Aconteceu ontem, dia 23/03, às 19 horas, uma manifestação estudantil em frente ao Colégio Margarida Pinho Rodrigues, na Vila Margarida, em São Vicente. O movimento foi realizado em protesto aos seguidos assaltos que vem ocorrendo no colégio, nos quais assaltantes tem freqüentemente invadido e furtado objetos de valores pertencentes aos professores.
Há cerca de dois anos o colégio vem sofrendo estes ataques, sendo que os últimos têm ocorrido em plena luz do dia e durante o intervalo. Muitos alunos, inclusive, já foram assaltados na porta da escola.
Indignados com tal situação um grupo de estudantes do colégio resolveu se organizar e entrou em contato com o CES (Centro de estudantes de Santos) e com a Rádio da Juventude para dar apoio e orientação no manifesto, já que estes vêm articulando manifestações contra o aumento dos coletivos na região.
A manifestação não foi permitida pela direção do colégio. No entanto, o grupo de estudantes conseguiu incitar os outros estudantes que chegavam para assistir aula a participar e reivindicar uma posição da direção em relação as medidas que serão tomadas ao ocorrido.
Segundo os alunos, todas as outras vezes que assaltaram a escola, no outro dia na frente da escola, lá estava uma viatura de polícia, um mês depois, ao voltar a tranqüilidade, a viatura não vem mais e aí obviamente os assaltos retornam, ou seja, não se resolveu nada de fato.” Não dá mais, precisamos fazer alguma coisa!” Reclama em alto e bom som um aluno.
De acordo com Mano Zé Elias, Radialista da Rádio da Juventude e um dos fundadores do primeiro grêmio estudantil que um dia existiu no colégio, “É preciso que a direção se abra para o diálogo, envolver toda a comunidade, líderes do bairro e juntos pensarmos uma solução para resolver esse problema. Acabar com o grêmio e adotar uma compostura de cima para baixo é o que contribui para isso acontecer, pois essa política de afastamento é terrível! Deveria ser de aproximação.”
Os alunos disseram que levaram essas reivindicações à direção, mas de nada adiantou, pois, infelizmente, é a terceira direção em menos de um ano.
O colégio vive uma realidade caótica e, ao que parece, tem uma direção que não se abre ao dialogo, assumindo uma posição bastante retrógrada. Um dos professores, a princípio mais adepto a conversa, acabou passando mal na hora, devido a pressão psicológica. Ele teve que ser socorrido, isso sem antes protestar: “todos estão de prova do que está ocorrendo, é culpa do Estado, ainda vou morrer por isso e por culpa do Estado”
Representantes do CES e da Rádio da Juventude conversaram com os alunos que organizaram o ato e se propuseram a contribuir no que for preciso. Tentaram também conversar com a Direção, mas foram barrados com a seguinte frase: ” De acordo com a lei, num caso como este, temos o direito de permanecer em silêncio”. E mesmo com negociação de que a ideia era apenas um bate papo pra construir uma solução junto, nada feito. Usaram da lei e se calaram, a impressão que fica é: ” quem cala consente e está devendo!”
Fora isso, ocorreu tudo certo. A polícia foi chamada e cumpriu seu protocolo, quase que invisível. A mídia gorda compareceu, mas foi embora rapidamente.
O que ficou apontado pelo grupo que organizou foi fortalecer essa discussão e levar em frente com novos protestos para que essa realidade mude.
“Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros.” Che Guevara
eu achava melhor fechar o colegio
com certeza devemos fechar o margarida pinho rodrigues