Das necessidades e das propriedades privadas…

Foto-1306A sociedade invisível existe porque nos acostumamos a ignorar os nossos problemas sociais, nos refugiando em nosso pequeno mundo particular no qual apenas cabem nossos anseios, as nossas necessidades e a nossa propriedade privada.

Típico da sociedade capitalista, onde o ter antes do ser, não é só um problema quando nos empurram para uma sintomática distorção da realidade que nos obriga a viver longe de nossa essência e a transformar tudo em produto de compra e venda, ele é ainda mais perverso quando nos faz pensar e perceber o outro como o nosso inferno.

caminhandoPor isso, os problemas sociais são ignorados com tamanha facilidade e rejeição. Por isso também a naturalidade de se andar pelas ruas e ver gente dormindo/morando nas calçadas e nas praças, tornou-se algo tão comum que se perde no cenário cotidiano de uma vida sem tempo, coisificada e insensível.

Está aí uma falta de preocupação absurda que nos permeia até mesmo quando discutimos filosofias e apontamos idéias mirabolantes dentro das Universidades, dos espaços de discussão, na roda de amigos… Contudo, somos incapazes de ao nosso redor, agir sobre a realidade.

Foto-1203E muitas vezes quando essa preocupação torna-se ação, é de forma assistencial, paternalista, ou evangelizadora, obedecendo a uma lógica de enobrecimento, de ajuda solidária, porém, míope e atravessada que contribui muito mais para a manutenção e para a naturalização dos problemas, do que para uma mudança social radical.

Exemplos:

O caso Pinheirinhos o Estado entendeu que a propriedade particular é mais importante que o direito à moradia de mais de cinco mil pessoas.

Em Belo Monte o Estado entendeu que a construção de uma Usina Hidroelétrica que irá funcionar cerca de três meses ao ano é mais importante que aproximadamente 5.500 índios, 30 mil famílias que serão despejadas e todo o impacto ambiental ao Parque do Xingu.

Na Cracolândia um problema social e de saúde pública o Estado entendeu que a higienização social é a melhor solução.

Foto-1095Triste mais real, essa é a realidade que significamos dia a dia, vigiados, entretidos com o espetáculo televiso e oprimidos por um estado de coisas que cega e só contribui para proliferar a estupidez e a ignorância.

E aí, como mudar? Como transformar essa realidade abrupta? Como o discurso e a prática podem se aliar de forma efetiva?