As organizações sociais que são contra a copa do mundo, sempre foram contra desde o início, desde a época do sorteio, e sempre estiveram conscientes dos prejuízos causados pelos grandes eventos, porque é fato; a matemática econômica destes eventos é sempre a mesma; o ônus fica na conta da população pobre. Vide toda a violência desencadeada, principalmente no Rio de Janeiro, além dos superfaturamentos nos Estádios e em outras infinidades de obras. (A copa pelos países que passou só deixou divida)
As mobilizações têm sua importância porque elas denunciam a violação de direitos humanos que ocorreram e que estão ocorrendo no país – segundo o Comitê Popular da Copa; estima-se que cerca 250 mil pessoas foram removidas de suas casas, é por isso que ir para a rua manifestar repúdio é fundamental e legitimo.
Obviamente que dizer “Não vai ter Copa” não irá impedir o evento, é só um grito simbólico de revolta. Porém, nas ruas tem sua força de provocação, (e político detesta ver seu nome criticada na rua) além de mostrar que não são todas as pessoas que se calam diante de todas as injustiças promovidas pela Copa do Mundo, e também um momento de dialogar com a população e trazer à tona toda a informação que o Estado quer esconder debaixo do pano.
Outra coisa, achar que é uma pauta distante, que deveríamos nos preocupar com outras coisas, não é! É bastante concreta e atinge todos os direitos sociais que (sem luta) continuarão sendo violados – pois, o efeito é cascata e atingirá todo o país, e este é o real legado que poucos querem discutir, se negam. O Governo federal faz questão de dizer que a Copa será maravilhosa, e que o legado será incrível para a economia do país. Alguém se lembra do PAN? (Jogos Pan-Americanos de 2007) Leiam a respeito, o discurso foi o mesmo, cadê o legado? Só houve gastos e desperdício de dinheiro público com construção de elefantes brancos.
O Jogo da direita. As manifestações servem pra isso…
Que existem centenas de grupos politiqueiros tanto de direito quanto de esquerda querendo se beneficiar, com certeza! E isso nunca deixou de acontecer, em qualquer mobilização sempre tem os “parasitas” – isso, se evita com organização, o que ocorre na maior parte, mas os favoráveis a copa querem negar, e ficam no jogo da desqualificação evitando o ponto nevrálgico desta discussão; as violações de direitos humanos e a dívida pública.
Outra coisa, dizer que os jovens estão sendo usados?
É um pouco de malandragem política também, desde as manifestações de junho do ano passado que os políticos que disputam votos estão correndo atrás do rabo para poder alinhar um novo discurso, afinal, a política partidária representativa bateu no teto, se revela cada vez mais inviável, apenas sustentando grupos que se revezam no poder. E a população está cheia disso.
Com as manifestações de junho uma nova configuração política de luta muito mais combativa e resistente mostrou à população; eficiência e praticidade, no sentido literal, de que é na luta que conquistamos direitos – as tarifas foram bloqueadas, e foi o povo na rua que conquistou. Só que, há uma ignorância proposital em negar que as manifestações decorreram de organizações autônomas que agiram na base e que vinham com um trabalho de anos pra impulsionar essa luta, é onde há uma disputa ideológica e política histórica de querer controlar a consciência da classe trabalhadora, afinal, trabalhadores organizados é um problema para o Estado.
E vale lembrar que as pautas levantadas nas ruas pela população, continuam ignoradas, quase toda a classe política partidária ignora, por exemplo, a discussão do projeto Tarifa Zero. O Governo Federal liberou no inicio deste ano 142 bilhões para os estados e municípios investirem em transporte público, alguém acredita que o transporte vai melhorar? Com certeza não, este montante, só irá continuar enriquecendo as corporações (máfias) do transporte público.
É isso, quem disputa poder, voto e autopromoção vai querer continuar brigando dessa forma, e vai querer passar um pano nessas manifestações que ocorreram e ocorrem, porque elas desmascaram a farsa eleitoral e a farsa de todas as instituições.
Nossas urgências; saúde, educação, transporte, trabalho digno, cultura e lazer, não cabem numa urna, não é um político eleito que ira resolver, é a população organizada, agindo coletivamente, assumindo seu protagonismo, sem delegar responsabilidades.
Que a Copa do Mundo vai acontecer todo mundo sabe, mas não é uma Copa do povo, só está esmagando o povo, por isso os prejuízos têm que ser espalhados aos quatro cantos sim! Toda a barbárie das remoções não dá pra esquecer, quem se posiciona a favor de um mundo justo e igualitário, não aceita este tipo de coisa.
Nesta Copa, desligue a TV e vá pra rua protestar!
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