Cerca de cinquenta professores estiveram na Câmara Municipal de São Vicente nesta quinta-feira (07) para reivindicar vagas em concurso público realizado em 2012 pela Prefeitura Municipal de São Vicente. Pois, segundo informações divulgadas pela Prefeitura, está sendo realizado o estudo de um novo concurso.
A comissão de professores organizados esteve em reunião com A SEDUC (Secretaria de Educação) no período da tarde desta mesma quinta-feira e saíram da reunião apenas com a confirmação de que não há nada definido, porém, existe sim, a possibilidade de acontecer um novo concurso, daí não está claro o que ocorrerá com os professores que foram classificados no concurso anterior.
Durante a noite a comissão foi à Câmara Municipal pressionar o legislativo, que se disponibilizou a solicitar audiência com o Prefeito Luiz Claudio Billi, para propor prorrogação da validade do concurso, ao contrário, de abrir novo. (mais informações neste link com a nota dos professores).
De fato, o justo seria convocar os professores e empossá-los, que não são poucos, quase 700. Por que não fazem isso? Falta de interesse, ou concurso virou negócio? Jogada política. Enfim… Todo mundo sabe, não é novidade, que a profissão de professor nas últimas décadas tem sido sucateada, na verdade, demolida! E, diante dos olhos de toda a sociedade, não há nem respeito e nem solidariedade com estes profissionais.
As condições de trabalho que os professores estão sujeitos nas escolas públicas são precárias; salas de aulas superlotadas, falta de estrutura física, falta de tempo para aprimora-se, falta de tempo para planejar as aulas, submetidos a relatórios inúteis que precisam cumprir, enquanto o planejamento de aula e o aprimoramento pessoal se tornam cada vez mais mecânicos e esvaziados de conteúdo. E não por responsabilidade deles, mas por causa de administrações burocratas que estão mais preocupadas em apresentar números.
Para piorar, as Prefeituras com a justificativa de enxugar gastos (aumentam na verdade) não contratam professores concursados para preencher vaga, trabalham com uma parcela de profissionais dentro do “esquema” de “professor eventual”, e isso, somente acirra ainda mais o problema da precarização do trabalho, por exemplo, um professor eventual para compor um salário, tem que entrar num esquema perverso de competição de aula, além da correria de ter que estar numa escola, ou num horário diferente todos os dias para dar aula, e muitas vezes, lecionar uma matéria qual não é especializado.
Resultado: há sempre vagas a preencher, principalmente no período noturno de áreas periféricas, pois, há também a questão da segurança, em que professores preferem não dar aula em determinados locais, devido, o risco de assaltos, que, inclusive, há casos dentro da própria escola. Citamos como exemplo, o Colégio Pinho Rodrigues na Vila Margarida, que diversas vezes foi assaltado e professores tiveram seus pertences subtraídos. Portanto, eis a justificativa porque tantos profissionais se afastam por estresse, pois os caminhos são estes: ou enfrentam as condições precárias, ou mudam de profissão, ou buscam uma escola particular para ter um mínimo de instabilidade econômica.
A precarização das condições de trabalho dos professores reflete no sucateamento da educação e consequentemente na formação de cidadãos apáticos socialmente.