregaçar as mangas e ir a luta e ser só uma semente que talvez nem
      cresça, nem de fruto, mas e aí, definir classe também é a forma como
      cada um de nós se posiciona na luta.

      GENTE DIFERENCIADA. Coloquei como provocação, porém pensando melhor,
      eu AILTON quero ser gente diferenciada, ser igual a quem me oprime, ou
      a quem não faz nada por que ta fazendo jogo dos sete erros, não, eu
      não, eu quero ser gente diferenciada.

      Valeu! Brother fica na paz.

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