A mulher, há tempos, é relegada ao papel de mero coadjuvante nas sociedades. Jessita Rodrigues, em seu livro “A mulher operária: um estudo sobre tecelãs”, já dizia do papel subalterno a que as mulheres são relegadas em todas as classes sociais, pois às operárias ensina-se o cuidar da casa e filhos. Quando esta operária sai de casa de casa para trabalhar irá cuidar dos filhos e marido da madame. E a madame que, de posse de recursos, não precisa trabalhar, também estará relegada ao papel doméstico, não como executora das tarefas em si, mas como uma administradora dessas tarefas realizadas por sua empregada.
A simbologia do que se espera da mulher é de fácil assimilação. É inculcada na cabeça dela desde a sua primeira infância quando se presenteia a criança com bonecas. A mais tradicional é a boneca bebê – responsabilidade de ser mãe que já é ensinada aos 3, aos 5 anos de idade! E a mais moderna, o modelo Barbie, longe de ser um “modelo de mulher bem-sucedida” está mais próximo de um modelo que, sem pesar tanto sobre a maternidade, pesa mais sobre um modelo de magreza socialmente aceito que desfilará roupas acinturadas e cabelos loiros e lisos, produzindo milhares de mulheres frustradas num Brasil de morenas gordinhas.
Afora a linha anoréxica-fashion, a Barbie (e suas variações de modelos populares mais baratos porém nada alternativos) também inculca nas futuras mulheres um padrão de beleza e comportamento aceito pelos homens: roupas provocantes, seios fartos, sapatos altos (já inclusos em todas as caixas), unhas pintadas e, para finalizar, um cor-de-rosa sempre presente que instrui, sem sutilezas, uma feminilidade artificial baseada na presença de acessórios produzidos pela indústria fashion, além disso, uma aquiescência e uma meiguice esperadas pelo patriarcado. Não que a meiguice, a feminilidade ou a aquiescência sejam, por si, características execráveis. Mas a padronização de um perfil tido como ideal visa a erradicar uma variedade de pensamentos e comportamentos livres salutares a uma sociedade plural e igualitária – a qual estamos longe de alcançar.
Desafio qualquer um a comprar um brinquedo que não contenha os elementos supra-citados. É praticamente impossível encontrar um brinquedo que não tenha a missão de inculcar valores machistas nas nossas meninas: princesas, bebês, Barbies, panelinhas, castelos de princesas – para que nossas meninas fiquem à espera de seus príncipes encantados, como se sua vida precisasse da presença de um homem para ter significado, e por aí vai…
E para finalizar este texto, anexo fotos da última visita à loja de brinquedos: réplicas perfeitas em miniatura de fraldas descartáveis, conjuntos de maternidade, com direito a pérolas que só o machismo poderia replicar com tamanha desfaçatez e maldade:
“Para as pequenas mamães!”
Um minuto de silencio à morte da infância lúdica
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Mais um artigo imbecil e ridículo escrito por uma feminista bitolada. Vá se foder, sua sapatão comunista do caralho!
Ola! Muito interessante seu espaço…. gostei!
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Parabéns camiseta