Depoimento de uma mãe que perdeu sua filha por negligência médica no CREI em São Vicente

(O áudio está ruim, porque a intenção era fazer uma matéria escrita sobre o CREI, mas, com este triste caso, acabamos gravando o depoimento no celular e por isso a gravação não ficou boa, porém, providencial divulgar e denunciar este caso de violência deflagrada em morte.) Segue o áudio logo abaixo do texto.

Considerado um centro de referência em emergência e internação o único hospital público de São Vicente vive um dilema contraditório.

Quem tiver a oportunidade de ir pessoalmente até o hospital poderá presenciar o sucateamento em que se encontra o hospital, muitas pessoas na fila esperando horas por um atendimento, pessoas em macas pelos corredores, pessoas se auto medicando devido a falta de profissionais de saúde, pessoas irritadas discutindo com atendentes e uma infinidade de situações terríveis que são apenas a ponta de um iceberg de um sistema publico de saúde sucateado em São Vicente, assim, como em todo Brasil, que representa o início de algo muito pior que poderá vir com o avanço de políticas de parceria com as (Organizações Sociais de Saúde) OSS.

O CREI hoje representa cruelmente o descaso e a violência do poder público exercido sobre a população que paga seus impostos, mas, que tem seus direitos negligenciados e violados duramente.

Não querendo generalizar, porém, há de se dizer que a maior parte dos profissionais que trabalham no CREI desempenham um péssimo atendimento, desumano, desinteressado e se tratando de profissionais da saúde “ perverso”, em especial, boa parte dos médicos, que são mais peritos em exercer atitudes de intolerância e falta de educação com os pacientes, tratando todos de forma animalesca do que cumprir com o seu papel.

Há de se acrescentar também que os funcionários públicos que prestam serviço no CREI entraram em greve nesta última sexta-feira 23 de novembro de 2012 e apenas 30% do atendimento estava funcionando. Justo! Pois, a maioria desses trabalhadores fazem horas extras para garantir o possível devido a equipe não suprir a demanda, e no final vai tudo para o banco de horas.

Para se ter uma ideia hoje a cidade de São Vicente conta com cerca de dois mil funcionários públicos da área da saúde e todos estão neste bojo de pagamentos em atraso.

Isso reflete a perversidade da lógica deste sistema em que vivemos, pois, além de sucatear os serviços públicos para no futuro entregar à iniciativa privada que atende como a salvadora da pátria, coloca os trabalhadores contra os próprios trabalhadores.

Hoje um plano de saúde está em torno, isso o mais chinfrim, custando cerca de R$100,00 por pessoa e depende da faixa etária, e quem puder conferir, irá constatar que não há muita diferença do público para o particular no que diz respeito ao atendimento, filas de espera de até 02h, (isso com hora marcada e tudo) tratamento robotizado com os pacientes, enfim, não é a toa que as OSS estão investindo pesado para gerenciar os hospitais públicos e o Estado de São Paulo com o Fascista do Alquimin quer vender 25% dos leitos do SUS para os planos de saúde.

Continuaremos.