Um marco na história, Dilma Rousseff a primeira mulher eleita Presidenta do Brasil. Porém, terá que lidar com a comparação ao substituir o então considerado maior estadista da história do país Luiz Inácio (Lula) da Silva.
Neste último sábado dia 15/01 o programa Reflexão e Ação (primeiro do ano) colocou em pauta para discussão o tema “Novos rumos para o país. Governo Dilma Rousseff”. O objetivo foi discutir os desafios que terá pela frente a primeira mulher eleita Presidenta do Brasil.
Para participar deste debate estiveram presentes no estúdio da Rádio da Juventude, o Secretário de Planejamento e Gestão Orçamentária da Prefeitura de São Vicente e militante do PT Emerson dos Santos e o Professor de História e militante do Psol e do Círculo Palmarino, Maykon.
Pergunta inicial. O governo Dilma será de continuidade? Quais as diferenças?
De acordo com Santos, sim! Isso conceitualmente. Temos muitos desafios pela frente, reforma política, tributária, agrária, urbana, entre outras. Todas elas são bandeiras do governo, mas todas serão levadas a debate, colocadas em plenária e a sociedade tem que participar. O governo não irá decidir sozinho, Dilma Rousseff será ainda melhor Presidenta porque é mulher, e não adianta falarem que o governo é assistencialista, o programa bolsa família é transferência de renda que possibilitou às famílias carentes saírem da miséria absoluta, PROUNE deu oportunidade a uma geração que não podia ser perdida. O embate ideológico é uma coisa, governar democraticamente é outra coisa. Dilma sabe disso, e tem experiência em administrar a máquina pública. Ou seja, continuaremos governando para todos os brasileiros dando atenção aos mais necessitados.
Já Maycon diz que: realmente é um governo da continuidade, um marco na história do país, por outro lado, lembra uma capitânia hereditária. A grande contradição é escutar o PT falando que assume determinadas bandeiras que não passam de retóricas. Depois de oito anos de governo os problemas ainda continuam, a reforma política não virá, se o governo mantiver a sua “política da continuidade”, por exemplo: a reforma política estabelecendo teto de campanha, financiamento público, fim das coligações, voto distrital misto, separação das eleições legislativas e executivas, todas essas mudanças entre outras, que seriam uma forma de democratizar o Estado, vai ser muito difícil de acontecer. Pois vai de encontro com as oligarquias partidárias que se beneficiam do capital privado, da mesma forma a reforma tributária que é uma mudança na estrutura e na legislação de impostos, taxas e contribuições, que contribuiriam para transferência de maior recurso para educação, saúde, segurança… Enfim, entra em conflito com a classe empresarial que está amarrada ao governo.
Resumindo: como disse Drummond em um de seus poemas, e agora José? Se dois partidos de esquerda, possuem posições totalmente antagônicas.
Bem, vamos relembrar nossa Presidenta no dia da posse, Dilma fez dois discursos, falou sobre a erradicação da miséria, destacou prioridade na educação, saúde e segurança e também citou a importância dos movimentos sociais e da construção com a participação de toda a sociedade… Esse é o ponto: participação. Afinal, toda e qualquer mudança que beneficie a população não é feita porque os governantes são bonzinhos, ela acontece devido à mobilização e pressão popular!
Avanços ou não no governo Lula, muito ainda precisa ser feito, os serviços públicos estão sucateados, há um déficit democrático na comunicação, a reforma agrária não se faz só com assentamento, a reforma urbana as chuvas estão mostrando o que a falta dela pode causar.
A crítica em relação ao programa bolsa familia e ao PROUNE, não é para que eles terminem. (não enquanto as mudanças reais não aconteçam)
O problema é, será possível uma mudança real que venha consolidar uma sociedade justa de fato? Dentro deste sistema de capitalismo, que tudo amarra e tudo consome? Fica a reflexão.
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